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CAMPINAS
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA E COMPUTAÇÃO
______________________________________
CAMPINAS
2016
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura
Luciana Pietrosanto Milla - CRB 8/8129
Título em outro idioma: Analysis of technical impacts caused by the high penetration level
of electric vehicles in the electric power distribution systems
Palavras-chave em inglês:
Electric vehicles
Power systems - Distribution
Impact
Electrical networks - Analysis
Área de concentração: Energia Elétrica
Titulação: Mestre em Engenharia Elétrica
Banca examinadora:
Walmir de Freitas Filho [Orientador]
Madson Cortes de Almeida
Alfeu Joãozinho Sguarezi Filho
Data de defesa: 01-07-2016
Programa de Pós-Graduação: Engenharia Elétrica
The transportation sector plays an important role in the global target of reducing
greenhouse emissions in the atmosphere, mainly in large urban centers. Due to this fact,
in addition to the increasing government incentives and the recent technological devel-
opments in energy storage system (battery), the Electric Vehicle (EV) has received great
attention in the transportation sector. Most of the commercially available EVs have their
batteries recharged by being plugged into the power system. These vehicles are called
plug-in electric vehicles and require a significant amount of power and energy to re-
charge their battery.
The penetration level growth of plug-in EVs leads to an increase in the amount
of energy supplied by the utility. This may cause undesirable impacts on the operation
of the power system. Potential impacts include the decrease in voltage magnitude, in-
crease in voltage unbalance (EVs chargers can be single-phase or two-phase in a three-
phase system), asset overload (cables or transformers), increase in electrical losses, in-
crease in the harmonic distortion level, increase in the severity of voltage and current
transients during short-circuits, among others. Therefore, it is important to assess the
impact of this new load at the network power quality, so that the utilities may shape
their network maintenance and operation practices to this new context.
In this work, the potential impacts of EVs in low-voltage distribution networks
are identified and characterized, by employing steady state and transient simulations of
multiple EV charging events at residences. Studies and analyses were performed using a
typical secondary distribution network from the Brazilian power system, and the EV
modeling was determined from actual measurements.
There is also an extensive research of the current technological status of EVs,
which presents EVs hybridization levels, recharge characteristics (types and connection
interfaces), battery and electric motor technologies used in EVs, projections of EV mar-
ket growth in Brazil and worldwide and the characteristics of the main commercial EVs.
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................20
1.1 OBJETIVOS...................................................................................................20
1.2 ORGANIZAÇÃO DESTA DISSERTAÇÃO ................................................21
7 CONCLUSÕES ...................................................................................................160
7.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS........................................161
7.2 PRODUÇÃO CIENTÍFICA .........................................................................161
8 REFERÊNCIAS ..................................................................................................163
APÊNDICE A IMPLEMENTAÇÃO DO CARREGADOR DE VE NO
PROGRAMA PSCAD/EMTDC.................................................................................172
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1 INTRODUÇÃO
A tecnologia de veículos elétricos (VEs) é uma das apostas no mundo para redu-
zir a emissão de gases de efeito estufa (e.g., CO2, NH4 e N2O) principalmente nos gran-
des centros urbanos. Os veículos convencionais com motor a combustão interna emitem
partículas poluentes que são maléficas para a saúde humana, aumentando os gastos com
saúde pública, além de contribuírem para o aquecimento global [1], [2]. Os veículos
puramente elétricos não emitem poluentes na sua operação enquanto, nos híbridos,
quanto maior o grau de hibridização, menor será a emissão. Considerando que o Brasil
possui grande percentual de sua matriz energética baseada em fontes limpas [3], o VE
traz ainda mais benefícios, devido às características citadas.
A comercialização de veículos elétricos está crescente no mundo [4], principal-
mente em países que adotam políticas de incentivo (isenção fiscal, não pagamento de
pedágios, estacionamentos exclusivos, etc.), sendo que todos os grandes fabricantes de
automotores possuem no portfólio, no mínimo um modelo de VE. O Brasil tem grande
potencial para ser um dos maiores mercados de VEs no mundo, pois já é o 4º maior
mercado de veículos convencionais [5]. Um incentivo para acelerar este processo é a
Resolução Camex (Câmara de Comércio Exterior) n° 97/2015, a qual reduz de 35%
para 0% o imposto de importação de veículos puramente elétricos [6].
Neste cenário, é importante que as concessionárias se adequem a esta nova car-
ga, que pode trazer impactos técnicos às redes de distribuição de energia elétrica. Por-
tanto, é importante avaliar quais são e a intensidade destes impactos, considerando prin-
cipalmente a recarga residencial que é o local onde a maioria dos usuários irá recarregar
seu VE [7]. Como o VE é uma carga com consumo significativo, é possível que a con-
cessionária tenha que investir na melhoria de sua rede elétrica, adequando-a para o ce-
nário com quantidades elevadas de VEs. Por outro lado, este crescimento da carga au-
mentará também o faturamento da concessionária.
1.1 OBJETIVOS
cipal objetivo identificar e caracterizar os impactos técnicos que os VEs podem causar
na rede elétrica durante a recarga de sua bateria, por meio de uma análise qualitativa.
Para atingir este objetivo serão realizadas análises teóricas e simulações computacionais
para avaliar quais os impactos técnicos em regime permanente e transitórios, identifi-
cando os mais restritivos em um cenário de penetração crescente de VEs. Os impactos
são caracterizados por estudos de sensibilidade que identificam como os mesmos se
comportam em diferentes cenários de carregamento da rede de distribuição, diferentes
pontos de conexão do VE, diferentes tipos de carregadores (bifásicos ou monofásicos) e
quantidades de VE em recarga. Assim é possível verificar quais destes impactos são
mais problemáticos e, portanto, quais devem receber mais atenção.
A dissertação tem como objetivo secundário apresentar a situação tecnológica
em que se encontram os VEs, detalhando os principais componentes dos VEs (tipos de
VEs, carregador, bateria, motor etc.), as tecnologias destes componentes que são utili-
zadas nos VEs comerciais e as projeções de penetração do VE no Brasil e mundo.
A maioria dos VEHs comerciais utiliza esta configuração, por permitir que o
MCI opere no ponto ótimo, por meio de estratégias de controle, aumentando a eficiência
do sistema.
A Figura 2.4 [8] mostra uma configuração básica de um VEH série-paralelo.
Os modelos Ford Fusion Hybrid e Toyota Prius são exemplos de VEH tipo série-
paralelo.
O micro híbrido também é conhecido como start-stop e possui dois tipos de ar-
quiteturas. Uma delas é baseada no sistema de partida convencional, no qual utiliza um
motor de partida mais robusto e uma central de gerenciamento eletrônico, a fim de iden-
tificar quando o motor deve ligar ou desligar. Por envolver menor custo de fabricação, é
o mais aplicado atualmente. A outra configuração substitui o motor de partida por um
alternador/motor que também tem a função de partir o MCI, através da correia.
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No VE micro híbrido, o MCI desliga assim que o carro é parado (semáforo, trân-
sito etc.) e o MCI liga assim que o motorista aciona a embreagem ou a marcha é seleci-
onada. A economia de combustível estimada está entre 3% e 10%.
Ressalta-se, por fim, que o micro híbrido deve utilizar uma bateria automotiva
que suporte condições mais críticas, tais como: maior quantidade de partidas, operação
em baixo estado de carga e maior intensidade de corrente. A bateria pode ter tensão en-
tre 12 e 48 V.
Na classificação híbrida total, o veículo pode operar somente com o ME, somen-
te com o MCI ou com ambos. Diferentemente do híbrido médio, o VEH pode operar
com o ME por longos períodos e velocidades maiores, sendo que, para isto, sejam ne-
cessárias potência (10 a 100 kW) e baterias com maiores capacidades. O MCI utilizado
é menor que nas outras configurações e contempla um sistema eletrônico de gerencia-
mento mais complexo para aumentar a eficiência do sistema.
Cabe destacar que no VEH a energia para recarga das baterias é proveniente de
uma fonte externa ao veículo, de combustíveis fósseis (MCI) ou pela frenagem regene-
rativa.
29
Diferentemente dos outros híbridos, as baterias dos VEHP podem ser recarrega-
das por uma fonte externa (rede elétrica comercial).
O veículo utiliza um sistema puramente elétrico até um determinado estado de
carga das baterias ou até o limite de velocidade determinado no projeto, utilizando o
MCI para auxiliar ou assumir totalmente. Neste uso, a autonomia no modo puramente
elétrico é menor do que um VEB, ficando entre 30 e 80 km.
O tamanho das baterias é reduzido aproximadamente entre 50 e 70%, se compa-
rado a um VE puro (VEB). Para essas baterias, há a necessidade de alta densidade de
energia e potência, permitindo estender a autonomia no modo elétrico. O ciclo de vida
da bateria (durabilidade) também é um requisito muito importante, assim como sua ha-
bilidade para suportar descargas profundas.
A norma ABNT NBR IEC 61851-1 [9] descreve os diferentes modos pelos quais
o VE pode ser recarregado. Tais modos são apresentados a seguir.
Neste modo de recarga, o veículo elétrico é conectado à rede elétrica via tomada
padrão (por exemplo, residencial ou industrial), não excedendo 16 A por fase e 250 V
(monofásico) / 480 V (trifásico). Sistema mono ou trifásico, com fase(s), neutro e terra,
sendo um modo de recarga lenta. Este modo é proibido nos EUA pelo NEC (National
Electrical Code) [10], pois nem todas as instalações domésticas americanas dispõem de
aterramento local. Por não haver nenhuma interface e proteção entre o VE e a rede elé-
trica, é aconselhável a utilização de um terra e um disjuntor diferencial residual (DDR)
por questão de segurança.
O Pálio Weekend Elétrico é recarregado utilizando este modo, por meio de uma
tomada industrial (fase-neutro-terra). A Figura 2.5 ilustra o modo de carga 1 [11].
31
O modo 2 também foi desenvolvido para permitir que o VE possa ser recarrega-
do em uma tomada comum. Em uma extremidade há um plugue de tomada residencial
padrão e na outra um plugue no padrão do VE. Utiliza um cabo específico que contém
DDR e condutor de aterramento de proteção com função piloto, o qual verifica a inte-
gridade do terra do plugue e desabilita a tensão caso o VE não esteja conectado. É limi-
tado em 32 A por fase e 250 V (monofásico) ou 480 V (trifásico), todavia tipicamente a
corrente é limitada em 10 ou 16 A.
A Figura 2.6 [12] apresenta um dispositivo comercial que permite a recarga do
Modo 2 em tomadas residenciais.
A maioria dos VEs comerciais fornecem estes cabos do modo 2, conhecidos co-
mo recargas ocasionais ou de emergência, para que seja possível a recarga do VE em
locais onde não há eletropostos disponíveis.
Neste modo o VE é recarregado por meio de uma conexão indireta com a rede
elétrica. O retificador CA/CC fica localizado fora do veículo (carregador externo), for-
necendo energia diretamente para a bateria. É aplicado para recargas rápidas em corren-
te contínua. Um sistema de controle embarcado no VE é responsável por gerenciar a
intensidade da corrente que é injetada na bateria, conforme o tipo e estado de carga
(SoC – State-of-Charge) da bateria.
Este modo não é apropriado para residências, pois requer infraestrutura mais ro-
busta e cara que a necessária para os outros modos, devido à utilização de elevadas cor-
rentes (até 400 A) na recarga. É extremamente útil para instalações ao longo de rodovi-
as, permitindo que o usuário faça viagens longas e recarregue o VE rapidamente. A Fi-
gura 2.8 ilustra o modo 4 [11].
A norma ABNT NBR IEC 61851-1 também define três formas de conectar o VE
à estação de carga, que são denominadas como casos:
Caso A: o cabo de conexão está permanentemente anexado no VE, sem conector
ou entrada. A conexão é via uma tomada doméstica ou industrial (Caso A1) ou a
uma estação de carga do Modo 3 (Caso A2). Foi uma solução nos primeiros
VEs, principalmente de pequeno porte, mas atualmente não é comum a utiliza-
ção;
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Caso B: o cabo é destacável com conector e plugue nas extremidades. Neste ca-
so o VE é recarregado conectando-o à tomada convencional (Caso B1) ou esta-
ção de carga (Caso B2);
Caso C: o cabo é permanentemente anexado à estação de carga. Este caso é
normalmente utilizado para conexões de alta potência. No modo de carga 4 é o
único caso permitido.
carga permite que a bateria atinja a plena carga, ou seja, recarregue 100% de sua capa-
cidade.
Por ser uma recarga que necessita de muitas horas (6 a 22 horas para uma recar-
ga completa), dependendo do estado de carga e capacidade da bateria, é o tipo mais
apropriado para instalações residenciais, pois o VE normalmente poderá ser recarregado
durante toda a noite. Também tem grande oportunidade em locais de trabalho, pelo fato
de geralmente o veículo permanecer estacionado por cerca de 8 horas.
A Figura 2.9 apresenta um modelo de eletroposto de recarga lenta [14].
exemplos de VEBs que permitem a recarga com 22 kW, porém o VE Kangoo tem limi-
tação de 3,7 kW no carregador embarcado.
Eletropostos para recarga semirrápida possuem aplicação mais apropriada para
locais como shoppings, supermercados, postos de combustíveis etc.
Os tempos de recarga semirrápida de 0 a 100 % do SoC das baterias dos VEs es-
tão entre 1 e 4 horas. A Figura 2.10 mostra uma estação de carga semirrápida [15].
A recarga rápida é uma solução para um dos obstáculos para difundir a utiliza-
ção de VE, que é o tempo de recarga. Pode ocorrer tanto fornecendo corrente alternada
ao VE, quanto fornecendo corrente contínua diretamente para a bateria, sem utilizar o
carregador embarcado.
Caso a recarga rápida seja realizada em CA (modo de carga 3), é o carregador
embarcado do VE que transforma a energia CA em CC para a bateria. A instalação deve
ser trifásica e os limites da recarga geralmente são: 380 V, 63 A (por fase) e 43 kW.
A recarga rápida CC (modo de carga 4) é efetuada por uma estrutura de
conversão de energia montada externamente ao veículo, onde um carregador externo
(retificador CA/CC) processa a energia, condicionando-a para recarregar diretamente a
bateria do VE. Esse tratamento da energia é necessário para diminuir o tempo de
recarga em VEs que não possuem carregadores embarcados com capacidade para altas
potências, sendo que o veículo recebe energia em tensão e corrente contínua em uma
intensidade limite, conforme especificação exigida na recarga das baterias.
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A norma brasileira ABNT NBR IEC 62196-1 [17] tem o objetivo de estabelecer
os requisitos e características destas interfaces, e também os respectivos acessórios que
são utilizados para a recarga condutiva de veículos elétricos - levando em consideração
as situações de recarga mais frequentes.
A parte 2 da norma (ABNT NBR IEC 62196-2) [18] define os requisitos que os
diferentes tipos de plugues e conectores devem atender na recarga em CA. Tem como
objetivo definir uma arquitetura comum dos sistemas de recarga de VEs, na qual inclui
requisitos operacionais, funcionais e dimensionais para a entrada do VE e seu respectivo
condutor.
Para a recarga rápida em corrente contínua (CC) ou a combinação CA/CC no
mesmo plugue/conector, foi elaborada a norma IEC 62196-3 que estabelece os requisi-
tos que os padrões de plugues e conectores devem atender para o modo 4.
A seguir são apresentados os principais padrões utilizados nos VEs comerciais.
O padrão Tipo 2 atende os requisitos da norma ABNT NBR IEC 62196-2 [18] e
é conhecido como Mennekes - fabricante alemão de plugues e conectores industriais
que desenvolveu o padrão.
O tipo 2 foi o padrão adotado pela ACEA (Associação dos Fabricantes de
Automotores Europeus), sendo amplamente utilizado nos VEs e estações de carga em
toda a Europa.
Alguns VEs que tem o padrão SAE J1772, como o Mitsubishi i-MiEV, Nissan
Leaf e a primeira versão do Renault Kangoo Z.E., podem ser recarregados em estações
de carga com tomada no padrão Tipo 2, por meio de um cabo conversor de padrão (o
plugue em uma extremidade é Tipo 1 e na outra Tipo 2). Esta solução já é utilizada na
Europa.
2.2.3.3 CHAdeMO
Os VEs compatíveis com este padrão possuem duas tomadas para recarga, uma
lenta (normalmente padrão tipo 1) e uma rápida (CHAdeMO). Alguns exemplos de VEs
que utilizam este padrão são:
43
Nissan Leaf;
Mitsubishi i-MiEV;
Citroen C-Zero;
Peugeot iOn;
Fiat 500.
Para recarregar VEs em menos de uma hora, a SAE juntamente com a IEC cria-
ram um padrão de plugue e conector que permite tanto a recarga rápida em CC, quanto
a recarga em CA. Este padrão é conhecido como CCS (Combined Charging System) e
utiliza comunicação com o VE via PLC.
O objetivo desse padrão é que os usuários de VEs tenham a possibilidade de uti-
lizar a maioria dos atuais postos de carga, permitindo a implantação de uma infraestru-
tura comum aos diversos VEs. Esta conexão apresenta em um único dispositivo a possi-
bilidade de utilizar todos os métodos existentes de recarregamento: monofásico CA,
trifásico CA e rápido CC. Ressalta-se que o VE deve permitir tais variações de recarga.
Apesar do objetivo de corrigir a existência de diferentes padrões, há dois tipos
de combo:
Combo Tipo 1: combo da SAE J1772 no qual a tomada do VE tem duas partes.
A superior contém o padrão SAE J1772 para recarga CA (níveis 1 e 2) até
19 kW e a parte inferior contém 2 entradas específicas para recarga rápida em
CC – permitindo recargas de até 500 V / 200 A (100 kW). Logo, o VE que con-
tém esta tomada pode ser recarregado em eletropostos do padrão SAE J1772 de
forma lenta (CA) e rápida (CC);
Combo Tipo 2: da mesma forma que o tipo 1, este padrão permite recargas em
CC e CA, porém a parte superior é o padrão Mennekes Tipo 2. Este padrão per-
mite a recarga rápida tanto em CA (até 44 kW) como em CC.
A Figura 2.16 apresenta os plugues e tomada dos padrões Combo tipo 1 [23] e
tipo 2 [24], respectivamente.
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Por ser um padrão lançado recentemente, poucos VEs possuem o padrão CCS.
Alguns dos modelos de VEs que possuem são:
GM Chevy Spark EV (Tipo 1);
BMW i3 (Tipo 1 nos EUA e Tipo 2 na Europa);
Volkswagen e-up! (Tipo 2).
O padrão GB/T 20234 [25] foi desenvolvido para os VEs na China. O projeto
mecânico para recargas em CA deste padrão é igual ao Mennekes tipo 2. Entretanto, a
corrente de recarga é limitada em 32A, é monofásico, utiliza comunicação CAN e o
sinal PWM (Pulse Width Modulation) do controle piloto é detectado por corrente (ao
invés de tensão, como é no padrão tipo 2).
O padrão GB/T 20234 para recarga rápida CC é diferente de todas as outras e
também utiliza comunicação CAN, assim como o CHAdeMO.
2.3 BATERIAS
A baixa autonomia dos VEs é sua grande desvantagem em relação aos veículos
convencionais, sendo este o motivo do seu abandono no início do século passado. Neste
sentido há inúmeras pesquisas nos EUA, Europa e Ásia que buscam encontrar um sis-
tema de armazenamento de energia que viabilize estas soluções, em termos técnicos e
econômicos.
Na década de 90 a Toyota lançou o Prius, que se tornou o VEH mais popular e
comercializado no mundo por atingir custos competitivos com os demais veículos no
mercado, economizar combustível e garantir a segurança dos usuários. Este VEH utili-
zava baterias de níquel-metal-hidreto (NiMH), que são adequadas na aplicação híbrida,
pois possuem densidade de energia maior que as tradicionais baterias chumbo-ácidas,
mas menor que as da tecnologia de lítio-íon.
Porém, com a necessidade de VE puramente elétrico, as baterias de NiMH não
atendem aos requisitos de densidade de energia e potência necessários para sua difusão.
Por este fato, a bateria à base de lítio é um dos tipos de acumuladores de energia que
tem recebido maior atenção e investimentos, devido às elevadas densidades de potência
e energia apresentada por esta bateria, características fundamentais para a viabilização
das tecnologias dos veículos elétricos puros e híbridos. Outra característica importante
da bateria de lítio-íon é que esta tecnologia é menos agressiva ao meio ambiente, se
comparada com as tradicionais baterias chumbo-ácida e níquel-cádmio.
A Tabela 2.1 [27],[28] apresenta um comparativo entre as diferentes fontes de
energia que podem ser utilizadas na propulsão de veículos. Nota-se que as baterias com
tecnologias mais avançadas ainda estão longe de competir com os combustíveis con-
vencionais (gasolina, diesel e etanol) no quesito densidade de energia, o que impacta
diretamente na autonomia do veículo. Entretanto, um motor a combustão interna (MCI)
possui um rendimento energético de, aproximadamente, 30%, enquanto um motor elé-
trico (ME) possui rendimento de, aproximadamente, 90%.
46
A crescente demanda de VEs no mundo pode contribuir para uma queda signifi-
cativa no preço das baterias, que hoje representam cerca de 40-50% do preço total de
VE. A expectativa é que a bateria tenha uma redução de custo devido ao forte investi-
mento em pesquisa e à produção em escala [29].
Os principais desafios para o avanço da tecnologia das baterias em VE são:
Alta confiabilidade;
Alto desempenho (ciclos e profundidade descarga);
Alta densidade energética, baixo peso e volume (Wh/kg e Wh/l);
Larga faixa de temperatura de operação;
Tempo de recarga reduzido;
Vida útil elevada;
Custo razoável;
Segurança.
e gerar energia elétrica por meio de reações eletroquímicas de oxidação (perda de elé-
trons) e de redução (ganho de elétrons), gerando corrente elétrica pela transferência de
elétrons para um circuito externo.
Fisicamente, a unidade básica de uma bateria é uma célula (elemento) que é
formada por dois eletrodos, cátodo (placa positiva) e ânodo (placa negativa), separados
fisicamente por material isolante elétrico, porém condutor iônico (separador), e mergu-
lhados ou envolvidos por um eletrólito. O cátodo é constituído pelo material ativo, com
maior potencial de oxirredução (redox), e o ânodo pelo material ativo com menor po-
tencial redox. Geralmente, o separador é um filme microporoso de fibra ou polímero, e
o eletrólito pode ser líquido, sólido ou gasoso, o qual é o meio condutor. A associação
de duas ou mais células, em série e/ou paralelo, constitui uma bateria.
A descarga da bateria ocorre com a energia química armazenada nos eletrodos se
transformando diretamente e espontaneamente em energia elétrica, por meio de reações
de oxidação/redução dos materiais ativos das placas. Já a recarga necessita do forneci-
mento de energia elétrica de forma a transformar os materiais gerados na descarga nos
produtos eletroquimicamente ativos originais.
Os principais termos para definir uma bateria para VE e caracterizar seu desem-
penho são apresentados a seguir:
Célula, módulo e pack: uma célula (ou elemento) é a bateria na sua tensão no-
minal. O módulo é composto por duas ou mais células conectadas em série e/ou
paralelo, para aumentar a potência e energia. O pack é associação de módulos
dentro de uma mesma estrutura, podendo ter um sistema de gerenciamento tér-
mico;
terno. Está relacionada com a velocidade das reações de oxidação e redução dos
materiais ativos do cátodo e ânodo, influenciada pelo separador e eletrólito, em
regime permanente ou de pico;
Potência específica (W): reflete a capacidade de uma bateria para fornecer taxas
de corrente, em regime permanente ou de pico. Entretanto, para se comparar di-
ferentes tecnologias de baterias, utiliza-se o valor de potência normalizado em
massa (W/kg) ou volume (W/l);
Energia específica (Wh): indica a quantidade de energia elétrica que uma célula
ou bateria pode armazenar;
Ciclos de vida: é o número de ciclos de recarga / descarga que a bateria pode re-
alizar até que sua capacidade se reduza ao valor percentual limite (especificado
por tecnologia) em relação ao valor nominal. A vida da bateria é afetada princi-
palmente pelas taxas de corrente (descarga/recarga), DoD e temperatura;
A bateria chumbo-ácida foi inventada por Planté em 1860, sessenta anos após a
invenção da pilha galvânica por Volta. Atualmente a bateria chumbo-ácida é fabricada e
comercializada em todos os continentes, sendo a tecnologia mais utilizada para aplica-
ção industrial e automotiva (partida).
A bateria chumbo-ácida é um sistema eletroquímico no qual os materiais ativos
primordiais são o chumbo (e seus compostos) e o eletrólito (uma solução aquosa de áci-
do sulfúrico). Qualquer que seja sua estrutura, a bateria consiste basicamente de dois
eletrodos (geralmente em forma de placas que são isoladas eletricamente) imersos no
eletrólito que é composto de uma solução aquosa de ácido sulfúrico.
A bateria chumbo-ácida ventilada é composta por placas positivas de peróxido
de chumbo (PbO2), placas negativas de chumbo metálico (Pb) esponjoso, e tem como
eletrólito uma solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4). Quando a bateria é descarre-
gada, os materiais das placas positivas e negativas se transformam em sulfato de chum-
bo (PbSO4) e água (H2O), como apresentado na equação (2.1).
Interessante observar que, como o ácido sulfúrico (H2SO4) é consumido durante
a descarga, e com a densidade do eletrólito é possível estimar o estado de carga da bate-
ria.
Descarga
PbO2 + Pb 2H2SO4 2 PbSO4 + 2H2O
(2.1)
Recarga
negativa, também na forma gasosa. Os gases gerados durante o processo de recarga ar-
rastam vapores ácidos e consomem água do eletrólito. Assim, as baterias chumbo-ácidas
ventiladas não devem ser instaladas em ambiente com equipamentos eletrônicos.
A Figura 2.18 [30] mostra uma típica bateria ventilada. Esta tecnologia possui
uma densidade de potência da ordem de 40 W/kg e uma tensão nominal de 2,0 V.
A bateria regulada por válvula não necessita de reposição de água, e pode coe-
xistir no mesmo ambiente de outros equipamentos eletrônicos, uma vez que a liberação
de gás gerado (99% é hidrogênio) é cerca de 10 vezes menor que numa bateria ventila-
da, além de não haver o arraste de vapores ácidos, uma vez que o ácido está imobiliza-
do, o que também permite sua instalação em pé ou deitada, pois não há risco de vaza-
mento de eletrólito. Sua densidade de potência e tensão nominal são iguais à da bateria
chumbo-ácida ventilada.
A Figura 2.19 mostra uma foto de uma instalação com bateria VRLA [31].
As baterias chumbo-ácidas têm uma forte relação da vida útil projetada em fun-
ção da temperatura. A cada aumento de 10ºC na temperatura de operação, sua vida útil é
reduzida em 50% [32].
As principais vantagens das baterias chumbo-ácidas são: segurança, baixo custo,
tecnologia madura, fácil industrialização e disponibilidade de tecnologia para reciclar
praticamente todos os seus componentes.
No entanto esta tecnologia de bateria apresenta baixa energia específica, vida cí-
clica moderada, liberação de gases durante o processo de recarga, forte impacto ambien-
tal e processo de recarga lento.
Os requisitos exigidos para as baterias de veículos elétricos inviabilizam a utili-
zação de baterias chumbo-ácidas em VE de maior potência. Apesar de baixo custo, a
tecnologia chumbo-ácida possui baixa densidade de energia, sensibilidade a variações
de temperatura, vida útil pequena comparada com outros tipos de bateria, é fortemente
afetada por alta profundidade da descarga (até 80% da capacidade), a qual reduz sua
vida (200 a 300 ciclos) entre outros, o que dificulta a aplicação em VE.
52
Baterias de chumbo-carbono
A bateria VRLA não é adequada para aplicações que exigem altas taxas de cor-
rente de descarga e recarga, assim como operação em baixo estado de carga. Quando a
bateria VRLA é utilizada nestas condições ela apresentará perda prematura de capaci-
dade devido à sulfatação de sua placa negativa. Nestas condições forma-se progressi-
vamente uma cobertura de sulfato de chumbo na superfície da placa negativa, com uma
estrutura cristalina mais dura, dificultando a recarga. Os grãos de sulfato de chumbo são
formados de tal maneira que, mesmo recebendo energia, não conseguem se transformar
em material ativo (chumbo metálico). A acumulação do sulfato de chumbo reduz a área
superficial efetiva fazendo com que a placa não consiga drenar e receber potência.
Com o intuito de resolver esta questão tem sido desenvolvida, por vários grupos
de pesquisas, uma nova tecnologia de bateria chumbo-ácida na qual se substitui total-
mente ou parcialmente a placa negativa de chumbo por carbono. A inserção desse mate-
rial deixa as baterias com características de supercapacitor, aceitando cargas e descargas
rápidas.
Essa é uma tecnologia nova e está na fase de protótipos [33]. A Figura 2.20 mos-
tra uma representação esquemática da bateria chumbo-carbono [34].
Bateria Bipolar
Na célula bipolar as placas negativa e positiva são formadas em uma única estru-
tura, separadas por uma membrana isolante constituída de um material polimérico, que
não permite que as placas tenham contato elétrico entre si. Desta forma é possível au-
mentar a área superficial das placas, aumentando a sua densidade de potência e energia,
bem como diminuir o peso e o volume da bateria.
A bateria bipolar é constituída por placas bipolares interligadas em série. Cada
uma dessas placas, exceto as da extremidade do módulo, tem de um lado um material
condutor coberto de chumbo poroso, que corresponde ao lado negativo da placa bipolar,
e o outro lado, que corresponde ao lado positivo, coberto por dióxido de chumbo. Nessa
configuração, a placa negativa de uma célula se torna a placa positiva da próxima célu-
la. As células são separadas, o que permite a elas operar em isolação de seus vizinhos
[35].
Como a parede das células é o elemento de conexão entre elas, as placas bipola-
res possuem um caminho de corrente mais curto e uma maior superfície em comparação
com as conexões em células convencionais. Esta topologia reduz as perdas normalmente
causadas pela resistência interna das células. Há também uma redução do peso devido à
ausência de barras nas junções das células.
Vale ressaltar que essa tecnologia é nova e está em fase de protótipos. Até recen-
temente, o maior problema limitando sua comercialização era a disponibilidade de um
material leve, barato e resistente à corrosão para a placa bipolar, e a tecnologia para
selar cada célula a fim de evitar o vazamento do eletrólito.
A Figura 2.21 mostra o desenho de uma bateria bipolar em comparação com
uma bateria convencional (monopolar) [35].
54
Pelo fato do eletrólito não participar da reação, essa tecnologia apresenta uma
densidade de energia maior (até 250 Wh/l) e uma maior energia específica (70 Wh/kg).
A bateria de NiMH deve ser selada para evitar as perdas de hidrogênio, apesar de ter
uma baixa pressão interna. No final do processo de recarga ocorre 100% da recombina-
ção da água.
56
Aplicação em VEH
O sódio (Na) é um material atrativo para constituir uma bateria devido a seu ele-
vado potencial de redução, sendo um metal leve, não tóxico, barato e em abundância no
planeta. Entretanto o sódio é altamente reativo com água e oxigênio, portanto o ânodo
de sódio é separado do cátodo por uma membrana sólida de sódio condutiva.
A membrana amplamente utilizada é a beta alumina de sódio (β-Al2O3) que
apresenta excelente condutividade, particularmente em temperatura elevada. Assim as
baterias que utilizam como eletrólito a membrana de beta alumina têm que operar em
temperaturas elevadas. Diferentemente das outras tecnologias, contém o material do
eletrodo na forma líquida e o eletrólito é um tubo separador cerâmico sólido.
A bateria de sódio apresenta reações reversíveis de recarga e descarga via o
transporte de íons de sódio através de uma membrana de beta alumina de sódio (eletróli-
to cerâmico sólido), que é dopado com íons de lítio ou manganês.
Para aumentar a condutividade elétrica do eletrólito cerâmico e atingir um ade-
quado desempenho eletroquímico, a bateria de sódio beta alumina tem que operar em
temperaturas elevadas, na ordem de 270 a 350°C [38].
O ânodo é composto por sódio, confinado dentro do tubo de beta alumina, que é
mantido fundido durante a operação da bateria. O cátodo é constituído por um sal de
sódio fundido, por exemplo o sódio enxofre (Na-S), ou outros haletos metálicos sólidos,
tal como o sódio cloreto de níquel (NaNiCl).
A bateria Na-S é comercializada apenas para a aplicação estacionária. Por ques-
tões de segurança não é apropriada em veículos elétricos, pois um dano no eletrólito de
cerâmica pode causar fogo ou explosão. A bateria NaNiCl será descrita com mais deta-
lhes no tópico a seguir.
58
A bateria de sódio com haletos metálico, conhecida também como sódio cloreto
de níquel (NaNiCl) ou sal fundido, são construídas com um cátodo semissólido e uma
membrana porosa impregnada com sal fundido de NaAlCl4 como eletrólito.
Similar à bateria Na-S, a bateria de NaNiCl é construída com membranas tubula-
res de beta alumina (β-Al2O3). As equações (2.3) a (2.5) apresentam as reações que
ocorrem durante a descarga das baterias de sódio cloreto de níquel:
Aplicação em VEB
para entrar em operação. Devido a este fato, esta bateria é uma opção para operações
que requeiram um uso frequente, como veículos pesados em transporte públicos.
As baterias NaNiCl são utilizadas no VEB Palio Weekend Elétrico, que foi de-
senvolvido em parceria entre Itaipu e a Fiat. Este VEB contém 19.2 kWh de capacidade
na bateria, autonomia de até 110 km e recarrega em até 8 horas. Outro VEB que tam-
bém utiliza esta bateria é o modelo norueguês Th!nk City [41]. Há mais de 1.000 unida-
des no mundo, mas sua comercialização foi interrompida em 2011 devido a dificuldades
financeiras da empresa.
Figura 2.25 - Curvas Ragone apresentando a densidade de potência e densidade energética para
vários tipos e tecnologias de baterias (Extraído de [43])
Descarga
6C + LiMxO4 LiC6 + 2MxO2
(2.6)
Recarga
Desta forma, o íon de lítio não sofre processo de oxidação nem redução, sendo
somente inserido e extraído dos materiais dos eletrodos. O processo redox ocorre em
outros componentes constituintes dos materiais dos eletrodos, como por exemplo,
grafite, cobalto, manganês, ferro-fosfato, entre outros.
O funcionamento estrutural da bateria de lítio-íon é ilustrado pela Figura 2.26
[42]. No processo de recarga, os íons de Li (Li+) são extraídos do eletrodo positivo, que
se oxida e cede um elétron. Os íons de Li e os elétrons são transportados até o eletrodo
negativo, sendo que os íons movem-se através do eletrólito e os elétrons pelo circuito
elétrico externo. Quando os elétrons chegam ao eletrodo negativo, ocorre
simultaneamente a inserção dos íons de lítio na estrutura do material anódico e a
62
redução do estado de oxidação deste material, formando a fase litiada (por exemplo,
carbeto de lítio).
Durante a descarga, quando a bateria gera energia, a reação descrita acima
ocorre em sentido inverso, regenerando os materiais utilizados inicialmente, e
transferindo apenas os íons entre os eletrodos.
Um dos desafios das baterias de lítio está relacionado com a segurança, pois é
necessária uma operação equilibrada quando várias células são interligadas em série
e/ou paralelo, visto que as células devem operar em uma faixa bem definida de tensão,
corrente e temperatura. Caso os limites sejam ultrapassados, podem ocorrer reações
exotérmicas, culminando na explosão e queima da bateria.
Toda bateria de lítio-íon utilizada em VE deve conter sistema eletrônico (BMS –
Battery Management System), para monitorar e controlar sua operação, tanto por ques-
tões de segurança (sobrecarga, subcarga, temperatura elevada, curto-circuito externo
etc.) como também para minimizar a degradação das baterias e, assim, prolongar sua
vida. Se um dos limites é ultrapassado, o circuito desabilita a bateria, impedindo a ocor-
rência desses riscos. Além disso, o BMS pode monitorar essas condições, comunicando-
as ao condutor ou interagindo com os demais sistemas veiculares, e também controlar a
recarga advinda da frenagem regenerativa otimizando o uso da energia e maximizando a
capacidade da bateria.
63
As baterias de lítio-íon não são de um tipo único, mas existe uma categoria de
baterias que utiliza o Li como componente (geralmente no cátodo e no eletrólito), po-
dendo conter nos eletrodos vários outros materiais em suas composições.
As baterias de lítio-íon abrangem uma família de químicas que surgem através
da combinação de materiais no ânodo e cátodo, sendo que cada uma dessas combina-
ções tem suas vantagens e desvantagens. Geralmente são comparadas em relação aos
principais parâmetros para avaliar baterias de VE, que são: custo, desempenho, vida útil,
segurança, densidade de energia e potência.
A tecnologia de lítio-íon mais utilizada em equipamentos portáteis é a lítio-
cobalto (LCO), entretanto não é utilizada em VE por ser a menos segura entre as com-
posições químicas. Em VEs, as tecnologias de lítio-íon mais encontradas são: níquel-
cobalto-alumínio (NCA), níquel-manganês-cobalto (NMC), óxido de lítio-manganês
(LMO), lítio titanato (LTO) e ferro-fosfato (LFP).
LCO
LMO
NMC
NCA
LTO
A bateria de lítio titanato (LTO) substitui o grafite no ânodo pelo lítio titanato.
Das tecnologias apresentadas de lítio, a LTO é a que apresenta a maior capacidade de
suportar ciclos recarga/descarga, opera com altas taxas de corrente (permitindo recargas
mais rápidas) e é considerada a mais segura intrinsicamente.
Entretanto, a bateria tem baixa densidade de energia (devido à substituição do
grafite), além de ter um alto custo.
65
LFP
Aplicação em VEs
Uma das diferenças entre o ME e o MCI é que o motor elétrico atinge o torque
máximo a partir do início de sua rotação e permanece relativamente constante até certo
valor de rotação, quando começa a diminuir devido à força contra eletromotriz (FCEM).
Essa característica de um ME faz com que o veículo acelere constantemente, podendo
dispensar o sistema de engrenagens, até atingir a velocidade máxima. Outra vantagem
do ME é que este pode operar com até 12.000 rpm, que é bem acima do valor de opera-
ção máxima de rotação de um MCI empregado em veículos comerciais [47].
O MCI atinge o torque máximo antes da potência máxima, e não há uma forte
relação entre essas duas grandezas, o que leva à necessidade de instalar um sistema de
engrenagens, para alterar as relações de velocidade de maneira a permitir que o MCI
opere na rotação/velocidade mais próxima do torque máximo e, assim, obter um melhor
rendimento.
A Figura 2.28 apresenta a curva de torque e potência em relação à rotação do
ME e do MCI [48].
Potência do
Bateria
Fabricante / Modelo ME Tecnologia de ME
(kWh)
(kW)
Tesla Model S 42 / 65 / 85 215 Motor de Indução
Honda Fit EV 20 92 Motor de Indução
Ford Focus Electric 23 100 Motor de Indução
Renault Fluence Z.E. 22 60 Síncrono com rotor bobinado
Renault ZOE 22 60 Síncrono com rotor bobinado
Renault Kangoo Z.E. 22 44 Síncrono com rotor bobinado
Nissan Leaf 24 80 Ímã permanente
Citroen C zero 16 49 Ímã permanente
BYD e6 60 90 Ímã permanente
Mitsubishi iMiEV 16 47 Ímã permanente
Fiat Doblo 18 43 Motor de Indução
Chevrolet Volt 16 111 Motor de Indução
O motor de indução foi inventado há mais de 100 anos e é uma tecnologia com
alto nível de maturidade [49]. Assim como no PMSM, o estator deste motor CA trifási-
co contém enrolamentos distribuídos no seu interior. A grande diferença está na não
utilização de material magnético no rotor, o qual geralmente é construído com várias
barras de cobre ou alumínio conectadas em dois anéis nas extremidades, tendo uma
forma similar a uma gaiola de esquilo.
Sua eficiência é diminuída pelo fato de ter corrente circulando no rotor. Tem
como vantagens: alta robustez e confiabilidade, baixo custo e pouca manutenção. A
fabricante Tesla utiliza motores de indução nos seus veículos elétricos. Outros modelos
de VEs que utilizam são: Honda Fit EV, Ford Focus Electric, T!hnk City, entre outros.
2.5.1 Mundo
A Figura 2.30 mostra que a Noruega é o país onde se encontra o maior percentu-
al de VEBs e VEHPs no mundo, representando 22,4% da frota no ano de 2015. Isto é
resultado de políticas públicas que incentivam a utilização de VEs, tais como: incenti-
vos fiscais na compra, utilização de faixas exclusivas, recarga grátis, entre outras. A
Figura 2.30 [56] também mostra que o estado da Califórnia apresenta um percentual
maior de veículos elétricos em relação ao total nos EUA, principalmente pelo fato de
implementar políticas de incentivos à utilização de VE [55].
Figura 2.31 - Projeção de veículos elétricos no mundo até 2020 (Extraído de [56])
2.5.2 Brasil
2.5.2.1 ABVE
za, a evolução tecnológica dos componentes dos VEs, principalmente baterias e super-
capacitores, assim como o preço dos combustíveis.
Com o objetivo de construir uma visão de longo prazo para o setor energético e
para a empresa, a CPFL Energia, Roland Berger Strategy Consultants e GESEL/UFRJ,
desenvolveram um projeto no âmbito de P&D ANEEL conhecido como “Cidade do
Futuro”. Neste projeto, foi realizada uma a investigação detalhada de 10 temas, sendo
que um destes é mobilidade elétrica, considerando além dos VEBs, outros modos de
transporte elétrico.
A pesquisa projetou uma frota de 2,3% a 10,7% de VEB no Brasil em 2030,
dependendo do cenário de incentivos. Esta projeção representa um consumo adicional
de 364 MWmed a 1.733 MWmed [59].
O estudo também estruturou premissas e modelagens matemáticas de inserção
de VEBs no país, resultando nos seguintes cenários e suposições:
a) Ano 2014 – Estado de São Paulo zera o ICMS para VEBs;
b) Ano 2015 – O governo federal ajusta o IPI para ficar compatível com os
demais veículos importados;
c) Ano 2017 – Inicia a produção no Brasil com paridade tributária em relação ao
veículo 1.0.
75
VEB Políti-
Preço do VE no Nacional VEB Polí- VEB Parida-
VEB ca
Brasil Combustão tica ICMS de Nacional
ICMS+IPI
Preço (US$) 20.000 28.000 28.000 28.000 28.000
Dólar (R$) 2,25 2,25 2,25 2,25 2,25
Preço fábrica (R$) 45.000 63.000 63.000 63.000 63.000
Impostos (R$) 18.543 218.328 184.569 57.439 25.960
Preço consumidor
(R$) 63.543 281.328 247.569 120.439 88.960
Diferença do con-
0% 343% 290% 90% 40%
vencional
Cidade elétrica: frota também estimada de 43.200 VEBs (1,19 % do total), sen-
do que a utilização é para o atendimento de órgãos/empresas de serviços públi-
cos;
Solução corporativa: frota estimada de 18.144 VEBs (sendo 0,5% da frota to-
tal) destinado a pessoas jurídicas;
Nicho verde chique: mercado de luxo responsável pelo consumo de 25.920
(0,71% da frota), entretanto, sem considerar incentivos ao consumo de VEs.
A conclusão destas simulações é que até 2020, a inserção destes automóveis não
trará impactos negativos significativos à demanda de energia elétrica. Entretanto, após
2020, tais impactos podem se tornar relevantes.
2.5.2.4 ABRADEE
Tabela 2.5 - Percentuais de penetração (em relação a frota brasileira) por cenário
Penetração de VE
Ano
Conservador Moderado Acelerado
2015 0,23% 0,45% 0,06%
2020 1,11% 2,23% 1,51%
2025 2,46% 4,92% 5,50%
2030 3,28% 6,57% 9,90%
79
Figura 2.38 - Quantidade de veículos que serão recarregados pela rede (Extraído de [60])
81
A Tabela 2.7 apresenta alguns dos principais modelos de VEB e VEHP comerci-
alizados no mundo, com suas respectivas características de projeto.
Cabe destacar que a maioria dos veículos tem sua autonomia testada pela EPA
(Environmental Protection Agency), que é a agência de proteção ambiental norte-
americana, no ciclo combinado (urbano mais rodoviário). Entretanto, os veículos que
não foram testados neste órgão têm a autonomia obtida nos testes no ciclo combinado
europeu, definido na New European Driving Cycle (NEDC). No caso dos Híbridos
Plug-in, a autonomia refere-se à utilização 100% elétrico.
A Tabela 3.2 apresenta a diferença dos cabos que são utilizados em ambos os
sistemas, que é um dos motivos da diferença na relação X/R, juntamente com o com-
primento dos cabos que é maior em linhas de transmissão.
Cabos utilizados nas redes primá- Cabos utilizados nas redes primárias
rias de Distribuição de Transmissão
Tipo Bitola X/R Bitola X/R
4 AWG a 250 450 MCM a 900
Cobre 0,52 a 2,56 3,40 a 5,88
MCM MCM
2 AWG a 266,8
ACSR 0,50 a 1,67 556,5 MCM a 1,75 Pol 2,47 a 4,68
MCM
2 AWG a 266,8
AAC 0,48 a 1,73 - -
MCM
Nota: ACSR (Aluminum Conductors, Steel Reinforced - Condutores de Alumínio com Alma de Aço)
AAC (All-Aluminum Conductors - Condutores de Alumínio)
Pol (Polegadas)
Para a carga modelada como impedância constante, uma queda de tensão resulta
na diminuição da corrente consumida e consequentemente na queda de tensão nas linhas
de transmissão/distribuição. Esta situação minimiza o distúrbio na tensão da rede, limi-
tando possíveis impactos.
86
A carga modelada como potência constante tem um aumento da corrente que flui
na rede numa eventual queda de tensão, pois tende a manter a potência constante. Desta
forma irá aumentar as quedas de tensão nas linhas de transmissão/distribuição, podendo
agravar um defeito na rede.
Como o próprio nome diz, as cargas com potência constante devem ser represen-
tadas por um consumo de potência por fase, independentemente do valor da tensão na
rede. Já as cargas do tipo impedância constante e corrente constante têm seus valores
alterados conforme a tensão, sendo que a primeira tem uma variação quadrática
(P = V2 / Z) e a segunda proporcional (P = V *I).
Tabela 3.3 - Valores dos expoentes a serem empregados nas equações (3.1) e (3.2) para os dife-
rentes tipos de cargas estáticas.
Tipo de carga np nq
Potência constante (P) 0 0
Corrente constante (I) 1 1
Impedância constante (Z) 2 2
88
Tabela 3.4 - Valores típicos dos parâmetros de componentes de carga – modelo exponencial
[71]
Tabela 3.6 - Características elétricas da recarga conforme o tipo 2 da ABNT IEC 62196-2
Figura 3.3 - Modelo matemático de carregadores de VEs como carga “potência constante”
18 19 20 21 22
1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Δ Y
4
23 24 26 27 28 29 30 31
25
0,51 j 0,99
0,06 j 0,72 0,51 j 0,99
Z tipo _ 1 / km
0,06 j 0,66 0,06 j 0,72 0,51 j 0,99
0,06 j 0,72 0,06 j 0,66 0,06 j 0,63 0,71 j 0,98
0,71 j 0,98
0,06 j 0,72 0,71 j 0,98
Z tipo _ 2 / km
0,06 j 0,66 0,06 j 0,72 0,71 j 0,98
0,06 j 0,72 0,06 j 0,66 0,06 j 0,63 0,71 j 0,98
0,49 j 0,99
0,06 j 0,72 0,49 j 0,99
Z tipo _ 3 / km
0,06 j 0,66 0,06 j 0,72 0,49 j 0,99
0,06 j 0,72 0,06 j 0,66 0,06 j 0,63 0,49 j 0,99
0,92 j 0,98
0,06 j 0,72 0,92 j 0,98
Z tipo _ 4 / km
0,06 j 0,66 0,06 j 0,72 0,92 j 0,98
0,06 j 0,72 0,06 j 0,66 0,06 j 0,63 0,92 j 0,98
0,49 j 0,99
0,06 j 0,72 0,49 j 0,99
Z tipo _ 5 / km
0,06 j 0,66 0,06 j 0,72 0,49 j 0,99
0,06 j 0,72 0,06 j 0,66 0,06 j 0,63 0,92 j 0,98
95
Os perfis de tensão das três fases da rede em estudo para o caso base (sem VEs)
são apresentados na Figura 3.5 (a). Nota-se que as fases A e C do sistema apresentam
uma tensão relativamente baixa na última barra, embora ainda dentro dos limites especi-
ficados no Módulo 8 do PRODIST (entre 0,92 e 1,05 pu para sistemas com tensão no-
minal inferior a 1 kV - [72]). O desequilíbrio de tensão máximo no sistema é 0,62 % na
barra 12, conforme apresentado na Figura 3.5 (b), um valor aceitável, visto que os limi-
tes máximos estão em torno de 2,0 %, de acordo com o Módulo 8 do PRODIST para
média tensão [72]. O valor total de perdas elétricas ativas e reativas deste sistema, e o
valor da carga total da rede, para o caso base, são apresentados na Tabela 3.11.
96
(a) (b)
Figura 3.5 - Magnitude (fig. a) e desequilíbrio (fig. b) de tensão nodal para o caso base do sis-
tema estudado
Posteriormente serão apresentadas análises dos impactos dos VEs nos seguintes
requisitos técnicos: perfil de tensão em regime permanente, nível de desequilíbrio de
tensão, nível de carregamento de condutores e do transformador, perdas elétricas, dis-
torção harmônica de tensão, além de tensões e correntes transitórias durante curtos-
circuitos.
Neste capítulo, foi apresentada e discutida a metodologia de análise que será uti-
lizada nos estudos de impacto dos veículos elétricos em regime permanente, os quais
compõe a maior parte desta dissertação, bem como a rede elétrica brasileira típica, que
será utilizada nas análises. Foi apresentada também uma análise do comportamento elé-
trico dos carregadores de VEs, a partir da qual, concluiu-se que a modelagem deste dis-
positivo como consumo de potência constante é a mais adequada – além de levar a re-
sultados conservadores nos estudos.
97
caso um VE seja conectado a uma barra qualquer do sistema, é necessária uma redução
na magnitude da tensão da barra à qual foi conectado, para que seja possível a recarga.
*
S P jQ VC I (4.1)
P jQ
I * (4.2)
VC
VC VS Z I VS R jX I (4.3)
V V S VC R jX
P jQ
RP XQ j XP RQ
* * (4.4)
VC VC
RP XQ
V (4.5)
VC
Desta forma, analisando-se a equação (4.6), podem ser extraídas algumas con-
clusões a respeito da variação de tensão em uma barra, provocada pela conexão de um
VE com potência pré-determinada:
Quanto menor a potência demandada pela carga, menor será a variação de tensão
entre as barras S e C;
Deve-se destacar que cada uma das observações acima é realizada mantendo-se
os demais parâmetros da equação (4.6) constantes.
Ainda com base na equação (4.6), considerando que a tensão na subestação (VS)
é constante e PVE 0 , por tratar-se de uma carga adicional, pode-se concluir que
RPXQ0 sempre que um veículo elétrico é conectado à rede. Portanto, tal evento
sempre provocará queda da magnitude de tensão na barra de conexão do mesmo.
100
Percentual da potên-
Potência máxima Percentual da po-
Barra de conexão do cia em relação à po-
consumida pelo car- tência em relação à
carregador tência nominal do
regador do VE [kW] carga total [%]
transformador [%]
22 6,5 15,1 8,7
Figura 4.2 - Comportamento do nível de tensão fase-neutro nas três fases da barra 22
101
Pela Figura 4.2, nota-se que as tensões das fases A e B (em relação ao neutro)
decrescem continuamente com o aumento da potência do carregador, sendo as limitan-
tes da quantidade de potência ativa que pode ser consumida por um VE conectado na
barra 22. Também foi possível observar que a queda do nível de tensão em uma barra
possui comportamento quase linear com a potência consumida [80].
Por outro lado, o nível de tensão na fase C aumenta, embora o crescimento seja
menor que a taxa de queda de tensão observada nas fases A e B. Esta variação ocorre
pelo acoplamento mútuo entre os condutores da rede, o qual se torna mais significativo
com o aumento no fluxo de correntes nas fases A e B, para a recarga do VE. Como a
corrente mútua induzida na fase C subtrai-se fasorialmente da corrente de carga desta
mesma fase, a corrente total fluindo pela fase C diminui provocando um aumento do
perfil de tensão nesta fase.
Este resultado mostra que a preocupação não é somente com a queda de tensão,
mas também com o aumento da tensão nas fases em que o carregamento é menor. Cabe
destacar que uma distribuição mais igualitária dos VEs entre as fases permite que tanto
a redução quanto o aumento da tensão sejam menos acentuados, considerando que os
VEs tenham o mesmo consumo.
Pela Figura 4.3, nota-se que há queda de tensão em todos os três casos. Entretan-
to, quanto maior a demanda da rede, mais crítico será o impacto provocado pelo VE e,
quanto menor a demanda, uma maior potência pode ser utilizada para recarregar o VE.
Demonstra-se que, em relação ao perfil de tensão, a concessionária de energia deve se
preocupar com o cenário de maior demanda da rede que será avaliada.
Outra variável que pode impactar nos limites da penetração de VEs em redes de
distribuição, é a distância elétrica entre o transformador abaixador da rede e o ponto de
conexão do VE, conforme a representação dos valores de R e X na equação (4.6). Este
parâmetro é também associado ao nível de curto-circuito da barra.
103
Figura 4.4 - Perfis de tensão para diferentes pontos de conexão do veículo elétrico
Tabela 4.2 - Potência máxima consumida da rede para conexão monofásica ou bifásica
(a) (b)
Figura 4.5 - Redução no nível de tensão da barra 22 para um VE monofásico (fig. a) e bifásico
(fig. b)
Nota-se que o limite da potência bifásica máxima é cerca de seis vezes superior
ao obtido para o caso monofásico. Os resultados mostram que a recarga bifásica causa
menor impacto no nível de tensão em relação à monofásica. Por este motivo também é
importante sempre analisar a recarga monofásica.
Para avaliar o cenário de uma conexão massiva de VEs, inicialmente são consi-
derados cinco VEs, dois monofásicos (1,5 kW cada) e três bifásicos (3,5 kW cada). Es-
tão dispostos na rede elétrica (Figura 4.6) da seguinte forma:
18 19 20 21 22
1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Δ Y
4
23 24 26 27 28 29 30 31
25
Nota-se que a potência máxima individual foi reduzida de 6,5 kW para 1,0 kW
(para carregadores bifásicos) e de 0,9 kW para 0,5 kW (carregadores monofásicos).
108
Tabela 4.3 - Potência máxima consumida por múltiplos VEs – queda de tensão em RP
Max Vab Vmedio , Vbc Vmedio , Vca Vmedio
%Deseq 100 (4.7)
Vmedio
109
xão do VE) e Vmedio é a média das tensões de linha desta mesma barra.
O segundo índice que é adotado nas análises, utilizado pelo Módulo 8 do PRO-
DIST [72], define desequilíbrio de tensão como:
V
%Deseq 100 (4.8)
V
Neste estudo, o cálculo será executado pela razão entre a tensão de sequência
negativa e a de sequência positiva em uma determinada barra.
O limite foi atingido primeiramente na barra 22, por ser a barra de conexão do
VE. Destaca-se que o consumo máximo neste caso é quase igual ao limite de potência
(6,5 kW) identificado no impacto de perfil de tensão. Porém, cabe ressaltar que o limite
de 2% considerado de desequilíbrio é conservativo, podendo ser superior na prática.
Caso o limite de desequilíbrio seja maior, a magnitude de tensão pode se tornar o im-
pacto mais conservativo.
Tabela 4.4 - Potência máxima consumida da rede pelo carregador bifásico – desequilíbrio de
tensão
Percentual da potên-
Potência máxima Percentual da po-
Barra de conexão do cia em relação à po-
consumida pelo car- tência em relação à
carregador tência nominal do
regador do VE [kW] carga total [%]
transformador [%]
22 6,2 14,4 8,27
Figura 4.9 - Valor de desequilíbrio de tensão para diferentes níveis de demanda da rede
(a) (b)
Figura 4.11 - Elevação do desequilíbrio de tensão considerando a conexão de um VE monofási-
co (fig.a) e bifásico (fig.b)
Também será analisado o comportamento de uma rede com múltiplos VEs sobre
o impacto do desequilíbrio de tensão.
Figura 4.12 - Perfis de desequilíbrio de tensão considerando-se a conexão de múltiplos VEs com
diferentes níveis de demanda
Tabela 4.6 - Potência máxima consumida por múltiplos VEs – desequilíbrio de tensão
Percentual da po-
Potência máxima
Percentual da po- tência em relação à
Barra de conexão consumida por cada
tência em relação à potência nominal
do carregador VE individualmente
carga total [%] do transformador
[kW]
[%]
1,6 (VE monofásico) 3,72 2,13
4, 17, 22, 28, 29
3,2 (VE bifásico) 7,44 4,27
P jQ PC PVE jQC
I *
* (4.9)
VC VC
prezível e que a fase da tensão na subestação seja nula, V C pode ser considerado um
número puramente real, e o módulo da corrente que circula na linha é dado pela equação
(4.10).
Tabela 4.7 - Potência máxima consumida da rede pelo carregador bifásico – corrente em RP
Percentual da potên-
Potência máxima Percentual da po-
Barra de conexão do cia em relação à po-
consumida pelo VE tência em relação à
carregador tência nominal do
[kW] carga total [%]
transformador [%]
22 46,4 107,9 61,9
O limite térmico foi atingido na fase A do ramo 16 que conecta a barra 7 à barra
18 (Tabela 3.10). Apesar do VE ser conectado na barra 22, o limite térmico foi atingido
primeiramente em um ramo relativamente distante do ponto de conexão. Isto indica que
a concessionária deve estar atenta ao limite térmico de todos os ramos da rede, e não
apenas na região de conexão do VE. Além dos ramos próximos ao acesso, geralmente
os ramos próximos ao transformador também são críticos, pois a corrente total flui por
eles.
Deve-se notar que o valor máximo de potência obtido na Tabela 4.7 é superior a
um valor realista de potência consumida por VEs bifásicos, isso ilustra que o fluxo de
120
Tabela 4.8 - Potência máxima consumida da rede pelo carregador bifásico – sobrecarga do
transformador
Percentual da potên-
Potência máxima Percentual da po-
Barra de conexão do cia em relação à po-
consumida pelo VE tência em relação à
carregador tência nominal do
[kW] carga total [%]
transformador [%]
22 32,0 74,4 42,7
A Figura 4.14 (a) apresenta o perfil de evolução dos níveis de corrente no ramo
16, o qual se assemelha, nas fases A e B – conforme estudo teórico, o fluxo de corrente
cresce de forma aproximadamente linear com o aumento da potência do carregador. Na
fase C, que não tem conexão com o VE, a variação é desprezível. De forma similar, a
Figura 4.14 (b) também ilustra que o carregamento do transformador cresce linearmente
com a potência consumida pelo VE. Portanto, conforme o crescimento da penetração de
VEs, pode haver problemas relativos à sobrecarga no sistema de distribuição.
121
Figura 4.15 - Fluxos de corrente em todos os ramos da rede (a fase com maior fluxo de corrente
é ilustrada para cada ramo)
Carregamento com
Carregamento sem VE
VE em relação ao
Demanda em relação ao nominal Crescimento (%)
nominal (75 kVA)
(75 kVA) (%)
(%)
Leve 28,2 32,5 15,3
Normal 57,2 61,4 7,3
Pesada 85,0 89,2 4,9
123
Figura 4.16 - Fluxos de correntes para diferentes pontos de conexão do veículo elétrico
Tabela 4.10 - Potência máxima consumida por carregadores bifásicos – carregamento do trans-
formador
(a) (b)
Figura 4.17 - Sobrecarga de ramos considerando VE monofásico (fig. a) e bifásico (fig. b)
O valor máximo de potência consumida pelos carregadores até que o limite tér-
mico de algum condutor da rede seja atingido é apresentado na Tabela 4.11. Apesar de o
limite de potência consumida ser elevado nos dois casos a preocupação maior deve ser
com os carregadores bifásicos, pelo fato de terem maior consumo.
125
Tabela 4.11 - Potência máxima consumida da rede pelo carregador – corrente em regime per-
manente
Percentual da potência
Potência máxima Percentual da potên-
Forma de conexão do em relação à potência
consumida pelo VE cia em relação à
carregador nominal do transfor-
[kW] carga total [%]
mador [%]
Monofásico 36,2 84,1 48,3
Bifásico 46,4 107,9 61,9
Para esta análise foi considerada a conexão de cinco VEs, sendo três VEs bifási-
cos (3,5 kW cada) conectados nas fases A-B da barra 22, fases A-B da barra 4 e fases
A-C da barra 29, e dois VEs monofásicos (1,5 kW cada) conectados na fase A da barra
28 e na fase C da barra 17.
Neste item será estudado o comportamento das perdas elétricas da rede com a
conexão de veículos elétricos. A recarga de VEs tende a aumentar as perdas do circuito,
por aumentar a quantidade de carga total a ser alimentada. Um dos desafios em analisar
esta questão está no fato das perdas não possuírem característica linear, e sim quadrática
em relação à potência consumida pelo VE, por dependerem do quadrado da corrente que
flui nos ramos.
127
S S* P S jQ S V S* I S (4.11)
Sendo que:
Portanto:
PS GV S2 V S V L (G cos B sen )
(4.14)
Q S BV S2 V S V L (G sen B cos )
PL GV L2 V S V L (G cos B sen )
(4.15)
Q L BV L2 V S V L (G sen B cos )
respectivamente.
Assumindo que a tensão na subestação seja fixa (VS = cte) e que os parâmetros
da linha (condutância G e susceptância B) também sejam fixos, fica clara a natureza
quadrática das perdas em função do módulo da tensão no ponto de conexão do VE (VL).
Reescrevendo a equação (4.16) na forma canônica, tem-se:
Entretanto, esta relação entre potência consumida e perdas elétricas pode ser ob-
tida de maneira mais direta, ao considerar as correntes nos ramos do circuito. Como os
principais responsáveis pelas perdas elétricas da rede são a resistência e indutância dos
ramos (linhas e cabos), tem-se:
2
S perdasi Zi I i (4.18)
Desta forma, a parte real da equação (4.18) é relativa às perdas ativas e a parte
imaginária é relativa às perdas reativas, ambas dependentes do quadrado da corrente no
ramo. A equação (4.18) também permite identificar os fatores que mais influenciam o
nível das perdas:
Tabela 4.13 - Relação entre as perdas elétricas para diferentes configurações de circuito e um
circuito trifásico
1
Representa a razão entre as perdas para o circuito bifásico e trifásico ( P 2 P 3 ).
130
A Figura 4.20 mostra o comportamento das perdas elétricas ativas e reativas to-
tais - somatório das perdas em todos os ramos do sistema. Em ambos os cenários se nota
um comportamento quadrático das perdas totais em função do consumo de potência
pelo VE. Observa-se também um comportamento semelhante ao fluxo de correntes nos
ramos do sistema, uma vez que existe uma relação direta entre tal parâmetro e as perdas
elétricas, conforme a equação (4.18).
(a) (b)
Figura 4.20 - Perdas elétricas totais ativas (fig. a) e reativas (fig. b) do circuito
(a) (b)
Figura 4.21 - Perdas elétricas totais ativas (fig. a) e reativas (fig. b) para três níveis de demanda
da rede
(a) (b)
Figura 4.22 - Perdas elétricas totais ativas (fig. a) e reativas (fig. b) para diferentes pontos de
conexão do veículo elétrico
Nota-se que a barra 17 sofre maior impacto nas perdas, em relação à conexão
nas demais barras. Este resultado ocorre porque, pelo fato da barra 17 ter uma impedân-
cia maior por estar mais distante do transformador, causando maiores perdas. Assim, ao
analisar o aumento das perdas técnicas frente à conexão de VEs na rede, o pior caso
consiste no acesso em barras mais distantes do transformador.
Figura 4.23 - Perdas elétricas totais para um VE monofásico (figs. a e b) e bifásico (figs. c e d)
Três VEs bifásicos foram conectados as fases A-B da barra 22, fases A-B da bar-
ra 4 e fases A-C da barra 29, e dois VEs monofásicos foram conectados a fase A da bar-
ra 28 e a fase C da barra 17. Os resultados são apresentados na Figura 4.24.
(a) (b)
Figura 4.24 - Perdas elétricas ativas (fig. a) e reativas (fig. b) considerando-se a conexão de
múltiplos VEs com diferentes níveis de demanda
No cenário com múltiplos VEs, a potência máxima que poderia ser consumida
da rede, por cada VE, é naturalmente menor em comparação com caso em que
há somente um VE na rede. Logo, um cenário com múltiplos VEs requer maior
atenção da concessionária para que seus impactos não provoquem violações nos
limites técnicos da rede;
O horário de pico (máxima demanda da rede) deve sempre ser considerado nas
análises, pelo fato de ser o instante mais crítico para todos os impactos estuda-
dos;
Podem ser utilizados alguns métodos para mitigar os impactos mencionados, tais
como: deslocar o instante de recarga do VE para fora do pico, reduzir a impe-
dância do ramal de alimentação (recondutoramento da rede), incentivar a cone-
xão de VEs bifásicos e substituição do transformador por outro de potência no-
minal mais elevada. Estes métodos não são avaliados detalhadamente nesta dis-
sertação.
136
Por tais motivos, é importante avaliar a distorção harmônica presente nos sinais
de tensão e corrente produzidos por veículos elétricos.
DHI %
An
100 % , n = 2, 3, 4, ... (5.2)
A1
H
K factor n 2 If n2 (5.3)
n 1
2 DHT 11
THD II
1.8
1.6 9.8
33ª
(A)
rd
1.4
Current (A)
Harmônica 1.2 8.6
(%)
THDI I (%)
1
DHT
Harmonic
0.8 7.4
Corrente
55ª
th
0.6
0.4 6.2
77ªth 9th
9ª
0.2
0 5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Time (h)
Tempo (h)
Nota-se pela Figura 5.3 que nas fases em que o VE está conectado, quanto maior
a potência nominal do carregador, maior é a distorção harmônica de corrente e tensão. O
crescimento da DHT de tensão é similar nas fases A e B, que são as fases nas quais o
VE está conectado, ao mesmo tempo em que se observa um crescimento menos acentu-
ado na fase C. Já a DHT de corrente apresenta crescimento acentuado até a potência
nominal de 3 kW mas, em seguida, a taxa de crescimento diminui.
(a) (b)
Figura 5.3 - Comportamento da distorção harmônica total de tensão (a) e corrente (b) no ponto
de conexão do VE (barra 22)
141
(a) (b)
Figura 5.4 - Comportamento da distorção harmônica total de tensão (a) e corrente (b) no lado de
baixa tensão do transformador de distribuição (barra 2)
O nível de distorção harmônica dos VEs não é considerável como pode ser visto
pelo seu espectro harmônico mostrado na Tabela 5.1;
142
(a) (b)
Figura 5.5 - Comportamento do fator K do transformador em função da potência de um carrega-
dor variando entre 1 e 9 kW (fig. a) e variando entre 1 e 40 kW (fig. b)
Também são avaliadas quais características da rede e da conexão dos VEs que
influenciam seu impacto na distorção harmônica das redes secundárias.
(a) (b)
Figura 5.6 - Distorção harmônica total de tensão (fig. a) e corrente (fig. b) para três níveis de
demanda da rede
(a) (b)
Figura 5.7 - Distorção harmônica total de tensão (fig. a) e corrente (fig. b) para diferentes pontos
de conexão do VE
Este estudo de sensibilidade visa realizar uma comparação entre o impacto pro-
vocado por um VE monofásico de 1,5 kW (conectado entre a fase A e o neutro) e o pro-
vocado por um VE bifásico de 3,5 kW (conectado entre as fases A e B). Em redes reais,
é esperado que recargas mono e bifásicas de VEs ocorram simultaneamente. O estudo
compara a conexão de um carregador monofásico e um bifásico na barra 22.
A Figura 5.8 (a) mostra que a elevação da DHT de tensão na fase A é maior para
o caso do VE monofásico, enquanto nas correntes (Figura 5.8 (b)) não são observadas
diferenças significativas. Isto ocorre, pois a tensão da fase A na frequência fundamental
é menor para a conexão do VE monofásico (em comparação com a conexão do VE bifá-
145
sico). Portanto, em uma rede na qual a DHT de tensão seja mais crítica que a DHT de
corrente, a concessionária deve dedicar maior atenção à conexão monofásica.
(a) (b)
Figura 5.8 - Distorção harmônica total (fase A) de tensão (fig. a) e corrente (fig. b) após cone-
xão de um VE monofásico ou bifásico
(a) (b)
Figura 5.9 - Distorção harmônica total (fase B) de tensão (fig. a) e corrente (fig. b) após conexão
de um VE monofásico ou bifásico
146
(a) (b)
Figura 5.10 - Distorção harmônica total de tensão (fig. a) e de corrente (fig. b) considerando-se
a conexão de múltiplos carregadores de VE com diferentes níveis de demanda
A partir dos estudos deste capítulo, identificou-se que o acesso de VEs em redes
elétricas pode elevar o nível de distorção harmônica da tensão e corrente do circuito.
Porém, esta elevação não é significativa visto que os níveis de distorção injetados por
carregadores de VEs atuais são tipicamente baixos.
Outra importante análise é o impacto dos veículos elétricos nos fluxos de corren-
tes durante a ocorrência de curtos-circuitos monofásicos e trifásicos, visto que normal-
mente ambos os casos são de grande importância para que o engenheiro da concessioná-
ria determine os parâmetros a serem ajustados no sistema de proteção de sua rede.
Este estudo irá avaliar se a recarga do veículo elétrico altera a corrente de curto-
circuito nas barras e ao fluxo de corrente de curto-circuito nos ramos do sistema.
Porém, estas simplificações podem tornar-se menos adequadas caso a rede pos-
sua cargas que consomem altas potências (e.g., motores de grande porte) visto que as
mesmas podem possuir corrente nominal significativa. Os veículos elétricos também
podem ser considerados cargas elevadas, se comparados às demais cargas residenciais e,
portanto, podem provocar alteração nas correntes de curto-circuito da rede.
Pcte V I → I
Pcte
(6.1)
V
6
5
3
VE
1 2
Δ Y 4
T1 T2
+
+
Vca Ccc Vcc
-
T3 T4 -
Dois exemplos de simulação nesta rede são apresentados na Figura 6.3, em que,
no instante t = 0,4 s, são aplicados um curto-circuito monofásico (fase A – terra) e um
curto-circuito trifásico na barra 6. A potência nominal do VE é 3,5 kW. É importante
observar nos resultados que a corrente que alimenta o VE apresenta pouca alteração
frente à ocorrência de um curto-circuito monofásico. Já quando ocorre um curto-circuito
trifásico, a corrente do VE aumenta, porém não ultrapassa duas vezes seu valor nominal
- devido à limitação imposta pelo circuito de controle do VE.
(a) (b)
Figura 6.4 - Correntes de curto-circuito monofásico (fig. a) e trifásico (fig. b) na barra 6 para
cinco potências de carregadores de VE
(a) (b)
Figura 6.5 - Correntes do carregador de VE durante simulação de curto-circuito monofásico
153
Z
Vc
Ec
N
Ea Eb
Z
Vb
Rg
Z If
Va
155
Figura 6.6 - Esquemático para demonstrar como ocorrem os afundamentos e elevações de ten-
são
Nesta situação, uma alta corrente fluirá pela fase A, fazendo com que a tensão
nesta fase diminua, conforme a equação (6.2).
Va Ea Z I f (6.2)
Vc Ec VN (6.3)
sendo que o módulo de VN é igual a Rg x If. Esta equação pode ser analisada em função
de Rg, como segue:
, ou seja, Vc 3 Ec ;
ou seja, Vc Ec ;
Caso o curto-circuito seja trifásico, a tensão cairá nas três fases do sistema.
156
Assim como no item anterior, para análise das tensões em alguns pontos da rede
durante a ocorrência de curtos-circuitos utilizou-se a ferramenta de simulação de transi-
tórios eletromagnéticos PSCAD/EMTDC e a rede mostrada na Figura 6.1, com o VE
conectado entre as fases A e B da barra 6.
Dois exemplos de simulação nesta rede são apresentados na Figura 6.7. No ins-
tante 0,4 s, é aplicado um curto-circuito monofásico (fase A – terra) e um curto-circuito
trifásico na barra 6. A potência nominal do VE utilizada na simulação foi de 3,5 kW.
Observa-se que os resultados estão em conformidade com o estudo teórico. Para o cur-
to-circuito monofásico na fase A ocorre afundamento na tensão desta fase e elevação na
tensão das fases B e C. Já para o curto-circuito trifásico, ocorre afundamento nas ten-
sões das três fases.
(a) (b)
Figura 6.7 - Exemplo de comportamento das tensões na barra 6 durante a ocorrência de um cur-
to-circuito monofásico (fig. a) e trifásico (fig. b) na barra 6
2
Este valor de resistência não nulo é adotado para permitir a visualização do afundamento de tensão no
ponto de ocorrência do curto-circuito. Caso um valor nulo de resistência fosse adotado, a tensão na fase A
da barra 6 cairia a zero e não seria possível observar seu comportamento durante o curto-circuito.
157
(a) (b)
(c)
Figura 6.8 - Comportamento das tensões das fases A (fig. a), B (fig. b) e C (fig. C) na barra 6
para cinco carregadores de VE – curto-circuito monofásico (Fase A - terra)
(a) (b)
(c)
Figura 6.9 - Comportamento das tensões da fase A (fig. a), fase B (fig. b) e fase C (fig. C) na
barra 6 para cinco carregadores de VE – curto-circuito trifásico
Os VEs podem ser modelados como uma carga tradicional da rede elétrica em
estudos de curto-circuito, ou seja, os engenheiros da concessionária não preci-
sam alterar seus protocolos de estudo de proteção de redes;
159
Os impactos não são significativos, pois a corrente que flui pelo carregador du-
rante quedas de tensão é limitada por seu circuito de controle interno. Adicio-
nalmente, o circuito de controle do carregador do VE possui proteção de subten-
são.
160
7 CONCLUSÕES
va, pelo fato de os níveis de distorção harmônicas dos carregadores serem baixos. Foi
identificado também que quanto maior o nível de curto-circuito da barra de acesso, me-
nor a influência na distorção harmônica da rede.
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, sugere-se, para trabalhos futuros:
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172
A Figura A.1 apresenta a rede elétrica e o conversor CA/CC implementados na ferramenta PSCAD/EMTDC e a Figura A.2 apresenta al-
guns exemplos de resultados obtidos na simulação.
.15 [H]
20 [ohm]
G G
D D
m G1 G3
Itra
R=0
A
Ia
V Va 0.001 [H] Vlega
Itrb Iload EV control
#1 #2 A
Ib
R=0
m G G
10 [ohm]
D D
.15 [H]
G2 G4
10 [ohm]
.15 [H]
20 [ohm]
.15 [H]
Timed
Fault
A->G Logic
Iaf
G1
Va [EVcharger] G1 RMS
Va Iaf Iafrms
G2 Vlxfmr2 Vlxfmr2
Vb [EVcharger] G2
Vb
RMS RMS
G3 Ia Ia Itra Itra
Vc [EVcharger] G3
Vc Pxfmr Pxfmr
Ib RMS Itrb RMS
G4 Ib Itrb
Ia [EVcharger] G4
Ia Qxfmr Qxfmr
RMS RMS
Ic Ic Itrc Itrc
Ib Ib
Vload Vload
Ic
Ic
RMS
Va Va
RMS
Vb Vb
RMS
Vc Vc
Main : Graphs
Vlxfmr2
0.200
0.150
0.100
0.050
0.000
-0.050
-0.100
-0.150
-0.200
Vload
0.20
0.10
0.00
-0.10
-0.20
Va Vb Vc
1.40
1.20
1.00
0.80
0.60
0.40
0.20
0.00
Iafrms
0.225
0.200
0.175
0.150
0.125
0.100
0.075
0.050
0.025
0.000
Ia Ib Ic
0.0350
0.0300
0.0250
0.0200
0.0150
0.0100
0.0050
0.0000
Iaf
0.40
0.30
0.20
0.10
0.00
-0.10
-0.20
A Figura A.3 apresenta a implementação do controle do conversor CA/CC no PSCAD/EMTDC, ilustrado como EV Control na Figura
A.1, juntamente com os comportamentos da potência ativa e reativa consumidas e da frequência dos sinais de tensão e corrente.
Va G1 EVcharger : Graphs
[Main] Va G1
P
0.50
Vb G2
[Main] Vb G2
0.00
Vc G3 -0.50
[Main] Vc G3
EVcharger : Graphs
-1.00
G4 freq
G4 61.00
-1.50
[Main] Ia
Ia -2.00 60.75
A Vab
* G3 G4 vd valpha
iderr e-sT * Iaerr
B Compar- DQ_AlphaB w N
-1.0 ator N/D
saw_tooth vq vbeta N N V PLL 1F w w freq freq
neg 0.31113 N/D N/D
iqerr Iberr Vab theta
theta Vbase 6.2832 D
theta
0.4 D 0.31113 D
theta
Vdc Vbase
P P
N V vd
Q Vab N/D Vd
Q AlfaBeta_DQ
Vd D theta vq
0.31113
B Vq
P P Vbase
+
-1.0 + + +
D - idref idref D - D - iderr theta
I I
F F F
P Id wL *
Vq
Iq B V vd
N
P P N/D
+ Ia AlfaBeta_DQ Id
0.0 + + +
D iqref iqref D D iqerr
-
I
-
I
+
0.03223 D theta vq
F F F Iq
* Ibase
Q Iq wL
theta
Id
Vd * D + + P Vd * D + - Q
N theta theta
F F * * N/D
Id Iq freq wL
Iq Id