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ÉRICO OYAMA
Os desa os da infraestrutura para o 5G foram discutidos em webinar do JOTA. Créditos: Marcelo Camargo: Agência Brasil
A proximidade do leilão do 5G, que deve ser realizado no primeiro semestre do ano que vem,
exige mudanças estruturais e burocráticas para permitir a instalação da rede que será
demandada. O 5G vai multiplicar a velocidade da internet, mas também irá exigir um aumento
no número de antenas e na rede de bra ótica. Para ser mais exato, a previsão é que a
tecnologia exija cinco vezes mais antenas do que a quantidade necessária para o 4G, que já
não tem cobertura total no país.
Um dos principais entraves para a instalação de novas antenas são as legislações municipais.
“Temos 5.570 municípios no Brasil e legislações diferentes, isso causa di culdade de
instalação da rede móvel”, destaca Nilo Pasquali, superintendente de planejamento e
regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “A Anatel tem feito um
“A Itália tem uma dimensão territorial de 301 mil
quilômetros quadrados, é quase metade do estado de
Minas Gerais”, diz Capdeville. “A TIM na Itália tem 18 mil
antenas. A TIM no Brasil tem entre 19 mil e 20 mil
antenas. Ou seja, alguma coisa não está certa.”
“Uma das aplicações que a Sercomtel prevê com essa tecnologia é a mobilidade urbana
inteligente”, diz Tiago Caetano, diretor de operações da empresa de telecomunicações.
“Estamos fazendo estudos para a cobertura das lavouras e dos rebanhos com
monitoramento com drones.”
Durante o webinar, o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville foi questionado sobre o preço alto
atualmente dos aparelhos capazes de explorar o 5G. “Com o passar do tempo, ocorre o
decréscimo desse preço e até a massi cação”, respondeu. “Na China, cerca de 28% dos
smartphones fabricados e distribuídos já são de 5G. Com a massi cação da China, o preço
tende a ter uma queda”, disse na sequência.
ÉRICO OYAMA – Repórter em São Paulo. Cobre política, economia e Judiciário, com foco em temas ligados à
liberdade de expressão. Também escreve mensalmente no Às Claras, editoria que aborda relações governamentais e
institucionais (RIG). Antes, foi editor da rádio BandNews FM e repórter da revista Veja. E-mail: erico.oyama@jota.info
trabalho de visitar Câmaras Legislativas [municipais] para abordar a questão de infraestrutura,
de instalação de antenas”, diz. “Temos trabalhado em parceria com o Ministério das
Comunicações para encontrar soluções para a implantação da infraestrutura”.
O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) é autor do projeto de lei 8518/2017, que estabelece prazo
máximo de 90 dias para emissão de licenças para implantação de antenas/redes nos
municípios. Se a emissão não for feita, o texto prevê que haverá autorização automática.
“Seria uma autorização provisória, não permanente”, pondera o deputado.
Segundo ele, essa regulamentação, com a de nição de critérios objetivos, vai trazer um
conforto às operadoras que objetivam a instalação dessas infraestruturas. “Poderão instalá-
las sem qualquer licença, desde que obedecida a legislação e com autorização do local onde
for instalada”, diz.