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MECÂNICA DOS SÓLIDOS PARA ENGENHARIA

Profa. Glauceny Medeiros

UNIDADE II
TENSÕES E DEFORMAÇÕES

Profa. Glauceny Medeiros


Unidade II: Deformações
Profa. Glauceny Medeiros

DEFORMAÇÕES

 Sempre que uma força é aplicada a um corpo, esta tende a


mudar a forma e o tamanho dele.

 Essas mudanças são denominadas deformações e podem ser


perfeitamente visíveis ou praticamente imperceptíveis sem uso
de equipamento para fazer medições precisas.
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DEFORMAÇÕES

NÃO CONFUNDIR DEFORMAÇÕES E DESLOCAMENTOr


sujeito a forças externas deve ter algum tipo de restrição ao
movimento
O (apoio),
deslocamento caso
descreve contráriodeo posição
a mudança corpo sededesloca como
um ponto um
e possui
unidades de comprimento (ex; corpo
m, mm,rígido.
cm...).

Já a deformação descreve a mudança de forma de um elemento quando há


mudança da posição relativa entre pontos de um elemento. A deformação é
adimensional.

Para que haja deformações nas análises estáticas, o corpo além de estar
sujeito a forças externas deve ter algum tipo de restrição ao movimento
(apoio), caso contrário o corpo se desloca como um corpo rígido.
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DEFORMAÇÕES SOB CARREGAMENTO AXIAL

 Considere uma barra prismática BC, de comprimento L e seção


transversal de área A, que é suspensa no ponto B. Se
aplicarmos uma carga P na extremidade C, a barra se alonga.

P δ
σ= ε=
A L

ONDE:

ε → deformação específica normal



 L → comprimento da barra
δ → deformação (unidade de comprimento)

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DEFORMAÇÕES SOB CARREGAMENTO AXIAL

 Marcando-se os valores da intensidade da força P e os


correspondentes valores de deformação δ, obteremos um
diagrama carga-deformação. Todavia este diagrama contém
informações úteis apenas para estudo da barra considerada, não
podendo ser usado diretamente para prever deformações de
outras barras de mesmo material e que tenham outras dimensões.

 Observou-se em laboratório
que a deformação de uma
barra de comprimento 2L e
área A era 2δ. Logo, a
relação entre a deformação
e o comprimento da barra é
a mesma, e igual a δ/L.
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ENSAIO DE TRAÇÃO E COMPRESSÃO

 A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar


uma carga sem deformação excessiva ou ruptura.

 Essa propriedade é inerente


ao próprio material e deve ser
determinada por métodos
experimentais, como o ensaio
de tração ou compressão.
 Uma máquina de teste é
projetada para ler a carga
exigida para manter o
alongamento uniforme.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

 Obtido plotando valores das tensões (σ) e a correspondente


deformação específica (ε).
 Caracteriza as propriedades do material e os resultados não
dependem das dimensões da amostra utilizada, podendo ser
generalizados para outras peças estruturais.
 A obtenção dos resultados de tensão e deformação podem variar
de acordo com a temperatura do corpo de prova e da velocidade
de crescimento da carga.
 Mostra o comportamento do material sob carga crescente até a
ruptura.
 Utilizado para distinguir características importantes e decisivas em
um projeto.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

 Um material só poderá ser bem aproveitado, sem


comprometimento da segurança, quando seus limites de
resistência são conhecidos.
 Diante de algumas características comuns avaliadas em vários
diagramas de tensão-deformação, dividem-se os materiais em
duas importantes categorias: dúcteis e frágeis.

 Materiais dúcteis: Material que possa ser submetido


a grandes deformações antes de sofrer ruptura.

 Materiais frágeis: Materiais que exibem pouco ou


nenhum escoamento antes da falha.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

MATERIAL DÚCTIL

 Compreende o aço e os metais de


uma forma geral.
 Principal característica: ocorrência
de grandes deformações antes da
ruptura.
 Apresenta inicialmente
deformações lentas que crescem
proporcionalmente com o valor da
carga.
 A partir de um valor crítico
chamado de tensão de
escoamento, o material sofre uma
longa deformação, com pouco
aumento de carga.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

MATERIAL DÚCTIL

 Após o escoamento o material adquire


resistência (Recuperação do material),
as deformações passam a ser mais
lentas e só voltam a crescer com o
aumento significativo da carga;
 Após atingir o carregamento máximo
há uma perda de resistência local
(Estricção), que mantém o corpo
deformado até a ruptura.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

MATERIAL DÚCTIL

 Limite de proporcionalidade
 Limite de elasticidade
 Limite de resistência
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CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS

MATERIAL DÚCTIL

 Fratura após ensaio de tração


 A) formação do pescoço.
 B) formação e propagação da
trinca em um ângulo de 45 graus
em relação à carga aplicada (plano
onde ocorre as maiores tensões de
cisalhamento.
 Ruptura se deve as tensões
normais.
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DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO

MATERIAL FRÁGIL

 Compreende o concreto, ferro fundido, vidro, entre outros;


 Caracterizados por apresentar pequenas deformações até a ruptura.
 Não apresenta mudança considerável no modo de deformação do
material após a ruptura.
 Também apresenta proporcionalidade entre
Tensão e Deformação;
 Não ocorre escoamento, nem estricção.
 Não existe diferença entre tensão última e
tensão de ruptura.
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CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS

MATERIAL FRÁGIL

 Material frágil submetido ao


ensaio de tração
 A fratura frágil ocorre a uma direção
perpendicular à aplicação da
tensão.
 Ruptura se deve as tensões
normais.
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COMPORTAMENTO ELÁSTICO E PLÁSTICO


DOS MATERIAIS

 Região Elástica: Quando um material sofre deformação devido a um


certo carregamento e ao retirá-lo volta ao seu estado original. Isto
ocorre sempre que a tensão aplicada não ultrapasse certo limite,
correspondente a tensão de escoamento ou de Elasticidade.

 Região Plástica: Quando um material sofre deformação devido a um


certo carregamento e ao retirá-lo não volta ao seu estado original.
Neste caso, apresenta deformações permanentes ou residuais. Deve-
se evitar que o material trabalhe nessa região.
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LEI DE HOOKE

 Na parte inicial do diagrama tensão-


deformação observa-se que a tensão
σ é diretamente proporcional à
deformação específica (ε).

σ = E ⋅ε
 E é chamado módulo de elasticidade
do material ou módulo de Young,
possuindo mesma unidade de tensão.

 Válida para a região elástica, ou seja, para valores de tensão menores


que a tensão de escoamento.
Lei de Hooke

um aumento na tensão provoca um


aumento proporcional na deformação.
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DEFORMAÇÕES DE BARRAS SUJEITAS


A CARGAS AXIAIS

 Alongamento ou Encurtamento de uma barra pela Lei de Hooke.

δ
ε=
L
PL
δ=
EA
σ = E ⋅ε

CONVENÇÃO DE SINAL

 Força e deslocamento são positivos se provocarem tração e


alongamento.
 Força e deslocamento são negativos se provocarem compressão e
contração.
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DEFORMAÇÕES DE BARRAS SUJEITAS


A CARGAS AXIAIS

CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO

 Seção constante;
 Carga aplicada nas extremidades;
 Material uniforme;
 Caso uma dessas condições não seja satisfeita, deve-se dividi-la
em segmentos e calcular cada trecho em separado. O
deslocamento total da barra é dado por:

Pi Li
δ =∑
Ei A i
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EXEMPLO 01

 EXEMPLO 01: Determinar a deformação da barra de aço da


figura sob a ação das cargas indicadas.
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EXEMPLO 02

Uma viga rígida AB apoia-se sobre dois postes curtos como mostrado na figura.
AC é feito de aço e tem diâmetro de 20 mm; BD é feito de alumínio e tem diâmetro
de 40 mm.

Determinar o deslocamento do ponto F em AB se for aplicada uma carga vertical


de 90 kN nesse ponto. Admitir Eaço = 200 GPa e Eal = 70 GPa.
Exemplo 2
Exemplo 2
Exemplo 2
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EXEMPLO 03

 EXEMPLO 03: Determinar o deslocamento vertical na seção B


da estrutura abaixo.

A(fio) = 4 cm2
A(BC) = 58 cm2
E = 2100 tf/cm2
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PROBLEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS

 Quando o número de reações de apoio existentes é maior do que


o número de equações de equilíbrio.
 Neste caso, deve-se analisar as condições de deformabilidade e
estabelecer novas equações.

+ ∑FV =0

FA + FB − P = 0

δ AB = 0
FA LAC FB LCB
− =0
EA EA
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EXEMPLO 04

 EXEMPLO 04: A haste de aço tem diâmetro de 5 mm e está


presa à parede fixa em A. Antes de ser carregada, há uma folga
de 1 mm entre a parede B’ e a haste. Determine as reações em A
e B’ se a haste for submetida a uma força axial P = 20 kN.
Despreze o tamanho do colar em C. (Eaço = 200 GPa)
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EXEMPLO 05

 EXEMPLO 05: As três barras de aço


A – 36 estão conectadas por pinos a
um elemento rígido. Se a carga
aplicada ao elemento for de 15 kN,
determine a força desenvolvida em
cada barra (AB, CD e EF).

AAB = AEF= 25 mm2


ACD = 15 mm2
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EXEMPLO 05

 EXEMPLO 05: As três barras de aço A – 36 estão conectadas por pinos


a um elemento rígido. Se a carga aplicada ao elemento for de 15 kN,
determine a força desenvolvida em cada barra (AB, CD e EF).
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EXEMPLO 06

 EXEMPLO 06: Uma barra de latão (Elatão = 105 GPa) de seção circular de
25 cm de diâmetro está contida dentro de um tubo de aço (Eaço = 200 GPa)
que tem 35 cm de diâmetro, sendo que os dois materiais são unidos e
submetidos a um carregamento axial de 200 KN. Determinar as tensões
nos dois materiais.
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PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO

 Princípio da superposição é frequentemente usado para determinar a


tensão ou o deslocamento em um ponto de um elemento quando este
estiver sujeito a um carregamento complicado.
 A solução do problema é conduzida considerando-se separadamente as
deformações causadas pelas cargas externas aplicadas e aquelas
provenientes da ação da reação. Essas deformações, ao final da
resolução, são somadas – ou superpostas, para obtenção do resultado
final.
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EXEMPLO 07

 EXEMPLO 07: A barra de aço é presa a dois apoios fixos A e B. Determinar


as reações desses apoios quando se aplica o carregamento indicado.
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EXEMPLO 08

 EXEMPLO 08: Duas barras cilíndricas, uma de aço (E = 200 GPa) e outra
de latão (E = 105 GPa), são ligadas em C e engastadas em A e E. Para o
carregamento indicado, determinar: (a) as reações em A e E; (b) a deflexão
no ponto C.
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TENSÕES E DEFORMAÇÕES TÉRMICAS

 Variação de temperatura podem provocar alterações nas dimensões de


uma peça.
 Se a temperatura aumenta, provoca expansão.
 Se a temperatura diminui, provoca contração.
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TENSÕES E DEFORMAÇÕES TÉRMICAS

 Variação de temperatura podem provocar


alterações nas dimensões de uma peça.
 Se a temperatura aumenta, provoca
expansão.
 Se a temperatura diminui, provoca
contração.
 Para materiais homogêneos e isotrópicos:

α = coeficiente linear de expansão térmica

δ T = α ⋅ ∆T ⋅ L ∆T = variação na temperatura do elemento


L = comprimento inicial do elemento
δT = variação no comprimento do elemento
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TENSÕES E DEFORMAÇÕES TÉRMICAS

 A deformação provocada pela variação de temperatura de um elemento


estaticamente determinado pode ser calculada diretamente pela equação,
visto que o elemento está livre para se deformar.
 Nos elementos estaticamente indeterminados, esses deslocamentos
térmicos são restringidos pelos apoios, provocando tensões térmicas que
devem ser consideradas nos projetos.
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EXEMPLO 09

 EXEMPLO 09: A barra AB é perfeitamente ajustada quando a temperatura


é de 25ºC. Determinar as tensões atuantes nas partes AC e CB da barra
para a temperatura de -50ºC. Usar E = 200 GPa e α = 12*10-6 /°C.
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EXEMPLO 10

 EXEMPLO 10: Uma barra rígida está presa à parte superior de três postes
feitos de aço A-36 e alumínio 2014-T6. Cada um dos postes tem
comprimento de 250 mm quando não há nenhuma carga aplicada à barra e
a temperatura é de T1 = 20°C. Determine a força suportada por cada
poste se a barra for submetida a um carregamento distribuído
uniformemente de 150 kN/m e a temperatura aumentar até T2 = 80°C.

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