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 Trofozoíto: possui diversas formas, é alongado e emite

Enteroparasitoses: pseudópodes de forma contínua (se move como uma


→ Amebíase: é causada pelo protozoário Entamoeba histolytica lesma). É maior quando está em sua forma invasiva.
e é considerada como a segunda causa de mortes por  Pré-cisto: fase entre o trofozoíto e o cisto.
parasitoses. Apesar disso, muitos casos assintomáticos são  Metacisto: forma multinucleada, que “sai” do cisto no
registrados. intestino delgado. Ele passa por divisões e origina os
* Atualmente, mesmo com o ressurgimento da E. dispar, a trofozoítos.
amebíase continua definida como infecção sintomática ou  Ciclo biológico:
assintomática causada pela E. histolytica. O ciclo da entamoeba é monoxênico, iniciando pela ingestão de
As amebas presentes no intestino humanos são classificadas cistos maduros em alimentos e água contaminados. Os cistos
entre os gêneros Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax. passam pelo estômago (resistem ao ácido) e chegam ao fim do
* Todas as espécies do gênero Entamoeba vivem no intestino intestino delgado ou ao início do intestino grosso. No intestino
grosso de humanos ou de animais, com exceção da Entamoeba grosso acontece o desencistamento, em que o metacisto sai
moshkoviskii, que é uma ameba de vida livre e E. gingivalis que através da parede cística. Os metacistos passam por divisões e
vive na boca. formam os trofozoítos metacísticos. Os trofozoítos migram para
As entamoebas possuem um núcleo esférico com vesículas, de o intestino grosso e o colonizam. Normalmente, eles se aderem à
cromatina periférica. Esse gênero é classificado nos seguintes mucosa intestinal e se alimentam de detritos e de bactérias. Em
grupos: Entamoeba com cistos de 8 núcleos (grupo coli – E. coli), certo momento (não se sabe o motivo ainda), os trofozoítos se
Entamoeba com cistos de 4 núcleos (grupo histolytica – E. desprendem da mucosa e se transformam em pré-cistos. Depois
histolytica, E. dispar), Entamoeba com 1 núcleo (E. polecki) e disso, os pré-cistos começam a secretar uma membrana cística e
Entamoeba de cistos desconhecidos ou que não tem cistos ( E. se transformam em cistos. Os cistos passam por divisões
gengivalis) nucleares e são eliminados com as fezes.
* Assim, várias espécies de ameba podem ser encontradas no  Ciclo patogênico:
homem: Entamoeba histolytica; E. hartmanni; E. dispar; Entamoeba A amebíase acontece quando há um desequilíbrio entre o
coli; Endolimax nana; Iodamoeba butschlii; Diantamoeba fragilis. parasita e o hospedeiro e, a partir disso, os trofozoítos invadem a
Essas espécies vivem no intestino grosso, sendo a E. histolytica a submucosa intestinal e se multiplicam dentro das lesões. Eles
única que, em determinadas situações, pode ser patogênica. Cada podem atingir outros órgãos (fígado, pulmões, rins, pele, cérebro)
espécie é diferenciada pelo tamanho de trofozoíto e de cisto, a partir da circulação porta – isso causa a amebíase
pelas formas e pela quantidade de inclusões citoplasmáticas. extraintestinal – a disseminação pode ser tanto por contiguidade,
* Geralmente, os trofozoítos estão presentes no intestino, nas como hematogênica.
úlceras e nas fezes diarreicas, enquanto que os cistos são
detectados nas fezes normais.
* Os trofozoítos da E. histolytica normalmente vivem na luz no
intestino grosso e podem penetrar na mucosa e produzir
ulcerações intestinais ou em outras regiões do organismo, como
fígado, pulmão, rim e, mais raramente, no cérebro.
 Agente etiológico:
A E. histolytica possui 4 formas: trofozoíto (forma vegetativa),
cisto (forma de resistência), pré-cisto e metacisto.

 Transmissão:
Ocorre pela ingestão de cistos maduros em alimentos, ingestão
de água contaminada por dejetos humanos e por cistos
veiculados pelas patas das baratas (elas também podem acometimento mais comum é o abcesso amebiano do fígado) –
regurgitar os cistos ingeridos). Os assintomáticos são fontes de esses casos são mais comuns na região amazônica. O principal
infecção da amebíase. quadro clínico é a tríade de dor, febre (intermitente e irregular) e
 Patogenia e Virulência: hepatomegalia.
A entamoeba possui uma grande variabilidade patogênica e  Diagnóstico:
diferentes fatores de virulência – isso pode estar relacionado a – Diagnóstico clínico: a sintomatologia pode confundir, por ter um
condições que alteram o perfil comensal da ameba para uma quadro clínico muito semelhante a outras afecções do TGI
forma invasora. Alguns fatores podem estar associados a essa (disenteria bacilar, salmoneloses, esquistossomose). Sendo assim, o
condição patogênica, como: geografia, sexo, idade, resposta diagnóstico só é definitivo com o encontro de parasitas nas fezes.
imune, estado nutricional, alcoolismo, clima, hábitos sexuais, – Diagnóstico laboratorial: é realizado a partir das fezes, do soro e
microbiota bacteriana (Escherichia coli, Salmonella, Shiguela, de exsudatos. No exame das fezes, é preciso que se verifique o
Enterobacter, Clostridium). aspecto e a consistência delas, observando a presença de
* Inicialmente, as amebas precisam aderir à célula hospedeira e aspecto disentérico, muco e sangue.
isso é mediado pelas lectinas na superfície do parasito e pelas * Nas fezes purgadas, o diagnóstico diferencial entre os
formações filopódicas. Depois de passar pela barreira epitelial, a trofozoítos é um pouco dificultado, pois muitas vezes a cromatina
movimentação da ameba e a liberação de enzimas proteolíticas e o cariossoma ficam mais grosseiros.
(hialuronidases, proteases – como cisteíno protease,  Fezes liquefeitas: o exame a fresco deve ser feito até,
mucopolissacaridases) estão relacionadas à progressão e à lesão no máximo, 30 minutos, para que os trofozoítos sejam
tecidual. Outra maneira de lesionar os tecidos ocorre por meio de detectados. O diagnóstico diferencial entre a amebíase e
ameboporos, os quais induzem a apoptose e a lise osmótica. a disenteria bacilar é feito, principalmente, pelo
* Uma vez invadida a mucosa, os trofozoítos se multiplicam e movimento, pela diferenciação citoplasmática e pela
prosseguem penetrando nos tecidos sob a forma de presença de hemácias fagocitadas.
microulcerações em direção a muscular da mucosa, com pouca  Fezes formadas: o exame de fezes, nesse caso,
reação inflamatória. Na submucosa, as amebas podem progredir procura achas cistos, por meio de técnicas de
em todas as direções, determinando inicialmente a típica concentração (flutuação em solução de alta densidade e
ulceração chamada “botão de camisa” ou “colo de garrafa” – essa centrifugação em éter), além do exame direto (usado
lesão pode facilitar a ocorrência de infecções secundárias, para triagem) ou da sedimentação espontânea em água.
agravando o caso da lesão.
* Em raros casos, os trofozoítos podem induzir uma resposta – Diagnóstico imunológico: Os métodos mais utilizados são: ELISA,
inflamatória proliferativa com formação de uma massa imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta, além da
granulomatosa, chamada “ameboma”. contraimunoeletroforese, imunodifusão em gel de ágar e o
* Na amebíase, existem tanto a resposta celular, como a humoral radioimunoensaio – os exames sorológicos são bastante úteis nos
e, apesar disso, não ocorre aquisição de imunidade após a casos de amebíase extraintestinal, em que o EPF pode ser
infecção. negativo.
 Manifestações clínicas: – Retossigmoidoscopia: usado para visualizar as lesões, com a
Normalmente, o período de incubação acontece entre 2 a 4 coleta do material da lesão.
semanas. – Diagnóstico diferencial entre E. histolytica e E. dispar: essa
– Amebíase intestinal: diferenciação é feita por meio do perfil eletroforético de enzimas
1. Formas assintomáticas: a grande maioria das infecções da via glicolítica e pela amplificação do DNA por meio do PCR.
humanas por E. histolytica/E. dispar: 80 a 90% são * Não tem como fazer a diferenciação dessas espécies por meio
completamente assintomáticas e a infecção é detectada de métodos de detecção de cistos e trofozoítos.
pelo encontro de cistos no exame de fezes  Epidemiologia:
2. Formas sintomáticas: diarreica (caracterizada por 2-4 * “Estudos recentes, usando metodologias moleculares para
evacuações, diarreicas ou não, com fezes moles ou identificar as duas espécies, sugerem que E. dispar seja mais
pastosas, podendo apresentar muco, desconforto frequente em portadores assintomáticos em países em
abdominal, cólicas – a maior parte dos casos está desenvolvimento.
associada à E. dispar) ou disentérica/colite amebiana A E. histolytica possui características bastantes distintas ao redor
(caracterizada por disenteria com muco ou sangue, do mundo, o que pode decorrer pelos diferentes fatores de
cólicas, tenesmo, náuseas, vômitos, calafrios e febre) virulência do parasito, como as enzimas proteolíticas (relacionados
– Amebíase extraintestinal: a entamoeba pode atingir outras a peptidases dos grupos cisteíno, serino, aspártico e de
partes do corpo, como: pulmões, cérebros, TGU, fígado (o metaloenzimas).
* Há uma variação da incidência da doença, de acordo com as É uma infecção causada por protozoários, que podem ter tanto
condições sanitárias e socioeconômicas da população, a forma de cisto, como de trofozoíto, sendo comensais ou
principalmente, com relação às condições de habitação, presença parasitos – associada a países em desenvolvimento e a locais
de esgotos e água tratada. com condições precárias de higiene/saneamento básico. A
* No Brasil, os casos mais prevalentes são as colites não infecção pode culminar em quadros clínicos intestinais ou
disentéricas e as formas assintomáticas, com exceção da região extraintestinais, com sinais e sintomas de desconforto abdominal,
Amazônica, em que há prevalência de formas mais graves de sangue/muco nas fezes, diarreia, febre e calafrios. Em casos mais
amebíase (formas disentéricas e abscessos hepáticos). graves, por causa da parasitemia, podem ocorrer abscessos no
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA AMEBÍASE: fígado, nos pulmões e no cérebro.
– Transmissão pela ingestão de água e alimentos contaminados. A amebíase tem como agente etiológico a Entamoeba histolytica,
– Em todos os locais de distribuição da E. histolytica, os casos são transmitida por ingestão de água e de alimentos contaminados
endêmicos e não causam epidemias. pelas fezes com cistos.
– É mais frequente em adultos. → Diagnóstico: nota-se a presença de cistos ou de trofozoítos
– A amebíase ocorre com maior frequência em algumas nas fezes, a partir da endoscopia ou proctoscopia ou dos
profissões (como trabalhadores de esgoto). aspirados de abscesso/corte de tecidos.
– Os portadores assintomáticos são fontes de infecção da → Tratamento: existem 4 opções – secnidazol (evitar no
amebíase. primeiro trimestre de gravidez), metronidazol, tinidazol e teclozam
– Os cistos são viáveis (em condições ambientais favoráveis) por (formas leves ou assintomáticas).
cerca de 20 dias. * Não é de notificação compulsória.
 Profilaxia: → Giardíase: o gênero Giardia abrange uma série de
Dentre as medidas de profilaxia, estão: educação sanitária protozoários flagelados, os quais parasitam o intestino delgado dos
(orientação da população, especialmente, os professores do hospedeiros (mamíferos, aves, répteis, anfíbios). Esses
ensino fundamental), exames frequentes nos manipuladores de protozoários são observados na maior parte de inquéritos
alimentos, tratamento dos portadores assintomáticos, combate às coproparasitológicos realizados no mundo, especialmente, em
moscas (que entram em contato com lixo, dejetos humanos e países em desenvolvimento (principal causa de diarreia infecciosa).
em alimentos), lavagem adequada de alimentos crus, investimento No caso de países desenvolvidos, a Giardia é responsável por
em saneamento básico (de acordo com a OMS, o recurso surtos epidêmicos associados à água consumida.
financeiro de uma cidade, quando pequeno, deve ser todo * “A infecção por Giardia foi inserida no grupo WHO Neglected
voltado para o saneamento). Diseases Initiative, que reúne doenças negligenciadas nos países
* A vacina está sendo estudada em animais nos laboratórios e em desenvolvimento e que guardam estreita relação com a
parece apresentar um sucesso considerável. As vacinas de DNA pobreza, com a falta de saneamento básico e com a qualidade da
e proteínas (como a lectina Gal/GalNAc) podem ser protetoras. água de consumo.”
 Tratamento: * “Giardia foi o primeiro protozoário intestinal humano a ser
– Amebicidas que agem na luz intestinal: agem nas amebas que descrito, quando em 1681, Anton van Leeuwenhoek observou
estão aderidas na mucosa intestinal ou no lúmen do intestino. “animalúnculos móveis” em suas próprias fezes.”
Dentro dessa classe de fármacos, estão: derivados da quinoleína, De acordo com a classificação de Filice (com base nas
antibióticos (paramomicina, eritromicina), furoato de diloxamina, características dos trofozoítos), existem 6 espécies de Giardia: G.
clorobetamida, clorofenoxamida. duodenalis (também chamada de G. intestinalis ou G. lambia –
– Amebicidas tissulares: agem na submucosa do intestino e no mamíferos), G. muris (roedores), G. agilis (anfíbios), G. psittacii
fígado. Exemplos: cloridrato de emetina, cloroquina (age no (periquitos), G. ardeae (garças azuis) e G. microti (roedores).
fígado). * Existem estudos moleculares que mostram diferenças genéticas
– Amebicidas que agem na luz intestinal e nos tecidos: entre o complexo de G. duodenalis, mesmo sendo iguais
tetraciclinas, eritromicina, espiramicina, paramomicina, derivados morfologicamente.
imidazólicos (metronidazol, tinidazol, secnidazol). * Diante da habilidade de Giardia infectar o homem e diversas
* Nos portadores assintomáticos ou de colite não disentérica, é espécies de animais domésticos e silvestres, tem sido crescente a
indicada a prescrição de amebicidas que agem diretamente na luz busca por evidências que possibilitem a melhor compreensão da
intestinal – como teclosan e etofamida. epidemiologia e o significado em saúde pública do papel dos
* A OMS, em sua resolução de 1997 do México, não recomenda animais na infecção humana.
o tratamento de indivíduos parasitados pela E. díspar.  Agente etiológico:
RESUMO: O gênero Giardia possui 2 formas, sendo os trofozoítos e os
cistos – são diferentes bioquimicamente e morfologicamente. O
trofozoíto fica no intestino delgado e é a forma responsável pelas da quantidade de sais biliares e do “descolamento” do trofozoíto
características clínicas da giardíase. O trofozoíto tem forma de da mucosa – todas essas condições desencadeiam uma
pera, com simetria bilateral e com 4 pares de flagelos (anterior, expressão de genes relacionados à forma cística do protozoário.
ventral, posterior e caudal). A porção dorsal é lisa e convexa e a Dentro do novo cisto formado, ocorre uma nucleotomia, levando
parte ventral é côncava e possui uma estrutura parecida com à formação de 4 núcleos. Esses cistos são excretados junto com
uma ventosa (disco ventral, adesivo, suctorial). Esse disco adesivo as fezes do hospedeiro e podem ficar no ambiente favorável por
é exclusivo do gênero Giardia e é composto por um complexo muitos meses.
de tubulinas (microfilamentos e microtúbulos) e de giardinas
(permitem a adesão à mucosa intestinal) – abaixo do disco
adesivo, estão os corpos medianos, cuja função não é bem
conhecida.
O cisto é a forma infectante da giardíase e tem um formato oval/
elipsoide, com uma parede externa (parede cística) de
glicoproteínas (N-acetilgalactosamina). Essa parede auxilia na
manutenção do cisto frente a variações de temperatura, umidade
e a produtos desinfectantes. Em seu interior, os cistos possuem
de 2 a 4 núcleos, axonemas de flagelos (formam os flagelos nos
trofozoítos), corpos escuros/corpos em crescente (formam o
disco adesivo no trofozoíto).
* Neste protozoário estão ausentes organelas típicas dos
eucariotas como mitocôndria, peroxissomos e um complexo de
Golgi característico.

 Transmissão:
A transmissão é por via fecal-oral, sendo que a maior parte das
infecções acontecem por meio da ingestão de cistos presentes
na água e nos alimentos.
* A capacidade de a Giardia vários mamíferos é uma
preocupação, por causa da possível transmissão zoonótica e
disseminação do protozoário.
 Imunidade:
A giardíase é considerada uma infecção autolimitada e possui as
seguintes características imunológicas: formação de anticorpos
anti-Giardia específicos (IgA, IgG, IgM), participação de monócitos
na modulação da resposta imune, susceptibilidade da infecção em
pessoas imunocomprometidas, menor susceptibilidade de
infecção em pessoas de áreas endêmicas e infecção crônica em
 Ciclo biológico: modelos animais sem timo ou com fármacos imunossupressores.
A Giardia é um protozoário monoxênico (o ciclo de vida * Evidências sugerem que o IgA é capaz de reconhecer
acontece em um hospedeiro só). A infecção se inicia a partir da proteínas presentes no disco adesivo dos trofozoítos e assim,
ingestão de cistos (10 a 100 formas necessárias para iniciar a interferir na capacidade de adesão do parasito à superfície das
infecção). O cisto passa por transformações (desencistamento) células do epitélio intestinal.
que se iniciam no estômago e se completam no duodeno e * A depleção de células-T CD4+ está relacionada à infecção
jejuno. Cada cisto libera uma forma oval, com 4 núcleos e 8 crônica por Giardia e à excreção de cistos nas fezes. Além disso,
flagelos (excitozoíto), a qual passa por uma divisão nuclear, dando macrófagos, monócitos e granulócitos agem na resposta imune,
origem a 4 trofozoítos com 2 núcleos. Depois disso, os através de citotoxicidade anticorpo-dependentes (ADCC).
trofozoítos se multiplicam por divisão binária e passam a colonizar * O muco que recobre o epitélio intestinal dificulta a adesão dos
o intestino (o disco adesivo se liga à mucosa intestinal). O trofozoítos na mucosa e pode impedir o início da infecção.
encistamento ocorre, principalmente, no ceco. É provável que * O controle da infecção também está associado a características
esse processo aconteça por causa da alteração do pH intestinal, antigênicas do parasito, como as proteínas de superfície. As
variações de antígenos do parasito podem ser responsáveis pela que o diagnóstico é feito tanto nos casos sintomáticos, como nos
recorrência e/ou cronicidade da giardíase – essas mudanças assintomáticos (cerca de 90% dos casos, considerados como
ocorrem por troca/eliminação de antígenos (variant surface fonte de infeção).
proteins – VSPs – proteínas variantes de superfície). – Diagnóstico clínico: em crianças de até 12 anos, são comuns
 Quadro clínico: casos de diarreia, esteatorreia, irritabilidade, insônia, náuseas,
As características clínicas da giardíase variam, de pacientes vômitos, perda de apetite e dor abdominal.
assintomáticos até pacientes com quadros de diarreia aguda e * É importante pedir comprovação por exames laboratoriais,
autolimitante, diarreia persistente, má absorção, perda de peso. A apesar do quadro clínico característico.
maior parte dos casos são assintomáticos (em adultos e em – Diagnóstico laboratorial parasitológico: normalmente, é realizado
crianças). o exame microscópico das fezes (exame coproparasitológico),
* em 50% dos indivíduos a infecção é resolvida de forma com identificação dos parasitos, tanto trofozoítos, como cistos.
espontânea; em 5 a 15% a infecção é assintomática e o indivíduo * Fatores que interferem nos resultados: aspecto e consistência
pode eliminar cistos nas fezes por um período de até 6 meses, das fezes (fezes formadas – cistos, fezes diarreicas – trofozoítos
enquanto um grupo menor pode apresentar sintomas que morrem entre 15 a 20 minutos).
decorrentes de uma infecção aguda crônica. * Condições adequadas para a análise correta: em fezes
A primeira infecção, geralmente, causa diarreia aquosa, explosiva diarreicas, utilizar recipientes com substâncias fixadoras (formol,
e com odor fétido, além de gases com distensão e dor acetato de sódio – ácido acético – formaldeído) e em fezes
abdominais. Raramente, ocorrem casos com muco e sangue nas formadas, análise com a amostra mantida a 4º C por, no máximo,
fezes. Em infecções crônicas, os sintomas permanecem com 1 semana.
casos de diarreia de forma contínua, intermitente ou esporádica, * Indivíduos parasitados não eliminam cistos de forma contínua.,
podendo estar acompanhada de esteatorreia, perda de peso e mas, sim, de forma intermitente – “período negativo”, podendo
má absorção (de gordura, vitaminas lipossolúveis – ADEK, durar 10 dias – esse padrão de infecção é variável em cada
vitamina B12, ferro, lactose – nas crianças, essas complicações hospedeiro. Nesse período, os exames podem ter resultados
afetam o desenvolvimento. falso-negativos. Para evitar isso, é recomendado que se façam
* Diagnóstico diferencial: outras infecções parasitárias, doença de exames de rotina, com, pelo menos, 3 amostras coletadas em
Crohn, doença celíaca, síndrome do intestino irritável. dias alternados.
 Patogenia: * Em alguns pacientes com diarreia crônica, o exame de várias
“Diferentes estudos mostram que a etiopatogenia da giardíase é amostras de fezes pode manter-se negativo, mesmo com
multifatorial, podendo ser determinada por fatores relacionados trofozoítos no duodeno. Nesses casos, pode ser necessária a
com o parasito (cepa, carga infectante) e o hospedeiro (dieta, pesquisa do parasito em amostras de fluido duodenal ou em
associação à microbiota intestinal, pH do suco gástrico, fragmentos de biópsia jejunal – o método mais indicado para a
concentração de sais biliares, resposta imune e estado obtenção do fluido duodenal é o Entero-Test®.
nutricional).” – Diagnóstico laboratorial imunológico: os métodos imunológicos
A Giardia é capaz de alterar o epitélio intestinal (especialmente, as mais empregados são imunofluorescência indireta e ELISA (maior
microvilosidades – ficam achatadas e até atrofiadas), mesmo sem sensibilidade e especificidade que a imunofluorescência indireta). A
a invasão tecidual e célula do parasito. Além disso, a microscopia detecção de anticorpos anti-Giardia no soro tem apresentado
mostra lesões nas microvilosidades dos enterócitos, mesmo que a problemas relacionados com a ocorrência de falso-positivos e
mucosa pareça normal. Essas alterações podem ocorrer pela baixa sensibilidade e especificidade – nessas reações, os níveis
resposta inflamatória do hospedeiro – constatado que ocorre um IgG ficam elevados por um longo período, o que impede a
aumento de linfócitos intraepiteliais antes mesmo que alterações distinção entre infecções passadas e recentes, dificultando o
na mucosa intestinal sejam detectadas. É provável que a diagnóstico nas áreas endêmicas. Outra forma de diagnóstico é o
quantidade de linfócitos infiltrados seja proporcional à intensidade sequenciamento do DNA do parasito por meio da técnica do PCR
da má absorção – as células-T podem induzir a retração das – esse método é mais utilizado em casos de estudos
vilosidades. epidemiológicos.
* “Sabe-se que os trofozoítos de Giardia apresentam uma  Epidemiologia:
variedade de substâncias potencialmente tóxicas, entre as quais A Giardia possui uma distribuição mundial, mas existe com maior
se destacam as proteínas com atividade proteolítica.” prevalência nos países em desenvolvimento, especialmente, na
 Diagnóstico: Ásia, África e América do Sul.
A Giardia é uma das infecções que mais causam desordens * “A Giardia é um dos parasitos entéricos mais frequentes nos
intestinais nas crianças. Por falta de experiência técnica, muitos inquéritos coproparasitológicos em diferentes regiões, sendo que
casos de giardíase não são diagnosticados. É importante saber esta situação é favorecida pela facilidade com que os cistos são
acidentalmente ingeridos com a água e alimentos contaminados.” 2. Nitrofuranos:
Nos países em desenvolvimento, a água ingerida é, muitas vezes, • Furazolidona: 8 a 10 mg por kg de peso por dia (máximo de
sem tratamento ou tratada de forma inadequada. Os protozoários 400 mg/dia) durante 7 dias, para crianças. Para adultos, a dose é
dos gêneros Giardia e Cryptosporidium são os mais associados a de 400 mg em 24 horas, em duas ou quatro vezes por dia,
casos de diarreia. durante 7 dias. Não deve ser administrado a recém-nascidos ou a
* As crianças são consideradas como fontes de infecção, mulheres que estejam amamentando devido ao risco de anemia
podendo transmitir o parasito para outras crianças e pessoas hemolítica;
próximas a elas. Além disso, os animais domésticos podem ser 3. Benzimidazois:
infectados e participar do ciclo de transmissão e infecção da • Albendazol: recomendado na dose de 400 mg (um
giardíase. comprimido) ao dia, durante 5 dias consecutivos. Não deve ser
* O homem e outros mamíferos podem ser infectados pelos empregado para o tratamento de crianças com idade inferior a 2
genótipos identificados como A e B – potencialmente zoonóticos. anos;
Foi possível o reconhecimento de outros grupos, a saber: 4. 5-nitrotiazois:
genótipos C e D identificados em cães, o genótipo E em • Nitazoxanida: a dose recomendada para adultos e crianças a
ruminantes e os genótipos F e G em gatos e ratos domésticos, partir de 12 anos de idade é de 500 mg duas vezes ao dia para
respectivamente. adultos; para crianças de 4 a 12 anos, recomenda-se a dose de
 Profilaxia: 200 mg, duas vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos.
São recomendadas medidas de higiene pessoal, de destino RESUMO:
correto das fezes (fossas, redes de esgoto), proteção de A giardíase é causada pelo protozoário Giardia lambia, nas formas
alimentos, tratamento de água (uso de filtros de areia, por de cisto (forma infectante) e de trofozoíto, mais prevalente em
exemplo. Além disso, os cistos não resistem à água fervente), países em desenvolvimento. A transmissão da doença acontece
tratamento de animais domésticos, tratamento precoce e por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados ou por
diagnóstico e tratamento das fontes de infecção (crianças meio de contaminação das mãos e ingestão de cistos nas fezes
assintomáticas, manipuladores de alimentos) infectadas.
 Tratamento: * Nos países em desenvolvimento, onde faltam condições básicas
O principal tratamento é feito com 5-nitroimidazois (metronidazol, de saneamento e tratamento de água eficiente, Giardia é um dos
tinidazol, secnidazol, ornidazol), nitrofuranos (furazolidona), principais agentes associados à veiculação hídrica.
corantes de acridina, benzimidazois (albendazol) e 5-nitrotiazois. Podem ocorrer casos de contaminação de pessoa para pessoa,
* O metronidazol altera o DNA do protozoário e possui como por causa de mãos contaminadas – especialmente, em locais
efeitos colaterais náuseas, vômitos, vertigens, glossite, cefaleia, com grandes aglomerações (creches, orfanatos, escolas,
urticária, entre outros. Quando administrado por longos períodos, presídios).
ele pode ter efeitos mutagênicos e carcinogênicos (isso ainda → Tratamento: secnidazol, tinidazol, metronidazol. – não ingerir
não está comprovado). bebidas alcoólicas até 4 dias após o tratamento.
* Há relatos de que a prevalência de resistência clínica ao * Não é de notificação compulsória, mas os surtos devem ser
metronidazol é superior a 20% e, muitas vezes, com taxas de notificados aos serviços locais de saúde.
recorrência superiores a 90%. → Exame parasitológico de fezes (EPF): A coleta e o
* Durante a gestação, a paromomicina é utilizada como alternativa condicionamento das fezes são muito importantes; deve ser
para evitar a toxicidade causa por outros fármacos. coletada sem urina e sem contaminação com outros materiais e
ESQUEMAS TERAPÊUTICOS: nunca após contato com o solo, pois pode haver contaminação
1. 5-nitroimidazois: com amebas de vida livre.
• Metronidazol: 15 a 20 mg/kg durante 7 a 10 dias consecutivos, ➢ Exame de fezes:
para crianças, via oral. A dose para adultos e de 250 mg, duas – Fase pré-analítica: coleta, armazenamento e conservação. A
vezes ao dia; evacuação das fezes que serão coletadas deve ser feita em um
• Tinidazol: dose única de 2 g para adulto e 1 g para crianças, sob recipiente limpo e seco. Uma parte das fezes (não ultrapassar da
a forma líquida; este produto também é apresentado sob a metade do potinho – segundo a prefeitura de SP) é colocada em
forma de supositórios, com bons resultados; deve-se repetir a um frasco bem fechado e identificado.
dose 1 semana depois; As fezes devem estar em um recipiente adequado, o qual
• Secnidazol: a dose para adultos é de 2 g, em dose única de precisa estar identificado (nome do paciente, idade, hora da
quatro comprimidos, de preferência à noite, tomados em uma coleta, hora da chegada da amostra no laboratório). As instruções
das refeições. Crianças com menos de 5 anos: 125 mg, duas aos pacientes devem ser claras e é sempre importante confirmar
vezes em 24 horas, por 5 dias. se o paciente entendeu – isso melhora a qualidade do exame.
* As fezes, que não estão em frascos com conservantes, devem fezes diarreicas, para procura de trofozoítos. Nos casos de cistos
ser mantidas a baixas temperaturas (5°C a 10°C) para evitar a e larvas, a preparação é corada com lugol.
putrefação e devem ser examinadas o mais rapidamente
possível.
– Fase analítica: é recomendado que o exame seja feito 3 vezes,
em dias alternados. Todos os parasitos encontrados no exame
devem ser identificados de acordo com seus nomes científicos
(gênero, espécie e, se possível, o estágio do parasita).
* As fezes líquidas devem ser examinadas em até 30 minutos,
enquanto que as semissólidas, em 1 hora e as fezes formadas, em
24 horas.
* Quando o exame for feito depois de 1 dia (24 horas), a amostra
deve ser conservada em substâncias, como: formol a 10% (não
conserva os trofozoítos de ameba e de giardia), álcool polivinílico
(PVA – usado para fezes líquidas), MIF (mertiolato, iodo e formol),
SAF (acetado de sódio, ácido acético e formaldeído – fixador
para cistos e trofozoítos). O PVA e o SAF preservam os
trofozoítos para a coloração.
As amostras devem ser rejeitadas quando há a presença de
compostos para contraste em raio-X (como os sais de Bário),
não se deve utilizar purgativos (óleo mineral, supositórios – evitar
a utilização por 1 semana antes do exame).
– Exame macroscópico: observar a consistência, verificar a
presença de helmintos adultos, de sangue, muco ou vermes.
* As fezes moles podem sugerir a presença de trofozoítos dos
protozoários, enquanto que os cistos são ais frequentes nas
fezes formadas – os ovos e larvas de helmintos são encontrados
em fezes líquidas e formadas.
– Exame microscópico: permite a visualização de protozoários
(trofozoítos, cistos, oocistos) e de ovos e larvas de helmintos. O
exame de rotina deveria ter 3 procedimentos: exame direto a
fresco (mostra os movimentos dos trofozoítos), técnicas de
concentração de parasitas e esfregaço de fezes com coloração
permanente.
➢ Exame parasitológico de fezes:
Pode ser quantitativo (contagem de ovos para saber a carga – Fase pós-analítica: análise da consistência dos resultados, a
parasitária) ou qualitativo (mostra os parasitos). apresentação e liberação dos laudos, o armazenamento do
* Frequentemente, a quantidade dos parasitos é pequena e, por material ou da amostra do paciente e o arquivamento dos
isso, são utilizadas técnicas de enriquecimento (sedimentação resultados internos. Sedimentos de fezes contendo formas
espontânea, sedimentação por centrifugação, centrífugo- parasitárias devem ser armazenados para servir de material de
flutuação, flutuação espontânea/método de WIllis) consulta.
* Como não existe um método que diagnostica, ao mesmo → Enteroparasitoses em imunocomprometidos: A
tempo, todas as formas parasitárias o que se faz de rotina é o  Cystoisospora (Sarcocystidae):
emprego de um método geral como o de Lutz ou de Hoffmann, As espécies gênero Cystoisospora estão relacionados a
Pons e Janer (de fácil execução e barato), um específico para mamíferos e são caracterizados por apresentarem oocistos com
cistos de protozoários e um para a pesquisa de larvas de 2 esporocistos, sendo que cada esporocisto possui 4
helmintos. esporozoítos, sem os corpos de Stieda. Já as espécies do
* Exame direto a fresco: tocar com a ponta de um palito em gênero Isospora possuem o corpo de Stieda e estão relacionadas
vários pontos das fezes, levando a uma lâmina. Espalhar as fezes a aves.
e examinar no microscópio. Esse método é utilizado em casos de As espécies de Cystoisospora possuem um ciclo de reprodução
assexuada (merogonia), de reprodução sexuada (gametogonia),
sendo esta a responsável pela formação de oocistos nas células de diarreia crônica e cistoisosporose disseminada (CD4+ < 100
intestinais do hospedeiro. A fase de esporogonia acontece fora células/mm³).
do hospedeiro – a esporulação estabelece as formas infectantes. * Infecções por C. belli também têm sido relatadas em pacientes
com linfomas (de Hodgkin ou não), leucemia aguda linfoblástica,
em pessoas que fizeram transplante renal ou hepático e naqueles
em terapia prolongada com corticosteroides.

* Nesse gênero, duas espécies foram relatadas parasitando o ser


humano: Cystoisospora belli, originalmente descrita como I. belli, e
I. natalensis descrita na África do Sul.
O C. belli tem uma distribuição mundial (cosmopolita), mas é mais
comum na Argentina, Venezuela, Haiti, México, sudeste Asiático,
entre outros (ocorre de forma mais rara nos EUA e na Europa).
* A cistoisosporose humana é frequente em regiões quentes e
onde as condições de higiene são precárias. O homem é
infectado pela ingestão de oocistos esporulados com a água ou
os alimentos. Os esporozoítos liberados dos oocistos invadem o
intestino delgado, provavelmente o íleo, onde ocorre a evolução
do parasito até a formação de oocistos. A presença de cistos
 Cryptosporidium spp.:
monozoicos extraintestinais em linfonodos mesentéricos e
C. parvum e C. hominis são as duas espécies que apresentam
traquebronqueais, baço, fígado e na lâmina própria da mucosa
maior ocorrência e relevância em saúde pública, pois foram
intestinal é relatada em pacientes portadores de AIDS e esses
responsáveis por numerosos surtos de criptosporidíase de
cistos monozoicos provavelmente constituem a causa de
transmissão hídrica em vários países ao redor do mundo. C.
recidivas da infecção observadas tanto em pacientes
meleagridis (de aves) é a terceira espécie de maior ocorrência,
imunocomprometidos, como nos imunocompetentes – isso pode
causando infecção em crianças imunocompetentes e indivíduos
decorrer da resistência desses cistos.
portadores de HIV, inclusive no Brasil.
* A patogenia da cistoisosporose envolve alterações na mucosa
* A transmissão acontece por meio da ingestão ou inalação dos
do intestino delgado, que resultam na síndrome da má absorção.
oocistos. As vias de transmissão podem ser: pessoa a pessoa
As principais alterações microscópicas são atrofia das vilosidades e
(aglomerações e, provavelmente, por relação sexual), animal a
hiperplasia das criptas pela destruição das células epiteliais, que
pessoa e alimentação contaminada.
podem exibir vacuolização e atrofia das microvilosidades.
* A criptosporidíase é uma infecção frequente em
* A doença é mais grave em crianças e indivíduos com algum
imunocomprometidos, especialmente, nas épocas de transmissão
tipo de imunodeficiência. Em pessoas imunodeprimidas, a
de água contaminada. As alterações provocadas pelo parasitismo
cistoisosporose caracteriza-se por diarreia secretória, aquosa e
de Cryptosporidium nas células epiteliais da mucosa
curso prolongado o que causa desidratação intensa, acentuada
gastrointestinal interferem nos processos digestivos e resultam na
perda de peso. Entre os pacientes com AIDS, o quadro clínico
síndrome da má absorção, decorrentes da perda da área de
inclui diarreia crônica, persistente ou aguda, e síndrome de má
absorção e diminuição de transporte de nutrientes.
absorção intestinal, com esteatorreia. – a contagem de células
* Nos pacientes imunodeficientes, os sintomas são crônicos, com
CD4 se relaciona ao risco de o paciente evoluir para um quadro
vários meses de diarreia aquosa (3 a 6 litros por dia em média)
refratária a qualquer medicação antimicrobiana e acentuada perda
de peso. Ocorrem desequilíbrio eletrolítico, má absorção,
emagrecimento acentuado e mortalidade elevada, principalmente
em pessoas com síndrome da imunodeficiência adquirida.
* O controle da criptosporidíase depende da imunidade celular, e
também da produção de IL-12 e de IFN-gama.
* As pessoas dos grupos de alto risco, como os portadores de
HIV/AIDS ou transplantados, os idosos, os diabéticos, os
desnutridos, os que fazem hemodiálise ou quimioterapia os
usuários de corticosteroides e os portadores de refluxo
gastroesofágico devem evitar contato com animais e adotar
rigorosa higiene pessoal. Ainda, considerando a baixa imunidade
celular, os pacientes de alto risco de aquisição de criptosporidíase
devem ser orientados para não consumirem mariscos (moluscos
bivalves) crus ou mal cozidos. pois estes são filtradores e
acumulam oocistos nos seus tecidos quando as águas estão
poluídas.

BIBLIOGRAFIA:

– Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde,


Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. 8. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
– NEVES, David Pereira. – Parasitologia humana. 13. ed. São Paulo:
Atheneu, 2016 capítulos 14, 15, 19 e 56.

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