1) O documento discute vírus que causam infecções respiratórias como gripe e resfriado, incluindo os vírus da influenza.
2) Os vírus da influenza sofrem mutações que causam surtos, epidemias e pandemias, como a pandemia de gripe espanhola de 1918.
3) O ciclo de replicação dos vírus da influenza envolve adsorção na célula, liberação de material genético no núcleo e montagem de novas partículas virais.
1) O documento discute vírus que causam infecções respiratórias como gripe e resfriado, incluindo os vírus da influenza.
2) Os vírus da influenza sofrem mutações que causam surtos, epidemias e pandemias, como a pandemia de gripe espanhola de 1918.
3) O ciclo de replicação dos vírus da influenza envolve adsorção na célula, liberação de material genético no núcleo e montagem de novas partículas virais.
1) O documento discute vírus que causam infecções respiratórias como gripe e resfriado, incluindo os vírus da influenza.
2) Os vírus da influenza sofrem mutações que causam surtos, epidemias e pandemias, como a pandemia de gripe espanhola de 1918.
3) O ciclo de replicação dos vírus da influenza envolve adsorção na célula, liberação de material genético no núcleo e montagem de novas partículas virais.
Os FLUV acometem homens ou animais e estão classificados na
Gripe e resfriado: família Orthomyxoviridae (orthos, original, verdadeiro; myxa,
As infecções do sistema respiratório representam uma das muco), composta por 6 gêneros: Influenzavírus A, Influenzavírus principais causas de morbidade e mortalidade no mundo inteiro. B e Influenzavírus C, Thogotovirus, Isavirus e Quaranjavirus. As infecções do sistema respiratório inferior são a segunda Somente os vírus da influenza A, vírus da influenza B e vírus da causa de morte entre crianças abaixo de 5 anos de idade. influenza C, infectam seres humanos. O sistema respiratório está sujeito a infecções causadas por vírus * A nomenclatura do vírus da Influenza é feita de acordo com a de genoma constituído de DNA e de RNA, os quais produzem estirpe, local em que foi isolado, número da estirpe e ano de doenças de variados níveis de gravidade, desde quadros brandos, isolamento. Além disso, são identificados de acordo com os clinicamente sem importância, até doenças fatais – isso também antígenos presentes na superfície do vírus – hemaglutinina e depende da condição imune do hospedeiro. neuraminidase. Exemplo: A/Brazil/2/78 (H3N2). Os vírus respiratório sincicial humano (HRSV), vírus Influenza * Morfologia: os vírus são formados por RNA de fita simples e (FLUV), vírus da parainfluenza humano (HPIV), alguns adenovírus com polaridade negativa, proteínas, lipídios e carboidratos. Eles humanos (HAdV), coronavírus humanos (HCoV) e rinovírus são sensíveis ao calor, ao pH ácido e aos solventes lipídicos. Ele humanos (HRV) são reconhecidamente associados a doenças possui um RNA segmentado, que codifica 11 proteínas nos casos respiratórias no homem. O FLUV é o responsável pelo maior de Influenza A e B e 9 proteínas no vírus Influenza C. número de mortes, principalmente, em pacientes de risco como idosos e imunodeficientes. * As infecções causadas pelos FLUV, HPIV e HRSV ocorrem de forma epidêmica, enquanto que aquelas causadas por HAdV, HCoV e HRV ocorrem de maneira endêmica. * Durante epidemias pelos FLUV e HRSV , muitas dos casos de pneumonia entre adultos são resultantes de infecções bacterianas secundárias. * Os vírus que acometem o sistema respiratório são transmitidos por contato direto e aerossóis. * Novos vírus foram descritos tais como: variantes aviárias da espécie A dos FLUV, como H5N1, H9N2, H7N7 e H7N9, o metapneumovírus humano (HMPV), 4 novos HCoV (HCoV-- NL63, HCoV – HKU1, SARS-CoV e MERS-CoV), o bocavírus humano (HBoV) e os poliomavírus humanos KIPyV e WUPyV → Resfriado: é um tipo de infecção do sistema respiratório superior. Os vírus mais associados a essa condição são rinovírus, poliomavírus humano, adenovírus humano, coronavírus humano, vírus respiratório sincicial humano, vírus parainfluenza humano e No envelope viral (derivado da membrana da célula do metapneumovírus humano. hospedeiro), estão projetadas as glicoproteínas hemaglutinina (HA → Gripe: é uma infecção respiratória aguda causada, – capaz de aglutinar hemácias, daí o nome) e neuraminidase principalmente, pelos vírus da Influenza. (NA), além da proteína M2 nos casos de Influenza A. Embaixo do Vírus da Influenza: envelope, está a proteína matriz M1, que envolve a partícula em Os vírus da influenza (FLUV) sofrem mutações de caráter que estão: material genético segmentado, nucleoproteína (NP), antigênico e funcional, o que ocasiona, frequentemente, o polimerases virais (complexo com 3 proteínas – PB1, PB2 e PA) e surgimento de surtos, epidemias e pandemias. as proteínas não estruturais do vírus. * Curiosidades: o termo influenza data da Idade Média, quando, na * Cada segmento de RNA está associado a uma nucleoproteína e região de Florença (Itália) acreditava-se que os sinais clínicos de ao complexo de polimerase (PB1, PB2 e PA). Cada segmento é febre, tosse e calafrios ocorressem por “influência” de transcrito separadamente. conjunções planetárias. Influenza A: * Pandemias: Rússia (1889 e 1892), Gripe Espanhola (1918 – 65% da ADSORÇÃO: população brasileira teve a doença – H1N1), gripe Asiática (1957), O vírus é adsorvido pela ligação da glicoproteína viral HA (no gripe Hong Kong (1968), gripe Russa (1977), México (2009 e 2010). segmento Ha1) com o ácido siálico da membrana celular do hospedeiro. Os diferentes aminoácidos dos sítios antigênicos conferem diferença na afinidade da hemaglutinina com os tipos (modificação química do RNAm que aumenta a estabilidade do de ácido siálico. RNA, sendo importante para o transporte do RNA para fora do ENDOCITOSE, FUSÃO E DESNUDAMENTO: núcleo para tradução nos ribossomos) se desliga da PB2. Por um Após a adsorção, a endocitose ocorre via clatrinas ou impedimento estérico, a polimerase só consegue ler possivelmente, também pode acontecer por meio de outro determinadas sequências do RNA, levando à repetição de modelo, tanto de vesículas cobertas por clatrina, como por nucleotídeos no RNAm viral. Para permitir a leitura completa do caveolina, com posterior fusão pH-dependente. material genético viral, o produto do gene NS cliva o RNAm Na fusão, a partícula viral insere o peptídeo de fusão da HA na celular, formando, a partir desse RNA celular, iniciadores da membrana do endossomo que a envolve. Para que isso ocorra, a síntese do RNAm viral. O RNAm viral sai do núcleo por ação das proteína M2 funciona como um canal de prótons e possibilita a exportinas, passam para o citoplasma e chegam aos ribossomos. fusão, acidificando o interior da partícula viral. * In the host nucleus, the virus does primary transcription to Nesse processo, a histidina do domínio transmembrana do poro produce necessary proteins for replication. The primary do canal M2 permite a passagem de íons H+ e não de Na+ e transcription involves what is known as "cap snatching." What this K+, bloqueados pelos grupamentos imidazol da histidina, enquanto means is that the viral endonuclease (PB2) cuts the 5' a valina e o triptofano são importantes para a unidirecionalidade methylguanosine cap as well as ten to thirteen nucleotides from de condutância do canal. the RNA. This is then used as the primer for the transcription of * Em pH elevado, a histidina não carregada faz com que o the protein PB1, a viral transcriptase. In influenza A and B, ten triptofano obstrua a passagem de íons H+, impedindo o processo proteins result from the translation of the eight segments of the de fusão; em pH baixo, a histidina carregada permite a rotação genome, including hemagglutinin, neuraminidase, PB1, PB2, do triptofano, levando à passagem desses íons. nucleoprotein, another RNA polymerase complex, two matrix A clivagem de HA pode ocorrer no meio extracelular, por proteins, and two NS proteins. enzimas como a plasmina, e em vesículas endossomais das REPLICAÇÃO: células-alvo, por serino-proteases. A NA pode ter papel facilitador A ligação da extremidade 5’ à PB1 permite a ativação da proteína sobre a clivagem da HA por recrutamento de uma protease que PA, que causa uma fosforilação responsável pelo início da síntese ativa o plasminogênio, formando plasmina. O baixo pH endossomal de RNA complementar, de polaridade positiva – esse processo provoca a mudança conformacional de HA2 para que ocorra a depende da presença da proteína NP. O RNA complementar fim, a ribonucleoproteína é liberada no citoplasma da célula. funciona como molde para o novo RNA viral, por meio da ligação ENCAMINHAMENTO AO NÚCLEO CELULAR: da extremidade 5’ do RNA complementar, da fosforilação e da Ao chegar no citoplasma, a ribonucleoproteína vai para o núcleo, ativação da PA. por ação de nucleoporinas (formadores do poro nuclear). Essa MONTAGEM: etapa é dependente da energia gerada pela transformação de As partículas virais são montadas no núcleo, a partir da formação Ran-GTP (pequena proteína ligada a GTP) em Ran-GDP e pela de um complexo composto por RNA viral, PB2, PB1 e PA, NP e atuação das importinas α e β. As importinas levam as M1 (RNA – complexo polimerase – NP – M1) – essas proteínas, ribonucleoproteínas para dentro do núcleo, por meio da ligação depois de traduzidas no ribossomo, retornam ao núcleo. Esse de um sítio de reconhecimento chamado sinal de localização complexo passa pelo poro nuclear e segue para a membrana nuclear da NP viral (nucleoproteína – responsável por: ligação de celular. A proteína M1 interage com HA, NA e M2 do vírus (esses RNA, síntese viral e formação do nucleocapsídio). locais da membrana celular são chamados de balsas lipídicas). TRANSCRIÇÃO: LIBERAÇÃO POR BROTAMENTO: No núcleo, há a transcrição e a replicação do RNA viral, por meio As glicoproteínas HA e NA (passam, anteriormente, pelo de um complexo de polimerases (formado pelas proteínas PB2, processo de glicosilação no retículo endoplasmático e no PB1 e PA), com a formação de RNAm e de RNA virais. O RNA complexo de Golgi) se ancoram na membrana citoplasmática e a viral, de polaridade negativa, é transcrito em uma fita de RNA viral proteína M2 também se insere na membrana. A NA cliva de fita positiva, que age como RNA mensageiro – isso acontece resíduos do ácido siálico da membrana, permitindo o pela ligação do RNA viral à proteína PB1. Depois disso, o PB2 se envelopamento do vírus durante o brotamento. liga ao RNA da célula, utilizando a região que contém o cap, que * Funções da NA: permite o transporte pela mucina, destruindo é uma sequência necessária para que o RNAm se ligue ao os receptores de HA da célula hospedeira; remove ácidos siálicos ribossomo, e, em seguida, a extremidade 3’ do RNA viral se liga à das cadeias de HA e NA (isso previne a autoagregação das PB1. A endonuclease PA cliva o RNAm celular capeado. A porção partículas); e cliva ácido siálico do muco. do RNA mensageiro celular capeado se pareia com a * A clivagem do ácido siálico permite a liberação das partículas extremidade 3’ do RNA viral, iniciando a transcrição e o virais e impossibilita a reinfecção. alongamento da cadeia do RNAm viral. Depois disso, o cap * A HA, depois da glicosilação, passa por clivagens, dando origem secundárias) e descamação – o epitélio fica reduzido a uma à H1 e H2. A primeira clivagem é no resíduo de arginina por ação camada basal. de uma endoprotease e a segunda clivagem ocorre para A camada de mucina, o movimento dos cílios e os inibidores de remoção da arginina por ação de uma carboxipeptidase. protease são barreiras do sistema imune inato, as quais podem impedir a entrada e o desnudamento do vírus. Os quadros de gripe causados pelo vírus Influenza são: calafrios, cefaleia, tosse SECA, febre alta (38 a 40° C) depois de 2 ou 3 dias de infecção. Além disso, podem ocorrer casos de mialgia, prostração, anorexia, dor de garganta, coriza e congestão nasal. Das vias aéreas superiores, a infecção pode chegar ao trato respiratório inferior, por viremia ou por disseminação célula-célula (laringe → traqueia → brônquios → bronquíolos → pulmões). * A viremia é, em muitos casos, resultado da replicação viral em gânglios linfáticos. O epitélio respiratório se torna vacuolizado, perdem seus cílios e descamam, levando ao edema de submucosa e hiperemia. Em casos mais graves, ocorre pneumonite intersticial * No processo de patogênese, a especificidade de ligação por receptores em α2,6 em células não ciliadas do sistema respiratório superior, e α2,3 em células ciliadas do sistema respiratório inferior, é reconhecida como fator de patogenicidade. Influenza B e C: * A partir do momento que o vírus Influenza infecta as células do – Espécie B: a proteína NB forma um canal aniônico, sendo que sistema respiratório e os macrófagos alveolares, o receptor toll- ela é sintetizada a partir do segmento 6 do RNA viral. A proteína like 7 (TLR 7) e o RIG-1 (retinoic acid-inducible gene 1) BM2 forma o canal iônico e é sintetizada pelo segmento 7. reconhecem o RNA viral e iniciam uma resposta contra o vírus. – Espécie C: a glicoproteína HEF (passa por clivagens durante a Apesar disso, a proteína NS1 inibe a via de RIG-1, a qual é síntese, a fim de permitir a exposição do peptídeo de fusão da responsável pela ação do Interferon 1. A NS1 também inibe a partícula viral) no envelope viral se liga aos receptores e proteína-quinase R, capaz de reduzir a tradução do RNA viral. permitem a fusão, além de clivar o ácido siálico. A proteína CM2 Os vírus da Influenza também promovem a formação de parece ter ação semelhante à M2. As proteínas PB2, PB1 e P3 citocinas inflamatórias, com liberação de óxido nítrico, o qual formam o complexo polimerase e agem na síntese de RNA permite a mutação dos vírus e induz a citotoxicidade, dano mensageiro e RNA viral. tecidual e inflamação. A proteína PB1-F2, sintetizada a partir do fragmento PB1 de RNA, é indutora de apoptose, por meio da liberação de citocromo c. * Fatores de proteção: TLR 7 (reconhecimento de RNA viral de fita simples, PAMPs)., TLR 3 e RIG-1 (reconhecimento identificam RNA viral de fita dupla nas células infectadas, levando à formação de IFN-1) e NLR P3 (nod-like receptor family protein 3 – reconhece a infecção e a atividade de M2, levando à produção de IL-1-beta). A resposta imune inata age na liberação de citocinas, como IL-6 e IFN-gama – relacionadas à produção de muco, febre e à maior carga viral. A resposta humoral começa a aparecer cerca de 5 dias de infecção. Quadro clínico: O período de incubação da gripe é, em média, 1-3 dias. Depois que a febre passa, há um maior acometimento das vias aéreas Patogênese: inferiores, associado a sintomas de tosse produtiva e fraqueza. Os vírus Influenza são transmitidos por meio de aerossóis ou por Podem ocorrer, frequentemente, casos de obstrução nasal e contato com fômites e superfícies contaminadas. Os vírus entram faringite e, em casos mais esporádicos (nem tanto assim), há no sistema respiratório superior, a partir da nasofaringe, onde casos de pneumonia grave, a qual desencadeia hipoxia e morte – passa por replicação nas células do epitélio respiratório, as quais esses casos, geralmente, estão assocados a infecções passam por necrose (aumenta a predisposição a infecções secundárias, como por Streptococcus epidermidis, Haemophilus variações restritas estão relacionadas a erros da RNA polimerase influenzae ou Staphylococcus aureus (essa bactéria libera viral que forma diversas variantes de HA e NA, as quais são proteases capazes de clivar a hemaglutinina/HA em HA1 e HA2). selecionadas pelo sistema imune do hospedeiro, enquanto as Os casos de infecção pelo vírus Influenza do tipo C estão variações extensas ocorrem pela substituição de segmentos de associados a casos mais leves, parecidos com resfriado comum. RNA, podendo causar uma pandemia. * As complicações da gripe podem ser: bronquite, bronquiolite, * Os casos de shift acontecem quando a população tem pouca laringotraqueobronquite, pneumonia, sinusite, enterite, miocardite, ou nenhuma imunidade específica para combater a nova cepa exacerbação da asma. formada. * Em crianças com menos de 2 anos, por causa das Pandemias: características anatômicas e funcionais (vias respiratórias menores, – Pandemia por Influenza A H1N1: ocorreu nos períodos de 2009 sistema imune imaturo), os casos de hipoxemia grave são mais e 2010, com início no México e com distribuição em todo o frequentes. mundo, com 18500 mortes confirmadas (esses valores podem Diagnóstico: estar subestimados). O vírus continha uma junção de segmentos Os materiais usados para análise são lavados ou swab da de origem aviária (NA, M, PB2 e PA), humana (PB1) e suína (HA, garganta, saliva ou aspirados do trato respiratório inferior – esses NP e NS). Os fatores de risco associados a essa infecção eram: materiais devem ser coletados durante a fase aguda da gripe. A gestação, condições crônicas respiratórias (especialmente, a sorologia deve ser feita nos períodos de infecção aguda e de asma), doenças autoimunes e cardiovasculares, diabetes e convalescença, para avaliar a soroconversão. O hemograma não obesidade. é específico, mas pode ser notada leucocitose ou leucopenia. – Gripe aviária H5N1: é mais prevalente na Ásia e atingiu o mundo * Métodos de análise laboratorial: imunofluorescência direta ou através de aves migratórias. A infecção humana só acontece indireta, ensaio imunoenzimático, PCR, análise da atividade de quando há contato e manipulação de aves infectadas. O Influenza neuraminidase (nos casos de FLUV A e B), fixação do A H5N1 possui uma variação com alta afinidade pelos receptores complemento. de ácido siálico dos tipos α2,3 Gal. * Existem laboratórios que atuam no diagnóstico de gripe, para * O primeiro caso de infecção humana pela amostra H5N1 foi conter casos de pandemia de influenza – os centros de observado na cidade de Hong Kong, em maio de 1997, quando foi referência são: Instituto Evandro Chagas (Belém-PA), Instituo isolada em um menino de 3 anos de idade que morreu de Adolfo Lutz (São Paulo) e Instituto Oswaldo Cruz (Rio de pneumonia. Esse primeiro caso foi precedido pela detecção do Janeiro). vírus em gansos, na província chinesa de Guangdong. Logo após, no mês de dezembro de 1997, a infecção por esse vírus causou Epidemiologia: a morte de 6 pessoas em um total de 24 acometidas, o que Os casos de gripe por Influenza são mais frequentes no inverno, levou à eliminação de 1.500.000 aves, como medida de controle. mas apresentam distribuição em todas as épocas do ano. Os Apesar dessa medida, o vírus se disseminou pelo mundo, tendo vírus dos tipos A e B podem afetar homens, porcos, cavalos, infectado aves selvagens e de criação. aves, cães, gatos – isso permite a manutenção de diversas * A predominância de estruturas de ácido siálico em arranjo α2,3 fontes de infecção. A OMS possui uma rede de vigilância (Rede no sistema respiratório de crianças e no trato ocular (córnea, Mundial de Laboratórios), responsável por realizar uma vigilância conjuntiva e ducto lacrimal), de crianças e adultos, pode explicar a sentinela dos casos de gripe e do surgimento de novos subtipos maior suscetibilidade desse grupo etário e desse sítio a infecções de síndrome respiratória aguda grave. por influenza aviária (FLUV A). * Fatores como: especificidade de ligação ou de atividade sialidásica de glicoproteínas por estruturas receptoras celulares envolvidas no processo de ligação ou clivagem, sensibilidade das estruturas virais, envolvidas com o processo de fusão, à clivagem por proteases, assim como estruturas PB2 e NS1, são indicadas como os maiores determinantes de hospedeiros suscetíveis e da patogenicidade. * Novas variantes de vírus do tipo A são associadas a surtos, epidemias e pandemias de gripe. Essas novas variantes acontecem por causa de variações restritas (drifts – mudanças na hemaglutinina ou na neuraminidase) ou extensas (shifts – “junção” de cepas, tanto humanas como animais) no seu RNA, e da alta frequência de rearranjo ou recombinação genética, alterando as funções e os antígenos das proteínas do vírus. As * Para que uma pandemia seja sinalizada, é necessário que o em seus aspectos epidemiológicos como sazonal (febre acima de vírus seja capaz de replicar em humanos e seja disseminado de 38° C, cefaleia, mialgia, calafrios, tosse seca, dor de garganta, pessoa a pessoa, além de precisar de uma suscetibilidade de espirros e coriza) ou pandêmica (nova cepa – com quadros acometimento da população humana. clínicos variados). Prevenção e controle: O vírus Influenza estão subdivididos em 3 grupos, sendo que o Por causa da alta variabilidade do vírus, a imunização específica grupo A é classificado de acordo com as proteínas de superfície para a gripe é dificultada. O uso de vacinas é mais restrito a Hemaglutinina e Neuraminidase, sendo que a Influenza A é a que grupos específicos, como: idosos com mais de 60 anos, crianças mais sofre variações antigênicas. O grupo B está associado a acima de 6 meses, pessoas com doenças cardíacas, pulmonares infecções locais e o grupo C não causam epidemias. e renais, e pessoas com imunocomprometimento. A vacina (vírus A forma mais comum de transmissão da gripe é por meio de inativado) é desenvolvida todo ano, a partir de dados contato com gotículas do trato respiratório (tosse, espirro, fala) epidemiológicos. É recomendado que a vacinação aconteça antes ou com secreção do paciente infectado. do inverno. → Diagnóstico: utilização das secreções nasofaríngeas para * Esquema vacinal: 2 doses em crianças com até 8 anos, em um realização da imunofluorescência indireta, para detectar as intervalo de, no mínimo, 4 semanas entre elas. Depois de 9 anos, características antigênicas e genômicas do vírus. é recomendada uma dose única da vacina. É importante cuidar → Tratamento: repouso e hidratação, uso de antitérmicos (evitar para que a vacina não seja administrada em pessoas que têm o AAS nas crianças), suporte intensivo em casos graves. Uso de alergia a proteínas do ovo. inibidores de neuraminidase – amantadina e rimantadina Os efeitos adversos da vacina podem ser dor local, eritema, (prevenção da doença pelo vírus Influenza A e oseltamivir e febre, mialgia, cefaleia, urticária, hipotensão, choque (em reações zanamivir, que agem em vírus da Influenza A e B. anafiláticas). → Vigilância epidemiológica: monitoramento das cepas e da * Plano Brasileiro de Preparação para Enfrentamento de uma morbimortalidade associada a elas, detecção e resposta rápida a Pandemia de Influenza: estabeleceu medidas de vigilância novos subtipos. epidemiológica, diagnóstico laboratorial, controle de infecções * Notificação imediata de novos subtipos (SMS, SES e MS), por hospitalares, administração de vacinas e de antivirais, vigilância em meio de telefone, fax ou e-mail – casos suspeitos, surtos ou portos/aeroportos/fronteiras. Esse plano tem por finalidade o agregado de óbitos. desenvolvimento de ações para impedir a entrada de uma estirpe * As infecções sazonais não são de notificação compulsória. pandêmica no país; reduzir a morbimortalidade por casos de → Medidas de controle: vacinação (influenza A e B – indicada gripe; fortalecer a vigilância epidemiológica, os diagnósticos, a para a população idosa e para pessoas de grupos de risco – assistência e a vacinação; estabelecer medidas de profilaxia. cardiopatias, nefropatias, diabetes mellitus, afecções pulmonares A vacina é produzida coma introdução de cepas dos vírus em crônicas e familiares em contato com a pessoa infectada), ovos embrionados de galinha e são inativadas por formaldeído ou tratamento com antiviral oseltamivir, higienização das mãos, evitar betapropiolactona. Tanto a vacina trivalente, como a tetravalente tocar as mucosas após contato com superfícies, evitar devem possuir os antígenos de influenza A H1N1 e H3N2, e de aglomerações e locais fechados. influenza B Victoria ou Yamagata. A aplicação é intramuscular e desencadeia a produção de anticorpos IgG, especialmente, contra BIBLIOGRAFIA: a hemaglutinina, além da formação de uma resposta mediada por – SANTOS, Norma Suely de Oveira; ROMANOS, Maria Teresa células-T citotóxicas. Villela; WIGG, Marcia Dutra. Virologia Humana. 3. ed. Rio de Janeiro: Tratamento: Guanabara Koogan, 2015. Capítulo 14. Uso de antivirais, como cloridrato de amantadina e rimantadina – COURA, José Rodrigues (Ed.). Dinâmica das doenças infecciosas (inibem M2 durante a fusão – usados em pacientes de alto risco, e parasitárias. 2. ed., amp. atual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, mas não recomendados para tratamento de epidemias nem por c2013. 2 v. Capítulo 161. infecções por FLUV B). Os fármacos Oseltamivir (Tamiflu), – MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A. Zanamivir e Peramivir são usados em pacientes hospitalizados – Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, c2014. esses fármacos inibem o sítio ativo da neuraminidase). Capítulo 57. * O uso desses fármacos não é tão preconizado, por causa da grande variabilidade e resistência dos vírus. RESUMO: Infecção do trato respiratório, causada pelo vírus Influenza, de alta transmissibilidade. Ela se inicia com quadros de febre, mialgia e tosse seca, com evolução autolimitada. Ela pode ser classificada