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SMS 

Viribus Unitis
 
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SMS Viribus Unitis

Carreira   Áustria-Hungria

Operador Marinha Austro-Húngara

Fabricante Stabilimento Tecnico Triestino

Batimento de quilha 24 de julho de 1910

Lançamento 24 de junho de 1911

Comissionamento 5 de dezembro de 1912

Estado Desmontado

Destino Afundado em Pola no dia


1º de novembro de 1918

Características gerais

Tipo de navio Couraçado

Classe Tegetthoff

Deslocamento 21 690 t

Maquinário 4 turbinas a vapor


12 caldeiras
Comprimento 152 m

Boca 28 m

Calado 8,6 m

Propulsão 4 hélices

- 27 000 cv (19 900 kW)

Velocidade 20,4 nós (37,8 km/h)

Autonomia 4 200 milhas náuticas a 10 nós


(7 800 km a 19 km/h)

Armamento 12 canhões de 305 mm


12 canhões de 150 mm
18 canhões de 66 mm
3 canhões antiaéreos de 66 mm
4 tubos de torpedo de 533 mm

Blindagem Cinturão: 150 a 280 mm


Convés: 30 a 48 mm
Torres de artilharia: 60 a 280
mm
Anteparas: 120 a 180 mm

Tripulação 1 087

O SMS Viribus Unitis foi um navio couraçado operado pela Marinha Austro-


Húngara e a primeira embarcação da Classe  Tegetthoff, seguido
pelo SMS  Tegetthoff, SMS  Prinz Eugen e SMS  Szent István. Sua construção
começou em julho de 1910 nos estaleiros da Stabilimento Tecnico
Triestino em Trieste e foi lançado ao mar em junho do ano seguinte, sendo
comissionado na frota austro-húngara em dezembro de 1912. Era armado com
uma bateria principal composta por doze canhões de 305 milímetros montados
em quatro torres de artilharia triplas, possuía deslocamento de mais de 21 mil
toneladas e conseguia alcançar uma velocidade máxima de vinte nós (37
quilômetros por hora).
O Viribus Unitis passou seus primeiros anos de carreira realizando
treinamentos e viagens para portos estrangeiros. Ele transportou em junho de
1914 o arquiduque Francisco Fernando em uma viagem para a Bósnia, levando
seu corpo de volta para a Áustria depois de ele ter sido assassinado em
Sarajevo no evento que causou o início da Primeira Guerra Mundial. Seu
serviço na guerra foi extremamente limitado devido à Barragem de
Otranto imposta pelos Aliados. Suas maiores ações foram auxiliar a fuga dos
cruzadores alemães SMS  Goeben e SMS  Breslau até o Império Otomano em
agosto de 1914 e participar, junto com seus irmãos, do Bombardeio de
Ancona em maio de 1915.
A guerra já estava praticamente perdida para a Áustria-Hungria em outubro de
1918, assim o governo decidiu dar o Viribus Unitis e boa parte do resto da frota
para o recém-declarado Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios. O
couraçado foi entregue em 31 de outubro e renomeado para Jugoslavija, porém
foi afundado logo no dia seguinte, depois de dois oficiais navais italianos terem
conseguido prender duas minas no casco do navio. O naufrágio durou quinze
minutos e matou o almirante croata Janko Vuković e centenas de marinheiros.
Os destroços da embarcação ficaram a uma profundidade de sessenta metros
e foram posteriormente desmontados entre 1920 e 1930.

Índice

 1Características
 2História
o 2.1Tempos de paz
o 2.2Primeira Guerra
 2.2.1Início
 2.2.2Ancona
 2.2.3Restante
 2.2.4Naufrágio
 3Referências
 4Bibliografia
 5Ligações externas

Características
Ver artigo principal: Classe Tegetthoff

Diagrama do Viribus Unitis

O Viribus Unitis tinha 152 metros de comprimento de fora a fora, um calado que


podia chegar a 8,7 metros quando totalmente carregado e uma boca de 27,9
metros. O navio possuía um deslocamento projetado de vinte mil toneladas,
porém esse valor podia chegar em até 21 670 toneladas quando totalmente
carregado com suprimentos de combate.[1] Seu sistema de propulsão era
composto por doze caldeiras Babcock & Wilcox que impulsionavam quatro
conjuntos de turbinas a vapor Parsons, que chegavam a produzir um total de
26,4 ou 27 mil cavalos-vapor (19,4 ou 19,9 quilowatts) de potência. O Viribus
Unitis era capaz de alcançar uma velocidade máxima de
vinte nós (37 quilômetros por hora).[2] Ele podia carregar até 1,8 mil toneladas
de carvão e mais 267,2 toneladas de óleo combustível que era borrifado no
carvão com o objetivo de aumentar sua taxa de queima,[1] o que proporcionava
um alcance máximo de 4,2 mil milhas náuticas (7,8 mil quilômetros) a uma
velocidade de dez nós (dezenove quilômetros por hora).[3] Sua tripulação era
formada por 1 087 oficiais e marinheiros.[1]
A bateria principal do Viribus Unitis consistia em doze canhões Škoda K/10 de
305 milímetros. Estes eram montados em quatro torres de artilharia triplas,
duas na proa e duas na popa, em ambos os casos com uma torre sobreposta a
outra.[1] Ele foi o primeiro navio de guerra do mundo a ser armado com torres
triplas.[4] Seus armamentos secundários tinham doze canhões Škoda K/10 de
150 milímetros montados em casamatas à meia-nau e dezoito canhões Škoda
K/10 de 66 milímetros montados em armações giratórias abertas no convés
superior, acima das casamatas. Também havia outros três
canhões antiaéreos de 66 milímetros montados em cima das torres de artilharia
superiores. Por fim, o couraçado foi equipado com quatro tubos de
torpedo submersos de 533 milímetros, um na proa, um na popa e um de cada
lado.[1] O cinturão de blindagem tinha entre 150 milímetros de espessura nas
extremidades e 280 milímetros na área central do navio, enquanto atrás do
cinturão ficava uma antepara de torpedos de 25 milímetros. O convés era
protegido por uma blindagem que ia desde trinta milímetros até 48 milímetros
de espessura. As torres de artilharia e comando eram protegidas por
blindagens iguais, que eram de 280 milímetros de espessura nas laterais e de
sessenta milímetros nos tetos, enquanto a blindagem das casamatas era de
180 milímetros de espessura.[5]

História
Tempos de paz

A frota de couraçados austro-húngaros em 1913, com o Viribus Unitis na dianteira

A construção do Viribus Unitis começou formalmente nos estaleiros


da Stabilimento Tecnico Triestino em Trieste no dia 24 de julho de 1910, com o
nome provisório de "Couraçado IV".[3] Várias discussões ocorreram na marinha
e imprensa sobre qual seria o nome final da embarcação, com a decisão
ficando com o imperador Francisco José I, que escolheu chamar o navio
de Viribus Unitis a partir de seu lema pessoal, que em latim significava "Com
Forças Unidas".[6] O couraçado foi lançado ao mar em 24 de junho de 1911 em
uma grande cerimônia, que teve a presença do arquiduque Francisco
Fernando, o herdeiro do trono, e do barão Moritz von Auffenberg, o ministro da
guerra. A embarcação foi batizada pela arquiduquesa Maria Anunciata, a irmã
de Francisco Fernando.[7] Ele foi comissionado na frota austro-húngara em 5 de
dezembro de 1912.[3]
O couraçado foi designado como a capitânia da 1.ª Divisão de Couraçados da
1.ª Esquadra de Batalha da Marinha Austro-Húngara. Ele e outros navios
realizaram viagens pelo Mar Mediterrâneo e Mar Adriático nos tempos de paz.
[8]
 O Viribus Unitis e seu irmão SMS  Tegetthoff, acompanhados do pré-
dreadnought SMS  Zrínyi e do navio de defesa de costa SMS Monarch,
viajaram pelo Mediterrâneo Oriental, pelo Estreito da Sicília e pelo Levante no
início de 1914, visitando os portos de Esmirna, Beirute, Alexandria e Malta.[8][9]
[10]
 Os dois couraçados partiram de volta para Pola no dia 28 de maio.[8][11] Ao
retornarem, o Viribus Unitis foi encarregado de transportar Francisco Fernando
para a Bósnia e Herzegovina, onde o arquiduque acompanharia exercícios
militares e depois se encontraria com sua esposa Sofia, Duquesa de
Hohenberg, para inaugurarem um museu em Sarajevo.[12]
A viagem ocorreu como planejado e o arquiduque acompanhou os exercícios
por três dias, em seguida encontrou com a esposa em Sarajevo, onde os dois
foram assassinados no dia 28 de junho.[13] Os corpos de Francisco Fernando e
Sofia foram transferidos para o Viribus Unitis, que estava ancorado esperando
o retorno do arquiduque. Nesse meio tempo, uma escolta composta
pelo Tegetthoff, o cruzador SMS  Admiral Spaun e vários barcos
torpedeiros chegaram à Bósnia. Eles acompanharam o Viribus Unitis de volta
para Trieste, com toda a formação navegando lentamente perto do litoral.[8] A
morte de Francisco Fernando acabou levando ao início da Primeira Guerra
Mundial.[14]
Primeira Guerra
Início
A assistência da frota austro-húngara foi logo requerida pela Divisão
Mediterrânea alemã, que era formada pelos
cruzadores SMS  Goeben e SMS  Breslau.[15] Os navios alemães estavam
tentando fugir de Messina, onde estavam se reabastecendo antes do início da
guerra. Embarcações britânicas começaram a se reunir perto de Messina nas
primeiras semanas de agosto, em uma tentativa de prender os alemães.
A Áustria-Hungria ainda não tinha mobilizado sua frota, porém uma força foi
reunida, composta por vários navios de guerra, dentre eles o Viribus Unitis e
seus irmãos.[16] O alto-comando austro-húngaro não queria instigar uma guerra
contra o Reino Unido, assim ordenou que sua frota evitasse as embarcações
britânicas e apenas apoiasse os navios alemães abertamente enquanto
estivessem em águas austro-húngaras. O Goeben e o Breslau partiram de
Messina em 7 de agosto e a frota austro-húngara partiu para Brindisi a fim de
encontrar-se com os alemães e escoltá-los até um porto aliado na Áustria-
Hungria. Os alemães acabaram seguindo para o Império Otomano e a frota
austro-húngara, em vez de acompanhá-los até o Mar Negro, voltou para sua
base naval em Pola.[17][18]
Reino Unido e França declararam guerra contra a Áustria-Hungria em 11 e 12
de agosto, respectivamente.[19] O Viribus Unitis e o restante da frota austro-
húngara pouco fizeram depois da fuga do Goeben e Breslau, passando a maior
parte de seu tempo ancorados em Pola. Essa inatividade se deu por vários
motivos, como temores de minas navais no Adriático,[20] medo que um confronto
direto contra a Marinha Nacional Francesa fosse enfraquecer a Marinha Austro-
Húngara a ponto de permitir livre operação para a Marinha Real Italiana,[21] um
bloqueio anglo-francês do Mar Adriático na forma da Barragem de Otranto[22] e
escassez de carvão. Este último elemento vinha do fato de que 75% do
suprimento de carvão da Áustria-Hungria era comprado do Reino Unido.
Consequentemente, os navios austro-húngaros foram empregados como uma
frota de intimidação, fazendo com que as principais embarcações da marinha,
incluindo o Viribus Unitis, permanecessem atracadas a menos que as
circunstâncias exigissem sua ação.[20][23]
Ancona
Ver artigo principal: Bombardeio de Ancona

Pintura de August von Ramberg do Viribus Unitis, Tegetthoff e Prinz Eugen participando do


bombardeio de Ancona em maio de 1915

A Itália negociou com os Aliados sua entrada no conflito em abril de 1915.[24] Os


italianos renunciaram a sua aliança prévia com a Alemanha e Áustria-Hungria
em 4 de maio, dando a todos um aviso adiantado de que a Itália estava se
preparando para entrar em guerra contra eles. O almirante Anton Haus,
Comandante da Marinha Austro-Húngara, fez preparações a fim de enviar suas
principais embarcações para o Adriático e realizar um grande ataque contra a
Itália assim que a guerra fosse declarada. A declaração ocorreu em 23 de
maio, com a frota austro-húngara, incluindo o Viribus Unitis, deixando Pola
entre duas e quatro horas depois de a declaração ter sido recebida, seguindo
para bombardear a costa italiana.[20][25]
Enquanto partes da frota foram destacadas para atacarem alvos secundários
ao longo da província de Ancona, a força principal da Marinha Austro-Húngara,
liderada pelo Viribus Unitis e seus irmãos, foi bombardear a cidade de
Ancona e arredores. Os membros da Classe Tagetthoff foram acompanhados
pelo SMS  Erzherzog Franz Ferdinand e pelos pré-dreadnoughts das
classes Habsburg e Erzherzog Karl.[26] Haus decidiu liderar o ataque a partir do
antigo SMS  Habsburg, em vez de a bordo do Viribus Unitis, que era sua
capitânia, para não arriscar os couraçados mais modernos da frota. A operação
foi um grande sucesso, com a infraestrutura portuária e militar de Ancona e das
cidades vizinhas tendo sido seriamente danificada.[27]
Restante
O imperador Carlos I fazendo uma visita ao Viribus Unitis em 3 de junho de 1917

Devido à escassez de carvão e à Barragem de Otranto, os navios foram


incapazes de participarem de grandes operações ofensivas depois do ataque a
Ancona, assim foram relegados a defender o litoral da Áustria-Hungria.[28] Haus
morreu a bordo do Viribus Unitis em fevereiro de 1917, tendo seu funeral sido
realizado a bordo do navio com a presença do imperador Carlos I.[29] Haus foi
sucedido no comando da marinha pelo almirante Maksimilijan Njegovan, que
continuou com a mesma estratégia de seu predecessor de empregar as
embarcações austro-húngaras como uma frota de intimidação.[30] O momento
mais significativo para o Viribus Unitis nesse período ocorreu em junho de
1917, quando Carlos realizou uma revista formal da frota e visitou o couraçado.
[31]
 Além dessas visitas, as únicas outras ações de que a base naval de Pola e
o Viribus Unitis participaram desde o bombardeio de Ancona foi enfrentar mais
de oitenta ataques aéreos realizados pelo recém-formado Corpo Aeronáutico
Militar italiano.[32]
Njegovan foi tirado de seu posto em fevereiro de 1918 devido a um motim
em Cátaro,[33] sendo substituído pelo contra-almirante Miklós Horthy.[34] Este
começou a reorganizar a marinha de acordo com sua visão, também tirando a
frota do porto com o objetivo de realizar exercícios de manobra e artilharia
regularmente. Foram as maiores operações que a marinha tinha feito desde o
início da guerra.[35] Essas ações tinham a intenção de restaurar a ordem depois
de vários motins fracassados, mas também de preparar a frota para uma
grande operação ofensiva. Horthy resolveu realizar uma grande ofensiva com a
frota a fim de abordar a moral baixa e o tédio dos marinheiros, além de facilitar
a saída de u-boots austro-húngaros e alemães do Adriático para o
Mediterrâneo. Ele concluiu que a frota estava pronta depois de meses de
exercícios, marcando a ofensiva para o início de junho de 1918.[36]

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