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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Outubro de 2013
Imagem: Conferência Nacional de Educação – Etapa Estadual - São Paulo, realizada em Serra
Negra, SP. 2º semestre de 2013.

Diretor de Escola

RODRIGO MACHADO MERLI

Assistentes de Direção de Escola

MARIA AGOSTINHA MARQUES DOS SANTOS

CHRISTIAN DE MELLO SZNICK

Secretário de Escola

PEDRO BALBINO DOS SANTOS

Coordenação Pedagógica

KATIA APARECIDA DOS SANTOS IMBÓ – Ciclo I

DILEAN MARQUES LOPES – Ciclo II

PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO


SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO BUTANTÃ
EMEF “DESEMBARGADOR THEODOMIRO DIAS”
Endereço: Praça Dr. José Ória, s/nº.
Bairro: Vila Sônia – CEP 05626070
Distrito: Vila Sônia
Subprefeitura: Butantã
Cidade: São Paulo
Telefones: (11) 3742. 5858 - 3771. 5304
Email: emeftdias@prefeitura.sp.gov.br
Blog: http://emeftdias.wordpress.com
SUBSÍDIOS PARA A ELABORAÇÃO DAS NORMAS
DE CONVIVÊNCIA

Organizadores

Rodrigo Machado Merli


Christian de Mello Sznick

Contribuição

Angela Maria Brasil Biaggio


Juditelino de Oliveira Coutinho
Marcia Borceto Jelen de Castro

São Paulo
Outubro de 2013
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Sumário

AGRADECIMENTOS 2

APRESENTAÇÃO 3

NOTA INTRODUTÓRIA 4

KOHLBERG E A "COMUNIDADE JUSTA": PROMOVENDO O SENSO ÉTICO E A


CIDADANIA NA ESCOLA1 7

NORMAS DE CONVIVÊNCIA 27
DOS PROCEDIMENTOS 28
DOS DEVERES DOS ALUNOS 38
DOS DIRETOS DOS ALUNOS 41
DAS PROIBIÇÕES 45

ANEXOS 47
Manual do Aluno 47
DECRETO Nº 54.454 DE 10 DE OUTUBRO DE 2013 - Diretrizes para elaboração do Regimento 51
PORTARIA Nº 5.941, DE 15 DE OUTUBRO DE 2013 Normas para elaboração do Regimento
Escolar 55

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Agradecimentos
A presente publicação se tornou possível após a inestimável colaboração de colegas
da Rede Municipal de Educação de São Paulo:

Jane Reolo, Diretora de Escola, atualmente atuando na Diretoria de Orientação


Técnico Pedagógica – Informática Educativa da Secretaria Municipal de Educação de
Sâo Paulo, indicou o artigo de Angela Maria Brasil Biaggio para uma leitura mais
aprofundada da parte acadêmica;

Juditelino de Oliveira Coutinho e Marcia Borceto Jelen de Castro, Supervisores de


Ensino da Diretoria Regional de Educação Butantã prepararam o documento sobre
Normas de Convivência;

Aos profissionais de educação da EMEF “Desembargador Theodomiro Dias” pelo


trabalho realizado e esboço do Manual do Aluno;

Aos alunos da EMEF “Desembargador Theodomiro Dias”, importantes 723 atores


sociais neste processo de reelaboração do Regimento Escolar

Os Organizadores

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Apresentação
Em continuidade as recentes mudanças apresentadas pela Secretaria Municipal de
Educação da Cidade de São Paulo a partir da divulgação do Programa de
Reorganização Curricular e Administrativa, Ampliação e Fortalecimento da Rede
Municipal de Ensino – Mais Educação São Paulo, as unidades educacionais são
chamadas para um novo desafio: A construção e reelaboração de seus regimentos

Desde a publicação da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional as redes


de ensino tiveram que fazer um novo Regimento que culminou na Prefeitura de São
Paulo na publicação de diretrizes por meio do Conselho Municipal de Educação em
1998. Com a implementação do Mais Educação um conjunto de mudanças são
solicitadas às unidades educacionais. A Portaria n.º 5941/13 norteia a reelaboração
dos Regimentos Escolares atualmente existentes.

De natureza complementar são encartados nesta publicação um artigo acadêmico


sobre cidadania na Escola, normas de convivência e o Manual do Aluno.

A necessidade de um novo Regimento Escolar, articulado com a Organização


Administrativa Pedagógica das Escolas, as influências sobre a carreira do Magistério
e o olhar sobre o aluno tornam essenciais o envolvimento real do Conselho de Escola,
reafirmado como espaço soberano de decisão na Unidade Educacional. Sobretudo é
propícia e necessária a ação integrada de todos os segmentos em um diálogo aberto
e franco voltado a organização de uma Escola Pública, Ativa e Democrática.

Esta publicação da EMEF “Desembargador Theodomiro Dias” dá prosseguimento a


iniciativa de subsidiar as discussões para a confecção do novo Regimento Escolar.

Educador é o profissional que em todos os momentos precisa atento estar e buscar


compartilhar informações e experiências com os grupos sociais a sua volta.

O material ora apresentado é mais um esforço nessa linha de trabalho

Christian de Mello Sznick


Assistente de Diretor de Escola
Antigo Aluno da Rede Municipal (1985-1993)

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

NOTA INTRODUTÓRIA
O presente compêndio busca agrupar materiais e orientações pertinentes a
elaboração dos Regimentos Escolares no campo referente as Normas de Conduta
dos Alunos.

Pensando em nossa Unidade Escolar propriamente dita, EMEF “Desembargador


Theodomiro Dias”, não podemos nos furtar seja dos olhares externos e, muito menos,
do nosso olhar sobre o externo.

Em nosso país e demais seguidores do legislativo greco-romano são vastos o número


de legislações, consequentemente também vasto o número de interpretações e
críticas, levando a constantes sugestões ou alterações, como, por exemplo, as
emendas.

Países de Common Law1¹ se organizam com poucas leis escritas e muita jurisdição.
Independente da prática legislativa, o estudo é incessante.

Para tal exercício aqui presente, avaliamos interessante a presença de um artigo,


Kohlberg e a “Comunidade Justa”: promovendo o senso ético e a cidadania (BIAGGIO),
com principais destaques aos quadros dos “Estágios de Desenvolvimento Moral”,
conceitos de “Comunidade Justa” e seus modelos e, finalmente, o contido no Quadro
2, com a denominada “Fases da norma coletiva”.

Feito isso, sugerimos aos empenhados na elaboração do Regimento a leitura


minuciosa do material fornecido pela Diretoria Regional de Educação do Butantã, que
traz uma linguagem técnica e estrutural para um documento.

Note que os estudos iniciais sobre o tema não invalidam, nem tampouco são
invalidados pelo exposto. São complementares.

No exposto sobre procedimentos nossa tarefa será a de adequar o corpo estrutural


do texto e elencar os Artigos e demais itens (alíneas, seções etc.). Outro importante
desafio será a compreensão de cada procedimento e seu gerenciamento no âmbito
escolar e de acordo com o proposto pela Portaria nº 5941/2013.

Em relação aos Deveres e Direitos caberá ao grupo da comunidade escolar apreciar


o texto, contemplar os itens, mas adequar ao seu público e necessidade.

Note a diferença da linguagem técnica e a pretendida no esboço deste na elaboração


preliminar do Manual de Conduta redigido em 2012 na U.E. Como já dissemos acima,
uma não invalida a outra, e sim, complementa.

1
Common law (do inglês "direito comum") é o direito que se desenvolveu em certos países por meio das decisões
dos tribunais, e não mediante atos legislativos ou executivos. Constitui portanto um sistema ou família do direito,
diferente da família romano-germânica do direito, que enfatiza os atos legislativos. Nos sistemas de common law, o
direito é criado ou aperfeiçoado pelos juízes: uma decisão a ser tomada num caso depende das decisões adotadas
para casos anteriores e afeta o direito a ser aplicado a casos futuros. Nesse sistema, quando não existe um
precedente, os juízes possuem a autoridade para criar o direito, estabelecendo um precedente. (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Common_law ); (...)

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

É importante não misturar alguns conceitos ou repeti-los, mas isso cabe ao grupo que
irá elaborar como, por exemplo, tratar do mesmo assunto (bullying) tanto em Deveres,
como Direitos e Proibições.

Outros cuidados também são necessários ao já estabelecido em legislação, cabendo,


portanto, mencionar que tem legislação que regulariza a questão, salvo se a
regulamentação sofre alteração pertinente e legal.

Importante também entender que basicamente os Direitos da esfera civil ou mesmo


regimental são subjetivos e os Deveres objetivos, por via de regra.

Ou seja, em relação aos Direitos, o sujeito pode se fazer valer deles. Os Deveres devem
ser seguidos. Note, por exemplo, a diferença entre o “Dever” e “Direito” quanto à
participação da publicação de jornais (...), sucessivamente nos itens XV e XVII em cada
Livro a seguir. Se o legislador acha que todo aluno tem que fazer, torna-se um dever,
caso lhe seja facultativo, mas garantido, o direito deve ser preservado em Regimento.

O legislador também deve tomar cuidado com a linguagem “o dever do direito” ou


“tem o direito e o dever”. Casualmente, pode ocorrer. Sucessivamente, deve evitar.

Para um bom andamento até mesmo da leitura do Regimento, pois devemos sempre
lembrar que ele deve ser entendido, ou melhor, apreendido pelo educando, quanto
mais direta a linguagem e não repetitiva, melhor se torna. Em outras palavras, se algo
é um dever, por consequência é um direito e obrigação, não necessitando sua
repetição entre as seções. Exemplo: Não devo roubar, garante o direito de não ser
roubado e limita a obrigação.

E basicamente no item das Proibições abre um estudo sobre as sanções ou


penalidades que acarretam.

Pensar na sanção é o cuidado com a garantia do contido no Regimento e bom


andamento da U.E. Diante de uma situação, deve-se analisar a culpa ou dolo de fato,
o por quê da ação, a intercorrência ou não, e as possibilidades de aplicação da sanção,
dada a proporcionalidade do fato.

Se um aluno “cabula” a aula, por exemplo, qual a sanção prevista ao grupo a que ela
se aplica? Foi intencional? Qual motivo? Foi a primeira vez? Teve outras ocorrências
envolvendo esse fato? Cada resposta pode levar a um grau de sanção. Um mesmo
ato pode levar para uma medida educacional, advertência verbal, suspensão etc.
Depende da proporcionalidade.

Finalmente, reafirmamos duas possibilidades para o contido no Manual de Conduta


dos Alunos. Este ou é parte integrante do Regimento, interferindo na sequência de
Seções, ou deve ser tratado como Anexo. Tanto um como outro garantem a
legitimidade do documento. No primeiro caso se torna mais inflexível, pois pode causar
alteração na ordem dos artigos gerais, dependendo da ocupação dele no Regimento.
Como anexo permite, via Conselho de Escola, uma elaboração mais dinâmica. Fora do
Regimento ou Anexo, torna-se sem validade.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Rodrigo Machado Merli


Diretor de Escola

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Psicol. Reflex. Crit. vol.10 n.1 Porto Alegre 1997


http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721997000100005

Kohlberg e a "Comunidade Justa": promovendo o senso ético e


a cidadania na escola1

Angela Maria Brasil Biaggio2,3


Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo
Este trabalho descreve a técnica de educação moral intitulada "comunidade justa",
proposta por Kohlberg e seus colaboradores da Universidade de Harvard, e que tem
fundamento na teoria de julgamento moral do mesmo autor. Partindo da técnica
anteriormente proposta, de discussão de dilemas hipotéticos em grupo, resume as
observações feitas em programa do tipo "comunidade justa", realizado em cidade do
meio-oeste americano e apresenta uma análise estatística em que se verifica o
aumento dos escores de maturidade moral de alunos participantes do programa.
Discute-se também a aplicação desses programas para o contexto brasileiro.
Palavras chave: julgamento moral, desenvolvimento moral, educação moral,
comunidade justa cidadania

Kohlberg and the "Just Community": developing ethical sense and citizenship in the
schools

Abstract
This article describes the "just community" technique for moral education, proposed
by Kohlberg and his collaborators at Harvard University, which is based on this
author's theory of moral judgment. Starting from the older technique of hypothetical
moral dilemma discussions, the article goes on to summarize observations made in
a "just community" program run in a midwest school, and presents a statistical
analysis which reveals significant gains in moral maturity scores of the participants.
The application of such programs to the Brazilian context is also discussed.
Key words: moral judgment, moral development, moral education, just community.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

A moralidade tem sido estudada por psicólogos do ponto de vista afetivo (Psicanálise),
do ponto de vista comportamental (behaviorismo, teoria de aprendizagem social) e do
ponto de vista cognitivista (Piaget e Kohlberg). Uma apresentação dessas teorias está
publicada no livro Psicologia do Desenvolvimento, de Biaggio (1975; 1988).

O pioneiro do ponto de vista cognitivista foi Piaget, que publicou o livro O julgamento
moral na criança em 1932. Entretanto, este autor prosseguiu suas pesquisas sobre
o desenvolvimento intelectual em geral, não tendo mais elaborado novas idéias sobre
a moralidade. Outros pesquisadores têm usado seu quadro de referência em
pesquisas, entre eles C. Camino (1980) e Lourenço (1990), mas a contribuição
teórica de Kohlberg dominou os estudos sobre desenvolvimento moral nas últimas
três décadas.

Este artigo focaliza programas de desenvolvimento de valores na escola a partir da


noção de conflito cognitivo, utilizando as técnicas de discussão de dilemas morais e a
chamada "comunidade justa" de Lawrence Kohlberg (Power, Higgins & Kohlberg,
1989). Para tanto, torna-se mister resumir os pontos principais de sua teoria.

Lawrence Kohlberg iniciou publicamente seus trabalhos sobre julgamento moral com
sua defesa de tese de doutorado em 1958, na Universidade de Chicago, tendo alguns
anos depois se fixado na Universidade de Harvard, até sua morte em 1987, aos 59
anos de idade.

A teoria de julgamento moral de Kohlberg é única pelo fato de postular uma seqüência
universal, da qual os estágios mais altos (5 e 6) constituem o que ele chamou de
pensamento pós-convencional. Ao contrário da maior parte das explicações sociais e
psicológicas, que consideram a internalização de valores da sociedade como o ponto
terminal do desenvolvimento moral (perspectivas de Durkheim , Freud e do
behaviorismo), para Kohlberg a maturidade moral é atingida quando o indivíduo é
capaz de entender que a justiça não é a mesma coisa que a lei; que algumas leis
existentes podem ser moralmente erradas e devem, portanto, ser modificadas. Todo
indivíduo é potencialmente capaz de transcender os valores da cultura em que ele foi
socializado, ao invés de incorporá-los passivamente. Este é o ponto central na teoria
de Kohlberg e que representa a possibilidade de um terreno comum com teorias
sociológicas cujo objetivo é a transformação da sociedade. O pensamento pós-
convencional, enfatizando a democracia e os princípios individuais de consciência,
parece essencial à formação da cidadania.

Kohlberg argumenta também que a seqüência de estágios aparece em todas as


culturas, o que é geralmente confirmado, conforme dados de Colby e Kohlberg
(1984). Snarey (1985) apresentou revisão de mais de 40 pesquisas realizadas em
27 culturas, e que dão evidência para a noção de que a seqüência de estágios se
mantém nas várias culturas, com algumas nuances que podem ser atribuídas a
fatores culturais, mas que não ameaçam a idéia de universalidade que Kohlberg
propôs. No Brasil, Biaggio (1976) confirmou esses achados e Koller e Ramirez
(1989), comparando estudantes universitários chilenos e brasileiros, também
encontraram resultados análogos.

Kohlberg propôs uma técnica de avaliação do nível de desenvolvimento do raciocínio


moral que utiliza a entrevista individual.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

A avaliação do estágio predominante de julgamento moral é feita por meio de uma


análise de respostas a dilemas morais, dentre os quais é protótipo o conhecido dilema
do marido que rouba um remédio de uma farmácia para salvar a vida da mulher.

O Quadro 1 apresenta os seis estágios propostos por Kohlberg, com um resumo de


sua conceituação.

Quadro 1 - Estágios de Desenvolvimento Moral de Kohlberg

Estágio 1 - Orientação para a punição e a obediência.


Neste estágio, a moralidade de um ato é definida em termos de suas conseqüências
físicas para o agente. Se a ação é punida, está moralmente errada; se não for punida,
está moralmente correta. "A ordem sócio-moral é definida em termos de status de
poder e de possessões ao invés de o ser em termos de igualdade e reciprocidade"
(Kolberg, 1971, p.164). Assim, freqüentemente neste estágio se responde que o marido
estava certo em roubar o remédio caso não tenha sido apanhado em flagrante e preso.

Estágio 2 - Hedonismo instrumental relativista.


A ação moralmente correta é definida em termos do prazer ou da satisfação das
necessidades da pessoa. A igualdade e a reciprocidade emergem como "olho por olho,
dente por dente". Os sujeitos neste estágio podem dizer que um marido deve roubar
para salvar a vida da mulher porque ele precisa dela para cozinhar, ou porque ele
poderia vir a precisar que ela salvasse a vida dele, por exemplo.

Estágio 3 - Moralidade do bom garoto, da aprovação social e das relações interpessoais.


O comportamento moralmente certo é o que ganha a aprovação de outros. Trata-se da
moralidade de conformismo a estereótipos, por exemplo: "É papel de todo bom marido
salvar a vida da sua mulher". Há uma compreensão da regra "Faça aos outros aquilo que
você gostaria que lhe fizessem", mas há dificuldade de uma pessoa se imaginar em dois
papéis diferentes. Neste estágio, surge a concepção de eqüidade através da qual há a
concordância de que é justo dar mais a uma pessoa mais desamparada.

Estágio 4 - Orientação para a lei e a ordem, autoridade mantendo a moralidade.


Há grande respeito pela autoridade, por regras fixas e pela manutenção da ordem social.
Deve-se cumprir o dever. A justiça não é mais uma questão de relações entre indivíduos,
mas entre o indivíduo e o sistema. A justiça tem a ver com a ordem social estabelecida e
não é uma questão de escolha pessoal moral. O estágio 4 é o mais freqüente entre
adultos. Neste estágio, mesmo quando respondem que o marido deve roubar o remédio,
as pessoas enfatizam o caráter de exceção dessa medida e a importância de se
respeitar a lei, para que a sociedade não se torne um caos.

Estágio 5 - A orientação para o contrato social democrático.


Este é o primeiro estágio que pertence ao nível pós-convencional. As leis não são mais
consideradas válidas pelo mero fato de serem leis. O indivíduo admite que as leis ou
costumes morais podem ser injustos e devem ser mudados. A mudança é buscada
através dos canais legais e contratos democráticos. Neste estágio, os sujeitos
geralmente trazem a idéia de que deveria haver uma lei proibindo o abuso do
farmacêutico.

Estágio 6 - Princípios universais de consciência.


Neste estágio, o pensamento pós-convencional atinge seu nível mais alto. O indivíduo
reconhece os princípios morais universais da consciência individual e age de acordo com
eles. Se as leis injustas não puderem ser modificadas pelos canais democráticos, o
indivíduo ainda resiste a elas. É a moralidade da desobediência civil, dos mártires e dos
revolucionários, e de todos aqueles que permanecem fiéis a seus princípios ao invés de
se conformarem com o poder estabelecido e com a autoridade.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

É importante notar que a teoria de Kohlberg é estrutural, de modo que os estágios


refletem maneiras de raciocinar, e não conteúdos morais. Assim é que uma pessoa
pode ser classificada em qualquer um dos estágios, tanto dizendo que se deve roubar
o remédio, como dizendo que não se deve. O importante é a justificativa que a pessoa
dá para sua decisão.

Em resumo, podemos dizer que no nível pré-convencional (estágios 1 e 2) não há ainda


uma internalização de princípios morais. Um ato é julgado pelas suas conseqüências
e não pelas suas intenções. Se as conseqüências levam a castigo, o ato foi mau, se
levam a prazer, o ato foi bom. Estamos ainda numa fase pré-moral. O nível
convencional é o nível de internalização por excelência. O indivíduo acredita no valor
daquilo que julga como certo e afirma que se deve fazê-lo em nome da amizade, da
aceitação pelos companheiros (estágio 3) ou do respeito à ordem estabelecida
(estágio 4). Note-se que o respeito à ordem aqui é diferente do primitivo medo da
autoridade e da punição que caracteriza o pensamento do estágio 1. No estágio 4 já
aparece o respeito à sociedade, ao bem-estar do grupo e às leis estabelecidas pelo
grupo. No nível pós-convencional, encontramos pela primeira vez o questionamento
das leis estabelecidas e o reconhecimento de que elas podem ser injustas, devendo
ser alteradas. Vai-se além da internalização. Na perspectiva de Kohlberg, há limitações
óbvias à perspectiva do estágio 4, valorizando-se a manutenção das leis, enquanto
que no nível pós-convencional tem-se a criação de novas leis ou a modificação de leis.

Aplicações da Teoria de Kohlberg

Kohlberg e seus colaboradores (Blatt & Kohlberg, 1975, Turiel, 1966) identificaram
oconflito cognitivo como o processo através do qual procede a maturação em direção
a estágios mais elevados (Turiel, 1966). Blatt e Kohlberg (1975) descreveram
técnicas de dinâmica de grupo através das quais a maturidade de julgamento moral
pode ser estimulada.

Basicamente, a técnica consiste em se formar um grupo de dez a doze pessoas de


diferentes estágios de desenvolvimento moral para discutir dilemas, geralmente sob
a liderança de um professor, psicólogo ou orientador educacional que coordena a
discussão, chamando a atenção para argumentos típicos de estágios superiores,
propostos por elementos do grupo ou pelo próprio coordenador. Essa técnica,
consistindo de várias sessões, tem tido sucesso em promover a maturação de um
estágio para outro. Programas de educação moral em vários ambientes escolares
têm utilizado essa técnica (Gibbs, Arnold, Ahlborn & Chessman, 1984; Berkowitz,
1985), inclusive no Brasil (Rodrigues, 1976; Biaggio, 1985). A maior parte dos
estudos utilizou um planejamento experimental com grupo de controle e grupo
experimental, com pré-teste e pós-teste. Blatt demonstrou a eficácia desse método
em sua tese de doutorado, publicada como Blatt e Kohlberg (1975). Por meio de um
confronto de opiniões dos participantes, gera-se um conflito cognitivo que, por sua
vez, leva a maior maturidade de julgamento moral. Com fundamento em Kohlberg
(1970) e em Turiel (1966, 1977), Blatt justifica a utilização da técnica de discussões
de dilemas nas noções de conflito moral genuíno, incerteza e discordância a respeito

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

de situações problemáticas, e na apresentação de modos de pensamento de um


estágio acima daquele em que a criança se encontra.

Esses processos ficam evidenciados em uma série de experimentos de Turiel e


colegas, utilizando medidas de julgamento moral. Afirmam esses autores que
julgamentos morais verbais só são assimilados ao pensamento da criança se
estiverem um nível acima do da criança.

Turiel formou grupos de crianças de sexta série, em diferentes estágios de


desenvolvimento moral, em três grupos experimentais. Um grupo teve experiências
breves de "role-playing" com um adulto verbalizando um estágio acima do da criança;
um segundo grupo foi exposto a mensagens de "role-playing" dois estágios acima de
seu próprio estágio; e um terceiro grupo recebeu mensagens um estágio abaixo do
seu (Turiel, 1966; 1977).

As crianças expostas a mensagens um estágio acima do seu próprio assimilaram


mais as mensagens do que os outros dois grupos. Em um pós-teste, as crianças do
primeiro grupo usaram mais pensamento do estágio a que foram expostos do que os
outros dois grupos. Em outro estudo, Rest (1979) demonstrou que as crianças
rejeitavam (embora compreendessem) as mensagens abaixo de seu pensamento, e
que não compreendiam as mensagens que estavam dois estágios acima. O segundo
princípio afirma que o raciocínio de estágio superior é assimilado pela criança
somente se causar conflito cognitivo, isto é, se for discrepante ou introduzir incerteza
na decisão moral da criança.

O experimento clássico de Blatt e Kohlberg (1975) constou de dois estudos: o


primeiro, um estudo piloto, com crianças de dez anos, e o segundo, com quatro grupos
de sujeitos. Ambos os estudos utilizaram o MJI ("Moral Judgment Interview") de
Kohlberg como pré-teste e pós-teste, e tiveram grupos de controle. Os ganhos em
julgamento moral foram estatisticamente significativos nos grupos experimentais. Os
detalhes da pesquisa podem ser obtidos no artigo de Blatt e Kohlberg (1975), acima
citado.

A popularidade desse método é grande e fácil de se entender. É um método que


promove a educação moral sem usar de doutrinação nem de relativismo. Evita a
doutrinação porque visa promover o desenvolvimento natural de estruturas universais
de tomada de decisão, e não na adesão a um conjunto determinado de crenças e
valores religiosos ou morais. Evita o relativismo porque postula que os estágios são
ordenados de maneira hierárquica, de forma que um estágio superior é "melhor" ou
mais "justo" do que o que o precede. Assim, os educadores que usam esse método
podem criticar as maneiras de formar julgamentos morais dos alunos sem
estabelecer respostas certas. O papel do líder da discussão, conforme Kohlberg, é
modelado em Sócrates, que engajava seus discípulos em um diálogo moral no qual
pontos de vista conflituantes eram examinados e uma solução proposta. De acordo
com esse enfoque, o líder nunca apresenta simplesmente soluções prontas para
serem aceitas na base da autoridade, mas estimula a busca dos alunos pela solução.
Assim, este método socrático respeita os estudantes, enquanto intrinsecamente
orientados para o questionamento moral, e procura as melhores condições de sala
de aula para essa investigação.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Blatt e Kohlberg (1975) relatam que os efeitos desse programa permanecem a longo
prazo, e que são mais marcantes quando se trabalha com pré-adolescentes. A pré-
adolescência seria assim um período crítico para o desenvolvimento moral. Kohlberg
reiterou o valor dessa técnica em seu livro de 1984, embora tenha passado a utilizar
a técnica da "comunidade justa" (Power, Higgins & Kohlberg, 1989), descrita a seguir.

"Comunidade Justa" - Revendo o Modelo de Aplicação da Teoria de


Desenvolvimento Moral de Kohlberg

Apesar do interesse pelo enfoque acima descrito, e sua aplicabilidade a uma variedade
de currículos (estudos sociais, literatura, saúde, etc), críticos, tanto do "campo" de
Kohlberg - incluindo ele próprio - como de fora, preocuparam-se com a questão dos
possíveis efeitos das discussões verbais de dilemas hipotéticos sobre o
comportamento real das pessoas. Acharam adequado complementar essa técnica
com a utilização de dilemas morais reais do cotidiano escolar, pois o desenvolvimento
da capacidade de raciocínio e de chegar a decisões morais racionais poderia não
garantir que os indivíduos se comportassem consistentemente de maneira
moralmente responsável. Nesse sentido, a educação moral deveria enfrentar
problemas morais com conseqüências para o sujeito e para os outros. Também
deveria levar em conta o contexto social no qual os indivíduos tomam decisões e agem.
A moralidade é, por natureza, social, e o desenvolvimento de sujeitos morais nunca
pode ser atingido sem o desenvolvimento de uma sociedade moral.

Em seu trabalho sobre "comunidade justa" (Power, Higgins & Kohlberg, 1989), os
autores resgataram a posição teórica de Durkheim (1925/1973) - posição essa que
Kohlberg antes havia criticado por refletir mera internalização de valores da
sociedade. No que diz respeito à educação moral, tanto Piaget como Kohlberg
enfatizavam as relações com companheiros, ao passo que a ênfase de Durkheim era
numa construção sólida do espírito de comunidade na sala de aula. Durkheim
evidenciou que a escola dá instrução moral não apenas em seu currículo explícito,
mas também através de seu "currículo oculto". O "currículo oculto" de uma escola
consiste de suas regras e procedimentos disciplinares, estrutura de autoridade,
distribuição de prêmio e castigo, e normas e valores compartilhados. Durkheim
conseguiu transformar o currículo oculto em um processo intencional de educação
moral.

Kohlberg testemunhou o valor do enfoque de Durkheim quando visitou o Kibbutz


Sassa, em Israel. A escola de segundo grau do kibbutz oferecia a crianças pobres,
nascidas na cidade, a oportunidade de serem educadas no kibbutz. Kohlberg verificou
que o forte senso de comunidade tinha um efeito poderoso sobre a socialização
desses jovens de forma que desenvolveram até os estágios convencionais de
moralidade mais freqüentemente do que seus colegas da cidade. No kibbutz, a
autoridade do professor é mais baseada na vontade do grupo do que no papel
institucional do professor ou em seu carisma.

Embora o kibbutz não seja consciente ou explicitamente baseado em Durkheim,


Kohlberg achou que se encaixava na concepção durkheimiana de coletivismo. Assim,
Kohlberg desenvolveu um método de práticas democráticas que minimizasse as

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

tendências conformistas e conservadoras endêmicas ao coletivismo. A ligação social,


o cuidado com os outros e com o grupo são fundamentais para a educação moral.

A primeira oportunidade de Kohlberg aplicar sua síntese de democracia com


coletivismo surgiu com o trabalho em uma penitenciária feminina. Kohlberg, Hickey e
Scharf (1980) iniciaram um programa de desenvolvimento moral na prisão e se
tornou óbvio para eles que seus esforços estavam sendo minados pela atmosfera da
prisão. Demonstraram que o tipo de ambiente predominante nessas prisões
encorajava uma resolução de conflitos tipo estágio 2 e frustrava os indivíduos que
tentavam raciocinar em termos de estágios convencionais (3 e 4). Verificaram, por
exemplo, que prisioneiras que eram capazes de raciocínios do estágio 3 no
instrumento de avaliação de julgamento moral, agiam em termos de estágio 2 em
seus conflitos morais da vida diária. Elas descreviam o comportamento das guardas
ao lidar com elas em termos de estágio 1. Viam os funcionários exercendo sua
autoridade de forma arbitrária, sem tentar entender as prisioneiras, recorrendo
freqüentemente ao controle através da coerção física. As prisioneiras descreviam
suas relações umas com as outras em termos de quem é mais forte e da necessidade
de fazer acordos para obter drogas, proteção e outros benefícios.

Kohlberg, Hickey e Scharf (1980) acharam que o enfoque da comunidade justa


poderia servir para mudar o clima moral da prisão, de estágio 1-2, para um clima de
estágio 3-4. Eles também especularam que aumentar o estágio do clima moral do
grupo poderia ter um efeito positivo de estimular o desenvolvimento moral de cada
indivíduo. Os ganhos nesse sentido foram modestos .

Uma experiência do modelo de "comunidade justa" na Educação - A Escola


Cluster

A experiência do presídio forneceu tanto uma teoria como uma prática para a criação
da "comunidade justa". Mas quando Kohlberg transferiu o trabalho da prisão para a
escola, havia uma diferença fundamental: na prisão, o objetivo central era a reforma
moral dos prisioneiros, mas as escolas têm como foco a aprendizagem de conteúdos
acadêmicos e a preparação para o trabalho. Se a educação moral não fosse apenas
um acessório de luxo na escola, deveria haver uma revolução na maneira de pensar
a educação.

Nas décadas de sessenta e setenta, começaram a surgir escolas alternativas que


refletiam os temas de protesto nos Estados Unidos. Em 1974, um grupo de pais e
professores pediram a Kohlberg que assessorasse uma escola alternativa em
Cambridge. Kohlberg , que vinha procurando uma oportunidade desse tipo, aceitou o
encargo e foi criada a escola alternativa conhecida como Cluster.

A Cluster tinha 64 alunos, seis professores e pessoal administrativo que se


encontravam em reuniões de grupo duas horas por dia. Cluster ficava dentro da
Cambridge High School, uma escola pública grande, e os alunos da Cluster tinham
aulas na escola-"mãe". Embora os estudantes passassem mais tempo na Cambridge,
eram mais identificados com a Cluster e se consideravam "de fora" na primeira. Três
dias por semana havia aulas de inglês e estudos sociais na Cluster. Uma vez por

13
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

semana todos os alunos e professores se reuniam para uma "reunião da


comunidade". Nessas reuniões, todas as questões de regras e manutenção de regras
eram decididas por meio de discussões e predominava o voto da maioria, sendo que
todos, alunos e professores, tinham um voto cada um. Todas as semanas, antes da
reunião da comunidade, a equipe se reunia com Kohlberg e mais alguns alunos
voluntários para planejar a agenda da reunião.

Nessa ocasião, Kohlberg e a equipe de professores discutia quais itens seriam mais
propícios a uma discussão moral na reunião. Na véspera da reunião, professores e
alunos se encontravam em pequenos grupos, chamados de "grupos conselheiros",
como maneira de introduzir as questões que precisavam ser resolvidas na reunião da
comunidade. A vantagem dos grupos era a de ser um forum muito conducente à
participação e discussão moral profunda.

A reunião da comunidade era o acontecimento mais importante na escola. Servia a


dois propósitos: era o forum para uma tomada de decisão democrática e o maior
ritual para construção da comunidade. A representação das normas, valores e ideais
básicos servia para fortalecer o senso de comunidade. Isso ocorria principalmente
quando regras eram violadas. A questão da manutenção das regras era preocupação
de toda a comunidade, e a violação das regras era tratada como uma violação da
comunidade.

As decisões sobre punições de alunos eram feitas numa comissão de professores e


alunos. O ato de punir era visto não como um ato de vingança retributiva, mas como
uma maneira simbólica de reafirmar a autoridade democrática do grupo e de "curar
as feridas" feitas à comunidade.

A teoria da comunidade justa enfatiza que não pode haver um exercício eficaz de
autoridade sem a presença de uma comunidade viável à qual todos os membros têm
o sentimento de pertencer.

Numa comunidade democrática, professores e alunos são membros iguais com os


mesmos direitos e privilégios. Eles têm um projeto comum, a construção de uma
comunidade justa, que envolve criar as regras que achem necessárias para tal. Como
conseqüência dessa igualdade, os professores devem estar dispostos a trabalhar de
acordo com os procedimentos democráticos da comunidade e de submeterem-se às
decisões da comunidade.

Na Escola Cluster, a igualdade significava que a equipe de professores tinha que


resistir à tentação de estabelecer as regras unilateralmente, quando surgiam
problemas na comunidade. Também significava que os professores tinham de se
submeter à disciplina da comunidade para fatos como: atrasos, linguagem rude ou
abusiva, não socializar com certos "cliques" de estudantes, e perda do controle e da
calma. Nesses casos de violação por parte dos professores, os alunos discutiam a
importância de aplicar os mesmos padrões de justiça aos professores e alunos. Por
exemplo, houve um incidente em que um professor, Norman, foi levado ao Comitê de
Disciplina, acusado de pisar e quebrar o gravador de um aluno. Parece que o
professor havia dito várias vezes a um aluno que parasse de tocar o gravador alto. O
aluno foi sorrateiramente até a frente, por trás do professor, e de repente tocou a
música em alto volume no seu ouvido. O Comitê de Disciplina empatizou com Norman,

14
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

mas, apesar disso, achou que ele tinha reagido exageradamente. Recomendaram que
Norman dividisse o custo do conserto do gravador com o aluno. A reunião começou
com alguns alunos repreendendo Norman pela indignidade de um professor perder o
controle emocional. Finalmente, um aluno interveio a favor de Norman:

"Esta foi a primeira vez que Norman fez esse tipo de coisa, tá ok. E ele admitiu que foi
uma coisa fora do comum para um adulto e professor... Mas ele admitiu, e está
sentado aqui, como qualquer outro... Ele é humano como nós, e sujeito a emoções
também. E ele tem sua vida lá fora, também, e tem uma vida pessoal. E pensem nisso,
nessa escola todo mundo é igual, etc, mas vocês esquecem que os professores
também..."

A comunidade respondeu com grande aplauso. Norman concordou em dividir o custo


do conserto e a questão foi resolvida satisfatoriamente para todos.

Além de ter responsabilidades enquanto membros da comunidade, os professores


também têm uma responsabilidade pedagógica especial e autoridade na comunidade
justa, mas a especialidade que um professor tem, numa determinada matéria, e a
experiência de vida que ele acumulou não precisam criar uma diferenciação rígida de
papéis entre professor e aluno. O professor torna sua experiência disponível para o
aluno, de forma que os estudantes possam cada vez mais ser companheiros iguais
na busca da verdade.

A responsabilidade dos professores pode ser resumida como a de "construção de


comunidade". A fim de esclarecer o que se entende por "comunidade", convém
contrastá-la com outro tipo de arranjo social que se chama de "associação
pragmática". Numa associação pragmática, os indivíduos se relacionam uns com os
outros para finalidades extrínsecas e instrumentais. Algumas escolas funcionam na
maior parte como associações pragmáticas, reunindo os indivíduos para desenvolver
competências que lhes possibilitarão funcionar na sociedade, particularmente no
mundo do trabalho. Recentemente, as escolas cresceram em população e na
tecnologia, em prejuízo de uma atmosfera coesa de grupo, com muitas oportunidades
para a participação dos estudantes. Na associação pragmática, os indivíduos buscam
seus objetivos privados, considerando o bem-estar do grupo apenas na medida em
que este lhes possibilita atingir aqueles objetivos. Nós podemos contrastar essa
organização atomista e instrumental com a comunidade. Numa comunidade, os
indivíduos se inter-relacionam altruisticamente. Tentava-se criar uma atmosfera que
fosse ao mesmo tempo justa e comunitária.

Power (1979) empenhou-se em desenvolver uma maneira de avaliar a atmosfera


moral da escola. Há um considerável número de pesquisas sobre o desenvolvimento
moral de indivíduos, mas não de grupos. Especificamente, esse autor se interessava
por duas questões: em primeiro lugar, o grau em que os membros de uma escola
compartilham normas e valores e estão comprometidos com sua manutenção, e em
segundo lugar, o estágio moral dessas normas e valores compartilhados.

Power distingue, como faz Moos (1979, em Power, 1979), quatro partes de um
sistema ambiental: o ambiente físico, fatores organizacionais, o fator humano, e a
atmosfera ou clima social.

15
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

O ambiente físico refere-se a aspectos arquitetônicos e delineamento físico dos


prédios e salas de aula da escola, os quais podem influenciar atitudes e
comportamentos. Os fatores organizacionais são: tamanho da escola, relação
professor/aluno, forma de administração e métodos de instrução. O fator humano
define as características dos indivíduos que compõem a organização, por exemplo,
idade, sexo, QI, estágio de julgamento moral, etc. A atmosfera social surge a partir
desses três componentes do sistema ambiental. Entretanto, ela não pode se reduzir
àqueles elementos apenas porque é criada através das interaçõesdo grupo humano,
enquanto influenciado pelos fatores organizacionais, num determinado ambiente
físico. Assim, a atmosfera social pode ser conceptualizada como distinta de outras
partes mais estáveis do sistema ambiental.

A unidade central de análise da atmosfera moral é a norma coletiva. Uma norma


coletiva é uma norma que liga os membros de um grupo, enquanto membros daquele
grupo, obrigando-os a agir de determinada maneira. Assim, a norma coletiva é uma
prescrição para a ação. Ela define o que é esperado dos membros em suas atitudes
(por exemplo, importar-se com os outros) e ações (por ex., não roubar dos outros). A
norma refere-se a um ideal ou prescrição para a ação, e assim deriva normas
coletivas a partir do que as pessoas afirmam que é esperado pelo grupo. Não se
deriva uma norma coletiva a partir de inferências sobre ações.

O valor comunitário refere-se ao modo pelo qual os membros de um grupo o valorizam


enquanto comunidade. Isso significa valorizar a solidariedade, a consciência de grupo
e o comprometimento com a vida comum, que constituem o ideal de comunidade. As
normas coletivas de comunidade estão relacionadas com o valor de comunidade, de
duas formas: instrumental e simbólica. Instrumentalmente, as normas coletivas da
comunidade servem como meio de se obter o valor final da comunidade. Assim, na
Escola Cluster, a equipe defendia normas de cuidado e confiança porque essas
normas possibilitariam ao grupo tornar-se uma comunidade real. Simbolicamente, as
normas coletivas expressam o valor final de comunidade. Ao apoiar as normas da
comunidade, os membros são capazes de manifestar seu compromisso com ela.

Os grupos começam quando os indivíduos se unem para obter objetivos comuns. O


apoio às normas tem seis significados: 1) seguir a norma; 2) esperar que outros
sigam as normas; 3) persuadir outros, que estejam desviando das normas, a segui-
las; 4) identificar quem não segue as normas; 5) aceitar alguma responsabilidade por
outros não seguirem as normas; e 6) estar disposto a recuperar os desviantes.

Quanto mais os membros de um grupo estiverem dispostos a assumir esses atos em


apoio de normas, tanto mais "coletivizada" estará a norma. Power (1979) elaborou o
seguinte esquema de fases por que passam as normas coletivas, conforme
apresentado no Quadro 2.

16
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Quadro 2 - Fases da norma coletiva

Fase 0: Nenhuma norma coletiva existe ou é proposta.

PROPOSTA DE NORMA COLETIVA

Fase 1: Os indivíduos propõem normas coletivas para aceitação do grupo.

ACEITAÇÃO COLETIVA DA NORMA

Fase 2: A norma coletiva é aceita como um ideal do grupo; não há


concordância sobre ela. Não é uma expectativa de comportamento.

Fase 3: A norma coletiva é aceita e há concordância, mas ainda não constitui


uma expectativa de comportamento
a) alguns membros do grupo concordam com a norma.
b) a maioria dos membros concorda com a norma.

EXPECTATIVA COLETIVA DA NORMA

Fase 4: A norma coletiva é aceita e esperada. (Expectativa "naive" , ingênua).


a) alguns membros do grupo esperam que a norma coletiva seja
seguida.
b) a maior parte dos membros do grupo espera que a norma
coletiva seja seguida.

Fase 5: A norma coletiva é esperada mas não é seguida. (expectativa


desapontada).
a) alguns membros do grupo ficam desapontados
b) a maioria dos membros fica desapontada.

CUMPRIMENTO COLETIVO DA NORMA

Fase 6: A norma coletiva é esperada e mantida através de persuasão aos


desviantes.
a) alguns membros do grupo usam de persuasão.
b) a maioria dos membros do grupo persuade.

Fase 7: A norma coletiva é esperada e mantida através da recuperação


esperada dos desviantes.
a) alguns membros do grupo indicam e tentam reconduzir os
desviantes.
b) a maioria indica e tenta recuperá-los.

O estágio da norma coletiva ou do valor da comunidade refere-se ao estágio das


concordâncias e entendimentos compartilhados para a resolução de conflitos que
envolvem os membros do grupo, ou do grupo como um todo. Um dos problemas mais
difíceis em tal método de análise diz respeito à possibilidade de se falar de uma
estrutura de estágio para as expectativas compartilhadas e valores, se esse modelo
foi feito para analisar estruturas individuais. Piaget e Kohlberg afirmam que os
indivíduos constróem sua realidade social através de uma interação com o ambiente.
Assim, toda experiência social envolve alguma assimilação. A questão é esta: como
podemos avaliar estruturas de estágio numa reunião comunitária em que os alunos
individualmente podem estar nos estágio 2, 3 ou 4 de Kohlberg ?

17
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Power (1979) acha que isso é possível, pois as normas surgem de propostas de
indivíduos e são mantidas vivas através deles. O processo de desenvolvimento de
normas coletivas é um processo em que as prescrições de um indivíduo tornam-se
as prescrições compartilhadas de um grupo. Além disso, os estágios nos permitem
avaliar a "moralidade" ou "justiça" das normas coletivas. Assim é que se pode aplicar
o esquema de seis estágios de Kohlberg às normas coletivas.

Power (1979) analisou as transcrições de reuniões, entrevistas com os alunos e


observações quanto à fase e estágio das normas coletivas e concluiu, através de uma
análise do desenvolvimento da atmosfera moral da escola, que houve um
desenvolvimento desta durante os quatro primeiros anos de funcionamento da Escola
Cluster.

Inicialmente, como em qualquer nova escola, a fase das normas era a zero.
Estudantes e professores tinham suas maneiras pessoais de resolver conflitos e
tinham que entrar numa discussão de seus pontos de vista até poderem compartilhar
normas e valores. Muitos alunos, ao entrar na Cluster, tinham um histórico de
problemas de disciplina. (Para dificultar ainda mais as coisas, a sua primeira
impressão da escola era a de que se tratava de uma escola muito livre, onde se podia
fazer o que se quisesse). No entanto , ao final do primeiro semestre já havia regras
pondo limites a perturbações da ordem, uso de álcool e drogas, roubo, etc. Embora
os alunos chegassem a entender a necessidade de regulamentos para aliviar a
severidade desses problemas, eles não estavam dispostos a se comprometer em
manter suas decisões. Assim, eles votaram em regras que incluíam punições para
violações, mas deixaram a fiscalização do cumprimento das regras para os
professores. Portanto, quanto ao esquema, não passaram da fase 3. O problema do
roubo não era considerado grave pelos alunos, conforme verbalizou um estudante: "A
escola não é lugar para se ter confiança em ninguém , nem na Cluster, comunidade
ou não. Se você quer uma coisa, você tira". Assim, quanto ao estágio, as regras ainda
estavam no estágio 2 de Kohlberg (hedonismo instrumental relativista), mas já
apareciam elementos de estágio 3, quando manifestavam a necessidade de se
proteger dos abusos dos outros e de proteger a reputação da escola e a imagem do
grupo. Gradualmente, a Escola Cluster foi-se tornando uma verdadeira comunidade.

Foram comparadas as normas coletivas da Cluster e da Cambridge, por meio de


dilemas hipotéticos que poderiam ocorrer nas escolas, como o de um rapaz que
necessitava carona para poder ir a uma entrevista de trabalho. Na primeira escola,
encontraram-se respostas que revelam o cuidado com o outro da comunidade:

"...Porque você tem uma responsabilidade com os colegas nesta escola. Mesmo se
você não gostar muito deles, você está na escola e está com eles todos os dias, você
sabe. Você deve pensar neles como colegas e parte da escola e da comunidade,
portanto você deveria dar carona."

Já na escola Cambridge, as respostas foram do tipo:

"Você pode dar carona, para ser simpático, nunca faz mal a ninguém fazer um favor".
Quando perguntada se o outro teria a expectativa de conseguir a carona:

18
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

"Ele provavelmente ficaria chocado se alguém aqui fosse tão simpático. As pessoas
aqui não são generosas e amigas".

Ambos os alunos estão avaliados no Estágio 3 ("bom garoto") de Kohlberg, mas o


retrato que dão das respectivas escolas é bem diferente e tem a ver com a atmosfera
moral das escolas. Havia muito mais preocupação e cuidado com os outros na escola
Cluster.

Há evidência de que o enfoque da "comunidade justa" pode levar à criação de fases e


estágios relativamente altos na atmosfera moral, que, por sua vez, influenciam a
maneira pela qual os estudantes se tratam mutuamente. Além disso, os dados de
Power (1979) sugerem que se possa estimular a mudança de estágio moral dentro
do enfoque da "Comunidade Justa".

Observações do Programa "Your Excellence In School" (Y.E.S.)

Nesta parte do artigo, relata-se a experiência observada num programa de


"comunidade justa" em cidade do meio-oeste americano, sob orientação de F. Clark
Power (co-autor de Power, Higgins & Kohlberg, 1979), da Universidade de Notre
Dame, Indiana.

O programa, intitulado Y.E.S. ("Your Excellence in School), estava em seu quarto ano
de funcionamento, e destinava-se a adolescentes de risco (isto é, com problemas de
aprendizagem e de comportamento; problemas com drogas e com a lei; famílias
desfeitas e potencial de abandono escolar). Os estudantes eram oriundos das quatro
últimas séries escolares, correspondendo à 8ª série e três séries do segundo grau
no Brasil. Tratava-se de uma escola pública com aproximadamente 2000 alunos. Em
1994, trinta e dois alunos estavam inscritos no programa Y.E.S. Os alunos eram
encaminhados ao programa por pais, professores, ou apresentavam-se
voluntariamente por terem ouvido falar do programa através de colegas participantes.
Mesmo no caso dos estudantes encaminhados, a participação é voluntária e isto é
explicado aos pais. É interessante notar que dos 32 estudantes, apenas três eram de
sexo feminino, o que confirma resultados de pesquisas psicológicas na área de clínica,
que apontam os meninos como apresentando maior incidência de problemas do que
as meninas, na infância e na adolescência, ao passo que na vida adulta, a maior
procura de psicoterapia é por mulheres.

O programa Y.E.S. congregava estudantes em uma "comunidade", sendo que tinham


aulas na parte da manhã, com três professores totalmente dedicados ao programa,
em grupos de dez alunos aproximadamente. Recebiam assim um tipo de atenção mais
especializada e personalizada. Na parte da tarde, tinham outras matérias com o grupo
grande ("mainstream"), isto é, nas turmas regulares da escola, conforme as matérias
em que estivessem matriculados. O programa Y.E.S. tem localização especial,
incluindo três salas de aula e uma saleta para atendimento individual, ocupando todo
o andar acima do refeitório.

Esse grupo de alunos e professores têm um estatuto do programa Y.E.S., elaborado


e votado democraticamente, com suas regras de funcionamento. O grupo elege

19
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

periodicamente (a cada dois meses) uma diretoria, composta de presidente, vice-


presidente, secretário/a e tesoureiro/a. As reuniões semanais da "comunidade" são
conduzidas de acordo com as regras de procedimento parlamentar (Robert's Rules
of Order), com assessoria de um dos professores. Têm uma agenda para cada
reunião, a ata da reunião anterior é lida, bem como o relatório do secretário/a e do
tesoureiro/a.

O dinheiro que manejam provém de modesta taxa individual e é utilizado para


excursões, lanches, etc. Há ainda diversos comitês, como o do jornalzinho, o de
relações públicas, e o que parece mais importante - o Comitê de Justiça ("fairness
committee"). Este último é composto de um professor e cinco alunos, com a finalidade
de recomendar penalidades e recuperações a serem aplicadas aos membros do
grupo que não se comportam de forma adequada, seja em termos de brigas,
linguagem de palavrões, atrasos na chegada à escola, faltas, etc. Essas
recomendações são votadas por todo o grupo, e as penalidades podem variar desde
tarefas para o grupo, tais como limpeza da sala, até a expulsão do estudante do
programa Y.E.S.

Em suma, mais do que um programa de desenvolvimento moral, como eram as


propostas de Blatt e Kohlberg (1975), a "comunidade justa" visa também uma
aprendizagem de participação democrática, um aumento do senso de
responsabilidade, motivação para o trabalho escolar, cidadania, e auto-estima.

Durante o primeiro semestre de 1994, em meu pós-doutorado, tive a oportunidade


de atuar como observadora-participante das reuniões semanais da "comunidade" e
de algumas atividades de sala de aula. Nessa ocasião, pude constatar o
funcionamento dessa comunidade, sendo um dos principais problemas discutidos: a
questão do lanche (lanchonete organizada pelos alunos para as terças e quintas-
feiras, dias em que a escola não previa um intervalo para lanche no meio da manhã).
Foi sugerido por uma das professoras que se vendesse "comida saudável" (queijo,
frutas, etc) ao invés da habitual "junk food" (batatinhas fritas, coca-cola, etc). De início
houve uma reação negativa, que aos poucos foi-se modificando,e o lanche com comida
saudável foi implantado por algumas semanas. Desistiu-se dele depois, por motivos
econômicos.

Outros assuntos discutidos foram punições para alunos que brigaram em sala de aula.
Estes haviam sido suspensos pela Direção Geral da escola, e cabia aos participantes
do programa YES resolverem se eles poderiam voltar para o programa ou se
deveriam ficar na escola maior. Aqui também há uma evolução, desde a opinião de
que não poderiam retornar, pois dariam mau nome ao grupo, até uma atitude
conciliatória de dar aos alunos em questão uma segunda oportunidade. É interessante
notar que essa segunda atitude foi sugerida e apoiada inicialmente pelas meninas do
programa, que talvez fossem mais amadurecidas ou evidenciassem o que Gilligan
(1980) chamou de moral do "cuidado" (i.e., "care orientation").

Foram ainda discutidos temas como a greve dos professores, que interrompeu as
atividades por três semanas, e o planejamento para um piquenique de fim de ano à
beira do Lago Michigan. Para este foi discutida a questão de levar ou não anzóis para
pescar, disciplina, refeição, etc.

20
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

No final do semestre, soube-se que a Superintendência de Educação cortaria as


verbas para o programa Y.E.S., assim como de outros programas que pareciam "luxo",
tais como programas pré-escolares e para a terceira idade. Nesta ocasião, foi-me
solicitado comparecer à audiência pública a se realizar com a Superintendente, no
sentido de apelar pela continuidade do programa Y.E.S. A verba foi realmente cortada,
e o restante do ano letivo foi dedicado a preparar os alunos para o retorno à escola
grande ("mainstream"), a fim de sobreviverem fora do ambiente protegido do
programa Y.E.S.

Avaliação do Programa Y.E.S.

A avaliação do programa Y.E.S. tornou-se difícil pelo fato de ser um programa flexível,
quanto à entrada e saída dos alunos no programa, e o fato de eles serem oriundos
de mais de uma escola, e de séries escolares diferentes, da oitava à décima segunda
(esta é a última série do segundo grau). Foram analisados dados disponíveis, na
escola, dos alunos sobre os quais havia informação através de pré-testes, nas
variáveis julgamento moral, freqüência e pontualidade na escola, auto-estima,
rendimento escolar e atitudes em relação à escola.

Quanto ao julgamento moral, havia nos arquivos de Power dados de pré-teste de 15


estudantes, que haviam entrado para o programa em agosto de 1993. Esses
estudantes foram novamente entrevistados no final do primeiro semestre de 1994 e
seus ganhos analisados (Tabela 1).

Tabela 1: Escores em maturidade de julgamento moral dos participantes do programa Y.E.S.

1993 1994 Diferença

245 238 -7

130 139 +9

173 264 +91

204 245 +41

188 236 +48

233 282 +49

275 305 +30

208 229 +21

231 285 +54

205 225 +20

21
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

225 245 +20

280 300 +20

227 244 +17

265 285 +20

250 250 0

t = 4.55, p<.001

Observa-se que a maior parte dos sujeitos está entre os estágios 2 e 3 de Kohlberg,
tendo havido crescimento dentro dessa faixa por parte de 12 dentre os 15 sujeitos,
sendo as médias significativamente diferentes.

Houve também diferenças significativas quanto ao número de faltas à escola, que


diminuiu, porém os atrasos permaneceram.

Ainda se encontraram diferenças significativas de pré-teste para pós-teste, no


Culture-Free Self-Esteem Test, quanto à auto-estima em geral (t = 2.24, p<.05), porém
não se constataram diferenças quanto às subescalas de auto-estima social ou
atitudes em relação aos pais.

Quanto ao rendimento acadêmico, não foi possível obter informação deste, por
ocasião da entrada dos alunos no projeto, porém dentre os 32 alunos que finalizaram
o programa em 1994, 20 tiveram conceitos A ou B, estando incluídos, portanto, no
quadro de honra da escola.

Aplicações no Brasil

Tanto a técnica de discussão de dilemas em grupo (Blatt & Kohlberg, 1975) quanto
a "comunidade justa"(Power, Higgins & Kohlberg, 1989) são alternativas promissoras
para o desenvolvimento moral de pré-adolescentes, adolescentes e jovens.

Para aplicação no Brasil, ambas as técnicas precisam de algumas modificações em


função da cultura e das condições locais. Quanto às discussões de grupo, estudos
anteriores (Biaggio, 1986) argumentam em favor de uma discussão de dilemas da
vida real, e não dilemas trazidos pelo experimentador ou psicólogo, professor ou
orientador educacional. Já a técnica da "comunidade justa" necessita de adaptações
em função de disponibilidade de horários para a reunião comunitária, que
normalmente não existe nas escolas brasileiras, e também de um grau menor de
formalização na condução das reuniões.

Durante o ano de 1995 tentou-se aplicar uma adaptação do modelo de "comunidade


justa" em escola particular de Porto Alegre, inserido dentro do projeto de cidadania
crítica recém-iniciado.
22
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

O primeiro semestre foi dedicado à preparação e motivação dos professores,


coordenação e diretoria da escola, palestras e discussões de textos teóricos sobre a
teoria de Kohlberg e as técnicas de promoção da maturidade moral, incluindo-se o
modelo de comunidade justa. Como era esperado, houve muitos problemas quanto à
presença dos professores nas reuniões programadas, o que pode ser entendido em
termos das baixas condições salariais com que são remunerados os professores de
primeiro e segundo grau no Brasil, fato que os leva a grande sobrecarga, lecionando
em várias escolas. Uma paralisação parcial de professores durante o primeiro
semestre atrasou o cronograma do projeto. Apesar disso, mais tarde discutiu-se que
as reuniões, que focalizavam reivindicações salariais, também faziam parte do modelo
de "comunidade justa".

Iniciou-se um estudo piloto, com alunos de oitava série da referida escola, com os
quais se realizou um programa de discussão de dilemas morais, coordenadas por
duas psicólogas que atuam no projeto. Essas duas psicólogas também se reuniram
com grupos de professores, preparando-os para conduzirem eles próprios as
discussões de dilemas com seus alunos. Incluiu-se no estudo a testagem da eficácia
de dilemas não apenas com conteúdo relevante à moral, mas também com conteúdos
ecológicos e de não-violência. Mudanças na Direção e equipe coordenadora tornaram
inviável o prosseguimento do projeto nesta escola, embora se considere que as
sementes do trabalho foram lançadas e que algum aproveitamento deve ter havido,
embora não fosse possível mensurá-lo adequadamente. Em 1996, o projeto,
focalizando valores ecológicos, foi testado com alunos do curso de Biologia de uma
universidade, tendo-se em vista preparar tais universitários para futuramente
utilizarem a técnica de discussão de grupo com seus alunos durante o estágio
curricular ou posteriormente.

Pretende-se trabalhar com professores de ciências para prepará-los e motivá-los a


coordenarem eles próprios as discussões de dilemas com conteúdos ecológicos. Em
etapa posterior do projeto, pretende-se fomentar atitudes não-violentas e soluções
não-violentas para conflitos, utilizando os princípios de discussão de grupo e de
"comunidade justa" de Kohlberg.

23
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

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Recebido em 31.07.96
Revisado em 04.10.96
Aceito em 07.11.96

1 Este artigo relata as experiências da autora durante o programa de pós-doutorado na Universidade Notre Dame, Indiana, Estados Unidos, sob patrocínio
da CAPES, durante o primeiro semestre de 1994. A autora agradece a colaboração da Dra. Nise Pellanda e das bolsistas Gertrudes Angélica Oliveira
Vargas, Angela Cecconi Viñas e Luciana Karine de Souza pela participação na etapa de aplicação do programa de comunidade justa em escola de Porto
Alegre, escola essa a cuja equipe, alunos e professores também somos gratos.
2 Pesquisadora I-A do CNPq.
3 Endereço para correspondência: R. Ramiro Barcelos, 1600 Sala 115 90035-003 Porto Alegre RS Brasil..

All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License

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Tel.: +55 51 3308-5691

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26
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Normas de Convivência
Ao Diretor Regional de Educação

Conforme manifestação de sua parte em ter acesso aos ESBOÇO PRELIMINAR


referente às Normas de Convivência, lhe encaminhamos o mesmo e alertamos para
os cuidados que deverão ser tomados por aqueles que eventualmente venham utilizá-
lo para subsidio em discussões sobre a temática em questão.

Finalmente, temos presente de que a elaboração das NORMAS DE CONVIVÊNCIA é


de prerrogativa exclusiva dos diversos segmentos que integram a comunidade escolar
e do Conselho de Escola.

Da versão preliminar do documento elaborado constam quatro partes, sendo: DOS


DIREITOS, DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DOS PROCEDIMENTOS.

A portaria nº 5941/13 que dispõe sobre a elaboração do regimento educacional


especifica quais os direitos e os deveres dos alunos; se for de entendimento a
necessidade de ampliação destes itens apresentados pelo governo, desde que não
contrarie o espírito dessa legislação, os arquivos DOS DEVERES E DOS DIREITOS
(esboço preliminar) poderão ser utilizados se feito um cotejamento dos itens para
verificar a pertinência ou não da referida ampliação;

A portaria acima atribui as unidades educacionais a tarefa de elaborarem as suas


normas de convívio, sendo que o item DAS PROIBIÇÕES é de responsabilidade
exclusiva da escola. Por isso, o arquivo DAS PROIBIÇÕES (esboço preliminar) pode
subsidiar integralmente essas discussões, dado o seu caráter de apontar quais as
condutas consideradas inadequadas ao funcionamento e a convivência entre os
integrantes da comunidade escolar;

Quanto ao arquivo DOS PROCEDIMENTOS (esboço preliminar) há que se cotejar este


item específico- procedimentos - com aqueles definidos na portaria. Porque tal qual
os arquivos DOS DEVERES E DOS DIREITOS este também deverá ser utilizado de forma
seletiva, conforme se julgada a pertinência de seu uso.

Juditelino de Oliveira Coutinho


Marcia Borceto Jelen de Castro
Supervisores de Ensino
DRE Butantã

27
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

DOS PROCEDIMENTOS

A escola é o espaço coletivo de salvaguarda efetiva do direito à educação, devendo o


seu funcionamento garantir plenamente aquele direito.

Artigo

O Regimento Escolar, para além dos seus efeitos próprios, deve proporcionar a
assunção, por todos os que integram a vida da escola, de regras de convivência que
assegurem o cumprimento dos objetivos do projeto educativo, a harmonia das
relações interpessoais e a integração social, o pleno desenvolvimento físico, intelectual
e cívico dos alunos, a preservação da segurança destes e do patrimônio da escola e
dos restantes membros da comunidade educativa, assim como a realização
profissional e pessoal dos docentes e não docentes.

As medidas disciplinares corretivas ou sancionatórias serão aplicadas após o


esgotamento do uso das medidas pedagógicas configuradas no projeto educativo da
escola.

Infração

Artigo

Qualificação da infração

A violação pelo aluno de algumas das proibições previstas no Regimento Escolar, em


termos que se revelem perturbadores do funcionamento normal das atividades da
escola ou das relações no âmbito da comunidade educativa, constitui infração passível
da aplicação de medida corretiva ou medida disciplinar sancionatória, nos termos dos
artigos seguintes.

Medidas corretivas e medidas disciplinares sancionatórias

Artigo

Finalidades das medidas corretivas e das disciplinares sancionatórias

1 — Todas as medidas corretivas e medidas disciplinares sancionatórias prosseguem


finalidades pedagógicas, preventivas, dissuasoras e de integração, visando, de forma
sustentada, o cumprimento dos deveres do aluno, o respeito pela autoridade dos
educadores e demais funcionários no exercício da sua atividade profissional, bem
como a segurança de toda a comunidade educativa.

2 — As medidas corretivas e as medidas disciplinares sancionatórias visam ainda


garantir o normal prosseguimento das atividades da escola, a correção do
comportamento perturbador e o reforço da formação cívica do aluno, com vista ao
desenvolvimento equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se relacionar

28
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

com os outros, da sua plena integração na comunidade educativa, do seu sentido de


responsabilidade e das suas aprendizagens.

3 — As medidas corretivas e as medidas disciplinares sancionatórias devem ser


aplicadas em coerência com as necessidades educativas do aluno e com os objetivos
da sua educação e formação, no âmbito do desenvolvimento do plano de trabalho da
turma e do projeto educativo da escola, nos termos deste Regimento.

Artigo

Determinação da medida disciplinar

1 — Na determinação da medida disciplinar corretiva ou sancionatória a aplicar, deve


ter-se em consideração a gravidade do incumprimento do dever, as circunstâncias,
atenuantes e agravantes apuradas, em que esse incumprimento se verificou, o grau
de culpa do aluno, a sua maturidade e demais condições pessoais, familiares e sociais.

2 — São circunstâncias atenuantes da responsabilidade disciplinar do aluno o seu


bom comportamento anterior, o seu aproveitamento escolar e o seu reconhecimento,
com arrependimento, da natureza ilícita da sua conduta.

3 — São circunstâncias agravantes da responsabilidade do aluno a premeditação, o


conluio, bem como a acumulação de infrações disciplinares e a reincidência, em
especial se no decurso do mesmo ano letivo.

Artigo

Medidas corretivas

1 — As medidas corretivas prosseguem finalidades pedagógicas, dissuasoras e de


integração, nos termos do artigo...., assumindo uma natureza eminentemente
preventiva.

2 — São medidas corretivas, sem prejuízo de outras que, obedecendo ao disposto no


número anterior, venham a estar contempladas no regulamento interno da escola:

a) A advertência escrita;

b) A ordem de saída da sala de aula, e demais locais onde se desenvolva o trabalho


escolar;

c) O condicionamento no acesso a certos espaços escolares, ou na utilização de


certos materiais e equipamentos, sem prejuízo dos que se encontrem afetos a
atividades letivas;

d) A mudança de turma ou de período

3 — A advertência consiste numa chamada verbal de atenção ao aluno, perante um


comportamento perturbador do funcionamento normal das atividades escolares ou
das relações entre os presentes no local onde elas decorrem, com vista a alertá-lo

29
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

para que deva evitar tal tipo de conduta e a responsabilizá-lo pelo cumprimento dos
seus deveres como aluno.

4 — Na sala de aula, a repreensão é da exclusiva competência do professor, enquanto


que, fora dela, qualquer professor ou membro do pessoal não docente tem
competência para repreender o aluno.

5 — A ordem de saída da sala de aula e demais locais onde se desenvolva o trabalho


escolar pode ser pleiteada pelo professor respectivo junto à direção, cabendo a esta
avaliar e decidir a pertinência da medida, bem como determinar o período de tempo
durante o qual o aluno deva permanecer fora da sala de aula, porém em caso de
aplicação da medida cabe ao professor determinar quais as atividades que o aluno
deva desenvolver no decurso desse período de tempo.

6 — A aplicação das medidas corretivas previstas nas alíneas b), c), d) e do n.º ..... é
da competência do diretor da escola que, para o efeito, pode ouvir o professor da
turma a que o aluno pertença.

7 — A aplicação, e posterior execução, da medida corretiva prevista na alínea c) do


n.º ..... não pode ultrapassar o período de tempo correspondente a um ano letivo.

8 — Compete à escola, no âmbito do Regimento Escolar, identificar os espaços, os


materiais e os equipamentos de uso não afeto as atividades letivas, tendo em vista a
aplicação e posterior execução da medida corretiva prevista na alínea c) do n.º ...

9 — A aplicação das medidas corretivas previstas no n.º... é comunicada aos pais ou


responsável legal, tratando -se de aluno menor de idade.

Artigo

Medidas disciplinares sancionatórias

1 — As medidas disciplinares sancionatórias traduzem uma sanção disciplinar


imputada ao comportamento do aluno, devendo a ocorrência dos fatos suscetíveis de
a configurarem ser participada de imediato, pelo professor ou funcionário que a
presenciou, ou dela teve conhecimento, à direção da escola.

2 — São medidas disciplinares sancionatórias:

a) A repreensão registrada;
b) A suspensão por dois dias;
c) A suspensão da escola até 10 dias úteis;
d) A transferência compulsória de escola.

3 – Para aplicação da medidas corretivas e sancionatórias serão Idade: divide-se


em três faixa etárias:

a) alunos com até oito (8) anos completos;

30
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

b) alunos de oito (8) aos onze (11) anos e 11 meses;


c) alunos a partir dos doze (12) anos.

3.1 – os alunos que se encontram na faixa etária especificada na letra a (nº 3),
quando do incumprimento dos deveres previstos no artigo tal deste Regimento,
estão sujeitos apenas a aplicação de medidas corretivas, conforme estabelecido no
artigo tal .....

3.2 – os alunos que se encontram na faixa etária especificada na letra b (nº 3),
quando do incumprimento dos deveres previstos no artigo tal deste Regimento,
estão sujeitos a aplicação, além das medidas corretivas, as medidas Disciplinares
Sancionatótias nomeadas nas letras a, b e c do artigo número tal...

3.3 – os alunos que se encontram na faixa etária especificada na letra c (nº. 3)


quando do incumprimento dos deveres previstos no artigo tal deste Regimento, estão
sujeitos a aplicação das medidas corretivas, bem como as medidas sancionatórias
nomeadas nas letras a, b, c e d do artigo número tal...

4 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória de repreensão registrada, quando


a infração for praticada na sala de aula, é da competência do diretor da escola,
averbando -se no respectivo processo individual do aluno a identificação do autor do
ato decisório, a data em que o mesmo foi proferido e a fundamentação, de fato e de
direito, que norteou tal decisão.

5 — Em casos excepcionais e enquanto medida dissuasora, a suspensão por dois dias


pode ser aplicada pelo diretor da escola, garantidos que estejam os direitos de
audiência e defesa do visado e sempre fundamentada nos fatos que a suportam.

6 — A decisão de aplicar a medida disciplinar sancionatória de suspensão até 10 dias


úteis é precedida da audição em Expediente Disciplinar do aluno visado, do qual
constam, em termos concretos e precisos, os fatos que lhe são imputados, os
deveres por ele violados e a referência expressa, não só da possibilidade de se
pronunciar relativamente àqueles fatos, como da defesa elaborada, sendo
competente para a sua aplicação uma Comissão de Normas e Convivências indicada
pelo Diretor de Escola.

7 — Compete ao diretor da escola, ouvidos os pais ou o responsável legal do aluno,


quando menor de idade, fixar os termos e condições em que a aplicação da medida
disciplinar sancionatória referida no número anterior é executada, garantindo ao aluno
um plano de atividades pedagógicas a realizar, cooresponsabilizando-os pela sua
execução e acompanhamento.

8 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória de transferência de escola


compete ao Conselho de Escola, após a conclusão do Expediente Disciplinar a que se
refere o artigo ..., e reporta -se à prática de fatos notoriamente de caráter grave
(constantes do inciso ... ao ... do art....) e impeditivos do prosseguimento do processo
de ensino e de aprendizagem dos restantes alunos da escola, ou do normal
relacionamento com algum ou alguns dos membros da comunidade educativa.

31
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Parágrafo Único – Cabe à Diretoria Regional de Educação emitir parecer quanto à


observação dos procedimentos do Expediente Disciplinar estabelecidos no Regimento
Escolar, sendo vedado a esta instância decidir sobre o mérito da matéria em questão,
salvo em casos de recursos à instância hierárquica superior.

9 — A medida disciplinar sancionatória de transferência de escola apenas é aplicável


a aluno de idade igual ou superior a 12 anos, desde que esteja assegurada a
frequência de outro estabelecimento de ensino situado na mesma localidade ou na
localidade mais próxima servida de transporte público ou escolar.

10 — Complementarmente às medidas previstas no n.º 2, compete ao diretor decidir


sobre a reparação dos danos provocados pelo aluno no patrimônio escolar e pessoal
dos membros da comunidade escolar.

11 - O aluno ou seu responsável legal, independentemente da medida disciplinar com


que foi atingido, deverá arcar com a reparação ou reposição dos bens da escola por
ele danificados ou destruídos.

Artigo

Cumulação de medidas disciplinares

1 — A aplicação das medidas corretivas previstas nas alíneas a) a d) do n.º 2 do


artigo ... é cumulável entre si.

2 — A aplicação de uma ou mais das medidas corretivas é cumulável apenas com a


aplicação de uma medida disciplinar sancionatória.

3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, por cada infração apenas pode
ser aplicada uma medida disciplinar sancionatória.

Artigo

Expediente Disciplinar

Artigo....

Tramitação do procedimento disciplinar

1 - A competência para a instauração de Expediente Disciplinar por comportamentos


suscetíveis de configurarem a aplicação de alguma das medidas previstas nas alíneas
c) e d) do n.º 2 do artigo ... é do diretor da escola, devendo o despacho instaurador e
de nomeação da Comissão de Normas e Convivência, que deve ser composto por dois
professores, que não estejam envolvidos com os fatos a serem apurados, e um
integrante da equipe gestora da escola, ser proferido no prazo de dois dias úteis a
contar do conhecimento da situação.

32
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

2 — No mesmo prazo, o diretor notifica os pais ou responsável legal do aluno, quando


este for menor, pelo meio mais expedito, designadamente eletrônico, telefônico ou por
via postal simples para a morada constante no seu processo.

3 — Tratando -se de aluno maior de idade, a notificação é feita ao próprio,


pessoalmente.

4 — O diretor da escola deve notificar a Comissão de Normas e Convivência da sua


nomeação no mesmo dia em que profere o despacho de instauração do Expediente
Disciplinar.

5 — A instrução do Expediente Disciplinar é efetuada no prazo máximo de quatro dias


úteis, contados da data de notificação à Comissão de Normas e Convivência do
despacho que instaurou o Expediente Disciplinar, sendo obrigatoriamente realizada,
para além das demais diligências consideradas necessárias, a audiência oral dos
interessados, em particular do aluno
e, sendo este menor de idade, do respectivo responsável legal.

6 — Os interessados são convocados com a antecedência de dois dias úteis para a


audiência oral, não constituindo a falta de comparência motivo do seu adiamento,
embora, se for apresentada justificação da falta até ao momento fixado para a
audiência, esta possa ser adiada.

7 — No caso de o respectivo responsável legal não comparecer, o aluno menor de


idade pode ser ouvido na presença de um membro do Conselho Tutelar em cuja
jurisdição a escola está localizada.

8 — Da audiência é lavrada ata de que consta o extrato das alegações feitas pelos
interessados.

9 — Finda a instrução, a Comissão elabora, no prazo de três dias úteis, e remete ao


diretor da escola um documento do qual constam, obrigatoriamente, em termos
concretos e precisos:

a) Os fatos cuja prática é imputada ao aluno, devidamente circunstanciados quanto


ao tempo, modo e lugar;

b) Os deveres violados pelo aluno, com referência expressa às respectivas normas


legais ou regulamentares;

c) Os antecedentes do aluno que se constituem como circunstâncias atenuantes ou


agravantes nos termos previstos
no artigo.....

d) A proposta de medida disciplinar sancionatória aplicável.

10 — Do documento referido no número anterior é extraída cópia que, no prazo de


um dia útil, é entregue ao aluno, mediante notificação pessoal, sendo de tal fato, e
durante esse mesmo período de tempo, informados os pais ou o respectivo
responsável legal, quando o aluno for menor de idade.

33
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

11 - No caso da medida disciplinar sancionatória ser a transferência compulsória de


escola, a mesma é comunicada ao Diretor Regional de Educação, no prazo de dois
dias úteis, para os encaminhamentos, conforme o estabelecido no Parágrafo Único,
do inciso 7 do art. .

12 — A decisão é passível de recurso hierárquico, de acordo com o estipulado no


artigo.....

Artigo.....

Suspensão preventiva do aluno

1 — No momento da instauração do Expediente Disciplinar, mediante decisão da


entidade que o instaurou, ou no decurso da sua instauração por proposta da
Comissão de Normas e Convivência, o Conselho de Escola pode decidir a suspensão
preventiva do aluno, mediante despacho fundamentado, sempre que:

a) A sua presença na escola se revelar gravemente perturbadora do normal


funcionamento das atividades escolares;

b) Tal seja necessário e adequado à garantia da paz pública e da tranquilidade na


escola; ou

c) A sua presença na escola prejudique a instrução do Expediente Disciplinar ou


coloque em risco pessoal.

Parágrafo Único - Cabe ao Diretor de Escola decidir pela suspensão preventiva no


intervalo entre a convocação do Conselho de Escola e a realização da reunião
extraordinária, conforme prazo legalmente estabelecido.

2 — A suspensão preventiva tem a duração que o Conselho de Escola considerar


adequada na situação em concreto, sem prejuízo de, por razões devidamente
fundamentadas, poder ser prorrogada até à data da decisão do Expediente Disciplinar,
não podendo, em qualquer caso, exceder 10 dias úteis. (somar os dias)

3 — Os efeitos decorrentes da ausência do aluno no decurso do período de suspensão


preventiva, no que respeita à avaliação das aprendizagens, são determinados em
função da decisão que vier a ser proferida no procedimento disciplinar, nos termos
estabelecidos no Regimento da escola.

4 — Os dias de suspensão preventiva cumpridos pelo aluno são descontados no


cumprimento da medida disciplinar sancionatória prevista nas alíneas c) e d) do n.º 2
do artigo....
a que o aluno venha a ser responsabilizado na sequência do Expediente Disciplinar
previsto no artigo.......

5 — O responsável legal é imediatamente informado da suspensão preventiva aplicada


ao educando e, sempre que a avaliação que fizer das circunstâncias o aconselhe, o

34
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

diretor da escola deve participar a ocorrência à respectiva a DRE e ao Conselho


Tutelar.

6 — A suspensão preventiva do aluno é comunicada, por via eletrônica, pelo diretor


da escola à Diretoria Regional de Educação e ao Conselho Tutelar, sendo identificados
sumariamente os intervenientes, os fatos e as circunstâncias que motivaram a
decisão de suspensão.

7 — Ao aluno suspenso preventivamente é também fixado, durante o período de


ausência da escola, o plano de atividades previsto no n.º 6 do artigo.......

Artigo.....

Decisão final do expediente disciplinar

1 - A decisão final do Expediente Disciplinar, devidamente fundamentada, é proferida


no prazo máximo de um dia útil, a contar do momento em que a entidade competente
para o decidir receber o relatório da Comissão de Normas e Convivência, sem prejuízo
do disposto no n.º 4.

2 - A decisão final do Expediente Disciplinar fixa o momento a partir do qual se inicia


a execução da medida disciplinar sancionatória, sem prejuízo da possibilidade de
suspensão da execução da medida, nos termos do número seguinte.

3 - A execução da medida disciplinar sancionatória pode ficar suspensa pelo período


de tempo e nos termos e condições em que a entidade decisora considerar justo,
adequado e razoável, cessando logo que ao aluno seja aplicada outra medida
disciplinar sancionatória no decurso dessa suspensão.

4 - Quando esteja em causa a aplicação da medida disciplinar sancionatória de


transferência compulsória de escola, o prazo para ser proferida a decisão final é de
cinco dias úteis, contados a partir da recepção do expediente disciplinar na Direção
Regional de Educação.

5 – Do despacho proferido pela Diretoria Regional de Educação que implique na


aplicação da medida disciplinar sancionatória de transferência de escola deve
igualmente constar a identificação do estabelecimento de ensino para onde o aluno
vai ser transferido, para cuja escolha se procede previamente à audição do pai ou do
respectivo responsável legal, quando o aluno for menor de idade.

6 - A decisão final do Expediente Disciplinar é notificada pessoalmente ao aluno até


dois dias úteis seguintes àquele em que foi proferida, ou, quando menor de idade, aos
pais ou respectivo responsável legal, nos dois dias úteis seguintes.

7 - Sempre que a notificação prevista no número anterior não seja possível, é realizada
através de carta registrada com aviso de recepção, considerando-se o aluno, ou,
quando este for menor de idade, os pais ou o respectivo responsável legal, notificado
na data da assinatura do aviso de recepção.

35
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Artigo

Execução das medidas corretivas ou disciplinares sancionatórias

1 - Compete ao coordenador pedagógico o acompanhamento do aluno na execução


da medida corretiva ou disciplinar sancionatória a que foi sujeito, devendo aquele
articular a sua atuação com os pais ou representantes legais e com os professores
da turma, em função das necessidades educativas identificadas e de forma a
assegurar a co -responsabilização de todos os intervenientes nos efeitos educativos
da medida.

2 - A competência referida no número anterior é especialmente relevante aquando


da execução da medida corretiva de integração na escola ou no momento do regresso
à escola do aluno a quem foi aplicada a medida disciplinar sancionatória de suspensão.

3 - O disposto no número anterior aplica-se também quando da integração do aluno


na nova escola para que foi transferido compulsoriamente na sequência da aplicação
dessa medida disciplinar sancionatória.

Artigo

Recurso hierárquico

1 - Da decisão final do Expediente Disciplinar cabe recurso hierárquico nos termos


gerais de direito, a interpor no prazo de cinco dias úteis.

2 - O recurso hierárquico só tem efeitos suspensivos quando interposto de decisão


de aplicação das medidas disciplinares sancionatórias de suspensão da escola,
excetuando-se o disposto no número b (nº3) artigo tal... e de transferência
compulsória de escola.

3 - O despacho que apreciar o recurso hierárquico é remetido à escola, no prazo de


cinco dias úteis, cumprindo ao respectivo diretor a adequada notificação, nos termos
dos nºs 6 e 7 do artigo....

Artigo...

Intervenção dos pais ou responsável legal

Entre o momento da instauração do Expediente Disciplinar e a sua conclusão, os pais


ou responsáveis legais devem contribuir para o correto apuramento dos fatos e,
sendo aplicada medida disciplinar sancionatória, diligenciar para que a execução da
mesma prossiga os objetivos de reforço da formação cívica do educando, com vista
ao desenvolvimento equilibrado da sua personalidade, da sua capacidade de se
relacionar com os outros, da sua plena integração na comunidade educativa, do seu
sentido de responsabilidade e das suas aprendizagens.

36
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

CAPÍTULO VII

Artigo....

Divulgação do Regimento

1 — O Regimento Escolar é publicitado no Portal das Escolas e na escola, em local


visível e adequado, sendo fornecido gratuitamente ao aluno, no ato da matrícula da
escola, e sempre que o Regimento seja objeto de atualização.

2 — Os pais e encarregados de educação devem, no ato da matrícula, nos termos da


alínea k) do n.º 2 do artigo 6.º, conhecer o Regimento Escolar da escola e subscrever,
fazendo subscrever igualmente aos seus filhos e educandos, declaração anual, em
duplicado, de aceitação do mesmo e de compromisso ativo quanto ao seu
cumprimento integral.

Disposições finais e transitórias

Artigo....

Responsabilidade civil e criminal

1 — A aplicação de medida corretiva ou medida disciplinar sancionatória, prevista


neste Regimento, não isenta o aluno e o respectivo representante legal da
responsabilidade civil configuradas nas medidas de proteção e nas sócio-educativas,
conforme disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

2 — Sempre que os fatos referidos no artigo tal ou outros comportamentos


especialmente graves sejam passíveis de constituir ato infracional, ou de medidas de
proteção, em decorrência de conduta irregular grave praticada por aluno menor de
12 anos, deve o diretor de escola comunicá-los ao Conselho Tutelar.

37
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

DOS DEVERES DOS ALUNOS

Art – São deveres dos integrantes do corpo discente:

I – É dever do aluno zelar e contribuir para preservação, conservação e asseio das


instalações, mobiliário, equipamentos, materiais didáticos, espaços verde e símbolos
da escola, devendo abster-se de condutas que provoquem a destruição ou danos de
quaisquer espécie e extensão dos mesmos.

II – É dever do aluno respeitar os materiais escolares e os objetos pessoais de


quaisquer membros da comunidade educativa, abstendo-se de condutas que
acarretem prejuízo para seus proprietários, isto é, destruí-los integralmente, danifica-
los parcialmente ou subtraí-los mediante roubo ou furto.

III – É dever do aluno ser pontual, assíduo e empenhado na frequência e na execução


das atividades curriculares implementadas pela escola, assim como estar de posse
dos materiais didáticos necessários para a realização das mesmas.

IV – É dever do aluno permanecer na escola durante seu horário, e observar as


disposições vigentes sobre a entrada e a saída da sala de aula e demais dependências
da escola.

V - É dever do aluno seguir as orientações dos educadores relativas ao cumprimento


das tarefas pertinentes ao processo de ensino e de aprendizagem, bem como aquelas
que concorrem para criar e manter as condições adequadas para organização e
desenvolvimento das atividades curriculares.

VI - É dever do aluno que se encontra no usufruto do direito de regime de exercício


domiciliar empenhar-se na realização das tarefas que lhe foram atribuídas pelos
professores das disciplinas e áreas do conhecimento que integram o currículo da
série que se encontra matriculado, observando os prazos estabelecidos.

VII - É dever do aluno, no caso de falta às aulas justificada, informar ao coordenador e


aos professores os motivos da ausência e, simultaneamente, solicitar realização, em
data a ser estabelecidas, das atividades avaliativas perdidas.

VIII - É dever do aluno contribuir para a criação e manutenção de um ambiente de


aprendizagem colaborativo, que garanta o direito de todos de estudar e aprender,
abstendo-se assim de condutas que perturbem e dificultem o desenvolvimento das
atividades educativas, como por exemplo, gritaria, tumultos, falatório desordenado,
brincadeiras ofensivas e desmedidas, brigas, insultos, bagunça, ameaças, afrontas
morais, baderna, gestos obscenos e grotescos, poluição sonora oriunda de aparelhos
eletrônicos de quaisquer espécie. (indisciplina)

IX - É dever do aluno compartilhar com a direção da escola informações sobre


questões que possam colocar em risco a saúde, a segurança, e o bem estar da
comunidade escolar.

X - É dever do aluno manter os pais ou responsáveis legais informados a respeito dos


assuntos escolares, particularmente sobre os progressos ou dificuldades nos

38
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

estudos, os eventos sociais e educativos previstos ou em andamento e assegurar que


recebem as comunicações a eles encaminhadas pela equipe escolar.

XI – O aluno deve abster-se de condutas que neguem, ameacem ou de alguma forma


interfiram negativamente no livre exercício dos direitos dos demais membros da
comunidade educativa, contribuindo assim para a harmonia da convivência escolar e
para a plena integração na escola de todos os educandos.

XII – O aluno deve, preferencialmente, frequentar a escola trajando uniforme escolar,


porém caso decida pelo uso de vestimentas da sua preferência, essas não devem
ostentar distintivos e adereços que representem um risco para si ou para os demais,
ou que divulguem ideias racistas, preconceituosas, difamatórias, obscenas, ou cuja
circulação perturbe o ambiente escolar. (não tem dever facultado)

XIII – É dever do aluno prestar auxílio e assistência aos restantes membros da


comunidade educativa, de acordo com as circunstâncias de perigo para integridade
física e psicológica dos mesmos.

XIV – É dever do aluno contribuir para manter o ambiente escolar livre de bebidas
alcoólicas, drogas lícitas ou ilícitas, substâncias tóxicas, armas, instrumentos ou
engenhos possíveis de causar danos físicos aos demais membros da comunidade
educativa.

XV – É dever do aluno no usufruto do direito (da liberdade de expressão, manifestação


e divulgação de ideias) de participar da publicação de jornais ou boletins informativos
escolares, promover a circulação de jornais, revistas ou literatura na escola, em
qualquer dos veículos de mídia disponíveis e afixar avisos no mural administrativo da
escola, desde que produzidos com responsabilidade e que reflitam a vida na escola ou
expressem preocupações e pontos de vista dos alunos, observando os parâmetros
definidos pela escola no tocante a horários, locais e formas de distribuição ou
divulgação, abster-se da exposição de conteúdos difamatórios, obscenos,
preconceituosos, racistas, discriminatórios, comerciais, de cunho partidário ou de
organizações paramilitares, que promovam a apologia ao crime ou a atos ilícitos ou
estimulem a sua prática, ou cuja distribuição perturbe o ambiente escolar, incite à
desordem ou ameace a segurança ou os direitos fundamentais do cidadão, conforme
previsto na Constituição Federal, na Lei Federal nº. 8.069/90 - Estatuto da Criança
e do Adolescente - e demais previsões legais.

XV – É dever do aluno respeitar a integridade física, psicológica e moral de todos os


membros da comunidade educativa e tratar a todos com civilidade,
independentemente, de idade, sexo, raça, cor, nacionalidade, condição social,
deficiência, orientação sexual, preferências políticas, crenças religiosas ou convicções
ideológicas.

XVI – É dever do aluno não praticar atos de violência tipificados como “Bullying”que
consistem num conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos,
adotados por um ou mais alunos contra outro(s) em desvantagem de poder ou força
física, sem motivação evidente, com propósito de maltratar, intimidar, humilhar,
discriminar, aterrorizar, roubar, tiranizar, constranger, causando dor, angustia,
sofrimento e exclusão social. Tal forma de violência se manifesta de diversas

39
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

maneiras, como por exemplo, promover ou participar de atos de perseguição da


vítima, xingamentos, desenhos depreciativos, ofensas morais, verbais, sexuais, pelo
ato frequente de ocultar, danificar e subtrair materiais de uso pessoal, coagir a vítima
a praticar atos contra a sua vontade, inclusive mediante a ameaça de qualquer
espécie, instigar atos de violência, inclusive por meios tecnológicos, colocar a vitima
em adversidade contra alguém, ou provocar a ocorrência de ação disciplinar contra
ela, em razão de atos por esta não cometido ou que tenham sido notificado de
maneira exagerada, maus-tratos físicos e psicológicos reais e virtuais, sendo este
último denominado ciberbullying, decorrente das modernas ferramentas tecnológicas
- como a internet, o celular, as câmeras fotográficas -, e da falsa crença do anonimato
e na impunidade.

40
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

DOS DIRETOS DOS ALUNOS

I - O aluno tem direito a usufruir de um ambiente escolar seguro, acessível, salubre,


asseado, organizado nos diferentes níveis funcionais, bem cuidado e preservado quer
nas suas instalações físicas bem como em seu mobiliário, enfim, que apresente
condições satisfatórias que preservem o bem-estar físico e psicológico de seus
usuários e que assegurem o desenvolvimento adequado das atividades curriculares
configuradas no seu Projeto Pedagógico.

II - Constitui direitos dos alunos usufruir de um ambiente educativo dotado


adequadamente de todos os recursos materiais, pedagógicos e de elementos
humanos necessários para a realização dos conteúdos curriculares que, mediante
aprendizagens bem sucedidas, assegurem o desenvolvimento de suas faculdades
físicas, intelectuais, morais e estéticas.

III - O aluno tem direito a usufruir de um projeto educativo e de um ambiente de


aprendizagem adequados às suas necessidades cognitivas e às especificidades do
seu percurso escolar, de forma a propiciar, mediante uso de materiais didáticos e de
métodos de ensino variados, a realização de aprendizagens bem sucedidas.

IV - O aluno tem direito de beneficiar-se da recuperação de estudos e de outras formas


de apoio pedagógico, a serem realizados no decorrer do ano letivo, mediante o uso
de material didático apropriado e de metodologias diferenciadas que possibilitem o
progresso da sua aprendizagem.

V - O aluno portador de necessidades educacionais especiais tem direito a beneficiar-


se de condições – materiais, pedagógicas, infraestrutura e elemento humano -
apropriadas às suas necessidades pessoais e educativas.

VI - O aluno tem direito a beneficiar-se do regime de exercícios domiciliares, mediante


apresentação de atestado médico, quando impossibilitado de frequentar as aulas por
motivo de enfermidade ou gestação.

VII - Constitui direito do aluno realizar as atividades avaliativas, em caso de falta às


aulas, mediante justificativa e/ ou documento médico.

VIII - O aluno tem direito a beneficiar-se do regime de compensação de ausência,


quando configurada falta justificada, nos termos desse Regimento.

IX - Constitui direito do aluno ou de seu responsável legal recorrer dos resultados da


avaliação do processo de aprendizagem ao longo do processo educativo e nos termos
desse Regimento, dentro dos prazos previstos para reconsideração e recurso.

X - O aluno tem direito de ver asseguradas, no curso da realização das atividades


curriculares, condições de convivência morais e psicológicas adequadas para o
sucesso de sua aprendizagem, o que implica a incompatibilidade com situações
caracterizadas por bagunças, tumultos, brigas, gritarias, falatórios desordenados,
ameaças, afrontas morais, brincadeiras ofensivas e desmedidas, poluição sonora

41
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

advindas de aparelhos eletrônicos, gestos obscenos ou irreverentes, manifestações


sexistas.

XI - O aluno tem direito de nas atividades pertinentes ao processo de ensino e de


aprendizagem ser tratado com seriedade, honestidade e competência técnica pelos
profissionais responsáveis pela sua instrução e educação.

XII - O aluno tem direito de ser esclarecido sobre o Regimento da escola e, por meios
a definir por este e em termos adequados à sua idade e ao ano frequentado, sobre
todos os assuntos que justificadamente sejam de seu interesse, nomeadamente
sobre o modo de organização do curso, os planos de ensinos e objetivos fundamentais
de cada disciplina ou área de conhecimento, os processos e critérios de avaliação,
bem como sobre normas de utilização e de segurança dos materiais e equipamentos
e das instalações, e, em geral, sobre todas as atividades e iniciativas relativas ao
projeto educativo da escola.

XIII - O aluno tem direito de ser esclarecido e notificado, com a devida antecedência
sobre a possibilidade de ser encaminhado para programa de recuperação de estudos
em razão do aproveitamento escolar, bem como sobre a possibilidade de recorrer em
caso de reprovação escolar.

XIV - O aluno tem direito de ser esclarecido pela direção da escola sobre as condutas
consideradas adequadas e quais as que podem resultar em sanções disciplinares,
para que tome ciência das possíveis consequências da sua atitude tanto no exercício
de seus direitos quanto no cumprimento dos seus deveres previsto neste Regimento
e demais regulamentos escolares.

XV - O aluno tem direito de ser esclarecido sobre procedimentos para recorrer de


decisões administrativas da direção da escola sobre seus direitos e
responsabilidades, em conformidade com o estabelecido neste regimento e com a
legislação pertinente.

XVI - O aluno tem direito em conformidade com o princípio da reciprocidade, do


respeito mútuo e do dever para com a dignidade do outro, à livre manifestação do
pensamento e da opinião, das convicções religiosas, ideológicas e dos valores morais,
bem como a organização e a crítica contra quaisquer formas de manipulação e
opressão.

XVII - O aluno tem direito a participar da publicação de jornais ou boletins informativos


escolares, promover a circulação de jornais, revistas ou literatura na escola, em
qualquer dos veículos de mídia disponíveis e afixar avisos no mural administrativo da
escola, desde que produzidos com responsabilidade e que reflitam a vida na escola ou
expressem preocupações e pontos de vista dos alunos, observando os parâmetros
definidos pela escola no tocante a horários, locais e formas de distribuição ou
divulgação, sendo vetada a exposição de conteúdos difamatórios, obscenos,
preconceituosos, racistas, discriminatórios, comerciais, de cunho partidário ou de
organizações paramilitares, que promovam a apologia ao crime ou a atos ilícitos ou
estimulem a sua prática, ou cuja distribuição perturbe o ambiente escolar, incite à
desordem ou ameace a segurança ou os direitos fundamentais do cidadão, conforme

42
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

previsto na Constituição Federal, na Lei Federal nº. 8.069/90 - Estatuto da Criança


e do Adolescente - e demais previsões legais.

XVIII - O aluno tem direito, no âmbito da autonomia escolar, de participar nos assuntos
e decisões que, direta ou indiretamente lhe afetam. O exercício do direito de
participação poderá se expressar mediante duas formas: a) direta, quando o aluno
pessoalmente, sem mediação, toma parte das discussões e decisões que interferem
no funcionamento da vida escolar; assembleias, plebiscitos, referendos e consultas
são configurações concretas dessa forma de participação; b) indireta, quando a
participação se dá por meio da representação que se expressa nas organizações
estudantis – Grêmios e outras – ou em órgãos auxiliares que integram a estrutura
escolar – Conselho de Escola e outros – e em outras formas de delegação da vontade
coletiva.

XIX - O aluno tem direito de ter assegurado o ingresso e a posse de material de uso
pessoal na escola, exceto nos casos em que representam perigo para si ou para os
outros, ou perturbem o ambiente escolar.

XX - O aluno, caso opte por não usar o uniforme escolar, tem direito a decidir sobre
as vestimentas pessoais que portará, assim como sobre os distintivos e adereços de
uso estritamente pessoal, exceto nos casos que sua apresentação represente perigo
a si ou aos demais, ou quando divulgar ideias racistas, preconceituosas, difamatórias,
obscenas, ou cuja circulação perturbe o ambiente escolar.

XXI - O aluno tem direito de ver seus materiais e objetos pessoais resguardados
contra furtos e danos ocasionados por outrem, estando desautorizado o ingresso e a
posse de objetos alheios às atividades educativas ou que possuam valor de qualquer
natureza.

XXII - O aluno tem direito a ter garantida a confidencialidade das informações de


caráter pessoal, familiar ou acadêmicas registradas e armazenadas pelo sistema
escolar, salvo em casos de risco ao ambiente escolar ou em atendimento a
requerimento de órgãos oficiais competentes.

XXIII - O aluno tem direito de ser assistido, de forma pronta e adequada, em caso de
acidente ou doença súbita, ocorrido ou manifestada no decorrer das atividades
escolares.

XXIV - O aluno tem direito de ver salvaguardada a sua segurança na escola e


respeitada sua integridade física, moral e psicológica, e de ser tratado com respeito,
tolerância, urbanidade e compreensão por todos os membros da comunidade
educativa, independentemente de idade, sexo, raça, cor, condição social,
nacionalidade, deficiências, orientação sexual, crenças religiosas ou convicções
ideológicas.

XXV - O aluno tem direito a conviver num ambiente educacional onde sua pessoa seja
salvaguardada das práticas de violência denominadas de “Bullying” que consistem
num conjunto de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, adotados por
um ou mais alunos contra outro(s) em desvantagem de poder ou força física, sem
motivação evidente, com propósito de maltratar, intimidar, humilhar, discriminar,

43
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

aterrorizar, roubar, tiranizar, constranger, causando dor, angustia, sofrimento e


exclusão social. Tal forma de violência se manifesta de diversas maneiras, como por
exemplo, promover ou participar de atos de perseguição da vítima, xingamentos,
desenhos depreciativos, ofensas morais, verbais, sexuais, pelo ato frequente de
ocultar, danificar e subtrair materiais de uso pessoal, coagir a vítima a praticar atos
contra a sua vontade, inclusive mediante a ameaça de qualquer espécie, instigar atos
de violência, inclusive por meios tecnológicos, colocar a vitima em adversidade contra
alguém, ou provocar a ocorrência de ação disciplinar contra ela, em razão de atos por
esta não cometidos ou que tenham sido notificados de maneira exagerada, maus-
tratos físicos e psicológicos reais e virtuais, sendo este último denominado
ciberbullying, decorrente das modernas ferramentas tecnológicas - como a internet,
o celular, as câmeras fotográficas -, e da falsa crença do anonimato e na impunidade.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

DAS PROIBIÇÕES

ART- Aos integrantes do corpo discente é vedado, em qualquer atividade de ensino,


interna ou externa desta unidade educacional:

I – Desrespeitar as normas que disciplinam a vida na comunidade escolar;

II – Destruir, danificar ou enxovalhar as instalações, o mobiliário, os equipamentos,


materiais didáticos, áreas verdes e símbolos da escola;

III – Retirar e utilizar, sem devida autorização de funcionário responsável, qualquer


documento ou material que pertença ao estabelecimento de ensino;

IV – Ausentar-se das aulas, inclusive durante a ausência temporária do professor, ou


do estabelecimento de ensino, respectivamente, sem justificativa ou autorização do
professor ou da direção da escola;

V – Ocupar-se, durante as aulas, de atividades alheias ou contrárias ao processo


pedagógico;

VI – Perturbar e dificultar o desenvolvimento das atividades educativas através de


condutas inapropriadas, tais como gritaria, tumulto, falatório extravagante,
brincadeiras ofensivas ou desmedidas, insultos, brigas, afrontas e ofensas morais,
gestos obscenos, e outras similares;

VII – Transportar ou fazer uso no ambiente escolar de quaisquer materiais,


equipamentos, instrumentos ou engenhos passíveis de objetivamente perturbarem o
normal funcionamento das atividades letivas ou poderem causar danos físicos ou
psicológicos aos demais membros da comunidade educativa, como por exemplo,
explosivos, inflamáveis, armas brancas ou de fogo, jogos portáteis, tocadores de
música, telefones celulares, ou outros dispositivos de comunicação e entretenimento;

VIII – Destruir ou danificar materiais didáticos ou objetos pessoais dos outros alunos,
assim como subtraí-los mediante roubo ou furto;

IX – Comparecer a escola embriagado ou com sintomas de ingestão e/ou uso de


substâncias químicas tóxicas, entorpecente ou que altere transitoriamente a
personalidade;

X – Fazer uso de cigarro, charuto ou cachimbo nas dependências da escola;

XI – Consumir, portar, distribuir ou vender substâncias controladas, bebidas alcoólicas


ou drogas lícitas ou ilícitas no recinto escolar;

XII – Exibir ou distribuir textos, literatura ou materiais difamatórios, racistas ou


preconceituosos, incluindo a exibição dos referidos materiais na internet;

XIII – Atentar contra a integridade física, psicológica e moral de (qualquer um dos)


todos os membros da comunidade educativa, independentemente, da idade, sexo,

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

raça, cor, nacionalidade, condição social, deficiência, orientação sexual, preferências


políticas, crenças religiosas ou convicções ideológicas;

XIV – Praticar atos de violência tipificados como “Bullying” que consiste num conjunto
de comportamentos agressivos, intencionais e repetitivos, adotados por um ou mais
alunos contra outro (s) em desvantagem de poder ou força física, sem motivação
evidente, com propósito de maltratar, intimidar, humilhar, discriminar, aterrorizar,
roubar, tiranizar, constranger, causando dor, angustia, sofrimento e exclusão social.
Tal forma de violência se manifesta de diversas maneiras, como por exemplo,
promover ou participar de atos de perseguição da vítima, xingamentos, desenhos
depreciativos, ofensas morais, verbais, sexuais, pelo ato frequente de ocultar, danificar
e subtrair materiais de uso pessoal, coagir a vítima a praticar atos contra a sua
vontade, inclusive mediante a ameaça de qualquer espécie, instigar atos de violência,
inclusive por meios tecnológicos, colocar a vítima em adversidade contra alguém, ou
provocar a ocorrência de ação disciplinar contra ela, em razão de atos por esta não
cometido ou que tenha sido notificado de maneira exagerada, maus-tratos físicos e
psicológicos reais e virtuais, sendo este último denominado de ciberbullying,
decorrente das modernas ferramentas tecnológicas - como a internet, o celular, as
câmeras fotográficas -, e da falsa crença do anonimato e na impunidade;

XV – Danificar ou adulterar registros e documentos escolares através de qualquer


método, inclusive o uso de computador ou outros meios eletrônicos.

46
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

ANEXOS

Manual do Aluno

"A única finalidade da vida é mais vida. Se me perguntarem o que é essa vida, eu lhes
direi que é mais liberdade e mais felicidade. São vagos os termos. Mas nem por isso
eles deixam de ter sentido para cada um de nós. À medida que formos mais livres,
que abrangermos em nosso coração e em nossa inteligência mais coisas, nessa
medida nos sentiremos maiores e mais felizes. A finalidade da educação se confunde
com a finalidade da vida".
Anísio Teixeira

Prezada aluna, prezado aluno

Você é um sujeito que está se formando e se informando!


A escola é um dos principais lugares onde se realiza esse processo!
Para que este ambiente seja agradável a todos, é necessária a colaboração de cada
um!
Convidamos você a ler este manual e refletir sobre nossa Escola e o papel dela em
sua vida.

Não se esqueça que esse Manual irá acompanhá-lo durante todo o ano de 2012!
Cuide bem dele!

Direitos, Deveres e Ética

Aqui na Escola você possui uma série de direitos e deveres.

Direitos é tudo aquilo que você deve receber da escola: você tem direito a ser
respeitado, direito a uma educação de qualidade, direito a receber uniforme escolar
etc. Para saber mais sobre seus direitos, vá até a página X.

Você também possui deveres que, se não são cumpridos, prejudicam os direitos de
todos os demais alunos. É importantíssimo que você conheça seus deveres: vá para
a página XX.

Além de direitos e deveres, nossa convivência deve se basear numa ética. A ética é
o caminho que nos indica a melhor forma de vivermos juntos! Afinal conviveremos
200 dias do ano. Vá até a página XX para entender melhor a ética.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Direitos
O pessoal que trabalha na escola é responsável pelo esforço de garantir os seus
direitos.
Confira a lista de seus direitos:

Liberdade de expressão! Ou seja, você é livre para expressar suas crenças e seus
valores, desde que não ofenda os outros e nos momentos adequados.

Participação no Projeto Pedagógico da Escola! Ou seja, você pode participar, todo


ano, da escolha das diretrizes e conteúdos a serem desenvolvidos na escola.

Participação nas Normas Disciplinares! Ou seja, você pode contribuir na elaboração


das regras fundamentais para termos um ambiente agradável e não-violento na
escola.

Participação no Conselho Escolar! É no Conselho Escolar que discutimos os


principais problemas da Escola e propomos soluções. Participe do Conselho,
informe-se com os professores.

Recuperação e compensação de ausência! Perdeu alguma coisa? A Escola ajuda


você a recuperar.

Recorrer dos resultados de avaliações! Acha que está por dentro da matéria e foi
mal na avaliação? Peça para o professor revisar o processo avaliativo.

Direito a receber uniforme escolar e material didático.


Enfim, você tem direito a uma educação de qualidade, que devemos construir juntos!

Deveres

A vida em sociedade possui uma série de regras que precisamos cumprir para
vivermos em harmonia. Não podemos fazer o que quisermos na hora que
preferirmos.
Na Escola também é assim! Além dos direitos, você tem uma série de deveres que
precisam ser respeitados para que o direito de todos a uma educação de qualidade
se realize de fato.
A palavrinha chave aqui é “Colaborar”! O que significa colaborar? “Co” significa
“junto” e “laborar” significa “trabalhar”. Ou seja, colaborar quer dizer “trabalhar
junto”. Quando você cumpre os deveres da vida escolar, colabora com seus colegas,
com os professores e com todo o pessoal que trabalha na escola.

Confira a lista de seus deveres:

Pontualidade. Alunos entrando e saindo da aula atrapalha o trabalho do professor e


a concentração dos colegas. Seja pontual com sua classe!

Conservação da Escola e do material didático. Você sabia que a Escola é mantida


com dinheiro público? E que o dinheiro público vem dos impostos que todos nós

48
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

pagamos ao governo? Isso significa que nós mesmos pagamos pelas carteiras,
cadernos, portas etc. que utilizamos. É nosso dever conservar essas coisas para
que outras pessoas, no futuro, possam reutilizá-las.

Zelar pela saúde e pela integridade física dos colegas. Você não deve portar
material que represente perigo às pessoas na Escola. Nada de trazer para a Escola
isqueiros, drogas, cigarros, bebidas alcóolicas, canivetes ou outras armas.

Respeitar a diversidade. Somos todos diferentes. Uns mais baixos, outros mais
altos, alguns magrinhos, outros mais gordinhos, muitos com a pele clara e muitos
com a pele escura. Você sabia que discriminar pessoas por sua sua aparência ou
suas escolhas é crime?

Manter o caderno em dia. A Prefeitura tem a obrigação de fornecer cadernos para


você. Os professores tem a obrigação de passar atividades que contribuam para o
seu aprendizado. E a sua função enquanto aluno é realizar as tarefas com empenho.
Todas as partes são o obrigadas a realizar o seu papel!

Respeitar a equipe escolar e os colegas. As pessoas não podem sair por aí se


tratando mal, se xingando. Todos temos obrigação de respeitarmos uns aos outros.

Responsabilidade. Quando alguém faz uma bobagem, precisa reconhecer que fez. E
precisa tentar melhorar. Não se pode acusar outras pessoas de algo que nós
mesmos fizemos. Seja responsável por seus atos!

Usar o uniforme. Se a escola tem a dever de lhe fornecer o uniforme, você


automaticamente tem o dever de usá-lo. Se você tem o direito de receber o
uniforme, também tem o dever de usá-lo. Pense nisso!

Muito além dos direitos e dos deveres: a ética

Com o passar do tempo começaremos a perceber a importância e o significado de


estarmos em um ambiente onde todos se respeitam. Aos poucos, veremos as
mudanças em nossa escola e colheremos os frutos do esforço de todos. Veremos
que é possível aprender com nossos colegas e que a vida escolar pode ser mais
prazerosa.

Então perceberemos que nossa convivência respeitosa pode ser construída não por
obrigação, não por causa de regras, mas sim por nossa vontade, porque queremos
que nossa escola seja um ambiente de felicidade para todos.

A esse caminho que traçamos em busca do bem comum chamamos de ética.

Confira a lista de algumas referências éticas que consideramos fundamentais.

Gentileza!
Por que ser gentil? Lembre-se que “gentileza gera gentileza”
Você certamente gosta de ser bem tratado. Todo mundo gosta. A indelicadeza e a
hostilidade não favorecem o diálogo e machuca as pessoas.

49
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Respeito!
Respeito é bom e todo mundo gosta
Estamos aqui para aprender as lições, mas não só. Estamos aqui também para
aprender a lidar com as pessoas e respeitar o nosso próximo. Lembre-se que
brincadeira só é brincadeira quando é divertido para as duas partes. Quando só um
lado se diverte, provavelmente está acontecendo algum tipo de desrespeito.

Liberdade para mim!


Cada um de nós tem uma idéia do que é ser livre. Mas, resumindo, ser livre significa
que decidimos o que queremos fazer com a nossa vida. Nós, seres humanos, temos
uma capacidade de raciocínio muito mais refinada do que a de qualquer outro
animal. Tomamos decisões a partir de nosso raciocínio e assim podemos exercitar
nossa liberdade.

Liberdade para todos!


É sempre importante lembrar que “minha liberdade termina quando começa a do
outro”. Quando alguém abusa de sua liberdade individual, prejudica a liberdade
coletiva. Quem atrapalha o andamento da aula, desrespeita a liberdade de aprender
dos colegas. Como animais racionais, sempre podemos decidir não prejudicar o
outro.

Aprender a aprender!
Ninguém nasce sabendo. Pouquíssimas pessoas aprendem com facilidade.
Aprender alguma coisa envolve muito esforço, mas não podemos desistir. Lembre-
se que quanto mais você aprender, mais livre será. Sabe por que? Porque quanto
mais coisas aprendemos mais conhecimento temos para tomar nossas decisões.
Não se esqueça também que quando sabemos pouco sobre determinado assunto,
somos facilmente enganados.

Valorização da diversidade!
Havíamos dito que é uma obrigação respeitar a todos, independente de seu aspecto
físico ou de religião. Agora, convidamos você a refletir como seria um mundo onde
todos fossem do mesmo jeitinho. Chato, sem graça? Então, podemos respeitar o
outro não porque discriminação é crime, mas simplesmente por amor e porque
podemos aprender muito com as diferenças.

50
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

DECRETO Nº 54.454 DE 10 DE OUTUBRO DE 2013 - Diretrizes para elaboração do


Regimento

DOC de 11/10/2013 - Página 03

Fixa diretrizes gerais para a elaboração dos regimentos educacionais das unidades
integrantes da Rede Municipal de Ensino, bem como delega competência ao Secretário
Municipal de Educação para o estabelecimento das normas gerais e complementares que
especifica.

FERNANDO HADDAD, prefeito do município de São Paulo, no uso das atribuições que
lhe são conferidas por lei e considerando o disposto na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, na Lei nº 14.660, de 26 de dezembro de 2007, na Deliberação
CME nº 03/97, na Indicação CME nº 04/97 e no Parecer CME nº 142/09,

D E C R E T A:

Art. 1º As unidades integrantes da Rede Municipal de Ensino deverão reelaborar os


seus respectivos regimentos educacionais na conformidade do disposto na Lei
Federal n º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional, nas normas emanadas do Conselho Nacional de Educação e
do Conselho Municipal de Educação, bem como no Decreto nº 54.453, de 10 de
outubro de 2013, que fixa atribuições para os profissionais da educação que integram
as equipes escolares das unidades educacionais da Rede Municipal de Ensino, no
Decreto nº 54.452, de 10 de outubro de 2013, que institui o Programa de
Reorganização Curricular e Administrativa, Ampliação e Fortalecimento da Rede
Municipal de Ensino – Mais Educação São Paulo e nas demais regras constantes da
pertinente legislação municipal em vigor.

Parágrafo único. Entende-se por regimento educacional o conjunto de normas que


define a organização e o funcionamento da unidade educacional e regulamenta as
relações entre os diversos participantes do processo educativo, contribuindo para a
execução do seu projeto político-pedagógico.

Art. 2º Integram a Rede Municipal de Ensino as unidades educacionais de educação


infantil, de ensino fundamental, de ensino médio e de educação profissional, criadas e
mantidas pelo poder público municipal, a saber:

I – Centros de Educação Infantil – CEIs;

II – Centros Municipais de Educação Infantil – Cemeis;

III – Centros de Educação e Cultura Indígena – Cecis;

51
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

IV – Escolas Municipais de Educação Infantil – Emeis;

V – Escolas Municipais de Ensino Fundamental – Emefs;

VI – Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio – Emefms;

VII – Escolas Municipais de Educação Bilíngüe para Surdos – Emebss;

VIII – Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos – Ciejas;

IX – Centros Municipais de Capacitação e Treinamento – CMCTs.

Art. 3º Submeterão os seus respectivos regimentos educacionais à aprovação:

I – da Secretaria Municipal de Educação, por meio das respectivas Diretorias


Regionais de Educação: as unidades educacionais de educação infantil e de ensino
fundamental, criadas e mantidas pelo poder público municipal;

II – do Conselho Municipal de Educação, por meio da Secretaria Municipal de


Educação: as unidades educacionais que mantêm o ensino médio ou cursos de
educação profissional técnica de nível médio, bem como as que possuem cursos ou
propostas curriculares diferenciadas, que dependem de autorização

de funcionamento específica.

§ 1º As unidades educacionais da rede municipal de ensino deverão reelaborar seus


regimentos educacionais até o dia 2 de dezembro de 2013 e enviá-los ao órgão
competente, conforme previsto no “caput” deste artigo, para análise e aprovação, até
30 de dezembro de 2013, passando a vigorar a partir de 2014.

§ 2º Quaisquer outras alterações ou adendos ao regimento educacional, pretendidos


pela unidade educacional, serão submetidos à aprovação do órgão competente,
conforme o caso, e vigorarão a partir do ano seguinte ao de sua aprovação, exceto
no ano de sua implantação, hipótese em que poderá ser adequado para vigência no
próprio ano.

52
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 4º Deverão elaborar seus regimentos educacionais segundo normatizações


próprias:

I - os Centros de Educação e Cultura Indígenas – Cecis;

II - os Centros Educacionais Unificados – CEUs.

Parágrafo único. Às unidades de educação infantil e de ensino fundamental que


funcionam nos Centros Educacionais Unificados – CEUs aplicam-se as disposições
deste decreto, observando-se, contudo, as peculiaridades que lhes sejam próprias.

Art. 5º Fica delegada ao Secretário Municipal de Educação competência para


estabelecer normas gerais e complementares voltadas ao integral cumprimento das
disposições deste decreto, de observância obrigatória por todas as unidades
integrantes da Rede Municipal de Ensino na elaboração de seus regimentos
educacionais, inclusive no que concerne ao Programa de Reorganização Curricular e
Administrativa, Ampliação e Fortalecimento da Rede Municipal de Ensino – Mais
Educação São Paulo.

Art. 6º As diretrizes fixadas neste decreto aplicam-se, no que couber, aos Centros de
Convivência Infantil (CCIs) e aos Centros Integrados de Proteção à Saúde (Cips),
vinculados administrativamente às Secretarias, Autarquias e à Câmara Municipal e
pedagogicamente à Secretaria Municipal de Educação, nos termos da Lei nº 13.326,
de 13 de fevereiro de 2002, e do Decreto nº 42.248, de 5 de agosto de 2002.

Parágrafo único. Os regimentos educacionais das unidades referidas no "caput" deste


artigo serão objeto de análise e aprovação pelas Diretorias Regionais de Educação a
que estiverem vinculadas.

Art. 7º Os casos omissos ou excepcionais serão decididos pela Secretaria Municipal


de Educação.

Art. 8º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 10 de outubro de 2013, 460º da


fundação de São Paulo.

FERNANDO HADDAD, PREFEITO

53
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

ANTONIO CESAR RUSSI CALLEGARI, Secretário Municipal de Educação

ANTONIO DONATO MADORMO, Secretário do Governo Municipal

Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 10 de outubro de 2013.

54
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

PORTARIA Nº 5.941, DE 15 DE OUTUBRO DE 2013 Normas para elaboração do


Regimento Escolar
DOC de 16/10/2013 - Página 16

Estabelece normas complementares ao Decreto nº54.454, de 10/10/13, que dispõe sobre


diretrizes para elaboração do Regimento Educacional das Unidades da Rede Municipal de
Ensino e dá outras providências

O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, no uso de suas atribuições legais e,


CONSIDERANDO:
- a Lei Federal nº 9.394, de 20/12/96;
- a Lei Municipal nº 14.660, de 26/12/07;
- o constante na Deliberação CME 03/97 e na Indicação CME 04/97;
- o disposto no Parecer CME nº 142/09;
- o estabelecido no Decreto nº 54.452, de 10/10/13, que institui, na Secretaria
Municipal de Educação, o Programa de Reorganização Curricular e Administrativa,
ampliação e Fortalecimento da Rede Municipal de Ensino de São Paulo – “Mais
Educação São Paulo”;
- os dispositivos do Decreto nº 54.453 de /13, que fixa as atribuições para os
Profissionais da Educação que integram a Equipe Escolar das Unidades Educacionais
da Rede Municipal de Ensino a serem contempladas nos Regimentos Educacionais
das Unidades da Rede Municipal de Ensino;
- o contido no Decreto nº 54.454, de 10/10/13, que fixa diretrizes gerais para a
elaboração dos Regimentos Educacionais e delega competências ao Secretário
Municipal de Educação para estabelecer normas complementares;
- as diretrizes contidas na Portaria SME nº 5.930, de 14/10/2013 e as orientações
contidas no Documento de Referência do Programa “Mais Educação São Paulo”
disponibilizado no site da SME em 10/10/2013.
RESOLVE:
Art. 1º - As Unidades Educacionais integrantes da Rede Municipal de Ensino de São
Paulo reelaborarão os seus Regimentos, na conformidade do disposto na Lei Federal
nº 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, nas
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional de Educação e Conselho Municipal de
Educação, na pertinente legislação municipal em vigor, em especial, nas definidas nos
Decretos nºs 54.452, de 10/10/13, 54.453, de 10/10/13 e 54.454,
de10/10/13, bem ainda, nas demais normas constantes do Anexo
Único da presente Portaria.

55
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 2º - Integram a Rede Municipal de Ensino de São Paulo unidades educacionais


de educação infantil, de ensino fundamental, de ensino médio e de educação
profissional, criadas e mantidas pelo poder público municipal, a saber:
I – Centros de Educação Infantil – CEIs;
II – Centros Municipais de Educação Infantil - CEMEIs
III – Centros de Educação e Cultura Indígena – CECIs;
IV – Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEIs;
V – Escolas Municipais de Ensino Fundamental – EMEFs;
VI – Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio – EMEFMs;
VII – Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos– EMEBSs;
VIII – Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos– CIEJAs;
IX – Centros Municipais de Capacitação e Treinamento – CMCTs;
Art. 3º - Submeterão os regimentos à aprovação:
I – da Secretaria Municipal de Educação, por meio das respectivas Diretorias
Regionais de Educação as unidades educacionais de educação infantil e de ensino
fundamental, criadas e mantidas pelo Poder Público Municipal.
II – do Conselho Municipal de Educação, por meio da Secretaria Municipal de
Educação - os estabelecimentos de ensino que mantêm o ensino médio ou cursos de
educação profissional técnica de nível médio, bem como as que possuem cursos ou
propostas curriculares diferenciadas, que dependem de autorização de
funcionamento específica.
§ 1º - Os novos Regimentos Educacionais a serem elaborados pelas Unidades
Educacionais da Rede Municipal de Ensino terão vigência a partir do ano letivo de
2014, após aprovação pelo órgão regional competente, nos termos do disposto no §
1º do artigo 3º do Decreto nº 54.454, de 10/10/13.
§ 2º - Quaisquer alterações ou adendos ao Regimento Educacional, pretendidos pela
Unidade Educacional, serão submetidos à aprovação do órgão competente, conforme
o caso, e vigorarão a partir do ano letivo seguinte ao de sua aprovação, exceto no ano
de sua implantação, que poderá ser adequado para vigência no próprio ano.
Art. 4º - Na reelaboração de seus Regimentos, as Unidades Educacionais deverão
observar a organização constante do Anexo Único, parte integrante desta Portaria,
em especial, no que se refere às Normas de Convívio - Capítulo VII – Título III e demais
normas estabelecidas.
§ 1º – Reelaborarão seus Regimentos Educacionais segundo normatizações
próprias:
a) os Centros de Educação e Cultura Indígena – CECIs;

56
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

b) os Centros Educacionais Unificados – CEUs.


§ 2º - As Unidades Educacionais de Educação Infantil e de Ensino Fundamental que
funcionam nos Centros Educacionais Unificados – CEUs deverão observar os
dispositivos constantes desta Portaria, acrescido das peculiaridades que lhe são
próprias.
Art. 5º - Casos omissos serão resolvidos pelas Diretorias Regionais de Educação,
ouvida, se necessário, a Secretaria Municipal de Educação.
Art. 6º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
ANEXO ÚNICO DA PORTARIA Nº 5.941, DE 15 DE OUTUBRO DE 2013.
ÍNDICE
O Regimento Educacional das Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino é
constituído dos seguintes Títulos, Capítulos, Seções e Subseções;
TÍTULO I - DA CARACTERIZAÇÃO, DA NATUREZA, DOS FINS E DOS OBJETIVOS
Capítulo I - Da Criação e Identificação
Capitulo II - Da Natureza e dos Fins
Capítulo III – Da Organização das Etapas e Modalidade e da Duração do Ensino
Capitulo IV - Dos Objetivos
TÍTULO II - DA GESTÃO ESCOLAR
Capítulo I - Da Caracterização
Capítulo II - Da Equipe Escolar
Capítulo III - Do Conselho de Escola/CEI/CIEJA e da sua Natureza
Seção I – Da Constituição e das Atribuições
Seção II – Do Funcionamento
Capítulo IV - Das Instituições Auxiliares
Seção I – Da Associação de Pais e Mestres - APM
Seção II – Da Organização Estudantil
TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO EDUCATIVO
CapítuloI - Do Currículo
Capitulo II- Do Projeto Pedagógico
Capítulo III – Da Organização Curricular
Seção I – Da Educação Infantil
Seçaõ II – Do Ensino Fundamental
Seção III – Da Educação de Jovens e Adultos

57
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Seção IV – Do Ensino Médio


Capítulo IV - Do Processo de Avaliação
Seção I – Dos Princípios
Seção II – Da Avaliação Institucional
Seção III - Da Avaliação do de Aprendizagem e Desenvolvimento
Seção IV - Da Produção de Relatórios na Educação Infantil
Seção V - Da Escala de Avaliação no Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e
Adultos e no Ensino Médio
Capítulo V - Das Reuniões Pedagógicas e Dos Conselhos de Classe
Capítulo VI - Das Ações de Apoio ao Processo Educativo
Capítulo VII – Das Normas de Convívio
Seção I – Dos Direitos dos Educandos
Seção II – Dos Deveres dos Educandos e/ou de seus Pais/Responsáveis
Seção III – Das proibições aos Educandos
Seção IV – Dos Deveres da Equipe Escolar
Seção V – Da Participação dos Pais ou Responsáveis
Seção VI – Das Medidas Disciplinares
Seção VII – Dos Instrumentos de Gestão
TITULO IV - DO REGIME ESCOLAR
Capitulo I- Do Calendário de Atividades
Capítulo II - Da Matrícula
Capitulo III - Da Classificação e Reclassificação
Capítulo IV – Da Recuperação das Aprendizagens
Capítulo V- Da Apuração da Assiduidade
Capítulo VI - Da Compensação de Ausências
Capítulo VII - Da Promoção
Capitulo VIII – Dos Certificados
TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS REGIMENTO EDUCACIONAL
DAS UNIDADES DA REDEMUNICIPAL DE ENSINO
TÍTULO I
DA CARACTERIZAÇÃO, DA NATUREZA, DOS FINS E DOS OBJETIVOS
Capítulo I
Da Criação e Identificação

58
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 1°- As Unidades Educacionais que compõem a Rede Municipal de Ensino de São
Paulo deverão estabelecer suas normas regimentais iniciando pela indicação de sua
identificação, contendo os seguintes itens:
I – Denominação;
II – Tipo de Atendimento;
III – Patrono ou equivalente atribuído à Unidade Educacional;
IV – Endereço da Escola;
V – Ato de Criação;
VI – Ato de Autorização de Funcionamento.
Capítulo II
Da Natureza e dos Fins
Art. 2° - A Educação pública municipal é gratuita, laica, direito da população e dever
do poder público e estará a serviço das necessidades e características de
desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, isenta de quaisquer formas de
preconceitos e discriminações de sexo, raça, cor, situação socioeconômica, credo
religioso e político, dentre outras.
Art. 3° - As Unidades Educacionais municipais têm por finalidade promover a Educação
Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio às crianças, jovens e adultos
fundamentada nos princípios voltados à construção do conhecimento, indispensável
ao exercício ativo e crítico da cidadania, na vida social, cultural, política e profissional.
Capítulo III
Da Organização das Etapas e Modalidades e da Duração do Ensino
Art. 4° - As Unidades Educacionais Municipais, no âmbito de sua atuação, manterão
diferentes etapas e modalidades de ensino, na seguinte conformidade:
I – A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, será oferecida nos CEIs,
nos CEMEIs e nas EMEIs e atenderá crianças de zero a 5 (cinco) anos de idade, na
conformidade com o disposto no artigo 34, constante do Anexo Único desta Portaria
e organizar-se-á em períodos anuais com, no mínimo, 200 (duzentos) dias letivos e
800 (oitocentas) horas de efetivo trabalho escolar.
II – O Ensino Fundamental, segunda etapa da educação básica, terá duração de 9
(nove) anos e organizar-se-á anualmente, com mínimo de 200 (duzentos) dias e 800
(oitocentas) horas de efetivo trabalho escolar, e é destinado às crianças e jovens a
partir dos 6 (seis) anos de idade completos ou a completar na forma a ser
estabelecida em Portaria específica, estruturado em 3 (três) ciclos de aprendizagem
e desenvolvimento, na conformidade do disposto no artigo 35 deste Anexo.
III - O Ensino Médio, terceira etapa da Educação Básica, será ofertado nas EMEFMs,
sendo organizado em 3 (três) séries anuais com duração mínima de 200 (duzentos)
59
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

dias e 800 (oitocentas) horas de efetivo trabalho escolar cada uma, na conformidade
do artigo 37 deste Anexo.
IV - As EMEFs poderão manter classes de Educação de Jovens e Adultos – EJA,
preferencialmente no período noturno, destinadas ao atendimento de jovens e adultos
que não tiveram acesso ao Ensino Fundamental em idade própria.
IV.1 – A Educação de Jovens e Adultos – EJA constitui-se modalidade de ensino com
duração de 8(oito) semestres, e organizar-se-á semestralmente, com o mínimo de
100 (cem) dias e 400 (quatrocentas) horas de efetivo trabalho escolar, estruturado
em 4 (quatro) Etapas na conformidade do disposto no artigo 36 deste Anexo.
IV.2 - Além da oferta da Educação de Jovens e Adultos nas Escolas Municipais de
Ensino Fundamental – EMEFs na forma descrita no inciso anterior, poderão ser
organizados cursos oferecidos a forma modular nos termos do contido no Paracer
CME nº 234/12.
IV.3 - A modalidade poderá, ainda, ser oferecida nos Centros Integrados de Educação
de Jovens e Adultos – CIEJAS, com organização específica na conformidade do
estabelecido em normatização própria .
V. A Educação Especial constitui-se modalidade de ensino destinada aos educandos
com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação sendo ofertada nas Unidades Educacionais da Rede
Municipal de Ensino, respeitado o princípio da inclusão, nas salas comuns, nas Salas
de Apoio e Acompanhamento à Inclusão- SAAIs, nas Instituições de Educação Especial
Conveniadas com a SME, nas Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos
– EMEBSs e nas Unidades-Polo de Educação Bilíngue para educandos surdos ou
ouvintes, com atendimento específico que assegure e respeite o desenvolvimento e o
rítmo de aprendizagem desses educandos.
Capítulo IV
Dos Objetivos
Art. 5º- A Educação Pública nas Escolas da Rede Municipal de São Paulo tem por
objetivo a formação da consciência social, crítica, solidária e democrática, na qual o
educando vá gradativamente se percebendo como agente do processo de construção
do conhecimento e de transformação das relações entre os homens em sociedade,
por meio da ampliação e recriação de suas experiências, da sua articulação com o
saber organizado e da relação da teoria com a prática, respeitadas as especificidades
das seguintes etapas ou modalidades de ensino:
I - Educação Infantil – assegurar às crianças de zero a 5(cinco) anos de idade o seu
desenvolvimento integral em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e
social, complementando a ação da família e da comunidade, o acesso a processos de
construção de conhecimento e a aprendizagem de diferentes linguagens, bem ainda,

60
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

o direito à proteção, saúde, liberdade, dignidade, brincadeira, convivência, integração


com outras crianças e ao respeito.
II - Ensino Fundamental Regular – assegurar aos educandos o desenvolvimento da
capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da
escrita e do cálculo, priorizando a alfabetização nos três primeiros anos de
escolaridade, visando à compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,
da economia, da tecnologia, das artes, da cultura e dos valores em que se fundamenta
a sociedade; o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; o
fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
respeito recíproco em que se assenta a vida social.
III – Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos - EJA – assegurar
oportunidades educacionais apropriadas àqueles que se encontram na faixa etária
superior à considerada própria para a conclusão do Ensino Fundamental,
consideradas suas características, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
permitindo percursos individualizados e conteúdos significativos, valorizada a
realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas,
geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos educandos e desenvolvida a
agregação de competências para o mundo do trabalho.
IV - Ensino Médio – assegurar aos educandos a consolidação e aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento
de estudos, a preparação básica para a cidadania e o mundo do trabalho, tomado
este como princípio educativo, para continuar aprendendo, além de possibilitar o seu
desenvolvimento como pessoa humana e do pensamento crítico, sua autonomia
intelectual, incluindo a formação ética e estética e a compreensão dos fundamentos
científicos e tecnológicos presentes na sociedade contemporânea.
TÍTULO II
DA GESTÃO ESCOLAR
Capítulo I
Da Caracterização
Art. 6° - A Gestão Escolar deve ser entendida como um processo democrático
de fortalecimento da autonomia das Unidades Educacionais que compreenderá as
fases de planejamento, tomada de decisão, acompanhamento, execução e avaliação
do trabalho educativo, observada a legislação em vigor e as diretrizes que compõem
a Política Educacional da Secretaria Municipal de Educação.
Art. 7° - A Gestão Escolar, respeitadas as especificidades de cada cargo, deverá
privilegiar a participação de todos os segmentos da Unidade, sendo o Conselho de

61
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Escola/CEI/CIEJA a instância de elaboração, deliberação, acompanhamento e


avaliação do planejamento e do funcionamento da Unidade Educacional.
Capítulo II
Da Equipe Escolar
Art. 8º - A Equipe Escolar das Unidades Educacionais da Rede Municipal de Ensino
será constituída na conformidade do disposto no Anexo Único do Decreto nº 54.453,
de 10/10/13.
Capítulo III
Do Conselho de Escola/CEI/CIEJA e da sua Natureza
Art. 9º - O Conselho de Escola/CEI/CIEJA é um colegiado de natureza consultiva e
deliberativa, constituído pelo Diretor de Escola, membro nato, representantes eleitos
das categorias de servidores em exercício nas Unidades Educacionais, dos pais e dos
educandos nos termos da legislação em vigor, as diretrizes e metas da política
educacional e demais diretrizes contidas nesta Portaria.
Parágrafo Único - A atuação e representação de qualquer dos integrantes do
Conselho de Escola/CEI/CIEJA visará ao interesse maior dos educandos, inspiradas
nas finalidades e objetivos da educação pública da Cidade de São Paulo.
Art. 10 - A ação do Conselho de Escola/CEI/CIEJA estará articulada com a ação dos
profissionais da Unidade Educacional, preservada a especificidade de cada área de
atuação.
Art. 11 - A autonomia do Conselho de Escola/CEI/CIEJA se exercerá nos limites da
legislação em vigor, no compromisso com a democratização da gestão escolar e nas
oportunidades de acesso e permanência na escola pública de todos que a ela têm
direito.
Seção I
Da Constituição e das Atribuições
Art. 12 - A constituição e representatividade do Conselho de Escola/CEI/CIEJA, parte
integrante do Regimento Educacional, será estabelecida em função dos critérios
conjugados entre a etapa e a modalidade de ensino, o número de
classes/agrupamentos da Unidade Educacional e a proporcionalidade entre os
membros dos diferentes segmentos da comunidade escolar, na forma definida em
legislação específica.
Art. 13 - Os membros dos diferentes segmentos elegerão seus representantes junto
ao Conselho, titulares e suplentes.
Art. 14. Os membros eleitos, dentre os Profissionais da Educação, deverão
obrigatoriamente encontrar-se em exercício na Unidade Educacional.

62
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 15 - O mandato dos membros eleitos do Conselho será anual, observado o


período de 30 (trinta) dias após o início do ano letivo, sendo permitida a reeleição.
Art. 16 - As atribuições do Conselho de Escola/CEI/CIEJA definem-se em função das
condições reais das escolas da Rede Pública Municipal, da organização do próprio
Conselho de Escola/CEI/CIEJA e das competências dos profissionais em exercício na
Unidade Educacional.
Art. 17 – São atribuições do Conselho de Escola/CEI/CIEJA:
I - discutir e adequar, no âmbito da unidade educacional, as diretrizes da política
educacional estabelecida pela Secretaria Municipal de Educação e complementá-las
naquilo que as especificidades locais exigirem;
II - definir as diretrizes, prioridades e metas de ação da escola para cada período
letivo, que deverão orientar a elaboração do Projeto Político- Pedagógico;
III - elaborar e aprovar o Projeto Político-Pedagógico e acompanhar a sua execução;
IV - participar da avaliação institucional da escola face às diretrizes, prioridades e
metas estabelecidas;
V - decidir quanto à organização e o funcionamento da escola, o atendimento à
demanda e demais aspectos pertinentes, de acordo com as orientações fixadas pela
Secretaria Municipal de Educação, particularmente:
a) deliberar sobre o atendimento e acomodação da demanda, turnos de
funcionamento, distribuição de séries e classes por turnos, utilização do espaço físico,
considerando a demanda e a qualidade de ensino;
b) garantir a ocupação ou cessão do prédio escolar, inclusive para outras atividades
além das de ensino, fixando critérios para o uso e preservação de suas instalações, a
serem registrados no Projeto Político-Pedagógico;
VI - indicar ao Secretário Municipal de Educação, após processo de escolha, mediante
critérios estabelecidos em regulamento, os nomes dos Profissionais de Educação
para, ocupar, transitoriamente ou em substituição, cargos da Classe dos Gestores
Educacionais da Carreira do Magistério Municipal, nos termos da Portaria específica;
VII - analisar, aprovar e acompanhar projetos pedagógicos propostos pela equipe
escolar ou pela comunidade escolar, para serem desenvolvidos na escola;
VIII - arbitrar impasses de natureza administrativa e pedagógica, esgotadas as
possibilidades de solução pela Equipe Escolar;
IX - propor alternativas para solução de problemas de natureza pedagógica e
administrativa, tanto aqueles detectados pelo próprio Conselho, como os que forem a
ele encaminhados;
X - discutir e arbitrar critérios e procedimentos de avaliação relativos ao processo
educativo e a atuação dos diferentes segmentos da comunidade escolar;

63
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

XI - decidir procedimentos relativos à integração com as Instituições Auxiliares da


escola, quando houver, e com outras Secretarias Municipais;
XII - traçar normas disciplinares para o funcionamento da escola, dentro dos
parâmetros da legislação em vigor;
XIII – decidir sobre a aplicação de sanções nos termos previstos nesta Portaria.
XIV- decidir procedimentos relativos à priorização de aplicação de verbas;
XV – eleger profissionais para ocupação de outras funções docentes;
XVI – realizar referendo anual dos professores referidos no inciso anterior bem como
o Professor de Bandas e Fanfarras, de acordo com os critérios estabelecidos nas
respectivas Portarias;
XVII – destituir, ou propor a destituição, conforme o caso, dos profissionais referidos
nos incisos VI e XV deste artigo, com um quórum mínimo de metade dos seus
membros e por maioria simples, nos termos da pertinente legislação.
Seção II
Do Funcionamento
Art. 18 - O Conselho de Escola/CEI/CIEJA é um centro permanente de debate, de
articulação entre os vários segmentos da escola, tendo em vista o atendimento das
necessidades comuns e a solução dos conflitos que possam interferir no
funcionamento da Unidade Educacional e nas ocorrências de caráter administrativo
e/ou pedagógico.
Art. 19 - A critério do próprio Conselho de Escola/CEI/CIEJA, e a fim de imprimir
maior celeridade ao seu funcionamento, poderão ser constituídos grupos ou
comissões de trabalho, específicos.
Art. 20 - As reuniões do Conselho de Escola/CEI/CIEJA poderão ser ordinárias e
extraordinárias, na forma a ser definida em regulamento.
Art. 21 - Uma vez constituído, o Conselho de Escola/CEI/CIEJA poderá definir normas
regimentais complementares que assegurem o seu funcionamento, tais como:
a) eleição do Presidente e do Vice-Presidente;
b) processo eletivo dos representantes, titulares e suplentes;
c) elaboração do regimento interno;
d) organização dos registros das reuniões;
e) avaliação do funcionamento do Conselho de Escola/CEI/CIEJA.
Capítulo IV
Das Instituições Auxiliares
Art. 22 - A Escola deverá proporcionar condições de organização e funcionamento de
Instituições Auxiliares, a serem regidas por Estatuto ou regulamentos próprios,
64
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

definidos e aprovados por seus membros, de acordo com a legislação em vigor e


diretrizes da SME.
Art. 23 - As Instituições Auxiliares terão como objetivos prioritários o aprimoramento
do processo de construção da autonomia pedagógica, administrativa e financeira da
Unidade Educacional.
Seção I
Da Associação de Pais e Mestres - APM
Art. 24 - A Associação de Pais e Mestres, instituição auxiliar de caráter privado,
supervisionada e fiscalizada por órgãos competentes, tem por finalidade:
I - promover a integração entre todos os segmentos da unidade em busca da melhoria
da qualidade de ensino;
II - articular a participação de pais, professores e educandos nas ações de natureza
educativa, cultural, comunitária, artística, assistencial, recreativa, desportiva, científica
e outras;
III - estabelecer parcerias e gerir recursos advindos da própria comunidade, de órgãos
governamentais de diferentes esferas e entidades civis, de acordo com Projeto
Politico-Pedagógico e pertinente legislação em vigor.
Seção II
Da Organização Estudantil
Art. 25 - Os educandos, do Ensino Fundamental ou Médio terão assegurado o direito
de organizar-se livremente em Associações, Entidades e Agremiações Estudantis,
devendo a Equipe Gestora garantir o espaço e as condições para esta organização.
Parágrafo Único – Caberá aos educandos a elaboração de regulamentos próprios,
que importem em sua finalidade e organização, deliberados pelo Conselho de Escola.
TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO EDUCATIVO
Capítulo I
Do Currículo
Art 26 - O currículo é o conjunto de experiências, atividades e interações vivenciadas
na Unidade Educacional, com vistas a promover o acesso aos conhecimentos
históricos, sociais e culturalmente construídos, bem como aos valores fundamentais
para o exercício da cidadania.
Art. 27 - As Matrizes Curriculares serão fixadas pela Secretaria Municipal de
Educação segundo as normas estabelecidas pela legislação vigente.
Parágrafo Único - Caberá à Unidade Educacional organizar seu currículo
estabelecendo a articulação entre a especificidade de cada unidade e as diretrizes da

65
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Secretaria Municipal de Educação, com vistas ao atendimento dos direitos e objetivos


de aprendizagem dos educandos.
Capítulo II
Do Projeto Político-Pedagógico
Art. 28 - O Projeto Político-Pedagógico indica o conjunto de decisões definido pela
comunidade educativa, consolidado em um plano orientador que expressa o
compromisso com o alcance das metas de aprendizagem e desenvolvimento para
cada agrupamento na Educação Infantil, ano do ciclo no Ensino Fundamental, série no
Ensino Médio e etapas da Educação de Jovens e Adultos.
Art. 29 - A Unidade Educacional elaborará e/ou redimensionará seu Projeto Político-
Pedagógico anualmente, a partir da análise dos resultados de desenvolvimento e
aprendizagem e desenvolvimento dos educandos e da avaliação das ações planejadas
para o alcance das metas.
Art. 30 - O Projeto Político-Pedagógico deve conter:
I – Estudo diagnóstico da comunidade e do espaço onde está inserida a Unidade
Educacional:
a) o perfil sociocultural das crianças, jovens e adultos matriculados na Unidade
Educacional e das respectivas famílias e a sua correspondência com os Indicadores
de desenvolvimento da região onde está inserida;
b) o perfil sociocultural da equipe de profissionais da Unidade Educacional e a
indicação de como potencializar os saberes da equipe para a melhoria das condições
de atendimento à comunidade escolar;
c) mapeamento dos equipamentos de saúde, esporte, lazer e cultura da região e a
indicação da articulação das ações dos mesmos com a Unidade Educacional.
II – Proposta Curricular:
a- síntese das análises do aproveitamento e desenvolvimento das aprendizagens
dos educandos de acordo com as avaliações internas e externas;
b- metas de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos a partir da relação
estabelecida com as metas para o Sistema Municipal de Educação e Indicador de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB);
c- prioridades e objetivos educacionais que atendam as necessidades de
aprendizagem e desenvolvimento dos educandos e as levantadas no estudo
diagnóstico da comunidade;
d- normas de convívio da Unidade Educacional;
e- estabelecimento de articulações locais com os equipamentos sociais visando a
garantia do direito de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos;

66
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

f- estratégias de atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do


desenvolvimento a altas habilidades/superdotação;
g- plano de gestão e organização, indicando as ações que garantirão as condições
para o atendimento de qualidade à comunidade escolar;
h- plano de implementação da Proposta Curricular;
i- projetos de ação para as atividades curriculares desenvolvidas no contra turno
escolar.
Art. 31 - Caberá à Unidade Educacional definir a sistemática de acompanhamento,
registro e avaliação dos resultados obtidos no desenvolvimento do Projeto Político-
Pedagógico visando ao progressivo alcance das metas propostas, assegurando-se,
necessariamente, a síntese bimestral expressa em notas/conceitos, conforme o
caso, a serem registrados e divulgados aos educandos e seus responsáveis por meio
de boletins impressos e/ou eletrônicos.
Art. 32 - Ao Conselho de Escola/CEI/CIEJA caberá participar da elaboração,
aprovação, acompanhamento e avaliação do Projeto Político-Pedagógico da Unidade
Educacional mediante diretrizes definidas no Calendário de Atividades elaborado a
partir de Portaria específica.
Capítulo III
Da Organização Curricular
Art. 33 – A organização curricular na etapa da Educação Infantil far-se-á de acordo
com a idade das crianças e, no Ensino Fundamental, em ciclos que possibilitarão a
oferta de condições diferenciadas de tempo e experiências de aprendizagem aos
educandos, sendo de responsabilidade das Equipes Gestora e Docente o planejamento
dessa organização, ouvido o Conselho de Escola, respeitadas as diretrizes da
Secretaria Municipal de Educação.
Seção I
Da Educação Infantil
Art. 34 – A organização curricular na Educação Infantil dar-se-á na seguinte
conformidade:
I - Berçário I – atendimento às crianças de até 1 ano;
II – Berçário II – atendimento às crianças de 1 a 2 anos;
III - Mini grupo I - atendimento às crianças de 2 a 3 anos;
IV – Mini grupo II - atendimento às crianças de 3 a 4 anos;
V – Infantil I - atendimento às crianças de 4 a 5 anos;
VI – Infantil II - atendimento às crianças de 5 a 6 anos, observadas as datas
estabelecidas para o acesso ao ensino fundamental.

67
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

§ 1º - Na etapa da Educação Infantil as Unidades Educacionais deverão


redimensionar a sua prática pedagógica assegurando o atendimento à criança com
base na pedagogia da infância, que busque articular suas experiências e seus saberes
com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental,
científico e tecnológico de modo a promover o seu desenvolvimento integral.
§ 2º - Além da organização prevista no caput poderão ser estabelecidas outras
formas de agrupamento conforme normatizações específicas da Secretaria Municipal
de Educação.
Seção II
Do Ensino Fundamental
Art 35 - O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, contará com a seguinte
organização:
I - Ciclo de Alfabetização: composto pelos 1º, 2º e 3º anos iniciais do Ensino
Fundamental, com a finalidade de promover o sistema de escrita e de resolução de
problemas matemáticos por meio de atividades lúdicas integradas ao trabalho de
letramento e desenvolvimento das áreas de conhecimento, assegurando que, ao final
do Ciclo, todas as crianças estejam alfabetizadas.
II – Ciclo Interdisciplinar: composto pelos 4º, 5º e 6º anos do Ensino Fundamental
com a finalidade de aproximar os diferentes ciclos por meio da interdisciplinaridade e
permitir uma passagem gradativa de uma para outra fase de desenvolvimento, bem
como consolidar o processo de alfabetização/letramento e de resolução de
problemas matemáticos com autonomia para a leitura e a escrita, interagindo com
diferentes gêneros textuais e literários e comunicando-se com fluência e com
raciocínio lógico.
III – Ciclo Autoral: composto pelos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, com a
finalidade de promover a construção de projetos curriculares comprometidos com a
intervenção social e concretizado por meio de Trabalho Colaborativo de Autoria – TCA,
com ênfase ao desenvolvimento da construção do conhecimento, considerando o
domínio das diferentes linguagens, a busca da resolução de problemas, a análise
crítica e a estimulação dos educandos à autoria.
§ 1º – A educação de educandos surdos em Unidades Educacionais da Rede
Municipal de Ensino deve reconhecer o direito dos surdos a uma educação bilíngue
que respeite sua identidade e cultura, na qual a LIBRAS é a primeira Língua e,
portanto, língua de instrução e, a Língua Portuguesa, é a segunda, sendo objeto de
ensino da escola, na modalidade escrita.
§ 2º – Comporá o currículo do Ciclo Autoral a elaboração de Trabalho Colaborativo
de Autoria - TCA, de caráter interdisciplinar e de intervenção social, na forma a ser
orientada por cada Unidade Educacional.

68
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Seção III
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 36 – A Educação de Jovens e Adultos na forma regular será organizada em
Etapas na periodicidade semestral, conforme segue:
I – Etapa de Alfabetização – duração de dois semestres – objetiva a alfabetização e
o letramento como forma de expressão, interpretação e participação social, no
exercício da cidadania plena, ampliando a leitura de mundo do jovem e do adulto e
favorecendo sua formação integral, por meio da aquisição de conhecimentos, valores
e habilidades para as múltiplas linguagens, a leitura, escrita e a oralidade,
possibilitando que se articulem entre si e com todos os componentes curriculares,
bem como, auxiliem na solução de problemas matemáticos.
II – Etapa Básica – duração de dois semestres – as aprendizagens relacionadas à
Língua Portuguesa, à Música, à Expressão Corporal e demais linguagens, assim como
o aprendizado da Matemática, das Ciências, da História e da Geografia devem ser
desenvolvidos de forma articulada, tendo em vista a complexidade e a necessária
continuidade do processo de alfabetização.
III – Etapa Complementar – duração de dois semestres – representa o momento da
ação educativa para jovens e adultos com ênfase na ampliação das habilidades,
conhecimentos e valores que permitam um processo mais efetivo de participação na
vida social.
IV - Etapa Final – duração de dois semestres – objetiva enfatizar a capacidade dos
jovens e dos adultos em intervir em seu processo de aprendizagem e em sua própria
realidade, visando à melhoria da qualidade de vida e ampliação de sua participação
na sociedade.
§ 1º – A EJA poderá, ainda, organizar-se na forma Modular com periodicidade anual,
segundo organização própria.
§ 2º - Os Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos – CIEJAs, deverão
organizar-se segundo normatizações específicas.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 37 - O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, será organizado em séries
anuais, e terá duração de 3 (três) anos, e terá como finalidade a consolidação da
formação básica do cidadão, capacitando-o ao exercício da cidadania e ao
desenvolvimento de habilidades básicas para o mundo do trabalho.
Capítulo IV
Do Processo de Avaliação
Seção I

69
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Dos Princípios
Art. 38 - A avaliação tem como princípio o aperfeiçoamento da ação educativa e da
gestão escolar, com vistas ao atendimento das condições necessárias para a
aprendizagem e desenvolvimento dos educandos.
Parágrafo Único: A avaliação abrangerá as dimensões institucional, externa e interna
e, na Unidade Educacional, assumirá um caráter formativo e comporá o processo de
aprendizagem e desenvolvimento como fator integrador entre as famílias e o processo
educacional.
Art. 39 - A avaliação, como parte do processo de ensino e aprendizagem, contribuirá
para tornar o educando e seus responsáveis conscientes de seus avanços e de suas
necessidades, tendo como finalidade principal a tomada de decisão do professor, para
redimensionar as ações na direção do alcance dos direitos e objetivos de
aprendizagem e desenvolvimento, observadas as devidas especificidades.
Seção II
Da Avaliação Institucional
Art. 40 – Anualmente, a comunidade educacional avaliará e sistematizará os
impactos das ações pedagógicas e administrativas planejadas para o ano letivo e a
sua relação com ao alcance das metas para melhoria da qualidade de ensino e de
aprendizagem.
Art. 41 – Os resultados obtidos na Avaliação Institucional orientarão o replanejamento
das ações e os ajustes do Projeto Político-Pedagógico e indicarão as necessidades e
demandas para as diferentes instâncias de gestão da Secretaria Municipal de
Educação.
Seção III
Da Avaliação do Processo de Aprendizagem e Desenvolvimento
Art. 42 – A avaliação, parte integrante do processo de aprendizagem e
desenvolvimento deverá constituir-se em instrumento de orientação para a equipe
docente, discente e para os pais/responsáveis na percepção dos avanços dos
educandos.
§ 1º - A avaliação na Educação Infantil deverá assumir papel relevante efetivando-se
por meio da observação e da documentação pedagógica, com o objetivo de compor o
registro histórico do processo cotidiano vivido pelas crianças, sem classificá-las.
§ 2º - Para adequar-se ao disposto na Lei federal nº 12.796, de 04/04/13, no que
concerne a avaliação do desenvolvimento dos educandos, as Unidades de Educação
Infantil deverão observar ao contido na Orientação Normativa específica a ser
publicada pela Secretaria Municipal de Educação.

70
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

§ 3º - No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a avaliação, como parte do processo


de aprendizagem e desenvolvimento, terá caráter formativo e contribuirá para tornar
o educando e seus responsáveis conscientes de seus avanços e de suas
necessidades, além de favorecer a tomada de decisão do professor, visando ao
redimensionamento das ações com vistas ao alcance dos direitos e objetivos de
aprendizagem.
§ 4º - Os indicadores apresentados pelas avaliações externas poderão ser
considerados na reorientação do processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Art. 43 - São objetivos da Avaliação:
I - diagnosticar as situações de desenvolvimento e aprendizagem dos educandos para
estabelecer os objetivos que nortearão o planejamento da ação pedagógica;
II - verificar os avanços, dificuldades e necessidades dos educandos no processo de
apropriação, construção e recriação do conhecimento, para o alcance dos objetivos
de aprendizagem;
III - fornecer aos professores e à equipe gestora elementos para reflexão sobre a
gestão da aula, visando ao seu redimensionamento, considerando:
a) os critérios para seleção e organização dos conteúdos;
b) as estratégias para o desenvolvimento da ação educativa;
c) a relação estabelecida entre educandos e professores, para a criação de vínculos
que favoreçam a aprendizagem;
d) a organização do espaço, a gestão do tempo e formação dos agrupamentos para
a realização das atividades;
e) a potencialização do uso dos recursos didáticos da Unidade Educacional;
f) a elaboração e utilização de instrumentos de avaliação que permitam acompanhar
o desenvolvimento de aprendizagens dos educandos, considerando suas
especificidades;
IV - facilitar ao educandos, aos pais ou responsáveis a participação e o envolvimento
no processo de aprendizagem e desenvolvimento;
V - orientar a tomada de decisão quanto à promoção dos educandos, quando for o
caso.
Parágrafo Único - Para os educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidade/superdotação a avaliação será contínua e
gradativa, considerando os diversos tempos e estilos de aprendizagem, sendo
garantida a estes educandos a acessibilidade ao currículo e efetiva participação no
processo avaliativo.

71
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 44 – O educando será avaliado no decorrer do ano letivo e os resultados do


aproveitamento e a apuração da assiduidade serão sintetizados na periodicidade
bimestral, observadas as etapas de ensino:
I – No Ensino Fundamental e Ensino Médio o educando será avaliado individual e
coletivamente e os resultados do processo educativo serão expressos por meio de
conceitos no Ciclo de Alfabetização e Notas nos Ciclos Intermediário e Autoral que
expressem o aproveitamento escolar, com variação de zero a 10 (dez), fracionado em
números inteiros e meios, comentadas, analisadas e com anotações que incentivem
a continuidade dos estudos e/ou apontem a necessidade de novas estratégias de
ensino e aprendizagem, bem como de apoio pedagógico complementar.
Parágrafo Único - A atribuição de Conceitos no Ciclo de Alfabetização do Ensino
Fundamental deverá ser expressa na seguinte conformidade:
I – P: o educando evidencia, de modo plenamente satisfatório, os avanços necessários
à continuidade do processo de ensino e de aprendizagem;
II – S: o educando evidencia, de modo satisfatório, os avanços necessários à
continuidade do processo de ensino e de aprendizagem;
III – NS: o educando evidencia, de modo não satisfatório, os avanços necessários à
continuidade do processo de ensino e de aprendizagem.
Art. 45 – Os Conceitos/Notas serão atribuídas aos educandos, na periodicidade
bimestral, mediante análise do processo educacional, considerado o alcance
progressivo dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos para cada
bimestre.
Seção IV
Da Produção dos Instrumentos de Avaliação na Educação Infantil
Art. 46 – Os instrumentos utilizados na avaliação da Educação Infantil assumem
diferentes formas de registro: relatórios descritivos, portfolios individuais e do grupo,
fotos, filmagens, as próprias produções das crianças (desenhos, esculturas,
maquetes, dentre outras).
Seção V
Da Escala de Avaliação no Ensino Fundamental e no Ensino Médio
Art. 47 – Para o Ensino Fundamental – Ciclos Interdisciplinar e Autoral e no Ensino
Médio, os resultados da aprendizagem serão expressos em notas de zero a 10 na
forma estabelecida nos artigos 44 e 45 deste Anexo.
§ 1º - Caberá à Equipe Docente, em conjunto com a Equipe Gestora, estabelecer
critérios para a atribuição das Notas de Aproveitamento Escolar, consideradas as
diretrizes curriculares estabelecidas pela Unidade Educacional, em conformidade com

72
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

os direitos e objetivos de aprendizagem para cada ciclo/ano/série/etapas, conforme


o caso.
§ 2º - Os critérios referidos no caput deste artigo deverão ser de conhecimento
prévio dos educandos e dos pais/responsáveis.
§ 3º - Além dos indicadores internos, os resultados obtidos nas avaliações externas
poderão ser considerados na análise do aproveitamento do educando e na proposição
das intervenções pedagógicas no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento.
§ 4º - Os resultados das avaliações deverão ser sistematicamente analisados com
os educandos.
Art. 48 – No Ciclo de Alfabetização do Ensino Fundamental e nas Etapas de
Alfabetização e Básica da EJA, a avaliação deverá contemplar a análise progressiva
da conquista do sistema alfabético pelo educando, bem como aquelas referentes ao
conhecimento matemático e alcance dos direitos e objetivos de aprendizagem
propostos para cada bimestre/semestre/ano.
Art. 49 – Para os anos dos Ciclos Interdisciplinar e Autoral do Ensino Fundamental
regular, para as Etapas Complementares Final da EJA e nas séries do Ensino Médio
a avaliação deverá contemplar os avanços processuais de cada educando, suas
contribuições para aprendizagem do grupo, adotadas como referência aos direitos e
objetivos de aprendizagem propostos para cada bimestre/semestre/ano.
Capítulo V
Das Reuniões Pedagógicas e Dos Conselhos de Classe
Art. 50 - As Reuniões Pedagógicas, sob coordenação da Equipe Gestora, e envolvendo
a comunidade educacional, são momentos destinados à análise do processo
educativo, visando ao aperfeiçoamento do Projeto Político-Pedagógico e da ação
didática e pedagógica da Unidade Educacional.
Art. 51 - As Reuniões Pedagógicas serão planejadas e coordenadas pela Equipe
Gestora e planejadas de acordo comas diretrizes contidas no Calendário de Atividades
estabelecido pela Secretaria Municipal de Educação.
Parágrafo Único – As Reuniões Pedagógicas terão as seguintes finalidades:
I - Planejamento, acompanhamento e avaliação do trabalho didático e pedagógico da
Unidade Educacional;
II - Formação continuada dos professores e demais profissionais da Unidade
Educacional;
III - Articulação dos diferentes programas/projetos na garantia da educação integral
ou ampliação de tempos e oportunidades educativas.
Art. 52 – As Reuniões de Conselho de Classe são momentos de tomada de decisão
coletiva quanto ao processo contínuo de avaliação, recuperação, compensação de

73
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

ausências e promoção dos educandos, quando for o caso, de acordo com o Projeto
Político-Pedagógico e os princípios estabelecidos nas diretrizes do Regimento
Educacional. Parágrafo Único – As Reuniões de que trata este artigo serão devidas
exclusivamente nas unidades que mantêm o Ensino Fundamental e o Médio.
Art. 53 – O Conselho de Classe será composto pela Equipe Gestora e Docente da
Unidade Educacional podendo ser ampliado de acordo com o Projeto Político-
Pedagógico e reunir-se-á bimestralmente, observadas as diretrizes estabelecidas em
Portaria específica.
Capítulo VI
Das Ações de Apoio à Educação Integral
Art. 54 - A fim de assegurar as condições necessárias ao adequado desenvolvimento
das crianças, jovens e adultos, a Unidade Educacional deverá desenvolver ações de
apoio ao processo educativo, realizadas por meio de:
a) iniciativas próprias articuladas com o Projeto Político-Pedagógico da Unidade
Educacional;
b) programas e projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação e/ou
com outras Secretarias ou órgãos públicos, definidos de acordo com as necessidades
da realidade local;
c) programas e projetos realizados em parceria com instituições não governamentais.
Art. 55 - Todas as ações de apoio ao processo educativo deverão ser acompanhadas
e avaliadas sistematicamente pelos profissionais diretamente envolvidos da Unidade
Educacional.
Parágrafo Único - Compete à Unidade Educacional estabelecer critérios, observadas
as normas legais vigentes, que contribuam para a constante melhoria das ações de
apoio ao processo educativo e ampliação da jornada dos educandos por meio de sua
participação em atividades organizadas pela Unidade, oferecidas pelos órgãos
públicos e/ou instituições da sociedade civil Art. 56 - Caberá à Unidade Educacional
viabilizar a implantação e implementação de programas e Metas Educacionais
estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação.
Capítulo VII
Das Normas Convívio
Art. 57 – As Normas de Convívio, discutidas e elaboradas pelo conjunto da
comunidade escolar e aprovadas pelo Conselho de Escola/CEI/CIEJA e pelo Órgão
Regional competente fundamentam-se nos direitos e deveres que devem ser
observados por todos e apoiados em princípios legais, de solidariedade, ética,
diversidade cultural, autonomia e gestão democrática.

74
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

§ 1º - Os direitos e deveres individuais e coletivos são aqueles previstos na


Constituição da República, bem como os especificados no Estatuto da Criança e do
Adolescente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Regimento
Educacional e nas demais legislações e normas complementares atinentes.
§ 2º - As Normas de Convívio na Unidade Educacional terão como finalidade
aprimorar o ensino, o bom funcionamento dos trabalhos escolares e o respeito mútuo
entre os membros da comunidade escolar para obtenção dos objetivos previstos no
Regimento Educacional, visando, ainda, assegurar:
a) a proteção integral da criança e do adolescente;
b) a formação ética e moral do educando, desenvolvendo habilidades sociais, a fim de
torná-los cidadãos autônomos e participativos nos diversos aspectos da vida social;
c) orientar as relações profissionais e interpessoais que ocorrem no âmbito da
Unidade assegurando a interação cidadã entre todos os integrantes da comunidade
educacional.
Seção I
Dos Direitos dos Educandos
Art. 58 – São direitos dos educandos:
I - ser tratado com respeito, atenção e urbanidade pelas equipes gestora, docente e
de apoio à educação e demais educandos;
II - ter a sua individualidade respeitada pela comunidade escolar, sem discriminação
de qualquer natureza.
III - ter acesso ao conhecimento, às atividades educativas, esportivas, sociais e
culturais oferecidas pela Unidade Educacional;
IV – receber orientação e assistência para realização das atividades educacionais,
sendo-lhes garantidas as formas de acesso e utilização coletiva dos diferentes
ambientes que compõem a Unidade Educacional;
V - frequentar, além das aulas regulares, as sessões destinadas a atividades
complementares, às aulas de recuperação paralela e de compensação de ausências,
no decorrer do ano letivo, sendo notificado, com a devida antecedência, nos termos
da legislação em vigor;
VI - participar da composição do Conselho de Escola/ CIEJA, da elaboração,
acompanhamento e avaliação do Projeto Político-Pedagógico e da definição de
Normas de Convívio, nos termos da legislação vigente;
VII - receber informações sobre seu progresso educativo, inclusive através de boletins
bimestrais, bem como participar de avaliações periódicas, por meio de instrumentos
oficiais de avaliação de rendimento, sendo notificado sobre a possibilidade de recorrer
em caso de reprovação;

75
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

VIII - ter garantida a confidencialidade das informações de caráter pessoal ou


acadêmicas registradas e armazenadas no sistema educacional, salvo em casos de
atendimento a requerimento de órgãos oficiais competentes;
IX - receber atendimento educacional especializado quando apresentar deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;
X - receber atendimento e acompanhamento educacional se, por motivo de doença
necessitar ausentar-se por um período prolongado;
XI – manifestar-se e recorrer à autoridade responsável quando se sentir prejudicado;
XII - ausentar-se da Unidade Educacional, em caso de necessidade, desde que
autorizado pelo Diretor de Escola ou, na ausência deste, por outro membro da Equipe
Gestora;
XIII - ter conhecimento do Regimento Educacional no início do ano letivo;
Seção II
Dos Deveres dos Educandos e ou de seus Pais/Responsáveis
Art. 59 - São deveres dos educandos, respeitadas as especificidades de cada faixa
etária/etapa/modalidade de ensino e/ou de seus pais/responsáveis:
I - zelar pelo bom nome da Unidade Educacional, com conduta adequada e com o
cumprimento dos deveres educacionais;
II – comparecer pontual e assiduamente às atividades que lhe forem afetas,
empenhando-se no sucesso de sua execução e dos fins a que se destinam;
III – justificar suas ausências;
IV - colaborar com a organização da Unidade Educacional, durante as aulas ou em
qualquer outra atividade;
V – cooperar e zelar para a boa conservação de instalações, mobiliários,
equipamentos e materiais pedagógicos, colaborando, também, para a conservação
das boas condições de asseio das salas de aula e demais dependências;
VI – portar material escolar condizente com as atividades curriculares, conservando-
o em ordem;
VII – responsabilizar-se por seu processo de aprendizagem, executando todas as
tarefas que lhe forem atribuídas, inclusive as lições de casa;
VIII – tratar com respeito os seus colegas e toda a comunidade educacional,
dispensando atitudes de solidariedade, predisposição ao diálogo, repúdio às injustiças
e acolhimento à diversidade, exigindo para si o mesmo tratamento;
IX - participar ativamente da elaboração e do cumprimento das Normas de Convívio
da Unidade Educacional, aprovadas pelo Conselho de Escola/CIEJA;

76
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

X – respeitar a autoridade dos Gestores, dos Professores e demais Funcionários da


Unidade Educacional;
XI - apresentar-se, preferencialmente uniformizado, evitando vestuário não condizente
com o ambiente escolar;
XII - manter os pais ou responsáveis legais informados sobre os assuntos escolares,
e assegurar que recebam as comunicações a eles encaminhadas pelos gestores e
professores, devolvendo-as à direção em tempo hábil e com a devida ciência, sempre
que for o caso;
XIII - observar as normas estabelecidas sobre entrada e saída das classes e demais
dependências da Unidade Educacional.
Parágrafo Único – É dever dos educandos, pais e/ou responsáveis conhecer, fazer
conhecer e cumprir as normas de convívio estabelecidas no Regimento Educacional.
Seção III
Das Proibições aos Educandos
Art. 60 – A necessidade de assegurar a qualidade de ensino, direitos e objetivos de
aprendizagem e segurança a todos os envolvidos na ação educativa, em especial, aos
educandos, pressupõe a comunidade educacional elencar nestas normas de convívio
o conjunto de atitudes e comportamentos não permitidos no âmbito da Unidade
Educacional.
Seção IV
Dos Deveres da Equipe Escolar
Art. 61 - Compete aos Profissionais da Unidade Educacional, no âmbito de sua
atuação:
I - criar condições, oportunidades e meios para garantir aos educandos, respeitadas
suas especificidades e singularidades, o direito inalienável de serem educados e
cuidados de forma indissociada;
II - promover o desenvolvimento integral do educando, garantido no Projeto Político-
Pedagógico, em que se estabeleçam condições de aprendizagem e desenvolvimento
relacionadas:
a) à convivência, brincadeira e desenvolvimento de projetos em grupo;
b) a cuidar de si, de outros e do ambiente;
c) a expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens;
d) à compreensão de suas emoções, sentimentos e organização de seus
pensamentos, ligados à construção do conhecimento e de relacionamentos
interpessoais;

77
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

III – analisar e definir, em conjunto com o Conselho de Escola/CEI/CIEJA, situações


que priorizem iniciativas e busca de soluções para problemas e conflitos que se
constatarem no âmbito educacional, de forma a:
a) assegurar rotinas de trabalho, ambientes de aprendizagens e uso de recursos
materiais que levem em consideração os ritmos de aprendizagem dos educandos,
vivências significativas próximas das práticas sociais nos diferentes campos de
experiência e áreas de conhecimento;
b) favorecer o desenvolvimento de interações entre os membros da Unidade
Educacional, que reflitam valores de respeito, responsabilidade, cooperação, dentre
outros;
c) não criar impedimentos ao acesso e permanência dos educandos na Unidade
Educacional, observadas as normatizações pertinentes;
d) desenvolver medidas que disciplinem a utilização de aparelhos celulares e outros
recursos tecnológicos pessoais nas dependências da Unidade Educacional, observada
a legislação vigente e o Regimento Educacional;
e) estabelecer critérios educativos quando o educando produzir danos materiais nas
dependências da Unidade ou em objetos de propriedade de terceiros da comunidade
educacional interna, se maior de idade, ou por meio de seu responsável, se criança
ou adolescente;
IV - criar condições de proteção em que a crueldade, a agressão, o preconceito e a
discriminação de qualquer natureza sejam repudiados;
V - promover a construção de atitudes de respeito e solidariedade, por meio do
fortalecimento de práticas que promovam o respeito pelos direitos, educação pela
paz, liberdade, respeito à vida e diversidade humana, formação de vínculos entre as
pessoas e entre elas e os outros;
VI - zelar pela integridade física, psíquica e moral do educando, abrangendo a
preservação da sua imagem, identidade, autonomia, valores, ideias e crenças,
espaços e objetos pessoais;
VII - acolher as crianças, jovens e adultos fragilizados por situações de vulnerabilidade,
de modo que se sintam afetivamente confortáveis e seguros, de forma a superar suas
dificuldades.
Art. 62 - Caberá à Equipe Gestora:
I – gerir com eficiência, eficácia e economicidade os recursos físicos, humanos e
materiais disponíveis para a Unidade tendo em vista os objetivos e metas
estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação e os previstos no Projeto
Político-Pedagógico;

78
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

II - garantir ambiente organizado e socialmente saudável, que propicie condições de


desenvolvimento indispensáveis aos educandos, de forma a serem trabalhadas suas
aptidões e expressão de interesses, visando sua participação ativa, pacífica e
produtiva nos diversos aspectos da vida social;
III – criar condições ambientais e situações que favoreçam a recepção e o
acolhimento da comunidade escolar agregando-a a construção e execução do Projeto
Político-Pedagógico da Unidade Educacional.
IV - participar dos processos de avaliação institucional externa, realizados pela
Secretaria Municipal de Educação observadas as diretrizes por ela definidas;
V - considerar os resultados das diferentes avaliações institucionais no seu processo
de planejamento, de modo a nortear seu replanejamento.
Art. 63 - Observadas as diretrizes definidas no Capítulo VII do Título III deste Anexo, a
Unidade Educacional poderá, ainda, estabelecer regras adicionais, que integrarão as
Normas de Convívio já estabelecidas.
Seção V
Da participação dos Pais ou Responsáveis
Art. 64 – Os pais ou responsáveis participarão do processo de elaboração e
realização do Projeto Politico-Pedagógico, mediante:
I – acompanhamento do processo educativo;
II - garantia da frequência das crianças e jovens nas atividades curriculares;
II – acesso a informações sobre a vida escolar de seus filhos;
III – ciência e acompanhamento do processo ensino-aprendizagem;
IV – definição da proposta político-pedagógica;
V – atuação nas instâncias representativas;
VI – atendimento às convocações;
VII – respeito às equipes gestora, docente e de apoio à educação, cumprindo suas
determinações;
VIII – ciência dos termos do Regimento e do Projeto Político-Pedagógico.
Seção VI
Das Medidas Disciplinares Aplicáveis aos Educandos
Art. 65 – A necessidade de assegurar a qualidade de ensino, direitos e objetivos de
aprendizagem e segurança a todos os envolvidos na ação educativa, em especial aos
educandos, pressupõe a comunidade educacional elencar nestas normas
disciplinares o conjunto de medidas aplicáveis de acordo com o estabelecido no
Regimento.

79
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 66 - O descumprimento das Normas de Convívio pelo educando deverá ser


analisado, caso a caso, de forma associada a um tratamento educativo, considerando
a gravidade da falta, faixa etária e histórico disciplinar do educando, dentre outros,
podendo estabelecer, no limite máximo, as seguintes sanções:
I. Repreensão;
II. Advertência escrita;
III. Suspensão.
§ 1º - As sanções previstas neste artigo não se aplicarão às crianças matriculadas
nos CEIs/CEMEIs e EMEIs da Rede Municipal de Ensino, bem como, as previstas no
inciso III deste artigo, não se aplicarão aos estudantes do Ciclo de Alfabetização do
Ensino Fundamental.
§ 2º - Para os educandos com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento,
sanções só poderão ser aplicadas se puderem ser compreendidas pelo educando.
§ 3º - As sanções previstas no caput deste artigo serão aplicadas pelo Diretor de
Escola, a quem caberá adotar a medida condizente para a resolução da situação,
resguardado o direito a defesa.
§ 4º - Nos procedimentos destinados a aplicação de penalidade, os pais ou
responsáveis tomarão ciência dos fatos por meio de comunicação expressa a ser
emitida pela Direção da Unidade Educacional.
Art. 67 – A suspensão será aplicada, no limite máximo de 3 (três) dias.
Parágrafo Único - No cumprimento da sanção de suspensão será apontada falta-dia
ao educando, resguardado o direito às avaliações ministradas no período, realizando-
as ao retornar.
Art. 68 - Na aplicação da pena disciplinar, o Diretor da Unidade Educacional deverá
dar ciência expressa ao educando ou a seu responsável, se com idade inferior a 18
anos.
Seção VII
Dos Instrumentos de Gestão
Art. 69 – Para garantia de atendimento às finalidades das Normas de Convívio caberá,
ainda, à Equipe Gestora da Unidade Educacional promover ações que visem:
I - o envolvimento de pais ou responsáveis no cotidiano educacional, por meio de
reuniões de orientação, dentre outros;
II - o encaminhamento, conforme o caso, aos serviços de:
a) orientações específicas, em situações de abuso de drogas, álcool ou similares e/ou
em casos de intimidações baseadas em preconceitos ou assédio;

80
Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

b) saúde adequada, quando o educando apresentar distúrbios que estejam


interferindo no processo de aprendizagem ou no ambiente educacional;
c) assistências sociais existentes, quando do conhecimento de situação do educando
que demande atendimento;
III - o encaminhamento ao Conselho Tutelar em caso de abandono intelectual, moral
ou material por parte de pais ou responsáveis;
IV - a comunicação às autoridades competentes dos órgãos da Secretaria de
Segurança Pública, do Poder Judiciário e do Ministério Público, quando o ato
indisciplinar configurar também ato infracional.
§ 1º - Na hipótese de configurar ato infracional cometido por adolescente entre 12
e 18 anos o fato deverá ser comunicado à autoridade policial e, se cometido por
criança até 12 anos incompletos, deverá ser comunicado ao Conselho Tutelar.
§ 2º - O Diretor da Unidade Educacional poderá, ainda, propor ao Conselho de Escola,
a transferência de educandos para outra Unidade Educacional, como medida de
proteção à integridade do próprio educando ou na preservação de direitos de outros
educandos, ouvido o Conselho de Escola e a família.
§ 3º - Uma vez aprovada pelo Conselho de Escola, a transferência de que trata o
parágrafo anterior, será encaminhada à respectiva Diretoria Regional de Educação
para análise, deliberação e providências de acomodação do educando em outra
Unidade, além de possíveis encaminhamentos aos órgãos dedicados à proteção da
criança e do adolescente.
Art. 70 – A comunicação de ato infracional, referida no inciso IV deste artigo, às
autoridades competentes não exclui a possibilidade de aplicação das sanções
disciplinares cabíveis para cada caso.
TITULO IV
DO REGIME ESCOLAR
Capítulo I
Do Calendário de Atividades
Art. 71 - A Unidade Educacional elaborará anualmente o seu calendário de atividades,
integrando-o ao Projeto Político-Pedagógico, a partir das diretrizes emanadas pela
Secretaria Municipal de Educação.
Art. 72 - A Unidade Educacional encerrará o ano letivo somente após ter cumprido
em todas suas classes os mínimos de:
I - 200 (duzentos) dias e 800 (oitocentas) horas de efetivo trabalho escolar, para cada
classe do Ensino Fundamental regular ou EJA no que couber e do Ensino Médio, e
cada agrupamento da Educação Infantil, independentemente de sua distribuição nos
dois semestres letivos;

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

II – 100 (cem) dias de efetivo trabalho escolar e carga horária de 400 (quatrocentas)
horas de cada semestre das Etapas da Educação de Jovens e Adultos.
Parágrafo Único – Na hipótese de ocorrência de déficit, quer em relação ao mínimo
de dias de efetivo trabalho escolar previstos neste artigo, quer em relação à carga
horária estabelecida para cada componente curricular/disciplina, a escola deverá
efetuar a reposição de aulas e/ou dias de efetivo trabalho escolar.
Art. 73 – Serão considerados como dias de efetivo trabalho escolar, aqueles que
envolvem atividades previstas no Projeto Político-Pedagógico da Unidade Educacional,
de participação obrigatória para o educando e orientada por profissional habilitado.
Art. 74 - As aulas somente poderão ser suspensas em decorrência de situações que
justifiquem tal medida, nos termos da legislação vigente, ficando a reposição para
devido cumprimento dos mínimos legais fixados.
Art. 75 - As Unidades Educacionais definirão no seu calendário de atividades, reunião
com pais ou responsáveis, bimestralmente, para o acompanhamento do processo
educativo.
Parágrafo Único - Nas reuniões de acompanhamento referidas no “caput”, os
professores deverão apresentar dados de avaliação e frequência dos educandos, de
acordo com os registros do trabalho desenvolvido.
Capítulo II
Da Matrícula
Art. 76 - A matrícula para todas as Etapas/Modalidades de Ensino será efetuada
conforme normas fixadas pela Secretaria Municipal de Educação.
§ 1° - A matrícula será realizada de forma ininterrupta em todas as Etapas/
Modalidades de Ensino, inclusive na EJA, respeitada a compatibilização de vagas
realizada no sistema informatizado.
§ 2° - A Equipe Escolar e o Conselho de Escola darão ampla divulgação do edital de
matrícula, fixando-o nas dependências da escola e em locais acessíveis à população.
§ 3° - Efetivada a matrícula de educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, a Unidade Educacional deverá
informar, imediatamente, às respectivas Diretorias Regionais de Educação para o
acompanhamento pelos Centros de Apoio e Acompanhamento à Inclusão - CEFAIs e
possíveis encaminhamentos.
Art. 77 - A matrícula inicial será efetuada mediante requerimento do pai ou
responsável, ou do próprio educando, se maior observados os critérios definidos em
Portaria específica expedida pela Secretaria Municipal de Educação - SME.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 78 - É expressamente vedado à Unidade Educacional condicionar a


matrícula/rematrícula ao pagamento de taxas de quaisquer naturezas ou outras
exigências adicionais às previstas
pela legislação.
Capítulo III
Da Classificação e da Reclassificação
Art. 79 - A classificação dos educandos em qualquer ano/ semestre/série, exceto a
primeira do ensino fundamental, pode ser feita:
I - por promoção ou retenção - aos que cursaram o ano/ semestre/série na própria
escola;
II - por transferência - aos procedentes de outros estabelecimentos de ensino,
mediante apresentação de documento de escolaridade e que requereram matrícula
no ano/semestre/série ali indicado;
III - independentemente de escolarização anterior e não possuírem documento
comprobatório de escolaridade e requererem matrícula em determinado
ano/semestre/série letivo.
Parágrafo Único - No caso do inciso III deste artigo, a Unidade Educacional procederá
à classificação por meio de avaliação, que deverá contemplar a base nacional comum,
obedecendo aos seguintes procedimentos:
I - a direção da escola nomeará comissão composta por, no mínimo, 3 (três)
educadores, dentre docentes e especialistas, que avaliarão a condição do educando,
idade, grau de desenvolvimento, experiências anteriores ou outros critérios que a
escola indicar;
II - a comissão emitirá parecer sobre o ano/etapa/série adequado para a matrícula,
apontando, se necessário, eventuais intervenções pedagógicas;
III - o parecer da comissão deverá ser aprovado pelo Diretor de Escola.
Art. 80 - A reclassificação será aplicada quando o educando, representado pelo
pai/responsável, se menor de idade, ou seu professor ou membro da equipe gestora
da Unidade Educacional, requerê-la justificadamente nas situações:
I – ao educando que estiver matriculado na própria Unidade Educacional e seja
requerida matrícula em ano/semestre/série diversa(o) daquela(e) em que foi
classificado:
II – ao educando que se transferir para a Unidade Educacional, apresentando
documento de escolaridade e requerer matrícula em ano/semestre/série diversa(o)
do(a) indicado(a).
Parágrafo Único - Para cumprimento do disposto neste artigo, serão adotados os
procedimentos especificados no Parágrafo Único do artigo anterior.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 81 - Serão admitidas transferências no decorrer de todo o ano letivo.


Parágrafo Único - Em caso de transferência do educando no decorrer do semestre
letivo, caberá à equipe docente o preenchimento da ficha descritiva do desempenho
do educando referente ao período cursado.
Art. 82 - Deverão ser recebidas transferências de educandos provenientes do
estrangeiro, respeitadas as determinações legais e adotadas as providências relativas
à equivalência de estudos.
Art. 83 - A transferência do Ensino Fundamental Regular e do Ensino Médio para os
cursos da Educação de Jovens e Adultos ou vice-versa será possível no início do
período letivo da unidade de destino, em ano/série/semestre subsequente à(ao)
vencida(o).
Art. 84 - A transferência entre cursos de Educação de Jovens e Adultos – EJA será
possível durante o semestre letivo, mediante a utilização dos recursos de
Classificação e Reclassificação.
Capítulo IV
Da Recuperação das Aprendizagens
Art. 85 – A avaliação da aprendizagem, contínua e cumulativa, é um conjunto
sistematizado de ações definido no Projeto Político-Pedagógico e no Regimento
Educacional, que indica o grau de progresso dos educandos em função dos objetivos
propostos e propiciam o levantamento de dificuldades e as intervenções pedagógicas
necessárias para a sua superação.
Art. 86 – Os educandos que não apresentarem os progressos previstos serão objeto
de estudos de recuperação contínua, e se necessário, da paralela, nos termos da
legislação específica.
§ 1º - A recuperação, na forma do caput deste artigo e definida no Projeto Político-
Pedagógico, processar-se-á de forma:
I- Contínua - ação permanente em sala de aula, pela qual o professor, por meio de
estratégias diferenciadas leva os educandos a superar suas dificuldades;
II- Paralela - aquela realizada em horário diverso do da classe regular e será entendida
como ação específica para atendimento dos educandos que não atingiram as metas
estabelecidas pela Unidade Educacional de acordo com as diretrizes da Secretaria
Municipal de Educação.
§ 2º - Os resultados obtidos pelos educandos nas atividades de Recuperação Paralela
serão sistematizados periodicamente pelo professor regente e considerados nos
diferentes momentos de avaliação adotados pelo Professor da
classe/ano/série/semestre.
Capítulo V

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Da Apuração da Assiduidade
Art. 87 - Caberá a Equipe Gestora em conjunto com a Equipe Docente definir ações
que visem à promoção da permanência e frequência das crianças, jovens e adultos,
na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Art. 88 – Cada Unidade Educacional deverá realizar controle sistemático da
frequência dos educandos às atividades escolares e adotar as medidas necessárias,
nos casos de educandos com frequência irregular.
Art. 89 – O controle da frequência às atividades educacionais deverá ser registrado
diariamente pelos respectivos professores, nos Diários de Classe, e enviadas a Equipe
Gestora para análise e tomada de decisão nos casos de constatação de frequência
irregular do educando.
§ 1º - Constatada frequência irregular o professor deverá comunicar à Equipe
Gestora para a adoção das medidas cabíveis, previstas no Regimento Educacional.
§ 2º - Os dados relativos à apuração da assiduidade deverão ser comunicados ao
educando e aos pais/responsáveis, no decorrer do período letivo, na periodicidade
bimestral ou sempre que houver necessidade.
Art. 90 - A apuração da assiduidade, em cada ano/bimestre/semestre letivo far-se-
á:
I – Na Educação Infantil, Infantil I e II, pelo cálculo da porcentagem em relação ao
número de dias de efetivo trabalho educacional, exigida a frequência mínima de 60%
(sessenta por cento) do total de horas;
II - No Ensino Fundamental regular - Ciclo de Alfabetização, 4º e 5º anos do Ciclo
Interdisciplinar e nas Etapas de Alfabetização e Básica da EJA, pelo cálculo da
porcentagem em relação ao número de dias letivos, exigida a frequência mínima de
75% (setenta e cinco por cento) do total de dias previstos no período letivo;
III - No Ensino Fundamental regular - 6º ano do Ciclo Interdisciplinar e demais anos
do Ciclo Autoral, nas Etapas Complementar e Final da EJA e nas séries do Ensino
Médio, exigida a frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total das
aulas previstas no período letivo e de 50% (cinquenta por cento) das aulas previstas
em cada componente curricular/disciplina;
IV- Na EJA Modular a frequência exigida para a promoção deverá ser de 100% (cem
por cento) em cada módulo, por componente curricular.
§ 1º - No caso do educando se matricular em outra época que não a do início do
período letivo, a apuração da frequência deverá incidir sobre o período que se inicia a
partir de sua matrícula até o final do período letivo, calculando-se os percentuais sobre
as atividades desse período.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

§ 2º - No caso de matrícula por transferência, a frequência será apurada


considerando-se o somatório da unidade de origem e o da escola recipiendária.
Art. 91 – Caberá a Equipe Gestora e docente a adoção das medidas necessárias
junto aos pais ou responsáveis para regularizar a frequência do educando que não
apresentar a frequência mínima exigida, oferecendo atividades de compensação de
ausências, quando for o caso, conforme previsto no Regimento.
Parágrafo Único: O Conselho de Escola deverá ser informado sobre os casos de
reiteradas faltas injustificadas e de evasão escolar a fim de que sejam discutidas
providências cabíveis para cada caso.
Art. 92 - Esgotados todos os recursos previstos no Regimento Educacional, para
regularização da frequência do educando, a Equipe Gestora notificará formalmente o
Conselho Tutelar, nos casos de reiteradas faltas injustificadas e de evasão escolar
para adoção de medidas no seu campo de atuação visando ao retorno do educando
as aulas.
Parágrafo Único – Após notificação ao Conselho Tutelar, permanecendo irregular a
situação do educando a Unidade Educacional poderá, decorrido o prazo de 30 (trinta)
dias consecutivos, disponibilizar a vaga.
Capítulo VI
Da Compensação de Ausências
Art. 93 – Caberá a Unidade Educacional oferecer, bimestralmente, atividades de
compensação de ausências para os educandos que ultrapassaram o limite de
25%(vinte e cinco por cento) do total das aulas dadas, conforme critérios
estabelecidos no Regimento, com a finalidade de sanar as dificuldades de
aprendizagem provocadas por frequência irregular às aulas.
§ 1º – A partir do 6º ano do Ensino Fundamental regular, das Etapas Complementar
e Final da EJA e do Ensino Médio será considerado, para compensação de ausências,
o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do total de aulas por componente curricular.
§ 2º - Na EJA Modular será exigida de 100% (cem por cento), a compensação de
ausências dar-se-á nos termos da legislação específica.
Art. 94 – Caberá aos Professores sob a coordenação da Equipe Gestora da Unidade
Educacional, elencar critérios para a seleção de atividades que promovam a
compensação da ausência, por meio do aprendizado dos conteúdos desenvolvidos no
período de ausência do educando, bem como, organizar cronograma para o seu
cumprimento/disciplina.
Parágrafo Único - As atividades de compensação de ausências serão orientadas,
registradas e avaliadas pelo Professor da classe/componente curricular.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Art. 95 - No final do bimestre letivo, a frequência às atividades de compensação de


ausências será descontada do número de faltas registradas para apuração final da
assiduidade.
Parágrafo Único- Se o educando vier a se transferir no decorrer do ano letivo, o
desconto referido neste artigo será efetuado no ato da transferência.
Capítulo VII
Da Promoção
Art. 96 - A promoção ou retenção do educando decorrerá da avaliação do processo
educativo e da apuração da assiduidade, nos últimos anos dos Ciclos de Alfabetização,
Interdisciplinar e em cada ano do Ciclo Autoral do Ensino Fundamental regular, ao final
de cada semestre nas Etapas da EJA, exceto na Etapa de Alfabetização onde a
promoção/retenção só se dará ao final do segundo semestre e ao final de cada série
do Ensino Médio.
Parágrafo Único - Nos demais anos dos Ciclos do Ensino Fundamental, os educandos
terão direito à continuidade de estudos nos anos subsequentes:
a) independentemente do resultado obtido na avaliação do aproveitamento do
processo educativo;
b) se obtiverem a frequência mínima exigida pela Lei Federal nº 9.394/96 e demais
dispositivos legais.
Art. 97 - Será considerado promovido o educando que, ao final dos Ciclos
Interdisciplinar e Autoral do Ensino Fundamental, nos 7ºs e 8ºs anos do Ensino
Fundamental, nos Semestres da EJA, exceto na Etapa de Alfabetização e série do
Ensino Médio, alcançar nota igual ou superior a 5,0 (cinco) em cada Componente
Curricular, considerada a frequência do educando, e acordo com as normas legais
vigentes.
§ 1º - No final do Ciclo de Alfabetização do Ensino Fundamental, será considerado
promovido para o Ciclo subsequente, o educando que obtiver conceito “P” ou “S” em
cada Componente Curricular, com base na análise de seu desempenho global e
apuração da assiduidade nos termos da legislação em vigor.
§ 2° - A promoção em Educação Física e Arte e nos Componentes Curriculares da
Parte diversificada decorrerá, apenas, da apuração da assiduidade, exceto no Ensino
Médio em que a promoção nas disciplinas da Parte Diversificada decorrerá, também,
da avaliação do aproveitamento.
§ 3º - Na hipótese de o educando não alcançar o Conceito/Nota referidos neste
artigo, o desempenho global do educando será objeto de análise e decisão por parte
do Conselho de Classe.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

§ 4°- A decisão do Conselho de Classe quanto à promoção ou retenção do educando


será expressa mediante Parecer Conclusivo, por meio das categorias: Promovido (P)
e Retido (R).
Capítulo VIII
Dos Certificados
Art. 98 - Aos educandos aprovados ao final do Ensino Fundamental regular, da
Educação de Jovens e Adultos - EJA e do Ensino Médio será conferido Certificado de
Conclusão.
Parágrafo Único - Para os educandos concluintes da Educação Infantil será expedido
documento comprobatório de conclusão da primeira etapa obrigatória da Educação
Básica.
Art. 99 - Os Diplomas e Certificados de Qualificação Profissional, relativos a cursos de
Educação Profissional Técnica de nível médio serão expedidos pela própria Unidade
Educacional, respeitadas as normas específicas de cada curso e devidamente
registrados no Sistema Nacional de Informações de Educação Profissional e
Tecnológica - SISTEC.
Art. 100 - As Unidades Educacionais deverão viabilizar ao educando com grave
deficiência mental ou múltipla que não apresentar resultados de escolarização
previstos no inciso I do artigo 32 da LDB/96, terminalidade específica do Ensino
Fundamental, desde que assegurada a duração mínima de escolaridade obrigatória
de nove anos e esgotados todos os recursos educativos.
Parágrafo Único - A terminalidade específica de que trata o "caput" deste artigo será
conferida por meio de certificação de conclusão de escolaridade, com Histórico
Escolar, acompanhado de Relatório Descritivo com a especificação das competências
e habilidades desenvolvidas e aptidões adquiridas, elaborado a partir de avaliação
pedagógica realizada em conjunto com a família, representante do CEFAI, Supervisor
Escolar, Equipe Gestora, docentes envolvidos e, se necessário, de representante da
Saúde.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 101 – A Unidade Educacional que contar com o desenvolvimento de projetos
educacionais desenvolvidos além da carga horária regular do educando deverá,
respeitadas as normatizações próprias, incluí-los ao Projeto Político- Pedagógico e
também no Regimento Educacional.
Art. 102 - Os documentos da Secretaria de Escola são de uso exclusivo da Unidade
Educacional e das autoridades escolares, sendo vedado o seu manuseio por pessoas
estranhas a escola, assim como a cessão de cópias a terceiros, exceto nos casos
previstos na legislação em vigor.
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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Parágrafo Único - Fica assegurado a todos os membros da comunidade o acesso à


consulta e ciência dos referidos documentos pertinentes aos seus tutelados.
Art. 103 - Deverão ser expedidas segundas vias de documentos, de prontuário de
educandos e funcionários com visto do Diretor de Escola, por meio de requerimento
do interessado ou do pai ou responsável, quando menor.
Art. 104 - Os bens permanentes adquiridos com verbas do orçamento público,
inclusive com as do Programa de Transferência de Recursos Financeiros às
Associações de Pais e Mestres- PTRF, do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE
e/ou de outras fontes farão parte do patrimônio da escola, devendo ser registrados
em livro próprio.
Art. 105 - O Regimento das Unidades Educacionais poderá ser alterado, quando
necessário, desde que observadas as Diretrizes estabelecidas nos Decretos nºs
54.453 e 54.453, ambos de 10/10/13 e Anexo Único desta Portaria, devendo as
alterações propostas serem submetidas à apreciação prévia do órgão competente,
nos termos do disposto nesta Portaria.
Art. 106 - O Diretor de Escola e o Conselho de Escola deverão tomar as providências
necessárias para que o Regimento da Unidade Educacional seja sempre reconhecido
pela comunidade escolar e local.

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Subsídios para a elaboração das Normas de Convivência

Publicação editada com fontes:

Câmbria tamanho 16 (títulos)


Eurostile tamanho 12 (textos)
Comic Sans tamanho 10
(preâmbulos)

Edição e Revisão:

Rodrigo Merli
Christian Sznick

90

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