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INSTITUTO N A C I O N A L DE P E S Q U I S A S D A A M A Z Ô N I A ( I N P A )
Dispersão de
plantas lenhosas de
uma Campina Amazônica.
Miramy Macedo
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
Bolsista do CNPq.
Manaus - Amazonas
19 77
MACEDO, Miramy
CDD 582.1509811
CDU 582.4(811)
Introdução 5
Agradecimentos 5
Material e métodos 6
7
Área de estudo
Grupo anemocórico 8
1 4
Grupo autocórico
1
Grupo barocórico 8
Grupo diszoocórico 21
Grupo ornitocórico 24
Grupo primatocórico 55
Grupo quiropterocórico 58
Conclusão 67
Summary 68
Bibliografia citada 69
INTRODUÇÃO
Os pesos dos frutos foram obtidos em ba- Para identificação dos agentes disperso-
res, foram feitas :
lança analítica " R e c o r d " , escala 5mg a 22g.
Foram feitas pesagens de frutos e sementes,
a — OBSERVAÇÕES DIRETAS
após a mensuração de comprimento e diâme-
tro do fruto, tamanho da semente e do mate-
— Utilização de redes para captura de
rial desidratado em estufa modelo Matheson
pássaros e morcegos.
Scientific a 105° C no período mínimo de 2 —
4 dias, dependendo da estrutura do fruto. — Etologia dos pássaros.
C. Tabela n.° 1
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
OBS. : O peso fresco e seco dos semenfes é referente à X dos inúm;ras sementes que existem por fruto.
NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
de
E m torno M e d i a n a Radia) Radial Fora da Locais de
Individuos
do caule à copa à copa copa Observação
Limite Campina —
I 7 22 12 17 Campinarana
II - 18 25 37
Limite C a m p i n a —
Campinarana
Limite C a m p i n a —
III 5 9 31 45 Campinarana
Limite Campina —
IV 2 11 15 67 Campinarana
Limite Campina —
V 1 8 7 22 Campinarana
Total 15 68 90 188
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp,
Indiv.
Atacados (cm)
comp. di am. fresco seco fresco seco
D. Determinação quantitativa dos frutos dis- I. Área de Estudo : Esta espécie não foi en-
persos — Esta determinação não foi possí- contrada nas outras campinas estudadas.
vel fazer, devido à ausência de frutos nas
árvores observadas. J. D i s p e r s ã o : A posição do f r u t o , além de
suas características morfológicas, é um fa-
E. Testes de Germinação : tor importante para se determinar a disper-
são com a presença de vento. Esta dispor
a) Artificial: Utilizamos 100 sementes e, são freqüentemente ocorre pela manhã até
num período de 96 horas (4 d i a s ) , hou- às 7,30 horas ou à ta^de, depois das 17,00
ve germinação de 7 7 % das mesmas, horas, ou ainda quando chove, ocasião em
tanto e m ambiente claro como escuro. que, normalmente, o vento é mais dinâ-
mico.
b) Natural: Devido à ausência de semen-
tes nos níveis diferentes de distância
da copa dos grandes indivíduos obser- 3 Mikania roraimensis Robinson (Composi-
vados, não nos foi possível fazer este tae) ( F i g . 1 . A c )
teste.
A. — M. Macedo 53 (INPA 50.035)
F. Número de Plántulas : Não foram encontra- B. — Aquênio branco, piloso com papus
das plántulas. no ápice; 0,2-0,5 c m de comprimento,
0.10-0,30 c m de diâmetro; peso fres
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotila* co: 0.02-0.04 g . peso seco: 0.01-0.02
r
g. Semente alongada. ma rom-escu
H. faelação Biótica : Freqüentemente, encon- ra, gelatinosa de 0.1-0,3 c m de com-
tramos esta espécie sendo visitada pela primento; peso f r e s c o : 0.0I-0.02,
formiga Cephalote s p . peso seco: 0,005-0,01 g .
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp,
Indir.
Atacados (cm)
comp. djam. fresco seco fresco seco
1
D. Determinação quantitativa dos frutos dis- H . Relação Biótica : Esta espécie é freqüen-
persos : A quantidade de frutos dispersos temente visitada pela formiga Cephalote
não nos f o i possível determinar, pois, logo sp.
que o aquênio amadurece, é dispersado. I. Área de Estudo : Esta espécie só f o i en-
contrada e m nossa principal área de es-
E. Testes de Germinação : tudo.
b) Natural: Não nos f o i possível fazer 4. Borreria capitata var. tenella (H.B.K.)
este teste, por não conseguirmos de- Steyerm. (Rubiaceae) ( F i g . 1 Ad.)
terminar a quantidade de frutos disper-
sos. A . M. Macedo 6 (INPA 48497).
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. j (li.1111 fresco seco fresco seco
D. Determinação quantitativa dos frutos dis- I. Área de Estudo : Sendo uma das plantas
persos : Esta determinação não foi possí- características de campina, ela foi encon-
vel devido à localização da espécie e tipo trada e m todas as campinas, mesmo nas
de dispersão. utilizadas c c m o áreas comprobatórias de
nosso estudo.
E. Teste de Germinação :
J. D i s p e r s ã o : É feita c o m a maturação da
a) Artificial: — Com a escarificação dor.
cápsula, pela ação do v e n t o . Isto conse-
sementes, após u m período de 96 horas
guimos comprovar não só no campo como
(4 d i a s ) , elas apresentaram um poder
experimentalmente c o m o uso de ventila-
germinativo de 9 8 % tanto e m ambiente
dor; 100 sementes foram colocadas e m
ciato como escuro.
uma placa de Petri e m frente a u m ventila-
b) Natural: Devido à ocorrência desta es dor, e m 30 segundos. Tais sementes fo-
pécie e m lugares áridos da campina ram levadas de 5 a 7 metros de distância
(faixas de a r e i a ) , onde o substrato é do aparelho.
constituído unicamente de areia branca,
não conseguimos frutos para este tipo
de t e s t e . 5. Vernonia grisea Baker (Compositae) (Fig
1 Ac.)
F. Observações : Foram encontradas 37 plân
tuias distantes de 6-11 metros da planta- A . M. Macedo 27 (INPA 29236)
c
mãe n. 1 ; 8-11 metros da planta-mãe n.° 2;
6-7 metros da planta-mãe n.° 3; 3-9 metros B. Aquênio amarelo-claro, piloso com papus no
da planta-mãe n.° 4 ; e 5-6 metros da planta- ápice; de 0.7-1,0 c m de comprimento por
1
mãe n: 5. 0,3-0,6 c m de diâmetro; peso fresco :
0,07-0,1 g , peso seco: 0.03-0,08 g . Semente
G. Tipo de Germinação : Fanerocotílar.
alongada, branca, gelatinosa, 0,3-05 c m do
H. Relação Biótica : Não conseguimos obser- c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,02-0,07 g,
var inseto algum neste tipo de relação. peso seco: 0,01-0,03 g .
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
(«rupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( e ) Peso ( e )
Frutos Comp
Indiv.
Macados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
E. Teste de G e r m i n a ç ã o :
2. GRUPO AUTOCÓRICO
a) Artificial: 100 sementes foram coloca-
das em água corrente num período de Segundo Ducke (1949), no gênero Hevea
24 horas e apresentaram características da família Euphorbiaceae, os frutos madures
germinativas após 48 horas, sendo 7 0 % rebentam-se na maioria das espécies, sendo as
em ambiente claro e 2 0 % e m ambiente sementes lançadas à boa distância das respec-
escuro. tivas árvores. Dá-se neste caso o que Ridluy
11930) classificou de dispersão mecânica o u ,
b) Natural: A observação semanal, quin-
segundo Ducke, "explosão de f r u t o s " .
zenal e mensal deste conjunto de frutos
no período de 45 dias não apresentou Pijl (1972) chama de autocórica a disper-
germinação. são de plantas feitas por elas mesmas, dividin-
do-a e m : (a) Balística ativa — por tensão imó-
F. Número de Plãntulas : Apenas foram en- vel dos tecidos higroscópicos ou por tensão
contradas 8 plãntulas. existente nos tecidos; (b) Balística passiva —
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Não foi possível de- pelo movimento das sementes; (c) Rasteja-
terminar, visto que as sementes encontra- mento de Diásporo.
vam-se e m decomposição, sofrendo prová- Verificamos este tipo de dispersão e m duas
vel ataque de fungos. espécies: Mabea oceidentalis e Tabernaemon-
tana rupicola. Primeiramente, ocorre a disper-
H. Relação Biótica : Freqüentemente observa-
são balística ativa c o m tensão nos tecidos e
mos a formiga Cephalote s p . e m constante
turgor do fruto, secundariamente, as sementes
circulação no caule desta espécie, assim
são transportadas por animais.
como em Mikania roraimensis.
A dispersão autocórica está ligada às ca-
I Área de Estudo : Vernonia grisea foi en- racterísticas morfológicas do f r u t o , tamanho,
contrada na campina do igarapé do Leão — peso, determinação quantitativa de sementes
km 30 — • Manaus-Caracaraí (BR-174) c o m dispersas a diferentes níveis de distância da
o mesmo comportamento dispersivo da- copa, posição dos frutos e distribuição destes
quele da campina do km 6 2 . vegetais na área analisada.
6 Mabea occidentalis Benth. (Euphorbiaceae) do, latescente, leite branco; peso fresco:
(Fig. 1 Ba.). 0,90- 1,50g peso seco: 0 , 5 - 1 , 0 g . Semente
A . M. Macedo 23 (INPA 49181). em geral 3 por f r u t o , testa glabra, lisa, ca-
B. Capsula t r i c o c a , rôseo-arroxeada, glabrn, rúncula castanho claro, freqüentemente,
estigma persistente mesmo no fruto ma- acompanhando a forma do fruto; 0.6-1,0
duro; 0,8-1,2 c m de comprimento, 1,6-2,4 cm de c o m p r i m e n t o ; peso fresco: 0,1 - 0,3g,
cm de diâmetro; pericarpo rôseo-arroxea- peso seco: 0,05 - 0,25g.
C. Tabela n.° 7
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
O
II 0,8 1,6 0,9 0,5 1 0,10 0,05 0.7
0,20 0,10 fruto foi
0,10 0,05
danificado
Gnamptogenys
IV 0,8 1.6 1.0 0,5 — 0,20 0.10 0,6
0,30 0,15 sp.
0,20 0,10
Total — — — — 1 — —
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 9
I 2
Próximo à
n — — — 4 Campinarana
m — —4 - 3
IV — 6 10 Á r e a Central
V _ 0 — —- da
Campina
TOTAL 0 — 8 17
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso < g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I 17 12 19 7 P r ó x i m o à Campina
Próximo à parte
II 11 28 52 5 central da Campina
Limite C a m p i n a —
III 18 42 76 3 Campinarana
Parte mediana da
rv 26 52 86 4
Campina
V 29 82 91 2 Próximo à Campinarana
C. Tabela n.° 12
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 13
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial da
Fora da Copa
do caule à copa copa
I 2 12 15 31
II 7 27 32 57
III 3 17 22 75
IV 5 15 13 35
V 9 13 17 67
TOTAL 26 84 99 265
C. Tabela n.° 14
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g ) Observação
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
Total — — — — 7 — — —
D. Tabela n.° 15
N Í V E I S D E DISTANCIAS D A COPA
Grupos
Observação
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Fora da Radial Locais de
do caule à copa copa à copa
I 3 — — —
Parte central da Campina
II —
1 1 —
III — — 1 —
IV 1 — 1 — Próximo à Campinarana
m
V 3 1 — — Parte central d a C a m p i n a
X 8 2 2 —
E. Testes de G e r m i n a ç ã o :
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar.
Este fato foi comentado por Ridiey (1930), No local estudado foram encontrados onze
ressalta a importância da cor do fruto, das brác- ninhos de pássaros, sendo: três de Tanagra sp.,
teas, sementes e pedicelos (vermeihos, amare- " s a n h a ç u " , construído com Cladonia sp. (Lí-
les, róseos ou negros etc.) assim como do arilo quen) e Paepalanthus sp. (Eriocaulaceae), e
e arilóide, na dispersão das espécies. um de Ramphocelus sp., " p i p i r a de papo ver-
Os pássaros maiores, como, por exempio, m e l h o " , construído como os demais, com os
papagaios, tucanos e outros, comem drupas de dois materiais acima referidos, nele contendo
tamanho médio, como o " a ç a í " , porém, logo re- dois o v o s . Todos os quatro ninhos foram cons-
gurgitam os caroços, processando-se, a s s i m , a truídos sobre Eugenia sp. (Myrtaceae) . Três
disseminação da espécie. ninhos de Tachyphonus melaleucus, "pipira pre-
t a " , foram encontrados: dois construídos com
Snethlage (1910) afirma que quase todas as
Cladonia sp., um com Psychotria barbiflora, to-
nessas aves campestres são espécies de ampla
dos sobre indivíduos de Matayba opaca. Ou-
distribuição, seja no próprio Amazonas, no Bra-
tros três ninhos encontrados eram de Rhycho-
sil ou 3inda nos países vizinhos, embora ocor-
cyclus sp.. "bem-te-vi v e r d e " , feitos c o m Cia-
ram em diferentes habitats.
donio sp. e Paepalantlius sp.; o último ninho era
Rídley (1930), na sua lista de famílias de de Legatus sp., "bem-te-vi pequeno", feito de
pássaros dispersores, cita algumas famílias que líquen, sobre indivíduos de Conomorpha cf.
figuram em nossa área de estudo como Ram- granüillora (Myrsinaceae) . Este último ninho
phastidae, Cotingidae e outras. O autor se continha ainda um ovo de pequeno pássaro.
refere também à coleta de material que os
pássaros fazem para construir seus ninhos, É evidente que certas espécies de pássa-
carregando pequenos ramos de ervas ou subar- ros têm hábitos alimentares diversos e conse-
bustos, inflorescencias de Gramíneas ou de qüentemente não se aumentam apenas do fru-
outras plantas com sementes para local por t o de uma mesma espécie, dependendo, assim,
eles selecionados ou, ainda, carregam semen- sua alimentação da época de frutificação e ma-
turação. Aümentam-se do fruto de uma espé- sementes de Eugenia sp.; também Tachyphonus
cie e depois voltam para outras, quando aquela sp., "pipira p r e t a " , e Coereba sp., "tem-tem do
primeira deixou de f r u t i f i c a r . A s s i m , os frutos Espírito Santo", encontramos no intestino al-
de uma planta podem servir de alimento à di- gumas sementes de Myrcia servata. Já o Pte-
ferentes espécies de pássaros como acontece roglossus sp., " a r a ç a r i " , engole o fruto e re-
com Matayba opaca, que é fonte de alimento à gurgita a semente após destacar o pericarpo e
diferentes espécies, entre elas: Ramphastos mesocarpo.
sp., " t u c a n o " , Tachyphonus sp., " p i p i r a " , Tana- Em Clusia columnaris e Clusia cf. nemoro-
gra palmarum, " s a n h a ç u " , e Querula sp., sa, o fruto é uma cápsula deiscente, ainda na
"anambé". árvore, os pássaros que delas se alimentam
A visita dos pássaros às espécies citadas Gymnostinops sp., " j a p ó " , e Brotogeris sp.,
dá-se freqüentemente no horário em que a tem- "piriquíto da campina") transportam as semen-
peratura é pouco elevada, na parte da manhã tes à grande distância. Estas sementes pos-
(5:30 — 8:00 horas), ou quando ela começa a suem uma substância pegajosa, como as de
declinar, a partir das 16:30 horas (26-32°C) o u , Phthirusa micrantha e Phthirusa rufa, excelen-
ainda, após uma pequena chuva, que quase dia- te estratégia para serem levadas pelos seus
riamente cai naquele l o c a l . Fazem exceção a agentes c o m o : Tachyphonus sp., " p i p i r a " , e
este horário apenas quando visitam Myrcia ser- Brotogeris sp., "piriquíto da campina", que as
vata, no l i m i t e campina - campinarana, por es- ievam à grande distância.
tar esta situada em local de passagem dos pás- Estes fatos levaram-nos a concluir que o
saros. Individualmente, os pássaros t a m b é m tamanho, peso, determinação quantitativa dos
apresentam estratégias para dispersarem se- níveis de distância, da copa, posição, tipo e cor
mentes, transportando-as no intestino, confor- de fruto, consistência do arilo ou arílóide, etc.
me comprovamos em Tachyphonus melaleucus, estão diretamente relacionados com os agen-
" p i p i r a " , no qual foram encontradas algumas tes dispersores abaixo citados:
C. Tabela n.° 16
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g ) O b s c r vação
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
III 0,50 1,00 0,30 0.15 1 0,10 0,05 0,1 foi feito
por
IV 0,70 1,00 0,35 0,16 — 0,12 0,08 0,2
Pheidole sp.
V 1,00 2.00 0,20 0,20 0,10
0,40
— 0,3
—
Total • —
- 2 — — —
D. Tabela n.° 18
NÍVEIS D E D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial à Observações
do caule à copa copa
I 32 41 57
II 11 53 18 Limite
IV 9 13 19
V 15 21 44
C. Tabela n.° 17
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Macados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
OBS. : Os pesos fresco e seco dos sementes sao referentes oo número totol encontrado nos cápsulas (om medio 1 1 - 1 3 somentes).
E. Testes de Germinação dos pelo colorido que envolve a semente
a) Artificial: Após 72 horas, 9 6 % das se- e passam, então, a alimentar-se desta.
mentes apresentaram caracteres germi- Dentre esses pássaros c i t a m o s : Gymnos-
nativas em ambiente claro e 9 2 % no es tinops sp., " j a p ó " , Brotogeris sp., "periqui-
curo. to da campina". Ramphastus sp., " t u c a n o " ,
b) Natural: 9 2 % dos frutos apresentaram e Pteroglossus sp., " a r a ç a r i " .
caracteres germinativos após 2.184 ho-
ras (91 d i a s ) . A relativa facilidade de
14. Clusia cf. nemorosa C. F. W. Meyer (Gutti-
germinação natural desta espécie, uma
ferae) ( F i g . 3 Ec.)
das maiores que encontramos, foi encon-
trada e m 12 cápsulas caídas ao solo.
A . M. Macedo 30 (INPA 49234)
contando inclusive, c o m algumas se-
mentes com caracteres germinativos.
B. Cápsula septicida, arredondada, deiscente
ainda na árvore, estigma quase séssil,
F. Número de Plántulas : Foram encontradas
apical, com 3-4 sementes, amarelo-clara ex-
232 plántulas desta espécie.
ternamente, internamente esbranquiçada;
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. 2.0-3,0 c m de c o m p r i m e n t o , 3,5-6,0 c m de
diâmetro; pericarpo liso, castanho-amarela-
H. Relação Biótica : As cápsulas imediata- do com sulcos profundos e inúmeras glân-
mente após cairem ao solo, passam a ser- dulas resiníferas, resina amarela; mesocar-
vir de alimento às f o r m i g a s : Pheidole sp., po c o m arilo vermelho, recobrindo parcial-
Monomorium sp. e Crematogaster sp. mente a semente, espesso, não aromático,
de gosto indistinto; peso f r e s c o : 2,0-3,7 g,
I. Área de E s t u d o : A l é m da campina do km peso seco: 1,0-2,2 g .
62, esta espécie f o i encontrada na campina
de terra preta do Cacau Pirera. Semente oblonga, mais ou menos cilíndrico
com 3 faces e u m hilo, superfície glabra,
J . D i s p e r s ã o : Com a abertura da cápsula lustrosa; 0,7-0,9 c m de c o m p r i m e n t o ; peso
ainda na árvore, vários pássaros são atraí- fresco: 2,0-2,4 g , peso seco: 0,8-1,8 g .
C. Tabela n.° 19
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco
II 37 22 49
Limito da
Campina — C a m p i n a r a n a
III 15 58 31
IV 29 12 55 Área Central
V 13 da
98 11
Campina
Total 190 136 176
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso < g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
\tacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
Total — — — — 2 — — —
D. Tabela n.° 22
de
Indiv. E m torno do caule Mediana Radial à copa Radial à copa
I 2 4 7
II 6 2 4
III — 8 5
IV 2 5 —
V 4 12 3
Total 14 31 19
C. Tabela n.° 23
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
Total — — — — 3 — —
NÍVEIS DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial à F o r a da Observação
do caule à copa copa copa
I _ 2 5 7
II 1 — 4 8
Limite
III — 3 13 8 Campina —
Campinarana
IV 3 12 21 11
V — 2 7 15
Total 1!) 50 49
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
diam. comp. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 26
N Í V E I S DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
LiOcais ae
de
Indiv. E m torno Mediana Radial Radial Fora d a Observação
do caule à copa à copa copa
I _ 4 8 4
Area
II 2 — 4 7
central
III — 2 3 —
da
IV 1 — — 2
Campina
V 1 1
Total 4 6 16 13
C. Tabela n.° 27
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 28
N Í V E I S D E D I S T Â N C I A DA COPA
Grupos
Locais de
de
Em torno M e d i a n a Radial Radial Observação
Indiv.
do caule à copa à copa
II 3 23 15 Parte m e d i a n a
da C a m p i n a
III 17 5 28 Proximo à
Campinarana
IV 2 11 32 Limite C a m p i n a —
Campinarana
V 7 4 13 Parte m e d i a n a
d a Campina
Total 34 55 118
E. Testes de G e r m i n a ç ã o : J . D i s p e r s ã o : Dentre os dispersores desta
a) Artificial: Das 100 sementes usadas, espécie, destacam-se os pássaros de pe-
num período de 48 horas, houve germi- queno p o r t e . Um ninho de Tanagra sp.,
minação de 7 7 % tanto e m ambiente " s a n h a ç u " , f o i encontrado a poucos me-
claro como no escuro. tros de distância e observamos suas inú-
meras visitas para chocagem dos ovos,
b) Natural: Os frutos sob a copa sofre- ocasião e m que se alimentava dos f u t o s r
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Criptocotilar
19. Glycoxylon inophyllum ( M a r t . ex Miq.)
Ducke (Sapotaceae) ( F i g . 3 E h ) .
H. Relação Biótica : A formiga Pheidole s p .
utiliza esta espécie tanto para alimento
como para abrigo. Ela ataca o fruto na A . M. Macedo 3 (INPA 49179)
própria arvoreta, alimenta-se da substan-
cia adocicada do mesocarpo e faz sua casa B. Baga amarelo-clara, globosa; 0,9-2,0 c m de
na junção dos galhos da planta. Os frutos comprimento, 1,8-3,8 c m de diâmetro; pe-
encontrados sob a copa servem também de ricarpo amarelo liso, glabro, mais ou me-
aumento para outras formigas dentre as nos lustroso; mesocarpo sucoso, gelatino-
quais Monomorium sp. (Myrmicinae). so, adocicado, aromático, destacando-se fa-
cilmente da semente; peso f r e s c o : 1,0-2,1
I. Área de Estudo : A l é m da campina do k m g, peso s e c o : 0,40-0,80 g . Semente oblon-
62, encontramos esta espécie na campina ga, testa lisa, brilhante, alongada, 0,6-1,5
de terra preta do Cacau Pirera. O sistema c m de c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,30-0,60
dispersivo em ambas as áreas é idêntico. g, peso seco: 0,20-0,30 g .
C. Tabela n.° 29
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I 54 47 15 Limite C a m p i n a - C a m p i n a r a n a
II 21 38 43
IV 35 53 18 Próximo à Campinarana
V 7 6 36 Próximo à Campinarana
E. Testes de Germinação : phastus sp., " t u c a n o " , Cassicus sp. " j a p i m "
e Gymnostincps sp. " j a p ó " , quando o fruto
a) Artificial: Num período de 48 horas, ainda se encontra na á r v o r e . Secundaria-
9 8 % das sementes apresentaram carac- mente, após a queda do f r u t o , este passa a
teres germinativos em ambiente claro servir de alimento para roedores, no caso
e 9 7 % no escuro.
o Cuniculus sp. " p a c a " , " m u c u r a " e tam-
b) Natural: Num período de 840 horas, bém para herbívoros como o "veado".
9 5 % dos frutos observados no local Esta espécie f r u t i f i c a abundantemente no
apresentaram características germina- mês de fevereiro.
tivas.
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fres:o seco
D. Tabela n.° 32
N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. E m torno M e d i a n a Radial Radial F o r a da Observação
do caule à copa à copa copa
I 3 — 1
II — 1 — 2
Área
III 1 2 — 2
central
IV 2 — da
— 4
Campina
V — 1 1 3
Total 6 4 2 11
C. Tabela n.° 33
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 34
N Í V E I S D E D I S T A N C I A D A COPA
Grupos
Locais de
de
Indiv. Em torno Mediana Radial Fora da Observação
do caule à copa copa
I 28 25 Area central
II 15 32 da Campina
III 19 43 51
IV 8 16 43 Limite
V 33 12 Campina — Campinarana
C. Tabela n.° 35
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I
Figure 3. E . Tipos de frutos, sementes e germinação das espécies ornitocóricas: a — Anthurium sp.: 1 — in-
florescencia, 2 — semente, 3 — plántula; b - c . Clusia aff. columnaris e Clusia nemorosa: 1 — fruto, 2 — se-
mente, 3 — plántula; d. C o n o m o r p h a grandiflora: 1 — fruto. 2 — semente; e. Doliocarpus spraguci: 1 — fru-
to, 2 — semente; f. Erythroxylum sp.: 1 — germinação; g. Eugenia sp.: 1 — fruto, 2 — semente; h. Gly-
coxylon inophyllum: 1 — fruto, 2 — semente, 3 — plántula; i. Hirtella racemosa: 1 — fruto; j . M a t a y b a opa-
ca: 1 — fruto, 2 — semente. 1. M o u r i r i nervosa: 1 — fruto.
N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos Locais de
de
Indiv. E m torno M e d i a n a Radial Fora da Observação
do caule à copa copa
T
1 2 5
J>
II 6 11 13 Próximo
III 2 4
IV
—
3 16 à
V 4 1 7
Campinarana
Tota! 13 16 45
C . Tabela n.° 37
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Ataca :los (cm)
comp. d iam. fresco seco fresco seco
I 8 17
II 2 15 32
¡n 5 3 25
Limite
IV 1 7 19
V 5 43 Campina — Campinarana
Total 8 38 136
C. Tabela n.° 39
FRUTOS M A D U R O S S E M E N T E S
de
Indiv. Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Grupos Ciiiiip.
Frutos
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I 3 9 15
II — 19 35 Área
III 4 27 48 central
IV — 39 78 da
V 4 15 53 Campina
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 42
N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
de Locais de observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa
I 7 15 25
Área central d a Campina
II 13 27 32
III 18 12 23 Limite C a m p i n a — C a m p i n a r a n a
IV 4 33 41 P r ó x i m o a Campina
V — 13 11 Limite C a m p i n a — C a m p i n a r a n a
,-
Total 42 100 132
C. Tabela n.° 43
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
D. Tabela n.° 44
N Í V E I S DE DISTANCIA D A COPA
Grupos
de
Locais de Observação
Indiv. Em torno M e d i a n a Radial Radial à
do caule à copa copa
I 3 11 25
Á r e a central d a Campina
II 7 23 31
III 13 35 14 P r ó x i m o à Campina
IV 9 41 17 Próximo à Campina
V 21 18 13 Limite C a m p i n a — Campinarana
•
Total 53 128 100
E. Testes de G e r m i n a ç ã o : J . D i s p e r s ã o : A dispersão desta espécie,
comprovadamente, é feita através de pás-
a) Artificial: Durante 120 horas, 8 7 % das saros de pequeno porte, dentre eles o
sementes apresentaram caracteres ger- Mimus sp., " s a b i á " , o Rhychocyclus s p . ,
minativos e m ambiente claro e 7 7 % "bem-te-vi v e r d e " , e o Coereba sp., " t e m -
em ambiente escuro. tem do Espírito S a n t o " .
b) Natural: Os frutos, num total de 2 7 %
dos deixados em observação por um 27. Palicourea sp. (Rubiaceae) (Fig. 4 F q ) .
período de 1.440 horas, apresentaram A . M. Macedo 18 (INPA 49231)
caracteres germinativos. B. Baga subalongada a arredondada, arroxea-
F. Número de Plântulas : Foram encontradas da: 0,7-1,1 c m de c o m p r i m e n t o , 1,0-2,2 c m
41 plântulas sob a planta. de diâmetro; freqüentemente c o m duas se-
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. mentes, sucosa, não aromática, insípida;
H. Relação Biótica : A formiga Pseudomyr- pericarpo liso, glabro; peso fresco :
mex sp., " t a p i r a " , é atraída pela substância 0,20-0,60 g , peso seco: 0,10-0,40 g . Semen-
sucosa do fruto, dela alimentando-se nor- te c o m testa acastanhada, dura, c o m ca-
malmente. rúncula na região mediana, glabra, lisa;
I. Área de E s t u d o : Esta espécie foi encon- 0,5-0,9 c m de c o m p r i m e n t o ; peso fresco :
trada apenas na campina do km 62. 0,10-0,30 g , peso seco: 0,05-0,20 g .
C. Tabela n.° 45
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( e m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 46
N Í V E I S D E D I S T A N C I A D A COPA
Grupos
de Locais de Observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa
I 2 7 15 Próximo à C a m p i n a r a n a
II 5 11 22
Limite Campina — C a m p i n a r a n a
III 2 9 13
IV 8 17 25
Próximo à Campinarana
V . 19 4 7
Total 36 48 82
E. Testes de Germinação : Ramphocelus sp. " p i p i r a " , e o Mimus sp.,
a) Artificial: Durante 132 horas, 8 5 % das " s a b i á " , os quais se alimentam dos frutos
sementes apresentaram características desta espécie. Comprovamos isto pelas ob-
germinativas e m ambiente claro e 7 4 % servações de suas visitas aos grupos de
em ambiente escuro. indivíduos, c o m posterior captura do pás-
b) Natural: Dos frutos deixados em ob- saro e exame das fezes do Tanagra sp.,
servação num período de 1.632 horas, " s a n h a ç u " , nas quais encontramos semen-
apenas 2 4 % deles apresentaram carac- tes desta espécie.
terísticas germinativas.
F. Número de Plântulas . Foram encontradas 28. Passiflora faroana Harms. (Passifloraceae)
apenas 12 plântulas. (Fig. 4 F r ) .
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. A . M. Macedo 41 (INPA 49882)
H . Relação Biótica : A substância sucosa do B. Baga oblonga a esférica, amarelo-pálida,
fruto atrai a formiga Pseudomyrmex sp., 2,0-3,5 c m de c o m p r i m e n t o , 4,0-7,0 c m de
" t a p i r a " , como acontece c o m a Palicourea diâmetro; pericarpo amarelo-pálido, delga
nitidella. do, 0,5-1,0 c m de espessura, c o m estrias
I. Área de Estudo : Esta espécie foi encon- longitudinais; peso f r e s c o : 1,5-5,0 g , peso
trada apenas no k m 62. seco: 0,70-3,0 g . Sementes inúmeras, ama-
J . Dispersão : O sistema dispersivo desta es- relo-esverdeadas, c o m manchas esbranqui-
pécie é feito por pássaros de pequeno por- çadas, presas à parede do pericarpo pelo
te como acontece com a Palicourea nitidel- funículo, 0,5-1,0 c m de c o m p r i m e n t o ; peso
la, dentre eles o Tanagra sp., " s a n h a ç u " , fresco: 0,70-3,50 g, peso seco: 0,35-2,00 g.
c
C. Tebela n. 47
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. d iam fresco seco fresco seco
3
C. Tabela n. 48
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Determinação quantitativa dos frutos dis- b) Natural: Devido à falta de dados para
persos : Não f o i possível obter resultados a determinação quantitativa dos f r u t o s ,
nesta determinação, devido ã ausência de não f o i possível fazer este t e s t e .
frutos nos diferentes níveis de distância
F. Número de Plántulas : Apenas 3 plántulas
da copa do hospedeiro.
foram encontradas.
C . Tabela n.° 49
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
C. Tabela n.° 50
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
de
Grupos Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I 2 8 3
Area central da Campina
II 5 4 30
III 8 21 27
Próximo à Campinarana
IV 18 28 26
Total 56 86 123
C. Tabela n.° 52
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 53
N Í V E I S DE DISTANCIA DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Em torno Mediana Radial Radial à
Indiv.
do caule à copa copa
I 2 5 2
Próximo à Campinarana
II — 2 4
III 3 4 7
IV 1 3 8
Limite Campina — C a m p i n a r a n a
V . — 7 5
Total 6 21 26
E. Testes de Germinação : na área, foram capturados três pássaros:
a) Artificial: Após 96 horas, 9 2 % das se- o Tanagra sp., "sanhaçu pardo", o Tachy-
mentes apresentaram caracteres germi- phonus sp. "pipira p r e t a " , e o Cotinga sp.,
nativos e m ambiente claro e escuro. "anambé a z u l " . Examinamos suas fezes e
b) Natural: Em 1.560 horas (65 dias) de encontramos não só sementes desta espé-
observações, foram encontrados carac- cie como fragmentos da drupa e o suco
teres germinativos e m 9 5 % das semen- azul nodoso, que a caracteriza.
tes.
F. Número de Plântulas : Devido à época de 33. Sandemania hoehnei (Cogn.) Wurdack
frutificação, não nos f o i possível determi- (Melastomaceae) ( F i g . 4 Fx) .
nar o número de plântulas. A . M. Macedo 7 (INPA 49275)
G . Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar. B. Drupa marrom, pilosa, sucosa; 0,3-05 c m de
H . Relação Biótica : Esta espécie serve de comprimento, 0,5-0,8 c m de diâmetro; pe-
alimentação às formigas, que são atraídas ricarpo piloso, c o m estrias longitudinais,
pelas sustancias adocicadas. Foi notada marrons; mesocarpo sucoso, não aromáti-
freqüentemente a presença de Pseudomyr- co; peso fresco: 0,10-0,20 g , peso seco :
mex sp., " t a p i r a " . 0,05-0.10 g . Semente triangular, testa lisa,
I. Área de E s t u d o : Esta espécie f o i encon- brilhante, amarelo-castanho; 0,1-0,3 c m de
trada na campina do k m 62. c o m p r i m e n t o ; peso f r e s c o : 0,05-0,10 g,
J . D i s p e r s ã o : Durante nossas observações peso seco: 0.025-0,05 g .
C . Tabela n.° 54
F R U T O S MA DUROS S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco
D. Tabela n.° 55
N Í V E I S D E DISTANCIA DA COPA
Grupos
Locais de
de
E m torno Mediana Radial Radial à Fora da
Indiv. Observação
do caule à copa copa copa
I 5 17
II 2 22 fa 10
Área
III 13 12 21! 22
4 51 If) central
IV 17
7 da
- V
Campina
19 97 92 47
Figura 4. F. — Tipos de frutos, sementes e germinação das espécies ornitocóricas: m. M y r c i a servata: 1 — fru-
to. 2 — semente; n. Ouratea sprucear.a: 1 — fruto, 2 — semente; o. P a g a m e a duckel: 1 — fruto, 2 — semen-
te; p. Palicourea nitidella: 1 — fruto. 2 — semente; q. Palicourea s p . : 1 — fruto, 2 semente; r. Passiflora
faroana: 1 — fruto, 2 — semente; s. Phthirusa micrantha; t. Phthirusa rufa: 1 — fruto, 2 — semente; u. P r o -
lium heptaphyllum; v. Psychotria barbiflora: 1 — fruto, 2 — semente; x. Sandemania hoehnei: 1 — fruto,
2 — sementes.
E. Testes de Germinação : A observação das plantas que fazem parte
deste grupo, vem corroborar as afirmações
a) Artificial: Após 96 horas, em 9 4 % das destes autores: — Annona nítida e Talisia ce
sementes, apareceram os caracteres sarina são indeiscentes; a primeira t e m o me-
germinativos em ambiente claro e em socarpo adocicado e a segunda, o mesocarpo
7 0 % , em ambiente escuro. ácido, mas difícil de se destacar das sementes
b) Natural: Em 2.160 horas (90 d i a s ) , os
frutos em observação apresentaram um Estas características, aliadas à mensura-
total de 5 6 % de germinação. ção. peso (semente e fruto), determinação
quantitativa de frutos em níveis de distância
F. Número de Plântulas : O número de plân- da copa e posição do fruto no indivíduo, estão
tulas encontradas chegou a um total de intimamente ligadas a esta forma de disper-
7 7 % . sendo 15% sob a copa e 6 2 % num são.
raio de 2-8 metros da planta-mãe, ou seja
nas diversas ilhas, que estão localizadas A visita dos dispersores aos indivíduos ob-
na área central da campina, num total de servados se dá até as 6:30 horas e a partir das
35. 17:00 horas, conforme tivemos oportunidade
de constatar.
G. Tipo de G e r m i n a ç ã o : Fanerocotilar.
Estas espécies vegetais, quando não são
H . Relação Biótica : A espécie é visitada fre- dispersadas por estes agentes, como acontece
qüentemente por formigas, dentre estas na área central da campina, propagam-se pela
Pheidole sp. queda dos frutos ao solo. como acontece fre-
qüentemente com Talisia cesarina. Em Annona
I. Área de E s t u d o : Esta espécie ocorre em
nítida, os frutos são atacados por um coleóp-
todas as campinas observadas.
tero (Curculionidae) e pela formiga Pseudo-
myrmex sp.
J . Dispersão : É feita por pássaros de peque-
no porte, dentre eles o Tanagra sp.. "sa-
n h a ç u " , o Tachyphonus sp., " p i p i r a p r e t a " ,
e o Turdus sp. " s a b i á " .
34. Annona nítida Mart. (Annonaceae) (Fíg. 5
Ga).
6. GRUPO PRIMATOCÓRICO
A . M. Macedo 20 (INPA 49235)
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
Total — — — — 6 — — —
D. Tabela n.° 57
NÍVEIS DE D I S T A N C I A S D A C O P A
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial
do caule à copa à copa
I 1 _
Próximo à Campinarana
II 1 — —
III 2 — — Limite Campina — C a m p i n a r a n a
IV — —
Próximo à Campinarana
V 1 — —
Total 5 — —
C . Tabela n.° 58
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. diam. fresco seco fresco seco
I 3 2 2 1 Limite Campina — C a m p i n a r a n a
II 2 1 1 3 Próximo à Campinarana
IV — 3 2 4 Próximo à Campinarana
Total 14 15 16 19
C . Tabela n.° 60
F R U T O S M A D U R O S S E M E N T E S
Grupos
de Tamanho ( c m ) Peso ( g ) Peso ( g )
Frutos Comp.
Indiv.
Atacados (cm)
comp. (liam. fresco seco fresco seco
Total — — 2 — — —
D. Tabela n.° 61
N Í V E I S DE D I S T A N C I A DA COPA
Grupos
de Locais de Observação
Indiv. Em torno Mediana Radial Radial F o r a da
do caule à copa à copa copa
II — 10 75 — Próximo à Campina
IV 11 42 83 — Próximo à C a m p i n a
Total 53 93 546 —
Pijl (1972) diz que a dispersão feita pelos
morcegos ocorre no período noturno. Ridley
(1930) afirma que estes animais são muito im-
portantes na dispersão de sementes, pois
voam longas distâncias.
Verificamos que Humiria baisamifera St.
Hil. var. floribunda (Mart.) Cuatr., está enqua-
drada na primeira categoria pela posição do
fruto, mensuração. peso. determinação quan-
titativa aos níveis de distância da copa, assim
como pela dispersão noturna de sementes a
H |
longas distâncias. Esta espécie ocorre em to-
das as campinas visitadas. Figura 5. G. Tipos de frutos e sementes das espé-
cies primatocóricas: a. Annona nitida: 1 — fruto,
2 — semente; b. Talisia cesarina: 1 — fruto. H .
E. Testes de Germinação:
Tipos de frutos e sementes da espécie quitonterocó-
a) Artificial: Das 100 sementes utiliza- rica: a. H u m i r i a balsamifera St. Hil. var. floribun-
das, num período de 160 horas (7 dias), da ( M a r t . ) Cuatr.: 1 — fruto, 2 — semente.
houve germinação apenas de 5 7 % tan-
to em ambiente claro como em am-
biente escuro. PLANTAS OUE NÃO FRUTIFICARAM DURANTE
b) Natural: Os f r u t o s , observados sob a O PERIODO DE NOSSO ESTUDO
copa (semanal, quinzenal e mensal- Como algumas espécies não frutificaram
mente), durante 720 horas (5 meses), durante o nosso trabalho de campo na campi-
germinaram. na do km 62, Manaus-Caracaraí (BR-174), Re-
F. Número de Plántulas: Foram encontradas serva Biológica INPA - SUFRAMA. utilizamos
20 plântulas. material herborizado, cuja morfologia do fruto
G. Tipo de Germinação: Fanerocotilar. e peso foram correlacionados com os possí-
H. Relação Biótica: Os fragmentos dos fru- veis dispersores.
tos, ao caírem, são imediatamente ataca- Várias das espécies estudadas já foram
dos por formigas, tais como Pheidole sp.. comentadas por alguns autores como Ducke
Monomorium sp. e Myrmicinae. (1949), que inclui no seu estudo Macrolobium
I. Área de Estudo: Esta espécie não só ocor- arenarium como uma espécie disseminada pe-
re na campina do km 62 como nas campi- lo vento, e Huber (1910), que aponta o grupo
nas de terra preta do Cacau Pirera, rio ornitocórico como o grande responsável pela
Cuieiras e campina do igarapé do Leão. dispersão de sementes da Amazónia.
J. Dispersão: Conseguimos observar a pre- Dentre as famílias citadas como dispersa-
sença de cinco morcegos, que se alimen- das por este grupo, ele destaca as Melastoma-
tavam dos frutos sob a copa do indivíduo ceae, Rubiaceae e outras. A s leacinaceae, co-
número I, constante da Tabela 65. A visi- mo cita aquele autor, constituem fonte alimen-
ta destes morcegos ocorre no período de tícia preferida por morcegos e, conseqüente-
19:30 horas às 22:00 horas. Entre estes mente, devem ser dispersadas por estes ani-
morcegos, existem aqueles que derrubam mais.
os frutos para posterior alimentação e Do material existente no herbário do
conseqüente dispersão. INPA, pudemos analisar a morfologia do fruto
Conseguimos capturai dois destes e peso seco. Após obtermos estes dados, pro-
morcegos, que foram identificados como curamos compará-los com a parte bibliográfi-
Artibeus lituratus. Através da autópsia, ca, relacionando-os com os possíveis disper-
encontramos duas sementes no estômago sores.
destes indivíduos, comprovando-se, então, Portanto, de acordo com o tipo de fruto
o sistema dispersivo desta espécie. e as indicações bibliográficas obtidas, estas
espécies estão classificadas nos seguintes 4 — Grupo Diszoocorico: — Gnetum panicu-
grupos: (Tabela 62). latum Spruce ex Benth. (Fig. 6 Id)
M a c r o l o b i u m arenarium
Legume :Í.II Anemocórica 5.884
Ducke
Folículo 1.25 Autocórica 13 462 Fruto muito jovem
Mandevilla ulei K . Schum
Manilkara surinamensis
Drupa 1,0 Ornitocórica 17 558 Fruto muito jovem
(Miq.) Dubard
Miconia lepidota DC Drupa 0,21 Ornitocórica 3.648
Tabela n.° 6 2 . Dados referentes às plantas herborizadas não frutificadas durante o nosso trabalho
de campo, na campina do k m 62 — Manaus-Caracaraí (BR-174), Reserva Biológica do INPA-SUFRAMA
Para que chegássemos a uma conclusão dos fatores c l i m á t i c o s , tais como temperatu-
a respeito da dispersão de plantas lenhosas ra, sombra e umidade. A s s i m , pudemos verifi-
de uma campina amazônica, passamos por car que na área central da campina há predo-
duas grandes etapas: em primeiro lugar, reali- minância de indivíduos raquíticos e frutos pe-
zamos a leitura da bibliografia disponível e, quenos. Já no limite campina-campinarana e
em segundo, fizemos observações diretas e próximo à campinarana, os indivíduos apresen-
indiretas, que nos possibilitaram tirar novas tam-se mais viçosos e os frutos são maiores.
conclusões.
As observações relativas à germinação
Desta segunda etapa, vários foram os re- das espécies (Tabela 65), tanto em testes arti-
s u l t a d o s . A análise da forma do fruto, da cor ficiais como naturais evidenciam que há dife-
(predominando sempre os tons vermelhos), rença entre os dois t e s t e s . Annona nítida, por
da consistência (geralmente sucosa), do sabor exemplo, em condições artificiais, gastou 360
(adocicado) e do peso fresco (reduzido em al- horas para a germinação inicial quer em am-
guns casos: 0,03 g em Mikania roraimensis, biente claro como escuro, com um poder ger-
ou mais elevado em outros: 24,2 g em Swartzia minativo de 2 7 % e enquanto em condições na-
dolicopoda), nos indicou os possíveis disperso- turais, o poder germinativo foi de 2 % , apóf
r e s . Estes indícios dos dispersores foram, 2160 horas. Estes resultados também desta-
muitas vezes, verificados com a identificação cam o tipo de germinação mais freqüente.
do animal, quer pela observação ou quer pela
No tocante à relação biótica, observamos
sua captura para estudo de fezes, nos pássa-
vários aspectos. Como ilustração, podemos
ros, e autópsia, no caso de morcego.
citar o fato de que as formigas aceleram a de-
Da determinação quantitativa dos frutos, composição da biomassa para manter o equi-
em diferentes níveis de distância da copa. líbrio ecológico [Pheidole sp. em Eugenia
adveio a análise dos frutos sob e fora da copa. sp.); um Curculíonidae poliniza Annona nítida
No primeiro caso, isto é, sob a copa, verifica- e em seus frutos deposita ovos para desen-
mos: o número de frutos: a ação do disper- volver seu ciclo evolutivo. Por outro lado, a
sor, ao deixar marcas para sua possível iden- abelha Trígona sp., ao alimentar-se do arilo da
tificação; a ação dos insetos, ao acelerar o semente de Protium heptaphyllum, facilita a
processo de decomposição da biomassa; e as sua germinação.
condições ótimas de germinação de sementes O estudo comparativo das várias áreas,
em relação à sombra e umidade. Pudemos, tendo por base a campina do km 62, compro-
também, prever, pelo número de plântulas, a vou o sistema dispersivo existente nas cam-
dominância de determinados indivíduos e a pinas; a germinação por sementes opõe-se à
conseqüente continuidade da espécie na área regeneração por brotamento vegetativo, alter-
(por ex. Glycoxylon inophyllum com 471 plân- nativa colocada por Anderson eí aí. (1975), e
tulas). aos aspectos coloniais citados por Braga &
Fora da copa, todas as observações des- Braga (1975). A l é m disso, o estudo veio com-
critas acima foram possíveis, com exceção da provar a transição da vegetação destas cam-
germinação, principalmente na área central da pinas.
campina, em virtude da falta de umidade e As espécies da campina do km 62 são,
sombra* na maioria ornitocórícas, conforme se pode
Na análise dos locais de observação (do ver na tabela 64 e gráfico 1 . Isto porque, das
fruto), consideramos muito importante a ação 42 espécies estabelecidas não só na área prin-
cipal de estudo mas também nas outras, 22 pina. Dentre elas, a mais importante é a
são comprovadamente pertencentes a este Sandemania hoehnei com tendência não asso-
grupo, além de mais 3, possivelmente assim ciativa, conforme observações de Braga & Bra-
dispersas, segundo conclusão a que chegamos ga (1975) na campina do km 62. Apresenta o
pelo estudo da morfologia dos frutos de mate- mesmo comportamento não associativo nas
rial herborizado. outras campinas.
As espécies ornitocóricas mais represen- Já Matayba opaca, Ouratea spruceana,
tativas, em número de indivíduos, na área prin- Conomorpha cf. grandiflora, também respon-
cipal de estudo são: Sandemania hoehnei, Ma- sáveis pelo povoamento, apresentam tendên-
tayba opaca, Ouratea spruceana, Eugenia sp. e cia associativa, com variações de germinação,
Glycoxylon inophyllum. número de plântulas e número de espécies de-
Os grupos anemocórico, autocórico, baro- pendentes do poder dispersivo destas espé-
córico, diszoocórico, primatocórico e quiropte- cies.
córico são representados por um número me- Ainda, responsáveis pelo povoamento da
nor de espécies, demonstrando, assim, que a campina e x i s t e m , entre outras, Annona nítida
ação dispersiva do vento e dos outros animais, e a Talisia cesarina, que mostram o grau de
que freqüentam ou habitam aquela área, é transição desta vegetação. Elas ocorrem, em
menor. sua maioria, próxima à campinarana, já circun-
A s outras campinas estudadas apresen- dada pela mata de terra f i r m e .
tam aspectos gerais diferentes, mas o mesmo As espécies características da campina,
sistema dispersivo. Na campina do igarapé do como Glycoxylon inophyllum e Clusia cf. ne-
Leão, km 30, Manaus-Caracaraí (BR-174), já morosa, são encontradas também na campina-
quase toda devastada, apesar de ter sido utili- rana e na mata de terra f i r m e , as quais de-
zada por Takeuchi (1960) e Aubréville (1961) monstram a transição destas espécies através
em seus estudos, há pouca ação dispersiva da dispersão.
pelo baixo podei de frutificação e número re- Diferentemente, espécies da mata de ter-
duzido de indivíduos. Na campina de terra pre- ra f i r m e não são normalmente, encontradas na
ta do Cacau Pirera, com maior incidência de campina. A s s i m , diásporos, comprovadamen-
frutificação e, conseqüentemente, maior núme- t e , de espécies da mata de terra f i r m e , como
ro de indivíduos, há maior poder dispersivo. Couepia longipendula Pilg., Couepia racemosa
Benth, Licania sp. e indeterminados, foram,
A campina do rio Cuieiras, por sua vez,
ocasionalmente, encontrados na campina do
tem condições menores de dispersão que as
km 62, apresentando marcas de roedores, sem
campinas do km 62 e do Cacau Pirera.
sinal algum de germinação. Este contraste
Várias espécies são responsáveis pelo es- vem demonstrar, portanto, a grande adaptabi-
tabelecimento inicial do povoamento da cam- lidade das espécies da campina.
Annona nitida
+ A n i h u r i u m sp.
+
B o r r e r i a capitata var. tenella
+ Clusia aff. columnaris
+ Eugenia patrisii
+ Glycoxylon inophyllum
+ M a t a y b a opaca
+ Mikania roraimensis
M o u r i r i nervosa
+ Myrcia servata
+ O r m o s i a costulata
O u r a t e a spruceana
+ + Pagamea duckei
+ Palicourea nitidella
+ Palicourea sp.
+ Passiflora faroana
+ Phthirusa rufa
+ Plithirusa micrantha
+
Protium heptaphyllum
+
Psychotria barbiflora
-r
Qualea retusa
Sandemania hoehnei
+ Swartzia dolicopoda
Tabernaemontana rupicola
+
+ Talisia cesariana
Vernonia grísea
Tabela n.° 64. Diferentes tipos de Dispersão de Plantas da Campina do km 62. Manaus-Caraca
raí (BR-174) — Reserva Biológica — INPA.
GRÁFICO 1
FREQÜÊNCIA DE
TIPOS DE DISPERSÃO
1 ORNITOCÓRICA
t-'
2 ANEMOCÓRICA
3 AUTOCÔRICA
4 BAROCÓRICA
6 DISZOOCÓRICA
7 QUIROPTEROCORICA
Neste estudo tratamos da área, espécies
vegetais e animais, assim como do meio am-
biente e fatores envolvidos no fenômeno da
dispersão.
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Germinação P o d e r Germi-
E S P É C I E inicial ( h s ) nativo ( % ) Germinaçãc Poder Tipo Observação
Inicial Germinativo de