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Guy Amado
2 Em After the end of art: contemporary art and the pale of history , Danto vê esse ponto de
inflexão na leitura que faz da produção artística dos anos 60, especialmente da pop art, mais
especificamente a partir das Brillo Box de Warhol. É a partir daí, sustenta ele, que se demarca
na arte um novo paradigma, o da “arte pós-histórica” [subentendendo o fim de um projeto
estético e das grandes narrativas, sendo a modernista a última delas]; uma arte que introduz a
capacidade de se fazer pensar filosoficamente, ou capaz de uma “auto-reflexão filosófica”, em
suas palavras.
entendimento que vejo aqui como bastante distorcido em relação às já citadas
práticas dos anos 60/70, bem como do conceito de escultura social de Beuys.
A E.R. se mostra fortemente interessada num adensamento das relações
humanas na arte, do artista com seu entorno e com seu público, nas
experiências e repertórios individuais que propiciariam uma “construção de
significados coletivos”. Uma definição de metas instigante mas um tanto vaga,
e que, mesmo que não se possa afirmar que se constitua num corpo coeso ou
uniforme de práticas artísticas, certamente se presta a seguir alimentando uma
parcela de “trabalhos processuais”. Podem ser proposições de cunho poético,
político e/ou sócio-assistencial inteligentes e repletas de boas intenções, por
exemplo, mas que justamente pela natureza inatacável de suas premissas [o
teor tangenciando causas humanitárias, por exemplo] tendem a solicitar, já de
saída, um grau de adesão que torna quase deselegante, digamos, a cobrança
por uma formalização posterior mais consistente [enquanto obra de arte].