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Castelo/2017
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Castelo/2017
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ORIENTADOR(A):
______________________________________________________
Istela Racanelli
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Nota
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09
CONCLUSÃO ........................................................................................................ 39
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 40
INTRODUÇÃO
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A importância deste estudo decorre das contribuições que poderão oferecer como
subsídios aos professores e técnicos envolvidos na educação inclusiva clareando o
sentido da inclusão como inovação, tornando compreensivo aos que se interessam
pela educação como um direito de todos e que precisa ser respeitado, também,
demonstrar a viabilidade da inclusão pela transformação geral das escolas visando a
atender aos princípios deste novo paradigma educacional. Como a educação
inclusiva e os professores analisam e avaliam a inclusão objetivando a melhoria da
qualidade de ensino nessa área educacional.
Sendo uma pesquisa bibliográfica, tem-se como objetivo geral. Analisar o grau de
desafios da inclusão no contexto escolar para melhoria no processo ensino
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Este trabalho torna-se relevante uma vez que trabalha com problemáticas atuais
sobre a inclusão dos alunos com necessidades especiais nas escolas regulares,
podendo ajudar a professores a compreender a importância da inclusão para a
formação do aluno com deficiência.
A pessoa com necessidades especiais é acolhido pelo cristianismo, tem alma, livra-
se exposição, mas merece o castigo pelo “pecado” da diferença. É condenado a
castigos físicos. Considerado possuidor de espíritos demoníacos aconselhava-se o
exorcismo com flagelos para expulsá-los. A caridade e o castigo foram a grande
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marca da Idade Média. Durante a inquisição, nos séculos XIV, XV, XVI, muitos
diferentes foram mortos, queimados, castigados, acusados de heresias.
[...] nos nossos dias, o direito de ser diferente é também visto como
um direito humano, que passa naturalmente pela análise crítica dos
critérios sociais que impõe a reprodução e preservação de uma
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Segundo Vygostsky,
As escolas especiais não podem ser a pena onde se atendem os alunos nas suas
necessidades físicas. “As escolas especiais precisam estar ocupadas com o
desenvolvimento intelectual de seus alunos, pois, se assim não fosse, não poderiam
ser consideradas escolas”. Entretanto, o grupo de educandos aos quais recomenda-
se escolas especiais constitui uma minoria, sendo necessárias ações concretas para
que se efetive a real inclusão de significativa parcela de educando com
necessidades educacionais especiais na escola regular. Os termos integração e
inclusão frequentemente utilizada como sinônimos na linguagem educacional. No
entanto seus conceitos são distintos.
Por volta de 1890 no período republicano, o instituto tem seu nome alterado para
Instituto Nacional dos Cegos e seu regulamento é modificado, e em 1891 através do
Decreto nº 1320, a escola passou a chamar-se Instituto Benjamim Constant.
Percebe-se que as ações nesse período em relação à Educação Especial são
isoladas apresentando apenas atos de cunho político em relação ao tratamento
dispensado a educação especial. Outra modalidade de ensino atendida no período
imperial foi à criação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos no final de 1855 através
dos esforços de Ernesto Huet e seu irmão, cidadão francês que apresenta proposta
ao imperador visando à criação do referido instituto, contudo em 1957 através da lei
nº 3199 de 06 de julho daquele ano passou a denominar-se Instituto Nacional de
Educação de Surdos.
Tal necessidade surgiu uma vez que de 1954 a 1962 no território brasileiro, onde se
discutira, desde então, a questão das necessidades especiais – de carácter
educacional, econômico, político e cultural – das pessoas com deficiência. Tomamos
como exemplo o trabalho de referida instituição filantrópica para ilustrar não apenas
o quanto essa entidade e seus associados se empenharam no processo de inclusão
social, cultura, educacional e político da pessoa com deficiência no Brasil. Mas,
principalmente, para ilustrar e assinalar toda riqueza construída em torno de um
processo educacional e de vida fundamentados em sólidas experiências práticas e
também teóricas, que resultaram em saberes e conhecimentos disciplinares
construídos por equipes multidisciplinares, traduzidos em ações humanas, políticas,
culturais e interinstitucionais.
Sobre esse olhar o país desde então adotou medidas para inverter a situação de
exclusão da pessoa com deficiência, em especial a partir da Promulgação da
Constituição Federal de 1988 que colocava como objetivo final de todo serviço de
educação especial, condições de vida semelhante legal, e pensando pelo lado do
princípio de normalização educacional, que tomou corpo na dimensão universal,
expandiu-se, então, o caráter assistencial- de apoio nos campos da educação,
saúde, trabalho e lazer – e de justiça dos subjetivos – até então restritas às pessoas
com deficiência. Como assinala Mantoan: “[...] a normalização visa tomar acessíveis
às pessoas socialmente desvalorizadas, condições e modelos de vida análogos aos
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Somos então levados a ressaltar, e ao mesmo tempo contradizer tal afirmação, pois,
a educação especial, consequentemente, o ensino especial, está sim inserido dentro
de um “ensino regular’’. Isso significa que uma instituição como, por exemplo, a
escola de uma APAE, encontra-se devidamente reconhecida e credenciada pela
Secretaria de Estado de Educação, pois apresenta elementos e subsídios
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todo o contexto onde a inclusão deve ocorrer, isto é, não somente na escola ou tão
somente nas escolas especializadas, mas principalmente, no seio de nossa
sociedade. Portanto, pensar a diferença é pensar em mudança, e ambas carecem
de algo que as suporte, que as conduza e, mantenha no sentido de vitalização: esse
algo tem a ver com a flexibilidade, entendida por Bateson como “uma potencialidade
para mudança que não está sendo utilizada” (1991, p. 530).
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Todo o conteúdo do Art. 3° insta os governos a certas ações, como: (a) dar
prioridade política e orçamentária á melhoria dos sistemas educativos de forma que
estes abranjam, cada vez mais, todas as crianças; (b) adotar o princípio da
educação integrada com força de lei ou como política: (c) desenvolver projetos
demonstrativos e incentivar o intercambio de experiências integradoras; (d) criar
mecanismos de descentralização e participação em planejamentos, supervisão e
avaliação do ensino de alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo
a participação de pais e entidades de pessoas portadoras de deficiência; (e) dedicar
esforços á identificação e estratégias de intervenção; e (f) cuidar para que a
formação de professores volta-se para atender ás necessidades educacionais
especiais.
Já sabemos que a luta pelos direitos dos portadores de deficiência não é recente.
No Brasil, se traçamos uma demarcação temporal, podemos encontrar esforços
datados de há pelo menos um século, quando, por exemplo, se iniciarem as
primeiras tentativas oficiais de escolarização formal de deficientes visuais. Na
história de outros países do muno, iniciativas deste tipo podem ser encontradas
ainda há mais tempo.
Assim é que o terceiro momento pode ser considerado como o que marca, de forma
mais concreta, o conhecimento da família como co-agente no processo de cuidados
e reabilitação. De lá para cá, as práticas e pesquisas em reabilitação cresceram e se
expandiram a outras áreas que apenas a de saúde. O campo da educação em
especial, vem sofrendo grandes reflexos de toda essa mudança. E o papel da família
tem sido cada vez mais, particularmente ressaltado, no sentido de ser parceria vital
ao processo de integração (social) do portador de deficiência.
É bem verdade que, no Brasil, essa aliança ainda não recebeu o reconhecimento
que merece. Ainda vivemos um tempo em que a importância deste agente social
chamado família está apenas começando a ser reconhecida. Exemplos disto são as
práticas comuns que ainda se verificam tanto no campo da saúde quanto no da
educação, quanto aos profissionais “chamam família” para discutir a respeito de
seus membros portadores de deficiência, mas não com o intuito de juntos, decidirem
estratégias de ação.
Apesar das dificuldades descritas acima, se olhamos para esse processo do ponto
de vista da história, podemos detectar certos avanços. Hoje vivemos um momento
de prima por princípios de integração/inclusão. A Declaração de Salamanca,
documento-mor, inspirado de muitas das políticas educacionais da maioria dos
países, é bem clara no que se refere à família e ao movimento pela inclusão. Ela
possui quatro artigos (artigos 59 a 62) especialmente relativos á “integração com os
pais”, e vários outros que indiretamente implicam uma parceria com a instituição
familiar no processo de integração/inclusão dos portadores de deficiência.
Ao que cabe aqui, são de especial interesse os artigos 60 e 61, que dizem:
Portanto, não resta dúvida de que hoje em dia, mais do que nunca, a família deve
ser vista tratada como um parceiro a mais no processo de quebra das barreiras que
impedem a participação e a inclusão social de seus membros, por quaisquer motivos
que sejam.
Cabe lembrar que, se até recentemente, essas lutas ainda se travavam no sentido
marcadamente protecionista, o atual movimento da inclusão tem implicado em que
hoje elas adquiram uma conotação diferente, mais politizadas e contada com a
participação direta dos próprios deficientes nos processos de decisão e
encaminhamento.
A consequência inevitável tem sido uma revisão nos papéis das instituições de pais
de portadores de deficiência: de protetores e lutadores por aliados.
De certa maneira, vários desses receios são compreensivos e outros são até
justificáveis. Mas todos são, também, desnecessários, se levarmos seriamente em
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Uma vez mais na própria Declaração de Salamanca, este argumento pode ser
comprovado.
De todo o exposto, uma coisa sempre foi e sempre será verdadeira: a participação
da família é de uma suma importância ao movimento da inclusão. Seja de forma
individualizada ou por meio de suas organizações, é mister a sua participação para
que a comunidade história da luta por sociedades mais justas para seus filhos seja
garantida. É mister que elas, as famílias, busquem conhecer para participar, dando
exemplo de cidadania (como alias cabe a qualquer família) e servir, assim, como
mais um veículo pelo qual seus filhos possam aprender para ser.
Os pais, de maneira geral, não estão bem preparados para terem filhos, muito
menos especiais, e nem a sociedade tem suficiente estrutura para vencer as
barreiras da ignorância e do preconceito. O que se constata são esforços isolados
de algumas instituições sociais, e de uma minoria de pais que real e
conscientemente aceitam o seu filho com deficiência. Muitos pais verbalizaram que
gostariam de tratar o filho com deficiência como pessoa normal, porém as condições
pessoais não o permitem, o faz com que a família, muitas vezes, se desestruture ao
querer atender integralmente essa criança.
CONCLUSÃO
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A importância em discutir esse tema, se justifica pelo fato de que, para as pessoas
com necessidades especiais, ainda hoje a inclusão não é uma realidade em todas as
escolas, sejam públicas ou privadas, pois, muitas dessas escolas ainda continuam
despreparadas para receber os alunos com necessidades especiais, não recebendo
recursos adequados pelos nossos governantes.
Faz-se necessário que o professor se qualifique ainda mais em cursos preparatórios
e que o ajude a trabalhar com os alunos com necessidades especiais.
Além das naturais divergências que, neste momento, devem existir entre as opiniões
dos pais, irmãos e dos próprios deficientes, é importante estimular a escuta a essas
pessoas, como um outro desafio. Seja porque não estão todas organizadas, seja
porque não dispõem de informações a quem se dirigir, o fato é que pouco tem
ouvido os que mais têm sofrido com os obstáculos existentes. Estabelecer os
mecanismos para esta escuta permanente, penso, é uma das providências que se
impõe, intensificando o trabalho que já temos feito, nesse sentido.
REFERÊNCIAS
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BRASIL, Constituição Federal (1989), Lei n° 8.899, de29 de junho de 1994 – Passe
Livre- Educação Especial.
42
VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
ZENTI, Luciana, A Arte de Ser Professor. Revista Nova Escola, v.15, n. 136, p. 16-
22, 2000.