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Foto: Unsplash
13 Agosto 2021
O verão e o calor italianos não interrompem o intenso diálogo que se desenrola sobre o
tema do pós-teísmo e que o sítio Adista acolhe há muito tempo. Enrico Peyretti
responde à intervenção de Domenico Basile no número 29/21 de Adista (“Como
pensar um Deus impessoal”, disponível em italiano aqui).
Caro Domenico,
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Se você é a mesma pessoa (como eu creio) que interveio em Adista Documenti, em 31
de julho de 2021, pp. 12-13, com o título “Como pensar um Deus impessoal”,
permito-me continuar o diálogo sem pretensões.
Ora, se do mistério indizível de Deus chega até nós alguma “comunicação” (isto é, um
sinal que pode ser “comum “ a quem fala e a quem escuta), que nós dizemos que é uma
“Palavra”, então aí, no mistério, há uma consciência comunicante, falante, comungante,
inspirante, semelhante àquela por meio da qual nos comunicamos entre nós, pessoas
conscientes, dotadas de “consciência” (cons-cientes de nós e dos outros como nós).
Então, acho que posso dizer: nós não projetamos a nossa natureza consciente em Deus,
mas somos originados à imagem do Deus consciente, pessoal, comunicante. Essa
substância da Palavra bíblica e de todo monoteísmo me parece profundamente
convincente, reconfortante, exigente; e me parece ser o único modo de pensar e de confiar
em um Vivente, para além de todo nome e de todo conceito, que é Vida-que-dá-vida,
isto é, comunica vida e consciência a seres como nós, embora remotamente semelhantes a
ele.
Nós somos conscientes porque Deus é consciente. Foi-nos dada a consciência também
para a dignidade e para a defesa dos outros seres que nos parecem (talvez?) sem uma
consciência semelhante à nossa.
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www.ihu.unisinos.br/611983-debate-sobre-o-pos-teismo-um-deus-consciente-pessoal-comunicante 3/3