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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA FAZENDO JUSTIÇA

Fortalecimento do Monitoramento e da Fiscalização do Sistema Prisional e Socioeducativo –


BRA/18/019

CONVOCAÇÃO nº 05/2021
Seleção de Projetos

Levantamento Nacional sobre a Aplicação do Instituto do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), no âmbito do Programa Fazendo Justiça – Fortalecimento do Monitoramento e da Fiscalização
do Sistema Prisional e Socioeducativo – BRA/18/019, tornam pública a presente convocação para seleção
pública de projetos de pesquisa e CONVIDA os/as interessados/as a apresentarem propostas, nos termos aqui
estabelecidos.

1. ANTECEDENTES

O Programa Fazendo Justiça, é fruto do projeto de cooperação técnica internacional firmado entre Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – projeto
BRA/18/019, com apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e tem por objeto o
desenvolvimento de estratégias para promover a redução da superlotação e superpopulação carcerária no
Brasil, com enfoque nas políticas de alternativas penais e de monitoração eletrônica de pessoas, bem como
para o fomento ao cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto. No escopo do Programa também
estão previstas ações relacionadas à promoção da cidadania e à garantia de direitos das pessoas privadas de
liberdade, assim como para a qualificação da gestão da informação, com a implementação nacional do Sistema
Eletrônico de Execução Unificado (SEEU).

Os marcos institucionais que tornaram possível o Programa foram, em grande medida, inaugurados pelos

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Acordos de Cooperação nº 5, 6 e 7 de 2015, celebrados entre o CNJ e o Ministério da Justiça (MJ). Os referidos
Acordos estabeleceram diretrizes e ações relativas ao CNJ e ao MJ no intuito da promoção e qualificação das
audiências de custódia, das políticas de alternativas penais e de monitoração eletrônica de pessoas com intuito
de estimular o potencial desencarcerador desses aparatos e assegurar o uso de tais ferramentas com respeito
aos direitos fundamentais, em substituição à privação de liberdade. O Fazendo Justiça destaca o protagonismo
do Poder Judiciário brasileiro, por meio do CNJ, na formulação, no acompanhamento da implementação e da
avaliação de ações capazes de alcançar resultados efetivos na transformação do atual quadro do sistema
carcerário e socioeducativo nacional. As ações previstas estão ancoradas, ainda, em parcerias firmadas entre o
CNJ e o MJ, especificamente com o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). Dentre as metas
pactuadas entre as instituições em Termo de Execução Descentralizada, firmado em 2018, voltado
especificamente à Redução da Superlotação e da Superpopulação Carcerária, está a construção de diagnósticos
que contribuam para a construção de conhecimento nesses temas, objeto do presente documento. Para alcançar
os objetivos do Programa, estão previstos os seguintes eixos de implementação:

1. Estratégia para a redução da superlotação e superpopulação carcerária no Brasil desenvolvida e


implantada, incluindo iniciativas como: alternativas penais, monitoração eletrônica, audiência de
custódia, mutirão carcerário, práticas restaurativas, entre outros.

2. Estratégia para controle do quantitativo de adolescentes em privação de liberdade desenvolvida e


implantada: gestão da informação, práticas restaurativas, ações de cidadania, entre outras.

3. Subsídios para a promoção da cidadania e garantia de direitos das pessoas privadas de liberdade no
Sistema Prisional e Socioeducativo desenvolvidos: atenção à pessoa egressa, inserção ao trabalho,
fomento a políticas sociais e saúde para pessoas presas.

4. Projeto “Penas inteligentes”, contemplando a disseminação nacional do Sistema Eletrônico de


Execução Unificado (SEEU), implantado e avaliado, além da integração com outros sistemas, bem
como a documentação de pessoas privadas de liberdade a partir da identificação biométrica.

5. Gestão eficiente e gestão do conhecimento do projeto realizadas.

O presente edital é realizado no âmbito do Eixo 1 – Proporcionalidade penal, que integra quatro macro temas
de atuação: 1). Alternativas Penais, 2). Audiência de Custódia, 3). Controle da Superlotação Carcerária e 4).
Justiça Restaurativa.

O edital tem por motivação estabelecer um panorama nacional acerca da aplicação do Acordo de Não
Persecução Penal (ANPP), instituto do direito penal negocial introduzido no ordenamento jurídico brasileiro
pela Lei nº 13.964/2019 e incorporado no Código de Processo Penal em seu artigo 28-A. Sob a nova legislação,
o representante do Ministério Público propõe o ANPP ao acusado e ao seu defensor, devendo alcançar um
acordo sobre os termos e condições a serem cumpridas pelo acusado. Deve ainda haver a homologação do

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ANPP pela autoridade judiciária em audiência. Estas normas se inspiram no modelo do “plea bargain” do
direito penal anglo-saxão.

Em 2017, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) buscou promover o instituto no bojo da
Resolução CNMP nº 181, a qual previa, em seu artigo 18, a possibilidade de o Ministério Público propor a
celebração de um Acordo de Não Persecução Penal. Contudo, o ato normativo foi questionado por meio de
duas ações diretas de inconstitucionalidades que alegaram vício de competência deste Conselho para legislar
em matéria processual penal, de competência exclusiva do legislador federal. Em 2019, com a promulgação
da Lei nº 13.964/2019, o Congresso Nacional sanou o questionamento acerca da legalidade do Acordo de Não
Persecução Penal e, desde então, o artigo 28-A do Código de Processo Penal estabelece os parâmetros para a
propositura do ANPP. A referida lei entrou em vigor em janeiro de 2020 e tem sido implementada nos
diferentes tribunais do país.

Para o Conselho Nacional de Justiça é de grande relevância compreender os contornos da aplicação prática
deste novo instituto de justiça penal negocial, particularmente em face de sua competência estabelecida pelo
art. 103-B, § 4º, I da Constituição Federal de 1988. Além disso, o levantamento destas informações
proporcionará a adoção de medidas de aperfeiçoamento pelo CNJ, por meio do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas
(DMF), com atribuição para propor “a uniformização de procedimentos, bem como de estudos para
aperfeiçoamento da legislação sobre a matéria”, assim como “acompanhar e monitorar projetos relativos à
abertura de novas vagas e ao cumprimento da legislação pertinente em relação ao sistema carcerário”,
consignadas na Lei nº 12.106/2009.

2. OBJETO

2.1. A presente convocação tem por objeto a seleção de pessoas jurídicas públicas e/ou privadas sem fins
lucrativos, nacionais e/ou internacionais, incluindo organizações da sociedade civil que, atendendo aos
requisitos e termos constantes nesta convocação, tenham experiência na realização de estudos e pesquisas, de
natureza quantitativa e qualitativa, habilidade técnica, experiência com a análise em direito comparado e
interesse para a condução de pesquisa com foco no mapeamento do cenário de aplicação do Acordo de Não
Persecução Penal (ANPP), junto à magistratura com competência para a jurisdição criminal, nas fases pré-
processual, processual e de execução penal, incluindo a execução de penas e medidas alternativas, no âmbito
tanto da justiça estadual como da federal.

2.2. Os produtos elaborados abarcarão os 26 Estados Brasileiros e Distrito Federal, podendo contar com
grupos de trabalho com magistradas e magistrados representantes das principais regiões brasileiras, indicados
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por meio de critérios consolidados a partir de articulação com o CNJ e o PNUD.

2.3. A instituição selecionada terá o prazo de 08 (oito) meses para o desenvolvimento de todos os produtos
pactuados, a partir da assinatura do acordo, sendo possível a prorrogação do prazo, sem aditivo de valores,
desde que devidamente justificada em razões concretas.

2.4. A instituição selecionada ficará responsável pelo desenvolvimento e aplicação de metodologias e


instrumentos de pesquisa quantitativa e qualitativa, a partir da elaboração, execução e entrega dos produtos
descritos no presente edital.

2.5. Todos os produtos devem ser validados pelo PNUD e, caso seja necessário, versões revisadas deverão
ser novamente apresentadas pela selecionada.

2.6. A publicação do relatório final da presente consultoria, na íntegra ou em partes, está sujeita à avaliação
do PNUD e do CNJ.

2.7. A pesquisa deverá se atentar às especificidades indicadas nos termos do Anexo I e II desta convocação.
PRODUTO DESCRIÇÃO
Apresentação da versão detalhada do plano de trabalho, de
Produto 1 – Plano de trabalho detalhado e acordo com as orientações do CNJ e do PNUD, promovendo
instrumento de pesquisa de tipo as adequações necessárias ao melhor desenvolvimento dos
quantitativo para mapeamento da trabalhos e ao atendimento dos objetivos geral e específicos
aplicação do ANPP indicados nas Diretrizes de Pesquisa, o qual deverá conter
cronograma, bem como a formulação das perguntas que
deverão constar do instrumento de pesquisa quantitativa.
Relatório técnico, contendo o registro da aplicação do
Produto 2 – Relatório técnico da etapa de instrumento de coleta de dados quantitativos, com a
pesquisa quantitativa e desenho da sistematização de seus resultados, bem como proposta de
pesquisa qualitativa pesquisa qualitativa para aprofundamento dos achados
preliminares.

Produto 3 – Relatório técnico da etapa de Relatório técnico, contendo registro da realização da pesquisa
pesquisa qualitativa qualitativa, com a sistematização de seus resultados.
Produto 4 – Relatório de estudo de direito Relatório de estudo comparado que inclua a revisão de
comparado sobre modalidades de plea literatura, a identificação e apresentação de no mínimo três
bargaining similares ao ANPP em outros experiências internacionais de justiça penal negocial (plea
países bargain) que ofereçam elementos de análise comparativa com
o Acordo de Não Persecução Penal em vigor no Brasil, à luz
dos achados mapeados pelas pesquisas quantitativa e
qualitativa descritas nos produtos anteriores.

Relatório final que apresente o estado da arte da aplicação do


Produto 5 – Relatório de pesquisa sobre a ANPP a partir do mapeamento de informações por meio das
aplicação do ANPP pesquisas com métodos quantitativos, qualitativos e de
experiências comparadas descritas nos produtos anteriores.

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3. RESULTADOS ESPERADOS

3.1. Produzir subsídios para fortalecer os procedimentos relacionados ao acordo de não persecução penal nos
Tribunais de Justiça no âmbito da justiça estadual bem como da federal, nas 27 Unidades da Federação (UFs).

3.2. Proporcionar o primeiro levantamento de abrangência nacional sobre a aplicação do Acordo de Não
Persecução Penal, visando estabelecer uma linha de base para futuras pesquisas de monitoramento e avaliação
de impacto do direito penal negociado.

3.3. Identificar boas práticas e fomentar a troca de experiências referentes ao Acordo de Não Persecução Penal
nas fases pré-processual, processual e de execução penal, incluindo a execução de penas e medidas alternativas,
no âmbito da justiça estadual bem como da federal, nas 27 Unidades da Federação (UFs).

4. DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES PREVISTAS NA PARCERIA

O Levantamento sobre ANPP será desenvolvido a partir de interlocução direta com o PNUD e o CNJ,
observadas as seguintes diretrizes:

4.1. Caberá ao CNJ:


4.1.1 Constituir diálogo contínuo com os Grupos de Monitoramento e Fiscalização dos Tribunais (GMFs),
visando alinhar as ações fomentadas com a realidade e dinâmica das distintas localidades;
4.1.2 Realizar o acompanhamento da parceria, em colaboração com o PNUD, a partir do objeto pactuado
com a instituição contratada e interlocução direta com os Tribunais;
4.1.3 Alinhar as ações desenhadas com as demais políticas do Conselho Nacional de Justiça afetas à
temática.

4.2. Caberá ao PNUD:


4.2.1 Realizar a supervisão e acompanhamento da parceria, a partir do objeto pactuado com a instituição
parceira e em articulação com o CNJ;
4.2.2 Avaliar e aprovar, em articulação com o CNJ, os produtos entregues pela instituição parceira, assim
como os respectivos relatórios de execução orçamentária;
4.2.3 Realizar os pagamentos previstos, mediante entrega e aprovação dos respectivos produtos e relatórios
de execução orçamentária.

4.3 Caberá aos Tribunais envolvidos:


4.3.1. Colaborar na sensibilização dos juízes e juízas que atuam no sistema de justiça criminal para
engajamento nas ações do projeto e nos processos de educação continuada;
4.3.2. Aderir à metodologia do projeto.

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4.4. Caberá à instituição selecionada:
4.4.1. Indicar a equipe que irá compor a coordenação geral, supervisão metodológica e assistente do projeto,
conforme perfis estabelecidos no Anexo I;
4.4.2. Desenvolver e validar as metodologias, instrumentais, grupos de trabalho e eventuais outras
ferramentas de pesquisa necessárias;
4.4.3. Elaborar e fazer as entregas dos produtos previamente pactuados.

5. ELEGIBILIDADE

5.1. Serão consideradas elegíveis pessoas jurídicas públicas e/ou privadas, sem fins lucrativos, incluindo
organizações da sociedade civil, nacionais e internacionais, que comprovadamente possuam experiência na
elaboração de estudos e pesquisas, de natureza quantitativa e qualitativa no campo da justiça criminal, em
especial atinentes às temáticas de alternativas penais, audiência de custódia, direito comparado e/ou
instrumentos do direto negocial.

5.2. Para fins de comprovação das atividades de pesquisa, as instituições deverão encaminhar no ato da
sua inscrição na seleção pública, cadastros de grupos e projetos no Diretório dos Grupos de Pesquisa do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou Programas de Pós-Graduação
reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com área de
concentração ou linha de pesquisa ligadas às áreas temáticas indicadas, e/ou outros documentos que
comprovem as atividades na área temática, como por exemplo atestados de capacidade técnica de pesquisas
semelhantes ou outros documentos comprobatórios.

5.3. A composição da equipe indicada serve como referência e ponto de partida para o projeto a ser
apresentado. Caso seja selecionada, a instituição poderá trabalhar com uma equipe de composição diversa,
devendo, contudo, considerar os parâmetros mínimos indicados, os objetivos gerais e específicos e, ainda,
assegurar a compatibilidade da equipe com a metodologia que for proposta.

5.4. Para fins de composição mínima, a equipe indicada na proposta deverá ser composta por: 01
coordenador/a e 02 pesquisadores/as, conforme especificações e atribuições estabelecidas no Anexo I.

6. HABILITAÇÃO

6.1. As instituições interessadas em participar do processo seletivo deverão apresentar:

6.1.1. Projeto que contemple proposta com definição de objeto, metodologia, equipe nacional designada,
objetivos do trabalho e cronograma.

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6.1.2. Relação nominal da equipe de pesquisa, que deverá ser coordenada por profissional com experiência
mínima comprovada de 10 anos de atuação na temática e com título acadêmico em nível de mestrado no campo
do direito, ciências humanas, ciências sociais aplicadas ou cursos correlatos e experiência na área
(coordenador/a-geral nacional da pesquisa). No caso de instituições internacionais, o/a coordenador/a-geral
deverá ter fluência em português (oral e escrita), e demonstrar o conhecimento da realidade local, por meio
das experiências comprovadas no tema.

6.1.3. Para fins de apresentação da equipe de pesquisa, deverão ser apresentados os currículos na língua
portuguesa de todos os membros, com o detalhamento das experiências, as funções a serem realizadas no
projeto e suas respectivas qualificações pessoais, incluindo o endereço eletrônico (e-mail) e telefones do/a
coordenador/a geral indicado.

6.3. A instituição proponente deve comprovar histórico de atuação na área de justiça criminal, justiça
penal negociada, plea bargain, direito comparado e monitoramento do devido processo legal podendo, para
tanto, apresentar fontes de comprovação anexadas ao projeto, tais como contratos, convênios, manuais e
relatórios elaborados no país e/ou internacionalmente, bem como termos anteriormente executados e o tempo
de execução;

6.4. A instituição proponente deve apresentar cronograma de realização do projeto de pesquisa,


observando os marcos iniciais e final estabelecidos nesta Convocação para execução do projeto, bem como, o
prazo para entrega dos produtos e desembolso detalhados neste edital;

6.5. A instituição proponente deve submeter orçamento detalhado com descrição dos custos de
implementação do projeto – dividido em produtos - e prazos para utilização dos recursos oriundos do apoio
financeiro do Projeto BRA/18/019 (cronograma de desembolso);

6.5.1. O orçamento deve englobar o planejamento das ações que serão executadas com os recursos
disponíveis em cada produto, conforme os prazos de entrega dos produtos. Despesas administrativas só serão
aceitas quando inequivocamente vinculadas ao objeto do projeto, sendo imprescindíveis à sua realização. No
caso de previsão de despesas administrativas, estas devem: a) estar detalhadas na proposta da instituição; b)
serem necessárias e proporcionais ao cumprimento do objeto; c) somadas à apresentação da memória de
cálculo do rateio da despesa, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma
mesma parcela de despesa; e d) ser contabilizadas de forma individualizada e mantidas em arquivo
devidamente documentadas, de forma a permitir eventuais verificações pelos órgãos de controle.

6.5.2. O orçamento deve definir, previamente, a partilha dos recursos a serem utilizados para remuneração
direta do/a profissional responsável pela coordenação do projeto e dos eventuais outros membros da equipe;

6.7. Proposta expressa de contrapartida institucional à parceria, que pode englobar desde a destinação de
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instalações físicas específicas até o aporte de recursos humanos ou financeiros ao projeto. É necessário
informar, por exemplo, as áreas dos profissionais e quantos, a instalação física disponibilizada (sala, prédio,
com qual estrutura física) ou o montante aportado no projeto.

6.8. Comprovação de documentação da instituição proponente:

6.8.1. Comprovante de inscrição e de situação cadastral (regular) no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ), no caso de instituições nacionais;

6.8.2. Para instituições internacionais, deverá ser apresentada documentação de representante legal no Brasil
e/ou CNPJ de filial ou, caso existente, documento de registro no país-sede da instituição;

6.8.3. Cópia do Estatuto Social ou documento equivalente para instituições internacionais.

6.9. Dados bancários (é necessário conta bancária em nome da instituição proponente). No caso de
instituições internacionais, apresentar dados bancários de conta internacional em nome da instituição
proponente.

6.10. Os projetos poderão ser apresentados em conjunto com outras instituições. Em caso de projetos
conjuntos, deverá ser identificado, no projeto apresentado, a instituição proponente, que liderará os trabalhos,
que será a responsável por firmar o acordo no âmbito do projeto e realizar a gestão dos recursos.

6.10.1. Mesmo que outras instituições subscrevam o projeto selecionado, a instituição proponente será
exclusivamente responsável por sua execução, não podendo transmitir tal responsabilidade a terceiros, nos
termos da Carta de Acordo a ser formalizada.

6.10.2. Caso o projeto seja apresentado em conjunto com outras instituições, deve-se comprovar parceria entre
as instituições e definir, previamente, a divisão de trabalho.

6.11. As propostas deverão ser assinadas pelo/a representante legal da instituição proponente e pelo/a
coordenador/a geral do projeto.

6.12. Não será aceita a substituição da instituição proponente por outra. Essa vedação aplica-se inclusive a
universidades e suas fundações de apoio ou mantenedoras. Caso uma fundação de apoio universitária seja a
executora do projeto, ela deverá ser também a proponente.

7. CRITÉRIOS DE JULGAMENTO

7.1. Os projetos apresentados pelas instituições deverão cumprir integralmente os requisitos previstos na
presente convocação.

7.2. A seleção das propostas submetidas em razão da presente convocação será realizada por intermédio de

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análises e avaliações comparativas por Comitê nomeado para esse fim, especialmente considerando a proposta
técnico-metodológica, a trajetória da instituição, a experiência da equipe e a adequação do projeto apresentado
a partir da sua incidência e transversalidade em fatores relacionados a raça e gênero observando-se os seguintes
critérios e pontuações:

ITEM CRITÉRIO DE OBJETIVO PONTUAÇÃ


AVALIAÇÃO O
A Experiência da Avaliar a trajetória institucional, considerando 40
instituição em práticas sua experiência com pesquisa de natureza
na temática em questão quantitativa e qualitativa no campo da justiça
criminal, em especial atinentes às temáticas de
alternativas penais, audiência de custódia, direito
comparado e/ou instrumentos do direto negocial
bem como a capilaridade de atuação da
instituição (experiências em regiões nacionais ou
internacionais)
B Experiência do/a Experiência do/a profissional com a temática; 30
profissional do/a considerando os objetivos e resultados esperados.
coordenador/a geral
C Metodologia de atuação Avaliar adequação do(s) método(s) proposto(s) 30
pela instituição frente aos objetivos geral e
específicos e aos resultados pretendidos, bem
como a viabilidade do projeto frente ao
cronograma e orçamento.

7.3. Para fins de apreciação e julgamento dos critérios, as instituições proponentes deverão incluir nas
propostas todas as informações pertinentes, mesmo que constantes em currículos na plataforma lattes, sites
institucionais, diretórios e grupos de pesquisa publicamente disponíveis.

7.4. O Comitê de Avaliação poderá aprovar propostas de forma condicionada. Neste caso, a assinatura da Carta
Acordo dependerá do atendimento de todas as exigências feitas pelo Comitê.

7.5. Caso o Comitê de Avaliação atribua o mesmo número de pontos a duas ou mais propostas, será utilizado
como critério de desempate a pontuação alcançada nos itens A e C acima. Não sendo possível o atendimento
deste critério de desempate, dar-se-á preferência para instituições com mais tempo de atuação comprovada no
campo de desenvolvimento de estudos e pesquisas no sistema de justiça penal.
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8. APOIO FINANCEIRO E CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO

8.1. Os recursos que serão aplicados na implementação do Acordo a ser firmado com as instituições
selecionadas são oriundos do Projeto BRA/18/019.

8.2. O apoio financeiro destinado à instituição será de até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) ou US$ 39.510
(trinta e nove mil, quinhentos e dez dólares americanos), calculados à taxa da publicação do edital (agosto de
2021 - 5,062).

8.2.1. Os pagamentos internacionais serão realizados na moeda dólar americano (USD), em conta
internacional designada, conforme valor do câmbio na data da contratação;

8.2.2. Caso a instituição tenha filial no Brasil, o pagamento será feito para a filial em moeda local.

8.3. Os pagamentos serão realizados mediante apresentação e aprovação dos produtos, com valores
baseados nos percentuais discriminados na tabela abaixo relativamente ao valor total da consultoria.

PRODUTO PARCELA DESEMBOLSO PRAZO DE ENTREGA

Produto 1 1ª 15% 15 dias após assinatura do contrato

Produto 2 2ª 20% 80 dias após assinatura do contrato

Produto 3 3ª 20% 110 dias após assinatura do contrato

Produto 4 4ª 15% 180 dias após assinatura do contrato

Produto 5 5ª 30% 240 dias após assinatura do contrato

8.4. As instituições deverão apresentar os produtos à equipe do PNUD e do CNJ em meio eletrônico ou
presencialmente, em Brasília/DF, conforme definição da supervisão. Caso necessário, o deslocamento de
seu(s) representante(s) a Brasília para apresentação dos produtos é de responsabilidade da instituição parceira.

8.5. Custos relacionados à realização de quaisquer atividades previstas no projeto podem ser incluídos na
proposta de orçamento apresentada pela instituição. Deve-se, entretanto, observar o limite de apoio financeiro
estabelecido no item 8.2.

8.6. Os valores previstos no item 8.3 são referentes aos produtos que devem ser entregues pela instituição
selecionada, nos termos regulamentados por esta Convocação.

9. APLICAÇÃO DOS RECURSOS REPASSADOS E PRESTAÇÃO DE CONTAS

9.1 Os recursos poderão ser utilizados para a remuneração direta do/a coordenador/a geral e dos membros da
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equipe, de forma definida previamente pela própria instituição, bem como para os demais custos correlatos à
realização do projeto, incluindo-se todas as despesas previstas.

9.2 Sendo algum membro da equipe de pesquisa servidor/a público/a, o recebimento de bolsa ficará
condicionado à verificação junto ao seu órgão dessa possibilidade. Esse procedimento é de responsabilidade
do/a coordenador/a geral.

9.3 A instituição selecionada deverá submeter relatório financeiro dos gastos realizados juntamente com
o envio de cada produto previsto, assim como relatório financeiro consolidado ao final da execução do projeto
de pesquisa. Esta assume responsabilidade pela destinação dos recursos repassados, devendo observar
eventuais impedimentos e vedações legais. O registro, arquivo de documentação comprobatória e controle
contábil das despesas, deverá ser mantido na instituição responsável pela execução do projeto pelo prazo
mínimo de cinco (05) anos, de forma a permitir eventuais verificações de auditoria por órgãos de controle.

9.4 Além das entregas previstas no item 2.7, para fins de prestação de contas, deverá ser observado
também:

9.4.1 A agência implementadora deverá fornecer relatórios ao PNUD sobre a implementação das atividades
e a consecução dos Produtos do Acordo.

9.4.2 A agência implementadora deverá fornecer ao PNUD (a) relatórios trimestrais, com prazo de até 30
(trinta) dias após o final de cada trimestre; (b) se a vigência do Acordo exceder 1 (um) ano, relatórios anuais,
com prazo de até 60 (sessenta) dias após o final de cada ano; e (c) um relatório final, com prazo de até 60
(sessenta) dias após a conclusão das Atividades ou expiração ou rescisão antecipada do Acordo.

10. ENTREGA DAS PROPOSTAS

10.1. As propostas deverão ser apresentadas ao PNUD até às 23:59 (vinte e três horas e cinqüenta e nove
minutos), horário de Brasília, do dia 30 de agosto de 2021.

10.2. As propostas deverão ser enviadas para o correio eletrônico ugp.pnud@undp.org

10.2.1. O e-mail deverá estar identificado com a inscrição “Convocação 05/2021 - Projeto BRA/18/019”, a
indicação do projeto e nome da instituição proponente.

10.3. Somente serão analisadas as propostas de pesquisa encaminhadas até o prazo previsto.

10.3.1. Recomenda-se o envio das propostas com antecedência, uma vez que o CNJ e o PNUD não se
responsabilizarão por propostas não recebidas no prazo estipulado em decorrência de eventuais problemas
técnicos ou diferença de fuso horário.

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10.4. A análise das propostas e da documentação será efetuada por um Comitê de Avaliação previamente
constituído por representantes do CNJ e do PNUD.

10.5. Também poderão ser convidados a integrar o Comitê especialistas na temática, desde que não tenham
vinculação com nenhuma das instituições proponentes.

10.6. O julgamento realizar-se-á mediante análise comparativa, em conformidade com os critérios definidos
nesta convocação.

11. ANEXOS QUE INTEGRAM A CONVOCAÇÃO

São anexos que integram a presente convocação:

11.1. O Anexo I, contendo as Diretrizes da pesquisa.

11.2. O Anexo II, contendo Roteiro para Elaboração do Projeto de Pesquisa.

12. DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS

12.1. O resultado do processo seletivo será divulgado na página eletrônica do PNUD disponível no
endereço http://www.pnud.org.br/ e/ou na página do Conselho Nacional de Justiça no endereço
http://www.cnj.jus.br/

12.2. Todas as instituições candidatas da presente convocação tomarão conhecimento da aprovação ou


reprovação das suas propostas por intermédio de correspondência eletrônica.

12.3. A divulgação dos resultados não implicará direito ao apoio financeiro e técnico por parte do CNJ e/ou
do PNUD.

13. DISPOSIÇÕES GERAIS

13.1 A presente convocação poderá ser revogada ou anulada, no todo ou em parte, a qualquer momento,
por iniciativa do CNJ ou do PNUD, sem que isto implique direito de indenização ou reclamação de qualquer
natureza.

13.2 Esta seleção é conduzida no âmbito do “Programa Fazendo Justiça”, firmado através do documento
de Projeto BRA/18/019 – Fortalecimento do Monitoramento e da Fiscalização do Sistema Prisional e
Socioeducativo, com base no Acordo Básico de Assistência Técnica firmado entre a República Federativa do
Brasil e a Organização das Nações Unidas, suas Agências Especializadas e outras, assinado em 29 de dezembro
de 1964, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 11, de 25 de abril de 1966, e promulgado pelo Decreto nº
59.308, de 23 de setembro de 1966.

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13.3 As instituições participantes da seleção reconhecem que o PNUD goza dos privilégios e imunidades
a ele dispensados por força da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas de 1946,
ratificada pelo Governo Brasileiro, e nada do que está contido no presente instrumento deverá ser interpretado
como renúncia, tácita ou expressa, pelo PNUD a tais privilégios e imunidades.

13.4 Caso o proponente queira interpor recurso ao resultado do julgamento das propostas, poderá
apresentar recurso, por meio do endereço eletrônico ugp.pnud@undp.org, no prazo de 5 (cinco) dias corridos,
a contar da data da publicação do resultado no site do PNUD e do CNJ.

13.5 O recurso deverá ser dirigido a Comitê Julgador que, após o exame, poderá julgar pelo deferimento
ou pelo indeferimento.

13.6 Na contagem do prazo excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão


os dias consecutivos. O prazo só se inicia e vence em dias de expediente do PNUD.

14. ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS

14.1 Quaisquer esclarecimentos ou informações adicionais deverão ser solicitados por escrito pelo
endereço eletrônico ugp.pnud@undp.org e identificados, no campo “assunto”, pela inscrição “BRA/18/019 -
Convocação 05/2021- solicitação de informações”.

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ANEXO I

DIRETRIZES DO PROJETO

Levantamento Nacional sobre a Aplicação do Instituto do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)

1. JUSTIFICATIVA

O Programa Fazendo Justiça é fruto da continuidade do Projeto de Cooperação Técnica Internacional


(BRA/18/019) firmado entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), com apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), para produzir novas
respostas ao estado de coisas inconstitucional recorrentes no campo da privação de liberdade. O programa
ganhou visibilidade, fomentando a qualificação do ciclo penal e do ciclo socioeducativo, além de promover o
diálogo interinstitucional permanente entre diferentes níveis federativos, desenhando ações customizadas para
cada unidade da federação a partir de experiências exitosas do DMF/CNJ.

A partir do legado do Programa Justiça Presente, o primeiro ciclo do programa foi encerrado em setembro de
2020, após um ano e oito meses de atividades e uma nova etapa foi inaugurada, intitulada Fazendo Justiça,
dando sequência às atividades de sucesso iniciadas na etapa anterior e, concomitantemente, promovendo novas
ações ancoradas em parcerias firmadas entre o CNJ, com atores do poder Executivo, atores do Poder Judiciário
e da sociedade civil.

Os marcos institucionais que tornaram possível o Programa foram, em grande medida, inaugurados pelos
Acordos de Cooperação nº 5, 6 e 7 de 2015, celebrados entre o CNJ e o Ministério da Justiça (MJ). Os referidos
Acordos estabeleceram diretrizes e ações relativas ao CNJ e ao MJ no intuito da promoção e qualificação das
audiências de custódia, das políticas de alternativas penais e de monitoração eletrônica de pessoas com intuito
de estimular o potencial desencarcerador desses aparatos e assegurar o uso de tais ferramentas com respeito
aos direitos fundamentais, em substituição à privação de liberdade. O Fazendo Justiça destaca o protagonismo
do Poder Judiciário brasileiro, por meio do CNJ, na formulação, no acompanhamento da implementação e da
avaliação de ações capazes de alcançar resultados efetivos na transformação do atual quadro do sistema
carcerário e socioeducativo nacional. As ações previstas estão ancoradas, ainda, em parcerias firmadas entre o
CNJ e o MJ, especificamente com o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). Dentre as metas
pactuadas entre as instituições em Termo de Execução Descentralizada firmado em 2018 voltado
especificamente à Redução da Superlotação e da Superpopulação Carcerária, está a construção de diagnósticos
que contribuam para a construção de conhecimento nesses temas, objeto do presente documento. Para alcançar
os objetivos do Programa, estão previstos os seguintes eixos de implementação:

1. Estratégia para a redução da superlotação e superpopulação carcerária no Brasil desenvolvida e

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implantada, incluindo iniciativas como: alternativas penais, monitoração eletrônica, audiência de
custódia, mutirão carcerário, práticas restaurativas, entre outros.

2. Estratégia para controle do quantitativo de adolescentes em privação de liberdade desenvolvida e


implantada: gestão da informação, práticas restaurativas, ações de cidadania, entre outras.

3. Subsídios para a promoção da cidadania e garantia de direitos das pessoas privadas de liberdade no
Sistema Prisional e Socioeducativo desenvolvidos: atenção à pessoa egressa, inserção ao trabalho,
fomento a políticas sociais e saúde para pessoas presas.

4. Projeto “Penas inteligentes”, contemplando a disseminação nacional do Sistema Eletrônico de


Execução Unificado (SEEU), implantado e avaliado, além da integração com outros sistemas, bem
como a documentação de pessoas privadas de liberdade a partir da identificação biométrica.

5. Gestão eficiente e gestão do conhecimento do projeto realizadas.

O presente edital é realizado no âmbito do Eixo 1 – Proporcionalidade penal, que integra quatro macro temas
de atuação: 1). Alternativas Penais, 2). Audiência de Custódia, 3). Controle da Superlotação Carcerária e 4).
Justiça Restaurativa.

O edital tem por motivação estabelecer um panorama nacional acerca da aplicação do Acordo de Não
Persecução Penal (ANPP), instituto do direito penal negocial introduzido no ordenamento jurídico brasileiro
pela Lei nº 13.964/2019 e incorporado no Código de Processo Penal em seu artigo 28-A. Sob a nova legislação,
o representante do Ministério Público propõe o ANPP ao acusado e ao seu defensor, devendo alcançar um
acordo sobre os termos e condições a serem cumpridas pelo acusado. Deve ainda haver a homologação do
ANPP pela autoridade judiciária em audiência. Estas normas se inspiram no modelo do “plea bargain” do
direito penal anglo-saxão.

Em 2017, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) buscou promover o instituto no bojo da
Resolução CNMP nº 181, a qual previa, em seu artigo 18, a possibilidade de o Ministério Público propor a
celebração de um Acordo de Não Persecução Penal. Contudo, o ato normativo foi questionado por meio de
duas ações diretas de inconstitucionalidades que alegaram vício de competência deste Conselho para legislar
em matéria processual penal, de competência exclusiva do legislador federal. Em 2019, com a promulgação
da Lei nº 13.964/2019, o Congresso Nacional sanou o questionamento acerca da legalidade do Acordo de Não
Persecução Penal e, desde então, o artigo 28-A do Código de Processo Penal estabelece os parâmetros para a
propositura do ANPP. A referida lei entrou em vigor em janeiro de 2020 e tem sido implementada nos
diferentes tribunais do país.

Para o Conselho Nacional de Justiça é de grande relevância compreender os contornos da aplicação prática
deste novo instituto de justiça penal negocial, particularmente em face de sua competência estabelecida pelo
art. 103-B, § 4º, I da Constituição Federal de 1988. Além disso, o levantamento destas informações
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proporcionará a adoção de medidas de aperfeiçoamento pelo CNJ, por meio do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas
(DMF), com atribuição para propor “a uniformização de procedimentos, bem como de estudos para
aperfeiçoamento da legislação sobre a matéria”, assim como “acompanhar e monitorar projetos relativos à
abertura de novas vagas e ao cumprimento da legislação pertinente em relação ao sistema carcerário”,
consignadas na Lei nº 12.106/2009.

2. OBJETIVOS GERAIS

Realização de mapeamento do cenário de aplicação do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), junto aos
juízes e juízas com competência na jurisdição criminal, nas fases pré-processual, processual e de execução
penal, incluindo a execução de penas e medidas alternativas, no âmbito da justiça estadual e federal, nas 27
Unidades da Federação (UFs).

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Produzir um diagnóstico de alcance nacional;


• Sistematizar um panorama nacional dos parâmetros adotados para a aplicação do Acordo de Não
Persecução Penal (ANPP), tal como introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei nº
13.964/2019 e incorporado no Código de Processo Penal em seu artigo 28-A.
• Proporcionar ao CNJ um conhecimento empírico a respeito da aplicação do ANPP que permita
estabelecer uma linha de base para evoluções futuras.

4. METODOLOGIA

A instituição selecionada irá atuar sob supervisão do PNUD a partir do objeto pactuado e das diretrizes do
Conselho Nacional da Justiça e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Caberá à instituição selecionada a gestão das atividades previstas no termo de referência, coordenando a equipe
diretamente contratada, a elaboração dos instrumentos, métodos e estratégias de pesquisa, sua execução e
apresentação dos produtos descritos no presente edital.

A equipe técnica do PNUD no âmbito do programa do Fazendo Justiça auxiliará nos procedimentos de
autorização para acesso ao campo de pesquisa, bem como na mobilização dos atores relevantes para
consecução do alcance do levantamento nacional.

Espera-se que a instituição selecionada desempenhe as seguintes atividades:

• Participar nas reuniões de planejamento e alinhamento com a equipe técnica do PNUD e CNJ sobre

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as ações e produtos da consultoria, incluindo etapas de apresentação e validação das entregas pré-
definidas;

• Desenvolver plano de trabalho a partir das diretrizes desta Convocação, dos materiais e normativas
existentes e das orientações repassadas durante as reuniões de planejamento, em conjunto com a
supervisão da consultoria;

• Formular e executar métodos e instrumentos de pesquisa quantitativos e qualitativos a serem definidos


com a supervisão da consultoria;

• Desenvolver relatório do estado da arte sobre a aplicação do Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)
no Brasil. O relatório deve apresentar a sistematização das informações coletadas junto aos juízes e
juízas com competência na jurisdição criminal, nas fases pré-processual, processual e de execução
penal, incluindo a execução de penas e medidas alternativas, no âmbito da justiça estadual e federal,
nas 27 Unidades da Federação (UFs);

• Revisar, sempre que necessário e solicitado, em conformidade com os prazos contratuais, as minutas
e os produtos apresentados a partir de orientações formuladas pela equipe de supervisão da consultoria;

• Participar de reuniões periódicas (online e/ou presenciais) de alinhamento com a supervisão da


consultoria e equipe envolvida;

• Realizar viagens, caso sejam necessárias e se as condições e cuidados preventivos à contaminação


pela Covid-19 o permitirem, com vistas ao melhor desenvolvimento dos produtos desta Convocação;

• Formular e apoiar a execução de eventos (virtuais) para a execução da presente Consultoria.

Todos os produtos deverão ser validados pela supervisão da consultoria e, caso seja necessário, versões
revisadas deverão ser novamente apresentadas.

A publicação do relatório final da presente consultoria, na íntegra ou em partes, está sujeita à avaliação da
equipe de supervisão do PNUD e CNJ.

5. EQUIPE DO PROJETO

A composição da equipe indicada serve como referência e ponto de partida ao projeto a ser apresentado. A
instituição poderá apresentar composição e organização diversa, devendo, contudo, considerar os parâmetros
mínimos indicados, os objetivos gerais e específicos e, ainda, assegurar a compatibilidade da equipe com a
metodologia que for proposta.

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A tabela abaixo apresenta uma estrutura de equipe mínima para o projeto. Caso a instituição compreenda
necessário outros cargos, deverá descrever no projeto os perfis desejados e o tipo de contratação.

O projeto deverá apresentar o currículo do/a profissional que exercerá a função de coordenação geral do
levantamento.

Cargo Atribuições Requisitos Qtidade Tipo de vínculo


Concepção metodológica e
amostral da pesquisa sob a
supervisão do CNJ;

Elaboração e análise dos


instrumentos de pesquisa;

Coordenação dos trabalhos de


pesquisa;
Mestrado em Direito ou
áreas correlatas;
Análise comparada de Vínculo atual ou a
instrumentos de direito penal ser firmado com a
Coordenador/a geral Preferencialmente 1
negocial; instituição
proficiente em português
selecionada
e inglês (análises
Coordenação técnica dos
comparativas)
produtos;

Apresentação dos produtos e


da pesquisa para o CNJ e o
PNUD;

Elaboração dos relatórios de


prestação de contas conforme
orientações do CNJ e PNUD.
Desenvolvimento do banco de
dados quantitativos; Graduação (concluída ou
em curso) em ciências
Tratamento dos dados; humanas ou sociais
(Economia, Sociologia,
Políticas Públicas,
Análise estatística;
Direito, Serviço Social)
Vínculo atual ou a
e/ou áreas correlatas;
Produção de relatórios e ser firmado com a
Pesquisador/a 2
gráficos; instituição
Comprovada experiência
selecionada
em métodos
Suporte metodológico à
quantitativos e
coordenação da pesquisa; qualitativos aplicados a
pesquisas no Direito
Realização da coleta de dados e/ou nas Ciências
qualitativos; Sociais

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Aplicação e pré-teste dos
instrumentos de pesquisa
qualitativa;

Colaboração na elaboração de
relatórios de pesquisa.

6. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O Projeto em tela será desenvolvido pela organização selecionada em estreita –articulação com o CNJ e o
PNUD, observados as seguintes diretrizes:

6.1 Caberá ao CNJ:

6.1.1. Constituir diálogo contínuo com os Grupos de Monitoramento e Fiscalização (GMFs), visando alinhar
as ações fomentadas com a realidade e dinâmica dos distintos territórios brasileiros;

6.1.2. Alinhar as ações desenhadas com as políticas do Conselho Nacional de Justiça afetas a temática.
6.1.3. Disponibilizar espaço físico, caso seja necessário para a realização de eventos regionais presenciais;
6.2. Caberá ao PNUD:

6.2.1. Realizar a supervisão geral do acordo, a partir do objeto pactuado com a instituição contratada e
interlocução com o CNJ.

6.2.2. Realizar a análise e aprovação dos produtos entregues e respectivos repasses, em estreita articulação
com o CNJ;

6.3. Caberá à instituição selecionada:

6.3.1. Indicar a equipe que irá compor a coordenação geral e supervisão metodológica do projeto;

6.3.2. Desenvolver as metodologias, instrumentais, grupos de trabalho para validação dos instrumentos;
promover capacitações virtuais;

6.3.3. Elaborar e fazer as entregas dos produtos previstos no item 2.7 da presente convocatória e apresentados
abaixo:

PRODUTO DESCRIÇÃO
Produto 1 – Plano de trabalho detalhado e Apresentação da versão detalhada do plano de trabalho, de
instrumento de pesquisa de tipo acordo com as orientações do CNJ e do PNUD, promovendo
quantitativo para mapeamento da as adequações necessárias ao melhor desenvolvimento dos
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aplicação do ANPP trabalhos e ao atendimento dos objetivos geral e específicos
indicados nas Diretrizes de Pesquisa, o qual deverá conter
cronograma bem como a formulação das perguntas que
deverão constar do instrumento de pesquisa quantitativa.

Para a execução do Produto nº 1, são esperadas as seguintes ações intermediárias:

• Apresentação da versão revisada do plano de trabalho, de acordo com as orientações do CNJ e do


PNUD, o qual deverá conter cronograma para a realização das atividades necessárias à execução da
consultoria, indicando data para a entrega de cada produto, prazo para revisão dos mesmos e eventuais reuniões
de alinhamento com a supervisão da consultoria;

• Formulação das perguntas que deverão constar do instrumento de pesquisa quantitativa por meios
eletrônicos (questionário, survey ou outro instrumento a ser definido conjuntamente com a coordenação do
projeto) a ser utilizado para a coleta de informações junto aos juízes e juízas com competência na jurisdição
criminal, nas fases pré-processual, processual e de execução penal, incluindo a execução de penas e medidas
alternativas, no âmbito da justiça estadual e federal, nas 27 Unidades da Federação (UFs), para mapeamento
dos parâmetros de aplicação do ANPP, com foco em identificar prioritariamente:

a) o lócus e momento de propositura do acordo pelo Ministério Público;

b) o lócus e momento de avaliação da proposta de acordo entre a pessoa custodiada e a defesa;

c) o lócus e momento de celebração do acordo entre o Ministério Público, pessoa custodiada e a


defesa;

d) a tipologia das condições previstas no acordo proposto;

e) o juízo designado para a homologação do acordo;

f) a natureza e momento da audiência designada para a homologação judicial do acordo celebrado;

g) as autoridades responsáveis por acompanhar o cumprimento das condições do acordo


homologado;

h) os serviços que acompanham a aplicação do acordo;

i) a existência de instrumento ou sistema de monitoramento do cumprimento das condições impostas


no acordo.

• Validação das perguntas e do universo de atores a quem aplicar o instrumento de pesquisa quantitativa
junto à equipe de supervisão da consultoria;
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• Elaboração do instrumento de pesquisa quantitativa e respectivo plano de aplicação

• Teste da plataforma digital de aplicação do instrumento.

PRODUTO DESCRIÇÃO
Relatório técnico, contendo o registro da aplicação do
instrumento de coleta de dados quantitativos, juntamente à
Produto 2 – Relatório técnico da etapa de sistematização de seus resultados, bem como proposta de
pesquisa quantitativa pesquisa qualitativa para aprofundamento dos achados
preliminares.

Para a execução do Produto nº 2, são esperadas as seguintes ações intermediárias:

• Aplicação do instrumento de pesquisa quantitativa junto ao público-alvo, com apoio das equipes
estaduais do Programa Fazendo Justiça e monitoramento das atividades incluído o suporte quanto ao
saneamento de dúvidas, dificuldades de acesso, preenchimento, sensibilização aos magistrados para
participação na pesquisa, entre outros;

• Sistematização e análise preliminar das informações coletadas na pesquisa quantitativa, organizadas


na forma de relatório;

• Apresentação do relatório-técnico à equipe de supervisão da consultoria visando colher contribuições;

• Adequação do relatório a partir de eventuais solicitações de ajuste pela equipe de supervisão da


consultoria;

• Formulação de proposta de aplicação de métodos qualitativos por meio eletrônico, podendo incluir
entrevistas, grupos focais, entre outros, tendo em conta os dados oriundos do levantamento quantitativo
realizado;

• Validação da metodologia qualitativa proposta junto à equipe de supervisão da consultoria.

PRODUTO DESCRIÇÃO
Produto 3 – Relatório técnico da etapa de Relatório técnico, contendo registro da realização da pesquisa
pesquisa qualitativa qualitativa, juntamente à sistematização de seus resultados.

Para a execução do Produto nº 3, são esperadas as seguintes ações intermediárias:

• Realização da pesquisa com métodos qualitativos;

• Elaboração do relatório técnico com o registro da realização da pesquisa qualitativa, com base na
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metodologia aprovada no âmbito do Produto 2. O relatório técnico deverá conter a sistematização dos achados
da pesquisa qualitativa;

• Apresentação do relatório técnico à equipe de supervisão da consultoria para colher contribuições;

• Adequação do relatório técnico da pesquisa qualitativa a partir de eventuais solicitações de ajuste pela
equipe de supervisão da consultoria.

PRODUTO DESCRIÇÃO
Produto 4 – Relatório de estudo de direito Relatório de estudo comparado que inclua a revisão de
comparado sobre modalidades de plea literatura, a identificação e apresentação de no mínimo três
bargain similares ao ANPP em outros experiências internacionais de justiça penal negocial (plea
países bargain) que ofereçam elementos de análise comparativa com
o Acordo de Não Persecução Penal, tal como regulamentado
pela normativa em vigor no Brasil, a luz dos achados
mapeados pelas pesquisas quantitativa e qualitativa descritas
nos produtos anteriores.

Para a execução do Produto nº 4, são esperadas as seguintes ações intermediárias:

• Elaboração de estudo que inclua a revisão de literatura, a identificação e apresentação de no mínimo


três experiências internacionais de justiça penal negocial (plea bargain) que ofereçam elementos de análise
comparativa com o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) em vigor no Brasil, à luz dos achados mapeados
pelas pesquisas quantitativa e qualitativa descritas nos produtos anteriores;

• Elaboração de relatório do estudo;

• Apresentação do relatório do estudo à equipe de supervisão da consultoria para colher contribuições;

• Adequação do relatório do estudo a partir de eventuais solicitações de ajuste pela equipe de supervisão
da consultoria.

PRODUTO DESCRIÇÃO
Relatório final que apresente o estado da arte da aplicação do
Produto 5 – Relatório final de pesquisa ANPP a partir do mapeamento de informações por meio das
sobre a aplicação do ANPP pesquisas com métodos quantitativos, qualitativos e de
experiências comparadas descritas nos produtos anteriores.

Para a execução do Produto nº 5, são esperadas as seguintes ações intermediárias:

• Elaboração de relatório final que apresente o estado da arte da aplicação do ANPP a partir do
mapeamento de informações por meio das pesquisas com métodos quantitativos, qualitativos e de experiências
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comparadas descritas nos produtos anteriores, construído a partir de avaliação dos achados e com
recomendações;

• O relatório deverá conter as metodologias de pesquisa adotadas bem como os respectivos resultados;

• Apresentação do relatório final à equipe de supervisão da consultoria visando colher contribuições;

• Adequação do relatório final a partir de eventuais solicitações de ajuste pela equipe de supervisão da
consultoria;

• Apresentação do relatório final para o DMF e para a Coordenação Geral do Programa Fazendo Justiça.

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ANEXO II

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

O projeto deverá ser redigido em língua portuguesa e conter os seguintes itens:

A. Contextualização da proposta;

B. Objetivo geral;

C. Objetivos específicos;

D. Justificativa;

E. Metodologia;

i) Metodologia do projeto;

ii) Metodologia de gestão;

F. Atividades e cronogramas de trabalho;

G. Resultados esperados;

H. Equipe;

I. Orçamento;

J. Outras informações relevantes;

K. Fontes e referências bibliográficas.

A proposta deverá obedecer às normas da Associação Brasileira de Normatização Técnica – ABNT no que se
refere às citações e referências. Para fins de padronização formal dos documentos, exige-se a seguinte
formatação:

a. Fonte Times New Roman;

b. Tamanho 12;

c. Espaçamento entrelinhas 1,5;

d. Margens 2,5 cm.

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