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Aula de Direito Administrativo

1ª Aula – Dia 14/10/2009

I. ORIGEM

a) França
b) Americana

II. CONCEITO

O direito administrativo é um conjunto harmônico de princípios e normas com


fim de organizar e estruturar os órgãos, entidades e agentes tendentes a alcançar a
finalidade do Estado.

III. FONTES

a) Lei: tem que ser entendida em seu sentido amplo, tem que ser considerado todo e
qualquer ato normativo, ex.: leis, decretos, portarias, etc.
b) Doutrina: são as teses emitidas por estudiosos do Direito.
c) Jurisprudencia: é a reiteração das decisões tomadas pelos tribunais superiores.
d) Costumes: é a conduta que a população (agente público, administração), pensa
ser de aplicação obrigatória, ex.: ceder lugar no ônibus para uma mulher grávida. O
costume tem forte influência na vida prática da Administração Pública.
e) Principios Gerais do Direito: é a base do ordenamento jurídico. Os princípios
gerais do Direito são bases universais que norteiam a elaboração de normas.
IV. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

a) Contencioso: também conhecido como sistema francês, entende que os atos da


Administração Pública não podem ser apreciados pelo Poder Judiciário, pois existem
tribunais administrativos onde as decisões administrativas transitam em julgado.
b) Jurisdição Única: também conhecido com sistema inglês, entende que os atos da
Administração Pública podem ser apreciados pelo Poder Judiciário, desde que este seja
provocado.
No Brasil adotamos o sistema da jurisdição única.
Obs.: Quando o processo administrativo termina e quem ganha a causa é o
administrado não cabe recurso. A administração não pode recorrer ao Poder Judiciário.

V. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a) Estado: é um território ocupado por um povo, dotado de soberania.


Elementos do Estado:
 Território:
 Povo: pessoas que residem no território.
 Soberania: o Estado pode-se impor a outros e tem o poder de elaborar suas
próprias leis.
b) Função do Estado
O Estado tem três poderes que exercem funções típicas e atípicas.
Função Atípica Poder Função Típica
Julgar e administrar Legislativo Elaboração de leis
Administrar e legislar Judiciário Aplicação das leis ao caso
concreto
Legislar e julgar Executivo Administração da aplicação
das leis

Obs.: no Judiciário tem que haver provocação, no Executivo não.

VI. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO


INTERESSE PÚBLICO
Supremacia do interesse público sobre o Indisponibilidade do interesse público
particular
Privilégios agindo como poder de polícia Restrições que a Administração Pública
(prerrogativas). têm para contratar, pois exige-se licitação
ou/e concurso público.
Quando a Administração Pública atuar como particular estará submetida as
regras do direito privado. Quando ela atua como particular: quando atua na locação de
imóveis/moveis; sistema financeiro.
Normas de Direito Público é diferente de Normas de Ordem Pública. Normas de
Ordem Pública só vai existir dentro do direito público, enquanto as normas de direito
público vai ter também quando aplicável ao direito privado(casamento, direito
trabalhista).
O Direito Administrativo se submete as normas de ordem pública.

VII. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS (LIMPE)

Os princípios constitucionais são considerados princípios expressos.


a) Legalidade: a Administração Pública deve estar adstrita a Lei (sentido amplo). O
escalonamento de princípios legais que devem ser considerados pela Administração
Pública sob pena de nulidade do ato.
b) Impessoalidade: o administrador não pode ter como sua coisa pública. O
administrador é somente um gestor e como tal não pode atuar com subjetividade. Tem
que cumprir a Lei de forma impessoal. A discricionariedade não fere o principio da
impessoalidade.
c) Moralidade: traduz conduta ética, honesta, leal na Administração Pública. A
moralidade será apreciada com relação a aplicação da lei.
d) Publicidade: o princípio da publicidade esta diretamente relacionado com a
publicação dos atos administrativos para surtir efeito em relação a terceiros e com o
contratado. Não se permite atos secretos, em regra. Entretanto, existem atos sigilosos
que são uma exceção ao principio da publicidade.
e) Eficiência: a Administração Pública deverá fazer o máximo com o mínimo de
recursos disponíveis, por isso que se investe muito no servidor.
O princípio da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do
interesse são princípios reconhecidos.

VIII. PRINCÍPIOS RECONHECIDOS

a) Finalidade: para H.L.M. é a mesma coisa do principio da impessoalidade. Para


C.A.B.M. o princípio da finalidade é diferente do princípio da impessoalidade, pois no
primeiro os atos do administrador devem estar de acordo com a Lei. Tal princípio está
previsto na Lei nº. 9784/99, em seu art. 2ª, que traz dois entendimentos:
1º entendimento: interpretação da norma que melhor garanta o atendimento
do fim público.
2º entendimento: vedação a promoção pessoal de agentes ou autoridade.
b) Ampla Defesa (CESPE): ao acusado/interessado devem ser fornecidas todas as
possibilidades de acompanhar o processo ou procedimento administrativo e produzir
provas para analise.
c) Contraditório (CESPE): é a possibilidade do acusado/interessado tem que
apresentar sua defesa, contraditando os argumentos e provas que foram produzidas
contra ele.
d) Razoabilidade: está ligada ao bom senso do administrador público, onde ele vai
fazer a adequação dos fins com os meios disponíveis para atender o interesse público.
e) Proporcionalidade: esta ligada a aplicação de sanções administrativas, que
devem ser proporcionais entre a conduta e a pena a ser aplicada.
f) Motivação: (C.A.B.M.) é a exposição do fato e do direito para a prática de um
ato pela Administração. Os atos administrativos só serão motivados, quando a lei exigir
sua motivação, o art. 50, da Lei nº. 9784/99 traz o rol dos atos que devem ser
motivados, vejamos:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios
oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
convalidação de ato administrativo.

g) Segurança Jurídica: imposição a Administração Pública de que as alterações de


interpretação administrativa da norma não sejam aplicadas retroativamente. Não
significa dizer que não vai aplicar nova interpretação, significa dizer que não será
aplicada de forma imediata.
h) Legitimidade: os atos praticados pela Administração Pública são legais,
verdadeiros e são praticados por agentes capazes, ou seja, que possuem competência.
i) Isonomia: o administrador público deve tratar de maneira igual os iguais, e de
maneira desigual os desiguais.
j) Especialidade: a Administração Pública deve descentralizar as atividades, que
não sejam consideradas de atuação/aplicação plena e que necessitem de certa
especialidade/especificidade. Ex.: IBAMA – Dec. 200.
A desconcentração não se origina do princípio da especialidade.
k) Autotutela (arts. 53 a 55 da Lei nº. 9784): é garantido por 2 súmulas do STJ (346
e 473). A Administração Pública pode revogar seus atos legais considerados
inoportunos ou inconvenientes, com efeitos ex nunc preservando os direitos adquiridos.
A Administração Pública também deve anular seus atos ilegais com efeito ex tunc, não
gerando direitos adquiridos (se não gera direito adquirido, não se pode falar em
indenização). Na revogação a administração PODE, na anulação a administração
DEVE.
l) Continuidade (Lei nº. 8666): os serviços públicos considerados essenciais devem
ser continuamente prestados, sem interrupções. Porém, há exceção: fornecimento de
energia elétrica (pode ser cortado, desde que tenham sido avisados), a primeira corrente
permite o corte, a segunda corrente na permite o corte, porém devem ser avisados 30
dias antes. Quando o serviço for de necessidade pública (ex.: hospital) não pode haver o
corte.
IX. DA ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

a) Introdução
1. Sentidos
 Subjetivo, Orgânico (Quem?): quando se escreve Administração Pública
com as iniciais maiúsculas estamos nos referindo a quem está prestando o serviço, ou
seja, aos órgãos, aos agentes.
 Objetivo, Material (O que?): quando se escreve administração pública
com as iniciais minúsculas, estamos nos referindo a atividade que está sendo executada.

b) Formas de Prestação
1) Centralizada: a Administração Pública atuará diretamente, através dos
órgãos da Administração Pública Direta, ex.: ministérios.
OBS.: órgãos são centros ou unidades de atuação, sendo que este não tem
personalidade jurídica.
2) Descentralizada: as atividades são prestadas pela Administração Pública
Indireta. Nasce do princípio da especialidade. As atividades serão prestadas pelas
entidades (unidades de atuação que tem personalidade jurídica). Há vinculação, mas não
há hierarquia.
OBS.: embora o órgão não tenha personalidade jurídica, pode ser parte num
processo desde que para resguardar/proteger suas atribuições/prerrogativas. Quando o
órgão esta lutando por suas prerrogativas/atribuições institucionais este tem
legitimidade para atuar no processo somente como AUTOR.
3) Desconcentrada: há hierarquia porque o órgão desconcentrado é
subordinado ao órgão que permitiu a desconcentração. Não há criação de entidades com
personalidade jurídica, pois pertence ao ente que se desconcentrou. Não há vinculação,
há hierarquia.

c) Teorias do Órgão
1) Teoria da Representação: informa que o agente público atua em nome da
Administração, porque esta não tem capacidade para tanto. Não é usada no Brasil.
2) Teoria do Mandato: define que a Administração Pública outorga poderes
através de uma procuração/mandato. Também não é aplicada no Brasil.
3) Teoria do Órgão: os agentes públicos em suas ações não estão agindo em
nome do Estado, mas é o Estado que está agindo através do agente, por isso adota-se a
responsabilidade objetiva do Estado. É adotada no Brasil.

d) Formas de Descentralização
1) Territorial: não é adotada no Brasil.
2) Serviço ou Funcional: é a outorga, a Administração Pública outorga funções
a pessoa jurídica de direito público ou privado, que são vinculadas ao Estado em razão
da função outorgada. Aqui não há que se falar em subordinação, nem em hierarquia.
3) Colaboração: é a delegação, os serviços públicos podem ser delegados, ex.:
transporte público terrestre, transporte aéreo. A delegação é feita somente para pessoa
jurídica de direito privado.

e) Administração Indireta
1) Autarquias: agências reguladoras, consórcios de natureza pública, conselhos
de classe (exceto: OAB).
2) Fundações
3) Sociedades de Economia Mista: são as empresas que tem 50% +1 cota com
direito a voto, pertencentes ao Estado.
4) Empresas Públicas: tem que ter o capital 100% dos entes federativos.
Obs.: Consorcio público de direito público é uma autarquia.
A OAB é uma entidade constitucional autônoma e independente.
Fundação de direito privado tá fora da administração indireta.
Toda estatal que negocie suas ações na bolsa de valores é uma sociedade de
economia mista.
A principal diferença é a personalidade jurídica.

Personalidade Ato Constitutivo


Jurídica
Autarquia Direito Público Criada por Lei
Fundações Direito Público Autorizada por lei, instituída por
um decreto
Sociedade de Economia Direito Privado Lei autoriza a criação de um
Mista Estatuto.
Empresas Públicas Direito Privado Lei autoriza a criação de um
Estatuto
As fundações, sociedades de economia mistas as empresas públicas precisam de
registro dos atos constitutivos.
A finalidade da fundação é determinada por lei complementar, o que não se
exige da autarquia.
Para a criação da autarquia basta que a Lei criadora seja publicada, não precisa
de registro.

Mão de Obra Bens


Autarquias Regime Estatutário* Impenhoráveis
Fundações Regime Estatutário*
Sociedades de Economia CLT
Mista®
Empresas Públicas® CLT
*Em decorrência da liminar da ADI nº. 2135/DF – STF.
®Se submetem a licitação e concurso público para a mão de obra.

1. Autarquia: tem que ter finalidade pública especifica, ex.:

 Fiscalizar o Sistema Financeiro BACEN;

 Regular o Sistema Eletrico ANEEL.

Tipos de Autarquias:

 Reguladoras: função principal é normatizar a fim de regular determinado


sistema.

 Fiscalizadoras: função principal exercer o poder de policia administrativa.

 Controladoras: papel fundamental controlar as atribuições de determinadas


categorias profissionais, ex.: CRM, CRO.
Titulação

 Agências Reguladoras: não é só autarquia, também pode ser fundação. É


necessário que tenha convenio entre o ministério e a autarquia/fundação. O convenio é
quem define as metas que deverão ser alcançadas. Se as metas forem alcançadas serão
tituladas como agências executivas, que tem como conseqüência:

1 Limites menores para exigibilidade de licitação;

2 Aumento do orçamento.

Esta titulação poderá ser cassada, se a autarquia deixar de cumprir as metas


previstas no convênio com o ministério vinculado.

Aula 2 – Dia: 17/10/2009

I. TERCEIRO SETOR (ENTES DE COOPERAÇÃO/PARAESTATAIS)


Serviços Sociais Entidades de Organizações Organizações
Autônomos Apoio Sociais (OS) da Sociedade
Civil de
Interesse
Público
(OSCIP)
Criação Por lei Por servidores Nasce para Ente privado já
específica públicos substituir órgão existe e recebe
ou entidade qualificação de
pública (através OSCIP
de uma
qualificação)
Natureza Direito Privado Direito Privado Direito Privado Direito Privado
Jurídica
Atividade Assistência e Prestar apoio a Atua na área da Atua na área da
ensino a entidades de educação e saúde,
categorias ensino e saúde saúde onde haja educação,
profissionais interesse social esporte,
cultura.
Característi - Apoio ao - Recebem - Apoio através - Termo de
cas (CLT) serviço público; fomento de um contrato parceria com o
- Recebem público; de gestão junto Ministério da
contribuição - Servidores ao Ministério da Justiça (no
parafiscal atuam fora da área especifica. âmbito
(TCU). jornada. federal), ou
com a
Secretaria de
Segurança
Pública (nos
âmbitos
estaduais e
municipais)
Exemplos SESI, SENAI, FUBRA, RPA(Rede Projeto Incluir
SESC, FAHUB. Nacional de (BA)
SEBRAI, Ensino e
APEX, Pesquisa),
Pioneiras IMPA(Instituto
Sociais(ex.: de Matemática
Rede do Pública
Hospital Sarah). Aplicada).
Sarah

Os entes de cooperação não tem fins lucrativos.


No caso de extinção o patrimônio será entregue a outras entidades com a mesma
finalidade.
O contrato de gestão e o termo de parceria podem ser cassados
A qualificação das OS e das OSCIP vivem em constante renovação.
Entes de apoio só podem ser extintas por sentença judicial.
As pessoas que trabalham no terceiro setor respondem por improbidade
administrativa, limitando tal responsabilidade aos valores recebidos do governo.
Na OSCIP a diretoria é remunerada, na Entidade de Apoio não, no Serviço
Social Autônomo depende da lei que criou e na OS depende do contrato de gestão.

II. PODER ADMINISTRATIVO

1. Poder Vinculado: a Administração Pública possui para a prática


de ato administrativo todos os elementos previstos em lei.
2. Poder Discricionário: é o poder que a Administração Pública
possui, dentro dos estritos limites da lei, para prática de alguns atos administrativos,
tendo estes seus elementos previstos em lei, podendo o administrador verificar o mérito
(oportunidade e conveniência) de cada caso. A lei delimita a discricionariedade, ex.:
conferir porte de arma.
3. Poder Hierárquico (EU MANDO): do poder hierárquico advém
os institutos da delegação (delegação é passar minha atribuição a outra pessoa) e da
avocação (o hierarquicamente superior pega para si uma função de seu subordinado).
A delegação prescinde do Poder Hierárquico, já a avocação exige, é imprescindível o
Poder Hierárquico.
Não é possível delegar (art. 13, da Lei nº. 9784):
o Elaboração de atos normativos;
o Apreciação dos recursos administrativos;
o Atos de competência exclusiva (vale também para a
avocação).
Nos órgãos colegiados a delegação pode ser feita do colegiado para o presidente
do órgão, exceto quando a competência for exclusiva.
4. Poder Disciplinar (EU PUNO): é a apuração e punição de faltas,
não apenas de servidores, mas também de pessoas físicas ou jurídicas que prestam
serviços públicos ao Estado, ou seja, pessoas físicas ou jurídicas que mantenham
relação contratual com o Estado.
5. Poder Regulamentar: é privativo dos chefes do Poder Executivo
(âmbito federal- art. 84 da CF).
Através dos decretos:
o Executivos: podem esclarecer e complementar lei;
o Autônomos: podem ser emitido para organizar a
administração direta, desde que, não gere despesa; ou para extinguir cargos, desde que,
estejam vagos.
6. Poder de Polícia: vai estar em conflito o interesse público e o
interesse privado.
Punição oriunda de poder de policia é diferente do poder disciplinar.
O poder de policia:
o Gera a possibilidade de editar normas regulamentares;
o Gera a autorização para a Administração Pública realizar
fiscalizações.
Para que o Poder de Polícia se realize é necessário o D. A. C. :
o Discricionariedade: a Administração Pública vai definir a
oportunidade e a conveniência da edição das normas e das fiscalizações;
o Autoexecutoriedade: o Poder de Polícia não necessita de
autorização do poder judiciário;
o Coercibilidade: se impõe aos administrados.
O Poder de Polícia Administrativa é diferente do Poder de Polícia da Segurança
Pública. Pois esta pode ser ostensiva (PC) e preventiva (PM, CBM).
O Poder de Polícia é indelegável ao particular.

III. TEORIA GERAL DO ATO ADMINISTRATIVO

A.
ATO ADMINISTRATIVO FATO ADMINISTRATIVO
É a declaração de vontade do Estado É a execução da declaração de vontade
1º vem a Ordem de Demolição 2º a demolição vai ser fato superveniente
2º declaração de vacância do cargo 1º falecimento do servidor vai ser fato
antecedente.
O fato administrativo pode ser delegado, o ato não.

B.
ATO ADMINISTRATIVO ATO DA ADMINISTRAÇÃO
Sempre vai gerar efeito jurídico Nem todo ato gera efeito jurídico, é
considerado ato de gestão. Ex. de ato que
gera efeito: contrato de locação. Ex. de ato
que não gera efeito: mudança de sede.
Regime jurídico administrativo Quando gerar efeitos jurídicos estará sob a
égide do regime jurídico do direito
privado.
O ato da administração é um ato de execução.
Os fatos administrativos que decorrem do ato da administrativo podem ser
considerados atos da administração.

C. Ato Administrativo: é a declaração do Estado, no exercício de


prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da
Lei, a título de lhe dar cumprimento, sujeito a controle de legitimidade pelo Poder
Judiciário (Hely Lopes).
D. Atributos do ato administrativo (PAI)
o Presunção de Veracidade dos Atos Administrativos: é a idéia
de que os atos administrativos são verdadeiros, legítimos e legais. Tem presunção
relativa (iuris tantum);
o Autoexecutoriedade: a administração pode executar suas
ações, sem que seja necessária a autorização judicial, exceto cobrança de multas porque
estas só podem ser feitas através do executivo fiscal;
o Imperatividade: os atos administrativos não dependem da
vontade dos administrados.

Aula 3 – Dia: 19/10/2009

E. Elementos do Ato Administrativo CoFiFoMOb


o Competência: é a atribuição legal outorgada a um órgão,
entidade ou agente (este tem que ser capaz), sendo indelegáveis os atos de competência
exclusiva.
Há 03 critérios:
1. Territorial: qual ente da Federação será capaz para
praticar o ato (União, Estado, DF, Município e/ou Território). Se ocorrer vício, este será
insanável, não podendo, portanto ser convalidado.
2. Material: qual a matéria de especialização do ato, qual a
especificação para encontrar o órgão ou ente competente;
3. Funcional: é a atribuição do agente. Ocorrendo vício o ato
pode ser convalidado pelo agente hierarquicamente superior.
o Finalidade: é o objetivo do ato, de acordo com a vontade da
lei; é o interesse público que deve ser atendido através do ato; o desvio de finalidade, ou
a finalidade diversa da desejada pela, é uma espécie de abuso de poder.
o Forma: é o modo, é como o ato deve ser feito. Tá no art. 22
da Lei nº. 9784/99.
Em regra os atos se regem pelo princípio da forma, os atos devem ser:
• Escritos em vernáculo, datados, e assinados;
• Símbolos, sinais, sons (ex.: desenho em faixa de cadeirante).
Só há exceção ao princípio da forma quando a lei dizer qual será a forma.
o Motivo: está relacionado com um fato imediato, o motivo que
leva a prática do ato, que deve ser lícito. Ex.: motivo da multa de trânsito é a velocidade
alta, a desídia do funcionário é o motivo de sua demissão.
o Objeto: é a finalização do ato administrativo, que deve ser
lícito, certo e moral.
Ex.: num tumulto onde os bombeiros para dispensar a multidão jogam água.
1. Motivo: tumulto,
2. Finalidade: manter a ordem pública,
3. Objeto: dispensar a multidão.

Competência e forma se convalidam, pois são vícios sanáveis. Finalidade,


motivo e objeto não se convalidam, são vícios insanáveis.
Convalidação dos Atos Administrativos

Convalidar é tornar válido um ato que tenha vício sanável.


Na competência só pode convalidar um ato quando a convalidação decorrer do
poder hierárquico (competência funcional), quando o superior supre a falha do seu
subordinado.

F. Classificação dos Atos Administrativos

I. Quanto aos Destinatários


a) Gerais ou Regulamentares: não existe uma pessoa específica,
várias pessoas que estão em uma determinada situação são atingidas pelo ato. São os
atos normativos praticados pela Administração, como regulamento, portarias,
resoluções, circulares, instruções, deliberações regimentos. (Di Pietro)
b) Individuais: são os atos que produzem efeitos jurídicos a somente
uma pessoa, este ato tem destinação específica. Ex.: nomeação, ou ato expropriatório.

II. Quanto ao Alcance


a) Externos: tem alcance a todos os administrados, atinge os
administrados, ex.: fiscalização.
b) Internos: são os atos que atingem somente a Administração
Pública, ex.: ato normativo que regulamente o horário de expediente.

III. Quanto a Manifestação de Vontade


a) Bilateral: envolve as duas partes: Administração e administrado,
ex.: licença, contrato administrativo.
b) Unilateral: a vontade é única, sendo somente da Administração,
ex.: autorização.

IV. Quanto ao Grau de Liberdade


a) Discricionário: tem maior liberdade de atuação, contudo, seus
limites têm previsão em lei. Existe margem de atuação do administrador para a prática
do ato, entretanto, esta margem está na Lei, ex.: agente de trânsito na blitz, concessão
das férias.
b) Vinculado (ou regrado): este ato está vinculado à Lei, todos os
elementos estão previstos em Lei. Não existe liberdade para o administrador agir, a lei
prevê todos os elementos do ato, ex.: concessão da aposentadoria, regras para concurso
público.

OBSERVAÇÕES:
1. Não há atos inteiramente vinculados ou inteiramente discricionários, trata-se de
uma questão de preponderância, de maior ou menor liberdade deliberativa do
administrador;
2. Notamos que a Administração Pública está subordinada à lei tanto nos atos
“vinculados” como nos “discricionários”, porém, nos atos vinculados, a uma
subordinação é restrita, ao passo que nos discricionários é a própria lei que permite ao
administrador, no caso em concreto, aplicar a melhor solução;
3. Não se permite ato arbitrário, que é aquele ato exercido fora da lei;
4. Os atos políticos de Governo tendem à discricionariedade, sendo mínima a
vinculação; já na Administração Pública, predominam os vinculados.

V. Quanto ao Objeto (ou Quanto às Prerrogativas com que a Administração


atua)
a) Império: são os atos praticados pela Administração Pública em que
ela se utiliza da supremacia da administração pública sobre o particular, ex.:
fiscalização.
Apostila Fortium: são os atos praticados pela Administração Pública quando esta se
vale das prerrogativas e privilégios de autoridade.
b) Gestão: ocorre quando o administrador está em pé de igualdade
com o administrado, ex.: contrato de locação (aqui a administração não tem
prerrogativas).
Apostila Fortium: são os atos praticados pela Administração Pública quando esta se
“despe” de suas prerrogativas e pratica os atos em pé de igualdade com os particulares.
c) Mero Expediente: são os atos de mera movimentação processual,
serão impulsionados de oficio ou pelo interessado, ex.: art. 2º, § único, VIII da Lei
9784/99.
VI. Quanto a formação da vontade (está diretamente com a decisão)
a) Simples: neste ato é utilizado uma única autoridade ou órgão, ex.:
nomeação de servidor público.
b) Composto: este ato é realizado por mais de uma autoridade, só que
todas dentro do mesmo órgão, ex.: autorização para viajar com criança.
Apostila Fortium: os atos compostos resultam da manifestação da vontade de um
órgão (ato principal), dependendo, porém, da verificação de outro órgão (ato
complementar). Diferem dos atos complexos porque aqui existe uma hierarquia entre as
vontades manifestadas. Uma é a principal e faz nascer o ato, outra é acessória e apenas
complementa a vontade já manifestada.
c) Complexo: mais de uma autoridade, no entanto de órgãos
diferentes, ex.: nomeação para ministro do STF (o presidente da República indica, mas
o Senado tem que aprovar).
Apostila Fortium: resultam da manifestação de vontade de mais de um órgão. O ato só
surge com a fusão das duas vontades. As duas têm a mesma importância.

VII. Quanto à estrutura do ato


a) Concreto (único caso, determinado): é o ato que somente se aplica
a um único caso, ex.: nomeação (ato praticado para nomear só aquela pessoa),
exoneração de um servidor.
b) Abstratos (situações indefinidas): não sabe quantas pessoas serão
atingidas, ex.: horário de expediente em um órgão público, atinge os servidores e
usuários do órgão.

VIII. Quanto aos efeitos


a) Constitutivos: criam, extinguem e/ou modificam situações, ex.:
concessão de alvará (cria o direito para o empresário iniciar suas atividades).
b) Declaratórios: apenas informar direitos, ex.: certidão (o servidor
que pede declaração que conste que ele não cometeu infrações disciplinares nem
respondeu a processo administrativo disciplinar)

IX. Quanto aos resultados


a) Ampliativo: ampliam direitos ou obrigações, ex.: funcionamento
de repartição pública que era até as 12h e passa a ser até as 18h.
b) Restritivos: restringem direitos ou obrigações, ex.: expedição de
alvará dizendo que um comércio não poderá funcionar depois da 0h.

QUANTO ATOS CONCEITO EXEMPLO


AOS
Destinatários

Gerais Destinam-se a uma parcela Edital


Regulamento
grande de sujeitos
Instruções
indeterminados e todos
aqueles que se vêem
abrangidos pelos seus
preceitos;
Individuais Destina-se a uma pessoa em Demissão
Exoneração
particular ou a um grupo de
Outorga de licença
pessoas determinadas .
Alcance

Internos Os destinatários são os órgãos Circulares


Portarias
e agentes da Administração;
Instruções
não se dirigem a terceiros
Externos Alcançam os administrados Admissão
Licença
de modo geral (só entram em
vigor depois de publicados).
Objeto

Império Aquele que a administração Desapropriação


Interdição
pratica no gozo de suas
Requisição
prerrogativas; em posição de
supremacia perante o
administrado;
Gestão São os praticados pela Alienação e
Aquisição de bens
Administração em situação de
Certidões
igualdade com os particulares,
SEM USAR SUA
SUPREMACIA
Expediente Aqueles praticados por Protocolo
agentes subalternos; atos de
rotina interna
Vinculado Quando não há, para o agente, Licença
Regramento
liberdade de escolha, devendo Pedido de
se sujeitar às determinações aposentadoria
da Lei;
Discricionário Quando há liberdade de Autorização
escolha (na LEI) para o
agente, no que diz respeito ao
mérito ( CONVENIÊNCIA e
OPORTUNIDADE ).
Formação do ato

Simples Produzido por um único Despacho


órgão; podem ser simples
singulares ou simples
colegiais.
Composto Produzido por um órgão, mas Dispensa de
dependente da ratificação de licitação
outro órgão para se tornar
exeqüível
Complexo Resultam da soma de vontade Escolha em lista
de 2 ou mais órgãos. Não tríplice
deve ser confundido com
procedimento administrativo
(Concorrência Pública).
Tabela tirada da apostila do Prof. Denis

G. Modalidades dos atos administrativos ou espécies

Atos Conceito Exemplos Conceito


São os que contem Regulamentos Ato normativo de
comando geral e abstrato caráter explicativo ou
visando à correta aplicação supletivo.
da lei. Detalham a lei. Decretos Ato normativo de
competência privativa
do chefe do Poder
NORMATIVOS
Executivo.
Podem ser coletivos
ou individuais.
Instruções normativas São atos normativos
expedidos pelos
Ministros de Estado,
podendo ser utilizados
por outros órgãos.
Regimentos São atos normativos
de atuação interna
destinando-se a reger
funcionamento de
órgãos colegiados.
Resoluções São atos normativos
de atuação interna
destinando-se a reger
funcionamento de
órgãos colegiados.
Deliberações São os atos
normativos oriundos
de órgãos colegiados,
representando a
vontade majoritária de
seus membros.
ORDINATÓRIOS

São os que disciplinam o Portaria Determinações gerais


funcionamento da dos chefes de órgãos
Administração e a conduta ou repartições aos
funcional de seus agentes. servidores
secundários.
Instrução Determinações
específicas dos chefes
a fim de prescrever o
modo pelo qual seus
subordinados deverão
dar andamento a seus
serviços.
Aviso Visa a dar
conhecimento de
assuntos afetos à
atividade
administrativa.
Circular De caráter concreto,
visa a transmitir
ordens uniformes a
funcionários
subordinados.
Ordem de Serviço Instrumento utilizado
para transmitir
determinação aos
subordinados, a
respeito da condução
de determinado
serviço.
Oficio É o ato pelo qual os
agentes
administrativos se
comunicam.
Despacho É o ato administrativo
que contém decisão
não final, das
autoridades
administrativas, sobre
assunto de interesse
individual ou coletivo,
submetido à sua
apreciação.
NEGOCIAIS

Ato administrativo que Alvará Consentimento dado


contém uma declaração da pelo Estado para que o
Administração, coincidente particular possa
com a pretensão do desenvolver certa
particular. atividade.
Licença Ato unilateral e
vinculado pelo qual a
Administração faculta
ao que preencha os
requisitos legais o
exercício de uma
atividade.
Concessão Atos administrativos
que implicam na
ampliação de direitos,
como a concessão de
serviços públicos ou a
concessão de
cidadania.
Permissão Ato administrativo
unilateral,
discricionário, gratuito
ou oneroso, pelo qual
a Administração
faculta ao particular a
execução de um
serviço público ou uso
privativo de bem
público.
Autorização Ato administrativo
unilateral,
discricionário e
precário em que é
facultado ao particular
o uso privativo de bem
público ou a prática de
um ato que sem esse
consentimento seria
ilegal.
Admissão Ato unilateral e
vinculado em que o
particular é admitido
para o gozo de um
serviço público
Aprovação Ato unilateral e
discricionário, pelo
qual se exerce o
controle do ato
administrativo.
Homologação E o ato unilateral e
vinculado pelo qual a
Administração
reconhece a legalidade
de um ato jurídico.
ENUNCIATIVOS

São todos os atos em que a Parecer Ato praticado por


Administração Pública se órgãos consultivos que
limita a certificar ou atestar emitem opinião sobre
determinado fato ou a assuntos técnicos ou
emitir uma opinião a cerca jurídicos de sua
de um tema definido competência. Podem
ser facultativos ou
obrigatórios,
vinculantes ou não
vinculantes.
Certidão São cópias ou
fotocópias fiéis e
autênticas de atos ou
fatos constantes de
processo livro ou
documentos que se
encontrem na
repartição. Não há
manifestação da
vontade do Estado
nessa emissão.
Atestado São atos pelos quais a
Administração
comprova um fato ou
situação de que tenha
conhecimento por seus
órgãos competentes.
Presta-se à
comprovação de fatos
ou situações passíveis
de modificação
freqüente.
PUNITIVOS Atos que contém uma Multa É toda imposição
sanção imposta pela pecuniária que sujeita
Administração àqueles que a título de
infringem disposições compensação do dano
legais presumido de
infração; é a natureza
objetiva e se torna
devida
independentemente da
ocorrência de culpa ou
dolo do infrator
Interdição de Atividade É o ato pelo qual a
Administração veda a
alguém a prática de
atos sujeitos ao seu
controle ou que
incidam sobre seus
bens; deve ser
precedida de processo
regular e do respectivo
auto, que possibilite a
defesa do interessado.
Destruição de Coisas É o ato sumário da
Administração pelo
qual se inutilizam
alimentos, substâncias,
objetos ou
instrumentos
imprestáveis ou
nocivos ao consumo
ou de uso proibido por
lei.
Tabela retirada da apostila do Prof. Denis.

H. Formas de extinção: A extinção do ato administrativo poderá ocorrer nas


hipóteses de cumprimento de seus efeitos, mediante o esgotamento do conteúdo
jurídico, da execução material ou pelo implemento de condição ou termo; em face do
desaparecimento do sujeito ou do objeto; pela retirada do ato pelo Poder Público,
pela revogação, anulação, cassação, caducidade ou contraposição; ou ainda pela
renúncia.
IV. Agentes Públicos

1. Agentes Políticos: são aqueles em que a vontade do povo é demonstrada na


ocupação desses cargos. São eles:
a. Presidente e vice;
b. Governador e vice;
c. Senador;
d. Deputados seja federal, estadual ou distrital;
e. Membros do Poder Judiciário;
f. Membros do Ministério Público.
Ou seja, os integrantes, do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. Há uma
divergência em relação aos membros do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Sofreu influência norte-americana.

Apostila Fortium: são os agentes públicos ocupantes dos mais altos escalões, são os
que decidem a vontade soberana do Estado com atribuições constitucionais sem
subordinação hierárquica; são os titulares dos Poderes do Estado; são os que têm regime
jurídico de base constitucional (presidente, governador, deputado, senador, magistrados,
membros do Ministério Público, membros do Tribunal de Contas, etc.).
2. Agentes Administrativos: são aqueles que têm vínculo remunerado. Pode ser
classificado em:
a. Servidores Públicos (Lei nº. 8112);
b. Servidores Temporários;
c. Empregados Público (regidos pela CLT).

Apostila Fortium: são os que têm vínculo profissional (servidores efetivos, em


comissão, empregados públicos). Exercem as funções comuns da Administração.
a. Servidores Públicos: são os agentes públicos que atuam nas pessoas
jurídicas de direito público: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e
Fundações Públicas.
b. Servidores em Comissão;
c. Empregados Públicos: são os agentes públicos que atuam nas pessoas
jurídicas de direito privado (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) e
também aqueles que no período onde não havia obrigatoriedade de um regime jurídico
único foram contratados pelas pessoas jurídicas de direito público.

3. Agentes Honoríficos: atuam em função pública não remunerada, mas, recebe


título. Tem como vantagem desempate em concursos públicos. Ex.: mesário, jurado.

Apostila Fortium: são cidadão convocados ou designados para prestar,


transitoriamente determinados serviços ao Estado (múnus público), sem remuneração e
sem vínculo com a Administração (jurados, mesários eleitorais, conscritos etc.).

4. Agentes Delegados: em regra, não são remunerados pelos cofres públicos, são
remunerados por custas e emolumentos, ex.: cartórios extrajudiciais.

5. Agentes Permissionários e Concessionários: exercem atividade pública de


serviços, ex.: permissão de transporte.

V. SERVIDOR PÚBLICO

A) Regência: Lei nº 8112/90.


B) Aplicação: para as pessoas que prestam serviços na Administração Direta,
Indireta, Autárquica e Fundacional.
C) Características:
a. Unilateralidade: Não existe direito adquirido em face a alterações
sofridas após a investidura
b. Único: uma liminar na ADI 2135/DF tornou sem efeito o art. 39 da
Emenda Constitucional nº. 19/98.
D) Forma de Ocupação
 Cargo Público (art. 3º): conjunto de atribuições e
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor.
Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público (art. 2º). O servidor
pode ser comissionado (é aquele de livre nomeação e exoneração, pode ser ocupado por
servidor efetivo, ou seja, que tenha vinculo ou por nomeado, não tem vinculo) ou
efetivo (aquele que foi aprovado em concurso público) que pode ser de carreira
(permite a promoção) ou isolado (não permite a promoção).
E) Edital e Concurso: o Edital é a convocação e se submete ao princípio da
legalidade, pois deve ser publicado em diário oficial e jornal de grande circulação.
Requisitos para a Posse (investidura):
 Ser brasileiro nato ou naturalizado;
 Idade mínima de 18 anos;
 Estar em gozo dos direitos políticos;
 Estar em dia com as obrigações eleitorais e militares;
 Nível escolar exigido para o cargo;
 Capacidade física e mental.

O portador de necessidade especial tem que ter a compatibilidade entre sua


função e a deficiência. Para estes o edital deve reservar:
 Mínimo de 5% das vagas (Decreto nº 3298/99), conforme o § 1º do
art. 37 do citado decreto;
 Máximo de 20% das vagas, conforme § 2º do art. 5º da Lei;
 Se na hora do cálculo de vagas, o número for fracionário este deve
ser arredondado para o próximo número inteiro, de acordo com o § 2º do art. 37 do
Decreto nº. 3298/99;
 Tem prioridade na nomeação;
 Deve concorrer com seus pares.
O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos, de acordo com o
art. 11 da Lei.
Conforme o art. 12 da Lei o Concurso tem validade de 02 anos, podendo ser
prorrogável por igual período.
De acordo com a jurisprudência do STF e STJ a aprovação do candidato dentro
do número de vagas gera direito líquido e certo à nomeação.
F) Nomeação: é o provimento originário do cargo público. A nomeação
necessita de confirmação do candidato, que se dá pela posse (investidura em cargo
público), podendo mandar procurador com poderes especiais.
O candidato tem o prazo improrrogável de 30 dias para aceitar ou não a
nomeação, se nada fizer a nomeação tornar-se-à sem efeito
G) Posse: é a investidura em cargo público. É nesse momento que o
candidato se torna funcionário público.
A posse se dará por meio da assinatura de um termo, que deverá conter as
atribuições, deveres, responsabilidades e direitos do cargo a ser ocupado, conforme o
art. 13 da Lei 8112.
A posse deverá ocorrer no máximo 30 dias após a nomeação, entretanto se
ocorrer fora deste prazo a posse será tido como sem efeito, §§ 1º e 6º do art. 13 da Lei
8112.
Se o candidato estiver de licença ou afastado os 30 dias, somente começarão a
contar após o fim do impedimento (§ 2º, do art. 13 da Lei 8112).
A posse poderá ser efetuada através de procuração, § 3º do art. 13 da Lei 8112.
No ato da posse o candidato, agora servidor, deverá apresentará duas
declarações, na primeira deve constar os bens e valores que fazem parte de seu
patrimônio até a presente data e na segunda deve declarar qual exercício, cargo ou
função ele ocupa ou se não ocupa, § 5º do art. 13 da Lei nº. 8112.
H) Exercício: é o efetivo cumprimento das atribuições do cargo. É o
exercício que gera os efeitos financeiros.
I) Formas de Provimento (art. 8º, da Lei nº. 8112/90): são formas
derivadas, e não são utilizadas para os cargos comissionados:
a. Nomeação (arts. 9º e 10 da Lei 8112/90): provimento originário.
b. Promoção: É a ascensão de cargo. Se dá de uma classe pra outra é a
movimentação vertical de uma classe para outra. É a progressão funcional, é a
movimento de padrão para outro.
c. Readaptação (art. 24 da Lei 8112/90): é a limitação, ocorre quando
um servidor sofre uma limitação física ou mental. Neste caso, ele será readaptado em
cargo compatível, entretanto, este cargo tem que pertencer a mesma carreira.
d. Reversão (arts. 25 e 27 da Lei 8112/90): é o retorno do servidor
aposentado à atividade. O servidor aposentado é obrigado a voltar quando é aposentado
por invalidez. Podendo voltar a atividade também por interesse da Administração
Pública, desde que, a aposentadoria seja voluntária, tenha feito o pedido de reversão,
quando a aposentadoria tenha ocorrido 5 anos antes do pedido.
Não poderá ser revertido o aposentado que tenha idade superior a 70 anos.
No caso da reversão do aposentado por invalidez, se o cargo estiver ocupado ou
não existir, o servidor vai ficar como excedente.
e. Aproveitado (arts. 30 a 32): Só pode ser aproveitado o servidor
estável que foi posto em disponibilidade. Neste caso, a Administração é obrigada a
aproveitar o servidor. A remuneração é proporcional ao tempo de serviço.
f. Reintegrado (art. 28): ocorre quando um servidor demitido tem sua
demissão anulada ou revogada. O servidor, neste caso, será ressarcido em todas as
vantagens que teria se não tivesse sido demitido.
g. Reconduzido (art. 29): é o retorno do servidor estável ao cargo que
ocupava. Tem direito o servidor estável inabilitado, quando:
i. Estiver em estágio probatório de outro cargo;
ii. O servidor for reintegrado; ou
iii. À pedido do servidor que estiver em estágio probatório.

J) Formas de Vacância (art. 33)


1. Falecimento;
2. Demissão;
3. Exoneração (arts. 34 e 35);
4. Aposentadoria;
5. Promoção;
6. Readaptação;
7. Recondução;
8. Posse em cargo inacumulável.
A promoção, readaptação e recondução são tidas pela doutrina como formas
simultâneas de provimento e vacância.

K) Estágio Probatório X Estabilidade


O estágio probatório é uma avaliação subjetiva, que verifica a aptidão e a
capacidade do servidor para o exercício do cargo, tem que levar em consideração 5
fatores: a responsabilidade, a assiduidade, a produtividade, a capacidade de iniciativa e
a disciplina do servidor. A lei, através da Emenda Constitucional nº. 19 art. 28, diz que
o estágio probatório tem duração de 24 meses. Entretanto, o STF e o STJ entendem ser
de 36 meses.
O estágio probatório tem processo homologatório, que se inicia 4 meses antes do
fim do prazo. Este processo pode resultar na habilitação ou na inabilitação do servidor.
No caso da inabilitação se o servidor for estável será reconduzido; se não for estável
será exonerado.
A estabilidade só é adquirida após 3 anos de efetivo exercício e aprovação em
avaliação especifica (está avaliação é o estágio probatório). Aos servidores que estavam
em estágio probatório antes de editada a EC nº. 19/98 o estágio probatório foi de 2
anos.1

L) Direitos e Vantagens
I. Remuneração ou Subsídio
Remuneração (arts. 41 ao 48 da Lei 8112): é o conjunto de parcelas
(vencimentos + parcelas permanentes do cargo), acrescido de vantagem pessoal. Os
vencimentos que integram a remuneração são irredutíveis. O vencimento pode ser
inferior ao salário mínimo. A remuneração tem que ser superior ao salário mínimo e
inferior ao teto do STF.
Subsidio é uma parcela única, seria a remuneração mensal. E tem previsão
constitucional.
Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com
valor fixado em lei (art. 40 da Lei 8112).
II. Indenização (arts. 49, I e 51).
1 Ajuda de Custo (arts. 53 ao 57): é a compensação de despesas
advindas da instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício
em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que
detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
A ajuda de custo não pode ser superior a 3 meses de remuneração do servidor.
Se for maior terá que devolver em 30 dias.
2 Diária (arts. 58 e 59): é devida ao servidor que vai prestar serviço
fora de sua sede. Não tem limitação cada órgão vai regulamentar. Se tiver que devolver
o prazo é de 5 dias.
A diária serve para custear a hospedagem, alimentação e transporte do servidor.
Entretanto, se a Administração oferecer algum dos serviços, o servidor só vai receber
50% quando não tiver que dormir no local.
1
Art. 28. É assegurado o prazo de dois anos de efetivo exercício para aquisição da estabilidade aos atuais
servidores em estágio probatório, sem prejuízo da avaliação a que se refere o § 4º do art. 41 da
Constituição Federal.
Não tem direito a diária ex.: PRF.
3 Indenização de Transporte (art. 60): é devido ao servidor que
utiliza meio próprio de locomoção.
4 Auxílio Moradia (arts.60-A ao 60-E): tem direito o servidor
ocupante de D.A.S. (4, 5 ou 6). Não tem direito quem reside em imóvel funcional, ou
em região metropolitana.
Não tem direito o servidor que vai residir com colega de trabalho, cônjuge,
família.
Não tem direito o servidor que for dono de imóvel no lugar onde trabalha.
O valor não pode ultrapassar 25% do DAS do Ministro de Estado, mas a
Administração garante até R$ 1.800,00.

III. Gratificações e Vantagens (art. 61).


1 Garantia (é calculada em cima da remuneração): é dada a quem
ocupa cargo de direção, chefia ou assessoramento. É o D.A.S. 3, 4, 5 e 6.
2 Gratificação Natalina ou Décimo Terceiro Salário (é calculado em
cima da remuneração): é devido aos servidores aposentados ou não. Tem como base a
ultima remuneração recebida. Tem que ser pago até o dia 20 de dezembro. Pode ser
pago de forma proporcional ou integral.
3 Adicional por insalubridade, periculosidade e penosidade (são
calculados em cima do vencimento e não da remuneração).
Insalubridade é o risco à saúde, pode ser de 5%, 10% ou 20%.
Periculosidade é o risco à vida, é de 10%.
Penosidade é em decorrência do local.
Os adicionais de insalubridade e periculosidade não podem se acumular.
4 Adicional por Serviço Extraordinário (calculado em cima do
vencimento): pode ser no máximo 2 horas por dia. O valor é de 50% em cima da hora
normal.
5 Adicional por serviço Noturno (calculado em cima do
vencimento): considera-se trabalho noturno o trabalho realizado das 22h as 5h, cada
hora dura 52m30s. O valor é de 25% em cima da hora normal.
6 Férias, mais 1/3 da remuneração: é tido como férias o período de
30 dias corridos.
7 Gratificação por encargo de curso ou concurso: é devida ao
servidor que temporariamente trabalhar como:
a. Instrutor ou Examinador: a gratificação é de 2,2% da
maior remuneração do serviço público;
b. Fiscal ou Apoio: a gratificação é de 1,2%, como é por hora
o limite é de 120 horas por ano, prorrogável por igual período.

M) Licenças (art. 81)

1. Tratar da Saúde de Familiar (art. 83): Esta licença poderá ser concedido a
cada período de doze meses.
 Com remuneração: por até 60 dias.
 Sem Remuneração:por até 90 dias
2. Acompanhar cônjuge ou companheiro (art. 84): não pode ser união
homoafetiva: não tem prazo.
 Com remuneração: servidor removido de oficio é o chamado
exercício provisório – quando o cônjuge é servidor publico.
 Sem Remuneração: se o cônjuge ou companheiro não for
servidor, e se tenha sido removido de oficio.
3. Licença para prestar serviço militar (art. 85): é remunerada, a
Administração tem que pagar. Acabando o serviço militar o servidor tem até 30 dias
para retornar sem remuneração.
4. Licença para exercer atividade política (art. 86): quando é candidato.
 Sem remuneração: no período das convenções partidárias.
 Com remuneração: desde o registro da candidatura até 10 dias
depois da eleição (+/- 3 meses).
OBS.: As licenças estudadas até agora podem ser concedidas ao servidor em
estágio probatório.

5. Capacitação (art. 87): pode ser concedida a cada 5 anos a critério da


Administração Pública.
É remunerado quando durar até 3 meses.
6. Tratar de Interesse Particular (art. 91): poderá a critério da Administração
Pública ser concedido até 3 anos consecutivos, sem remuneração.
7. Exercício de Mandato Classista – Sindicato (art. 92): é sem remuneração.
Dura enquanto o mandato eletivo durar, prorrogável uma única vez na hipótese de
reeleição.
 Até 5.000 servidores: 1 é liberado.
 De 5.000 até 30.000: 2 são liberados.
 Acima de 30.000: 3 são liberados.

M-A) Licenças Previdenciárias: sempre são remuneradas.

1. Tratar da Própria saúde:


Durante o ano até 15 não precisa de perícia. Mais de 15 precisa de perícia.
Limite de 24 meses, mais de 24 meses de licença começa a abater na aposentadoria.
2. Tratar da Saúde em decorrência de acidente em serviço: se durar mais de
24 meses o servidor poderá ser readaptado ou aposentado por invalidez.
3. Licença Paternidade: em qualquer caso terá duração de 5 dias
consecutivos.
4. Licença Maternidade: pode ser concedido a partir do 1º dia do 9º mês de
gestação.
É de 120 dias, mais 60 para amamentação, para o nascituro.
Quando tratar-se de nascimorto decorridos 30 dias do evento a servidora deverá
se submeter a perícia para saber se estar apta para voltar a sua atividade.
No caso de abortos lícitos a licença é de 30 dias.
No caso de adoção será de 30 dias se a criança tiver mais de 1 anos e de 90 dias
de tiver menos de 1 ano.
5. Concessões
• Estudar: vai ter que compensar o horário;
• Servidor que tenha filho ou enteado que seja portador de necessidade
especial: até 2 horas por dia, tem que compensar. Se o servidor for portador de
necessidade especial até 2 horas por dia sem compensação.
• Doar sangue: 1 dia.
• Alistamento eleitoral e fazer atualizações: 2 dias.
• Parentes falecidos: 8 dias.
• Casamento: 8 dias.

6. Afastamentos

I. Legais
 Cessão para outro órgão
 Jurado, Mesário
 Cargo Eletivo são afastados sem escolha: presidente, vice,
governador, vice, senador deputado estadual. Pode optar o prefeito, o deputado distrital
e o vereador, estes podem optar, pois podem acumular cargos públicos desde que o
horário seja compatível.

II. Em razão de Estudo


 Missão ou Estudo no Exterior: até 4 anos com remuneração.
 No Brasil: mestrado, doutorado ou pós-doutorado não fala o prazo
 Só será afastado se não tiver como fazer uma concessão.

Quando voltar, o tempo que permaneceu fora tem que permanecer no serviço. Se
não permanecer vai dever ao erário, o nome será inscrito na dívida ativa e terá que pagar
em 60 dias.
Mestrado Doutorado Pós-Doutorado
1º Afastamento 3 anos em exercício 4 anos em exercício 4 anos em exercício
Novo Afastamento Espera mais 3 anos Espera mais 4 anos Espera mais 4 anos

Aula 4 – Dia 30/10/2009

I. Responsabilidade dos Servidores Públicos


a) Civil
b) Penal: a absolvição na esfera penal em virtude da inexistência do fato ou
negativa de autoria irá repercutir na seara civil e administrativa. Somente se for
absolvido nestes dois casos, é que será reintegrado na seara administrativa.
c) Administrativa.
As esferas são independentes e acumuláveis.

II. Penalidades
Processo Autoridade Prescrição2 Cancelamento
Competente do Registro
Advertência Sindicancia Chefe 180 dias 3 anos
(simples imediatamente
anotação) superior
Suspensão de Até 30 dias: O Chefe 2 anos 5 anos
até 90 dias Sindicância imediato
(não vai Mais de 30 dias Autoridade
receber pelos até 90: imediatamente
dias que estiver Processo inferior ao
suspenso) Administrativo Chefe do Poder
Disciplinar
Demissão Só através do Chefe do 5 anos Não tem como
(servidor ativo) PAD. Poder, pode cancelar,
Cassação de
haver porque
Aposentadoria
nomeação. extingue o
ou
vínculo do
Disponibilidade
servidor com a
(servidor
Administração.
inativo)
Destituição do PAD Nomeante 5 anos X
Cargo em
comissão
Destituição de Pena acessória
Função de
Confiança
A critério da Administração a suspensão pode ser convertida em multa (§ 2º, art.
130 da Lei nº 8112).
Suspensão especifica aplicada apenas pelo chefe imediato, quando o servidor
deixa de ir ao médico, dura no máximo 15 dias e acaba quando o servidor vai ao médico
(§ 1º, do art. 130 da Lei 8112).
2
começa a contar do dia do conhecimento do fato pela Administração Pública.
A destituição do cargo ou de função de confiança para o servidor efetivo será
penalidade acessória, para o servidor não efetivo sofrerá tais penalidades se a falta que
cometeu for punida com suspensão ou demissão.

III. Processo Administrativo Disciplinar

SINDICÂNCIA PAD PAD SUMÁRIO


Dura até 80 dias Dura até 140 dias Dura até 50 dias
Instauração por portaria Instauração por portaria Instauração por portaria
Comissão: mínimo 3 Comissão: mínimo 3 Comissão: mínimo 2
servidores estáveis. servidores estáveis. servidores estáveis.
O presidente deve ser O presidente deve ser O presidente deve ser
ocupante de cargo efetivo ocupante de cargo efetivo ocupante de cargo efetivo
ou nível escolar igual ou ou nível escolar igual ou ou nível escolar igual ou
superior ao do acusado. superior ao do acusado. superior ao do acusado.
Prazo: 30 dias, podendo ser Prazo: 60 dias, mais 60. Prazo: 30 dias, mais 15.
prorrogado por mais 30. Incluso o prazo de defesa Defesa: 5 dias.
Está incluso o prazo para que é de 10 dias. A defesa tem que ser
apresentação de defesa do escrita, não tá resumida a
servidor. termo.
Decisão deverá ser tomada Decisão: 20 dias. Decisão: 5 dias.
em 20 dias.
Passado os 80 dias na sindicância, 140 no PAD ou 50 dias no PAD Sumário e não tiver
sido proferida decisão, volta a contar a prescrição.
No PAD não é obrigatório a presença de advogado.
O acusado será intimado.
O acusado tem vista e não carga do processo.
O último ato da instrução sempre será o interrogatório do acusado.
A partir da citação o acusado vira indiciado, e terá prazo para defesa.
Citação é o ato que antecede a defesa que deve ser escrita. Só é citado depois de
interrogado.
O último ato do processo é o relatório.

OBS. Sobre a Sindicância:


Sindicância não é devido processo legal.
Na sindicância não precisa garantir a ampla defesa e o contraditório.
Penas aplicáveis na sindicância: advertência e suspensão de até 30 dias.
Pode arquivar.
Se a pena for mais gravosa, terá que se instaurar um PAD. E não precisa
garantir a ampla defesa e o contraditório, somente na hipótese de ter que instaurar um
PAD.
A sindicância é uma fase inquisitória, é somente peça informativa.
Todo mundo que ouvir na sindicância tem que ouvir no PAD.

OBS. Sobre PAD Sumário:


É aplicado em 3 situações:
I. Abandono de cargo injustificado por mais de 30 dias (art. 138 da Lei
8112/90);
II. Inassiduidade habitual por mais de 60 dias interpolados no período
de 12 meses (art. 139 da Lei 8112);
III. Acumulação ilegal de cargos (art. 132, XII da Lei 8112).
Em todas as hipóteses a pena é a demissão.
Ex. de cumulação ilegal:
TCU (chefia) STF (chefia)
analista analista
22h às 5h 7h às 13h
As chefias dão 10 dias para assinar termo de opção. Se não assinar nesse
prazo, poderá faze-lo no prazo para defesa.
Quando assina optando por um, no outro órgão será aceito o pedido de
exoneração. Ao assinar o termo de opção é identificada/autorizada a boa-fé.

OBS. do PAD:
Tem a possibilidade de se aplicar o afastamento preventivo (não é punição), é
remunerado.
Esse afastamento é uma proteção para garantia do processo.
O afastamento inicial é de 60 dias, prorrogável por mais 60 dias.

IV. Improbidade Administrativa


a) Conceito de Probidade: condutas relacionadas com a ética, probidade,
honestidade e a lealdade às instituições públicas.
b) Lei de aplicação nacional
c) Só pode sofrer ação de improbidade administrativa, segundo o STF só o
prefeito, pois as demais autoridades respondem por crime de responsabilidade.
d) Natureza Jurídica do Ato de Improbidade: civil, pois a ação é civil
pública.
e) Sujeitos Passivos do Ato de Improbidade: a Administração Direta,
Indireta e as empresas/órgãos que recebam incentivos, benefícios e/ou orçamento em
qualquer esfera.
f) Agente público (conceito amplo): políticos, servidores (funcionários),
dirigentes (não tem vinculo).
Sujeito ativo (art. 3º): qualquer pessoa que tenha se beneficiado do ato de
improbidade administrativa. Tem que ter ação ou omissão, dolo ou culpa, benefício
direto ou imediato.
g) Repercussão à Família: limite à herança recebida.
h) São 3 Tipos de Atos de Improbidade Administrativa
Enriquecimento Ilícito Prejuízo ao Erário Violação de Princípios
Receber, aceitar, utilizar Permitir, deixar, facilitar Violar a lealdade, a
honestidade
“o agente se deu bem” “Alguém se deu bem” “Zé Mané”
Alguém que não é o Ninguém se deu bem
agente.
Penas: Penas: Penas:
1. Perda do cargo; 1. Perda do cargo; 1. Perda do cargo;
2. Suspensão dos direitos 2. Suspensão dos direitos 2. Suspensão dos
políticos (8 a 10 anos); políticos (5 a 8 anos); direitos políticos (3 a 5
3. Perda dos valores; 3. Ressarcir; anos);
4. Multa 3x; 4. Multa 2x; 3. Se houver prejuízo,
5. Proibição de contratar 5. Proibição de contratar tem o ressarcimento.
com a Administração com a Administração 4. Multa 100x o valor da
Pública. Se o sócio Pública. Se o sócio remuneração ou subsídio;
majoritário por 10 anos. majoritário por 5 anos. 5. Proibição de contratar
com a Administração
Pública. Se o sócio
majoritário por 3 anos.
Os arts. 9º, 10 e 11 da Lei 8429/92.
rol exemplificativo.
Quando de uma ação praticar os 3 atos de improbidade o juiz vai considerar o
ato mais grave, podendo acumular as penas.
Quando a infração administrativa for equivalente a ato de improbidade a
Administração não pode demitir o servidor.
As penas da Lei 8429/99 são aplicadas somente pelo Poder Judiciario, a
Administração não pode.
Perda do cargo e suspensão: somente contra servidor e depois do trânsito em
julgado, por isso não pode demitir.

i) Representação: qualquer pessoa pode representar perante o MP ou


perante a entidade lesada.
A representação não pode ser anônima, pois se a denúncia for falsa comete
crime de falsa representação de ato de improbidade, pena 6 a 10 meses e multa, mais
reparação civil.
O fato de qualquer pessoa poder representar, não dá legitimidade ativa.
j) Sujeito Processual Ativo
 MP, e
 Entidade Lesada (neste caso o MP deverá agir como fiscal da Lei).

k) Procedimentos
1. Administrativo
Processo administrativo disciplinar.
Se for constatado ato de improbidade tem que comunicar ao MP e ao
TC.
Se houver indícios de enriquecimento ilícito deve requerer ao MP e a
Procuradoria o bloqueio dos bens (art. 16 da Lei 8429/92).
sequestro

2. Judiciário
Bloqueio=> seqüestro (§ 1º, art. 16 da Lei 8429/92).
A partir da concessão da liminar tem 30 dias para interpor a ação
civil pública.
Se não tiver liminar esquecer do prazo de 30 dias.
O juiz ao receber a inicial vai notificar o requerido para oferecer
manifestação no prazo de 15 dias.
Recebida a manifestação o juiz vai decidir:
 Se entender que não é ato ou que a via eleita não é
adequada. Manda arquivar (§ 8º, art. 17 da Lei 8429/92).
 Se entender que é ato de improbidade, manda citar e segue
o rito ordinário (§ 9º, art. 17 da Lei 8429/92).
Não é permitido transação ou acordo (§ 1º, art. 17 da Lei 8429/92).
O estagiário não é sujeito processual passivo para ato de
improbidade.
O estagiário não comete/pratica ato de improbidade.

l) Declaração de Bens: deverá ser anual, sob pena de demissão a bem do


serviço público (§ 2º, art. 13 da Lei 8429/92).

m) Prescrição (prazos prescricionais)


Vai variar de acordo com a situação do agente.
Se for servidor de mandato eletivo ou cargo comissionado => 5 anos.
Se o servidor for efetivo a Lei que vai dizer.

PROCESSO ADMINISTRATIVO
LEI 9784/99

I. Partes (art. 9º da Lei 9784/99):


 Interessado;
 Terceiros que podem sofrer os efeitos da decisão;
 Organização ou associações com relação a interesses coletivos;
determinados
 Pessoas ou associações com relação a interesses difusos.
Não tem como determinar, são determináveis
As partes são aptas para interpor recurso.
As partes devem ter no mínimo 18 anos, salvo se a Lei autorizar.

II. Direitos das Partes (art. 3º da Lei 9784/99):


 Ser bem tratado;
 Tomar conhecimento de todos os termos do processo;
 Apresentar documentos até a decisão;
 Ser representado por advogado.

III. Deveres das Partes (art. 4º da Lei):


 Tratar com urbanidade os servidores;
 Tem que ser verdadeiro;
 Não pode agir de modo temerário;
 Tem que apresentar documentos ou informações quando solicitado.
IV. Inicio do Processo Administrativo
 De ofício (art. 5º) ou a requerimento;
 A pedido (art. 6º caput). O pedido deve ser escrito, mas é possível o
verbal se reduzido a termo.
O requerimento deve obedecer aos mesmos moldes de uma petição inicial.
O pedido não pode ser anônimo.
V. Princípios
 Legalidade
 Finalidade
 Motivação
 Razoabilidade
 Proporcionalidade
 Moralidade
 Ampla Defesa
 Contraditório
 Interesse Público
 Segurança Jurídica.
Aula 5 – Dia 04/11/2009

I. Serviços Públicos
A. Teorias
1. Formalista: a lei define o que é e qual é o serviço público. É a teoria
adotada no Brasil.
2. Materialista: a atividade coletiva de interesse público, não é adotada no
Brasil.
3. Subjetividade: para esta teoria o que importa é quem presta o serviço, ou
seja, o foco é a administração.
B. Conceito: toda atividade prevista em Lei, prestada direta ou indiretamente
pelo Estado ou seus delegados, sob o regime jurídico total ou parcial de direito público.
C. Princípios Expressos (Lei 8987/95)
• Regularidade: o serviço deverá ser prestado na mesma qualidade e
mesma quantidade.
• Continuidade: não pode ser interrompido, deve ser prestado de forma
continua.
• Eficiência: se traduz pela satisfação do usuário.
• Atualidade: a modernização deve ocorrer constantemente.
• Universalidade: deve ser destinado a todos, o serviço público tem que
ser acessível a todos.
• Cortesia:o atendente e o usuário tem que se tratar com urbanidade.
• Modicidade: as tarifas do serviço público devem ser acessíveis ao
usuário diferente de irrisório, o preço não deve ser irrisório.
D. Princípios Doutrinários
• Dever Inescusável: quando a Lei determina que uma atividade é
serviço público a Administração Pública não pode deixar de prestar por si ou por
delegado o serviço que a Lei determina ser público.
A Administração Pública está obrigada a prestar o serviço de natureza pública
determinado por Lei, podendo prestar direta ou indiretamente.
• Transparência: impõe a Administração Pública e/ou ao delegado de
tornarem públicos suas planilhas. Tornarem acessível a coletividade suas planilhas.
• Controle: impõe a Administração Pública a regulação e a fiscalização
dos serviços públicos.
• Mutabilidade: esta relacionado com o contrato, vai fazer referencia a
execução da atividade. Este princípio autoriza a modificação contratual em face da
execução da atividade.
E. Classificação
1. Quanto a Delegação (transferência da execução do serviço)
a) Serviços Próprios: são indelegáveis, ex.: segurança pública, forças
armadas.
b) Serviços Públicos Impróprios: podem ser delegados, ex.: transporte
público, telefonia, energia elétrica.
2. Quanto ao Sujeito
a) Direto: a própria Administração Pública Direta ou Indireta que presta
o serviço diretamente, ex.: serviços próprios.
b) Indireto: é prestado através de delegados do serviço público, ex.:
serviço impróprio.
3. Quanto a Obrigatoriedade
a) Compulsório: remuneração é mediante o pagamento de taxa, ex. de
serviço compulsório: coleta de lixo.
b) Facultativo: é remunerado através de tarifa e só utiliza quem quer, ex.
de serviço público facultativo: telefonia.
4. Quanto ao Destinatário
a) Uti Universi: é o serviço prestado a todos, independente se vai usar
ou não, ex.: coleta de lixo, iluminação pública.
b) Uti Singuli: é o serviço prestado de maneira singular/pessoal, ex.:
telefonia.
5. Quanto ao Objeto
a) Serviço Público Administrativo: aquele serviço exercido pela própria
Administração Pública, que tem por objetivo atingir sua finalidade, ex.: imprensa
nacional.
b) Serviço Público Comercial: aquele que gera lucro para o prestador do
serviço, ex.: transporte público, telefonia, energia elétrica.
c) Serviço Público Social: é aquele que visa o interesse coletivo, ex.:
educação, saúde.

F. Formas de Delegação
1. Autorização
A autorização será concedida mediante ato administrativo, não vai ter contrato
Mem licitação.
O interesse maior é o interesse privado.
A Administração Pública poderá revogar o ato a qualquer tempo sem
necessidade de indenização.
O serviço será remunerado mediante tarifa, ex.: autorização para taxista.
A autorização pode ser instituída de duas formas: decreto ou portaria.
2. Permissão
A permissão pode ser concedida através de ato administrativo (1ª corrente) ou
através de contrato de adesão (2ª corrente).
Necessita de licitação.
O interesse levado em consideração é o público.
- Revogação indenizável (1ª corrente);
É revogável - Não cabe indenização (2ª corrente);
- Se ocorrer prejuízo por causa da revogação, o prejuízo tem que
ser indenizável (3ª corrente)
A remuneração é por tarifa.
Concessão por: decreto, portaria ou contrato.
É por prazo indeterminado.
3. Concessão
A concessão se dá mediante contrato administrativo.
Necessita de licitação, que obrigatoriamente vai ser na modalidade concorrência.
O contrato é por prazo determinado, que vai ser previsto no edital.
Remuneração mediante tarifa.
III.1. Responsabilidade
O STF entende que a responsabilidade do concessionário é objetiva com relação
aos usuários e terceiros.
A responsabilidade do Estado é subsidiária.
III.2. Extinção da Concessão
1ª. Por termo contratual: fim do prazo estipulado no contrato
administrativo celebrado entre o poder público e o concessionário.
2ª. Rescisão
a) Administrativa ou pelo Poder Público, pode se dá por:
• Encampação: retomada do serviço público por interesse
público, tem que ter a indenização prévia, precisa de Lei autorizativa.
A encampação se dá mediante um ato administrativo, decreto ou portaria.
• Caducidade: espécie de retomada do serviço prestado,
aqui ocorre a inadimplência das clausulas contratuais, que será averiguada mediante
processo administrativo onde será garantido o contraditório e a ampla defesa. A decisão
é discricionária.
O poder judiciário na sua atividade típica jamais poderá declarar a caducidade de
um contrato administrativo.
• Anulação: é a retomada do serviço em virtude de
ilegalidade no processo licitatório feito pela concessionária.
b) Rescisão Contratual: é a promovida pelo poder judiciário,
quando não há o cumprimento das clausulas contratuais pela Administração Pública.
A rescisão judicial é mais utilizada pela empresa concessionária.
O serviço público não pode ser interrompido, o que só poderá ocorrer com a
sentença transitada em julgado.
A empresa só pode deixar de prestar o serviço quando a decisão que concedeu a
rescisão transitar em julgado.
c) Acordo.
3ª. Falência: ocorrendo a falência não há possibilidade de
permanecer com o contrato.
4. Parceria Público Privado (PPP)
a) Parceria Público Privado Patrocinada: institui um consórcio, grupo de
empresa ou investidores para explorar determinada atividade.
A iniciativa privada vai fazer um investimento, para a utilização do serviço será
cobrado tarifa, e o governo vai fazer repasses para repor o investimento.
O prazo é determinado.
O risco da atividade deve ser dividido entre o governo e a empresa.
O contrarisco é do poder público e da empresa privada que junto com o poder
público vai fazer uma parceria.
A PPP surgiu em virtude da necessidade de infra-estrutura que o Estado precisa.
Não pode ter PPP se o contrato tiver menos de 5 anos.
Não pode ter PPP cujo o valor do contrato for inferior a 20 milhões de reais.
Não pode ter PPP quando o objeto do contrato for único, ex.: apenas mão de
obra, ou apenas execução da obra ou equipamento.
Formas de pagamento: mediante tarifa ou mediante destinação orçamentária.
Quando o investimento público for superior a 70% do valor do contrato deverá,
obrigatoriamente, haver autorização legislativa.
b) Parceria Público Privado Administrativa: a Lei diz que a
Administração Pública vai usar direta ou indiretamente o serviço, ex.: hospitais,
presídios.

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