Análise de monografia pela disciplina de Pesquisa 2
Título: Prática tradicional ecológica com plantas medicinais: a revalorização da medicina
popular e da saúde pela natureza Autora: Karla Rafaella Seabra da Silva Ano: Recife, 2017
A autora localiza suas questões politicamente no início da introdução falando da crise do
paradigma dominante que se reflete de várias formas em nossas vidas ressaltando as vias da alimentação e a degradação ambiental, e a necessidade das práticas das ciências dos povos tradicionais como alternativa ao paradigma dominante, surgindo assim uma relação entre a ciência hegemônica e as ciências dos povos tradicionais e uma problemática com as formas de investigar. Levanta a relação homem-natureza e a consideração do meio ambiente como pilares da geografia desde sua origem, no entanto sentimos falta de uma localização dessa origem da geografia. Busca averiguar se: “É possível usar medicina tradicional como um exemplo de aprendizado a ser seguido e uma forma mais ecológica? Como juntar conhecimentos tradicionais com o conhecimento científico?” analisando as ações da ONG CNMP e dos grupos de medicina popular. Cita Boaventura ainda na discussão sobre o paradigma dominante: “todo conhecimento científico é socialmente construído” e menciona sobre o modelo considerado “global de racionalidade científica”, que poderia ter sido mais abordado em suas relações de poder nas questões que se quer analisar, enriquecendo mais a discussão e delimitando um posicionamento mais político que também enriqueceria a pertença na escrita. Poderia começar a posicionar ou dar mais foco as relações de poder existentes na interação entre o hegemônico opressor e o tradicional ora já marginalizado, entrando nesse meio as questões de espiritualidade visto que toda ação vem por meio da Igreja e de gênero que é colocado nos próximos capítulos mas sentimos falta de uma ênfase: conhecimento tradicional=matriarcal, hegemônico=patriarcal. Localizar mais os povos tradicionais das quais vem os conhecimentos aqui dado voz, não investigados, referenciar sempre historicamente, culturalmente e politicamente , no mínimo, os grupos estudados, tudo tem que ficar visualizável através das palavras, inclusive os dramas queen da vida real dessas pessoas que são o alvo da ação em si, são a ação em si, senti falta de realidade brasileira e a geografia também tem como função levantar e representar realidades invisibilizadas e também diminuir as relações do poder científico. - Investigar ou dar voz? - - “Paradigma emergente da ciência tradicional” ou reconhecimento das epistemologias existentes?- - Por que tratar o conhecimento hegemônico como ciência e o tradicional muitas vezes como cultura popular e não “as ciências tradicionais”?! “embates que são causados pela hegemonia das técnicas modernas da ciência” - aprofundar mais as diferenças epistêmicas, e as relações de poder, e o fundamento da ciência tradicional, afirmar mais a verdade de as ciências tradicionais serem a base para as ciências hegemônicas, mostrar além das ajudas atrasadas da ciência hegemônica as faces políticas e cruéis da ciência hegemônica nesse processo de ter que reconhecer a qualidade e eficácia de algo por não compartilharem o método a filosofia a epistemologia, e não oferecer a agroecologia como a salvação das tais crises aí, enquanto essas soluções existem, são conservadas, tecidas na resistência e pela existência de muitos povos desde que mundo é mundo, localizar isso também, por que a agroecologia surge no cerne da hegemonia, querendo investigar o tradicional beber do tradicional, mas que alcance tem aos povos tradicionais desmemorizados que não têm esse esclarecimento intelectual o qual discutimos aqui? Nos incluímos no grupo de povos tradicionais e falamos desse lugar de fala, acreditamos que definir um lugar de fala é importante e dá uma concisão às idéias articuladas, adensa a leitura, comunica com o leitor. Importante e interessante pontuar e refletir sobre ciência e virtude, a falta de ética na ciência hegemônica. Todavia, neste capítulo a autora cita o caso das construções dessas organizações, mas não dá enfoque quanto a contemporaneidade ao golpe militar, de forma a criar uma lacuna histórica que é importante para situar o debate numa realidade específica. No mais, ao que se propôs ela foi feliz.