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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS – UFPEL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – ICH

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

PEDRO DE MOURA ALVES

REFERÊNCIAS

MAIA, Adriano Corrêa; DE OLIVEIRA FERREIRA, Darlene Aparecida. GESTÃO DO


TERRITÓRIO: Multifuncionalidade e turismo como estratégias para o
desenvolvimento rural. Rosa dos Ventos-Turismo e Hospitalidade, v. 3, n. 2, 2011.

PASQUALOTTO, Nayara; STASIAK, A. P.; PASQUALOTTO, D. Desenvolvimento


rural sustentável: possibilidade real ou utópica. XXI Encontro Nacional de
Geografia Agrária, Uberlândia, 2012

RESUMO TEXTO - GESTÃO DO TERRITÓRIO: Multifuncionalidade e


turismo como estratégias para o desenvolvimento rural

O primeiro texto começa introduzindo que a diversidade espacial é uma das


principais características que estão presentes principalmente nas pequenas
propriedades que compõem o espaço rural brasileiro, apresentando diferentes
contextos sociais, econômicos e culturais, com diferente atividades, não se
constituindo enquanto um espaço homogêneo, mas sim um espaço extremamente
complexo devido a sua historicidade e pluralidade de elementos.

Logo o primeiro artigo tem como objetivo explorar as possibilidades da


contribuição da geografia através do uso de suas categorias de análise e conceitos
ligados a um plano de gestão do território. Durante o texto é apontado indicativos
nas discussões sobre o desenvolvimento econômico-social de pequenas
propriedades, relacionadas à multifuncionalidade do espaço rural.

Ao abordar sobre a multifuncionalidade o texto busca expressar que o espaço


rural é multifuncional em que a atividade agrícola não é a única função, havendo
inúmeras outras funções não-agrícolas que fazem parte da sua organização desse
espaço. Sendo assim o rural se constitui enquanto um espaço com variadas
funções voltadas para a integração das dimensões econômica, social e cultural. É
demonstrado uma diversificação das atividades econômicas que surgem
aproveitando o capital físico, social e cultural.
‘ A multifuncionalidade é dividida entre fatores começando por questões de
segurança alimentar, abordando sobre a necessidade de políticas públicas que
fomentem a agricultura familiar, assim como a reprodução socioeconômica dessas
famílias de forma que tenham condições de trabalho que possibilitem a fixação no
campo. Em que os pequenos agricultores e agricultura familiar possa trabalhar com
culturas variadas, obtendo a alimentação garantida para o consumo familiar e a
possibilidade de venderem os seus excedentes para suprir suas demais
necessidades.

A necessidade da manutenção do tecido social e cultural abrangendo uma


conservação do meio ambiental onde a multifuncionalidade rural tem uma
preocupação maior centrada no meio ambiente, trabalhando com a conservação
dos recursos naturais, buscando por uma preservação dos recursos naturais e da
paisagem.

A criação de políticas públicas para geração de trabalho e renda no campo e


as novas funções do espaço rural evitando o êxodo do espaço rural, em que o
trabalhador do campo tendo renda ele não necessitará sair do campo para
sobreviver, trazendo discussões também sobre o acesso à terra, buscando
minimizar a desigualdade sociais.

No texto aborda também a colaboração da ciência geográfica dentro da


formulação de políticas territoriais, através das ações espaciais localizadas por meio
de práticas espaciais, em que as vias para uma gestão do território se concretizam
em torno dessas práticas. Logo se constitui enquanto um conjunto coerente de
políticas que estabeleçam ou modifiquem questões de ordenamento territorial,
buscando propiciar condições que possibilitem o acesso físico desses agricultores
pequenos e/ou familiares a questões de caráter econômico, serviços e bens que
atendam a suas necessidades essenciais como habitação, emprego, lazer,
educação e saúde entre outros fatores para sua permanência no espaço rural.
Todas essas características são analisadas a partir da escala de valores dos
agentes buscando compreender as necessidades dos indivíduos e grupos em
escala local.

Essas ações necessitam de um plano de gestão do espaço rural sendo uma


série de estratégias de gestão espacial, se constituindo enquanto modelos ou
instrumentos simultaneamente descritivos, de previsão e, sobretudo, de ação, de
forma que consigam alcançar as transformações desejadas, essas práticas irão
resultar em ações que dinamizam e integrem um território específico, objetivando a
promoção de um desenvolvimento local e rural.

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL: POSSIBILIDADE REAL OU


UTÓPICA?

O segundo tem como discussão a respeito de um desenvolvimento rural


sustentável e possibilidades da efetivação dessa ação, mostrando uma análise
teórica sobre as concepções de um desenvolvimento rural sustentável, suas
possibilidades e desafios.

A perspectiva desenvolvimentista, apresentada pós período da Segunda


Guerra, orientava para o crescimento econômico sendo permanentemente baseado
no consumo abusivo de recursos naturais, como se fosse uma condição
indispensável para que os países vistos como “subdesenvolvidos” superasse o que
consideravam ser um “atraso” e alcançassem o “progresso”. Essas perspectivas já
estavam presentes em nações e sociedades tidas como “desenvolvidas”, sendo
algo propagandeado pelo neoliberalismo. Os problemas gerados nesse processo
gerou um alerta e uma série de eventos que buscavam demonstrar que as ações
humanas estavam impactando o mundo ambientalmente. Logo surge o conceito de
"desenvolvimento sustentável” que apesar do nome mantém a manutenção das
mesmas estruturas sociais, perpetuando as condições de consumo extremamente
desiguais e se constituindo enquanto um conceito que foca somente no
crescimento econômico visando conservação dos recursos naturais apenas com
uma perspectiva em que o “desenvolvimento” econômico permaneça.

Esse termo passou a ser disseminado no evento da Conferência das Nações


Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento chamado Rio 92 em que o
autor Enrique Leff diz que esse conceito busca pela constituição de um
neoliberalismo ambiental, em que as questões ambientais estariam diretamente
aliada apenas a um crescimento econômico. A partir disso surge um movimento em
oposição a corrente ecotecnocrática, surgindo a corrente ecossocial, sustentando a
idéia de um novo critério de racionalidade ambiental, respeitando as condições do
ecossistema local, as necessidades e decisões dos atores envolvido, constituída e
formada por inúmeras ramificações como o ecodesenvolvimento, enfoques
culturalistas, ecossocialistas, economia ecológica e na teoria marxista ecológica.
Essa corrente busca por um desenvolvimento sustentável baseado no tripé
“social, econômico, ambiental". O texto salienta que concepção de desenvolvimento
rural sustentável abordadas no artigo objetiva não somente as condições
econômicas, mas aliar a fatores socioculturais e naturais. Para conceber esses
desenvolvimento rural sustentável é abordado sobre a necessidade importância da
agricultura familiar e de práticas agroecológicas que proporcionam bases científicas
e metodológicas para a promoção de estilos de agriculturas sustentáveis, tendo
como um de seus eixos centrais a necessidade de produção de alimentos em
quantidades adequadas e com uma elevada qualidade biológica, O texto traz
também sobre a criação de uma rede com novas formas de comercialização e a
criação de uma aliança entre os agricultores e consumidores com o investimento na
distribuição de alimentos através de feira-livres e mercados locais com o incentivo
ao comércio solidário, onde os agricultores recebam um valor justo ao
comercializarem seus produtos.

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