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CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq)

INSTITUTO N A C I O N A L DE P E S Q U I S A S D A A M A Z Ô N I A ( I N P A )

Dispersão de
plantas lenhosas de
uma Campina Amazônica.

Miramy Macedo
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
Bolsista do CNPq.

ACTA AMAZÔNICA vol. 7( 1 ) : ' S u p l e m e n t o

Manaus - Amazonas

19 77
MACEDO, Miramy

Dispersão de plantas de u m a campina amazônica. Acta Ama-


zônica, M a n a u s . 7 ( 1 : S u p l e m e n t o ) mar., 1977.
69p. ilust.

1. Plantas lenhosas. Dispersão de. 2. Plantas de campina —


Amazônia. 3. Relações bióticas. 4. Botânica sistemática. 5. Ger-
minação. I . Título.

CDD 582.1509811
CDU 582.4(811)

RESUMO: No Amazónia, a dispersão de diásporos é de grande importância


para explicar a ocorrência e a propagação de várias espécies nas diferentes áreas fito-
geográficas. Para este estudo, foi escolhida uma campino amazônica cujas plontas
fanerogâmicas se dispersam por sementes. O local principal de estudo foi a campina
do km 62 da estrado Manaus-Carocaraí (BR-174), Reserva Biológica do I N P A , onde
ficou evidenciado a ocorrência de sete grupos dispersares, segundo Pijl (1955) : one-
mocórico, outocórico, barocórico, diszoocórico. ornitocórico 0 quiropterocórico. Esses
grupos 1oram estabelecidos através das observações de campo, morfologia dos frutos,
mensuracôes c pesagem em estado fresco e seco, estudo quantitativo dos frutos em
diferentes níveis de distancio do árvore, germinação da semente no compo e no labo-
ratório, número de plãntulas c TI (ação entre a biota e a área de estudo. Ficou claro
após estes estudos, que a distribuição das plantas nas campinos amazônicas se d á
por dispersão de sementes e nco por regeneração vegetai va. Elas t é m mecanismos
especiais de dispersão porque, embora sejam como ilhas isoladas de vegetação, os mes-
mas espécies, em geral, ocorrem em coda uma delas. Este tipo de distribuição está,
;
tombem, intimomente relacionado com os anima s que vivem nesses ecossistemas.
CONTEÚDO

Introdução 5

Agradecimentos 5

Material e métodos 6
7
Área de estudo

Dados básicos dos resultados 8

Grupo anemocórico 8
1 4
Grupo autocórico
1
Grupo barocórico 8

Grupo diszoocórico 21

Grupo ornitocórico 24

Grupo primatocórico 55

Grupo quiropterocórico 58

Plantas que não frutificaram durante o período de


nosso estudo 60

Frutos e sementes encontrados na Campina do


Km 62, Manaus-Caracaraí (BR-174), Reserva
Biológica do INPA - SUFRAMA, com marcas de
roedores 61

Análise dos resultados 63

Conclusão 67

Summary 68

Bibliografia citada 69
INTRODUÇÃO

A distribuição e dispersão das espécies da Na área de estudo, segundo Falesi (1960).


Flora Amazônica vinham sendo objetivos de o soio é do tipo " r e g o s s o l " . o qual se carac-
estudo de alguns botânicos, que relacionavam teriza por ser profundo, muito f r i á v e l , acentua-
a morfologia do fruto com um possível tipo de damente drenado e c o m seqüência de horizon-
dispersor. Desses importantes trabalhos, em- tes " A " e " C " . Sua origem é uma conseqüên-
bora em número muito reduzido, podemos ci- cia da evolução de sedimentos arenosos, pro-
tar os de Huber (1910) e Ducke (1949). vavelmente, pertencentes ao Pleistoceno e do-
Motivados pela escassez da literatura, co- tados de fertilidade aparentemente baixa.
mo também pela grande interrogativa sobre
Santos & Ribeiro (1975) dizem que o ma-
dispersão de espécies em tipos ecológicos de-
croclima desta área possui variações anuais e
finidos, interessamo-nos em levantar hipóteses
definidas de temperatura do solo. ar e umida-
a f i m de contribuir para o esclarecimento sobre
de relativa, que podem ser de importância para
a ocorrência de espécies na região, seu esta-
a ecofisiologia da vegetação, microfauna e mi-
belecimento, grau de adaptabilidade, agentes
croflora.
dispersores específicos, transição, assim come
seu equilíbrio ecológico. Estudos sobre vegetação de campina po-
Dentre os tipos de vegetação da Amazônia, dem ser encontrados em Spruce (1908), Ducke
escolhemos a "campina amazônica' por apre- & Black (1954), Pires (1957, 1973). Takeuchi
o c i u ã í uma risionomia contrastante dentro ua (1960). Aubréville (1961). Rodrigues (1961),
hiléia amazônica, em forma de um arquipélago Anderson ef al. (1975). Braga & Braga (1975).
uum .mas aoertas, limiiaao por uma ve^eioya-j Lisboa (1975) e outros, todos preocupados em
caracierisuca cnamaaa "campmarana , que, esclarecer o interessante problema de caracte-
por sua vez, esta circundada por uma vegeta- rização fitossociológíca da "campina amazôni-
Vcao ue "mata ue terra f i r m e " . Apesar ae 0 c a " . No entanto, a complexidade do assunto
campina não ter atualmente valor económico, envolve conhecimentos de dispersão, que é um
e muito importante do ponto de vista científico dos fatores responsáveis pela distribuição dos
connucer a sua origem e sua atual existência, vegetais no globo terrestre.
(jur estar em tunçao da influência ae piantas
típicas consistindo, portanto, num problema
intrínseco. Esses estudos, portanto, pooem
extrapolar-se ã outras áreas da Amazônia mais
A G R A D E C I M E N T O S
especificamente. A escolha da área para es-
tes estudos recaiu sobre a campina do km 62
Agradecemos ao Dr. G . T. Prance pela
da estrada Manaus-Caracaraí (BR-174), Reser-
orientação científica, ao Dr. W i l l i a m Antônio
va Biológica do INPA-SUFRAMA, Lat. 2.° 30' 0 0 " ,
Rodrigues pela bibliografia cedida, orientação
Long. 60.° 00" 0 0 " W. e A l t . 44 M (Santos £ Ri-
técnica e revisão do texto para publicação, à
beiro, 1975).
Dra. Marlene Freitas da Silva pelo auxílio na
A opção por esta área se deu devido à sua descrição dos frutos e leitura do texto, ao Sr.
localização, ao seu fácil acesso e, também, por Antônio Faustino Neto pelo imenso auxílio
ser um local onde o Instituto Nacional de Pes- prestado no campo, e a todos aqueles que de
quisas da Amazônia tem desenvolvido projetos maneira direta ou indireta, tornaram possível a
multidisciplinares. realização deste estudo.
MATERIAL E MÉTODOS

Utilizamos para nosso estudo frutos, se- 20 cm de diâmetro com papel-filtro


mentes e plántulas frescos e fixados de espé- embebido em água destilada, (aproxi-
cies arbóreas coletadas de acordo com o madamente 40 ml à temperatura am-
número de indivíduos f é r t e i s . O material cole- biente) .
tado, que serve de referência para a identifica- 2) Ambiente escuro: — a mesma técni-
ção das espécies, foi incorporado ao herbario ca, porém com placa hermeticamente
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazo- coberta com papel laminado.
nia (INPA) .
b — NATURAL — no campo :
Usamos para a fixação do material FAA e
áicool a 7 0 % .
— Foram utilizados os frutos encontra-
Para o estudo microscópico, foi utilizado o dos sob a copa da árvore, os quais fo-
microscópio estereoscopio Olympus, modelo ram mantidos em observação sema-
SZ" com aumento de 20x. nal, quinzenal e m e n s a l . Para o tipo
de germinação, neste caso, aplicamos
Na descrição taxonómica dos frutos, utili-
o método de Duke (1969), já para o re-
zamos a terminologia de Pijl (1955) .
conhecimento de plántulas, usamos o
Para a determinação quantitativa dos frutos método de Labouriau et al. (1964).
coletados embaixo da copa da planta, adota-
mos o método de contagem em áreas de 1 m' IDENTIFICAÇÃO DOS A G E N T E S DISPERSORES
cada.

Os pesos dos frutos foram obtidos em ba- Para identificação dos agentes disperso-
res, foram feitas :
lança analítica " R e c o r d " , escala 5mg a 22g.
Foram feitas pesagens de frutos e sementes,
a — OBSERVAÇÕES DIRETAS
após a mensuração de comprimento e diâme-
tro do fruto, tamanho da semente e do mate-
— Utilização de redes para captura de
rial desidratado em estufa modelo Matheson
pássaros e morcegos.
Scientific a 105° C no período mínimo de 2 —
4 dias, dependendo da estrutura do fruto. — Etologia dos pássaros.

As medidas obtidas de cinco indivíduos de — Comportamento das plantas: anemo-


cada espécie são mostradas nas tabelas I, II, córicas, autocóricas, barocóricas. or-
III, IV e V . nitocóricas, diszoocórícas, primatocó-
ricas e quiroptecóricas.

GERMINAÇÃO — Horário de visita dos agentes disper-


sores.
Para germinação, adotamos c r i t é r i o s com-
prob3tórios : b — OBSERVAÇÕES INDIRETAS

a — ARTIFICIAL — em laboratório: Muitas vezes, quando não era possível ve-


m
rificar quais os agentes dispersores, usamos
1) Ambiente claro: — Foram utilizadas como meio comprobatório as marcas deixadas
100 sementes em placas de Petri de pelos animais, nos f r u t o s .
Para as plantas que não frutificaram duran- 1) Campina do rio Cuieiras, afluente do
te o período de nosso estudo na campina, utili- baixo rio Negro (Amazonas, situada
zamos material herborizado. Medíamos o peso abaixo do rio Branquinho).
seco e tirávamos as informações bibliográficas
2) Campina do igarapé do Leão, km 30,
básicas sobre o tipo de fruto e sistema de dis-
da estrada Mímaus-Caracaraí ( B R - 1 7 4 )
persão.
(Amazonas).
A determinação entomológica foi feita no
3) Campina de terra preta da estrada do
INPA, assim como a dos mamíferos e roedores.
Cacau Pirera (Amazonas).
Para a classificação de pássaros, adotamos
A vegetação de campina, foi comparada
o estudo de Goeldi (1900- 1903) e a denomi-
com a vegetação dos outros seguintes locais:
nação científica é a de Schauensee (1970) .
Para a dispersão, a terminologia usada foi a de 1) Mata de terra f i r m e , à margem esquer-
Pijl (1972). da do rio Cuieiras, afluente do rio Ne-
gro (Amazonas).

2) Mata de terra f i r m e da Reserva Bioló-


A R E A S DE ESTUDO
gica do INPA - SUFRAMA, km 60 da es
trada Manaus-Carac&raí (BR-174) Ama-
A área principal do nosso estudo foi a
zonas) .
" c a m p i n a " do km 62, estrada Manaus-Caraca-
raí (BR - 1 7 4 ) , Reserva Biológica INPA-SUFRA- 3) Reserva Biológica CEPLAC, no km 30
MA, Amazonas, Brasil. As outras campinas da estrada Manaus - Itacoatiara (Ama-
observadas para comprovação f o r a m : zonas) .
DADOS BÁSICOS DOS RESULTADOS

Para melhor esclarecimento do assunto, os 1 . GRUPO ANEMOCÓRICO


resuitados obtidos foram divididos em sete t i -
pos básicos, seguindo a classificação de tipos Ducke & Black (1954) apontam nas legu-
de dispersão de Pijl (1972) . minosas vários gêneros que se dispersam pelo
vento, dentre eles Peltogyne. Macrolobium, Di-
Na campina do km 62 ocorrem estes sete plotropis. Dalbergia e Hymenolobium. Apon-
tipos de dispersão: 1 — Anemocórico, 2 — Au- tam também outras famílias que possuem este
tocórico, 3 — Barocórico, 4 — Diszoocórico, 5 mesmo tipo de dispersão, dentre elas: Bomba-
— Ornitócórico, 6 — Prirnatocórico e 7 — Qui- caceae (Bombax e Aguiaria), Ochnaceae (El-
vasia calophyllea DC. e E. quinqueloba Spruce
ropterocórico.
ex Engl.) e Apocynaceae (Aspidosperma aqua-
Cada tipo de dispersão é precedido de uma ticum Ducke) .
descrição sobre o m e s m o . Nas apresentaçõeo
Huber (1910) diz que as adaptações par?
de cada uma das espécies estudadas, utiliza-
disseminação pelo vento, naturalmente, são
mos letras, que obedecem à seguinte sequên-
encontradas em primeiro lugar nas árvores al-
cia: A — material estudado e número de re-
tas, nos cipós e nas epífítas, enquanto que nt.;-.
gistre do Herbário do INPA; B — descrição do
árvores pequenas e nos arbustos do subosque
fruto; C — tabela da média de dados (mensu-
uma tal adaptação não pode ocorrer a priori
ração e pesos: fresco e seco) da espécie an¿-
Nas árvores altas existem adaptações mais ou
lisadc:; D — tabela de determinação quantita-
menos perfeitas para disseminação pelo vento,
tiva dos frutos e sementes dispersas em dife-
as quais são encontradas nos gêneros Tabe-
rentes níveis de distância da copa do vegetal: buiu. Jacarandá, Vochysia. Pterocarpus, Cedre-
E — lestes de germinação: a — artificial, b — la, etc. Nos cipós, a adaptação a este tipo de
natural; F — número de plántulas ( 1 ) ; G — disseminação é, prmcipalmente, desenvolvida
tipo de germinação; H — relação biótica; I — nas famílias Malpighiaceae, Sapindaceae e
áreas de estudo; e J — dispersão. Bignoniaceae, mas também em certas Dios-
coriaceae (Dioscorea), Compositae (Mikania).
Na classificação aqui considerada, as plan- etc.
tas são grupadas tendo em conta o fator de
maior predominância, já que, no geral, varios Pijl (1972) afirma que no grupo anemocó-
f
atores atuam concomitante ou independente- rico podemos observar um deslocamento em
mente; como exemplo, Swartzia dolicopoda po- plano horizontal do ar e turbulência termal jun-
de ser dispersada barocoricamente, pelo peóo tos, culminados em ciclones ou uma vagarosa
que apresenta, e diszoocoricamente, pelos ani- caída de diásporos pela resistência do ar. Den-
mais, ao mesmo t e m p o . Em alguns casus, co- tre os subgrupos desta série, ele cita: 1 — Nu-
vem de diásporos; 2 — Balões; 3 — Diáspo-
mo em Glycoxylon inophyllum, foi difícil definir
ros plumados (raros na f l o r e s t a ) : 4 — Diás-
qual o agente mais importante. Porém as obser-
poros alados; 5 — Diásporos que rolam (tum-
vações efetuadas, nos levam a incluir esta es-
b l e w e e d s ) ; e 6 — Balístico — vento.
pécie no grupo ornitócórico, pelo fato de que,
em nossa área de estudo este tipo de disper- Ridley (1930) cita, entre muitas famílias,
são é o mais comum. as Compositae como pertencentes a este gru

( 1 ) — Referente ao número de plántulas dos indivíduos observados.


po, assinalando a distribuição geográfica do Diante destes diferentes hábitos e varieda-
gênero Vernonia e m várias ilhas oceânicas, des de frutos, constitui este grupo um bom re-
tais c o m o : Chafos, Laccadive, Minkoi e outros. presentante de dispersão e m área ilhada.

Considerando os vários pontos abordados


pelos autores acima citados, observamos em 1. Qualea retusa Spruce ex W a r m . (Vochysia-
nossc estudo, na campina, as seguintes espé- ceae) ( F i g . 1 A a . ) .
cies c o m vários tipos de hábitos:
A . M. Macedo 37 (INPA 49274).
Árvore : 1 — Qualea retusa (árvore; fruto
cápsula, semente alada). B. Cápsula loculicida, marrom-escura, deiscen-
t e , oblonga a obovada, c o m estrias longitudi-
Cipó : 2 — Heteropterys aff. acutifolia (ci-
nais; 1-3 c m de c o m p r i m e n t o , 2-5,5 c m de diâ-
pó escandente, fruto sámara).
m e t r o ; pericarpo marrom-escuro externamente,
3 — Mikania roraimensis (cipó es- glabro, rígido, c o m estrias longitudinais, inter-
candente, fruto aquênio). namente amarelo pálido, sulcado, formando lo-
jas que aorigam as s e m e n t e s ; peso fresco:
Erva 4 — Borreria capitata var. tenella
1-1,8 g , peso seco: 0,5-0,9 g Sementes inúme-
(erva; fruto cápsula; espécie in
ras, escuras, aladas unilateralmente, cor ama-
vasora).
relo-palha, pouco rugosas, membranáceas, gla-
Arbusto: 5 — Vernonia grísea (arbusto; fruto bras; 0.2 — 4 c m de c o m p r i m e n t o ; peso fresco:
aquênio). 0,002-0,004 g, peso seco: 0.001-0,002 g .

C. Tabela n.° 1

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos

de Tamanho ( c m ) Peso Peso ( g )


Frutos Comp.
Indiv.
Atacados 1 (cm)
comp. iliam fresco seco fresco seco

I 1,50 2,0 1,1 0,6 — 0,002 0.001 0,2

II 2,80 3,2 1,6 0,8 0,003 0,002 0,3

III 2,50 4,8 1,5 0,7 — 0,003 0,002 0,2

IV 3,00 5,5 1,8 0,9 — 0,004 0,002 0,4

V 1,00 2,0 1,0 0,5 — 0,002 0,001 0,2

2,16 3,5 1,4 0,7 0,002 0,001 0,2


X
*

OBS. : O peso fresco e seco dos semenfes é referente à X dos inúm;ras sementes que existem por fruto.
NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA
Grupos

de
E m torno M e d i a n a Radia) Radial Fora da Locais de
Individuos
do caule à copa à copa copa Observação

Limite Campina —
I 7 22 12 17 Campinarana

II - 18 25 37
Limite C a m p i n a —
Campinarana

Limite C a m p i n a —
III 5 9 31 45 Campinarana

Limite Campina —
IV 2 11 15 67 Campinarana

Limite Campina —
V 1 8 7 22 Campinarana

Total 15 68 90 188

E. Testes de Germinação: mento dispersivo da érea principal estuda-


da — a campina do Km 62 da estrada Ma-
a) Artificial: As sementes num período de naus - Caracaraí.
96 horas apresentaram características germi-
nativas, num total de 8 1 % em ambiente claro, J. D i s p e r s ã o : — Com o amadurecimento da
e 7 3 % em ambiente escuro. cápsula, dá-se a deiscência e as sementes
são dispersadas pela ação do vento. As
b) Natural: Não nos foi possível realizar sementes dentro do fruto são, freqüente-
este teste devido ao fato de os frutos, mesmo mente, encontradas apenas antes da cápsu-
na árvore, já apresentarem as sementes dis- la abrir.
persos.

F. Número de Plántulas: Não foram encontra- 2. Heteropterys aff. acutifolia, A d r . Joss.


das plántulas. (Malphigiaceae) ( F i g . 1 . A b . )

G. Tipo de Germinação : Devido estarem as


sementes em decomposição, não nos f o i A . M. Macedo 4 (INPA 48496).
possível determinar o tipo de germinação.
B. Samara, com ala t e r m i n a l , castanho-ciaro-
H. Relação Biótica : A s cápsulas que caem amarelada. dourada, de 3,0-5,0 cm de com-
entram em estado de decomposição para primento e 2.0-3,0 c m de largura (diâme-
fazer parte da matéria orgânica. t i O ) ; peso fresco: 0,20-0,70 g, peso seco:
0,10-0,35 g . Semente localizada na base
*
da sámara, membranácea, achatada, 0,3-0,5
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon-
cm de comprimento; peso fresco: 0,10-0,30
trada na campina de terra preta do Cacau
Pirera, apresentando o mesmo comporta- g. peso seco: 0,05-0,20 g.
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp,
Indiv.
Atacados (cm)
comp. di am. fresco seco fresco seco

I 3,0 2,0 0,20 0,10 —- 0.1 0,05 0,3

n 3,5 2,1 0,50 0,25 — 0.30 0,10 0,3

in 4,0 2,5 0,60 0,30 — 0.20 0,15 0.4

IV 3,2 2,0 0,40 0,20 — 0.20 0,10 0.3

V 5,0 3,0 0,70 0.35 — 0,30 0,20 0,5

X 3.7 2,3 0,48 0,24 — 0,22 0,12 0.3

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- I. Área de Estudo : Esta espécie não foi en-
persos — Esta determinação não foi possí- contrada nas outras campinas estudadas.
vel fazer, devido à ausência de frutos nas
árvores observadas. J. D i s p e r s ã o : A posição do f r u t o , além de
suas características morfológicas, é um fa-
E. Testes de Germinação : tor importante para se determinar a disper-
são com a presença de vento. Esta dispor
a) Artificial: Utilizamos 100 sementes e, são freqüentemente ocorre pela manhã até
num período de 96 horas (4 d i a s ) , hou- às 7,30 horas ou à ta^de, depois das 17,00
ve germinação de 7 7 % das mesmas, horas, ou ainda quando chove, ocasião em
tanto e m ambiente claro como escuro. que, normalmente, o vento é mais dinâ-
mico.
b) Natural: Devido à ausência de semen-
tes nos níveis diferentes de distância
da copa dos grandes indivíduos obser- 3 Mikania roraimensis Robinson (Composi-
vados, não nos foi possível fazer este tae) ( F i g . 1 . A c )
teste.
A. — M. Macedo 53 (INPA 50.035)

F. Número de Plántulas : Não foram encontra- B. — Aquênio branco, piloso com papus
das plántulas. no ápice; 0,2-0,5 c m de comprimento,
0.10-0,30 c m de diâmetro; peso fres
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotila* co: 0.02-0.04 g . peso seco: 0.01-0.02
r
g. Semente alongada. ma rom-escu
H. faelação Biótica : Freqüentemente, encon- ra, gelatinosa de 0.1-0,3 c m de com-
tramos esta espécie sendo visitada pela primento; peso f r e s c o : 0.0I-0.02,
formiga Cephalote s p . peso seco: 0,005-0,01 g .
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp,
Indir.
Atacados (cm)
comp. djam. fresco seco fresco seco
1

I 0,30 0,20 0,03 0,01 — 0,01 0,005 0,1

II 0,30 0,10 0,03 0,01 — 0.02 0,010 0,1

III 0,20 0,30 0,02 0,01 — 0,01 0,005 0,1

IV 0,50 0,10 0,04 0.02 - 0,01 0,005 03

V 0,40 0,20 0,03 0,02 0,01 0.005 0,2

X 0,34 0,18 0,03 0,01 — 0,01 0,006 0,1

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- H . Relação Biótica : Esta espécie é freqüen-
persos : A quantidade de frutos dispersos temente visitada pela formiga Cephalote
não nos f o i possível determinar, pois, logo sp.
que o aquênio amadurece, é dispersado. I. Área de Estudo : Esta espécie só f o i en-
contrada e m nossa principal área de es-
E. Testes de Germinação : tudo.

J. Dispersão : Após a maturação do fruto, o


a) Artificial: Colocamos 100 sementes, vento age como dispersor; esta espécie
durante 24 horas, e m água corrente e, para atingir uma altura ó t i m a , é auxiliada
num período de 72 horas, estas apre- pelo suporte, e assim a semente pode ser
sentaram caracteres germinativos, num dispersada para um outro local distante.
total de 6 1 % e m ambiente claro e 5 5 % A média de distância entre os cinco indi-
em ambiente escuro. víduos é de 5 - 10 metros.

b) Natural: Não nos f o i possível fazer 4. Borreria capitata var. tenella (H.B.K.)
este teste, por não conseguirmos de- Steyerm. (Rubiaceae) ( F i g . 1 Ad.)
terminar a quantidade de frutos disper-
sos. A . M. Macedo 6 (INPA 48497).

B. Cápsula septicida, marrom-acastanhada,


F. Número de Plántulas : Plántulas não foram com papus espesso; 0,5-08 c m de compri-
encontradas. mento, 0,3-0.4 c m de diâmetro; peso fres-
co: 0,05-0,08 g ; peso seco: 0,03-0.05 g .
G. Tipo de Germinação : Em virtude de as se- Semente oblonga, marrom-acastanhada, du-
mentes sê encontrarem atacadas por fun- ra, glabra, muricada; 0,2-0,4 c m de compri-
gos, não nos f o i possível definir o tipo de mento; peso f r e s c o : 0,02-0,04 g, peso seco:
germinação. 0,01-0.02 g .
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. j (li.1111 fresco seco fresco seco

I 0,5 0,40 0,08 0,05 0.04 0,02 0.4

II 0,8 0,30 0,05 0,03 0,03 0,02 0,2

III 0,6 0,40 0,05 0.03 0,02 0,01 0,3

IV 0,5 0,30 0,07 0,04 0,03 0,02 0,2

V 0,6 0,40 0,08 0,04 — 0,04 0,02 0,3

X 0,6 0,36 0,06 0,05 — 0,03 0,01 0,2

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- I. Área de Estudo : Sendo uma das plantas
persos : Esta determinação não foi possí- características de campina, ela foi encon-
vel devido à localização da espécie e tipo trada e m todas as campinas, mesmo nas
de dispersão. utilizadas c c m o áreas comprobatórias de
nosso estudo.
E. Teste de Germinação :
J. D i s p e r s ã o : É feita c o m a maturação da
a) Artificial: — Com a escarificação dor.
cápsula, pela ação do v e n t o . Isto conse-
sementes, após u m período de 96 horas
guimos comprovar não só no campo como
(4 d i a s ) , elas apresentaram um poder
experimentalmente c o m o uso de ventila-
germinativo de 9 8 % tanto e m ambiente
dor; 100 sementes foram colocadas e m
ciato como escuro.
uma placa de Petri e m frente a u m ventila-
b) Natural: Devido à ocorrência desta es dor, e m 30 segundos. Tais sementes fo-
pécie e m lugares áridos da campina ram levadas de 5 a 7 metros de distância
(faixas de a r e i a ) , onde o substrato é do aparelho.
constituído unicamente de areia branca,
não conseguimos frutos para este tipo
de t e s t e . 5. Vernonia grisea Baker (Compositae) (Fig
1 Ac.)
F. Observações : Foram encontradas 37 plân
tuias distantes de 6-11 metros da planta- A . M. Macedo 27 (INPA 29236)
c
mãe n. 1 ; 8-11 metros da planta-mãe n.° 2;
6-7 metros da planta-mãe n.° 3; 3-9 metros B. Aquênio amarelo-claro, piloso com papus no
da planta-mãe n.° 4 ; e 5-6 metros da planta- ápice; de 0.7-1,0 c m de comprimento por
1
mãe n: 5. 0,3-0,6 c m de diâmetro; peso fresco :
0,07-0,1 g , peso seco: 0.03-0,08 g . Semente
G. Tipo de Germinação : Fanerocotílar.
alongada, branca, gelatinosa, 0,3-05 c m do
H. Relação Biótica : Não conseguimos obser- c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,02-0,07 g,
var inseto algum neste tipo de relação. peso seco: 0,01-0,03 g .
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

(«rupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( e ) Peso ( e )
Frutos Comp
Indiv.
Macados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,00 0,40 0,10 0,08 » 0,07 0,03 0,5


II 1,00 0,60 0,10 0,07 0,04 0,01 0,5
III 0,70 0,30 0,07 0,04 —. 0,03 0,02 0,3
IV 0,90 0,30 0,10 0,05 —. 0,05 0,02 0,4
V 0,70 0,30 0,07 0,03 — 0,02 0,01 0,3
X 0,86 0,30 0,08 0,05 — 0,04 0,02 0,4

D. Determinação quantitativa de trutos disper- J. Dispersão : Com a maturação do fruto e a


sos : 325 frutos foram encontrados a uma presença do vento, esta espécie é disper-
distância relativa de 4-7 metros, levados sada devido ao seu peso mínimo e ao dis-
pelo vento, sobre o solo. positivo que o fruto possui (papus).

E. Teste de G e r m i n a ç ã o :
2. GRUPO AUTOCÓRICO
a) Artificial: 100 sementes foram coloca-
das em água corrente num período de Segundo Ducke (1949), no gênero Hevea
24 horas e apresentaram características da família Euphorbiaceae, os frutos madures
germinativas após 48 horas, sendo 7 0 % rebentam-se na maioria das espécies, sendo as
em ambiente claro e 2 0 % e m ambiente sementes lançadas à boa distância das respec-
escuro. tivas árvores. Dá-se neste caso o que Ridluy
11930) classificou de dispersão mecânica o u ,
b) Natural: A observação semanal, quin-
segundo Ducke, "explosão de f r u t o s " .
zenal e mensal deste conjunto de frutos
no período de 45 dias não apresentou Pijl (1972) chama de autocórica a disper-
germinação. são de plantas feitas por elas mesmas, dividin-
do-a e m : (a) Balística ativa — por tensão imó-
F. Número de Plãntulas : Apenas foram en- vel dos tecidos higroscópicos ou por tensão
contradas 8 plãntulas. existente nos tecidos; (b) Balística passiva —
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Não foi possível de- pelo movimento das sementes; (c) Rasteja-
terminar, visto que as sementes encontra- mento de Diásporo.
vam-se e m decomposição, sofrendo prová- Verificamos este tipo de dispersão e m duas
vel ataque de fungos. espécies: Mabea oceidentalis e Tabernaemon-
tana rupicola. Primeiramente, ocorre a disper-
H. Relação Biótica : Freqüentemente observa-
são balística ativa c o m tensão nos tecidos e
mos a formiga Cephalote s p . e m constante
turgor do fruto, secundariamente, as sementes
circulação no caule desta espécie, assim
são transportadas por animais.
como em Mikania roraimensis.
A dispersão autocórica está ligada às ca-
I Área de Estudo : Vernonia grisea foi en- racterísticas morfológicas do f r u t o , tamanho,
contrada na campina do igarapé do Leão — peso, determinação quantitativa de sementes
km 30 — • Manaus-Caracaraí (BR-174) c o m dispersas a diferentes níveis de distância da
o mesmo comportamento dispersivo da- copa, posição dos frutos e distribuição destes
quele da campina do km 6 2 . vegetais na área analisada.
6 Mabea occidentalis Benth. (Euphorbiaceae) do, latescente, leite branco; peso fresco:
(Fig. 1 Ba.). 0,90- 1,50g peso seco: 0 , 5 - 1 , 0 g . Semente
A . M. Macedo 23 (INPA 49181). em geral 3 por f r u t o , testa glabra, lisa, ca-
B. Capsula t r i c o c a , rôseo-arroxeada, glabrn, rúncula castanho claro, freqüentemente,
estigma persistente mesmo no fruto ma- acompanhando a forma do fruto; 0.6-1,0
duro; 0,8-1,2 c m de comprimento, 1,6-2,4 cm de c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,1 - 0,3g,
cm de diâmetro; pericarpo rôseo-arroxea- peso seco: 0,05 - 0,25g.

C. Tabela n.° 7

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos

de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )


Frutos Comp.
Indiv. Observação
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,9 1,7 1.0 0,5 — 0,10 0,05 0,6


0,20 0,10
0,20 0,10

O
II 0,8 1,6 0,9 0,5 1 0,10 0,05 0.7
0,20 0,10 fruto foi
0,10 0,05
danificado

III 1,0 2,0 1.2 0,7 0,30 0,15 0,6 pela


0.20 0,10
0,30 0,25 formiga

Gnamptogenys
IV 0,8 1.6 1.0 0,5 — 0,20 0.10 0,6
0,30 0,15 sp.
0,20 0,10

V 1,2 2,4 1.5 1,0 —• 0,30 0.15 1,0


0,30 0,15
0.20 0.10

X 0,9 1,8 1,1 0,6 — 0,21 0,11 0,7

Total — — — — 1 — —

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- um período de 96 horas houve germina-


persos : Devido à ausência de sementes ção de 6 3 % , tanto e m ambiente escuro
nos diferentes níveis de distância da copa como em ambiente claro,
e nas proximidades da área de estudo, foi b) Natural: — Apesar de marcarmos os
impossível efetuar esta determinação. fruvos para observações (semanal, quin-
zenal e m e n s a l ) , não conseguimos loca
1. Teste de Germinação : lizar as sementes para tal t e s t e .

a) Artificial: — Deixamos 100 sementes F. Número de Plántulas : Plántulas não foram


em água corrente por 24 horas. Após encontradas.
Figura 1. A. Tipos de frutos e sementes de especies anemocóricas: a. Qualea retusa — 1 — fruto, 2 — se-
mente; b . Heteropterys P.ff. acutifolia 1 — fruto, 2 — sementé; c. Mikania roraimensis c Vernonia grísea —
1 — fruto; d. Born-ria capitata var tenella B . T i p o s de frutos e sementes autocóricas a. M a b e a occidenta-
lis — 1 — fruto, 2 — semente; b . Taoernaemontana rupicola — 1 — fruto, 2 — semente.

G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar. costulata, Eugenia sp., Pagamea duckei, Gly-


coxylon inophyllum e outras.
H. Relação Biótica : A formiga Gnamptogenys
sp. alimenta-se da parte latescente do fruto
7. Tabernaemontana rupicola Benth. (Apocy-
ainda na á r v o r e .
naceae) ( F i g . 1 Bb.).
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon-
trada apenas na campina do km 6 2 . A . M. Macedo 39 (INPA 49272) .

J. Dispersão: Com o amadurecimento da


B. Folículo, verde-amarelado, glabro, lustroso,
cápsula, origina-se uma pressão interna e
latescente; 1,5-3,0 c m de comprimento.
as sementes são lançadas fora da mesma,
4.0 - 7.C cm de diâmetro; pericarpo liso, gla-
dando-se então a dispersão autocórica.
bro, lustroso, latescente, leite branco; peso
Após esta observação, tentamos localizar
fresco: 1,4-5,0 g, peso seco: 0,7-3,0 g .
as sementes, isto, porém, não foi possível.
Sementes numerosas presas à placenta,
No vegetal permanece apenas alguns frag-
rugosas, brancas quando imaturas, amare-
mentos da cápsula.
ladas quando maduras, estriadas longitudi-
Normalmente, esta espécie encontr3-se as- nalmente, nuas; 0 , 4 - 0 , 6 c m de comprimen-
sociada a outras, dentre elas: Tabernaemonta- to; peso f r e s c o : 0 , 6 - 2 , 5 g, peso seco:
na rupicola, Protium heptapbyllum, Ormosia 0.3-1,25 g.
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1.5 5.0 2,0 1.0 — 0,9 0,4 0,4

II 1,5 4,0 1.4 0,7 0,6 0,3 0,4

III 2,0 5,5 2.2 u — 1,0 03 03

IV 3.0 7.0 3,0 1.5


- 1,3 0,6 0,6

V 3,0 8.0 5,0 3,0 — 2,5 1,25 0,6

X 2,2 5.9 2.7 1.4 — 1.2 0,6 0,5

D. Tabela n.° 9

NÍVEIS D E DISTANCIA DA COPA


Grupos
Locais de
de
E m torno Mediana radial Radial Fora da
Indiv. Observação
do caule à copa à copa copa

I 2
Próximo à

n — — — 4 Campinarana

m — —4 - 3

IV — 6 10 Á r e a Central

V _ 0 — —- da

Campina
TOTAL 0 — 8 17

b) Natural: Por ser esta espécie uma das


E. Testes de Germinação :
últimas coletadas, não foi possível fa-
zer este teste.
a) Artificial: Usamos 100 sementes, as
quais foram deixadas 24 horas e m água F. Número de Plãntulas : Encontramos 36
^ c o r r e n t e . Num período de 72 horas (3 plántulas sob a planta.
dias) após, houve germinação de 9 5 % , G . Tipo de Germinação : Fanerocotilar.
tanto no ambiente claro como no es- H. Relação Biótica : Não observamos relação
curo. alguma entre esta planta e i n s e t o s . Ape-
nas foram vistos fragmentos do folículo, Pijl (1972) conceitua como barocórica a
os quais caem ao solo e entram e m pro- dispersão de frutos pelo seu próprio peso.
cesso üe decomposição para fazer parte da A s duas espécies, Ormosia costulata e
matéria orgânica. Swartzia dolicopoda, encontradas e m nossa
I. Área de Estudo : Esta espécie f o i encon- área de estudo, t ê m a dispersão barocórica
trada apenas na área principal de estudo como tipo principal. Isto foi constatado através
— campina do k m 6 2 . da estrutura anátomo-morfológica do fruto, dos
J. Dispersão : Após a maturação, o folículo pesos do fruto e da semente, da determinação
abre-se totalmente, apresentando a forma quantitativa de sementes dispersadas aos ní-
de uma f l o r . No ato da abertura, lança suas veis de distância da copa, assim como através
sementes a diferentes níveis de distancia do comportamento dos frutos dos indivíduos
da copa ou e m locais p r ó x i m o s . Isto foi estudados.
comprovado através das plãntulas que t i - Secundariamente, após esta primeira fase,
nham relação c o m a mãe e que foram en- oportunamente, as sementes são dispersaoas
contradas e m locais estratégicos à distân- por animais, e m especial a Swartzia dolicopo-
cia de 7 m e t r o s . Portanto, é esta a primei- da, conforme referido por Ducke (1949).
ra fase de sua ação d i s p e r s i v a . Secunda-
8. Ormosia costulata (Miq.) Kleinn. (Legumi-
riamente, as sementes desta espécie após
nosae-Papilionoidae) (Fig. 2 C a ) .
serem lançadas ao solo passam a servir de
A. M. Macedo 13 (INPA 49226).
alimento a alguns roedores dentre eles :
Semispinosus sp.. " r a t o " , e Cuniculus sp., B. Legume deiscente ainda na árvore, casta-
" p a c a " , os quais, provavelmente, passam a nho-avermelhado; 1,32-4,50 c m de compri-
ser os agentes de u m segundo tipo de dis- mento por 2,7-7,0 c m de diâmetro; pericar-
persão. po lenhoso, liso, finamente áspero; meso-
carpo representado por u m arilo pouco de-
3. GRUPO BAROCÓRICO senvolvido, quase nulo; peso f r e s c o : 1,0-3,5
g. peso seco: 0.5-2,0 g . Semente c o m tes-
Ducke (1949) e m seu estudo sobre "Árvo- ta lisa, dura, lustrosa, 0,4-1,0 c m de com-
res amazônicas e sua propagação" cita os gê- primento; peso fresco: 0,5-0,8 g , peso
neros das duas espécies presentes neste grupo. seco: 0,3-0,7 g.

C. Tabela n.° 10.

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso < g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,35 2,60 2,80 1,80 — 0,50 0,30 0,5

II 1,32 2,50 3.00 2,00 — 0,60 0,40 0,4

III 2,70 4.60 1,00 0,50 — 0.60 0,40 1,0

IV 3,50 6,10 2,00 1,00 — 0,70 0,50 1,0

V 4.50 7,00 3,50 1,50 — 0,80 0,70 1,0

X 2,67 4.56 2,46 1,36 — 0,52 0,46 0.7


NÍVEIS D E DISTANCIA DA COPA
Grupos
de Locais de
Indiv. E m torno Mediana radial Radial F o r a da Observação
do caule à copa à copa copa

I 17 12 19 7 P r ó x i m o à Campina

Próximo à parte
II 11 28 52 5 central da Campina

Limite C a m p i n a —
III 18 42 76 3 Campinarana

Parte mediana da
rv 26 52 86 4
Campina

V 29 82 91 2 Próximo à Campinarana

TOTAL 101 216 324 21

E. Testes de Germinação : observações. Logo, nenhuma relação bió-


tica f o i constatada nesta espécie.
a) Artificial:
I. Área de Estudo: A campina do Cuieiras foi
1 * experiência: Um terço ( 1 , 3) de 100 a área de estudo que apresentou maior nú-
sementes foi escarificado e observado mero de indivíduos desta espécie, com as
num período de 15 dias, não apresen- mesmas características dispersivas da
tando indicios de germinação, tanto em campina do km 62, da estrada Manaus-
ambiente claro como no escuro. Caracaraí.
2 * experiência: Utilizamos um total de
100 sementes, sendo que cada uma J. D i s p e r s ã o : Com o amadurecimento, ocor-
delas foi escarificada, exceto na região re a deiscência do legume e, conseqüente-
germinativa. Num período de 96 horas mente, a caída das sementes ao solo, per-
(4 d i a s ) , obtivemos um total de 7 0 % manecendo o pericarpo, aproximadamente,
de sementes germinadas, tanto em am- por um mês na árvore. Esta é a principal
biente claro como no escuro. dispersão barocórica.
Secundariamente, a semente poderá ser
b) Natural: A s sementes sob a copa fo-
dispersada por pássaros, que são atraídos pela
ram observadas durante 7 meses, pe-
sua c o r .
riodicamente : semanal, quinzenal e
mensal e não germinaram.
10. Swartzia dolicopoda Cowan (Leguminosae-
F. Número de Plántulas : Plántulas não foram Caesalpinioideae) (Fig. 2 BI) .
encontradas. A . M. Macedo 19 (INPA 49233)
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. B. Legume verde-amarelado, deíscente, apla-
H . Relação Biótica : Os fragmentos dos fru- nado, arredondado, orbicular e alongado,
tos que caem sob a copa são decompostos dependendo do número de sementes, que
naturalmente para constituir parte da ma- varia de 1-3, permanecendo na árvore mes-
téria orgânica. Já as sementes, devido as mo após a maturação, 5,5-8,0 cm de com-
suas características morfo-anatômícas, per- primento, 6-9 cm de d i â m e t r o ; pericarpo
maneceram íntegras até a data de nossas lenhoso, glabro, superfície pouco rugosa,
quando maduro exuda resina c r e m e ; peso fica suspenso pelo funículo; ariloide apical
fresco: 15-31 g, peso seco: 7-15 g . Semen- junto ao funículo, de consistência fariná-
te grande, achatada, coberta por uma pe- cea adocicada e aromática; 1,5-30 c m de
lícula delgada, lustrosa, persistente no fru- comprimento; peso f r e s c o : 3,5-12,0 g, peso
t o , mesmo quando ele está aberto, no qual seco: 1,0-10,0g.

C. Tabela n.° 12

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 7.0 8,0 19,0 9,0 — 6,00 2,00 1,50


4,50 1,50 1,50
3,50 1,00 3.00

II 8,0 8,0 30,0 15,0 — 7,50 3,20 2,00


6,00 3,00 3.00
8,00 4.00 2,00

III 8,0 9,0 31,0 15,0 — 4,50 2,00 2,00


8.00 4,00 2,00
7,00 3,00 3,00

IV 6,0 7,0 26,0 13,0 — 12,00 10,00 3,00


10,00 7,00 2,00

V 5.5 6,0 15,0 7,0 — 7,50 4,00 2,00


6,00 3,00 1,00

X 6,9 7,6 24,2 11,8 — 6,96 3,66 2,15

D. Tabela n.° 13

NÍVEIS D E DISTANCIA DA COPA


Grupos

de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial da
Fora da Copa
do caule à copa copa

I 2 12 15 31
II 7 27 32 57
III 3 17 22 75
IV 5 15 13 35
V 9 13 17 67

TOTAL 26 84 99 265

E. Teste de Germinação : des e funículos, 100 c o m os arilóides


murchos e 100 c o m os arilóides remo-
a) Artificial: Usamos 300 sementes, sen- vidos, todos e m ambiente escuro e
do 100 providas dos respectivos arilóí- claro.
Após 120 horas (5 d i a s ) , as semen- em diferentes níveis de distância da copa,
tes providas do arilóide apresentaram dentro ou fora dela, sendo este tipo baro-
características germinativas num total córico o p r i n c i p a i . Secundariamente, a se-
de 9 0 % em ambiente claro e 72% no mente é dispersada por animais, principal-
escuro; em 168 horas (7 d i a s ) , as se- mente por Myoprocta sp. "cotiara verme-
mentes com os arilóides murchos apre- lha e o " v e a a o " . Este ú l t i m o visita esta
sentaram características germinativas espécie no período de 4:00 às 6:00 horas
num total de 6 7 % ; num período de 240 da manhã. Mestos macerados de frutos e
horas (10 d i a s ) , as sementes acompa- rastros daquele mamífero foram observa-
nhadas de arilóides e funículos apresen- dos; seguindo os rastros do animal, encon-
taram características germinativas de tramos trutos desta espécie no limite cam-
27%. pinarana — mata de terra firme a 500 me-
b) Natural: A s sementes encontradas sob tros de distância da árvore-mãe, compro-
e fora da copa foram as que usamos vando que, além de alimentar-se do fruto,
para fazer este t e s t e . Após 30 dias, ele faz, ocasionalmente, a dispersão da es-
apresentaram características germinati- pécie.
vas de 9 3 % , dependendo da localização A Myoprocta sp., "cotiara vermelha",
do v e g e t a l . Se a semente estava na faz a sua visita à tarde, das 16:00 às 18:00
parte árida, ou seja na faixa de areia, horas, carregando consigo o fruto para de-
que limita uma ilha e outra, tornava-se pois enterra-lo. Um fruto desta espécie
atrofiada, e não apresentava caracterís- toi encontrado germinando em uma toca de
ticas germinativas, isto num total de ratos a 20 metros da pianta-mãe.
11%.
A percentagem maior de germina- 4. GRUPO DISZOOCÓRICO
ção ocorreu onde a semente encontrava
condições favoráveis de umidade e som- Sobre este grupo vários são os pronuncia-
bra, nas ilhas ou próxima à campína- m e n t o s . Huber (1910) diz que, aparentemen-
rana. te, são os roedores e macacos os grupos de
F. Número de Plántulas : Encontramos 3 5 1 animais que ocupam o primeiro lugar na dis-
plántulas. persão de plantas da Amazónia, destacando-se
G. Tipo de Germinação : Criptocotilar. a " c o t i a " entre os roedores. Moojen (1952)
H. Relação Biótíca : O fruto antes de amadu- trata da adaptação destes roedores às suas
recer, ainda na árvore, exuda uma resina respectivas áreas, incluindo a Amazônia. Pijl
creme que serve de alimento à Cephalote (1972) aponta a preferência deste grupo de
sp. "cabeça c h a t a " . Após a maturação, já animais pela sarcotesta e polpa que envolve as
no solo, exibe o arilóide de consistência sementes de algumas espécies.
farinácea adocicada e aromática, que cons- Ridley (1930) refere-se neste grupo aos
titui o alimento não só da Cephalote sp. ratos que destroem as sementes, roendo-as em
como também da Monomorium sp., f o r m i - pedaços, acidentalmente, comendo-as. A s s i m ,
gas muito comuns naquela área. eles realizam um bom trabalho de dispersão,
I. Área de E s t u d o : A campina do Cuieiras quando as carregam à alguma distância.
foi a área que apresentou maior número de A espécie estudada, Eugenia patrisii, é dis-
indivíduos desta espécie, mesmo em rela- persada por este grupo de roedores e se en-
ção à área principal estudada. quadra nas três a f i r m a ç õ e s . Os animais roem
Em ambas as áreas, a espécie mostra o pericarpo, que é uma película delgada, para
o mesmo comportamento dispersivo. se alimentarem do mesocarpo arenoso, aromá-
J. Dispersão : O fruto ao atingir a fase inicial tico e ácido. Isto foi constatado pelas marcas
de maturação freqüentemente rompe-se dos dentes destes roedores nos frutos deixa-
transversalmente, deixando as sementes dos no local onde agiram estes a n i m a i s . Nor-
expostas, presas pelo funículo, permane- malmente, as visitas feitas por estes agentes
cendo aí por pouco tempo para depois cair ocorrem de madrugada, antes do amanhecer.
Isto foi constatado não só na campina do k m e 5-8 c m de diâmetro; pericarpo glabro;
62, como na campina do Cuieiras. mesocarpo arenoso, vermelho-róseo, aro-
mático, ácido, destacando-se, facilmente,
11. Eugenia patrisii Vahl (Myrtaceae) (Fig. 2 da semente; peso f r e s c o : 2,7-9,0 g, peso
Da.). seco; 1,0-3,0 g . Semente grande, 1,7-5,6
A . M. Macedo 33 (INPA 49278) c m , da mesma forma do f r u t o , testa lisa
B. Drupa vermelha quando madura, globosa, castanho-clara; peso fresco: 1,0-4,0 g , peso
com 1-2 sementes; 2-6 c m de comprimento seco: 0,50-3,0 g .

C. Tabela n.° 14

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g ) Observação
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 3,0 6,0 6.00 2,0 — 1,50 1,25 2,5


1.00
Os frutos são
II 4,0 6,0 7,00 2,5 1 1,50 1,25 3,5
1,00 geralmente

III 2,0 5,0 2,70 1.0 1 1,00 0,50 1.7 danificados

IV 6,0 8,0 9.00 3,0 2 2,00 5,6


4,00 3,00 Pheidole sp.
pelas formigas
V 2,5 6,0 5,00 2,0 2,00 2.00 2,7
2,00

X 3,5 6,2 5,94 2,1 3 1,77 1,6 3,2

Total — — — — 7 — — —

D. Tabela n.° 15

N Í V E I S D E DISTANCIAS D A COPA
Grupos
Observação
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Fora da Radial Locais de
do caule à copa copa à copa

I 3 — — —
Parte central da Campina
II —
1 1 —
III — — 1 —
IV 1 — 1 — Próximo à Campinarana
m
V 3 1 — — Parte central d a C a m p i n a

X 8 2 2 —
E. Testes de G e r m i n a ç ã o :

a) Artificial: Num período de 96 horas


(4 d i a s ) , um total de 8 7 % das semen-
tes apresentaram características germi-
nativas, tanto no ambiente claro como
em ambiente escuro.

b) Natural: A s sementes encontradas nos


diferentes níveis da copa foram obser-
vadas durante um período de 2.880 ho-
ras (120 dias ou quatro meses) (sema-
nal, quinzenal e m e n s a l m e n t e ) . Apenas
2 6 % delas apresentaram características
germinativas.

F. Número de Plántulas : Encontramos apenas


11 plántulas.

G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar.

H. Relação Biótica : O fruto ainda na árvore


tem o mesocarpo adocicado, que serve de
alimento à formiga Pheidole sp. Normal-
mente, esta espécie se encontra associada
a liquens, musgos e orquídeas, formando
pequenas ühas.

I. Área de Estudo : A campina do rio Cuiei-


ras f o i a que apresentou maior número de
indivíduos desta espécie, suplantando a
área principal. Ambas apresentaram o
mesmo sistema dispersivo.

J. Dispersão: Dentre os principais agentes


dispersores desta espécie, podemos desta-
car os animais Cuniculus sp., " p a c a " , e
Myoprocta sp., " c o t i a r a " . A visita de tais
roedores para alimentarem-se desta espé-
cie, dá-se freqüentemente de madrugada.
Alguns roem o pericarpo e o mesocarpo de
alguns frutos distribuídos nos diferentes
níveis de distância da copa; outros frutos
são levados para áreas mais distantes.

A identificação destes agentes f o i cons-


tatada através de rastros e marcas deixa- Figura 2. C. Tipos de frutos e sementes b a r o c ó n -
dos nos f r u t o s , parcialmente, atacados cas. a. O r m o s i a costulata 1 — fruto. 2 — semente;
* Várias sementes desta espécie exibindo at< b . Swartzia dolicopoda 1 — fruto, 2 — semente.
D. T i p o de fruto e semente da espécie diszoocórica.
referidas marcas, foram encontradas a t
a. Eugenia patrisii 1 — fruto, 2 — semente.
metros de distância da planta-mãe.
5. GRUPO ORNITOCÓRICO tes plumosas para a construção de seus ni-
nhos.
Goeldi (1894) diz que os pássaros do Brasil Os f r u t o s , bagas ou drupas, são levados
possuem toda uma série de famíüas específicas, para dentro dos ninhos a f i m de aumentarem
que pertencem exclusivamente ao Brasil e à re- os pássaros j o v e n s .
gião neotropical, não aparecendo, conseqüente- M c A t e e (1947) mostrou que uma das ma-
mente, fora da A m é r i c a . neiras de distribuição de semente por pássaros
Segundo Huber (1910) os pássaros frugívo- é através da alimentação.
ros da região sulamericana e tropical são exces-
sivamente numerosos na região amazônica e, Partindo das afirmações daqueles autores,
naturalmente, desempenham papel importantís- a nossa área de estudo apresentou caracterís-
simo na dispersão de frutos e sementes de nos- ticas semelhantes a e s s a s . Os pássaros de
sas árvores. A f i r m a que as aves costumam car- pequeno porte mostram certa preferência por
regar frutos de uma árvore para o u t r a . Sendo determinado tipo de fruto, como baga, cápsula
assim, só haverá uma disseminação eficaz, quan- ou drupa, evidentemente correlacionado com a
do as sementes ou caroços não forem grandes forma, coloração, mensuração, peso e posição
demais para serem deglutidos e bastante duros do fruto na planta.
e resistentes para não sofrerem destruição me- A cápsula deiscente, por exemplo, em ge-
cânica ou química no trato digestivo das respec- ral, deixa em posição visível a semente com o
tivas aves. Huber cita como alimento preterido arilo e arilóide; a baga geralmente apresenta
de pássaros menores bagas pequenas de Melas- ccioração variável, algumas são sucosas. con-
tomáceas, Mirtáceas e Rubiáceas, assim como tendo substância adocicada e geralmente exi-
sementes com colorido vivo e que apresentam bem uma coloração atraente, proporcionando
arilo, como, por exemplo, as de Sapium, Protium sua dispersão; a drupa mostra coloração tam-
e diversas Sapindáceas. bém atraente.

Este fato foi comentado por Ridiey (1930), No local estudado foram encontrados onze
ressalta a importância da cor do fruto, das brác- ninhos de pássaros, sendo: três de Tanagra sp.,
teas, sementes e pedicelos (vermeihos, amare- " s a n h a ç u " , construído com Cladonia sp. (Lí-
les, róseos ou negros etc.) assim como do arilo quen) e Paepalanthus sp. (Eriocaulaceae), e
e arilóide, na dispersão das espécies. um de Ramphocelus sp., " p i p i r a de papo ver-
Os pássaros maiores, como, por exempio, m e l h o " , construído como os demais, com os
papagaios, tucanos e outros, comem drupas de dois materiais acima referidos, nele contendo
tamanho médio, como o " a ç a í " , porém, logo re- dois o v o s . Todos os quatro ninhos foram cons-
gurgitam os caroços, processando-se, a s s i m , a truídos sobre Eugenia sp. (Myrtaceae) . Três
disseminação da espécie. ninhos de Tachyphonus melaleucus, "pipira pre-
t a " , foram encontrados: dois construídos com
Snethlage (1910) afirma que quase todas as
Cladonia sp., um com Psychotria barbiflora, to-
nessas aves campestres são espécies de ampla
dos sobre indivíduos de Matayba opaca. Ou-
distribuição, seja no próprio Amazonas, no Bra-
tros três ninhos encontrados eram de Rhycho-
sil ou 3inda nos países vizinhos, embora ocor-
cyclus sp.. "bem-te-vi v e r d e " , feitos c o m Cia-
ram em diferentes habitats.
donio sp. e Paepalantlius sp.; o último ninho era
Rídley (1930), na sua lista de famílias de de Legatus sp., "bem-te-vi pequeno", feito de
pássaros dispersores, cita algumas famílias que líquen, sobre indivíduos de Conomorpha cf.
figuram em nossa área de estudo como Ram- granüillora (Myrsinaceae) . Este último ninho
phastidae, Cotingidae e outras. O autor se continha ainda um ovo de pequeno pássaro.
refere também à coleta de material que os
pássaros fazem para construir seus ninhos, É evidente que certas espécies de pássa-
carregando pequenos ramos de ervas ou subar- ros têm hábitos alimentares diversos e conse-
bustos, inflorescencias de Gramíneas ou de qüentemente não se aumentam apenas do fru-
outras plantas com sementes para local por t o de uma mesma espécie, dependendo, assim,
eles selecionados ou, ainda, carregam semen- sua alimentação da época de frutificação e ma-
turação. Aümentam-se do fruto de uma espé- sementes de Eugenia sp.; também Tachyphonus
cie e depois voltam para outras, quando aquela sp., "pipira p r e t a " , e Coereba sp., "tem-tem do
primeira deixou de f r u t i f i c a r . A s s i m , os frutos Espírito Santo", encontramos no intestino al-
de uma planta podem servir de alimento à di- gumas sementes de Myrcia servata. Já o Pte-
ferentes espécies de pássaros como acontece roglossus sp., " a r a ç a r i " , engole o fruto e re-
com Matayba opaca, que é fonte de alimento à gurgita a semente após destacar o pericarpo e
diferentes espécies, entre elas: Ramphastos mesocarpo.
sp., " t u c a n o " , Tachyphonus sp., " p i p i r a " , Tana- Em Clusia columnaris e Clusia cf. nemoro-
gra palmarum, " s a n h a ç u " , e Querula sp., sa, o fruto é uma cápsula deiscente, ainda na
"anambé". árvore, os pássaros que delas se alimentam
A visita dos pássaros às espécies citadas Gymnostinops sp., " j a p ó " , e Brotogeris sp.,
dá-se freqüentemente no horário em que a tem- "piriquíto da campina") transportam as semen-
peratura é pouco elevada, na parte da manhã tes à grande distância. Estas sementes pos-
(5:30 — 8:00 horas), ou quando ela começa a suem uma substância pegajosa, como as de
declinar, a partir das 16:30 horas (26-32°C) o u , Phthirusa micrantha e Phthirusa rufa, excelen-
ainda, após uma pequena chuva, que quase dia- te estratégia para serem levadas pelos seus
riamente cai naquele l o c a l . Fazem exceção a agentes c o m o : Tachyphonus sp., " p i p i r a " , e
este horário apenas quando visitam Myrcia ser- Brotogeris sp., "piriquíto da campina", que as
vata, no l i m i t e campina - campinarana, por es- ievam à grande distância.
tar esta situada em local de passagem dos pás- Estes fatos levaram-nos a concluir que o
saros. Individualmente, os pássaros t a m b é m tamanho, peso, determinação quantitativa dos
apresentam estratégias para dispersarem se- níveis de distância, da copa, posição, tipo e cor
mentes, transportando-as no intestino, confor- de fruto, consistência do arilo ou arílóide, etc.
me comprovamos em Tachyphonus melaleucus, estão diretamente relacionados com os agen-
" p i p i r a " , no qual foram encontradas algumas tes dispersores abaixo citados:

Tabela n.° 20 — Tipo e cor de frutos das espécies ornitocóricas

ESPÉCIES ORNITOCÓRICAS TIPO DO FRUTO COR DO FRUTO

Anthurium sp. Baga V e r m e l h o vivo


Clusia äff. columnaris Cápsula V e r m e l h o arroxeado
Clusia nemorosa Cápsula A m a r e l o claro
Conomorpha cf. grandiflora Baga M a r r o m escuro
Doliocarpus spraguei Baga A m a r e l o c o m manchas róseas
Erythroxylum sp. Drupa V e r m e l h o vivo
Eugenia sp. Baga Vermelho
Glycoxylon inophyllum Baga Amarela
Hirtella racemosa L a m . var. racemosa Drupa M a r r o m escuro
Matayba opaca Cápsula Vermelho
Mouriri nervosa Baga Marrom
Myrcia servata Baga Preto
Ouratea spruceana Fruto composto V e r m e l h o vivo
Pagamea duckei Baga R o x o escuro
Palicourea nitidella Baga R o x o escuro
Palicourea sp. Baga Arroxeado
Passiflora f a r o a n a Baga A m a r e l o pálido
Phthirusa micrantha Baga Castanho avermelhado
Phthirusa r u f a Baga V e r m e l h o escarlate
Protium heptaphyllum Cápsula V e r m e l h o vivo
Psychotria barbiflora Baga Roxo
Sandemania hoehnei Baga Marrom
As danificações observadas nos frutos das caiam ao solo e façam parte da matéria orgá-
espécies ornitocóricas foram decorrentes do nica.
ataque de formigas, dentre elas: Cephalote sp.,
12. Anthurium sp. (Araceae) (Fig. 3 Ea).
Pseudomyrmex sp. " t a p i r a " , Gnamptogenys s p .
A . M. Macedo. 5 (INPA 48495)
e Myrmecinae, todas atraídas pela substância
B. Baga vermelho-vivo quando madura, globo-
adocicada existente nos frutos, conforme já ob-
sa, glabra, variando de 1-2 sementes por
servado em cada espécie. Este tipo de danifi-
f r u t o ; 0,5-1,0 c m de c o m p r i m e n t o , por
cação, juntamente c o m a ação da abelha Trí-
1,0-2,0 c m de diâmetro; pericarpo verme-
gona sp., que v e m alimentar-se do arilo de Pro-
lho, lustroso, liso; mesocarpo sucoso, hia-
tium heptaphylium, além do ciclo evolutivo do
lino, acre; peso f r e s c o : 0,30-0,40 g, peso
coleóptero Curculionidae que ocorre no caule,
seco: 0,15-0,20 g . Semente oval alongada,
também, do Protium heptaphylium e ainda uma
verde-pálido, lisa c o m pintas esbranquiça-
larva indeterminada de u m coleóptero encon-
das c o m uma gelatina nas extremidades;
trada no fruto de Glycoxylon inophyllum, con-
0,1-0,3 c m de c o m p r i m e n t o ; peso fresco-
tribuem para que os fragmentos dos frutos
0,10-0,20 g , peso seco: 0,05-0,10 g .

C. Tabela n.° 16

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g ) O b s c r vação
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,00 2,00 0,40 0,20 1 0,20 0,10 0,3


O ataque
II 1,00 2,00 0,40 0.20
— 0,20 0,10 0,3 dos frutos

III 0,50 1,00 0,30 0.15 1 0,10 0,05 0,1 foi feito

por
IV 0,70 1,00 0,35 0,16 — 0,12 0,08 0,2
Pheidole sp.
V 1,00 2.00 0,20 0,20 0,10
0,40
— 0,3

X 0,62 1,60 0,37 0,18 — 0,16 0,09 0,2


Total • —
- 2 — — —

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- E. Testes de Germinação :


persados : a) Artificial: Num período de 36 horas,
9 7 % das sementes apresentaram carac-
Em decorrência da ausencia de frutos aos teres germinativos tanto e m ambiente
níveis de distância da copa, não nos foi claro como e m ambiente escuro.
possível determinar a quantidade de frutos b) Natural: Conforme referido acima
dispersados. Tal situação achamos ser ( i t e m D ) , não foi possível a realização
possível em decorrência dos seguintes fa- deste teste em virtude das condições
tores : desfavoráveis já expostas.
F. Número de Plántulas : Plántulas não foram
— Tipo de infrutescencia, ação do dispe:- encontradas.
sor na infrutescencia e hábito epifítíco. G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar.
H. Relação Blótica : Este tipo de relação foi B. Cápsula septicida, oblonga, deiscente ain-
feita pela formiga Pheidole s p . que se ali- da na árvore, estigma persistente, com
menta da substância adocicada do fruto, 11-13 sementes, vermelho-arroxeada exter-
danificando superficialmente o pericarpo. namente, internamente esbranquiçada, mais
I. Área de Estudo : Esta espécie somente foi ou menos p i r i f o r m e ; 1,7-6,0 c m de compri-
encontrada na campina do k m 62. mento por 1.1-4,0 c m de diâmetro; pericar-
J . D i s p e r s ã o : Os pássaros que se alimen- po c o m glândulas resinosas, resina amare-
tam desta espécie são de pequeno porte. la e pegajosa s e m aroma; mesocarpo ver-
Dentre eles, observamos Ramphocelus sp., melho intenso, mais ou menos delgado,
" p i p i r a " , Rhychocyclos sp., "bem-te-vi ver- semente recoberta por tênue película, que,
d e " , e Euphonia sp., " t e m - t e m " . d i f i c i l m e n t e , se destaca; peso fresco: 7,0-10
g; peso seco: 3,0-7,0 g . Semente de dureza
13. Ciusia aff. columnaris Engl. (Guttiferae) média, amarelo-esverdeada, superfície lisa;
(Fig. 3 Eb). 0,3-0,9 c m de c o m p r i m e n t o ; peso fresco:
A . M. Macedo 10 (INPA 49237) 2,0-5,2 g ; peso seco: 0.65-2,6 g .

D. Tabela n.° 18

NÍVEIS D E D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial à Observações
do caule à copa copa

I 32 41 57

II 11 53 18 Limite

III 8 22 15 Campina — Campinarana

IV 9 13 19

V 15 21 44

Tofal 75 150 153

C. Tabela n.° 17

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Macados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 2,00 4,00 7,0 3,00 — 2.0 0,65 0,5

II 3,00 6,00 8,0 5,00 — 3,6 0,84 0,6

III 1.70 3,00 8,0 5,00 — 3,3 1,50 0.3

IV 4,00 7,00 8,5 5,30 — 4,4 2,20 0.7

.V 6,00 1,10 10,0 7,00 — 5,2 2,60 0,9

X 3,34 4,22 8,3 5,06 — 3,7 1.55 0,6

OBS. : Os pesos fresco e seco dos sementes sao referentes oo número totol encontrado nos cápsulas (om medio 1 1 - 1 3 somentes).
E. Testes de Germinação dos pelo colorido que envolve a semente
a) Artificial: Após 72 horas, 9 6 % das se- e passam, então, a alimentar-se desta.
mentes apresentaram caracteres germi- Dentre esses pássaros c i t a m o s : Gymnos-
nativas em ambiente claro e 9 2 % no es tinops sp., " j a p ó " , Brotogeris sp., "periqui-
curo. to da campina". Ramphastus sp., " t u c a n o " ,
b) Natural: 9 2 % dos frutos apresentaram e Pteroglossus sp., " a r a ç a r i " .
caracteres germinativos após 2.184 ho-
ras (91 d i a s ) . A relativa facilidade de
14. Clusia cf. nemorosa C. F. W. Meyer (Gutti-
germinação natural desta espécie, uma
ferae) ( F i g . 3 Ec.)
das maiores que encontramos, foi encon-
trada e m 12 cápsulas caídas ao solo.
A . M. Macedo 30 (INPA 49234)
contando inclusive, c o m algumas se-
mentes com caracteres germinativos.
B. Cápsula septicida, arredondada, deiscente
ainda na árvore, estigma quase séssil,
F. Número de Plántulas : Foram encontradas
apical, com 3-4 sementes, amarelo-clara ex-
232 plántulas desta espécie.
ternamente, internamente esbranquiçada;
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. 2.0-3,0 c m de c o m p r i m e n t o , 3,5-6,0 c m de
diâmetro; pericarpo liso, castanho-amarela-
H. Relação Biótica : As cápsulas imediata- do com sulcos profundos e inúmeras glân-
mente após cairem ao solo, passam a ser- dulas resiníferas, resina amarela; mesocar-
vir de alimento às f o r m i g a s : Pheidole sp., po c o m arilo vermelho, recobrindo parcial-
Monomorium sp. e Crematogaster sp. mente a semente, espesso, não aromático,
de gosto indistinto; peso f r e s c o : 2,0-3,7 g,
I. Área de E s t u d o : A l é m da campina do km peso seco: 1,0-2,2 g .
62, esta espécie f o i encontrada na campina
de terra preta do Cacau Pirera. Semente oblonga, mais ou menos cilíndrico
com 3 faces e u m hilo, superfície glabra,
J . D i s p e r s ã o : Com a abertura da cápsula lustrosa; 0,7-0,9 c m de c o m p r i m e n t o ; peso
ainda na árvore, vários pássaros são atraí- fresco: 2,0-2,4 g , peso seco: 0,8-1,8 g .

C. Tabela n.° 19

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco

I 2,00 4,0 2,00 1,00 — 2.00 0,80 0,8

II 3,00 6,0 3,00 1,50 — 2,40 1,60 0,9

III 2.00 3,5 3.00 1,60 — 2,40 1,60 0,8

IV 2,50 5,0 3,50 2,00 — 2,40 1,80 0,8

V '2,80 4,5 3,70 2,20 — 2.10 1,50 0,7

X 2.46 4,6 3,04 1,66 — 2,26 1,46 0,8


NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial à Observação
do caule à copa copa

I 11 33 28 Área centra! d a Campina

II 37 22 49
Limito da

Campina — C a m p i n a r a n a
III 15 58 31

IV 29 12 55 Área Central

V 13 da
98 11
Campina
Total 190 136 176

E. Testes de G e r m i n a ç ã o : I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon-


trada na campina do km 62 e na campina
a) Artificial: Num período de 72 horas, do Cuieiras.
9 8 % das sementes apresentaram carac-
terísticas germinativas em ambiente J. D i s p e r s ã o : Com a abertura da cápsula ain-
claro e 9 6 % no escuro. da na árvore, vários pássaros passam a se
alimentar das sementes do fruto, dentre
b) Natural: Num período de 2.160 horas
elas: Gymnostinops sp., " j a p ó " , Brotogeris
9 5 % dos frutos deixados em observa-
sp. " p e r i q u i t o da campina", Ramphastos sp.
ção apresentaram características germi-
" t u c a n o " e Pteroglossus sp. " a r a ç a r i " . Es-
nativas.
ta espécie apresenta o mesmo comporta-
Repetiu-se c o m esta espécie a mesma mento dispersivo da Clusia aff. columnaris.
facilidade de germinação verificada em
Clusia aff. columnaris, sendo que esta
15. Conomorpha cf. grandiflora Mez. (Myrsina-
é mais freqüente na área central da
ceae) ( F i g . 3 Ed).
campina do km 62.

A . M. Macedo 46 (INPA 49988)


F. Número de Plántulas : Foram encontradas
315 plántulas, freqüentemente associadas B. Baga globosa, marrom-escura, quando ma-
às plántulas de Glycoxylon inophyllum e dura: 0,3-0,5 cm de c o m p r i m e n t o , 0,7-1.0
Protium heptaphyllum. cm de d i â m e t r o ; pericarpo delgado, mem-
branáceo, rugoso, glabro, cálice persisten-
G. Tipo de Germinação : Fanerocotilar t e ; peso fresco: 0,20-0,40 g, peso seco :
0.10-0,27 g . Semente c o m testa dura, ru-
H. Relação Biótica : Os fragmentos das cáp- gosa, da mesma forma e quase que do mes-
sulas, que caem ao solo, passam a servir mo tamanho do f r u t o ; 0,2-0,4 c m , ligeira-
de alimento às formigas Pheidole sp., Mo- mente estriada longitudinalmente; peso
nomorium sp. e Cephslote sp. f r e s c o : 0.10-0.20 g, peso seco: 0,05-0,10 g.
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso < g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
\tacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,4 0,8 0,35 0,15 — 0,12 0,06 0,3

II 0,5 1,0 0,30 0,10 — 0,13 0,07 0,4

III 0,3 0,7 0,20 0,10 — 0,10 0,05 0,2

IV 0,5 1,0 0,40 0,20 — 0,20 0,10 0,4

V 0,4 0,8 0,30 0,27 — 0,15 0,07 0,3

X 0,4 0,8 0,31 0,18 — 0,14 0,07 0,3

Total — — — — 2 — — —

D. Tabela n.° 22

NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA


Grupos

de
Indiv. E m torno do caule Mediana Radial à copa Radial à copa

I 2 4 7

II 6 2 4

III — 8 5

IV 2 5 —
V 4 12 3

Total 14 31 19

E. Testes de Germinação : b) Natural: Devido ser esto espécie uma


das últimas a s e r coletada, não nos foi
a) Artificial: Num período de 96 horas,
possível fazer este t e s t e .
91 % "apresentaram características ger-
minativas e m ambiente claro e 7 3 % e m F. Número de Plántulas : Plántulas sob a ar-
ambiente escuro. voreta não foram encontradas.
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. Esta espécie é uma das preferidas pe-
los pássaros da campina para a construção
H. Relação Biótica : Esta é uma das espécies de seus ninhos. Foram encontrados qua-
que freqüentemente predomina nas pe- tro ninhos de pássaros: três de Rhychocy-
pequenas ilhas da campina do k m 62 junta clus sp., "bem-te-vi v e r d e " e u m de Legatus
mente com musgos e liquens. A espécie é sp.
constantemente visitada pela formiga Mo-
iiomorium s p . 16. Doliocarpus spraguej Cheesm. (Dillenia-
ceae) ( F i g . 3 E e ) .
I. Área de Estudo : A l é m da campina do k m
62, esta espécie foi encontrada na campi- A . M. Macedo 17 (INPA 49229)
na do Cuieiras e campina de terra preta do
Cacau Pirera, nas quais apresenta o mes- B. Baga deiscente, amarela, com manchas ró-
mo sistema dispersivo. seas, globosa. cálice persistente, 0,3-1,0
cm de c o m p r i m e n t o , 0,7-2,0 c m de diâme-
J. D i s p e r s ã o : Vários pássaros de pequeno tro; pericarpo coriáceo c o m manchas ró-
porte, existentes na campina do k m 62, ali- seas, liso, glabro; mesocarpo c o m arilo
mentam-se dos f r u t o s desta planta e con- branco, sucoso. consistente, gelatinoso,
seqüentemente fazem a sua dispersão; amarelo-esvcrdeado; peso f r e s c o : 0,14-0,40
dentre eles destacam-se: Tachyphonus me- g, peso seco: 0,07-0,20 g. Semente renifor-
laleucus " p i p i r a p r e t a " , Legatus sp., " b e m - me, testa rugosa, não muito rígido; 0,2-0.5
te-vi pequeno", e Ramphocelus sp. "pipira c m de c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0.07-0,18
do papo v e r m e l h o " . g. peso seco: 0,03-0,09 g .

C. Tabela n.° 23

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,3 0,7 0,14 0,07 1 0,07 0,03 0,2

II 0,5 1,0 0,30 0.15 1 0,15 0.07 0,3

III 0,4 0,8 0,20 0,10 — 0,09 0,04 0,2

IV 1,0 2,0 0,40 0,20 — 0,18 0,09 0.5

V 0,4 0.8 0,15 0,08 1 0,07 0,04 0,2

X 0,2 0,6 0,23 0,12 — 0,11 0,05 0,28

Total — — — — 3 — —
NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial à F o r a da Observação
do caule à copa copa copa

I _ 2 5 7

II 1 — 4 8
Limite

III — 3 13 8 Campina —

Campinarana
IV 3 12 21 11

V — 2 7 15

Total 1!) 50 49

E. Testes de Germinação : J. D i s p e r s ã o : Dentre os dispersores desta


planta conseguimos capturar o Cotinga sp.
a) Artificial: Num período de 72 horas, "anambé azul" e nas suas fezes encontra-
8 7 % das sementes apresentaram carac- mos fragmentos do cálice e de sementes
terísticas germinativas em ambiente desta espécie.
claro e 8 6 % em ambiente escuro.

b) Natural: Durante 1.440 horas de ob-


servação, não encontramos semente al- 17. Erythroxylum sp. (Erythroxylaceae) (Fig.
guma germinando e as sementes que 3 Ef).
foram encontradas no papo dos pássa-
ros capturados não germinaram em la-
boratório. A . M. Macedo 11 (INPA 49230)

F. Número de Plántulas : Plántulas não foram


B. Drupa alongada, oblonga, vermelho-vivo. es-
encontradas.
tigma persistente; 0,5-0,9 cm de compri-
mento, 0,3-0,6 c m de diâmetro; pericarpo
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar
vermelho, estriado longitudinalmente, lus-

H. Relação Biótica : O fruto é freqüentemen- troso; peso f r e s c o : 0,70-1,0 g. peso seco:


te atacado pela larva de um coleóptero da 0,30-0,60 g . Semente com a mesma forma
família Nitídulídae. do fruto, estriada longitudinalmente, testa
• lisa, amarela, glabra, 0,2-0,3 c m de compri-
I. Área de Estudo : Esta espécie ocorre ape- mento; peso f r e s c o : 0,30-0,50, peso seco:
nas na campina do km 62. 0,15-0.25 g.
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
diam. comp. fresco seco fresco seco

I 0,5 0,3 0,80 0,40 — 0,30 0,15 0,3

II 0,5 0,3 0,70 0,30 — 0,30 0,15 0,2

III 0,6 0,4 0,90 0,50 — 0,50 0,25 0.2

IV 0.8 0,5 0,90 0,50 — 0,40 0,20 03

V 0,9 0,6 1,00 0,60 — 0,50 0,25 0,3

X 0,6 0,4 0,86 0,46 — 0,40 0,20 03

D. Tabela n.° 26

N Í V E I S DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
LiOcais ae
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial Fora d a Observação
do caule à copa à copa copa

I _ 4 8 4
Area
II 2 — 4 7
central
III — 2 3 —
da
IV 1 — — 2
Campina
V 1 1

Total 4 6 16 13

E. Testes de G e r m i n a ç ã o : F. Número de Plántulas : Foram encontradas


6 plántulas.
a) Artificial: Num período de 96 horas, G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar.
7 5 % das sementes apresentaram carac- H . Relação Biótíca : Os frutos servem de ali-
terísticas germinativas e m ambiente mento para formigas da família M y r m i -
claro e 4 5 % e m ambiente escuro. cinae.
b) Natural: Usamos os frutos de diferen- I.Área de Estudo : Esta espécie ocorre ape-
tes níveis de distância da copa com ob- nas na campina do k m 62.
servações semanais, quinzenais e men- D. D i s p e r s ã o : Constatamos a presença de
• s a i s . Somente após u m período de vários pássaros que se alimentam dos
2.420 horas, 1 5 % delas apresentaram frutos desta espécie, dentre eles o Ram-
características germinativas. phocelus sp., " p i p i r a " .
18. Eugenia sp. (Myrtaceae) ( F i g . 3 Eg). vermelho quando maduro, marrom-escuro
quando seco; mesocarpo sucoso, gelatino-
A . M. Macedo 2 (INPA 48491) so, adocicado, branco, não aromático; peso
fresco: 0,30-0,50 g, peso seco: 0,20-0,30 g.
B. Baga arredondada; 0,3-1,0 cm de compri- Semente preta, testa rugosa; 0,1-0,8 cm de
mento, 0,1-2,2 cm de diâmetro; cálice per- c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,10-0,30 g, pe-
sistente, pericarpo liso, glabro, delgado, so seco: 0,05-0,15 g.

C. Tabela n.° 27

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,3 0,6 0,50 0,25 — 0,30 0,15 0.1

II 1,0 2,0 0,50 0,30 — 0.30 0,15 0,8

III 0,5 0,1 0,40 0,20 — 0,15 0,10 0,3

IV 0,4 0.8 0,30 0,20 — 0,10 0,05 0,2

V 1,0 2,2 0,50 0,20 — 0,25 0,10 0,8

X 0,6 1,3 0,44 0,23 — 0,22 0,11 0.4

D. Tabela n.° 28

N Í V E I S D E D I S T Â N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Em torno M e d i a n a Radial Radial Observação
Indiv.
do caule à copa à copa

I 5 12 30 Proximo a parte central


da Campina

II 3 23 15 Parte m e d i a n a
da C a m p i n a

III 17 5 28 Proximo à
Campinarana

IV 2 11 32 Limite C a m p i n a —
Campinarana

V 7 4 13 Parte m e d i a n a
d a Campina

Total 34 55 118
E. Testes de G e r m i n a ç ã o : J . D i s p e r s ã o : Dentre os dispersores desta
a) Artificial: Das 100 sementes usadas, espécie, destacam-se os pássaros de pe-
num período de 48 horas, houve germi- queno p o r t e . Um ninho de Tanagra sp.,
minação de 7 7 % tanto e m ambiente " s a n h a ç u " , f o i encontrado a poucos me-
claro como no escuro. tros de distância e observamos suas inú-
meras visitas para chocagem dos ovos,
b) Natural: Os frutos sob a copa sofre- ocasião e m que se alimentava dos f u t o s r

ram observações periódicas (semanal, desta e s p é c i e . Através do exame das fe-


quinzenal e mensal) e após três meses zes de Tachyphonus melaleucus, "pipira
e meio (2.280 horas) houve germina- preta", conseguimos detectar, já em esta-
ção de 2 5 % delas. do de decomposição, vestígios do cálice e
dos estames desta espécie.
F. Número de Plântulas : Foram encontradas
28 piântulas.

G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar
19. Glycoxylon inophyllum ( M a r t . ex Miq.)
Ducke (Sapotaceae) ( F i g . 3 E h ) .
H. Relação Biótica : A formiga Pheidole s p .
utiliza esta espécie tanto para alimento
como para abrigo. Ela ataca o fruto na A . M. Macedo 3 (INPA 49179)
própria arvoreta, alimenta-se da substan-
cia adocicada do mesocarpo e faz sua casa B. Baga amarelo-clara, globosa; 0,9-2,0 c m de
na junção dos galhos da planta. Os frutos comprimento, 1,8-3,8 c m de diâmetro; pe-
encontrados sob a copa servem também de ricarpo amarelo liso, glabro, mais ou me-
aumento para outras formigas dentre as nos lustroso; mesocarpo sucoso, gelatino-
quais Monomorium sp. (Myrmicinae). so, adocicado, aromático, destacando-se fa-
cilmente da semente; peso f r e s c o : 1,0-2,1
I. Área de Estudo : A l é m da campina do k m g, peso s e c o : 0,40-0,80 g . Semente oblon-
62, encontramos esta espécie na campina ga, testa lisa, brilhante, alongada, 0,6-1,5
de terra preta do Cacau Pirera. O sistema c m de c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,30-0,60
dispersivo em ambas as áreas é idêntico. g, peso seco: 0,20-0,30 g .

C. Tabela n.° 29

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,5 3,0 1,0 0,40 — 0,40 0,20 1,0

II 2,0 3,8 2,1 0,80 — 0,60 0,30 1,5

III 1,3 2,8 2,0 0,70 — 0,50 0,30 1,0

IV 1,1 2,2 1,1 0,50 — 0,30 0,20 0,9

• V 0,9 1,8 1,4 0,60 — 0,50 0,30 0,6

X 2,3 2,7 1,5 0,60 — 0,46 0,26 1,0


N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial Observação
do caule à copa à copa

I 54 47 15 Limite C a m p i n a - C a m p i n a r a n a

II 21 38 43

III 19 22 75 Area central d a Campina

IV 35 53 18 Próximo à Campinarana

V 7 6 36 Próximo à Campinarana

Total 136 173 187

E. Testes de Germinação : phastus sp., " t u c a n o " , Cassicus sp. " j a p i m "
e Gymnostincps sp. " j a p ó " , quando o fruto
a) Artificial: Num período de 48 horas, ainda se encontra na á r v o r e . Secundaria-
9 8 % das sementes apresentaram carac- mente, após a queda do f r u t o , este passa a
teres germinativos em ambiente claro servir de alimento para roedores, no caso
e 9 7 % no escuro.
o Cuniculus sp. " p a c a " , " m u c u r a " e tam-
b) Natural: Num período de 840 horas, bém para herbívoros como o "veado".
9 5 % dos frutos observados no local Esta espécie f r u t i f i c a abundantemente no
apresentaram características germina- mês de fevereiro.
tivas.

F. Número de Plántulas : Foram encontradas 20. Hirtella racemosa Lam. v a r . racsmosa


471 plántulas, sendo a maioria delas na (Chrysobalanaceae) (Fig. 3 E i . ) .
área mediana e radial à copa.
A . M. Macedo 42 (INPA 49279)
G . Tipo de Germinação : Criptocotilar.
B. Drupa marrom-escura, alongada a subalon-
H. Relação Biótica : A substância adocicada
gada, com estrias longitudinais; 1,0-1.5
do fruto é altamente atrativa para as for-
cm de c o m p r i m e n t o , 0,9-1,2 c m de diâme-
migas Pheidole sp. e Monomonum sp.
t r o ; estames persistentes; pericarpo glabro
mais ou menos rugoso; peso fresco:
I. Área de E s t u d o : Esta espécie é comum
0,90-1,2 f, peso seco: 0,300,60 g . Se-
em todas as campinas visitadas e nelas
mente dura, rígida, estriada longitudinal-
apresenta o mesmo sistema dispersivo.
mente, marrom-acastanhada; 0,6-0,8 c m de
J. Dispersão: A dispersão principal é feita c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,40-0,70 g, pe-
por vários pássaros, dentre eles o Ram- so seco: 0,20-0,50 g.
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fres:o seco

I 1.3 1,1 1,10 0,5 — 0,60 0,30 0,7

II 1,5 1,2 1,20 0.6 — 0,70 0,50 0,8

III 1,0 0,9 0,90 0,3 — 0,40 0,20 0,6

IV 1,4 1,2 1,00 0,6 — 0,50 0,30 0,8

V 1,2 1.1 1,00 0,5 — 0,50 0,30 0,8

X 1,2 1,1 1,04 0,5 — 0,54 0,32 0,7

D. Tabela n.° 32

N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno M e d i a n a Radial Radial F o r a da Observação
do caule à copa à copa copa

I 3 — 1

II — 1 — 2
Área
III 1 2 — 2
central
IV 2 — da
— 4
Campina
V — 1 1 3

Total 6 4 2 11

Testes de G e r m i n a ç ã o : H. Relação Biótica : Esta espécie é freqüen-


a) Artificial: Num período de 144 horas. temente visitada pela formiga Pheidole sp ,
7 5 % das sementes apresentaram carac- e os frutos que caem sob a copa, após se-
teres germinativos e m ambiente claro rem danificados por esta formiga, são ata-
e 7 2 % e m ambiente escuro. cados por microorganismos, entram então
b) Natural: Dos frutos observados duran- em decomposição e vão fazer parte da ma-
te 2.160 horas apenas 1 5 % apresenta- téria orgânica.
ram caracteres germinativos. I. Área de E s t u d o : Esta espécie só ocorre
na campina do km 6 2 .
F Número de Plántulas : Foram encontradas
J. D i s p e r s ã o : Supostamente, é feita através
8 plántulas.
de pássaros, dentre eles o Cassicus sp
G. Tipo de Germinação : Criptocotilar. " j a p i m " , conclusão esta tirada pela presen-
ça de penas deste pássaro encontradas no ra, persistente na árvore, sementes varian-
chão. A distribuição desta espécie é curio- do de 1-4 por f r u t o ; 0,6-1,5 cm de compri-
sa. Normalmente, são encontrados 1-2 in- mento, 1,2-3,0 c m de diâmetro; pericarpo
divíduos por ilha, o que nos faz supor que vermelho, consistente, internamente bran-
outros pássaros de grande porte, como o co, liso; mesocarpo farináceo branco, in-
" t u c a n o " , possam dispersá-la também. sípido, não oromático, delgado, facilmente
se destacando da s e m e n t e ; peso fresco ;
2 1 . Matayba opaca Radlk. (Sapindaceae) (Fig. 0,50-1,50 g, peso seco: 0,30-0.80. Semen-
3 Ej.) te com testa preta lustrosa, lisa; 0,3-1,0 c m
A . M. Macedo 21 (INPA 39179) de c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,10-0,40 g,
B. Cápsula vermelha, deiscente quando madu- peso seco: 0,05-0,20 g.

C. Tabela n.° 33

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,8 1,7 1,00 0,50 — 0,23 0.10 0,4

II 1,0 2,1 1,50 0,80 — 0,30 0,20 0,6

III 0,6 1,2 0,90 0,50 — 0.10 0,05 0,3

IV 1,5 3,0 0.50 0,30 — 0,10 0,05 1,0

V 1,3 2,7 0,90 0,50 — 0,40 0,20 1,0

X 2,0 2,1 0.96 0,52 — 0,06 0,03 0,6

D. Tabela n.° 34

N Í V E I S D E D I S T A N C I A D A COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. Em torno Mediana Radial Fora da Observação
do caule à copa copa

I 28 25 Area central
II 15 32 da Campina

III 19 43 51

IV 8 16 43 Limite

V 33 12 Campina — Campinarana

Total 32 135 163


E. Testes de G e r m i n a ç ã o : como Ramphastus sp., " t u c a n o " , que en-
gole o fruto e depois regurgita a semente,
a) Artificial: Todas as sementes utiliza-
e os pássaros de menor porte como Tachy-
das foram submetidas a tratamento, e
phonus sp., " p i p i r a " , Tanagra s p . "sanha-
durante o período de 360 horas não
ç u " e Cotinga s p . "anambé a z u l " . Três ni-
apresentaram sinais de germinação. A
nhos foram ainda construídos sobre indi-
experiência foi repetida com escarifica-
víduos desta espécie, sendo dois de Tachy-
ção das s e m e n t e s . Neste caso. após
phonus s p . " p i p i r a p r e t a " , construídos c o m
96 horas, 8 5 % já apresentavam carac-
Cladonia s p . e Paepalanthus sp., neles ha-
terísticas germinativas em ambiente
via sementes de Psychotria barbiflora. Um
claro e 7 5 % e m ambiente escuro.
ninho de Turdus sp., " s a b i á " , construído
b) Natural: Para este t e s t e , usamos os com Cladonia sp., continha ainda fragmen-
Frutos da determinação quantitativa em tos dos ovos do pássaro.
níveis diferentes da copa do v e g e t a l .
Após 840 horas, 2 8 % das sementes
apresentaram características germina- 22. Mouriri nervosa Pilger (Melastomaceae)
tivas.
(Fig. 3 E l ) .
F. Número de Plántulas : Foram encontradas
32 plántulas. A . M. Macedo 44 (INPA 48804)

G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar. B. Baga globosa. marrom quando madura, pi-


H . Relação Biótica : A s cápsulas que caem. losa, sucosa; 0,5-0,8 c m de comprimento.
entram e m estado de decomposição para 8,0-1,3 c m de diâmetro; pericarpo marrom,
fazer parte da matéria orgânica. píloso, c o m estrias longitudinais; mesocar-
po sucoso, não aromático; peso fresco :
I- Área de E s t u d o : Esta espécie ocorre e m 0,10-0,30 g , peso seco: 0,05-0,20 g . Semen-
todas as áreas visitadas. te semitriangular, testa lisa, marrom-acas-
J . D i s p e r s ã o : Esta espécie t e m dois tipos de tanhada, 0,3-0,5 c m de c o m p r i m e n t o : peso
dispersores: os pássaros de maior porte f i e s c o : 0,07-0,10 g , peso seco: 0,04-0,05 g .

C. Tabela n.° 35

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I

I 0,8 1.3 0,30 0.20 — 0,10 0,05 0,6

II 0,6 1,9 0,20 0,10 — 0,10 0,05 0,4

III 0,5 0,8 0,10 0,05 — 0.07 0,04 0,3

IV 0,7 1.2 0,20 0,10 — 0,10 0,05 0,5

•v 0,6 0,9 0,20 0,10 — 0,10 0,05 0,4

X 0,6 0,9 0,20 0,11 — 0,09 0,0J 0,4


Eh

Figure 3. E . Tipos de frutos, sementes e germinação das espécies ornitocóricas: a — Anthurium sp.: 1 — in-
florescencia, 2 — semente, 3 — plántula; b - c . Clusia aff. columnaris e Clusia nemorosa: 1 — fruto, 2 — se-
mente, 3 — plántula; d. C o n o m o r p h a grandiflora: 1 — fruto. 2 — semente; e. Doliocarpus spraguci: 1 — fru-
to, 2 — semente; f. Erythroxylum sp.: 1 — germinação; g. Eugenia sp.: 1 — fruto, 2 — semente; h. Gly-
coxylon inophyllum: 1 — fruto, 2 — semente, 3 — plántula; i. Hirtella racemosa: 1 — fruto; j . M a t a y b a opa-
ca: 1 — fruto, 2 — semente. 1. M o u r i r i nervosa: 1 — fruto.
N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos Locais de
de
Indiv. E m torno M e d i a n a Radial Fora da Observação
do caule à copa copa

T
1 2 5
J>
II 6 11 13 Próximo
III 2 4
IV

3 16 à
V 4 1 7
Campinarana

Tota! 13 16 45

E. Teste de G e r m i n a ç ã o : mentam desta espécie e a dispersam, con-


a) Artificial: Após 96 horas, 8 8 % das se- seguimos localizar e identificar os seguin-
mentes apresentaram caracteres germi- tes: Tachyphonus sp., "pipíra p r e t a " , e
nativos e m ambiente claro e 6 7 % e m Mimus sp., " s a b i á " .
ambiente escuro.
b) Natural: Devido ter sido esta uma das 23. Myrcia servata McVaugh (Myrtaceae) (Fig.
últimas espécies a frutificar, não foi 4 Fm).
possível aplicar este teste. A . M. Macedo 22 (INPA 49180)
F. Número de Plântulas : Sendo uma das úl- B. Baga preta, sucosa, cálice persistente:
timas espécies colhidas, não encontramos 0.4-0,7 c m de comprimento. 0,7-0.9 cm de
plântulas. diâmetro; pericarpo fino. glabro, lustroso;
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. mesocarpo doce, não aromático, sucoso.
H. Relação Biótica : Por apresentar mesocar- suco vermelho-escuro passando a roxo;
po sucoso, os frutos desta espécie atraem peso fresco : 0,20-0,50 g , peso seco :
a formiga Pheidole sp., que deles se ali- 0,10-0,25 g . Semente subglobosa. marrom-
menta. acastanhado, testa dura, glabra, c o m es-
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon- t n a s longitudinais, 0.2-0,4 c m de compri-
trada apenas na campina do km 62. mento; peso fresco: 0,10-0,30 g , peso seco-
J . D i s p e r s ã o : Entre os pássaros que se ali- 0.05-0,15 g .

C . Tabela n.° 37

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Ataca :los (cm)
comp. d iam. fresco seco fresco seco

I 0.7 0.9 0.50 0.25 0.3C 0.15 0.4


0,5 0,7 0,30 0.15 0,20 0,10
II
0.6 0.8 0,40 0.20
— 0.20 0.10
0,3
0,4
III
•IV 0.4 0,9 0.20 0.10
— 0,10 0.05 0.2
0,6 0.8 0.40 0.20
— 0,15 0.08
V
0,5 0.36 0,18
— 0,19 0.90
0.4
X 0,8
— 03
N Í V E I S D E DISTÂNCIA D A COPA
Grupos Locais de
de
E m torno Mediana Radial F o r a da
Indiv. Observação
do caule à copa copa

I 8 17
II 2 15 32
¡n 5 3 25
Limite
IV 1 7 19
V 5 43 Campina — Campinarana

Total 8 38 136

E. Testes de Germinação : capturados, conseguimos observar e m suas


a) Artificial: Após 72 horas, 8 5 % das se- fezes fragmentos do fruto c o m o : restos de
mentes utilizadas apresentaram carac- cálice e sementes desta e s p é c i e . Das se-
teres germinativos e m ambiente ciaro mentes encontradas, 3 5 % após 72 horas
s 8 2 % no escuro. apresentaram caracteres germinativos e m
b) Natural: Dos frutos observados perio- laboratório.
dicamente (semanal, quinzenal e men-
s a l m e n t e ) , 4 7 % , e m 840 horas, apre- 24. Ouratea spruceana Engl. (Ochnaceae) ( F i g .
sentaram caracteres germinativos. Fn).
F. Número de Plántulas : Foi registrada a ocor- A . M. Macedo 38 (INPA 49273)
rência de 13 plántulas sob as arvoretas. B. Fruto composto, 3-4 drupas, vermelho bri-
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. lhante, dispostas sobre o receptáculo car-
H. Relação Biótica : O fruto serve de alimen- noso, estigma consistente; 0,8-1,2 c m de
to para formigas da família Myrmicinae. comprimento; 1,6-2,4 c m de diâmetro; pe-
I. Área de E s t u d o : Esta espécie f o i apenas ricarpo liso, glabro, não aromático, gosto
encontrada na campina do km 62. indistinto, semi-rugoso; mesocarpo fibroso,
J . Dispersão : Dentre os agentes dispersores amarelo-esverdeado; peso f r e s c o : 1,1-2,0
desta espécie, conseguimos identificar o g, peso seco: 0,50-0,90 g. Semente fibrosa,
Coereba sp., " t e m - t e m do Espírito Santo", dura; 0,3-0,6 c m de c o m p r i m e n t o ; peso
e Tachyphonus sp., " p i p i r a p r e t a " . Após f r e s c o : 0,20-0,30 g , peso seco: 0,10-0,15 g .

C. Tabela n.° 39

FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S

de
Indiv. Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Grupos Ciiiiip.
Frutos
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I i.0 2,0 1,40 0,70 0,30 0.10 0,5


II 0,8 1,6 0,50 0,10 0,3
III 1.2 2,4
1,10
2.00
— 0,20
0.15 0,6
IV • 0.9 1.8 1,10
0,90
0.50
— 0,30
0,20 0,10 0,4
V 1.1

1.0
2,4
2,0
1,70 0,80
— 0.25 0,12 0,6
X 1.46 0,68
— 0.25 0.11 0,4
N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial à Observação
do caule à copa copa

I 3 9 15

II — 19 35 Área

III 4 27 48 central

IV — 39 78 da

V 4 15 53 Campina

Total 11 109 229

E. Tesles de Germinação : J . Dispersão : Em nossas observações, con-


seguimos localizar dois ninhos de Tachy-
a) Artificial: Após 120 horas, 8 1 % das se- phonus sp., "pipira p r e t a " , f e i t o s c o m Cla-
mentes germinaram em ambiente ciato donia sp. e Eriocaulaceae. O pássaro foi
e 7 8 % em ambiente escuro. capturado e ao examinarmos suas fezes
encontramos não só sementes de Ouratea
b) Natural: Não f o i possível a realização spruceana como de Psychotria barbiflora.
deste teste por ser esta a penúltima es- Vários pássaros se alimentam destes fru-
pécie coletada. tos, dentre oles o Ouerula sp.. " a n a m b é " .
Tanagra sp., "sanhaçu pardo", e o Tachy-
F. Número de Plántulas : Sendo esta espécie phonus sp., " p i p i r a " .
uma das últimas a frutificar, não nos foi
possível concluir a contagem do número 25. Pagamea duckei Standley (Rubiceae) (Fig
de plántulas sob a planta. 4 Fo).

G . Tipo de Germinação : Fanerocotílar. A. M. Macedo 25 (INPA 49222).

H. Relação Biótica : Os frutos são atacados, B. Baga oblonga, roxo-escura. freqüentemente


principalmente o pericarpo. pela formiga com duas sementes; 0,7-1,2 cm de compri-
Monomorium sp.. Os fragmentos dos fru- mento, 1,0-1,7 cm de d i â m e t r o ; pericarpo
tos após caírem ao solo, passam a fazer sucoso, azul nodoso; não aromático, de
parte da matéria orgânica. gosto mais ou menos acre; peso fresco :
0.70-1,10 g, peso seco: 0,35-0,50 g . Semen-
i. Área de Estudo : A l é m da campina do km te subcilíndrica a oval, achatada, marrom-
62, esta espécie foi encontrada nas campi- clara, testa dura; 0,3-0.9 cm de comprimen-
nas de terra preta do Cacau Pirera e Cuiei- t o ; peso fresco : 0,10-0,20 g. peso seco :
ras. 0,05-0,10 g .
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,0 1.6 1.00 0,50 — 0,20 0,10 0.6


0,20 0,10

II 0,9 1.4 0.80 0,40 — 0.15 0.07 0.5


0.15 0.07

III 0.7 1.0 0,70 0,35 — 0.10 0,05 0,3


0,10 0,05

IV 1.1 1.6 1.00 0,50 — 0,20 0,10 0.7


0,20 0,10

V 1.2 1.7 1,10 0,50 — 0.20 0,10 0,9


0.20 0.10

X 0.9 1,4 0.92 0,45 — 0.17 0,08 0.6

D. Tabela n.° 42

N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
de Locais de observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa

I 7 15 25
Área central d a Campina
II 13 27 32

III 18 12 23 Limite C a m p i n a — C a m p i n a r a n a

IV 4 33 41 P r ó x i m o a Campina

V — 13 11 Limite C a m p i n a — C a m p i n a r a n a

,-
Total 42 100 132

E. Testes de Germinação : G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar.


H . Relação Biótica : Seus frutos servem de
a) Artificial: Após 24 horas em água cor-
alimento para formigas da família M y r m i -
rente, seguido de um período de 72 ho-
cinae e Cephalote sp.
ras, 9 1 % apresentaram caracteres ger-
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon-
minativos em ambiente claro e 8 7 % em
trada apenas na campina do km 62.
ambiente escuro.
b) Natural: Os f r u t o s , num total de 6 1 % J . D i s p e r s ã o : Os frutos desta espécie ser-
durante 1.080 horas, apresentaram ca- v e m de alimento principalmente aos pás-
racteres germinativos. saros de maior porte; dentre eles observa-
mos o Gymnostinops sp., " j a p ó " , o Ptero
F. Número de Plántulas : Cerca de 55 plán- glossus sp., " a r a ç a r i " , o Microtrogon sp.,
tulas foram encontradas. " s u r u c u á " pequeno, de barriga amarela e
Cassicus sp., " j a p i m " . O " a r a ç a r i " apre- B. Drupa roxo-escura, oblonga; 0,5-1,0 cm Oe
senta um comportamento interessante ao comprimento, 1,0-2,0 c m de diâmetro, fre-
se alimentar deste f r u t o : utiliza apenas o qüentemente com duas sementes, sucosa,
pericarpo sucoso como alimento e regur- não aromática, insípida; pericarpo liso, gla-
gita a semente, que vai cair ao solo sob a bro, roxo, nodoso; peso fresco : 0,20-0,60
árvore em que está pousado. g, peso seco : 0,10-0,40 g. Semente com
testa marrom-escura, dura com carúncula
27. Palicourea nitJdella ( M . Arg.) Standley (Ru- na região mediana, glabra, lisa, 0,3-0,7 cm
biaceae) ( F i g . 4 F p ) . de c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,05-0,20 g,
A . M. Macedo 15 (INPA 49225) peso seco: 0.025-0,10 g .

C. Tabela n.° 43

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos

de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )


Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
camp. (liam. fresco S I T O fresco seco

I 0.5 1,0 0.20 0,10 — 0,05 0,02 0,3


0.05 0.02

II 0,6 1.2 0.20 0,10 — 0,05 0.02 0.4


0.05 0.02

III 0.9 1.8 0,50 0,30 — 0,10 0,05 0,7


0,10 0,05

IV 1,0 2,0 0.60 0,40 — 0.20 0,10 0,7


0.20 0,10

V 0,7 1.4 0,40 0,20 — 0.20 0,10 0,5


0.20 0,10

X 0,5 1.4 0,38 0,22 — 0,12 0,06 0,3

D. Tabela n.° 44

N Í V E I S DE DISTANCIA D A COPA
Grupos
de
Locais de Observação
Indiv. Em torno M e d i a n a Radial Radial à
do caule à copa copa

I 3 11 25
Á r e a central d a Campina
II 7 23 31

III 13 35 14 P r ó x i m o à Campina

IV 9 41 17 Próximo à Campina

V 21 18 13 Limite C a m p i n a — Campinarana

Total 53 128 100
E. Testes de G e r m i n a ç ã o : J . D i s p e r s ã o : A dispersão desta espécie,
comprovadamente, é feita através de pás-
a) Artificial: Durante 120 horas, 8 7 % das saros de pequeno porte, dentre eles o
sementes apresentaram caracteres ger- Mimus sp., " s a b i á " , o Rhychocyclus s p . ,
minativos e m ambiente claro e 7 7 % "bem-te-vi v e r d e " , e o Coereba sp., " t e m -
em ambiente escuro. tem do Espírito S a n t o " .
b) Natural: Os frutos, num total de 2 7 %
dos deixados em observação por um 27. Palicourea sp. (Rubiaceae) (Fig. 4 F q ) .
período de 1.440 horas, apresentaram A . M. Macedo 18 (INPA 49231)
caracteres germinativos. B. Baga subalongada a arredondada, arroxea-
F. Número de Plântulas : Foram encontradas da: 0,7-1,1 c m de c o m p r i m e n t o , 1,0-2,2 c m
41 plântulas sob a planta. de diâmetro; freqüentemente c o m duas se-
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. mentes, sucosa, não aromática, insípida;
H. Relação Biótica : A formiga Pseudomyr- pericarpo liso, glabro; peso fresco :
mex sp., " t a p i r a " , é atraída pela substância 0,20-0,60 g , peso seco: 0,10-0,40 g . Semen-
sucosa do fruto, dela alimentando-se nor- te c o m testa acastanhada, dura, c o m ca-
malmente. rúncula na região mediana, glabra, lisa;
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon- 0,5-0,9 c m de c o m p r i m e n t o ; peso fresco :
trada apenas na campina do km 62. 0,10-0,30 g , peso seco: 0,05-0,20 g .

C. Tabela n.° 45

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( e m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1.1 2,2 0,30 0,20 0,20 0,10 0,9


II 0,9 0.60 0.30 0,20 0,7
III 0.8
1.5
0.20
0,40
0,10
— 0.10 0.05 0.6
IV 0.7
1.1
1,0 0.50

— 0.30 0,10 0,5
0,25
V 1,0 2,0 0.40 0,20 — 0.20 0,12 0.8
0.22 0.11 0.7
X 0,9 1,5 0,44 0,25

D. Tabela n.° 46

N Í V E I S D E D I S T A N C I A D A COPA
Grupos
de Locais de Observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa

I 2 7 15 Próximo à C a m p i n a r a n a

II 5 11 22
Limite Campina — C a m p i n a r a n a
III 2 9 13

IV 8 17 25
Próximo à Campinarana
V . 19 4 7

Total 36 48 82
E. Testes de Germinação : Ramphocelus sp. " p i p i r a " , e o Mimus sp.,
a) Artificial: Durante 132 horas, 8 5 % das " s a b i á " , os quais se alimentam dos frutos
sementes apresentaram características desta espécie. Comprovamos isto pelas ob-
germinativas e m ambiente claro e 7 4 % servações de suas visitas aos grupos de
em ambiente escuro. indivíduos, c o m posterior captura do pás-
b) Natural: Dos frutos deixados em ob- saro e exame das fezes do Tanagra sp.,
servação num período de 1.632 horas, " s a n h a ç u " , nas quais encontramos semen-
apenas 2 4 % deles apresentaram carac- tes desta espécie.
terísticas germinativas.
F. Número de Plântulas . Foram encontradas 28. Passiflora faroana Harms. (Passifloraceae)
apenas 12 plântulas. (Fig. 4 F r ) .
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. A . M. Macedo 41 (INPA 49882)
H . Relação Biótica : A substância sucosa do B. Baga oblonga a esférica, amarelo-pálida,
fruto atrai a formiga Pseudomyrmex sp., 2,0-3,5 c m de c o m p r i m e n t o , 4,0-7,0 c m de
" t a p i r a " , como acontece c o m a Palicourea diâmetro; pericarpo amarelo-pálido, delga
nitidella. do, 0,5-1,0 c m de espessura, c o m estrias
I. Área de Estudo : Esta espécie foi encon- longitudinais; peso f r e s c o : 1,5-5,0 g , peso
trada apenas no k m 62. seco: 0,70-3,0 g . Sementes inúmeras, ama-
J . Dispersão : O sistema dispersivo desta es- relo-esverdeadas, c o m manchas esbranqui-
pécie é feito por pássaros de pequeno por- çadas, presas à parede do pericarpo pelo
te como acontece com a Palicourea nitidel- funículo, 0,5-1,0 c m de c o m p r i m e n t o ; peso
la, dentre eles o Tanagra sp., " s a n h a ç u " , fresco: 0,70-3,50 g, peso seco: 0,35-2,00 g.

c
C. Tebela n. 47

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. d iam fresco seco fresco seco

I 3,0 6,0 3,0 1,5 — 2,00 1,00 0.5

II 3,5 7,0 5,0 3,0 — 3,50 2,00 1,0

III 2,8 5,5 2,0 1,0 — 1,50 0,70 0,5

IV 2,8 6,0 2,5 1,8 — 1,20 0,70 0,5

V 2,0 4,0 1.5 0,7 — 0,70 0,35 0,5

X 2,8 5.7 2,8 1.6 — 1,78 0,95 0,6

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- nativos em ambiente claro e 9 6 % no


persos : Não f o i possível esta determina- escuro.
ção por encontrarmos apenas fragmentos b) Natural: Devido à falta de dados na
de 1 a 2 frutos por indivíduo. determinação quantitativa dos frutos,
não foi possível fazer este teste.
E. «Testes de Germinação :
F. Número de Plântulas : Não foram encon-
a) Artificial: Após 72 horas, 9 8 % das se- tradas plântulas desta espécie.
mentes apresentaram caracteres germi- G . Tipo de Germinação : Fanerocotilar.
H. Relação Biótica : O pericarpo do fruto ser- 29. Phthirusa micrantha Eichl. (Loranthaceae)
ve de alimento à formiga Cephalote sp. (Fig. 4 F s ) .
I. Área de E s t u d o : Esta espécie f o i encon-
trada apenas na campina do k m 62.
A . M. Macedo 32 (INPA 49805)
J. Dispersão : Apesar de esta espécie ter o
nome vulgar de "maracujá de c u t i a " , a sua
dispersão é feita por pássaros, entre eles: B. Baga castanho-avermelhada, glabra, lisa,
o Ouerula sp., " a n a m b é " , o Ortalis sp., carnosa, cálice persistente: 0,2-0,5 c m de
"aracuá", e o Turdus sp., " s a b i á " , que per- comprimento, 0,4-0,8 c m de diâmetro; pe-
furam o pericarpo e se alimentam das se- ricarpo castanho-avermelhado. variando
mentes. Os fragmentos da baga caem ao para amarelo no ápice do f r u t o , glabro, liso;
solo e passam a servir de alimento aos roe- peso fresco : 0,10-0,30 g, peso seco :
dores. Fragmentos destas bagas com mar- 0.05-0,15 g . Semente globosa. testa lisa
cas, assim como rastros destes roedores, envolvida por um látex; 0,1-0,3 c m de com-
foram encontrados no local onde fizemos primento; peso fresco: 0,05-0,20 g , peso
nossas observações. seco: 0,025-0,10 g.

3
C. Tabela n. 48

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,2 0,4 0,10 0.05 — 0,05 0.425 0.1

II 0,5 0,8 0.20 0,10 — 0,10 0.050 0,3

III 0.3 0,6 0.10 0,05 — 0,05 0.425 0.2

IV 04 0.8 0,30 0,15 — 0,20 0.100 0.2

V 0.3 0,7 0.20 0,10 — 0.10 0.050 0,2

X 0,3 0.6 0.18 0.09 — 0,10 0,050 0.2

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- b) Natural: Devido à falta de dados para
persos : Não f o i possível obter resultados a determinação quantitativa dos f r u t o s ,
nesta determinação, devido ã ausência de não f o i possível fazer este t e s t e .
frutos nos diferentes níveis de distância
F. Número de Plántulas : Apenas 3 plántulas
da copa do hospedeiro.
foram encontradas.

E. Testes de G e r m i n a ç ã o : G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Não f o i possível


identificá-lo devido às deformações apre-
a) Artificial: A s sementes foram coloca- sentadas pelas sementes na região germi-
das em água corrente durante 24 horas nativa .
e, após»72 horas, 9 8 % delas germina- H . Relação Biótica : Na área principal de nos-
ram em ambiente claro e 7 2 % em am- so estudo, campina do k m 62, esta espécie
biente escuro. t e m como hospedeiro específico Hirtella
racemosa Lam. var. racemosa. O mesmo ção do agente no hospedeiro, aderindo em
foi observado por Braga & Braga (1975). seguida ao caule d e s t e . Ambos os siste-
I. Área de Estudo : Esta espécie ocorre ape- mas foram-nos relatados por pessoas idô-
nas na campina do km 6 2 . neas.
J. Dispersão: Grande variedade de pássaros
são dispersores desta espécie. Dentre eles 30. Phthirusa rufa (Mat.) Eichl. (Lorantha-
destacam-se o Tachyphonus sp., " p i p i r a pre- ceae) ( F i g . 4 F t ) .
t a " , o Gymnostinops sp., " j a p ó " , e o Broto-
geris sp., " p e r i q u i t o " da campina. A nature- A . M. Macedo 33 (INPA 49176).
za do fruto e o fato de destacar-se facilmen-
te da semente, constitui uma razão adequa- B. Baga vermelho-escarlate, glabra, lisa, car-
da para este tipo de dispersão, que ocorre nosa, cálice persistente; 0,8-1,3 c m de
de duas formas: a) a substância lactífera, comprimento, 1,4-2,0 c m de diâmetro; pe-
que envolve a semente, adere ao bico do ricarpo vermelho-escarlate, glabro, liso;
agente dispersor, q u e , ao pousar e m peso fresco : 0,48-0,60 g , peso s e c o :
outro vegetal, aí esfrega o bico, deixando 0,24-0,30 g . Semente globosa, testa lisa,
a semente aderida ao seu caule; b) os fru- envolvida por uma substância resinosa
t o s são deglutidos pelos agentes e a se- amarelo-esverdeada; 0,4-1,0 c m de compri-
mente, que é protegida pela substância mento; peso fresco: 0,10-0,40 g , peso seco:
lactífera, assim permanece até a defeca- 0,05-0,20 g .

C . Tabela n.° 49

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,2 1,8 0,500 0,250 — 0,300 0,180 0.8

II 0,8 1,4 0,480 0,240 — 0,200 0,100 0,4

III 0,9 1.7 0,500 0,250 — 0,100 0,050 0,7

IV 1.0 1,5 0,480 0.240 — 0,200 0.100 0,5

V 1,3 2,0 0,600 0,300 — 0,400 0,200 1,0

X 1,0 1,6 0,512 0,256 — 0,240 0,126 0,7

D. Determinação quantitativa dos frutos dis- vação) , 9 7 % das sementes, e m 72 ho-


persos : Foi impossível obtermos esta de- ras, germinaram e m ambiente claro e
terminação, devido à ausência de frutos 7 8 % , e m ambiente escuro,
nos diferentes níveis de distância da copa b) Natural; Devido à falta de dados para
do suporte. determinação quantitativa dos frutos,
não f o i possível fazer este t e s t e .
E. Testes de Germinação :

a) Artificial: Após ficarem 24 horas e m F. Número de Plântulas : Apenas 5 plântulas


9
água corrente (com conseqüente obser- desta espécie foram encontradas: a 1 , a
?
5 metros da planta-mãe; a 2 , a 3 metros; mesma constituição morfológica do fruto e
a 3*, a 8 metros: a 4 ' , a 3 metros e a 5 . 9
da semente da Phthirusa micrantha, varian-
a 7 metros. do apenas na cor e no tamanho. Tem tam-
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Não conseguimos a bém o mesmo sistema d i s p e r s i v o . Estas
germinação e m laboratório, devido às de- informações foram dadas por pessoas idô-
formações apresentadas nos caracteres neas.
germinativos da semente o mesmo fenô-
meno ocorrido com a Phthirusa micrantha. 31. Protium heptaphyllum (Aubl.) March (Eur
H. Reiação Biótica : Na área principal de nos- seraceae) ( F i g . 4 F u ) .
so estudo, campina do k m 62, esta espécie
A . M. Macedo 8 (INPA 49232)
tem como hospedeiro específico a Ourates
spruceana. O mesmo f o i observado tam- B. Cápsula vermelho-vivo quando madura.
bém por Braga & Braga (1975). 1.0-1,3 cm de c o m p r i m e n t o , 2,0-2,7 c m de
I. Área de Estudo : Esta espécie não só ocor- diâmetro, variando de 2-4 sementes por
re na campina do k m 62, como também nas f r u t o ; algumas deiscentes mesmo na árvo-
campinas de terra preta do Cacau Pirera e re, outras caindo inteiras; pericarpo glabro,
do rio Cuieiras. vermelho-vivo, lustroso, aromático, resino-
J Dispersão : Como ocorre c o m a Phthirusa so; mesocarpo branco, com aroma resinífe-
micrantha, uma grande variedade de pás- ro, de 2-3 c m de espessura; peso fresco :
saros dispersam esta espécie. Dentre eles 1,1-2,3 g, peso seco: 0,50-1,1 g . Semente
com testa preta, superfície lustrosa; 0,9-1,2
destacam-se o Tachyphonus sp., " p i p i r a " ,
cm de c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0.10-0,70
o Gymnostinops sp., " j a p ó " , e Brotogens
g, peso seco: 0,25-0,40 g .
sp.. "periquito da c a m p i n a " . Apresenta a

C. Tabela n.° 50

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

de
Grupos Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1,1 2.2 2,3 1,00 2 0,50 0.025 1.1


0,50

II 1,3 2.2 2.3 1,10 1 0,30 0,15 1,2


0,30 0,15
0.30 0,15

III 1,0 2.0 1,1 0.50 0,10 0.05 0.9


0,10 0.05
0.10 0.05
0,10 0.05

IV 1.1 2.7 2.0 1.00 — 0,50 0.025 1.2


0,50 0.025

V 1,2 2.3 2,3 1,10 1 0,70 0,40 1.0


0,70 0,40

X 1.1 2,2 2,0 0,94 — 0,37 0,10 1.5


P
Total — — — 4 — — —
N Ï V E I S DE DISTÂNCIA DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial à
do caule à copa copa

I 2 8 3
Area central da Campina
II 5 4 30

III 8 21 27
Próximo à Campinarana
IV 18 28 26

V 23 25 37 Limite Campina — Campinarana

Total 56 86 123

E. Testes de Germinação : F. Número de Plântulas : 235 plâtulas desta


a) Artificial: A morfologia da semente espécie vegetal foram encontradas fre-
exigiu aplicação de três diferentes tes- qüentemente associadas c o m plântulas de
tes de germinação : Clusia aff. columnaris Engl., quando próxi-
1.°) 100 sementes foram submetidas à ma à campinarana, ou de Clusia cf. nemo-
germinação em ambiente claro e rosa G. F. W . Meyer, na região central da
escuro, num período de quinze dias, campina.
e, como resultado, apenas exuda- G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar.
ram resina ferrugínea; H. Relação Biótica : A espécie apresenta um
2.°) o mesmo número de sementes foi tipo de relação biótica harmônica, pois
escarificado em período e condi- quando a planta começa a exudar uma re-
ções idênticas ao do 1.° teste e não sina aromática, um coleóptero (Curculio-
germinaram, e o índice de exuda- nidae) faz a sua casa em vários locais do
ção da resina apresentada foi e n . caule e se alimenta desta resina. A for-
maiores proporções; miga Pseudomyrmex sp., " t a p i r a " , cobre a
3.°) as sementes submetidas às mes- casa construída pelo coleóptero c o m uma
mas condições dos testes anterio- substância arenosa e alimenta-se tanto do
res, durante 24 horas em água cor- pericarpo do fruto, que cai em pequenos
rente foram, agora, observadas du- fragmentos, como, também, dos frutos caí-
rante 90 d i a s . Os resultados da dos ao s o l o . Este material será um dos
germinação foram idênticos ao da componentes básicos da matéria orgânica
segunda experiência, isto é, não em decomposição. A o mesmo tempo, um
ocorreu germinação, somente o ín- terceiro agente foi observado, uma abelha,
dice de resina exudada f o i menor. Trígona sp., que se alimenta do arilo da se
b) Natural: Os frutos, em número apro- mente, ainda na árvore.
ximadamente de 100, contados sob a I. Área de E s t u d o : A l é m de t e r m o s encon-
copa do vegetal, foram observados trado esta espécie na campina do km 62.
periodicamente (semanal, quinzenal e encontramo-la nas outras campinas obser-
" mensalmente) em 2.160 horas conse- vadas, com variações apenas no tamanho
cutivas, sendo que 3 5 % das sementes dos indivíduos, notadamente, dos f r u t o s .
germinaram. Raramente encontramos este vegetal iso
lado, freqüentemente está associado a ou- 32. Psychotria barbiflora D C . (Rubiaceae)
tras espécies, tais como Pagamea duckei (Fig. 4 F v ) .
Standley, Glycoxylon inophyllum (Mart. ex A . M. Macedo 26 (INPA 49238)
M i q . ) Ducke e também com vegetais infe- B. Drupa roxa, arredondada, mais ou menos
riores como Liquens, Musgos e Pteridófi achatada nas extremidades; 0.3-0,7 de com-
tas. primento, 0,6-1,4 c m de diâmetro, variando
J . D i s p e r s ã o : Segundo informações obtidas de 1-2 sementes por f r u t o , bastante suco-
de pessoas idôneas, este fruto serve de sa; peso f r e s c o : 0,20-0.50 g , peso seco
alimento aos " t u c a n o s " pequenos, e, "ara- 0,10-0,40 g . Semente marrom-escura, tes-
ç a r i s " . Estes pássaros pertencem à famí- ta dura, estirada, 0,2-0,5 c m de comprimen-
lia Ramphastidae, gêneros Ramphastus sp. to; peso fresco: 0,10-0,20 g, peso seco:
e Pteroglossus sp., respectivamente. 0,05-1,0 g .

C. Tabela n.° 52

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 0,3 0.6 0,30 0,15 — 0,10 0,05 0.02


0,10 0,05

II 0,3 0,6 0,20 0,10 — 0,10 0,05 0,2


0,10 0,05

III 0.5 1,0 0,30 0.20 — 0.15 0,07 0,3


0,15

IV 0,4 0,8 0,40 0.20 — 0,15 0,08 0,2


0,15

V 0.7 1.4 0,50 0,40 — 0,20 0,10 0,5


0,20 0,10

X 0.4 0.8 0.34 0,27 — 0.14 0,07 0,2

D. Tabela n.° 53

N Í V E I S DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa

I 2 5 2
Próximo à Campinarana
II — 2 4

III 3 4 7

IV 1 3 8
Limite Campina — C a m p i n a r a n a
V . — 7 5

Total 6 21 26
E. Testes de Germinação : na área, foram capturados três pássaros:
a) Artificial: Após 96 horas, 9 2 % das se- o Tanagra sp., "sanhaçu pardo", o Tachy-
mentes apresentaram caracteres germi- phonus sp. "pipira p r e t a " , e o Cotinga sp.,
nativos e m ambiente claro e escuro. "anambé a z u l " . Examinamos suas fezes e
b) Natural: Em 1.560 horas (65 dias) de encontramos não só sementes desta espé-
observações, foram encontrados carac- cie como fragmentos da drupa e o suco
teres germinativos e m 9 5 % das semen- azul nodoso, que a caracteriza.
tes.
F. Número de Plântulas : Devido à época de 33. Sandemania hoehnei (Cogn.) Wurdack
frutificação, não nos f o i possível determi- (Melastomaceae) ( F i g . 4 Fx) .
nar o número de plântulas. A . M. Macedo 7 (INPA 49275)
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. B. Drupa marrom, pilosa, sucosa; 0,3-05 c m de
H . Relação Biótica : Esta espécie serve de comprimento, 0,5-0,8 c m de diâmetro; pe-
alimentação às formigas, que são atraídas ricarpo piloso, c o m estrias longitudinais,
pelas sustancias adocicadas. Foi notada marrons; mesocarpo sucoso, não aromáti-
freqüentemente a presença de Pseudomyr- co; peso fresco: 0,10-0,20 g , peso seco :
mex sp., " t a p i r a " . 0,05-0.10 g . Semente triangular, testa lisa,
I. Área de E s t u d o : Esta espécie f o i encon- brilhante, amarelo-castanho; 0,1-0,3 c m de
trada na campina do k m 62. c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,05-0,10 g,
J . D i s p e r s ã o : Durante nossas observações peso seco: 0.025-0,05 g .

C . Tabela n.° 54

F R U T O S MA DUROS S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco

I 0,4 0.7 0,10 0,05 0,06 0,030 0,2


II 0,5 0.8 0,20 0,10 — 0.10 0,050 03
III 0,3 0,5 0,10 0.05 — 0,05 0,025 0.1
IV 0.4 0,7 0,20 0,10 — 0,10 0,050 0.2
V 0,5 0,8 0,20 0.10 — 0,10 0,050 0,3
X 0,4 0,7 0,16 0.08 — 0,08 0,042 0,2

D. Tabela n.° 55

N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
E m torno Mediana Radial Radial à Fora da
Indiv. Observação
do caule à copa copa copa

I 5 17
II 2 22 fa 10
Área
III 13 12 21! 22
4 51 If) central
IV 17
7 da
- V
Campina

19 97 92 47
Figura 4. F. — Tipos de frutos, sementes e germinação das espécies ornitocóricas: m. M y r c i a servata: 1 — fru-
to. 2 — semente; n. Ouratea sprucear.a: 1 — fruto, 2 — semente; o. P a g a m e a duckel: 1 — fruto, 2 — semen-
te; p. Palicourea nitidella: 1 — fruto. 2 — semente; q. Palicourea s p . : 1 — fruto, 2 semente; r. Passiflora
faroana: 1 — fruto, 2 — semente; s. Phthirusa micrantha; t. Phthirusa rufa: 1 — fruto, 2 — semente; u. P r o -
lium heptaphyllum; v. Psychotria barbiflora: 1 — fruto, 2 — semente; x. Sandemania hoehnei: 1 — fruto,
2 — sementes.
E. Testes de Germinação : A observação das plantas que fazem parte
deste grupo, vem corroborar as afirmações
a) Artificial: Após 96 horas, em 9 4 % das destes autores: — Annona nítida e Talisia ce
sementes, apareceram os caracteres sarina são indeiscentes; a primeira t e m o me-
germinativos em ambiente claro e em socarpo adocicado e a segunda, o mesocarpo
7 0 % , em ambiente escuro. ácido, mas difícil de se destacar das sementes
b) Natural: Em 2.160 horas (90 d i a s ) , os
frutos em observação apresentaram um Estas características, aliadas à mensura-
total de 5 6 % de germinação. ção. peso (semente e fruto), determinação
quantitativa de frutos em níveis de distância
F. Número de Plântulas : O número de plân- da copa e posição do fruto no indivíduo, estão
tulas encontradas chegou a um total de intimamente ligadas a esta forma de disper-
7 7 % . sendo 15% sob a copa e 6 2 % num são.
raio de 2-8 metros da planta-mãe, ou seja
nas diversas ilhas, que estão localizadas A visita dos dispersores aos indivíduos ob-
na área central da campina, num total de servados se dá até as 6:30 horas e a partir das
35. 17:00 horas, conforme tivemos oportunidade
de constatar.
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar.
Estas espécies vegetais, quando não são
H . Relação Biótica : A espécie é visitada fre- dispersadas por estes agentes, como acontece
qüentemente por formigas, dentre estas na área central da campina, propagam-se pela
Pheidole sp. queda dos frutos ao solo. como acontece fre-
qüentemente com Talisia cesarina. Em Annona
I. Área de E s t u d o : Esta espécie ocorre em
nítida, os frutos são atacados por um coleóp-
todas as campinas observadas.
tero (Curculionidae) e pela formiga Pseudo-
myrmex sp.
J . Dispersão : É feita por pássaros de peque-
no porte, dentre eles o Tanagra sp.. "sa-
n h a ç u " , o Tachyphonus sp., " p i p i r a p r e t a " ,
e o Turdus sp. " s a b i á " .
34. Annona nítida Mart. (Annonaceae) (Fíg. 5
Ga).

6. GRUPO PRIMATOCÓRICO
A . M. Macedo 20 (INPA 49235)

Segundo Huber (1910), os macacos for-


mam um grupo de animais de grande impor- B. Esquízocarpo amarelo-avermelhado, cálice
tância como distribuidores de sementes de ár- persistente, variando de 10-36 sementes
vores tropicais e são os principais ou, talvez, por f r u t o : 1,90-4,00 c m de comprimento.
os exclusivos propagadores das plantas, cujos 3,0-8,0 cm de diâmetro; peso fresco: 4.0-8,0
frutos t ê m sementes cobertas de polpa doce g, peso seco: 2,0-5,0 g ; pericarpo amarelo-
dentro de um pericarpo não muito duro, mas avermelhado, mais ou menos rugoso, mu-
bastante resistentes para poderem ser apenas ricado, mesocarpo branco, fibroso, não aro-
aberto c o m certo esforço manual. mático, adocicado. Semente com testa
Ridley (1930) considera os macacos tam- marrom-acastanhada, lisa, brilhosa; carún
bém-como agentes dispersores, e comenta que cuia amarelada, sucosa no ápice; 0,9-1,00
os frutos preferidos por estes animais não são cm de c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,50-2,0
deiscentes. g, peso seco: 0.25-1,0 g.
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 4.00 8.0 8.0 5,0 — 2.0 1,00 1,00

II 4,00 7,5 6,0 4,0 2 2,0 1,00 1,00

III 1,90 4,0 4.0 2,0 1 1.0 0,50 1,00

IV 2,00 5,0 5,0 3,0 1 0,5 0,25 0,90

V 2,50 3,0 5,0 3,0 2 1,0 0,50 0,95

X 2,88 5.5 5,6 — 1,3 3,4 0,65 0.77

Total — — — — 6 — — —

D. Tabela n.° 57

NÍVEIS DE D I S T A N C I A S D A C O P A
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial
do caule à copa à copa

I 1 _
Próximo à Campinarana
II 1 — —
III 2 — — Limite Campina — C a m p i n a r a n a

IV — —
Próximo à Campinarana
V 1 — —

Total 5 — —

E. Testes de G e r m i n a ç ã o : Apenas as escarificadas apresentaram


um índice de germinação de 2 7 % , nas
a) Artificial: Utilizamos um total de 100 outras o índice f o i de 1 0 % .
sementes, das quais 50 foram escarifi-
b) Natural: Apenas 2 % dos frutos obser-
cadas. Para as outras 50, utilizamos o
vados sob a copa durante 2.160 horas,
método c o m u m . Todas as sementes,
apresentam poder germinativo.
em ambos os métodos, foram observa-
das num período de 360 horas (15 d i a s ) . F. Número de Plántulas : Apenas 5 plántulas
tanto e m ambiente claro como escuro. foram encontradas.
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. t e r i o r m e n t e para fazer parte da matéria
orgânica. Apenas 1 7 % destes frutos ger-
H . Relação Biótica : A s características do fru-
m i n a m . Em ambos os casos, aqueles frag-
to desta espécie apresentadas por Huber
mentos caídos ao solo e que não atingem
(1910) foram ideais na área de observa
a fase germinativa, passam a fazer parte
ção não só no que se refere à alimentação da matéria orgânica.
de larvas de Curculionidae, como também
da formiga Pseudomyrmex s p . Isto se ob- I. D i s p e r s ã o : Dentre os macacos disperso-
serva desde a época da floração desta es- res desta espécie, conseguimos identificar
pécie, em que é polinizada por este coleóp- o Saguineos sp., que freqüentemente visi-
t e r o . Este inseto, possivelmente, desova tava o indivíduo n.° III no horário de 6 às
em alguns frutos no início da maturação. 6:30 horas.

Encontramos três frutos danificados


por este coleóptero, que logo são decom- 35. Talisia cesarina (Benth.) Radlk. (Sapinda-
postos após o amadurecimento ainda na ceae) ( F i g . 5 ( G b ) .
árvore, caindo posteriormente ao solo. Já
A . M. Macedo 3 (INPA 48493)
Pseudomyrmex s p . constrói sua casa no
f r u t o , também na época do amadurecimen- B. Drupa oval a.marelo-creme, variando de 1-2
t o , e passa a se alimentar do pericarpo sementes; 0,9-1,30 c m de comprimento,
adocicado, que facilita o desprendimento 1,80-2,50 c m de diâmetro; pericarpo ama-
das sementes. 1 — Enquanto se processa relo-creme, espesso, glabro, rígido e semi-
este ataque, apenas a carúncula das se- rugoso; mesocarpo incolor, ácido, não aro-
mentes cai ao solo; 2 — Já nos outros in- mático, difícil de se destacar da semente;
divíduos, localizados na área central da peso frese ">: 2,0-4,0 g , peso seco: 1,00-3,2
campina, todos os frutos amadurecem e g . Semente amarela, testa dura, fibrosa,
permanecem na arvoreta até secarem (nu- 0,27-1,0 c m ; peso f r e s c o : 1,00-1,80 g, peso
ma produção mais reduzida), caindo pos- seco: 0,50-1,00 g .

C . Tabela n.° 58

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco

I 1.00 2,00 3,0 1,2 — 1,20 0,60 0,3


1,10 0,50 0,2

II 1,26 2,50 4,0 2,0 — 1,20 0,60 1,0


1,30 0,70

III 1,30 2,00 3,0 2,2 — 1,20 0.50 1,0


1,80 0.80

IV 1,20 2,50 4,0 2,0 — 1,80 1,00 1.0


1,30 0,60

.v 0,90 1,80 2.0 1,0 — 1,20 0,60 0.7


1,00 0,50

X 1,13 2,16 3,2 1,6 — 1,31 0.64 0,9


N Í V E I S D E D I S T A N C I A S DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno .Mediana Kadial Radial Fora da
do caule à copa à copa copa

I 3 2 2 1 Limite Campina — C a m p i n a r a n a

II 2 1 1 3 Próximo à Campinarana

III 5 3 5 6 Área central d a C a m p i n a

IV — 3 2 4 Próximo à Campinarana

V 4 6 6 5 Área central da Campina

Total 14 15 16 19

E. Testes de Germinação : 7. GRUPO QUIROPTEROCÓRICO

a) Artificial: Escarificamos 100 sementes Huber (1910), em suas observações, afir-


e, em 120 horas (5 d i a s ) , 8 5 % destas ma que os morcegos se encarregam da disse-
sementes apresentaram caracteres ger- minação não só das árvores frutíferas, como
minativos em ambiente claro e 7 2 % , também de outras espécies, cujo pericarpo
em ambiente escuro. não agrada ao paladar. Também observa que
estes animais são essencialmente aptos para
b) Natural: Após 2.160 horas (90 d i a s ) ,
distribuir as sementes ao longe, porque eles,
os frutos deixados sob a copa, em ob-
raras vezes, comem a fruta na própria ár-
servação, apresentaram características
vore, tendo o costume de levar até frutos pe-
germinativas em 3 7 % .
sados para uma outra árvore, provavelmente,
para comê-los longe dos competidores.
F. Número de Plântulas : Foram encontradas
36 plântulas. Ele classificou três categorias de plantas,
que são, particularmente, adaptados à disse-
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar. minação pelos morcegos: 1) A s plantas que
fornecem frutas drupáceas, principalmente as
H. Relação Biótica : Notamos a ocorrência de leguminosas dos gêneros Dipteryx e Andirá,
2 3 % de larvas de uma espécie indetermi- sendo este ú l t i m o chamado de " m o r c e g u e i r o " ;
nada de coleóptero. Também, a formiga outros gêneros que possuem espécies de ca-
Monomorium sp., que se alimenta do meso- roços duros, c o m o : Licania, Couepia, Parinari
carpo do fruto, visitou freqüentemente a (Chrysobalanaceae), Sacoglottis, Vantanea,
árvore. Humiria (Humiríaceae), Poraqueiba (Icacina-
c e a e ) , etc. 2) A s Sapotaceae e, possivelmen-
I. Área de E s t u d o : Observamos esta espé- te, as Annonaceae, que possuem pericarpo
cie apenas na área da campina do km 62. doce, mole e sementes relativamente grandes
muito escorregadiças, que facilmente se sepa-
J . D i s p e r s ã o : Annona nítida é dispersada ram da polpa e caem ao chão. 3) A este últi-
pelo macaco Saguineos sp., constatada mo grupo pertencem os frutos doces e moles,
através de sua visita à árvore no horário com sementes pequenas, que passam pelo
de 5:30 às 6:00 horas. tubo digestivo destes animais e são evacuados
com os excrementos, sem perderem a sua fa- B. Drupa alongada, verde-amarelada, 1,00-1,50
culdade germinativa. São estes principalmen- cm de comprimento, 0,8-1,0 c m de diâme-
te pertencentes às Moraceae, gêneros Cecro- t r o ; mesocarpo delgado, esbranquiçado,
pia, Ficus, Bagassa e, provavelmente, ainda consistência de massa, não aromático;
outros. peso fresco : 0,30-0,80 g, peso seco ;
0,10-0,40 g . Semente de testa rugosa, mar-
36. Humiria balsamifera St. H i l l . var. floribunda rom-acastanhada, estrias longitudinais;
(Mart.) Cuatr. (Humiriaceae) (Fig. 5 H a ) . 0,8-1,0 cm de c o m p r i m e n t o ; peso fresco:
A . M. Macedo 35 (INPA 49276) 0,13-0,35 g, peso seco: 0,10-0,17 g .

C . Tabela n.° 60

F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S

Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco

I 1,20 0,9 0,30 0,20 1 0,15 0,10 0,9

II 1,00 0,8 0,30 0,20 — 0,17 0,10 0,8

III 1,40 1,0 0,70 0,30 1 0,30 0,17 1,0

IV 1,50 1,0 0.80 0,40 — 0,35 0,15 1,0

V 1,00 0,8 0,30 0,10 — 0,13 0,10 0,9

X 1,22 0,9 0,48 0,24 — 0,22 0,12 0,9

Total — — 2 — — —

D. Tabela n.° 61

N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial F o r a da
do caule à copa à copa copa

I 4 7 152 — Limite Campina — Campinarana

II — 10 75 — Próximo à Campina

III 35 18 135 — Limite C a m p i n a — C a m p i n a r a n a

IV 11 42 83 — Próximo à C a m p i n a

V 3 18 101 — Limite C a m p i n a — Campinarana


m

Total 53 93 546 —
Pijl (1972) diz que a dispersão feita pelos
morcegos ocorre no período noturno. Ridley
(1930) afirma que estes animais são muito im-
portantes na dispersão de sementes, pois
voam longas distâncias.
Verificamos que Humiria baisamifera St.
Hil. var. floribunda (Mart.) Cuatr., está enqua-
drada na primeira categoria pela posição do
fruto, mensuração. peso. determinação quan-
titativa aos níveis de distância da copa, assim
como pela dispersão noturna de sementes a
H |
longas distâncias. Esta espécie ocorre em to-
das as campinas visitadas. Figura 5. G. Tipos de frutos e sementes das espé-
cies primatocóricas: a. Annona nitida: 1 — fruto,
2 — semente; b. Talisia cesarina: 1 — fruto. H .
E. Testes de Germinação:
Tipos de frutos e sementes da espécie quitonterocó-
a) Artificial: Das 100 sementes utiliza- rica: a. H u m i r i a balsamifera St. Hil. var. floribun-
das, num período de 160 horas (7 dias), da ( M a r t . ) Cuatr.: 1 — fruto, 2 — semente.
houve germinação apenas de 5 7 % tan-
to em ambiente claro como em am-
biente escuro. PLANTAS OUE NÃO FRUTIFICARAM DURANTE
b) Natural: Os f r u t o s , observados sob a O PERIODO DE NOSSO ESTUDO
copa (semanal, quinzenal e mensal- Como algumas espécies não frutificaram
mente), durante 720 horas (5 meses), durante o nosso trabalho de campo na campi-
germinaram. na do km 62, Manaus-Caracaraí (BR-174), Re-
F. Número de Plántulas: Foram encontradas serva Biológica INPA - SUFRAMA. utilizamos
20 plântulas. material herborizado, cuja morfologia do fruto
G. Tipo de Germinação: Fanerocotilar. e peso foram correlacionados com os possí-
H. Relação Biótica: Os fragmentos dos fru- veis dispersores.
tos, ao caírem, são imediatamente ataca- Várias das espécies estudadas já foram
dos por formigas, tais como Pheidole sp.. comentadas por alguns autores como Ducke
Monomorium sp. e Myrmicinae. (1949), que inclui no seu estudo Macrolobium
I. Área de Estudo: Esta espécie não só ocor- arenarium como uma espécie disseminada pe-
re na campina do km 62 como nas campi- lo vento, e Huber (1910), que aponta o grupo
nas de terra preta do Cacau Pirera, rio ornitocórico como o grande responsável pela
Cuieiras e campina do igarapé do Leão. dispersão de sementes da Amazónia.
J. Dispersão: Conseguimos observar a pre- Dentre as famílias citadas como dispersa-
sença de cinco morcegos, que se alimen- das por este grupo, ele destaca as Melastoma-
tavam dos frutos sob a copa do indivíduo ceae, Rubiaceae e outras. A s leacinaceae, co-
número I, constante da Tabela 65. A visi- mo cita aquele autor, constituem fonte alimen-
ta destes morcegos ocorre no período de tícia preferida por morcegos e, conseqüente-
19:30 horas às 22:00 horas. Entre estes mente, devem ser dispersadas por estes ani-
morcegos, existem aqueles que derrubam mais.
os frutos para posterior alimentação e Do material existente no herbário do
conseqüente dispersão. INPA, pudemos analisar a morfologia do fruto
Conseguimos capturai dois destes e peso seco. Após obtermos estes dados, pro-
morcegos, que foram identificados como curamos compará-los com a parte bibliográfi-
Artibeus lituratus. Através da autópsia, ca, relacionando-os com os possíveis disper-
encontramos duas sementes no estômago sores.
destes indivíduos, comprovando-se, então, Portanto, de acordo com o tipo de fruto
o sistema dispersivo desta espécie. e as indicações bibliográficas obtidas, estas
espécies estão classificadas nos seguintes 4 — Grupo Diszoocorico: — Gnetum panicu-
grupos: (Tabela 62). latum Spruce ex Benth. (Fig. 6 Id)

1 — Grupo Autocórico: — Mandevilla ulei K. 5 — Grupo Ornitocorico: — Duroia s p . (Fig.


Schum. (Fig. 6 l f ) . 6 lb), Manilkara surinamensis (Miq.) Du-
2 — Grupo A n e m o c ó r i c o : — Macrolobium bard (Fig. 6 Ig) e Miconia lepidota DC.
arenarium Ducke (Fig. 6 le). (Fig. 6 Ih).

3 — Grupo Barocórico: — Aldina heterophylla 6 — Grupo Ouiroptecorico: — Emmotum sp.


Spr. ex Benth. (Fig. 6 la). (Fig. 6 Ic).

TIPO DE PESO SECO DISPERSÃO N." D E


E S P É C I E S OBSERVAÇÃO
FRUTO (K) PROVÁVEL HERB.

Aldina heterophylla Spruce


ex. Benth. Drupa 3.2 Barocórica 6.282

Duroia sp Baga 2.0 Ornitocórica 14.525

E m m o t u m sp. Drupa 5.0 Quiropterocórica 47.907

Gnetum paniculatum Sprun»


ex. Benth. Estróbilo 3.5 Diszoocórica 40.265

M a c r o l o b i u m arenarium
Legume :Í.II Anemocórica 5.884
Ducke
Folículo 1.25 Autocórica 13 462 Fruto muito jovem
Mandevilla ulei K . Schum

Manilkara surinamensis
Drupa 1,0 Ornitocórica 17 558 Fruto muito jovem
(Miq.) Dubard
Miconia lepidota DC Drupa 0,21 Ornitocórica 3.648

Tabela n.° 6 2 . Dados referentes às plantas herborizadas não frutificadas durante o nosso trabalho
de campo, na campina do k m 62 — Manaus-Caracaraí (BR-174), Reserva Biológica do INPA-SUFRAMA

FRUTOS E SEMENTES ENCONTRADOS NA


CAMPINA DO Km 62. MANAUS-CARACARA! E S P É C I E S F A M Í L I A S
(BR-174), RESERVA BIOLÓGICA DO INPA-
SUFRAMA, C O M MARCAS DE ROEDORES
1 Couepia longipen- Chrysobalanaceae
dula Pilg.
Durante o nosso trabalho de campo en-
2 Couepia racemosa Chrysobalanaceae
contramos espécies de mata de terra f i r m e ,
Benth.
conforme demonstra a tabela n.° 63, nas ilhas
3 Eschweilera sp. Lecythidaceae
da campina do km 62, c o m danificações mar-
cantes de roedores. 4 Indeterminados Indeterminados

Os locais estratégicos e m que se encon- 5 Licania sp. Chrysobalanaceae

travam estes frutos tinham condições ótimas


para germinação destas espécies. O fato de
estes diásporos não apresentarem indícios Tabela n.° 6 3 . Espécies de mata de terra Ur
germinativos, durante nossos estudos, demons- me, cujos frutos e sementes foram encontra-
tram o alto índice de adaptabilidade das espé- dos na campina do km 62, (Reserva Biológica
cies da campina. do INPA-SUFRAMA) com marcas de roedores.
Figura 6. I . Tipos de frutos e sementes das plantas herborizadas: a. Aldina heterophylla: 1 — fruto; b . Du-
roia s p . : 1 « - fruto; c. E m m o t u m s p . : 1 — fruto; d. Gnetum paniculatum: 1 — sementé; e. M a c r o l o b i u m
arcnarium: 1 — fruto, 2 — sementé; f. Mandevilla ulei: 1 — fruto; g. M a n i l k a r a surinamensls: 1 — fruto;
h. Miconia lepidota: 1 — fruto.
ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para que chegássemos a uma conclusão dos fatores c l i m á t i c o s , tais como temperatu-
a respeito da dispersão de plantas lenhosas ra, sombra e umidade. A s s i m , pudemos verifi-
de uma campina amazônica, passamos por car que na área central da campina há predo-
duas grandes etapas: em primeiro lugar, reali- minância de indivíduos raquíticos e frutos pe-
zamos a leitura da bibliografia disponível e, quenos. Já no limite campina-campinarana e
em segundo, fizemos observações diretas e próximo à campinarana, os indivíduos apresen-
indiretas, que nos possibilitaram tirar novas tam-se mais viçosos e os frutos são maiores.
conclusões.
As observações relativas à germinação
Desta segunda etapa, vários foram os re- das espécies (Tabela 65), tanto em testes arti-
s u l t a d o s . A análise da forma do fruto, da cor ficiais como naturais evidenciam que há dife-
(predominando sempre os tons vermelhos), rença entre os dois t e s t e s . Annona nítida, por
da consistência (geralmente sucosa), do sabor exemplo, em condições artificiais, gastou 360
(adocicado) e do peso fresco (reduzido em al- horas para a germinação inicial quer em am-
guns casos: 0,03 g em Mikania roraimensis, biente claro como escuro, com um poder ger-
ou mais elevado em outros: 24,2 g em Swartzia minativo de 2 7 % e enquanto em condições na-
dolicopoda), nos indicou os possíveis disperso- turais, o poder germinativo foi de 2 % , apóf
r e s . Estes indícios dos dispersores foram, 2160 horas. Estes resultados também desta-
muitas vezes, verificados com a identificação cam o tipo de germinação mais freqüente.
do animal, quer pela observação ou quer pela
No tocante à relação biótica, observamos
sua captura para estudo de fezes, nos pássa-
vários aspectos. Como ilustração, podemos
ros, e autópsia, no caso de morcego.
citar o fato de que as formigas aceleram a de-
Da determinação quantitativa dos frutos, composição da biomassa para manter o equi-
em diferentes níveis de distância da copa. líbrio ecológico [Pheidole sp. em Eugenia
adveio a análise dos frutos sob e fora da copa. sp.); um Curculíonidae poliniza Annona nítida
No primeiro caso, isto é, sob a copa, verifica- e em seus frutos deposita ovos para desen-
mos: o número de frutos: a ação do disper- volver seu ciclo evolutivo. Por outro lado, a
sor, ao deixar marcas para sua possível iden- abelha Trígona sp., ao alimentar-se do arilo da
tificação; a ação dos insetos, ao acelerar o semente de Protium heptaphyllum, facilita a
processo de decomposição da biomassa; e as sua germinação.
condições ótimas de germinação de sementes O estudo comparativo das várias áreas,
em relação à sombra e umidade. Pudemos, tendo por base a campina do km 62, compro-
também, prever, pelo número de plântulas, a vou o sistema dispersivo existente nas cam-
dominância de determinados indivíduos e a pinas; a germinação por sementes opõe-se à
conseqüente continuidade da espécie na área regeneração por brotamento vegetativo, alter-
(por ex. Glycoxylon inophyllum com 471 plân- nativa colocada por Anderson eí aí. (1975), e
tulas). aos aspectos coloniais citados por Braga &
Fora da copa, todas as observações des- Braga (1975). A l é m disso, o estudo veio com-
critas acima foram possíveis, com exceção da provar a transição da vegetação destas cam-
germinação, principalmente na área central da pinas.
campina, em virtude da falta de umidade e As espécies da campina do km 62 são,
sombra* na maioria ornitocórícas, conforme se pode
Na análise dos locais de observação (do ver na tabela 64 e gráfico 1 . Isto porque, das
fruto), consideramos muito importante a ação 42 espécies estabelecidas não só na área prin-
cipal de estudo mas também nas outras, 22 pina. Dentre elas, a mais importante é a
são comprovadamente pertencentes a este Sandemania hoehnei com tendência não asso-
grupo, além de mais 3, possivelmente assim ciativa, conforme observações de Braga & Bra-
dispersas, segundo conclusão a que chegamos ga (1975) na campina do km 62. Apresenta o
pelo estudo da morfologia dos frutos de mate- mesmo comportamento não associativo nas
rial herborizado. outras campinas.
As espécies ornitocóricas mais represen- Já Matayba opaca, Ouratea spruceana,
tativas, em número de indivíduos, na área prin- Conomorpha cf. grandiflora, também respon-
cipal de estudo são: Sandemania hoehnei, Ma- sáveis pelo povoamento, apresentam tendên-
tayba opaca, Ouratea spruceana, Eugenia sp. e cia associativa, com variações de germinação,
Glycoxylon inophyllum. número de plântulas e número de espécies de-
Os grupos anemocórico, autocórico, baro- pendentes do poder dispersivo destas espé-
córico, diszoocórico, primatocórico e quiropte- cies.
córico são representados por um número me- Ainda, responsáveis pelo povoamento da
nor de espécies, demonstrando, assim, que a campina e x i s t e m , entre outras, Annona nítida
ação dispersiva do vento e dos outros animais, e a Talisia cesarina, que mostram o grau de
que freqüentam ou habitam aquela área, é transição desta vegetação. Elas ocorrem, em
menor. sua maioria, próxima à campinarana, já circun-
A s outras campinas estudadas apresen- dada pela mata de terra f i r m e .
tam aspectos gerais diferentes, mas o mesmo As espécies características da campina,
sistema dispersivo. Na campina do igarapé do como Glycoxylon inophyllum e Clusia cf. ne-
Leão, km 30, Manaus-Caracaraí (BR-174), já morosa, são encontradas também na campina-
quase toda devastada, apesar de ter sido utili- rana e na mata de terra f i r m e , as quais de-
zada por Takeuchi (1960) e Aubréville (1961) monstram a transição destas espécies através
em seus estudos, há pouca ação dispersiva da dispersão.
pelo baixo podei de frutificação e número re- Diferentemente, espécies da mata de ter-
duzido de indivíduos. Na campina de terra pre- ra f i r m e não são normalmente, encontradas na
ta do Cacau Pirera, com maior incidência de campina. A s s i m , diásporos, comprovadamen-
frutificação e, conseqüentemente, maior núme- t e , de espécies da mata de terra f i r m e , como
ro de indivíduos, há maior poder dispersivo. Couepia longipendula Pilg., Couepia racemosa
Benth, Licania sp. e indeterminados, foram,
A campina do rio Cuieiras, por sua vez,
ocasionalmente, encontrados na campina do
tem condições menores de dispersão que as
km 62, apresentando marcas de roedores, sem
campinas do km 62 e do Cacau Pirera.
sinal algum de germinação. Este contraste
Várias espécies são responsáveis pelo es- vem demonstrar, portanto, a grande adaptabi-
tabelecimento inicial do povoamento da cam- lidade das espécies da campina.
Annona nitida
+ A n i h u r i u m sp.
+
B o r r e r i a capitata var. tenella
+ Clusia aff. columnaris

+ Clusia cf. nemorosa


C.odonanthe sp.
+ Codonanthopsis aggregata
+
+ C o n o m o r p h a cf. grandiflora
Doliocarpus spraguei
+
Erythroxylum sp.
+
Eugenia sp.

+ Eugenia patrisii
+ Glycoxylon inophyllum

+ Heteropterys aff. acutifolia


Hirtella racemosa L a m . var. r a c e m o s a

+ Huiniria balsamifera St. Hil. var. floribunda


lVIabea occidentalis

+ M a t a y b a opaca
+ Mikania roraimensis
M o u r i r i nervosa
+ Myrcia servata
+ O r m o s i a costulata
O u r a t e a spruceana
+ + Pagamea duckei
+ Palicourea nitidella
+ Palicourea sp.
+ Passiflora faroana
+ Phthirusa rufa
+ Plithirusa micrantha
+
Protium heptaphyllum
+
Psychotria barbiflora
-r
Qualea retusa
Sandemania hoehnei
+ Swartzia dolicopoda
Tabernaemontana rupicola
+
+ Talisia cesariana
Vernonia grísea

Tabela n.° 64. Diferentes tipos de Dispersão de Plantas da Campina do km 62. Manaus-Caraca
raí (BR-174) — Reserva Biológica — INPA.
GRÁFICO 1

FREQÜÊNCIA DE

TIPOS DE DISPERSÃO

1 ORNITOCÓRICA
t-'
2 ANEMOCÓRICA

3 AUTOCÔRICA

4 BAROCÓRICA

lis*!i- -í-íKí•>;;•:] 5 PRIMATOCÓRICA

6 DISZOOCÓRICA

7 QUIROPTEROCORICA
Neste estudo tratamos da área, espécies
vegetais e animais, assim como do meio am-
biente e fatores envolvidos no fenômeno da
dispersão.

O sistema dispersivo, apresentando seme-


lhanças e variações de uma campina para ou-
tra, t e m grande significância para a evolução
dessas vegetações. O diásporo, que é trazido
de outra área, não se adapta às novas condi-
ções mesológicas.

Conforme foi verificado, as campinas são


distantes umas das outras, mas o sistema dis-
persivo é idêntico em todas e está relaciona-
do com o vento ou com animais, que procuram
na campina alimentação ou refugie. Estes ani-
mais são, em sua maioria, pássaros, que cons-
tituem, como já citamos, os maiores disper-
s o r e s . Na área estudada, conseqüentemente,
estes animais são de vários portes, podendo
voar a diferentes distâncias, o que pode per-
mitir, por certo, a dispersão de espécies vege-
tais de uma campina para outra.

Esta dispersão pode ser ocasional, quan-


do o pássaro leva a semente mecanicamente
(bico, penas ou pés) ou endozoocoricamente.

Pelos resultados aqui obtidos neste ecos-


sistema, admitimos que este mesmo tipo de
estudo possa se estender a outros tipos de
vegetação dos trópicos, principalmente, ama-
zônicos.
SUMMARY

In Amazonia, the dispersal of diasporos


of species is of great interest, as it gives an
explanation for the occurence and propagation
of various species in the different phytogeo-
graphic areas. Therefore, w e made a special
study of the seed dispersed phanarogamic
plants of an amazonian campiña.

On the campiña at km 62 of the Manaus-


-Caracarai Road (BR-174), Reserva Biológica
do INPA, kinds of dispersal were found: Ane-
mochory, Autochory, Barochory, Diszoochory,
Ornithochory, Primatochory and Chiroptero-
chory.

These dispersal types were established


through field observations, taxanomic de-
scription of fruits, weighing and measuring
both dry and fresh fruits, a quantitative study
of the fruits at different levels of the tree,
germination tests both in the field and in the
laboratory, type of germination, number of
seedlings and the relation between the biota
and the study area.

It became clear by comparing the princi-


pal study area (km 62) w i t h other campiñas,
both in the initial and subsequent stages of
establishment, that the distribution of the
plants of these amazonian campiñas is effected
by seed dispersal and not by vegetative
means.

Campinas have effective dispersal mecha-


nisms because, although the campiñas of
Amazonia are isolated islands of vegetation,
the same species occur in each campiña. This
distribution pattern is also closely related t o
the kinds of animals w h i c h live in these
ecosystems.
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A R T I F I C I A L N A T U R A L

Germinação P o d e r Germi-
E S P É C I E inicial ( h s ) nativo ( % ) Germinaçãc Poder Tipo Observação
Inicial Germinativo de

Claro Escuro Claro Escuro (hs) (%) Germinação

Annona nítida 360 360 27 27 2.160 2 Fanerocotilar

Anthurium sp. 36 36 97 97 0 0 Criptocotilar 0 = Condições desfavoráveis

B o r r e r i a capitata v a r . tenclla 96 96 98 98 0 0 Fanerocotilar 0 = IDEM

Clusia aff. columnaris 72 72 96 92 2.184 92 Fanerocotilar —•

Clusia cf. nemorosa 72 72 98 96 2.160 95 Fanerocotilar —


Codonanthe sp. 96 96 95 95 0 0 Criptocotilar 0 = Condições desfavoráveis

Codonanthopsis aggregata 96 96 92 92 0 0 Criptocotilar 0 = IDEM

Conomorplia cf. grandiflora 96 96 91 73 0 0 Fanerocotilar 0 = Ultima coleta

Doliocarpus spra;vuei* 72 72 87 86 0 0 Fanerocotilar 0 = Condições desfavoráveis

E r y t h r o x y l u m sp. 96 98 75 45 2.420 15 Fanerocotilar —

Eugenia sp. 48 48 77 77 2.420 25 Criptocotilar —


Eugenia patrisii 84 84 87 87 2.880 26 Criptocotilar —

G'yc'-'.v'.fi r v \i:_-'.v:n\ 48 48 98 97 840 95 Criptocotilar —

H e t e r o p t e r i s aff. acuíifolia 96 96 77 77 0 0 Criptocotilar 0 = Ausência de s e m e n t e s


níveis c o p a d o s u p o r t e

Hirtelia racemosa L a m . var. racemosa 144 144 75 72 2.ISO 15 Cri^tocoi^iRr —


Humiria balsamifera st. H i l . var. floribunda 168 163 57 57 3.609 29 —
Alabea occidentalis 06 96 63 63 0 0 Criptocotilar 0 -- D e c o r r e n t e tipo
dispersão

Matayba opaca 98 9S 85 75 840 23 Criptocotilar —


Mikania roraimensis 72 72 61 55 0 0 Indeterminado 0 = Ausência de s e m e n t e s
níveis c o p a do s u p o r t e

Mouriri nervosa 96 96 88 67 0 0 Fanerocotilar 0 = Penúltima a


frutificar

Myrcia servaía 72 72 85 82 81:0 47 Fanerocotilar —

Ormosia ccsíalaía 96 93 70 70 5.040 20 Fanerocotilar —

Ouratea spruceana 120 120 81 78 0 0 Fanerocotilar —


Pagamea duckei 72 72 91 87 1.030 61 Fanerocotilar —
P a l i c o u r e a niíitlella 120 120 87 77 1.440 27 Fanerocotilar —
Palicourea sp. 132 132 85 74 1.632 24 Fanerocotilar —

Passiflora fsroaaa 72 72 98 96 0 0 Fanerocotilar 0 = Penúltima a frutificar

Phíhirusa rufa 72 72 97 78 0 0 Indeterminado 0 = Ausência de frutos ní-


veis c o p a d o suporte

Phthirusa micraníha 72 72 98 72 0 0 Indeterminado 0 = IDEM

Protium heptaphyllum 0 0 0 0 720 35 Fanerocotilar 0 = D e v i d o resina exudada

Psychotria barbiflora 96 96 92 92 1.560 25 Fanerocotilar —


Qualea retusa 96 96 81 76 0 0 Indeterminado 0 = Ausência de s e m e n t e s

Sandemania hoehnei 96 96 94 70 2.160 56 Fanerocotilar —

Swartzia d o i i c o p o d a 120 120 90 72 720 27 Criptocotilar —

Tabernaemontana rupicola 72 72 95 95 0 0 Fanerocotilar 0 = U m a das ú l t i m a s


coletas

Talisia Cesarina 120 120 85 72 2.160 37 Criptocotilar —


Vernonia grisea 48 48 70 30 0 0 Indeterminado 0 = Condições desfavoráveis

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