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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 

INSTITUTO DE LETRAS E LINGÜÍSTICA 
COLEGIADO DO CURSO DE LETRAS

P ROJETO P OLÍ TI CO P EDAGÓGI CO DO 

CURSO DE LETRAS 

COORDENAÇÃO DO CURSO DE LETRAS 

UBERLÂNDIA 
2007 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA  2 
INSTITUTO DE LETRAS E LINGÜÍSTICA 
COLEGIADO DO CURSO DE LETRAS

SUMÁRIO 
Nome dos membros da Comissão e Colegiado..................................................  03 
Dados de Identificação ........................................................................................  04 
Considerações iniciais..........................................................................................  05 
A Trajetória Histórica do Curso............................................................................  09 
Infra­estrutura do Instituto de Letras e Lingüística ..............................................  18 
Princípios e Fundamentos da Concepção Teórico­Metodológica .......................  24 
Principais modificações introduzidas no novo currículo......................................   32 
Perfil do Egresso ...............................................................................................… 34 
Objetivos .............................................................................................................   38 
Proposta pedagógica do curso............................................................................   40 
Diretrizes Gerais para os Processos de Avaliação .............................................  45 
Atividades complementares.................................................................................  62 
Concepção da Estrutura Curricular .....................................................................  69 
Opção de curso....................................................................................................  88 
Equivalência Curricular ....................................................................................…. 89 
Considerações Finais ........................................................................................... 90 
Fichas de Disciplinas ........................................................................................... 
Anexos .............................................................................................................… 
1. Normas  para Organização e Funcionamento das Práticas 
como Componente Curricular ....................................................................... 
2. Normas do Estágio Curricular Supervisionado em Letras.......................… 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
INSTITUTO DE LETRAS E LINGÜÍSTICA 
COLEGIADO DO CURSO DE LETRAS

MEMBROS DA COMISSÃO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO 
PEDAGÓGICO (2003/2005) 

Maria Madalena Bernadeli  (Coordenadora 2003/2005) 
Maria Abadia Brígida Carvalho (Secretária) 
Elezir Alves Buso e 
Célio de Oliveira Pena  (Secretários da Coordenação) 
Maria Carolina Mendes de Paula, Juscelino Pereira de Souza e Carlos Gustavo de 
Lacerda Stein (representantes discentes) 
Eduardo José Tolendall (Núcleo de Literatura) 
Waldenice Moreira Cano, Eduardo Alves Rodrigues 
(Núcleo de Língua Portuguesa e Lingüística) 
Maria Bernadete G. Santos (Núcleo de Latim) 
Ana Rosa Leonel e Giovanni Ferreira Pitillo 
(Francês – Núcleo de Línguas e Literaturas Estrangeiras) 
Maria de Fátima Fonseca Guilherme de Castro e Carla Nunes Vieira Tavares 
(Inglês– Núcleo de Línguas e Literaturas Estrangeiras) 
Lázara Cristina da Silva (Pedagogia). 

M EM BROS DO COLEGI ADO (2005/ 2006) 


Carlos Gustavo de Lacerda Stein (representante discente) 
Enivalda N. F. e Souza e Elaine Cristina Cintra 
(Núcleo de Literatura) 
José Sueli Magalhães (Núcleo de Português) 
Lázara Cristina da Silva (Pedagogia) 
Luciano Theodoro (Técnico administrativo Cocle) 
Maria Abadia Brígida Carvalho (Secretária da Cocle) 
Maria Bernadete G. dos Santos (Núcleo de Latim) 
Maria Cristina Martins (Núcleo de Línguas e Literaturas Estrangeiras) 
Maria Inês Vasconcelos Felice (Coordenadora 2005/2008) 

Dados de I dentificação

· Denominação: Curso de Letras
· Modalidades oferecidas: 
– Licenciatura simples
· Habilitações: 
1.  Licenciatura Plena em Letras (Habilitação em Francês e literaturas da 
língua francesa ­ noturno); 
2.  Licenciatura  Plena  em  Letras  (Habilitação  em  Inglês  e  literaturas  da 
língua inglesa ­ matutino e noturno); 
3.  Licenciatura  Plena  em  Letras  (Habilitação  em  Português  e  literaturas 
da língua portuguesa ­ matutino e noturno).
· Titulação conferida: Licenciado em Letras – Habilitação em (nome da 
habilitação)
· Possibilidade de mais de uma titulação, cursada em quaisquer turnos, 
desde  que  dentro  do  prazo  máximo  de  integralização  da  primeira 
titulação
· Ano de início de funcionamento do curso: 1960
· Duração dos cursos: 
– Oito (08) semestres (Carga Horária: 2.930 h) 
Prazo regular: 4 anos 
Prazo mínimo: 3 anos 
Prazo máximo: 6 anos e meio.
· N o do ato de reconhecimento do curso: 
– Decreto n o  56477, de 23 de janeiro de 1964.
· Regime  Acadêmico:  semestral,  com  entrada  anual,  matrícula  por 
disciplina.
· Turnos de oferta: matutino e noturno.
· Número de vagas oferecidas: 80 vagas anuais. 
Endereços:
· Da Instituição:  Universidade Federal de Uberlândia 
Campus Santa Mônica 
Avenida João Naves de Ávila, 2121  Cep 38408­100
· Da Unidade:  Instituto de Letras e Lingüística 
Campus Santa Mônica Bloco U ­ Sala 1U206 
Tel (34) 3239­4162  – (Telefax) 34­3239­4254
· Do Curso:  Campus Santa Mônica Bloco G – Sala 1G 251 
Telefax (34) 3239­4124 
e­mail: cocle@ileel.ufu.br

CONSI DERAÇÕES I NI CI AI S 

Este  documento  tem  por  objetivo  apresentar  o  Projeto  Político 


Pedagógico  do  Curso  de  Letras  da  Universidade  Federal  de 
Uberlândia,  elaborado  visando  a  adequar  a  proposta  pedagógica  do 
Curso de Letras às Diretrizes Curriculares Nacionais. 
Os  estudos  e  reflexões  para  a  elaboração  deste  projeto 
pedagógico  foram  iniciados  em  2002,  na  gestão  da  Coordenadora 
Profa.  Dra.  Luiza  Helena  B.  Finotti,  para  atender  às  exigências  do 
Conselho  Nacional  de  Educação,  dispostas  nas  resoluções  CNE/CP 
27/2001  de  02/10/2001,  CNE/CP1  de  18/02/2002  e  CNE/CP2  de 
19/02/2002,  CNE/CP9  de  02/10/2001  e  nas  Diretrizes  Curriculares 
Nacionais para os Cursos de Letras (CNE/CES 7 de 11/03/2002). 
Na mudança de gestão, ocorrida em 31/03/2003, foi nomeada, 
pela  Portaria  ILEEL/UFU/n º  033/2003,  de  17  de  outubro  de  2003, 
uma  Comissão  ampliada  para  discussão  e  elaboração  do  Projeto 
Político  Pedagógico  do  Curso  de  Letras,  sob  a  presidência  da  nova 
coordenadora  do  Curso,  Profª  Me.  Maria  Madalena  Bernadeli.  Este 
Colegiado  ampliado  foi  composto  pelos  três  técnicos  administrativos 
da  Coordenação  do  Curso  de  Letras,  Maria  Abadia  Brígida  Carvalho, 
Elezir  Alves  Buso  e  Célio  de  Oliveira  Pena,  pelos  discentes  Maria 
Carolina  Mendes  de  Paula,  representante  do  PET­Letras,  Dyego  José 
Povoa,  Juscelino  Pereira  de  Souza  e,  posteriormente,  o  discente 
Carlos  Gustavo  de  Lacerda  Stein,  e  por  professores  dos  diferentes 
núcleos  do  Instituto  de  Letras  e  Lingüística:  Prof.  Dr.  Eduardo  José 
Tollendal  (Literatura),  Profª  Drª  Waldenice  Moreira  Cano,  Prof. 
Eduardo  Alves  Rodrigues  (Língua  Portuguesa),  Profª  Elizabeth  Espir 
Abib  Villela  e  Profª  Me.  Maria  Bernadete  Gonçalves  dos  Santos 
(Língua  e  Literatura  Latina),  Profª  Me.  Ana  Rosa  Leonel  e  Prof. 
Me.Giovanni  Ferreira  Pitillo  (Francês  ­  Línguas  Estrangeiras),  Profª 
Me.  Maria  de Fátima  Fonseca  Guilherme  de  Castro  e  Profª  Me.  Carla

Nunes  Vieira  Tavares  (Inglês–  Línguas  Estrangeiras)  e  a  Profª  Me. 


Lázara  Cristina  da  Silva,  representante  da  Faculdade  de  Educação. 
Esta comissão trabalhou de forma sistemática, apoiada nas referidas 
resoluções  do  CNE  e  de  modo  a  também  atender  os  termos 
estabelecidos nas Resoluções 02/2004 do Conselho de Graduação da 
Universidade  Federal  de  Uberlândia  e  3/2005  do  Conselho 
Universitário,  tendo  sido  consultado  cada  Núcleo  do  ILEEL,  por  meio 
de  seu  representante  no  Colegiado,  sobre  pontos  específicos  e 
problemas do Curso de Letras. 
Em  abril  de  2005,  nova  mudança  na  Coordenação,  tendo 
assumido  a  nova  coordenadora  e  um  colegiado  renovado,  que 
recebeu  da  antiga  Comissão  uma  minuta  do  Plano  Pedagógico,  em 
sua  primeira  versão.    O  novo  Colegiado  recebeu  também  sugestões 
dos discentes, sob a forma de um anteprojeto. Ambos os documentos 
foram apresentados ao Conselho do ILEEL (CONSILEEL), no dia 03 de 
maio  de  2005.    Por  sugestão  do  CONSILEEL,  o  Colegiado  do  Curso 
marcou uma jornada para a apresentação da minuta e das sugestões 
dos  discentes,  no  dia  18/05/2005,  para  a  qual  foram  convidadas  as 
Coordenadoras  do  Curso  de  Letras  da  Universidade  Federal  de  São 
João  Del­Rei  (Minas  Gerais),  Profª  Drª  Magda  Velloso  Fernandes  de 
Tolentino,  e  da  Pontifícia  Universidade  Católica  de  Campinas  (São 

Paulo),  Profª  Dr  Maria  de  Fátima  Silva  Amarante,  além  da  Diretora 
de Ensino da UFU, Profª Drª Marisa Lomônaco Naves, assim como os 
corpos docente e discente e técnicos do ILEEL.  No turno matutino da 
jornada, a Diretora de Ensino discorreu sobre as leis que devem reger 
esta  mudança.    Em  seguida,  foram  apresentadas  a  minuta  do  Plano 
Pedagógico  e  as  sugestões  discentes.    No  turno  da  tarde,  as 
convidadas  da  Federal  de  São  João  Del­Rei  (MG)  e  da  Pontifícia 
Universidade  Católica  de  Campinas  (SP)  apresentaram  os  planos 
pedagógicos  de  seus  cursos  e  a  experiência  de  quase  dois  anos  de 
sua  aplicação.    À  noite,  foi  feito  um  resumo  da  Jornada  para  os

alunos  do  noturno,  que  não  puderam  comparecer  às  duas  etapas 
anteriores. 
A  partir  dessa  jornada,  foi  necessário  rever  algumas  posições 
do  Colegiado  anterior.  Como  a  minuta  do  Projeto  elaborada  pelo 
Colegiado anterior ainda não havia sido apresentada aos membros da 
comunidade  acadêmica  do  ILEEL,  algumas  propostas,  tais  como  o 
regime  do  curso  e  a  sua  duração,  despertaram  polêmica,  tendo  em 
vista  que  a  proposta  de  regime  anual,  de  certa  forma,  contraria  a 
orientação do Ministério da Educação. 
O MEC sinaliza que a semestralidade imprime uma dinâmica de 
integralização  mais  produtiva;  também  o  aumento  da  duração  do 
curso,  de  quatro  (4)  para  cinco  (5)  anos,  para  as  licenciaturas 
simples, com possibilidade de complementação para a dupla em mais 
dois  anos,  totalizando  sete  (7)  anos  para  a  integralização  de  uma 
licenciatura  dupla,  vai  de  encontro  às  orientações  do  MEC,  que 
propõe cursos  de graduação mais curtos e dinâmicos.  Dessa forma, 
novo  cronograma  de  trabalho  foi  elaborado,  tendo  o  Colegiado  se 
debruçado  novamente  sobre  o  Projeto  Pedagógico,  na  tentativa  de 
adequar a proposta da Comissão anterior às orientações do MEC e às 
sugestões das comunidades discente e docente do ILEEL. 
Para envolver toda a comunidade acadêmica ligada ao Curso de 
Letras, e evitar a convocação de numerosas assembléias, os núcleos 
discutiram  as  novas  propostas  levadas  por  seus  representantes  no 
Colegiado  que  retornaram  ao  Conselho  do  Curso  com  o 
posicionamento da maioria da comunidade do Curso de Letras. 
A  elaboração  do  Plano  Pedagógico  foi  desenvolvida  em 
consonância  com  as  especificações  legais  para  a  alteração  dos 
cursos  de  licenciatura,  preservando,  contudo,  as  concepções 
historicamente construídas ao longo da consolidação do Instituto de 
Letras e Lingüística (ILEEL) e, ainda, considerando a necessidade de 
construção de uma identidade própria para a Licenciatura em Letras, 
de  modo  a  priorizar  as  características  de  independência  intelectual

que  deverão  marcar  os  egressos  desta  instituição.  Em  decorrência, 


esta  proposta  visa  a  traçar  os  parâmetros  que  nortearão  a 
elaboração  de  projetos  específicos  para  o  Curso  de  Licenciatura  em 
Letras,  de  maneira  a  que  este  possa  oferecer  uma  formação  que 
desenvolva  em  todo  professor  egresso  desta  universidade, 
características  de  sujeito  reflexivo,  questionador  e  aberto  às 
inovações,  bem  como  uma  sólida  formação  científico­pedagógica 
nesta  área específica, aliada a uma  consistente formação humana  e 
cultural. 
O  documento  a  seguir  reflete  todo  o  amadurecimento  que  as 
reflexões  e  discussões  da  comunidade  acadêmica  do  Instituto  de 
Letras e Lingüística produziram ao longo desse processo.

HI STÓR I CO DA TRA J ETÓR I A  DO CU RSO 

O Curso  de Letras  – Licenciatura  Plena em Português/Inglês  e 


respectivas  literaturas  e  Português/Francês  e  respectivas  literaturas 
–  funciona  desde  1960,  quando  foi  criada  a  Faculdade  de  Filosofia, 
Ciências  e  Letras  de  Uberlândia.  O  reconhecimento  do  curso  se  deu 
pelo Decreto nº. 53477, de 23 de janeiro de 1964. 
O  primeiro  vestibular  do  Curso,  realizado  em  22  de  fevereiro 
de  1960,  aprovou  dez  (10)  alunos  para  os  cursos  de  Neolatinas  e 
Anglo­Germânicas.  Em 1963, formou sua primeira turma. 
O  Curso  de  Letras  (que  vigorava  em  regime  anual)  passa,  a 
partir  da  Reforma  Universitária,  juntamente  com  outros  cursos,  a 
percorrer o regime semestral, com matrícula por disciplina. 
Durante esse período, o ingresso no Curso de Letras preenchia 
a  cota  de  quarenta  (40)  vagas  por  semestre,  dadas  às 
especificidades  contidas  no  Exame  Vestibular  e  os  interesses  de 
procura da comunidade local. 
Tendo  tido  início  um  processo  de  discussão  curricular  que 
atravessou  toda  a  década  de  80,  a  partir  de  1983,  o  Colegiado  do 
Curso  de  Letras  promoveu  reuniões  com  professores  e  alunos  do 
Curso  e  iniciou  estudos  e  projetos  para  uma  reforma  curricular. 
Mais  tarde,  em  1987,  com  a  preocupação  de  adequar  o  curso  à 
realidade  e  às  necessidades  das  comunidades  interna  e  externa, 
foram  realizadas  entrevistas  e  distribuídos  questionários  para  os 
alunos do Curso de Letras da UFU, os alunos de 1º e 2º Graus e os 
representantes do comércio e da indústria da região.
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Após  a  realização  desse  processo  de  pesquisa,  foi  feita  uma 


alteração  curricular  inicial  que  culminou  na  Reforma  Curricular 
implantada a partir de 1991. Além das duas habilitações existentes, 
Graduação em Letras ­ Português/Inglês e Português/Francês, foram 
criadas  mais  seis  habilitações.  Em  28/02/92,  na  207ª  reunião  do 
Conselho  Universitário,  foi  autorizada,  através  da  Resolução  03/92, 
do CONSUN, a criação das seguintes habilitações: Licenciatura Plena 
em Português e Literaturas de Língua Portuguesa, Licenciatura Plena 
em  Inglês  e  Literaturas  de  Língua  Inglesa,  Licenciatura  Plena  em 
Francês e Literaturas de Língua Francesa, Bacharelado em Português 
e  Literaturas  de  Língua  Portuguesa,  Bacharelado  em  Inglês  e 
Literaturas  de  Língua  Inglesa  e  Bacharelado  em  Francês  e 
Literaturas de Língua Francesa. 
Esse aumento baseava­se em alguns pressupostos decorrentes 
da  análise  da  situação  do  curso  na  época.  Foi  constatada  uma 
insatisfação  por  parte  dos  alunos  com  a  estrutura  anterior  das 
habilitações.    Alegava­se  como  primeiro  fator  dessa  insatisfação  a 
“falta  de  opções  para  o  aluno”.    Alegou­se  também  a  falta  de 
flexibilidade  do  currículo  anterior,  formado  basicamente  por 
disciplinas  obrigatórias,  o  que  não  permitia  o  aprofundamento  do 
aluno  em  áreas  de  seu  interesse,  bem  como  uma  formação  mais 
ampla. 
Sendo  assim,  buscou­se  construir  uma  grade  curricular  que 
oferecesse  mais  opções  e  mais  flexibilidade  à  formação  dos  alunos. 
Isso se deu principalmente pela criação das licenciaturas simples em 
Português,  em  Francês  e  em  Inglês  e  pela  implantação  dos 
Bacharelados (Português, Francês e Inglês). 
Com  essas  licenciaturas  simples  objetivou­se  dar  ao  aluno  a 
oportunidade  de  uma  formação  mais  aprofundada  em  segmentos 
específicos  do  mercado  de  trabalho  do  professor,  evitando  que  ele 
tivesse  contato  desnecessário  com  conteúdos  curriculares  muitas
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vezes  pouco  afeitos  à  sua  opção  profissional  dentro  da  área  de 
Letras. 
Quanto  ao  Bacharelado,  supunha­se  que  viesse  atender  ao 
anseio  de  uma  parte  do  universo  discente  interessada  na  formação 
acadêmica  do  Curso,  mas  sem  nenhuma  intenção  de  trabalhar  em 
sala de aula do 1º e 2º Graus. 
Evidentemente,  esta  reforma,  além  de  aumentar  com  relação 
às  perspectivas  futuras,  aumentou  também  a  expectativa  do  corpo 
docente quanto à possibilidade de capacitação e quanto a uma carga 
de trabalho  bem maior.  A tônica dessa reforma  era constituída por 
uma  expansão  das  vagas  discentes  e  o  preenchimento  obrigatório 
das  mesmas,  já  que  a  Instituição  estava  se  curvando  à  política 
educacional brasileira da época. 
No  processo  de  aprovação  dessa  reforma  foram  “negociadas” 
mais  vagas  para  o  Curso,  sem  a  previsão  do  aumento  do  corpo 
docente.  O  Curso  de  Letras  passou  então,  a  oferecer  duzentas  e 
quarenta  (240)  vagas  totalmente  preenchidas,  divididas  em  duas 
entradas  semestrais  de  cento  e  vinte  (120)  alunos.    Essa  entrada 
semestral de cento e vinte (120) alunos exigia, no mínimo, três (3) 
turmas das  disciplinas do  período,  o que se agravava  à medida que 
se  avolumavam  repetentes  e,  no  caso  de  algumas  disciplinas  dos 
períodos  iniciais,  essa  distorção  levava  à  necessidade  de 
oferecimento  de  até  seis  turmas,  sobrecarregando  a  oferta  de 
disciplinas obrigatórias e optativas para outros períodos do Curso. 
Este  número  representava  10%  do  número  total  de  vagas 
oferecido  pela  UFU,  enquanto  que  o  número  de  docentes  que 
atendiam  ao  Curso  não  representava  a  mesma  proporção,  ou  seja, 
em  mil  e  cem  (1100)  professores,  representavam  apenas  5%.  Tal 
número  apresentava­se  como  irreal  para  o  contexto  da  região  e  da 
própria Universidade. Verificou­se que havia, na região, um número 
bastante  expressivo  de  Instituições  que  também  ofereciam  cursos 
de  Letras,  e  comparando  o  oferecimento  de  vagas  de  outros  cursos
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da UFU, que não apresentavam nenhuma outra Instituição de Ensino 
Superior da região, o número de vagas do Curso de Letras tornou­se 
injustificável.  Nem  mesmo  o  número  de  vagas  ociosas  no  mercado 
de  trabalho  sensibilizava  a  escolha  profissional  dos  ingressantes,  o 
que podia ser notado pela quantidade de alunos formados pelo curso 
que não ingressaram na carreira profissional. 
Quanto  à  situação  da  Universidade,  considerou­se  que  a 
maioria  dos  cursos  existentes  na  UFU  caracterizava­se  por  uma 
entrada  de  80  alunos  por  ano.  Entre  esses,  alguns  apresentavam 
grande procura, em vista do mercado de trabalho favorável e/ou do 
prestígio profissional. 
Este  não  era  o  caso  do  Curso  de  Letras  que  não  oferecia 
mercado  de  trabalho  atrativo,  nem  tampouco  prestígio  profissional. 
O  que  havia  sido  observado  dentro  do  cotidiano  do  Curso,  a  partir, 
inclusive,  de  falas  explícitas  de  alunos,  é  que  muitos  dos 
ingressantes buscavam unicamente uma oportunidade fácil de entrar 
em um curso universitário, dada a falta de concorrência na segunda 
fase do vestibular, e o preenchimento obrigatório de todas as vagas. 
Em vista desse  oferecimento irreal de  vagas, o  perfil do aluno 
do  Curso  de  Letras  ficara  descaracterizado.  Essa  descaracterização 
ocorria em decorrência de que não existia, por parte da maioria dos 
alunos,  interesse,  compromisso,  envolvimento  e  sequer 
conhecimento  dos  pressupostos  fundamentais  do  Curso.  Embora 
existissem alunos conscientes de sua opção de curso e de sua futura 
opção  profissional,  essa  postura  definida  acaba  dissolvendo­se  em 
um  número  expressivo  de  alunos  que,  tendo  entrado  somente  pela 
facilidade  do  ingresso,  vagueiam  pelo  Curso,  inviabilizando  sua 
operacionalização. 
Oito  semestres  depois  de  efetivamente  implantado  o  currículo 
do primeiro semestre de 1991, quando deveriam estar se formando, 
dentre  os  cento  e  vinte  (120)  alunos  que  ingressaram  naquele
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semestre,  todos  aqueles  que  não  tivessem  optado  pelas 


Licenciaturas duplas, a situação era bem diferente. 
Em  primeiro  lugar,  havia  o  pressuposto  de  que  as  altas  taxas 
de  evasão,  trancamento  e  repetência  diminuiriam.    Como  tal 
diminuição  não  ocorreu  (talvez  pela  entrada  de  um  número  grande 
de  alunos  cuja  opção  pelo  Curso  de  Letras  não  era  prioritária  ou 
nem  tinha  motivação  acadêmico­profissional),  as  condições  de 
oferecimento ficaram cada vez mais precárias. 
Um  segundo  fator  não  esperado  eram  as  aposentadorias  de 
docentes  que  acabaram  ocorrendo  maciçamente  após  1990,  e  cuja 
reposição de vagas tem sido extremamente lenta, além da perda de 
algumas vagas no processo de avaliação docente. 
Observou­se  também  que,  até  aquele  momento,  os  cursos  de 
Bacharelado,  que  se  propunham  a  atender  a  anseios  dos  alunos  e 
propiciar  maiores  opções  de  mercado  de  trabalho,  contavam  com 
pouquíssimos alunos. 
Todos  esses  desvios  que  ocorreram  com  relação  às  projeções 
feitas  ocasionaram  uma  sobrecarga  crescente,  gerando  uma 
situação  de  impossibilidade  de  controle  do  Curso  e  de  distorção 
profunda  dos  objetivos  da  própria  reforma  curricular.  Diante  das 
inúmeras dificuldades, conseguiu­se promover uma ampla discussão 
em  busca  de  alternativas  de  equacionamento  do  curso.  A  partir 
dessa  discussão,  o  Colegiado  de  Curso  e  os  departamentos  mais 
diretamente envolvidos, o corpo discente e a Coordenação da gestão 
1994/1996,  desenvolveram  um  conjunto  de  propostas  de 
reestruturação  e  redimensionamento  do  Curso  de  Letras  no  sentido 
de  torná­lo  viável  e  mais  dinâmico.  No  entanto,  apesar  de  todos 
esses  esforços  e  de  todas  essas  tentativas,  as  condições  de 
funcionamento  do  Curso  de  Letras  tornaram­se  insustentáveis.  Em 
1994,  o  Colegiado  solicitou  ao  CONCEHAR  –  Conselho  do  Centro  de 
Ciências Humanas e Artes ­ a supressão do vestibular de  janeiro de 
1995,  a  fim  de  que  tivesse  disponibilidade  para  implementar  uma
14 

série de medidas para solucionar os problemas. O pedido foi acatado 
pelo CONCEHAR, mas o CONSEP – Conselho de Ensino e Pesquisa e 
Extensão da UFU, na ocasião, em reunião com o Coordenador, Chefe 
de  Departamento  e  professores  do  Curso,  entendeu  que  o  não 
oferecimento  de  vagas  em  95/1º  para  o  Curso  poderia  causar  um 
impacto  muito  negativo  na  comunidade  externa,  decidindo  por 
oferecer  20  vagas.  Além  disto,  o  CONSEP  solicitou,  na  referida 
reunião,  um  estudo  a  ser  realizado  pela  Coordenação  do  Curso  de 
Letras,  para  uma  adequação  definitiva  do  número  de  vagas  a  ser 
encaminhado  ao  CONSEP,  até  ao  final  de  1994.  Também  solicitou 
estudos  mais  amplos  de  reforma  curricular,  que  deveriam  estar 
finalizados até março de 1995. 
Em  dezembro  de  1994,  o  Colegiado  enviou  documento 
bastante  minucioso  ao  CONCEHAR  (Conselho  do  Centro  de  Ciências 
Humanas  e  Artes),  solicitando  adequação  das  vagas  do  Curso  de 
Letras  de  duzentos  e  quarenta  (240)  por  ano  para  cento  e  vinte 
(120),  ou  seja,  sessenta  (60)  vagas  por  semestre,  número  este 
aprovado  no  referido  Conselho.    No  entanto,  quando  do  relato  do 
processo junto ao CONSEP, este conselho entendeu que a solicitação 
da  adequação  do  número  de  vagas  deveria  ser  apresentada  junto 
com  a  proposta  de  redimensionamento  do  currículo  e  de  mudanças 
estruturais  que  o  tornassem  viável  e  com  a  qualidade  desejada. 
Assim,  o  processo  retornou  ao  Colegiado  para  o  cumprimento  das 
diligências.    Em  abril  de  1996,  a  proposta  submetida  àquele 
conselho foi aprovada no Colegiado do Curso de Letras e, em 19 de 
junho  de  1996,  aprovada  no  CONCEHAR.  Em  novembro  do  mesmo 
ano, este processo foi enviado ao professor Edsonei Pereira Parreira, 
tendo sido devolvido em abril de 1997, sem ter sido relatado, pois o 
referido  professor  não  era  mais  membro  do  Conselho. 
Posteriormente, em 26 de maio de 1997, o processo foi enviado pela 
Secretaria Geral à professora Ana Maria Coelho Carvalho, relatora do 
CONSEP.  A  relatora  do  processo  deu  o  seguinte  parecer  em  29  de
15 

agosto  de  1997:  que  o  processo  retornasse  ao  Colegiado  do  Curso 
de  Letras  para  revisão  de  pontos  levantados  na  análise, 
considerando  que  o  número  de  vagas  é  diretamente  relacionado  à 
estrutura do curso e, naquele momento, não havia como aprovar as 
alterações  curriculares,  face  aos  problemas  levantados;  que  o 
processo retornasse ao CONSEP em tempo hábil para a implantação 
das  reformas  curriculares  no  segundo  semestre  de  1998,  que  as 
vagas para o Curso de Letras ficassem fixadas em oitenta (80) para 
o vestibular do primeiro semestre de 1998, para constar do edital do 
vestibular  que  seria  analisado  e  aprovado  em  agosto/setembro  de 
1997;  que  a  definição  do  número  de  vagas  para  o  Curso  de  Letras 
ocorresse,  em  caráter  definitivo,  juntamente  com  a  aprovação  dos 
novos  currículos.  Em  11  de  setembro  de  1998,  foi  encaminhada  a 
versão final da proposta de ajuste curricular, contemplando todas as 
alterações  que  se  fizeram  necessárias  durante  o  processo  de 
revisão. Em 9 de outubro de 1998, foi aprovado na 236ª reunião do 
CONSEP,  o  projeto  de  adequação  de  vagas  para  o  Curso  de  Letras. 
Foram fixadas oitenta (80) vagas por semestre, além suspensão dos 
bacharelados  por  oito  (8)  semestres,  a  partir  do  primeiro  semestre 
de  1999,  sendo  avaliados,  após  este  período,  a  pertinência  ou  não 
da  continuidade  dos  mesmos.  Todas  as  habilitações  passaram  a  ter 
oito  (8)  semestres  de  duração  (4  anos),  reduzindo­se  assim  o 
quadro  de  disciplinas  obrigatórias  para  as  licenciaturas  duplas,  que 
tinham a duração de cinco anos; foi simplificado o rol de optativas; 
foi  feita  a  adequação  da  carga  horária  das  práticas  de  ensino  para 
300h  (nova  LDB)  e  retirada  a  disciplina  Educação  Física  dos 
fluxogramas.  O  currículo  foi  implantado  no  segundo  semestre  de 
1999, observando­se as normas elaboradas de adaptação dos alunos 
ao currículo novo. 
A composição atual das grades curriculares do Curso de Letras 
apresenta  um  quadro  de  integralização  de  créditos  semestral,  a  ser
16 

cumprido  em  oito  períodos  de  300  (trezentas)  horas,  totalizando 


2.400 (duas mil e quatrocentas) horas. 
Nesse currículo há uma padronização dos currículos, a saber: 
1.  Licenciatura  Plena  em  Letras  ­  Habilitação  em  Português  e  em 
Francês e respectivas literaturas; 
2.  Licenciatura  Plena  em  Letras  ­  Habilitação  em  Português  e  em 
Inglês e respectivas literaturas; 
3.  Licenciatura  Plena  em  Letras  ­  Habilitação  em  Português  e 
respectivas literaturas, 
que passaram a totalizar 2.400 (duas  mil e quatrocentas) horas em 
cada habilitação, distribuídas da seguinte forma: 
Licen ciatu ras  Du p la:  Simp les  e m  L ín gu a  Simp les  e m  L ín gu a 
P len as  Líng ua P o rtu gues a e  P o rtu gue sa  Estran ge ira 
Á re as  um a L ín gu a 
Estran ge ira 
Língua Portuguesa  420 horas  480 horas  240 horas 
Língua Latina  60 horas  120 horas  60 horas 
Língua Estrangeira  420 horas  120 horas  780 horas 
Lingüística  180 horas  180 horas  120 horas 
Literaturas  (inclusive  600 horas  780 horas  600 horas 
as estrangeiras) 
Educação (incluindo  180 horas  240 horas  240 horas 
Filosofia) 
Prática de Ensino  450 horas  360 horas  300 horas 
(inclusive as 
Metodologias) 
Optativas  90 horas  120 horas  60 horas 
TOTAL  2400 horas  2400 horas  2400 horas 

Com esse currículo, o Curso de Letras já foi avaliado pelo MEC 
seis vezes, sendo que nas últimas cinco avaliações (Provão) recebeu 
conceito  A,  o  que  demonstra  que  os  esforços  despendidos  em  busca 
da qualidade não são inúteis. 
Durante  todo  esse  período,  estiveram  suspensos  os 
Bacharelados,  tendo  em  vista  a  pequena  procura  e  a  dificuldade  de 
mercado para um bacharel em Letras. 
O  caráter  estável  da  Língua  Portuguesa  nos  currículos  das 
escolas  de  ensino  elementar  e  médio,  assim  como  a  necessidade  de 
aprofundamento  no  conhecimento  de  língua  estrangeira  pelo 
profissional  de  Letras,  são  fatores  que  configuram  a  Licenciatura 
Dupla  como  a  opção  mais  escolhida  pelos  alunos  do  curso  de  Letras
17 

da  UFU.  Um  levantamento  feito  pelo  atual  Colegiado  mostra  que  a 
opção  pelo  currículo  da  licenciatura  dupla  com  habilitação  em 
Português  e  em  Inglês  e  respectivas  literaturas  representa  cerca  de 
sessenta por cento (60%) das opções do curso.  O Colegiado acredita 
que  esse  currículo  pode  contemplar  de  forma  mais  eficiente  e 
dinâmica as demandas e oscilações do atual mercado de trabalho do 
profissional  de  Letras.  Em  segundo  lugar,  com  aproximadamente 
vinte  por  cento  (20%)  do  efetivo  de  alunos,  encontra­se  a 
licenciatura  simples  com  habilitação  em  Português  e  as  literaturas 
portuguesa  e  brasileira.    Em  terceiro  lugar,  com  mais  de  doze  por 
cento  (12%)  das  opções,  está  a  opção  pela  licenciatura  dupla 
Português/Francês e respectivas literaturas, oferecida apenas à noite. 
Embora  a  opção  de  curso  seja  feita  atualmente  ao  final  do  primeiro 
semestre  letivo,  o  aluno  que  ingressou  pelos  processos  seletivos 
Vestibular ou PAIES nas vagas do turno matutino não pode optar pela 
referida habilitação, a não ser que faça permuta com algum aluno do 
noturno  que  não  queira  mais  freqüentar  aquele  turno,  de  forma 
definitiva.  Por essa razão, a cada semestre, inúmeras opções para a 
licenciatura  Português/Francês  são  indeferidas,  por  não  haver  com 
quem se fazer a permuta, visto que uma grande parte dos alunos do 
Curso  de  Letras  começa  a  trabalhar  antes  de  concluir  o  curso,  ou  já 
trabalhava ao ingressar nele. 
O  quadro  discente  do  Curso  de  Letras  é  composto,  em  grande 
parte,  por  alunos  de  Uberlândia  e  cidades  circunvizinhas,  mas 
também provenientes de outras cidades de Minas Gerais e de outros 
estados, principalmente de Goiás e São Paulo. 
A relação candidato­vaga, nos últimos vestibulares, para as 80 
(oitenta)  vagas  semestrais,  foi  de  aproximadamente  7/1  (diurno)  e 
8/1 (noturno) em janeiro e 5/1 (diurno) e 8/1 (noturno) em julho. 
O quadro docente do Curso de Letras é composto, atualmente, 
por  quarenta  e  um  (41)  professores  efetivos,  sendo  trinta  (30) 
professores­doutores,  quatro  (04)  doutorandos,  sete  (07)  mestres,
18 

mais  dezenove  (19)  professores  contratados  temporariamente 


(ANEXO 1). 

I nfra­estrutura do I nstituto de Letras e Lingüística para o 
desenvolvimento das atividades docentes 

a. Laboratórios P edagógicos de Línguas 

Para a realização de atividades de pesquisa, ensino e extensão, 
o  Curso  de  Letras  conta  com  nove  (09)  Laboratórios  Pedagógicos. 
Esses Laboratórios são salas de aula ambientadas especialmente para 
o  ensino  de  Línguas  Estrangeiras,  contando  com  infra­estrutura 
audiovisual,  ponto  de  Internet,  sendo  três  (03)  delas  com  TV  e 
DVD/vídeo;  além  dessas  salas,  há  armários  móveis  contendo  TV  e 
DVD/vídeo, que podem ser deslocados para uso em salas comuns. 

b.  Laboratório Pedagógico de Prática de Ensino 

O  discente  do  Curso  de  Letras  conta  com  uma  sala  ambiente 
destinada  às  atividades  de  Prática  de  Ensino,  contendo  computador, 
impressora,  acesso  à  Internet,  TV,  DV,  vídeo,  gravador  de  som, 
acervo  bibliográfico  e  diversos  recursos  didáticos  para  subsidiar  as 
ações pedagógicas dos professores em formação. 

c. Laboratório de Línguas 

Conta,  ainda,  com  um  moderno  Laboratório  de  Línguas 


(LABLING),  com  trinta  e  seis  (36)  cabines  para  estudo  coletivo  e 
individual,  com  um  acervo  de  filmes  e  documentários,  em  VHS  ou 
CD­Rom, músicas com a transcrição de letras, exercícios de fonética, 
entre  outros.  Além  disso,  o  LABLING  possui  ferramentas  de  última 
geração,  tais  como  câmara  de  documentos,  projeção  de  sites  de
19 

Internet  e  de  arquivos  áudio­visuais  em  power  point,  em  vídeo, 


estáticos ou em movimento, em qualquer formato. 

d. Coordenação de Extensão e Educação Continuada em Letras 

O  Instituto  de  Letras  e  Lingüística  possui  ainda  um  moderno 


centro  de  estudos,  a  Coordenação  de  Extensão  e  Educação 
Continuada  em  Letras  (CECLE)  contendo  acervo  bibliográfico  de 
referência, equipamentos de som, áudio e vídeo, computadores para 
uso  exclusivo  em  pesquisas  acadêmicas.  A  secretaria  do  CECLE 
oferece apoio a cursos e atividades de extensão e orientações para a 
elaboração de projetos de extensão e outras atividades afins. 

e. Laboratório Multimídia de P rojetos 

Alunos  da  graduação  envolvidos  em  projetos  de  extensão, 


ensino  ou  pesquisa,  sob  a  orientação  de  um  professor,  podem  fazer 
uso  deste  Laboratório  (LABILEEL),  um  moderno  laboratório 
multimídia  que  serve  às  pesquisas  da  Pós­graduação  e  contém 
moderno  acervo  tecnológico,  com  acesso  à  Internet,  câmeras 
fotográficas,  filmadoras  digitais,  gravadores,  scanners,  impressora, 
acesso  à  rede  sem  fio  e  espaço  para  gravação  de  arquivos 
acadêmicos. 

f. Laboratórios de Informática 

Os  alunos  do  Curso  de  Letras,  além  dos  laboratórios  de  projetos, 
específicos para alunos sob orientação, têm acesso aos computadores 
do  Diretório  Acadêmico  e  da  Sala  de  Monitoria,  nas  instalações  do 
Bloco  G,  e  dos  seguintes  laboratórios  de  informática  compartilhados 
com alunos de outros cursos: 
a) BLOCO U – SALA 1U108 – de 7h30 às 11h30 e de 13h às 17h, de 
segunda à sexta­feira; 
b) BLOCO H – SALA H01 ­ de 8h às 11h30, de 13h às 17h e de 19h 
às 21h30, de segunda à sexta­feira; 
c) BLOCO B – LAB. 01(Sala 01), LAB. 05(Sala 05) e LAB. 06(Sala 06) 
–  de  7h  às  22h,  de  segunda  à  sexta­feira  e  de  7h  às  11h30,  aos 
sábados.
20 

g) Central de Línguas 

Os alunos do Curso de Letras dos Programas de Pós­Graduação 
do  ILEEL  contam  com  a  Central  de  Línguas  como  um  laboratório  de 
ensino,  pesquisa  e  extensão.    A  CELIN  atende  a  aproximadamente 
800 alunos com cursos de alemão, espanhol, francês, inglês e italiano 
em diversos níveis e suas atividades servem como campo de estágio 
e de investigação para os corpos discente e docente do ILEEL. 

h)   Hall de Estudos 

Os  alunos  do  Curso  de  Letras  dispõem  de  um  espaço  para 
reuniões em grupo e para atendimentos coletivos em área reservada 
próxima  aos  gabinetes  dos  docentes,  ambientado  adequadamente 
para favorecer a concentração e facilitar a interação. 

i)  Gabinetes dos Docentes 

Os  alunos  do  Curso  de  Letras  dispõem  de  atendimentos 


individualizados  com  seus  professores  em  gabinetes  que  comportam 
três (03) docentes, agrupados por área. 

j)   Sala Multimídia 

Para  atender  aos  alunos  do  Curso  de  Graduação  e  de  Pós­ 
Graduação, o ILEEL oferece infra­estrutura moderna para projeção de 
arquivos,  multimídia,  com  acesso  à  Internet,  datashow,  DVD,  TV, 
Vídeo,  som  ambiente,  climatização,  tela  de  projeção  e  mobiliário 
confortável. 

k)  Sala para grupos de estudo 

Os  alunos  do  Curso  de  Letras  são  estimulados  a  participar  de 
grupos  de  estudos  em  torno  de  projetos  de  ensino,  pesquisa  e 
extensão  em  desenvolvimento  no  âmbito  do  ILEEL  e,  para  esse  fim, 
contam  com  sala  multimeio,  contando  com  TV/DVD/víeo,  tela  para 
projeção,  retroprojetor,  ponto  de  rede,  aparelho  de  som  e  mobília 
adequada. 

l)  Salas de Grupos de Pesquisa
21 

Os  Programas  de  Pós  Graduação  do  ILEEL  investem  na 


integração  com  a  graduação  em  orno  de  projetos  de  iniciação 
científica  e  a  participação  dos  discentes  em  ações  dos  Grupos  de 
pesquisa.    O  espaço  destinado  à  realização  destas  atividades 
compreende duas (02) salas de 62m 2 , planejadas racionalmente para 
uso  simultâneo,  bem  como  mobiliário,  arquivos,  computadores  e 
Internet. 

m. Coordenadoria de Eventos 

O ILEEL é responsável igualmente por vários eventos regulares 
e significativos no calendário das Letras: o SILEL (Seminário Nacional 
de Letras e Lingüística), já em sua décima primeira edição, e no ano 
de 2006, sua primeira edição internacional, é promovido a cada dois 
anos; o SEMAD (Seminário de Análise do Discurso), prepara­se para, 
em  2007,  promover  seu  terceiro  encontro  anual;  o  SEPELLA 
(Seminário  de  Pesquisa  em  Lingüística  e  Lingüística  Aplicada),  que 
vem  sendo  promovido  pelo  Programa  de  Mestrado  em  Lingüística  há 
4  anos.    Para  dar  suporte  aos  eventos,  o  ILEEL  dispõe  de  uma 
Coordenadoria  e  Eventos  que  oferece  apoio  técnico  e  logístico,  com 
infra­estrutura de equipamentos e de visando a realização de eventos 
acadêmicos. 

P rogramas de I ntegração com a P ós­Graduação 

a.  P rogramas de P ós­Graduação 

O  ILEEL  possui  dois  Programas  de  Pós­Graduação:  a  pós­ 


graduação em Lingüística, com o curso de Mestrado em Lingüística, e 
a  recém  implantada  pós­graduação  em  Letras,  com  o  curso  de 
mestrado  em  Teoria  Literária,  e  já  projeta  o  doutorado  em 
Lingüística.    Os  Programas  de  PG  do  ILEEL  têm  como  princípio 
fundamental  a  integração  de  suas  ações  de  pesquisa  com  a 
graduação, o que é concretizado por meio da participação dos alunos 
da graduação em projetos PIBIC, PIBEG, na organização de eventos, 
em grupos de estudo em grupos de pesquisa.
22 

b. P rograma de Ensino Tutorial (P ET) 

Desde  1994,  o  curso  está  incluído  no  Programa  de  Ensino 


Tutorial  (PET).      Por  sua  importância  na  vida  do  Curso  de  Letras,  o 
ex­tutor  do  Programa,  Prof.  Dr.  Osvaldo  Freitas  de  Jesus,  que  foi  o 
mesmo desde o início das atividades até sua aposentaria, no final do 
primeiro  semestre  de  2007,  buscou  informações  sobre  os  ex­alunos 
integrantes  do  PET,  tanto  para  saber  como  estão,  bem  como  para 
colher suas opiniões sobre sua experiência como alunos PET/LETRAS. 
Cerca de 30 (trinta) alunos passaram pelo Programa desde 1994. Boa 
parte  deles  continuou  seus  estudos,  alguns  na  própria  UFU,  no 
Programa  de  Mestrado  em  Lingüística,  outros  nos  mestrados  da 
UNESP e da UNICAMP, e deve avançar ainda mais; outros trabalham, 
alguns  ministrando  aulas  até  mesmo  no  Ensino  Superior,  como 
professores  da  UFU,  da  UNESP,  e  da  UnB,  o  que  significa  que  se 
tornaram,  de  algum  modo,  especiais  por  onde  passaram  ou  onde 
estão.    Segundo  o  Prof.  Dr.  Osvaldo  Freitas  de  Jesus,  um  trabalho 
está  sendo  feito  com  as  novas  turmas  do  PET/LETRAS  para  que  os 
ex­alunos  enviem  notícias  de  sua  vida  acadêmica  e  profissional,  de 
modo a facilitar o acompanhamento de sua vida profissional, e criar o 
hábito de fazer contato com os ex­alunos. 
O  atual  tutor  do  PET­LETRAS  é  o  professor  Dr.  José  Sueli 
Magalhães,  selecionado  em  junho  de  2007,  tendo  apresentado  uma 
proposta  de  Plano  de  Trabalho  bastante  diversificada  e  moderna, 
apoiada no tripé Ensino, Pesquisa, Extensão.  Todos os Petianos têm 
Projeto  de  Pesquisa,  e  desenvolverão  também  vários  projetos  de 
ensino  e  extensão,  sob  o  Projeto  maior  do  tutor,  “Letras  que 
movem”,  oferecido  primeiramente  a  um  curso  de  adultos  da 
Prefeitura Municipal.  Este ano já organizaram a Semana de Letras – 
SeLet  2008  ­,  assim  como  os  Colóquios  Multidisciplinares,  entre 
outros projetos para a comunidade.
23 

c. Revista  Letras & Letras 

Registrada  sob  o  número  ISSN  0102­3527,  é  uma  publicação 


periódica  ligada  ao  Instituto  de  Letras  e  Lingüística  da  Universidade 
Federal de Uberlândia, é editada em volumes anuais compostos de 02 
(dois) números publicados um a cada semestre, sendo o do primeiro 
semestre  temático,  vinculado  a  uma  das  áreas  do  Instituto  e  o  do 
segundo  semestre,  aberto  a  publicações  de  todas  as  áreas  de 
linguagem.  A  revista  pode  lançar,  também,  cadernos  especiais 
dedicados à divulgação de trabalhos de alunos. Desta forma, o aluno 
do  Curso  de  Letras,  por  meio  de  sua  participação  em  grupos  de 
estudos,  de  Pesquisa  e  de  projetos  de  ensino,  pesquisa  e  extensão, 
ou  de  sua  participação  em  eventos,  pode  submeter  seus  trabalhos 
para  publicação  na  Revista  Letras  e  Letras,  mediante 
encaminhamento de seu orientador.
24 

P RI NCÍ P I OS E FUNDAMENTOS DA CONCEP ÇÃO TEÓRI CO­ 


METODOLÓGI CA 

A  luta  pela  democratização  tanto  da  educação  quanto  da 


gestão  institucional  das  universidades  públicas  caminha  lado  a  lado 
com  o  processo  redemocratização  da  sociedade  brasileira  que  vem 
ocorrendo desde o final dos anos 70 e início dos anos 80. A partir de 
movimentos desencadeados por educadores e estudantes, nasceram 
as primeiras idéias relativas a uma lei de diretrizes para a educação, 
discutida  em  uma  época  de  grande  agitação  social,  devido  à 
retomada  da  direção  do  país  pelos  civis.  Tratava­se  de  um  projeto 
para  fazer  frente  à  forte  reprodução  da  discriminação  social,  ainda 
realizada  pelo  sistema  escolar  brasileiro.  Com  base  na  lógica  do 
direito  de  todos  à  educação,  lutava­se  por  uma  lei  segundo  a  qual 
caberia  ao  Estado,  com  a  contribuição  da  sociedade,  dar  condições 
para a efetivação desse direito. 

1.  P rin cípios do curso de L etras da UFU 

Esse  projeto  inaugurado  coletivamente  “foi  sendo  esvaziado 


ao  longo  do  tempo,  em  função  das  novas  exigências  criadas  com  a 
inserção  do  país  na  economia  de  mercado  cada  vez  mais  global  e, 
conseqüentemente,  da  revisão  do  papel  do  Estado  em  função  dos 
parâmetros  da  ‘nova  ordem  mundial’.”  (SILVA,  1998,  p.31).  Desta 
forma, num contexto político neoliberal crescente, em que se afirma 
que a interferência do Estado nas questões sociais causa ineficiência 
e  improdutividade,  onde  se  prega  uma  retração  do  Estado  em 
relação  aos  seus  deveres  com  a  educação,  não  seria  aprovado  um 
projeto  feito  coletivo  que  pregava  justamente  a  intervenção  do 
Estado nas políticas sociais.  Em 1988, educadores conseguiram que
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a  nova  Constituição  Brasileira  incorporasse  em  seu  texto  a  gestão 


democrática  como  princípio  básico  do  ensino  público.  Em  1996,  a 
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN – lei nº 
9.394/96  –  projeto  de  Darcy  Ribeiro),  é  sancionada  pelo  então 
Presidente  da  República,  Fernando  Henrique  Cardoso,  ficando 
esquecido o projeto de lei elaborado coletivamente. 
Desde  o  início  dos  anos  90,  período  fértil  em  relação  às 
reformas  educacionais,  reflexões  e  análises  críticas  vêm  ocorrendo, 
no  sentido  de  fundamentar  reformas  que  substituam  os  modelos 
padronizados de planejamento institucional, de modo a se chegar ao 
estabelecimento  de  metas  educacionais  que  reflitam  concepções  da 
relação  homem–mundo  e  a  prática  pedagógica  necessária  a  um 
determinado  momento  histórico  das  instituições  de  ensino  público. 
Nessa  perspectiva,  muitas  instituições  públicas  de  ensino  superior 
elaboraram  ou  estão  em  fase  de  elaboração  coletiva  de  seu  Projeto 
Político­Pedagógico,  buscando  colocar  em  prática  ações  locais  que 
traduzam conquistas em termos de legislação. 
Para esse tipo  de  planejamento,  existem várias  terminologias, 
dentre as quais podemos citar: o planejamento global integral (para 
as  escolas  federais),  a  proposta  pedagógica  (presente  na  LDB), 
projeto  educativo,  Projeto  Político­Pedagógico,  (para  as  instituições 
públicas  de  ensino  superior),  todas  envolvendo  a  idéia  de  se 
conceber  um  projeto  que  envolva  toda  a  organização  institucional, 
ou seja, pensar as ações educacionais de forma coletiva. 
O  termo  projeto  (do  latim  projectu ,  particípio  passado  do 
verbo  projicere)  significa  lançar  para  diante  (plano,  intento, 
desígnio),  ou  seja,  é  a  capacidade  de  antever  ações  para  que  um 
grupo  possa  trabalhar  de  forma  mais  harmônica  e  estabelecer 
ações,  metas,  propostas  a  serem  executadas  em  um  momento 
específico.  O  termo  político  contém  um  “sentido  de  compromisso 
com  a  formação  do  cidadão”  (VEIGA,1995,  p.13).  O  Projeto  Político 
Pedagógico  envolve  este  componente  político,  pois  no  seu  processo
26 

de  construção,  a  instituição  terá  que  definir  quais  são  seus 


compromissos  sociais,  sua  concepção  de  mundo,  de  aluno  e  de 
sociedade. Enfim, é político porque está voltado para a formação do 
alunado,  ao  preparo  de  um  tipo  de  cidadão  para  viver  em  uma 
determinada  sociedade.  Para  tal,  é  necessário  definir  ações 
educativas  e  as  condições  necessárias  para  que  as  instituições 
consolidem  seus  propósitos  e  metas.    Como  afirma  Veiga  (idem, 
ibidem):  “Todo  projeto  pedagógico  é  também  político,  pois  está 
intimamente  articulado  ao  compromisso  [...]  de  atender  os 
interesses  reais  e  coletivos  da  população  majoritária”.  Logo,  o 
Projeto Político Pedagógico é o plano global da instituição que define 
claramente  o  tipo  de  ação  educativa  que  se  quer  realizar.  Pode  ser 
entendido  como  a  sistematização,  nunca  definitiva,  de  um  processo 
de  planejamento  participativo,  que  se  aperfeiçoa  e  se  concretiza  na 
caminhada,  ou  seja,  é  um  instrumento  teórico­metodológico  para 
intervenção e mudança na realidade. É um elemento de organização 
e  integração  da  atividade  prática  da  instituição  neste  processo  de 
transformação (VASCONCELOS, 2002 p.169). 
A  partir  do  início  do  século  XX,  a  linguagem  tem  recebido 
diferentes enfoques de acordo com a perspectiva pela qual tem sido 
teorizada. É possível resumir as diversas correntes teóricas em duas 
grandes  vertentes:  uma  que  considera  a  linguagem  como  atividade 
meramente  mental  ­  concepção  formalista  ­  e  outra  que  a  entende 
basicamente  como  uma  atividade  social  ­  concepção  sócio­ 
interacionista.  Essa  visão  polarizada  de  linguagem  tem  gerado 
polêmicas  por  ser  reducionista.  Como  conseqüência,  os  críticos 
acreditam que a descrição e a explicação do funcionamento geral da 
língua deve levar em conta as suas condições de produção, ou seja, 
a atividade de produtores/receptores de texto situados em contextos 
reais  e  submetidos  a  decisões  que  seguem  estratégias  nem  sempre 
dependentes  apenas  do  que  se  convencionou  chamar  de  sistema 
lingüístico.  Disso  resultou  a  constituição  de  novas  áreas  de  estudo.
27 

Uma  série  de  disciplinas  veio  somar­se  à  Fonologia,  à  Morfologia,  à 


Sintaxe, áreas já consolidadas: a teoria da Enunciação, a Análise do 
Discurso,  a  Lingüística  Textual,  a  Semântica  Argumentativa,  a 
Sociolingüística, a Psicolingüística. 
Dentro  da  concepção  formalista,  encontram­se  o 
estruturalismo  e  o  gerativismo,  que  se  dividem  em  áreas 
complementares: a lingüística geral e a descritiva, diferenciadas por 
seus propósitos. A primeira visa o estabelecimento de regularidades 
universais e  de  conceitos e  categorias  que servirão para analisar  as 
línguas. A segunda objetiva o levantamento de tipologias das línguas 
naturais  e  de  dados  que  confirmem  ou  refutem  as  proposições 
colocadas  pela  teoria.  A  diferença  de  objetivos  funda  ainda  uma 
outra  distinção:  a  lingüística  teórica  e  a  lingüística  aplicada. 
Enquanto  a  primeira  se  preocupa  em  estudar  a  estrutura  e  funções 
da  linguagem  e  das  línguas  independentemente  de  aplicações  de 
seus  resultados,  a  segunda  busca  analisar  problemas  de  uso  de 
linguagem que sejam relevantes à sociedade. 
Inicialmente vista por muitos como uma tentativa de aplicação 
da  Lingüística  (Teórica)  à  prática  de  ensino  de  línguas,  sobretudo 
línguas  estrangeiras,  a  Lingüística  Aplicada  (LA)  atualmente  tem 
implicações  não  apenas  para  ensino,  mas  também  para  a  formação 
de  professores  e  outros  tipos  de  interações  institucionais 
(CAVALCANTI,  1998).    O  avanço  significativo  dos  estudos,  o  grande 
número  de  pesquisas  mostra  a  LA  como  área  com  potencial  para 
percursos  transdisciplinares  em  pesquisa.    Além  de  mediar  o 
conhecimento  teórico  advindo  de  várias  disciplinas  (como,  por 
exemplo, psicologia, educação, lingüística, entre outros) e o problema 
de  uso  da linguagem  que  pretende investigar,  a  LA  também formula 
seus  próprios  modelos  teóricos,  podendo,  assim,  colaborar  com  o 
avanço  do  conhecimento  não  apenas  em  seu  campo  de  ação,  mas 
também  em  outras  áreas  de  pesquisa  (cf.  MOITA  LOPES,  1996). 
Estudos  recentes  levaram  a  pesquisa  em  LA  à  sala  de  aula,  com
28 

temas  predominantes  como  autonomia  na  aprendizagem,  ensino  e 


aprendizagem  reflexivos,  linguagem  e  poder,  conscientização 
lingüística,  o  professor  pesquisador,  a  educação  de  docentes,  a 
interdisciplinaridade,  a  participação  do  aprendiz  nas  decisões,  os 
direitos  lingüísticos  do  aprendiz,  a  aprendizagem  de  línguas  para  a 
paz, o uso da alta tecnologia e da informática (cf. CELANI, 1997). 
Também  a  Literatura  sofreu  mudanças  nos  seus  paradigmas 
de análise. Abandonou a abordagem meramente periodista e passou 
a ocupar­se com o estudo das  diferentes organizações discursivas e 
textuais  das  obras  literárias,  a  partir  de  perspectivas  variadas,  tais 
como: a filosófica, a histórica, a semiótica, entre outras. 
Esses embates aos paradigmas de estudo das línguas, em sua 
manifestação  usual  e  artística,  apontam  para  a  necessidade  de  os 
profissionais  reconhecerem  que  as  múltiplas  posições  em  que  sua 
área  está  colocada  são  provisórias,  devido  às  múltiplas  mudanças 
discursivas  que constituem  a  própria sociedade.  Sob tal perspectiva 
deve  fundar­se  o  trabalho  do  formador  de  formadores,  o 
questionamento  e  a  interrogação  permanentes  das  “grandes 
narrativas filosóficas e  científicas”, visando desestabilizar  o  discurso 
único. 
A  partir  dessa  visão,  o  presente  Projeto  Político  e  Pedagógico 
renega  a  concepção  meramente  informativa  da  graduação  em 
Letras,  pois  a  formação  desse  profissional  não  deve  se  restringir  a 
capacitá­lo a lidar apenas com o ensino de línguas, a ter domínio de 
conhecimentos  teóricos  sobre  o  funcionamento  e  uso  das  línguas  e 
literaturas, visão muito limitada para o momento pós­moderno. Pelo 
contrário,  o  formando  deve  ser  capacitado  a  compreender, 
questionar e ler criticamente os fenômenos que têm ressonâncias no 
âmbito  do  domínio  lingüístico,  mas  inserido  em  uma  contingência 
mais ampla, o que causa impactos na sua própria leitura de mundo. 
Em  decorrência  de  expectativas  e  incertezas  geradas  por 
constantes  transformações  e  instabilidades  observadas  nos
29 

contextos  sócio­histórico  e  econômico  no  panorama  internacional, 


bem como dos desafios e expectativas por nós vivenciados em nível 
nacional,  ganharam  destaque,  tanto  no  âmbito  dos  órgãos 
governamentais,  quanto  no  âmbito  das  instituições  de  ensino 
superior no país, os debates atinentes aos novos perfis profissionais 
dos  egressos  e,  conseqüentemente,  aqueles  relacionados  à 
adequação dos currículos. 
Visando a uma coerência com o momento atual, considerando­ 
se o perfil da região em que está inserida a Universidade Federal de 
Uberlândia  e,  observando­se  o  disposto  nas  “Diretrizes  Curriculares 
para  os  Cursos  de  Letras”,  busca­se,  orientados  por  este  Projeto 
Político  Pedagógico,  implementar  políticas  para  a  melhoria  da 
qualidade  do  ensino  em  nossa  instituição.  Isto  será  viabilizado  pela 
efetivação de propostas curriculares conseqüentes e sustentadas por 
concepções  pedagógicas,  valores  acadêmicos  e  práticas  que 
possibilitem  ao  futuro  profissional  afrontar,  de  modo  congruente,  a 
atual  realidade  com  suas  mutações  e  desafios  constantes,  inclusive 
o  desenvolvimento  científico­tecnológico.  Em  decorrência,  o  Curso 
de Letras da UFU buscará preparar o futuro profissional não só para 
enfrentar um contexto sócio­histórico­econômico e cultural dinâmico 
e  competitivo,  mas,  sobretudo,  para  atuar  como  leitor  crítico  –  no 
sentido  amplo  do  termo  –  e  como  agente  eficaz  na  construção  da 
cidadania  e,  portanto,  capaz  de  fazer  uso  da  linguagem, 
notadamente a verbal, nas suas diferentes manifestações. 
O Curso de Letras do ILEEL/UFU está sendo pensado, portanto, 
na  perspectiva  de  que  a  graduação  deve  ser  prioritariamente 
formativa  e  não  simplesmente  informativa.  Isto  significa  que  não  é 
um  curso  que  visa,  exclusiva  ou  principalmente,  ao  aprendizado  da 
norma  culta  da  língua,  nem  ao  mero  exercício  de  compreensão  de 
textos.  Além  disso,  não  objetiva,  pura  e  simplesmente,  a  aquisição 
de  proficiência  em  línguas  estrangeiras,  nem  se  destina  a 
apresentar,  para  memorização,  uma  série  de  autores  e  obras
30 

literárias.  Almeja­se,  outrossim,  um  curso  que  possibilite  o 


desenvolvimento  da  competência  de  refletir  sobre  os  fatos 
lingüísticos  e  literários  por  meio  da  análise,  da  descrição  e  da 
explicação,  à  luz  de  uma  fundamentação  teórica  pertinente,  tendo 
em vista a formação de enunciadores da língua. 
Para  tal,  o  Curso  de  Graduação  em  Letras  deverá  facultar  ao 
estudante o desenvolvimento de uma visão multifacetada de mundo, 
de  maneira  que  ele  possa  pautar  suas  ações  baseando­se  numa 
percepção  nítida  do  papel  a  desempenhar  no  seu  ambiente  sócio­ 
cultural  e,  conseqüentemente,  a  sentir­se  como  partícipe  e  co­ 
responsável  pela  sua  formação.    Conseqüentemente,  tanto  seu 
senso  crítico  como  sua  capacidade  empreendedora  e  de  iniciativa 
serão  estimulados  e  desenvolvidos,  melhor  capacitando­o  para 
afrontar  os  desafios  da  profissão.  Ademais,  o  curso  pretende 
fornecer  uma  sólida  formação  acadêmica  e  o  desenvolvimento  de 
competências  e  habilidades  exigidas  para  uma  atuação  profissional 
eficaz. 
Assim,  os  princípios  que  norteiam  a  concepção  do  Curso  de 
Letras  do  ILEEL/UFU  fundam­se  na  formação  de  professores  de 
línguas e literaturas que se constituam, em primeira instância, como 
leitores constituídos  da sociedade em  que atuam, compreendendo a 
leitura  como  a  constituição  do  indivíduo  em  seu  universo  cultural, 
político,  histórico  e  lingüístico.    Nessa  perspectiva,  o  indivíduo 
inserido  na  esfera  social  não  pode  desvincular  a  relação  entre 
conhecimento  formal  acadêmico  e  sua  relação  pragmática  com  o 
cotidiano das práticas sociais. 
Trata­se  da  formação  de  profissionais  que  irão  atuar  como 
agentes  de  cidadania  no  sentido  de  explicitar  o  papel  da  linguagem 
nos  processos  de  identificação  e  ação  do  indivíduo  em  seu  grupo 
social.  Não é possível dissociar a língua de sua vinculação histórico­ 
ideológica  na  percepção  das  hierarquias  sociais.  Nesse  sentido,  a 
formação  de  professores  de  línguas  envolve  um  compromisso
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político de uma  reflexão sobre a natureza da inserção  do sujeito no 


grupo  social  em  que  vive  e  de  seu  papel  enquanto  cidadão  do 
mundo, constituído na e pela linguagem. 

Por  essa  razão,  as  concepções  teórico­metodológicas  que 


regem a formação  de  professores de letras  caracterizam­se por  sua 
natureza  construtivista  e  histórica,  cujo  tratamento  dado  ao 
conhecimento  se  funda  no  exame  de  descontinuidades  que  se 
constituem  como  possibilidades  múltiplas  e  deslocamentos  em 
relação às chamadas “realidades empíricas”. 

A  partir  dessa  visão  heurística  do  tratamento  formativo  dado 


ao conhecimento, entendemos que o desenvolvimento metodológico 
do  ensino  precisa  ser  fundado  em  um  caráter  dialógico  no  qual  as 
inter­relações  linguagem/mundo,  linguagem/conhecimento  e 
linguagem/sociedade  traduzam  conflitos  de  ordem  diversos, 
considerando  a  possibilidade  de  exposição  a  diferentes  enfoques 
teóricos,  no  que  tange  à  pluralidade  epistemológica  em  torno  dos 
conhecimentos subjacentes às áreas de formação universitária. 

Considerando  essa  vinculação  heurístico­hermenêutica  de 


formação, concebe­se a avaliação como um momento de construção 
do  conhecimento,  como  um  momento  de  atribuição  de  percepções 
inferenciais  que  traduz  uma  relação  teoria­prática,  aliada  aos 
processos identitários do indivíduo em formação e sua relação com a 
exterioridade social em suas práticas pedagógicas.
32 

P RI NCI P AI S M ODI FI CAÇÕES I NTRODUZI DAS NO NOVO CURRÍ CULO 

Para a elaboração do Projeto Pedagógico, o Curso de Letras foi 
rediscutido  visando  ao  atendimento  das  novas  diretrizes  do  MEC 
para  os  cursos  de  licenciatura,  adequando­se  às  800  horas  de 
Estágio  Supervisionado  e  Práticas  Educativas.  Ao  mesmo  tempo,  o 
Colegiado  resolveu  fazer  uma  nova  proposta  curricular,  tendo  em 
vista atender às necessidades prementes do curso. 
Uma  delas  é  a  suspensão  das  modalidades  Bacharelado  em 
Português,  Bacharelado  em  Inglês  e  Bacharelado  em  Francês,  por 
um prazo de 5 anos, visto que, da forma como eram estruturados no 
atual  currículo,  não  proporcionavam  ao  aluno  nenhuma  vantagem 
em relação ao seu futuro profissional imediato. Devido à urgência de 
adequação  das  Licenciaturas  à  nova  lei  das  800  h  de  Estágio 
Supervisionado e Práticas Educativas, não será possível implementar 
em  2008  um  novo  tipo  de  Bacharelado,  ainda  em  estudo,  que 
objetiva  uma  carreira  profissional  para  o  Bacharel  em  Letras, 
sobretudo  para  a  área  de  Línguas  Estrangeiras,  notadamente  na 
área de Tradutor e Intérprete ou de Secretariado Bilíngüe. 
Uma  recente  reivindicação  da  comunidade,  a  criação  de  uma 
habilitação  em  Língua  Espanhola,  também  fez  parte  dos  estudos  do 
Colegiado.  Sua  concretização,  no  entanto,  depende  da  contratação 
de  professores,  criação  de  vagas,  e  adequação  ao  currículo.    Uma 
Comissão  nomeada  visando  à  elaboração  desta  nova  linha  de 
formação  específica  já  montou  o  currículo  e  elaborou  as  fichas  de 
disciplina  de  Língua  e  Literaturas  de  expressão  espanholas  e  o 
Colegiado pretende concretizá­la logo que possível. 
Outra modificação que se fazia necessária era  a concepção  de 
uma  grade  curricular  mais  flexível,  que  se  adequasse  às  idéias  de 
construção  do  conhecimento  e  autonomia  do  aluno  que  subjazem
33 

nas Diretrizes Nacionais Curriculares para o Curso de graduação em 
Letras.  O  estudo  feito  levou  em  consideração  disciplinas  que  não 
tivessem  tantos  pré­requisitos  que,  no  atual  currículo,  dificultam  a 
integralização  do  curso  caso  o  aluno  tenha  perdido  vaga  ou  tenha 
sido reprovado em uma das disciplinas que são pré­ ou co­requisitos 
de outras disciplinas em níveis mais avançados.  Esse engessamento 
do  currículo  torna  difícil  o  acompanhamento  das  matrículas  dos 
alunos  do  curso  de  Letras  até  para  o  Controle  Acadêmico  da  UFU, 
havendo  inúmeros  casos  de  pedido  de  quebra  de  pré­requisito  pelo 
fato  de  o  aluno  já  ter  terminado  o  curso,  tendo  terminado  as 
disciplinas finais, cursando após o pré ou o co­requisito das referidas 
disciplinas. 
O atual Colegiado buscou, pois, construir um projeto original e 
inovador,  para  atender,  também,  ao  Artigo  14  das  Diretrizes 
Curriculares  Nacionais,  que  enfatiza  a  necessidade  de  uma  maior 
flexibilidade dos cursos de graduação em Letras. Este Artigo, em seu 
parágrafo  primeiro,  afirma  que  “a  flexibilidade  abrangerá  as 
dimensões  teóricas  e  práticas,  de  interdisciplinaridade,  dos 
conhecimentos  a  serem  ensinados,  dos  que  fundamentam  a  ação 
pedagógica,  da  formação  comum  e  específica,  bem  como  dos 
diferentes  âmbitos  do  conhecimento  e  da  autonomia  intelectual  e 
profissional”. 
Tal proposta foi prontamente entendida e acatada pelos corpos 
docente  e  discente  do  Curso  de  Letras,  assim  como  os  técnicos 
administrativos  do  ILEEL,  sobretudo  aqueles  ligados  à  Coordenação 
do Curso de Letras que com ela colaboraram prontamente, de forma 
cuidadosa e bastante profissional.
34 

P ERF I L  DO EGR ESSO 

A análise do mercado de trabalho atual relativo à área de Letras 
aponta  para  espaços  que  demandam  profissionais  cuja  formação 
resulte  de  diferentes  áreas  do  saber  e  de  distintas  modalidades  de 
formação. Alguns desses espaços são: 

a  –  a  educação  básica ,  promovida  nos  âmbitos  público  e  privado, 


cuja oferta encontra­se em franca expansão no país  e que requer a 
formação  de  profissionais  da  educação  comprometidos  com  os 
avanços  educacionais  e  com  a  necessária  melhoria  dos  padrões  de 
qualidade  da  educação  e  das  condições  de  oferta  do  ensino.  A 
formação  desses  profissionais  da  educação  precisa  estar  em 
harmonia  com  os  avanços  tecnológicos  e  educacionais  para  a 
construção,  no  Brasil,  de  uma  escola  compatível  com  as  tendências 
do século XXI; 

b  –  a  educação  superior ,  promovida  nos  âmbitos  público  e  privado, 


igualmente  em  franca  expansão  no  país,  que  requer  a  formação  de 
um profissional de Letras dedicado à educação em geral e que possa 
constituir a base necessária para a formação dos futuros docentes da 
educação  superior,  estabelecendo  a  ponte  necessária  entre  o  ensino 
de graduação e de pós­graduação; 

c  ­  o  ensino  de  línguas  estrangeiras,  suas  culturas  e  literaturas, 


promovido  nos  âmbitos  público  e  privado,  que  incentiva  a  formação 
complementar  ou  integral  de  profissionais  de  mercado,  ou 
interessados  pelo  desenvolvimento  de  estudos  sobre  a  Língua 
Portuguesa e de línguas estrangeiras modernas. 

O  egresso  do  Curso  de  Letras  ILEEL/UFU,  além  da  formação 


lingüística  constitutiva  do  arcabouço  teórico  do  professor  de  línguas, 
deverá  ser  um  profissional  que  se  pretende  agente  de  cidadania  no 
escopo  de  uma  integração  indivíduo/sociedade  permeado  pela
35 

constituição  do indivíduo  na  e  pela linguagem.    Esse  terá  o  perfil  de 


um  profissional  que  procurará  sempre  uma  inter­relação  entre  o 
conhecimento  e  sua  cotidianidade  social  e  política,  entendendo  sua 
função  pedagógica  não  apenas  como  uma  demonstração  de 
competência técnica, mas sobretudo como uma ação político­cultural 
integrada ao grupo social em que vive.

· Competências e habilidades do graduado em Letras 

Para o bom êxito do perfil acima estabelecido e em consonância 
com o Art. 6 º  das Diretrizes Nacionais, considera­se fundamental que 
o  graduando  tenha,  ao  terminar  sua  habilitação  no  curso  de  Letras 
ILEEL/UFU, as seguintes competências :

· comprometimento  com  os  valores  inspiradores  da  sociedade 


democrática;

· compreensão do papel social da escola;

· domínio  dos  conteúdos  a  serem  socializados,  aos  seus 


significados  em  diferentes  contextos  e  sua  articulação 
interdisciplinar;

· domínio do conhecimento pedagógico;

· conhecimento  de  processos  de  investigação  que  possibilitem  o 


aperfeiçoamento da prática pedagógica;

· gerenciamento do próprio desenvolvimento profissional;

· capacidade de síntese, de análise e de crítica;
· capacidade  de  resolução  de  problemas  em  contextos  novos  e 
imprevisíveis;
· autonomia intelectual para buscar e construir os conhecimentos 
e as práticas;
· capacidade de compreensão da atuação profissional a partir de 
uma visão ampla dos processos históricos e sociais.
36 

O  graduado  do  Curso  de  Letras  ILEEL/UFU  deverá  ter 


desenvolvido as seguintes habilidades :

· domínio  do  uso  da  língua  portuguesa  em  sua  variante  padrão, 
bem  como  compreensão  crítica  das  variantes  lingüísticas,  nas 
suas manifestações oral e escrita, nas perspectivas sincrônica e 
diacrônica;
· compreensão  crítica  das  condições  de  uso  da  linguagem,  das 
restrições internas e externas das atividades discursivas, de seu 
uso  e  adequação  em  diferentes  situações  de  comunicação,  da 
heterogeneidade  mostrada  e  constitutiva  nos  discursos, 
capacidade  de  reflexão  sobre  a  linguagem  como  um  fenômeno 
semiológico, psicológico, social, político e histórico;
· domínio  de  línguas  estrangeiras  em  suas  diferentes 
modalidades, oral e escrita, nos registros formal e informal;
· domínio  teórico  e  crítico  dos  componentes  fonológico, 
morfossintático, léxico e semântico de uma língua;
· domínio de diferentes noções de gramática;
· compreensão  do  processo  de  aquisição  da  linguagem  de  modo 
a promover um melhor entendimento dos problemas de ensino 
e aprendizagem da língua materna e de línguas estrangeiras;
· domínio  crítico  de  um  repertório  representativo  de  literaturas, 
brasileira e estrangeiras;
· visão  crítica  das  perspectivas  teóricas  adotadas  nas 
investigações  lingüísticas  e  literárias,  incluindo  fundamentação 
teórica atualizada e raciocínio crítico e independente em relação 
às diferentes correntes teóricas;
· preparação  profissional  atualizada,  de  acordo  com  a  dinâmica 
do  mercado  de  trabalho, incluindo  a  utilização  dos  recursos  da 
informática;
37

· consciência dos diferentes contextos culturais e interculturais e 
sua influência no funcionamento da linguagem, bem como para 
o ensino de competências lingüísticas;
· domínio dos conteúdos básicos que são objeto dos processos de 
ensino e aprendizagem no ensino fundamental e médio;
· domínio  das  abordagens,  métodos  e  técnicas  pedagógicas  que 
favoreçam  a  construção  de  conhecimentos  para  os  diferentes 
níveis de ensino. 

Espera­se, sobretudo, que o profissional em Letras assuma um 
compromisso  com  a  ética,  com  a  responsabilidade  social  e 
educacional, e com as conseqüências de sua atuação no mercado de 
trabalho;  e  que  tenha  senso  crítico  para  compreender  a  importância 
da  busca  permanente  da  educação  continuada  e  do  aprimoramento 
profissional. 

A  partir  da implementação  deste  Projeto  Pedagógico,  por  meio 


de  um  dos  Projetos  Integrados  de  Práticas  Educativas,  será  iniciada 
uma  pesquisa  visando  à  busca  do  perfil  dos  egressos  do  Curso  de 
Letras,  que  se  juntará  à  pesquisa,  já  em  andamento,  que  busca  o 
contato  permanente  com  os  egressos  do  Curso  que  tenham  sido 
alunos  PET.    Em  fase  final,  uma  pesquisa  de  doutorado  de  uma 
professora  efetiva  de  língua  inglesa  do  ILEEL  também  estabelece 
contato  com  ex­alunos  da  disciplina  Prática  de  Ensino  de  Língua 
Inglesa.

Os  dados  colhidos  a  partir  dessas  investigações  poderão 


mostrar claramente se os profissionais formados pelo Curso de Letras 
demonstram  na  vida  profissional  as  competências  e  habilidades 
desenhadas neste Projeto Político Pedagógico.
38 

OBJ ETI VOS 

Fundamentados  nas  concepções  citadas  anteriormente,  sobre 


o  perfil  do  egresso  do  Curso  de  Letras  e  as  competências  e 
habilidades  dele  requeridas,  podemos  nortear  as  ações  acadêmicas 
do  Curso  de  Letras  ILEEL/UFU  pautadas  nos  seguintes  objetivos 
gerais: 

ii)  Apresentar  uma  conjuntura  de  subsídios  teórico­metodológicos 


no  intuito  de  promover  a  formação  de  professores  de  línguas, 
lingüística  e  literaturas,  buscando  compreender  a  relação  entre 
a linguagem e a sociedade na construção de ações pedagógicas 
para uma vivência da cidadania; 
iii)  Fomentar  a  construção  do  conhecimento  em  torno  das 
particularidades  da  linguagem  com  vistas  a  uma  participação 
cogente  na  formação  do  futuro  profissional  em  Letras  nos 
diversos níveis de educação formal vigentes; 
iv)  Possibilitar  uma  formação  acadêmica  ao  futuro  professor  de 
línguas, lingüística e literaturas que lhe permita consorciar suas 
reflexões  teóricas  sobre  a  linguagem  e  a  linguagem  literária  e 
tecnologias; 
v)  Construir uma formação acadêmico­pedagógica, tendo por meta 
um perfil de professor de línguas e literaturas engajado em um 
processo  de  formação  continuada,  instaurado  em  uma  relação 
de autonomia, transformação e continuidade.

· Objetivos específicos 

No  que  se  refere  aos  objetivos  específicos  dessa  formação, 


temos por meta: 
i)  Fornecer  subsídios  teórico­metodológicos  com  vistas  a  uma 
reflexão sobre os processos de identificação do indivíduo com a 
língua e com a linguagem e com a literatura;
39 

ii)  Promover  reflexões  acadêmicas  que  polemizem  o  processo  de 


ensino e aprendizagem de línguas e literaturas em contextos de 
educação regular e especial; 
iii)  Discutir  a  dicotomia  teoria/prática  na  percepção  de  formas  de 
encaminhamento  do  conhecimento  lingüístico  na  formação  do 
futuro  profissional  nos  níveis  de  ensino  fundamental,  médio  e 
superior; 
iv)  Integrar  as  instâncias  de  Ensino,  Pesquisa  e  Extensão, 
fomentando  inter­relações  contínuas  entre  os  componentes 
curriculares em seus  aspectos de  re­significação  constante  com 
as práticas sociais e pedagógicas dentro e fora da escola.
40 

P ROP OSTA P EDAGÓGI CA DO CURSO 

Como  expresso  no  item  relativo  aos  objetivos  gerais,  o  Curso 


de Graduação em Letras do ILEEL/UFU tem por finalidade a formação 
de  pessoal  qualificado  técnica  e  cientificamente  para  o  exercício  do 
ensino  e  da  pesquisa,  bem  como  para  o  desenvolvimento  de  outras 
atividades  profissionais  na  área  de  Letras,  visando  ao  avanço  e 
aprimoramento  dessa  esfera  do  conhecimento,  da  perspectiva  dos 
ideais de liberdade, democracia e justiça social.

· O  Ensino  voltado  para  a  autonomia  e  centrado  nos  processos 


formativos 

O Instituto de Letras e Lingüística busca atender à formação de 
profissionais  de  Letras  dotados  de  competências  e  de  atitudes 
voltadas  para  o  exercício  pleno  da  profissão  em  um  mercado 
caracterizado  pela  modernização  crescente,  pela  complexidade  do 
mundo  moderno,  pelo  crescente  aumento  da  importância  da 
Linguagem  em  diferentes  espaços  profissionais,  bem  como  para  o 
exercício pleno da cidadania e da responsabilidade ética e social. 
A  formação  do  professor  de  educação  básica  forma  a  base  da 
proposta  pedagógica  do  Curso  de  Letras  ILEEL/UFU  e  sempre 
constituiu, desde a sua fundação, seu foco principal.  A formação de 
professores constitui um compromisso maior do Instituto de Letras e 
Lingüística  e  uma  realidade  de  mercado  para  os  profissionais  de 
Letras,  além  de  ser  uma  necessidade  estratégica  do  país  no  eixo 
educacional. Nesse sentido, a proposta pedagógica do curso de Letras 
foi construída em total harmonia com as novas Diretrizes curriculares 
do  Curso  de  Letras,  instituídas  pela  resolução  CNE/CP1,  de  18  de 
fevereiro  de  2002,  para  a  formação  de  professores  da  educação 
básica,  em  nível  superior,  em  curso  de  licenciatura  de  graduação 
plena. 
Os  Parâmetros  Curriculares  Nacionais  dão  ênfase  no  Ensino 
Fundamental  e  no  Ensino  Médio  à  formação  geral  sobre  a  formação
41 

específica;  o  desenvolvimento  de  capacidades  de  pesquisar,  buscar 


informações,  analisá­las  e  selecioná­las;  a  capacidade  de  aprender, 
criar, formular, ao invés do simples exercício de memorização. Essas 
competências  preconizadas  no  Ensino  Fundamental  e  Médio  devem 
ser, portanto, enfatizadas e desenvolvidas na formação do professor, 
de  modo  a  qualificá­los  para  atuar  de  forma  coerente  dentro  desses 
novos paradigmas. 
Sabe­se,  ainda,  que  a  necessidade  de  formação  continuada  do 
professor  em  atividade  exige  um  profissional  autônomo,  consciente 
de  que  deve  dar  continuidade  a  seus  estudos,  seja  por  meio  de 
cursos  de  extensão  ou  cursos  de  pós­graduação  ­  especialização, 
mestrado ou doutorado.  O Curso de Letras ILEEL/UFU pretende que 
essa  autonomia,  o  aluno  a  desenvolva  ao  longo  do  curso  de 
graduação.  Um  curso  é  um  percurso,  portanto,  acreditamos  que 
poderá haver  alternativas de trajetórias; essas alternativas são feitas 
no  interior  de  campos  específicos  de  saber  que  visam  ao 
desenvolvimento de habilidades e competências específicas. 
O  aluno  terá  um  grau  de  liberdade  relativamente  amplo  para 
definir  o  seu  percurso  (curso)  e  a  possibilidade  de  contemplar,  além 
de uma formação em área específica do saber, uma flexibilidade para 
complementar  sua  formação  com  disciplinas  de  outra  habilitação. 
Deste  modo,  o  currículo  deve  ser  entendido  como  um  instrumento 
que propicie a aquisição do saber de forma articulada. 
Após  o  terceiro  semestre  letivo,  o  aluno  poderá  escolher,  nas 
áreas  de  Língua  Portuguesa  e  Lingüística  e  de  Literatura,  uma 
disciplina  de  cada  núcleo  temático,  dentre  aquelas  oferecidas  pelo 
Colegiado  do  curso  para  o  semestre.    Cada  aluno  terá  uma  relativa 
flexibilidade  para  compor  o  seu  curso,  desde  que  cumpra  a  carga 
horária obrigatória determinada pelas áreas em cada um dos núcleos 
temáticos.  Da mesma forma, poderá cursar, dentre as disciplinas de 
habilidades integradas  de  Língua Estrangeira,  aquela  cuja  ênfase lhe 
seja  mais  adequada  (ênfase  em  leitura,  por  exemplo,  ou  em
42 

compreensão  oral),  pois  não  haverá  pré­requisito  nem  progressão 


entre tais disciplinas.

· A   pesquisa  como  fundamento  da  reflexão­ação  e  da  construção  da 


autonomia intelectual 

A pesquisa constitui, dentro da proposta pedagógica do curso, a 
base do processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que ensinar 
requer  dispor  de  conhecimentos,  refletir  criticamente  sobre  eles  e 
mobilizá­los  para  a  ação.  Mais  do  que  identificar  os  conhecimentos 
existentes,  o  que  seria  simples  tarefa  de  reconhecimento,  é  preciso 
compreender  o  processo  de  construção  do  conhecimento,  seus 
fundamentos históricos, sociais e epistemológicos. 
O processo de ensino­aprendizagem deve ser orientado por um 
princípio  metodológico  geral,  que  pode  ser  traduzido  pela  ação­ 
reflexão­ação e que aponta a resolução de situações­problema como 
uma  das  estratégias  didáticas  privilegiadas.  Nesse  sentido,  e  em 
harmonia  com  as  Diretrizes  Nacionais,  a  dimensão  da  pesquisa  não 
deve  constituir  apenas  um  espaço  de  ação  institucional,  mas  uma 
prática  constante  e  inerente  ao  próprio  processo  de  ensinar  e  de 
aprender,  perpassando  todos  os  momentos  da  formação.  Deve estar 
presente  na  extensão,  através  das  ações  reflexivas  sobre  cada 
atividade; deve estar presente na sala de aula, nas práticas reflexivas 
sobre os conhecimentos, no processo de avaliação formativa, como o 
momento de desenvolvimento do raciocínio lógico e da capacidade de 
resolução de problemas. 
Entende­se,  portanto,  a  pesquisa  como  uma  dimensão 
constitutiva da formação. Institucionalmente, a pesquisa também tem 
seus  lugares  específicos  de  inscrição  e  de  organização,  quando  são 
reunidas  em  projetos  pontuais,  com  objetos  pré­definidos  e  sob 
orientação  docente,  tais  como  os  programas  de  iniciação  científica 
(PIBIC e PIBEG).
43

· A   extensão  como  espaço  articulador  das  práticas  e  do  profissional 


reflexivo 

O Curso de Letras do ILEEL compreende a extensão como uma 
dimensão  intrinsecamente  relacionada  ao  ensino  e  à  pesquisa.  Nesse 
sentido,  o  Centro  de  Extensão  e  Estudos  Continuados  em  Letras  tem 
como  objetivo  o  intercâmbio  dos  conhecimentos  produzidos  pela 
Faculdade  e  a  comunidade  em  que  está  inserida  através  de  projetos 
de extensão, tais como: 
­  Educação  continuada  para  professores  de  Língua  Portuguesa  e  de 
Línguas Estrangeiras; 
­  O  desenvolvimento  de  projetos  centrados  sobre  o  texto  –  oral  e 
escrito ­ e sua circulação nas sociedades; 
­  A  oferta  de  cursos  de  línguas  modernas,  pela  Central  de  Línguas, 
abertos  ao  público  em  geral,  permitindo  o  desenvolvimento  da 
prática  de  ensino  pelos  alunos  do  curso  de  Letras,  de  pesquisas 
sobre  ensino  e  aprendizagem  de línguas,  bem  como  a  interação 
entre  os  saberes  e  as  práticas  produzidas  no  curso  e  a 
comunidade em geral. 
­ Para a preparação de alunos que irão ingressar nos cursos de pós­ 
graduação  (mestrado  e  doutorado),  o  CECLE  dispõe  atualmente 
de  cursos  especiais  de  leitura  e  compreensão  de  textos  (cursos 
instrumentais)  em  inglês,  de  acordo  com  projeto  pedagógico  de 
formação  de  professores  integrado  ao  ensino  e  extensão  do 
ILEEL.  Os  estagiários  dos  Estágios  Supervisionados  de  Práticas 
de  Ensino  de  Inglês  são  supervisionados  pelos  professores 
orientadores  de  estágio  através  de  visitas  às  salas  de  aula, 
reuniões, workshops e grupos de estudo. Os alunos contam com 
o acervo de materiais didáticos dos setores de apoio ao docente 
do ILEEL, tais como o Laboratório de Línguas e o CECLE. 
­  O  curso  de  Português  para  Estrangeiros  tem  por  objetivo  capacitar 
estudantes estrangeiros a se comunicarem nas modalidades oral 
e escrita da língua portuguesa e, ao mesmo, propiciar aos alunos
44 

do  curso  de  Letras  o  desenvolvimento  de  competências  nessa 


atividade profissional de ensino. 
­  Cursos  para  correção  de  Redações  são  oferecidos  tanto  aos  alunos 
do  Curso  de  Graduação  quanto  a  professores  e  licenciados  em 
Letras com vistas ao aprimoramento desta atividade nas escolas 
públicas  e  privadas,  assim  como  àqueles  professores 
interessados  em  participar  de  bancas  corretoras  de  exames 
vestibulares.
45 

DI RETRI ZES GERAI S P ARA O P ROCESSO DE AVALI AÇÃO 

Para atender às orientações da Pró­Reitoria de Graduação desta 
universidade e à legislação vigente, as diretrizes para a avaliação do 
trabalho  pedagógico  deverão  estar  claramente  definidas  no  Projeto 
Político  Pedagógico.  O  ato  de  avaliar  será  um  processo  contínuo  e 
permanente  com  função  diagnóstica,  processual  e  classificatória  e 
será  feita  de  maneira  a  possibilitar  a  constante  reflexão  sobre  o 
processo  formativo  do  aluno.  Deverá  ainda  ocorrer  de  tal  forma  que 
possibilite  o  desenvolvimento  pleno  do  discente  em  suas  múltiplas 
dimensões: humana, cognitiva, política, ética, cultural e profissional. 
Tais diretrizes apontam ainda a avaliação como parte integrante 
do processo de formação que possibilita o diagnóstico de lacunas e a 
aferição  dos  resultados  alcançados,  consideradas  as  competências  a 
serem  constituídas  e  a  identificação  das  mudanças  de  percurso 
eventualmente necessárias. 
A  avaliação  deve  cumprir  prioritariamente  uma  função 
pedagógica  ou  formativa,  gerar  informações  úteis  para  a  adaptação 
das atividades de ensino e aprendizagem às necessidades dos alunos 
e  aos  objetivos  de  ensino.  O  objetivo  de  toda  avaliação  é  gerar  e 
gerir retro­informação seja para a ação do professor em sala de aula, 
seja para a gestão acadêmica. 
Uma  das  grandes  dificuldades  encontradas  por  docentes  e 
discentes está relacionada ao consenso na avaliação. Por outro lado, 
apesar  dos  esforços  no  sentido  de  divulgar  o  conceito  de  avaliação 
contido  na  LDB,  inúmeros  professores  não  aceitam  novas  formas  de 
avaliação  e  mantêm  a  mesma  prática  de  seus  antigos  mestres.    Na 
perspectiva  da  nova  proposta  político­pedagógica  da  UFU,  as 
atividades avaliativas devem fazer interagir os conhecimentos prévios 
dos  educandos  em  contextos  novos  de aplicação  e  de  reflexão.    Nas
46 

licenciaturas,  como  é  o  caso  do  Curso  de  Letras,  faz­se  necessário 


discutir a avaliação a fim de estimular novas atividades avaliativas e 
preparar  os  futuros  professores  para  que  eles  possam  atualizar  as 
novas  práticas  de  avaliação,  com  o intuito  de  renovar  o  processo  na 
Educação Básica, para a qual a LDB propõe uma “avaliação contínua 
e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos 
qualitativos  sobre  os  quantitativos  e  dos  resultados  ao  longo  do 
período sobre os de eventuais provas finais” (BRASIL, 1996). 
A  avaliação  precisa  ser  pensada  dentro  do  contexto  de 
formação  que  a  pretende  estabelecer;  neste  sentido,  torna­se 
necessário  dimensionar  não  apenas  a  avaliação  da  aprendizagem, 
mas também do curso como um todo, buscando, em um movimento 
coletivo avaliar e replanejar as ações desenvolvidas, aproximando­as 
dos objetivos propostos pelo curso. 
A utilização de princípios metodológicos, dialógicos, problemati­ 
zadores,  buscando  a  formação  de  um  professor  pesquisador,  requer 
uma  avaliação  também  processual,  dinâmica,  qualitativa,  com 
critérios claros, definidos previamente, discutidos e apresentados aos 
alunos,  no  caso  da  avaliação  da  aprendizagem,  e  aos  docentes  do 
curso para a avaliação geral do mesmo. 
A  avaliação  somativa,  pautada  em  princípios  classificatórios, 
perde sua função à medida que todos são estimulados a se envolver 
no  projeto  de  formação  proposto  pelo  curso.    A  construção  de 
conhecimentos  não  é  possível  de  ser  verificada  a  partir  de 
instrumentos  de  medida,  mas  apreciados  a  partir  de  construções 
textuais  respaldadas  teoricamente,  bem  argumentadas,  analisadas  e 
pontuadas.    Desta  forma,  a  prova  deixa  de  ser  entendida  como 
principal  instrumento  avaliativo,  devendo  os  planos  de  avaliação 
contemplar  diferentes  instrumentos  que  possibilitem  um  processo 
avaliativo mais completo. 
Nesta  perspectiva,  torna­se  necessário  repensar  a  concepção 
de avaliação tanto do corpo discente como docente.  Não se trata de
47 

avaliar  para  aprovar  ou  reprovar,  mas  de  avaliar  para  identificar 
lacunas no trabalho pedagógico e redimensioná­las.  Não basta obter 
a informação de que o aluno não aprendeu e reprová­lo.  Ele precisa 
aprender.  É  um  direito  seu  e  uma  necessidade  para  sua  formação. 
Desta  forma,  também  é  um  dever  do  professor  zelar  para  que  o 
entendimento  do  saber  necessário  e  planejado  seja  acessível  aos 
alunos,  garantindo­lhes  as  condições  de  aprendizagem.    A  nota  não 
pode  ser  encarada  como  um  fim,  cujo  alcance  justifica  todos  os 
meios. O fim é a aprendizagem, a nota é apenas um indicativo desta. 
É preciso entender que o processo de aprendizagem é contínuo 
e progressivo, não acontece de forma linear e uniforme, uma vez que 
cada  indivíduo  possui  uma  forma  própria  para  aprender.  Todos 
aprendem, cada um a sua maneira. 
MASETTO  (2003)  apresenta  algumas  características  necessárias 
à  avaliação  superior.  A  primeira  diz  respeito  à  necessidade  de 
integração  ao  processo  avaliativo  dos  elementos  incentivo  e 
motivação  para  a  aprendizagem,  que  poderá  acontecer  por  meio  do 
acompanhamento  do  aluno  em  todas  as  fases  de  seu  processo  de 
aprendizagem; a segunda é a prática do feedback, em que o docente 
informa e discute claramente com o aluno as suas dificuldades e seus 
avanços,  traçando  com  o  mesmo  metas  a  serem  vencidas.    Esta 
prática  oferece  ao  processo  avaliativo  uma  dimensão  diagnóstica  e 
prospectiva,  pois  apresenta  ao  discente  informações  sobre  sua 
condição  atual  e  o  auxilia  a  se  organizar  e  planejar­se  para  superar 
tal condição rumo a uma aprendizagem mais significativa. 
Uma  terceira  característica  pontuada  é  o  fato  de  verificar­se 
não  apenas  a  aprendizagem  do  aluno,  mas  o  conjunto.    Avalia­se 
todo  o  processo,  a  ação  do  professor,  a  adequação  do  planejamento 
do mesmo, as práticas pedagógicas desenvolvidas, entre outros itens. 
O  discente  não  é  o  único  a  ser  responsabilizado  pelo  fracasso  da 
aprendizagem. São avaliadas todas as condições oferecidas durante o 
movimento de ensinar e aprender.
48 

O  autor  ainda  destaca  como  características  do  ato  avaliativo  o 


fato  de  que  este  precisa  ser  planejado,  o  que  requer,  por  parte  do 
docente,  a  capacidade  de  observar  e  de  registrar  o  desenvolvimento 
do aluno.  Não se avalia comparando­o com os demais colegas, mas 
avalia­se  comparando  seu  aprendizado  inicial  com  o  do  momento, 
projetando­se para o futuro. 
Além  de  provas,  existem  diferentes  instrumentos  avaliativos. 
MASETTO  (2003)  pontua  algumas  formas  de  avaliação  da 
aprendizagem, transcritas a seguir:
· prova discursiva, dissertação ou ensaio;
· prova oral, entrevista;
· prova objetiva;
· registro de incidentes críticos;
· lista de verificação;
· prova prática;
· diário de curso;
· projetos;
· debates;
· pesquisas;
· portfolio. 

Apresenta­se,  a  seguir,  síntese  de  uma  seção  da  tese  de 


doutorado da atual Coordenadora do Curso de Letras (FELICE, 2001) 1 , 
que  trata  justamente  das  visões  sobre  ensino  e  aprendizagem  que 
influenciam diretamente na concepção de avaliação. 

A  partir  das  diferentes  correntes  filosóficas  –  positivismo, 


hermenêutica,  ou  teoria  crítica  –  temos  interpretações  e  leituras 
distintas  do  que  é  o  conhecimento  e,  conseqüentemente,  das 
concepções curriculares e da avaliação. 
Na  visão  positivista,  o  conhecimento  é,  basicamente, 
constituído  pelos  fatos,  pelos  dados  empíricos,  como  algo  externo  e 


FELICE, Maria Inês Vasconcelos. 2001.
49 

alheio  ao  sujeito.    As  relações  sociais  têm  como  objetivo  reduzir  ao 
máximo o fator humano pela neutralidade do tratamento − daí o uso 
da  terceira  pessoa,  gerado  pelas  pesquisas  de  racionalidade técnica, 
de modo a evitar a subjetividade. 
Nesse  paradigma  “meios­fins”,  de  orientação  técnica  e 
funcional,  que  resulta  em  um  sistema  baseado  em  valores  que 
buscam  o  controle,  a  certeza,  a  eficiência,  a  padronização  e  a 
rapidez,  entre  outras  exigências  de  objetividade  (cf.  ÁLVAREZ 
MÉNDEZ,  2002),  o  conhecimento  passa  a  ser  uma  lista  de  objetivos 
empiricamente observáveis e equivale aos fatos, ao dado empírico; o 
currículo  se  resume  em  uma  série  de  programações  em  torno  de 
objetivos  e  o  ensino  consiste  em  modificar  ou  mudar  a  conduta  do 
aluno,  não  se  preocupando  em  mudar  sua  forma  de  raciocinar,  seu 
pensamento e seus sentimentos e atitudes.  Nesse caso, o avaliador 
passa  a  ser  o  único  produtor  de  conhecimento,  e  o  avaliado  é  o 
consumidor ou objeto de conhecimento. 
Nesse  contexto,  a  avaliação  foi  influenciada,  nos  Estados 
Unidos,  pelo  movimento  científico  de  medição  relacionado  a 
THORNDIKE  (1926, apud  SHEPARD, 2000), e centrado na invenção de 
artefatos  e  técnicas  para  medir  as  características  de  personalidade 
dos  indivíduos,  e  presta­se  eficazmente  à  seleção,  à  classificação,  à 
distribuição  e  à  certificação.    O  modelo  derivado  da  racionalidade 
técnica é reduzido à aplicação de testes (TYLER, 1949;  BLOOM, 1975) 
e é também uma concepção prescritiva tanto em relação à natureza 
do  conhecimento  quanto  à  sua  aquisição,  bem  como  determina 
aquisições  segundo  critérios  previamente  prefixados.    A 
aprendizagem é, assim, algo que se pode medir, manipular e prever. 
Os  testes,  sob  a  forma  de  provas  objetivas,  que  são  instrumentos 
quantitativos,  desempenharam,  segundo  seus  seguidores,  funções 
relevantes, conforme aponta ÁLVAREZ MÉNDEZ (2002, p. 32), 
amparadas  em  uma  legitimação  pseudocientífica  de  práticas 
educativas que não correspondiam a uma concepção democrática da
50 

educação  e  se  transformaram  em  “sutis,  porém  potentes, 


instrumentos para a exclusão e a marginalização” . 

Também  bastante  utilizadas,  sobretudo  no  contexto  das 


Ciências Humanas, as questões discursivas são mais adequadas para 
avaliar  as  habilidades  de  sintetizar  idéias,  exprimir  julgamentos, 
contrastar  e  comparar,  descrever,  interpretar  ou  relacionar  fatos, 
idéias  e  coisas,  evidenciando,  além  disso,  a  capacidade  criativa  e  a 
originalidade do estudante. 
MEDEIROS  (1977)  e  VIANNA  (1978)  admitem  que  esse  tipo  de 
questão,  além  de  permitir  que  os  candidatos  apresentem  a  resposta 
com  seus  próprios  recursos  lingüísticos,  é  o  mais  adequado  para 
avaliar  as  habilidades  de  sintetizar  idéias,  exprimir  julgamentos, 
contrastar  e  comparar,  descrever,  interpretar  ou  relacionar  fatos, 
idéias  e  coisas,  evidenciando,  além  disso,  a  capacidade  criativa  e  a 
originalidade do candidato. 

Há,  também,  um  consenso  entre  esses  autores  em  considerar 


este tipo de questão muito subjetivo, principalmente no momento do 
julgamento  e  da  atribuição  de  valor.    Mesmo  avaliadas 
anonimamente,  o  que  impede  o  emprego  de  critérios  diferenciados 
devido  a  preferências  pessoais,  outros  fatores  interferem  no 
julgamento,  tais  como  o  efeito  de  “halo”,  no  qual  uma  apresentação 
cuidada  (boa  caligrafia,  limpeza),  ou  uma  redação  agradável  e 
correta  (apesar  de  fugir  ao  conteúdo  solicitado)  ganham  valor 
indevido,  de  acordo  com  o  estado  de  ânimo  do  examinador.    Este 
estado  de  ânimo  também  é  capaz  de  alterar  a  valoração  de  uma 
questão:  dependendo  do  dia,  o  mesmo  examinador  pode  atribuir 
valores diferentes ao corrigir uma mesma questão discursiva. 

Outra  crítica  comum  encontrada  nos  autores  consultados  é  o 


tempo gasto na correção desse tipo de prova e a dificuldade de impor 
parâmetros  para  tornar  o  julgamento  mais  homogêneo  e  menos 
subjetivo.
51 

Ao  planejar  questões  discursivas,  o  examinador  deve  ter  em 


mente que tais questões visam a estimular respostas que impliquem 
processos mentais superiores, mas não pode se esquecer de adequá­ 
las ao nível do candidato e considerar o tempo de execução da prova, 
não exigindo, pois, respostas muito longas que demandem um tempo 
excessivo em sua elaboração. 

Embora  a  construção  desse  tipo  de  questão  não  exija  uma 


grande  sofisticação  técnica 2 ,  há  que  se  considerar  que  uma  questão 
deficiente  em  sua  estruturação  concorre  para  dificultar  tanto  sua 
execução quanto seu julgamento. 

Mais  do  que  sua  construção,  o  grande  problema  desse  tipo  de 
questão é a dificuldade de seu julgamento, submetido à subjetividade 
do examinador.  Alguns procedimentos, no entanto, podem minimizar 
a  baixa  fidedignidade  (na  opinião  de  seus  críticos)  dos  resultados 
assim obtidos.  O primeiro deles é submeter a questão ao julgamento 
de vários examinadores, ou, no mínimo, dois.  Resultados que visem 
à classificação de muitos candidatos a um número pequeno de vagas, 
como  é  o  caso  dos  processos  seletivos  para  o  ES,  exigem  maior 
fidedignidade.    Por  isso,  a  média  de  duas  ou  mais  notas,  atribuídas 
sem  o  conhecimento  dos  julgamentos  anteriores,  “é  sempre  um 
resultado  mais  fidedigno  que  o  resultado  isolado  de  um  único 
examinador”  (VIANNA,  1978,  p.  89).    Outro  critério  é  a  correção  de 
uma  mesma  questão  de  uma  só  vez.    Tal  atitude,  além  de  propiciar 
uma constância no padrão de correção, facilita a comparação entre as 
diversas  respostas,  ajudando  os  ajustes  que  devem  ser  feitos  na 
resposta­padrão. 

Mesmo  os  itens  de  resposta  livre  necessitam  da  elaboração  de 
uma resposta­padrão por parte de quem constrói as questões.  Desse 


Na dissertação de mestrado da atual Coordenadora do Curso de Letras ILEEL/UFU (FELICE, M.I.V. Ler 
para avaliar: uma leitura especial, 1998, nas páginas 53 a 57, item 3.2.2), há uma síntese dos dois 
autores (MEDEIROS, 1977 e VIANNA, 1978) sobre a construção de questões discursivas.
52 

modo,  é  aconselhável  que,  ao  criar  uma  questão  discursiva,  o 


examinador redija sua resposta, verificando por si mesmo a estrutura 
da  questão  e,  se  necessário,  modificando­a  em  função  das 
dificuldades  que  ele  próprio  possa  ter  encontrado.  Tal  atitude  tem 
outras  vantagens,  além  da  exposta:  ao  solucionar  a  questão,  o 
examinador  pode  avaliar  seu  grau  de  dificuldade,  calculando, 
inclusive,  o  tempo  provável  de  sua  execução  pelo  candidato;  pode 
julgar  a  importância  de  cada  parte  da  resposta  para  o 
estabelecimento  de  critérios  de  correção;  pode,  enfim,  determinar 
algumas variações que, a princípio, possam lhe ter escapado (VIANA, 
1978).    Todavia,  em  questões  discursivas,  a  resposta­padrão,  ou 
chave  de  apuração,  ou  ainda,  grade  de  avaliação  ou  correção,  serve 
apenas  como  um  guia  para  o  julgamento,  devendo  ser  revista  à 
medida que forem sendo lidas as respostas, a fim de fazer os ajustes 
necessários  –  acréscimos  ou  reconsideração  das  exigências 
(MEDEIROS, 1977). 

Todos  esses  cuidados,  no  entanto,  só  reforçam  a  idéia  de  que 
esses  examinadores  acreditam  ser  possível  neutralidade  e 
objetividade  na  correção.    Mesmo  recusando  o  rótulo  de 
“positivistas”,  muitos  professores  ainda  aplicam  provas  acreditando 
poder  fazer  uma  correção  “objetiva”.    Para  FIDALGO  (2002),  esse  é 
um  debate  estéril,  visto  que  “toda  avaliação  é  no  fundo  subjetiva 
porque  está  sujeita  à  elaboração  e  correção  de  vários 
sujeitos/agentes  com  poder  e  também  com  preferências,  com 
humores,  compreensões  e  atitudes  diferentes,  em  momentos 
diversos – afinal, são seres humanos”. 
Outros  ainda  fazem  uma  avaliação  “bancária”  (ROMÃO,  1998), 
termo emprestado de  FREIRE  (1970), que cria a expressão educação 
bancária, pela qual se fazem depósitos ­ que os estudantes recebem, 
memorizam  e  repetem  ­  e  retiradas  –  que  os  discentes  devem 
devolver,  em  alguns  casos,  da  mesma  forma  que  receberam,  caso 
contrário, são penalizados.
53 

Opostas  ao  positivismo,  surgem  concepções  do  conhecimento 


como  construção  histórica  e  social  dinâmica  que  precisa  estar 
contextualizado para ser entendido e interpretado.  Nelas, o currículo 
é  entendido  como  construção  histórica  e  sociocultural;  a  visão  que 
oferecem  do  conhecimento  é  prática  e  situada,  e  é  na  racionalidade 
prática  e  crítica  que  concretizam  seu  modo  de  compreender  e 
explicar,  que  se  reconhece  a  participação  ativa  dos  sujeitos  em  sua 
construção,  pois  quem  aprende  participa  ativamente  da  aquisição  e 
da  expressão  do  saber.    Essa  racionalidade  prática  é  entendida  a 
partir da pedagogia crítica, como construção social do conhecimento, 
e o currículo como projeto e processo, já que o pensamento crítico é 
por si só um processo dinâmico e social que exige juízo e deliberação. 
O  conhecimento  tem  um  caráter  dialético  e  temporal,  construído  e 
situado, reconhecido em sua complexidade (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002). 

Nessa visão dinâmica do conhecimento, a tarefa da educação é 
ajudar a quem aprende a desenvolver reflexivamente um conjunto de 
modos  de  pensamento  ou  modos  de  aprendizagem  de  conteúdos 
considerados valiosos na sociedade, valorizando a capacidade mental 
dos  sujeitos  e  destacando  a  importância  de  descobrir  o  que  sabe 
quem  aprende  e  como  adquiriu  tal  conhecimento.  Quem  aprende 
precisa  aprender  também  a  refletir  sobre  o  que  sabe,  explicar, 
argumentar, perguntar, deliberar, discriminar, defender suas próprias 
idéias e crenças e, ao mesmo tempo, aprender e avaliar, para, assim, 
assegurar a aprendizagem de conteúdos concretos. 

Nesse  contexto,  é  de  grande  importância  a  qualidade  das 


tarefas  de  aprendizagem,  a  qualidade  das  relações  e  das  interações 
que  acontecem  em  sala  de  aula,  entre  os  estudantes  e  entre  os 
estudantes  e  o  professor,  com  alguns  conteúdos  de  aprendizagem 
selecionados  por  seu  valor  educativo  e  por  sua  potencialidade 
formativa.  A  principal  tarefa  do  professor  é  despertar  a  curiosidade 
por aprender e em ajudar os alunos a sentir, a agir, preocupando­se
54 

em como adquiriram o conhecimento que lhes permite atuar de modo 
diverso  em  contextos  novos  não­conhecidos  (ÁLVAREZ  MÉNDEZ, 
2002). 

É nesse sentido que é importante destacar o papel do professor 
(ou dos colegas mais experientes) no desenvolvimento dos processos 
mentais,  destacado  no  interacionismo  sócio­histórico  de  VYGOTSKY 
(1993;  1998).    Para  esse  autor,  o  “bom  ensino  é  aquele  que  se 
direciona para as funções psicológicas emergentes”, incidindo sobre a 
“zona  de  desenvolvimento  proximal”,  e  “estimulando  processos 
internos  maturacionais  que  terminam  por  se  efetivar,  passando  a 
constituir a base para novas aprendizagens” (FREITAS, 2000, p. 104). 

Segundo  REGO  (2002,  p.118),  os  postulados  de  Vygotsky 


apontam  para  uma  escola  em  que  "professores  e  alunos  tenham 
autonomia, possam pensar, refletir sobre o seu próprio processo 
de  construção  de  conhecimentos  e  ter  acesso  a  novas 
informações". 3 
Por  isso,  acredito  ser  importante  também  discutir  a  auto­ 
avaliação que é parte essencial da avaliação formativa. 

Conforme  aponta  ROMERO  (2000),  o  envolvimento  do 


estudante no processo de avaliação é um aspecto relevante: a auto­ 
avaliação  e  a  reflexão  podem  contribuir  para  levar  o  estudante  à 
autonomia na aprendizagem, pois fazem com que ele se sinta sujeito 
de seu processo. Para  PERRENOUD  (2002, p.15), a prática reflexiva é 
uma postura fundamental porque 

nas sociedades em transformação, a capacidade de inovar, negociar 
e  regular  a  prática  é  decisiva.  Ela  passa  por  uma  reflexão  sobre  a 
experiência, favorecendo a construção de novos saberes. 

LIBERALI  e  ZINGIER  (2000, p.9) apontam três principais tipos de 


reflexão, descritos por  VAN MANEN  (1977), que se apoiou em estudos 
de HABERMAS  (1973) sobre o conhecimento humano: 


Grifos meus.
55 

(a)  reflexão  técnica  preocupada  com  a  eficiência  e  eficácia  dos  meios 


para atingir determinados fins e com a teoria como meio para previsão e 
controle dos eventos; (b) reflexão prática visando ao exame aberto dos 
objetivos e suposições e o conhecimento que facilita o entendimento dos 
problemas  da  ação;  (c)  reflexão  crítica  relacionada  às  duas  ênfases 
anteriores,  porém  valorizando  critérios  morais  e  as  análises  de  ações 
pessoais em contextos histórico­sociais mais amplos. 

Em termos de auto­avaliação, interessa mais a reflexão crítica. 
Para  KEMMIS  (1987),  citado  por  LIBERALI  e  ZYNGIER  (2000),  a 
reflexão seria um processo de auto­avaliação que faz com que aquele 
que  a  pratica  se  coloque  "dentro  da  ação,  na  história  da  situação, 
participando  da  atividade  social  e,  acima  de  tudo,  posicionando­se” 
(p.10).  O  auto­conhecimento  funcionaria  como  um  propulsor  para 
desenvolver a responsabilidade pelo processo de transformação, que 
teria início por meio da vontade do próprio participante, mas também 
"por um processo de tomada de decisão informada". 
Os  autores  consultados  (ÁLVAREZ  MÉNDEZ,  2002;  HADJI,  2001; 
SHEPARD,  2000;  PERRENOUD,  1999;  PARIS  &  AYRES,  1999)  falam  de 
vários  tipos  de  atividades  a  serem  utilizados  em  sala  de  aula  que 
podem  ser  usados  para  auto­avaliação  e  reflexão  dos  alunos  sobre 
seu  trabalho  e  suas  habilidades,  como  a  observação  dos  alunos,  as 
entrevistas,  a  avaliação  contínua.  PARIS  &  AYRES  (1999)  destacam 
quatro  delas:  a)  portfólios;  b)  relatórios  e inventários;  c)  diários;  d) 
vários tipos de reuniões (ou encontros). 

Em  um  currículo  em  que  se  pretende  que  o  professor  em 
formação  tenha  autonomia  em  seu  percurso,  escolhendo  as 
disciplinas nas quais buscará se aprofundar e com as quais pretende 
compor  seu  curso,  em  um  curso  que  tem  como  maior  objetivo  a 
formação  do  professor  pesquisador,  em  um  Projeto  Pedagógico  que 
destaca  como  prioridade  formar  profissionais  e  cidadãos,  faz  toda  a 
diferença  a  forma  como  será  encarada  e  aplicada  a  avaliação  da 
aprendizagem.    Preparar  o  futuro  profissional  para  o  mercado  de 
trabalho requer que este esteja apto a avaliar os outros mas também 
avaliar a si próprio.
56 

No  que  tange  à  avaliação  docente,  pode­se  pensar  em 


questionários,  observação  direta,  reuniões  coletivas  planejadas  para 
tal fim, relatórios de pesquisa, entre outros. 
Ressalta­se  que  a  mudança  de  postura  quanto  à  avaliação  da 
aprendizagem  e  do  curso  é  processual  e  precisa  ser  levada  a  sério 
para  que  a  mesma  possa  contribuir  com  a  formação  do  profissional 
que o curso se propõe a realizar.

· A   avaliação  como  instrumento  norteador  do  processo  de  ensino  e  da 


gestão pedagógica 

A avaliação é uma parte integrante do processo de formação e 
possibilita  o  diagnóstico  de  lacunas  e  a  aferição  dos  resultados 
alcançados,  consideradas  as  competências  a  serem  constituídas  e  a 
identificação das mudanças de percurso eventualmente necessárias. 
A  avaliação  deve  cumprir  prioritariamente  uma  função 
pedagógica  ou  formativa,  gerar  informações  úteis  para  a  adaptação 
das atividades de ensino­aprendizagem às necessidades dos alunos e 
aos objetivos de ensino. O objetivo de toda avaliação é gerar e gerir 
retro­informação, seja para a ação do professor em sala de aula, seja 
para a gestão acadêmica. 
A  proposição  de  atividades  avaliativas  deve  fazer  interagir  os 
conhecimentos  prévios  dos  estudantes  em  contextos  novos  de 
aplicação  e  de  reflexão.    Assim,  é  inegável  a  importância  da 
avaliação,  tanto  para  o  aluno  como  para  o  professor.  Além  disto,  é 
também inegável a necessidade da avaliação, seja como elemento do 
processo  de  construção  do  conhecimento,  seja  como  elemento  de 
gestão de um projeto pedagógico. 
Para  PERRENOUD  (1989),  a  avaliação  é  um  componente 
permanente  da  ação  individual  e  das  interações  sociais.  Avaliar  é 
construir  e  negociar  representações.  Os  avaliadores,  de  modo  geral, 
estão sempre dispostos a afirmar a objetividade de seus julgamentos, 
enquanto os avaliados estão, ao contrário, dispostos a afirmar a sua 
subjetividade, sobretudo quando ela lhes é desfavorável. A avaliação
57 

é,  portanto,  uma  prática  e  uma  representação  e  cabe  ao  avaliador 


lembrar­se de que a avaliação é sempre um momento de conflito que 
ele  deve  aprender  a  gerir.  A  avaliação  se  constrói  em  função  das 
normas  de  excelência  preconizadas  pela  instituição  e  esperadas  pela 
sociedade.  Os  discentes  devem  ser  capazes  de  se  representar  as 
normas  de  excelência  da  instituição  e,  ao  serem  avaliados, 
reconhecê­las  nas  avaliações.    Os  professores  devem  também  ser 
capazes de se representar essas normas de excelência, reconhecendo 
o  que  a  instituição  espera  deles  de  modo  a  gerar  correspondência 
quando das avaliações que se fazem das atividades docentes. 
A  avaliação  não  se  reduz  apenas  à  sala  de  aula,  ela  deve 
perpassar  toda  a  estrutura  escolar,  produzindo  dados  e  informações 
que  alimentem  os  processos  de  gestão  administrativa  e  acadêmica 
visando  à  melhoria  do  ensino.  Segundo  as  diretrizes  curriculares 
nacionais,  as  competências  profissionais  a  serem  constituídas  pelos 
professores  em  formação  –  no  caso  específico  das  Licenciaturas  ­ 
devem ser a referência para todas as formas de avaliação dos cursos, 
sendo estas:
· periódicas  e  sistemáticas,  com  procedimentos  e  processos 
diversificados,  incluindo  conteúdos  trabalhados,  modelo  de 
organização,  desempenho  do  quadro  de  formadores  e 
qualidade  da  vinculação  com  escolas  de  educação  infantil, 
ensino fundamental e ensino médio, conforme o caso; 
●  feita por procedimentos internos e externos, que permitam a 
identificação  das  diferentes  dimensões  daquilo  que  for 
avaliado;
· incidentes sobre processos e resultados. 

A  avaliação  sendo,  portanto,  um  instrumento  essencial  para  a 


evolução dos padrões de qualidade da instituição e fundamentais para 
a  realização  de  seus  objetivos  educacionais,  ela  ocorrerá  nas 
seguintes dimensões:
58 

a) avaliações feitas pelo corpo docente: avaliações dos alunos; 
avaliação da disciplina; 
b) avaliações  feitas  pelo  corpo  discente:  avaliação  dos 
professores e da disciplina; 
c)  avaliação institucional interna; 
d) avaliação externa. 
e) avaliação  feita  pelo  corpo  técnico­administrativo  sobre  as 
condições  de funcionamento  dos  diversos  setores  essenciais 
da instituição de ensino. 

a) – avaliações feitas pelo corpo docente 

1 – avaliações dos alunos no processo de ensino­aprendizagem 

A  avaliação  deve  percorrer,  obrigatoriamente,  todas  as  etapas 


do  processo  de  ensino,  não  se  limitando  apenas  às  avaliações 
periódicas  somativas  feitas  para  verificar  formalmente  a 
aprendizagem e atribuir notas aos alunos. O projeto de avaliação do 
professor  deve  incluir  as  avaliações  diagnósticas,  as  avaliações 
formativas e as avaliações somativas. 

AVALI AÇÃO  DI AGNÓSTI CA:  avaliação  feita  antes  do  ensino 


(diagnóstica  e  prognóstica)  visando  à  adequação  da  planificação  do 
curso às necessidades dos alunos e para que o aluno se conscientize 
de  seu  ponto  de  partida.  Pode  ser  feita  através  de  questionários 
abertos  ou  fechados,  entrevistas,  tarefas,  questões  de  controle;  tem 
como objetivo diagnosticar conhecimentos já adquiridos, experiências 
pessoais  e  profissionais,  níveis  de  raciocínios  e  estratégias  de 
aprendizagem  e  de  estudos,  atitudes  e  hábitos  adquiridos  de 
aprendizagem,  capacidade  para  elaborar  as  representações  das 
tarefas propostas;
59 

AVALI AÇÃO FORM ATI VA: avaliação feita durante o ensino (formativa, 

interativa, retroativa, pro ativa). O objetivo das avaliações formativas 
é  estabelecer  práticas  que  levem  os  alunos  a  resolver  situações­ 
problema  e  verificar  se  os  conteúdos  ensinados  se  transformam  em 
competências  e  habilidades  efetivas.  Saber  se  os  alunos  adquiriram 
os  comportamentos  previstos  pelo  professor  para  fundar  estratégias 
posteriores  de  ensino,  realizando  tarefas  originais,  aplicando  tópicos 
de  ensino  a  contextos  novos.  Nesse  tipo  de  avaliação,  deve  haver 
interação  com  os  alunos,  análise  da  produção  dos  estudantes  e 
conseqüente  adaptação  do  processo  didático  aos  progressos  e 
problemas  dos  alunos,  regulação  instrumentalizada  com 
implementação  de  programas  de  reforços,  quando  necessário. 
Atividades em equipe, envolvendo discussão e pesquisa, trabalhos de 
campo,  debates,  realizados  dentro  do  espírito  de  resolução  de 
problemas  contextualizados  constituem  práticas  fundamentais  da 
avaliação formativa; 

AVALI AÇÃO  SOM ATI VA:  avaliação  feita  depois  do  ensino,  com 
atribuição  de  notas  e  visando  verificar  efetivamente  a  aquisição  das 
competências  e  habilidades  objetivadas  durante  o  processo  de 
ensino.  As  estratégias  utilizadas  nas  avaliações  somativas  devem 
revelar  raciocínios  e  representações  mentais  dos  alunos;  alunos  e 
professores  devem  analisar  e  estudar  eventuais  erros  e  desvios 
cometidos, diagnosticar tipos de obstáculos e dificuldades.  Como se 
trata  de  uma  avaliação  de  resultados  da  aprendizagem,  esta 
avaliação  revela­se  um  elemento  indispensável  para  a  reorientação 
dos desvios ocorridos durante o processo e para gerar novos desafios 
ao  aprendiz.  A  avaliação  deve  resultar  em  uma  discussão  honesta  e 
transparente,  entre  todos  os  elementos  envolvidos  no  processo. 
Como  a  avaliação  somativa  resulta  em  uma  classificação  dos  alunos 
através da atribuição de notas objetivas, ela exige um preparo que se 
oriente  na  direção  dos  objetivos  da  disciplina  e  do  curso  (cf.
60 

competências  e  habilidades  do  egresso)  e  não  simplesmente  em 


atividades de puro reconhecimento e de reprodução de conceitos. 

2 – avaliação docente da disciplina: 

Trata­se  aqui  de  avaliação  feita  pelo  professor  da  disciplina 


ministrada  por  ele,  avaliação  realizada  obrigatoriamente  ao  término 
da  mesma,  através  de  formulário  eletrônico  específico  que  estará 
disponível  na  rede  do  ILEEL.  Ela  se  compõe  basicamente  em: 
avaliação  dos  objetivos  alcançados;  das  condições  estruturais 
(existência de infra­estrutura adequada na sala de aula, laboratórios, 
biblioteca, etc.) e humanas (qualificação docente e discente tendo em 
vista os objetivos da disciplina), em que a disciplina fora ministrada; 
das necessidades de melhoria, etc. 

b) – avaliações feitas pelo corpo discente 

1 – avaliação discente da disciplina 

Ao  final  da  disciplina,  os  alunos  avaliarão  obrigatoriamente  as 


disciplinas  em  formulário  eletrônico  específico,  também 
disponibilizado  na  rede  do  ILEEL.  O  aluno  deverá  apontar  as 
dificuldades  encontradas  no  conteúdo  programático,  com  vistas  à 
reformulação  das  disciplinas  do  novo  currículo,  caso  se  faça 
necessário. 

2 – avaliação discente do professor 

Trata­se  aqui  da  avaliação  feita  pelos  alunos  em  relação  ao 
professor  que  ministrou  a  disciplina,  em  relação  à  metodologia 
adotada pelo docente e às atividades avaliativas utilizadas.  Os alunos 
avaliarão  os  professores  em  formulário  eletrônico  específico,
61 

disponibilizado  na  rede  do  ILEEL.  Essa  avaliação  também  é 


obrigatória  e  constitui  elemento  essencial  para  orientar  os 
professores  e  fundamentar  análises  e  tomadas  de  decisão  da 
coordenação do curso. 

c)  Avaliação docente e discente do P rojeto P edagógico 

Considerando  que  a  qualidade  acadêmica  está  efetivamente 


ligada  ao  cumprimento  da  função  social  da  Universidade,  que  é  de 
ensinar,  pesquisar  e  praticar  a  extensão  em  favor  do 
desenvolvimento  dos  sujeitos  e  da  sociedade  como  um  todo,  estão 
previstas  diferentes  formas  de  avaliação  do  Projeto  Pedagógico.    Ao 
longo  de  seu  processo  de  implantação,  avaliações  obrigatórias, 
bianuais,  serão  realizadas  com  o  objetivo  de  aperfeiçoar  a  proposta 
pedagógica em seus diferentes momentos de implantação, buscando 
manter  sua  qualidade  e  fidelidade  aos  seus  princípios  fundamentais. 
A  avaliação  do  Projeto  Pedagógico  será  realizada  a  partir  de  um 
projeto  de  pesquisa,  proposto  pela  atual  Coordenadora  do  Curso  de 
Letras,  e  já  aprovado  pelo  Conselho  do  Instituto  de  Letras  e 
Lingüística, que prevê a aplicação de questionários a uma amostra de 
alunos de cada período, com questões abertas para que sejam feitas 
sugestões  ou  críticas.  Professores  que  ministram  aulas  no  curso 
também  serão  ouvidos.  Este  procedimento  permitirá  perceber  os 
avanços  e  as  fragilidades  no  processo  de  aprendizagem  a  tempo  de 
possibilitar  mudanças  na  realidade  dos  espaços  de  formação 
profissional. Também possibilitará redirecionar, caso seja necessário, 
os  objetivos,  a  identidade  profissional  delineada,  a  organização 
curricular,  as  formas  de  implantação  e  as  condições  de 
funcionamento  do  curso.  Este  processo  será  coordenado  pelo 
Colegiado  do  Curso.  Para  subsidiar  este  trabalho,  a  Coordenação 
providenciará relatório anual de todas as atividades desenvolvidas.
62 

AS ATI VI DADES COMP LEMENTARES 

Em  decorrência  da  ampliação  do  conceito  de  currículo,  entende­ 


se  que  diferentes  atividades  acadêmicas  que  são  hoje  desenvolvidas 
pelo  discente,  durante  sua  permanência  na  Universidade,  são  tão 
úteis para sua formação profissional quanto as diversas disciplinas do 
núcleo  de  formação  específica  que  ele  cursa.  Assim  sendo,  é  justo 
que, do mesmo modo que essas últimas geram créditos, as primeiras 
também  o  façam,  sendo  consideradas  como  atividades 
complementares à sua vida acadêmica.

· Aula 

A  aula  consiste  em  atividade  teórica,  prática  ou  teórico­prática, 


conduzida  predominantemente  pelo  docente,  de  forma  presencial  ou 
à  distância,  incluindo­se  nesta  categoria  a  aula  expositiva,  a  aula 
laboratorial  ou  o  trabalho  de  campo,  que  o  discente  poderá  utilizar 
como  atividade  complementar,  com  vista  ao  enriquecimento  de  seu 
currículo, em seu próprio curso ou em outros cursos, sob a forma de: 

1. Aulas presenciais. 
Consiste  em  atividade  teórica,  prática  ou  teórico­prática, 
desenvolvida  na  sala  de  aula  e  conduzida  predominantemente  pelo 
professor,  ou  por  mestrando,  sob  orientação,  em  estágio­docência. 
Embora  a  tendência  mais  tradicional  da  aula  presencial  seja  a 
atividade  expositiva  do  professor,  a  aula  presencial  deve  ser  vista 
como um momento privilegiado dentro do curso, pois trata­se de um 
dispositivo  que  deve  envolver  sistematicamente  a  interação  do 
professor com os alunos matriculados, dos alunos entre si, mediados 
pelos  conteúdos  e  pelos  objetivos  do  curso.  A  articulação  entre 
atividades  expositivas  problematizadoras  e  atividades  práticas  de 
exercício  do  raciocínio  lógico  é  fundamental  para  o  desenvolvimento 
das  competências  almejadas  e  de  hábitos  de  aprendizagem.  Na  sala
63 

de aula presencial, como em qualquer outra atividade curricular, deve 
predominar  o  ensino  voltado  para  o  desenvolvimento  de 
competências,  de  atitudes  formativas  e  de  raciocínio  sobre  o  ensino 
focado  no  simples  reconhecimento  e  apreensão  de  conceitos.  A 
contextualização dos conteúdos ensinados também deve ser buscada 
pelo  professor  nas  seguintes  dimensões:  contextualização  histórica 
(origem  e  evolução  histórica  do  problema);  contextualização  dentro 
de  um  campo  de  conhecimento  (relação  do  problema/conceito  com 
correntes  e  campos  de  estudo,  dimensão  interdisciplinar  do 
problema);  contextualização  social  (implicação  dentro  da/s 
sociedade/s);  contextualização  no  ensino  fundamental  e  médio 
(relevância  para  o  ensino  fundamental e  médio,  para  a  formação  do 
professor),  contextualização  profissional  e  prática  (relevância  para  o 
mercado profissional). 

2. Cursos e Disciplinas a Distância 

O desenvolvimento de atividades através dos recursos fornecidos 
pela mídia contemporânea tais como vídeo, televisão, cinema, jornal, 
CD­ROM  e  Internet,  entre  outros,  deve  ser  estimulado  nos  alunos 
como forma de mantê­los atualizados e em permanente processo de 
pesquisa  e  interação,  fatores  fundamentais  para  o  sucesso  do 
processo  pedagógico.  Considera­se  atividade  curricular  à  distância  a 
alternativa  pedagógica  predominantemente  não­presencial  ou  semi­ 
presencial  destinada  a  promover  a  autonomia  do  aluno,  envolvendo 
meios de comunicação capazes de ultrapassar os limites do tempo e 
do  espaço  e  de  permitir  a  interação  do  estudante  com  fontes  de 
informação  diversificadas.  A  existência  de  atividades  acadêmicas  a 
distância em cursos de graduação presenciais justifica­se no presente 
projeto,  do  ponto  de  vista  dos  objetivos  e  métodos,  e  não 
ultrapassará  o  limite  de  20%  (vinte  por  cento)    da  carga  horária  as 
atividades complementares.
64

· Seminário 

O  seminário  é  constituído  por  atividade  teórica,  prática  ou 


teórico­prática,  conduzida  predominantemente  pelos  alunos,  a  partir 
de  articulação  de  um  docente,  incluindo­se  nesta  categoria  a 
discussão temática, o estudo dirigido e o grupo de estudos. 
O  seminário  deve  cumprir  o  papel  de  estimular  nos  alunos  as 
habilidades  básicas  de  ouvir  e  falar  permitindo  a  formação  de 
opiniões  pessoais  e  o  desenvolvimento  de  práticas  e  conceitos 
relativos  ao  curso  e  aos  objetivos  do  seminário.  Saber  ouvir  e  saber 
falar são recursos fundamentais para aqueles que, profissionalmente, 
vão se dedicar à área de Letras.

· P rojetos de Ensino, P esquisa e Extensão 

Os  projetos  são  entendidos  como  conjunto  de  atividades 


integrado  ao  projeto  pedagógico  do  curso  que  permita  o 
desenvolvimento  de  habilidades,  atitudes  e  competências  previstas 
na  respectiva  ementa,  incluindo­se  nesta  categoria  os  projetos  de 
iniciação  científica,  iniciação  ao  ensino  e  iniciação  à  extensão.  O 
discente do Curso de Letras poderá aproveitar os projetos de Ensino, 
Pesquisa  e  Extensão  dos  docentes,  atuando  como  estagiários,  como 
forma  de  complementar  sua  formação  e  iniciar,  sob  orientação,  sua 
atuação profissional.

· P rograma I nstitucional de Bolsa de I niciação Científica (P I BI C) 

O PIBIC/CNPq/UFU é um programa centrado na iniciação científica 
em todas as áreas do conhecimento. Administrado diretamente pelas 
instituições  de  ensino  superior,  é  voltado  para  os  alunos  de 
graduação,  servindo  de  incentivo  à  formação,  com  ênfase  na
65 

participação  ativa  de  estudantes  em  projetos  de  pesquisa  com 


qualidade acadêmica, mérito científico e orientação adequada.

· P rograma de Bolsa I nstitucional de I niciação Científica (P BI I C) 

PBIIC/FAPEMIG/UFU  também  é  um  programa  centrado  nos 


objetivos de formação acadêmica de qualidade por meio da iniciação 
científica  em  todas  as  áreas  do  conhecimento,  a  exemplo  do 
programa  anterior.  São  disponibilizadas  bolsas  de  pesquisa 
financiadas pela FAPEMIG e pela UFU. 
Com  a  Iniciação  Científica,  o  aluno  começa  sua  carreira  de 
pesquisador,  interage  com  outros  pesquisadores  de  sua  área  por 
meio  de  leituras,  discussões  e  participação  em  eventos  e,  por  fim, 
tem  a  oportunidade  de  publicar  seus  trabalhos,  a  começar  pela 
Revista Eletrônica da DIRPE, Horizonte Científico. 
Atualmente, várias Universidades brasileiras e de outros países 
exigem,  para  ingresso  em  programas  de  Pós­Graduação,  que  o 
candidato tenha desenvolvido projeto de Iniciação Científica e, muitas 
vezes,  que  tenha  publicações  em  congressos  e/ou  periódicos 
científicos. 
Essas,  entre  outras  razões,  mostram  a  importância  da 
participação dos discentes nesse programa de incentivo à pesquisa.

· P rograma  I nstitucional  de  Bolsas  de  Ensino  de  Graduação 


(P I BEG) 

O Programa Institucional de Bolsas de Ensino de Graduação da 
UFU  (PIBEG/UFU)  tem  por  objetivo  geral  incentivar  o 
desenvolvimento  de  projetos  que  contribuam  para  a  melhoria  da 
qualidade do ensino dos cursos de graduação da UFU, e por objetivos 
específicos:
66

· incentivar  o  envolvimento  de  docentes  e  estudantes  em 


projetos  que  visem  a  solução  de  problemas  didático­ 
pedagógicos de cursos de  graduação;
· fomentar  a  interação  entre  disciplinas  e  entre  Unidades 
Acadêmicas na resolução de problemas comuns;
· auxiliar  os  Colegiados  de  cursos  de  graduação  no 
desenvolvimento  de  ações  que  visem  o  aprimoramento  do 
ensino;
· proporcionar  ao  estudante  o  aprendizado  sobre  o 
desenvolvimento  de  disciplinas  práticas  e/ou  teóricas, 
domínio de técnicas, elaboração de material didático, demais 
atividades  de  ensino,  conforme  a  proposta  apresentada  em 
projeto;
· Estimular a interdisciplinaridade;
· Oferecer  oportunidades  de  participação  em  Atividades 
Acadêmicas Complementares. 4

· P rograma de I niciação à Docência ( P I D) 

1. Monitoria 

Monitoria,  remunerada  ou  não­remunerada,  é  uma  experiência 


pedagógica  oferecida  ao  estudante  regularmente  matriculado  num 
curso  de  graduação.  Considerada  como  uma  atividade  acadêmica  de 
natureza complementar,é desenvolvida sob a orientação e supervisão 
de  um  professor  e  aproveitada  para  a  integralização  do  currículo  de 
um curso de graduação.  Tem como objetivos principais desenvolver, 
no  aluno,  o  interesse  pela  carreira  do  magistério  superior  e 
proporcionar  a  cooperação  entre  o  corpo  discente  e  o  corpo  docente 
em benefício da qualidade do ensino ministrado pela instituição. 


www.prograd.ufu.br/arquivos2006/Edital%20Pibeg%2012006.doc
67 

2. Prática docente em atividade de extensão orientada 
(CECLE/ CEL I N) 

O  Curso  de  Letras  oferece  a  oportunidade  aos  seus  alunos  da 


graduação  para  o  desenvolvimento  de  atividades  de  docência 
orientada  em  ações  de  extensão.    Para  este  fim,  o  ILEEL  conta  com 
uma  Central  de  Línguas  (CELIN)  e  uma  Coordenação  de  Educação 
Continuada  e  de  Extensão  (CECLE),  que  oferecem  campo  à  prática 
docente  de  estudantes  especialmente  selecionados,  na  condição  de 
estagiários nos cursos de extensão de línguas.

· P articipação em Eventos 

A  participação em eventos  como  expositor  ou  ouvinte  constitui 


um dos tópicos importantes da prática universitária. Tal atividade cria 
no  aluno  a  consciência  da importância desses  fóruns  enquanto  fonte 
de reflexão e de obtenção de informações atualizadas. O aluno pode 
submeter  seus  resultados  de  pesquisa  a  esse  tipo  de  avaliação 
pública, para acrescentar à sua prática a experiência vivenciada pelos 
pesquisadores.  Esse  tipo  de  participação  em  eventos  será  geradora 
de  pontos,  a  critério  do  Colegiado,  conforme  tabela  do  item 
Atividades  Complementares.  A  participação  do  aluno  em  eventos 
dessa  natureza  deverá  ser  autorizada  pelo  orientador  com,  pelo 
menos,  15  dias  de  antecedência  e  com  a  apresentação  da  cópia  do 
trabalho  a  ser  apresentado  ou  o  certificado  de  aceitação.  A 
participação  em  evento  com  apresentação  de  trabalho  poderá  valer 
até  sessenta  (60)  pontos  (até  quatro  eventos  científico­culturais 
internacionais  ao  longo  do  curso),  mediante  apresentação  do 
certificado  que  deverá  especificar  a  carga  horária.  O  valor  máximo 
permitido na participação em eventos com apresentação de trabalhos 
será  oitenta  pontos  (até  quatro  apresentações  de  trabalho  em 
eventos internacionais).
68

· Estágio Curricular e P rofissional 

Os  alunos  do  Curso  de  Letras  têm  desenvolvido  estágio 


profissional  na  EDUFU,  na  Assessoria  de  Relações  Internacionais  e 
Interinstitucionais,  na  PROEX  e  em  outros  setores  da  UFU  e  da 
comunidade,  voltado  para  a  revisão  de  textos,  atividade  de  redação 
de  documentos  ou  em  atividades  de  ensino  e  aprendizagem  de 
línguas.

· P ublicações 

O  ILEEL  disponibiliza  estrutura  de  informática  e  de  apoio 


humano  para  a  publicação  eletrônica  de  trabalhos  de  discentes. 
Encontra­se em fase  de  estudos  a institucionalização  de  uma  revista 
eletrônica para os alunos da graduação.
69 

CONCEP ÇÃO DA ESTRUTURA CURRICULAR 

Considerando  a  legislação  vigente,  os  princípios  básicos  acima 


descritos,  o  perfil  do  egresso  e  os  objetivos  propostos,  o  novo 
currículo  do  Curso  de  Letras  ILEEL/UFU  está  organizado  em  três 
núcleos: 

I.  Núcleo  de  Formação  Específica  (Disciplinas  obrigatórias  e 


optativas), 
II.  Núcleo  de  Formação  Pedagógica  (Disciplinas  Pedagógicas 
obrigatórias, Práticas Específicas e Estágio Supervisionado), 
III.  Núcleo  de  Formação  Acadêmico­Científico­Cultural  (Atividades 
Acadêmicas Complementares). 

O  Anexo  2  apresenta  quadros  de  porcentagem  dos  diferentes 


núcleos  (específicos  de  área  e  de  formação),  em  relação  ao  total  de 
horas de cada habilitação no novo currículo. 

Para efeito de organização e de apresentação dos componentes 
curriculares  e  dos  quadros  das  matrizes  curriculares,  é  necessário 
esclarecer  a  nomenclatura  adotada  em  relação  a  Núcleos,  Ciclos  e 
Módulos, a saber:

· as  diferentes  áreas  do  Curso  de  Letras,  conforme  são  lotadas 
no Instituto de Letras e Lingüística 

a.  Núcleo de Língua Portuguesa e Lingüística, 
b.  Núcleo de Literaturas de Língua Portuguesa, 
c.  Núcleo de Línguas e Literaturas Estrangeiras;

· as  áreas  de  Formação  Específica  e  de  Formação  Pedagógica, 


também  chamados  Núcleos  pelo  Projeto  Pedagógico 
Institucional;

· os  diferentes  níveis  em  que  os  componentes  curriculares  são 


ofertados 
a.  Ciclo I  (básico, específico, comum e obrigatório),
70 

b.  Ciclo  I I   (intermediário  para  os  componentes  do  Núcleo  de 


Formação  Específica,  inicial  para  o  Núcleo  de  Formação 
Pedagógica,  incluindo  as  45  h  de  observação  das 
Metodologias, que iniciam os Estágios Supervisionados), 

c.  Ciclo  I I I   (final,  para  os  componentes  do  Núcleo  de 


Formação  Específica  e  os  do  Núcleo  de  Formação 
Pedagógica,  incluindo  os  Estágios  Supervisionados  e 
componentes curriculares de aprofundamento específico);

· os diferentes temas e níveis em que se dividem os componen­ 
tes curriculares em cada área, aos quais se denomina Módulos. 

1.  Núcleo de Formação Específica: 

Em  todas  as  habilitações  que  serão  oferecidas  na  nova 


estrutura curricular do Curso de Graduação em Letras ILEEL/UFU, nos 
três  primeiros  semestres,  o  aluno  cursará  obrigatoriamente  as 
mesmas  disciplinas,  que  vão  compor  um  ciclo  básico,  de  um  ano  e 
meio  (990  horas),  ao  final  do  qual  ele  fará  sua  opção  de  curso, 
escolhendo  entre  as  três  habilitações  que  serão  oferecidas  no  novo 
currículo do Curso de Letras, que são: 

a.  Licenciatura  Plena  em  Letras  (Habilitação  em  Francês  e 


respectivas literaturas) noturno; 
b.  Licenciatura Plena em Letras (Habilitação em Inglês e respectivas 
literaturas) matutino e noturno; 
c.  Licenciatura  Plena  em  Letras  (Habilitação  em  Português  e 
respectivas literaturas) matutino e noturno. 

Núcleo de formação específica da licenciatura plena em Letras – 
Habilitação em Francês e literaturas de língua francesa 

Na  Licenciatura  Plena  em  Letras,  habilitação  em  Francês  e 


literaturas  de  língua  francesa,  a  ser  integralizada  em  oito  (08) 
semestres, a carga horária deste núcleo de formação específica é de
71 

1620 h/a. Reúne vinte e nove (29) disciplinas específicas, sendo dez 
(10)  da  área  de  Língua  Francesa  (600h),  quatro  (04)  Literaturas  de 
língua  francesa  e francófona  (240h),  e  mais  as  doze  (12)  disciplinas 
(600 h) comuns à formação específica, obrigatórias no ciclo básico – 
Língua  Portuguesa  e  Lingüística  (120h),  Literaturas  de  Língua 
Portuguesa  (120h),  Estudos  Clássicos  (120h),  Metodologia  de 
Pesquisa (60h), Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas (60h) e duas 
Línguas  Estrangeiras  (240h)  ­,  além  de  três  disciplinas  optativas  de 
qualquer área do curso (180h) ­ (cf. quadro 1): 

Quadro  1:  Componentes  curriculares  que  integram  o  Núcleo  de  Formação 


Específica da Licenciatura em Letras com habilitação em Francês e literaturas de 
língua francesa 
CH  CH  CH 
Disciplinas comuns à formação específica 
Obrigatórias no ciclo básico  Teórica  P rática  Total 
Estudos Clássicos                                       2 x 60h  120  0  120 
Língua Estrangeira 1  (Francês)  2 x 60h  120  0  120 
Língua Estrangeira 2  (Inglês)                     2 x 60h  120  0  120 
Língua Portuguesa e Lingüística                 2 x 60h  120  0  120 
Literatura de Língua Portuguesa  2 x 60h  120  0  120 
Metodologia de Pesquisa em Letras                 60h  60  0  60 
Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas         60h  60  0  60 
12 disciplinas ­ Total de horas  720  0  720 
CH  CH  CH 
Disciplinas de Língua Estrangeira 
Teórica  Prática  Total 
Módulo 2 – L. Francesa  (à escolha do aluno)  4 x  60 h  240  0  240 
Módulo 3 – L. Francesa  (à escolha do aluno)  3 x 60 h  180  0  180 
Módulo 4 – L. Francesa  (à escolha do aluno)  3 x 60 h  180  0  180 
10 disciplinas ­ Total de horas  600  0  600 
CH  CH  CH 
Disciplinas de Literatura de Língua Francesa 
Teórica  Prática  Total 
4 disciplinas  4 x 60 h  240  0  240 
4 disciplinas ­ Total de horas  240  0  240 
CH  CH  CH 
3 Disciplinas livres 
Teórica  Prática  Total 
Optativas de qualquer área à escolha do aluno  3 x 60h  180  0  180 
Total:  29 disciplinas  ­  1740
72 

Núcleo de formação específica da licenciatura plena em Letras ­ 
Habilitação em Inglês e literaturas de língua inglesa 

Na  Licenciatura  Plena  em  Letras,  habilitação  em  Inglês  e 


literaturas  de  língua  inglesa,  a  ser  integralizada  em  oito  (08) 
semestres, a carga horária deste núcleo de formação específica é de 
1620  h/a.  Reúne  vinte  e  nove  (29)  disciplinas  específicas,  sendo 
quinze (10) da área de Língua Inglesa (600h), quatro (04) Literaturas 
de língua Inglesa e norte­americana (240h), as doze (12) disciplinas 
(600 h) comuns à formação específica, obrigatórias no ciclo básico – 
Língua  Portuguesa  e  Lingüística  (120h),  Literaturas  de  Língua 
Portuguesa  (120h),  Estudos  Clássicos  (120h),  Metodologia  de 
Pesquisa (60h), Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas (60h) e duas 
Línguas  Estrangeiras  (240h)  ­,  além  de  três  disciplinas  optativas  de 
qualquer área do curso (180h) ­ (cf. quadro 2): 

Quadro  2:  Componentes  curriculares  que  integram  o  Núcleo  de  Formação 


Específica  da  Licenciatura  em  Letras  com  habilitação  em  I nglês  e  literaturas  de 
língua inglesa 
CH  CH  CH 
Disciplinas comuns à formação específica 
Obrigatórias no ciclo básico  Teórica  P rática  Total 
Estudos Clássicos                                       2 x 60h  120  0  120 
Língua Estrangeira 1  (Francês)  2 x 60h  120  0  120 
Língua Estrangeira 2  (Inglês)                     2 x 60h  120  0  120 
Língua Portuguesa e Lingüística                 2 x 60h  120  0  120 
Literatura de Língua Portuguesa                2 x 60h  120  0  120 
Metodologia de Pesquisa em Letras                 60h  60  0  60 
Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas         60h  60  0  60 
12 disciplinas ­ Total de horas  720  0  720 
CH  CH  CH 
Disciplinas de Língua I nglesa  Teórica  Prática  Total 
Módulo 2 – L. Inglesa  (à escolha do aluno)  4 x  60 h  240  0  240 
Módulo 3 – L. Inglesa  (à escolha do aluno)  3 x 60 h  180  0  180 
Módulo 4 – L. Inglesa  (à escolha do aluno)  3 x 60 h  180  0  180 

10 disciplinas ­ Total de horas  600  0  600 


CH  CH  CH 
Disciplinas de Literatura de Língua I nglesa 
Teórica  Prática  Total 
4 disciplinas  4 x 60 h  240  0  240 
4 disciplinas ­ Total de horas  240  0  240 
CH  CH  CH 
3 Disciplinas livre  Teórica  Prática  Total
73 

Optativas de qualquer área à escolha do aluno  3 x 60h  60  0  180 


Total:   29 disciplinas  ­  1740 

Núcleo de formação específica da licenciatura plena em Letras – 
Habilitação em P ortuguês e Literaturas de Língua P ortuguesa 

Na  Licenciatura  Plena  em  Letras,  na  habilitação  Português  e 


respectivas literaturas, integralizada em oito (08) semestres, a carga 
horária do Núcleo de Formação Específica é de 1620 h/a. Reúne vinte 
e  nove  (29)  disciplinas,  distribuídas  entre  as  áreas  de  Língua 
Portuguesa  e  Lingüística  (360h),  Literaturas  de  Língua  Portuguesa 
(360h),  aprofundamento  em  Estudos  Clássicos  (120h  as  doze  (12) 
disciplinas  (600  h)  comuns  à  formação  específica,  obrigatórias  no 
ciclo  básico  –  Língua  Portuguesa  e  Lingüística  (120h),  Literaturas  de 
Língua Portuguesa (120h), Estudos Clássicos (120h), Metodologia de 
Pesquisa (60h), Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas (60h) e duas 
Línguas  Estrangeiras  (240h)  ­,  além  de  três  disciplinas  optativas  de 
qualquer área do curso (180h)  ­ (cf. quadro 3): 

Quadro  3:  Componentes  curriculares  que  integram  o  Núcleo  de  Formação 


Específica  na  licenciatura  plena  em  Letras  com  habilitação  em  P ortuguês  e 
literaturas de língua portuguesa 
CH  CH  CH 
Disciplinas comuns à formação específica 
Obrigatórias no ciclo básico  Teórica  P rática  Total 
Estudos Clássicos  2 x 60h  120  0  120 
Língua Estrangeira 1 (Francês)                 2 x 60 h  120  0  120 
Língua Estrangeira 2  (Inglês)                    2 x 60 h  120  0  120 
Língua Portuguesa e Lingüística  2 x 60 h  120  0  120 
Literaturas de Língua Portuguesa              2 x 60 h  120  0  120 
Metodologia de Pesquisa em Letras                 60h  60  0  60 
Lingüística Aplicada e Ensino de Línguas         60h  60  0  60 
12 disciplinas ­ Total de horas  720  0  720 
CH  CH  CH 
Disciplinas de Língua P ortuguesa e Lingüística 
Teórica  Prática  Total 
Módulos Temáticos (à escolha do aluno)         6 x 60h  360  0  360 
06 disciplinas ­ Total de horas  360  0  360 
CH  CH  CH 
Disciplinas de Literatura de Língua P ortuguesa 
Teórica  Prática  Total 
Módulos Temáticos (à escolha do aluno)  6 x 60 h  360  0  360 
06 disciplinas ­ Total de horas  360  0  360 
CH  CH  CH 
Estudos Clássicos  Teórica  Prática  Total
74 

Estudos Clássicos   (aprofundamento)         2 x 60 h  120  0  120 


02 disciplinas – Total de horas  120 
03 Disciplinas livres 
Optativa de qualquer núcleo do curso  180  0  180 
Total:  29 disciplinas  1740 

Nesta  habilitação,  o  aluno  poderá  escolher  qualquer  uma  das 


disciplinas  ofertadas  naquele  semestre  pelo  Núcleo  de  Língua 
Portuguesa  e  Lingüística  e  pelo  Núcleo  de  Literaturas  de  Língua 
Portuguesa.    As  únicas  disciplinas  obrigatórias  serão  as  do  Módulo  1 
do  Ciclo  I,  dentre  as  disciplinas  dos  dois  núcleos,  ofertadas  em 
semestres ímpares e em semestres pares. 

No  caso  das  disciplinas  de  Literatura,  o  plano  do  Núcleo  prevê 
que  o  aluno  faça  sua  opção  por  uma  disciplina  de  cada  módulo.    Já 
nas  disciplinas  de  Língua  Portuguesa  e  Lingüística,  as  disciplinas  do 
Módulo  1  sempre  serão  ofertadas,  recomendando­se  ao  aluno  que 
procure  cumprir  todas  as  horas  do  Módulo  1  (360h),  mas  não 
obrigatoriamente. 

2. Núcleo de Formação P edagógica 

Este núcleo compreende, além das três disciplinas pedagógicas 
obrigatórias (Didática Geral, Política e Gestão Educacional, Psicologia 
da Educação ­ 180h), conforme o Projeto Pedagógico Institucional (cf. 
Resoluções  02/2004  do  Conselho  de  Graduação  da  Universidade 
Federal de Uberlândia e 3/2005 do Conselho Universitário), mais três 
disciplinas  pedagógicas  específicas  para  cada  uma  das  áreas  de 
Letras: 
a.  na  habilitação  de  Francês  e  literaturas  de  língua  francesa: 
Metodologia  do  Ensino  de  Português  como  Língua  Estrangeira,
75 

Metodologia do Ensino de Língua Estrangeira e Metodologia de Ensino 
de  Francês  com  Objetivos  Específicos,  todas  de  60  h  (totalizando 
180h); 
b.  na  habilitação  de  Inglês  e  literaturas  de  língua  inglesa: 
Metodologia  do  Ensino  de  Português  como  Língua  Estrangeira, 
Metodologia de Ensino de Língua Estrangeira e Metodologia de Ensino 
de Inglês para Fins Específicos, todas de 60 h (totalizando 180h); 
c.  na  habilitação  de  Português  e  literaturas  de  língua 
portuguesa:  Metodologia  de  Ensino  de  Português  em  diferentes 
contextos,  Metodologia  de  ensino  de  Literatura  e  Metodologia  de 
Ensino de Língua Portuguesa e Lingüística, todas de 60 h (totalizando 
180h); 
d. para todas as habilitações, as três disciplinas pedagógicas, a 
saber:  Didática Geral, Política e Gestão da Educação e Psicologia da 
Educação; 
e.  mais  as  Práticas  Educativas  ou  PIPES  (225  h)  e  os  Estágios 
Curriculares  Supervisionados  das  Licenciaturas  (405  h),  perfazendo 
um total de 990 horas. 
O  Núcleo  de  Formação  Pedagógica  funciona  como  um  eixo 
articulador  dos  conhecimentos  necessários  à  formação  dos 
professores  de  Língua  Portuguesa  e  Lingüística,  Literatura  e  Línguas 
Estrangeiras que atuarão na Educação Básica, nas dimensões teóricas 
e práticas.  Visa a propiciar:

· A integração entre os conhecimentos específicos da área das 
ciências  da  linguagem  e  das  línguas  estrangeiras  e  os 
conhecimentos sobre educação, ensino e aprendizagem;
· A  transposição  didática  dos  conhecimentos  aprendidos 
durante  o  curso  e  que  serão  objeto  de  sua  intervenção  no 
contexto  escolar,  considerando­se  sua  relevância  e  inserção 
nas diferentes etapas da Educação Básica;
· A  reflexão  sobre  condicionantes  sociais,  históricos  e 
pedagógicos  que  caracterizam  os  processos  de  ensinar  e
76 

aprender  nas  áreas  das  ciências  da  linguagem  e  das  línguas 


estrangeiras,  e  das  literaturas  de  língua  portuguesa  e  de 
línguas estrangeiras;
· A  motivação  para  o  desenvolvimento  de  pesquisas  sobre  os 
processos de ensino e aprendizagem dos conteúdos de Língua 
Portuguesa  e  Lingüística,  das  Literaturas  da  Língua 
Portuguesa, dos Estudos Clássicos e das Línguas e Literaturas 
Estrangeiras – Francês e Inglês ­ na Educação Básica.

· P rojetos I ntegrados de P ráticas Educativas 

As  Práticas  Educativas  (Projeto  Integrado  de  Práticas 


Educativas  –  PIPE)  estão  vinculadas  às  áreas  específicas  (Línguas 
Estrangeiras,  Língua  Portuguesa  e  Lingüística,  Literaturas  de  Língua 
Portuguesa  e  Estudos  Clássicos),  e  serão  vivenciadas  ao  longo  do 
curso,  do  primeiro  até  o  sexto  semestre,  quando  se  iniciam  os 
Estágios  Supervisionados.    Os  PIPEs  constituem,  pois,  um 
componente  de  natureza  interdisciplinar,  que  reúne  atividades 
práticas  relativas  à  formação  do  futuro  profissional  da  educação, 
preparando­o  para  os  Estágios  Curriculares  Supervisionados 
propriamente  ditos.  Essas  Práticas  Educativas  prevêem  o 
desenvolvimento de ações didático­pedagógicas nos diversos âmbitos 
de  atuação  profissional,  bem  como  a  reflexão  sobre  os  processos  de 
ensino  e  aprendizagem  na  área  de  atuação  específica  do  professor. 
Sua  execução  proporcionará  ao  aluno  a  oportunidade  inicial  de 
conhecer,  analisar  e  intervir  no  espaço  escolar  ou  em  outros 
ambientes educativos, locais onde o fazer profissional dos professores 
de Português, Literatura, Francês e Inglês acontece. 
Participarão  do  planejamento,  desenvolvimento  e  avaliação 
dos  Projetos  Integrados  de  Prática  Educativa  os  professores 
responsáveis, em cada período, pelas disciplinas de Língua Francesa e
77 

Língua Inglesa, de Estudos Clássicos, Lingüística Aplicada e Ensino de 
Línguas e das três metodologias de ensino, de Língua Estrangeira, de 
Literatura  e  de  Língua  Portuguesa,  em  consonância  com  o  princípio 
da  articulação  teoria­prática  pedagógica.  Esses  professores  serão  os 
responsáveis  pela  orientação  e  acompanhamento  das  atividades 
planejadas. 
Tais  projetos  desenvolverão  atividades  que  proporcionem  ao 
graduando:
· A  observação  e  a  sua  própria  integração  ao  contexto  das 
escolas, sob a perspectiva do professor;
· O  desenvolvimento  de  ações  didáticas,  colocando  em  uso  os 
conhecimentos  aprendidos  nos  diferentes  tempos  e  espaços 
curriculares;
· A  identificação,  a  análise  e  a  busca  de  alternativas  para 
situações­problema do cotidiano escolar;
· A  oportunidade  de  problematizar  situações  e,  a  partir  delas, 
iniciar­se  no  desenvolvimento  de  pesquisas  na  área 
educacional. 

P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas 1 (P I P E 1 – 15h 


de Língua Francesa + 15 h de Língua I nglesa): 

P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas 2 (P I P E 2 – 15h 


de Língua Francesa + 15h de Língua I nglesa): 

Os  PIPEs  1  e  2,  do  Ciclo  Básico  (obrigatório),  têm  como 


objetivo:

· Possibilitar  ao  graduando  um  primeiro  contato  sistematizado, 


organizado  e  orientado  com  os  diferentes  campos  de  atuação 
do profissional formado em Letras. 

Nesta  primeira  etapa  do  Projeto,  devido  às  particularidades  do 


curso,  por  suas  diferentes  áreas,  as  primeiras  60  horas  previstas
78 

serão divididas, em cada um dos dois primeiros semestre, sendo 15h 
para a Língua Francesa e 15h para a Língua Inglesa. Não haverá um 
tema  único  para  estes  PIPEs,  porém  a  articulação  teórico­prática 
proposta pelas áreas nesse primeiro contato do graduando com o seu 
futuro mercado de trabalho, de onde, na verdade, ele acaba de sair, 
visa a dar­lhe uma nova perspectiva da escola, seu funcionamento, e 
as  condições  de  formação  profissional  e  de  trabalho,  bem  como  a 
legislação  vigente  que  regula  a  educação  básica  e  os  Parâmetros 
Curriculares. 

P rojeto I ntegrado de P rática Educativa 3 (P I P E 3 – 30h), 


no terceiro semestre do Ciclo básico, 15 horas estarão vinculadas aos 
Estudos Clássicos (15 h), e têm como objetivo:

· Possibilitar  ao  graduando  um  contato  com  a  realidade  da 


escola e as condições de formação e trabalho do professor de 
português  e  de literatura  no  ensino  fundamental e  médio  em 
relação aos estudos clássicos. 

As  outras  15  horas  estarão  vinculadas  à  disciplina  Lingüística 


Aplicada e Ensino de Línguas, tendo por finalidade:

· Propiciar  o  desenvolvimento  da  percepção  crítica  dos 


graduandos,  a  fim  de  que  se  tornem  aptos  a  avaliar  e 
estabelecer  relações  entre  concepções  teóricas  diferenciadas 
em  termos  de  concepções  de  linguagem  e  de  ensino  e 
aprendizagem de Língua Estrangeira (LE) e/ou Língua Materna 
(LM), por intermédio da leitura, reflexão e discussão de textos 
teóricos,  bem  como  de  relatos  de  pesquisas  recentes 
realizadas na área.
· Estimular  o  envolvimento  dos  professores  em  formação  em 
reflexões e discussões sobre Planejamento de Cursos, análise, 
seleção  e  elaboração  de  material  didático  e  instrumentos  de 
avaliação;
79

· Despertar  no  graduando  a  percepção  da  necessidade  de  se 


envolver  com  pesquisa  em  Lingüística  Aplicada  durante  a 
graduação  e  de  dar  continuidade  à  sua  formação  após  se 
graduar. 

P rojetos I ntegrados de P rática Educativa 4, 5 e 6 (P I P Es 


4,  5  e  6  –  30  h  cada  um)  estarão  vinculados  às  disciplinas 
Metodologia  de  Ensino  correspondentes  ao  período,  e  à  habilitação 
cursada: 
a. habilitação em Inglês e Literaturas de Língua Inglesa: 4º período – 
Metodologia  de  ensino  de  Português  como  Língua  Estrangeira;  5º 
período  –  Metodologia  de  ensino  de  Língua  Inglesa;  6º  período  – 
Metodologia de ensino de Língua Inglesa para fins específicos; 
b.  habilitação  em  Francês  e  Literaturas  de  Língua  Francesa:  4º 
período  –  Metodologia  de  ensino  de  Português  como  Língua 
Estrangeira; 5º período – Metodologia de ensino de Língua Francesa; 
6º período – Metodologia de ensino de Língua Francesa com objetivos 
específicos; 
c.  habilitação  em  Português  e  Literaturas  de  Língua  Portuguesa:  4º 
período  –  Metodologia  de  ensino  de  Português  em  diferentes 
contextos;  5º  período  –  Metodologia  de  ensino  de  Literaturas  de 
Língua  Portuguesa;  6º  período  ­Metodologia  de  Ensino  de  Língua 
Portuguesa. 
Estes PIPEs têm por finalidade:
· Dar continuidade ao processo de conhecimento dos campos de 
atuação, enfocando agora o fazer profissional do professor de 
Línguas  e  Literaturas  que  atua  nos  diversos  níveis  da 
Educação Básica;
· Problematizar  situações  escolares  e  planejar  estudos 
sistemáticos de investigação científica;
80

· Apresentar  a  professores  e  alunos  da  educação  básica  as 


novas  metodologias  de  ensino  que  apliquem  tecnologias  da 
informação e de comunicação (TIC);
· Proceder à análise de narrativas orais e escrita de professores 
e alunos;
· Desenvolver  planejamentos  de  cursos  a  partir  do 
levantamento de necessidades e interesses;
· Desenvolver planejamentos de aulas teóricas e práticas;
· Proceder à análise de livros didáticos. 

Além destes objetivos, estas práticas poderão focalizar ainda:
· análise  e  compreensão  do  papel  do  planejamento  nas 
atividades docentes;
· elaboração de diferentes níveis de planejamento educacional;
· análise  e  compreensão  do  papel  dos  projetos  de  ensino  nas 
atividades docentes;
· problematização  de  situações  do  cotidiano  escolar  no  que  se 
refere  às  práticas  avaliativas  mais  comuns  e  discuti­las  a 
partir  de  referenciais  críticos  sobre  a  função  avaliativa  na 
sociedade atual;
· debates  sobre  a  função  social  da  avaliação  como  meio  de 
exclusão e subordinação;
· análise  e  compreensão  do  papel  da  aula  na  atualidade, 
compreendendo  e  atuando  de  forma  criativa  e  pedagógica 
diante das dificuldades oriundas do cotidiano escolar. 

P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas 7 (Seminários), 


a  ser  realizado  após  todos  os  outros  PIPEs,  terá  por  objetivo  a 
finalização  dos  projetos.  O  desenvolvimento  das  atividades  previstas 
nos  diferentes  momentos  de  execução  dos  Projetos  Integrados  de 
Práticas  Educativas  balizará  a  participação  dos  alunos  e  professores 
em um Seminário de Práticas Educativas, previsto para 45 horas, sua 
apresentação  final  ocorrendo,  preferencialmente,  na  Semana  de
81 

Letras  do  ILEEL,  ou  na  Semana  Acadêmica  da  UFU.  Esse  Seminário 
será  um  momento  privilegiado  de  integração  entre  os  diferentes 
componentes  curriculares  que  integram  o  Núcleo  de  Formação 
Pedagógica – disciplinas, PIPEs e Estágios Supervisionados – de modo 
a  assegurar,  ao  longo  da  formação  dos  professores  de  Letras  na 
Educação Básica, a articulação teórico­prático­pedagógica, pretendida 
entre  os  conhecimentos  específicos  da  área,  os  conhecimentos 
educacionais e pedagógicos e o fazer profissional desses professores. 
Na  preparação  do  Seminário  de  Práticas  Educativas  serão 
previstos  momentos  de  reflexão  sobre  a  formação  do  educador, 
espaços  de  divulgação  das  experiências,  estudos  e  pesquisas 
desenvolvidas  nos  Projetos  de  Prática  Educativa,  assim  como 
apresentação de propostas relativas aos Estágios Supervisionados. 
As  normas  para  composição  e  funcionamento  das  Práticas 
Educativas estão descritas no Anexo 3.

· Estágios Supervisionados 

O Estágio Supervisionado será organizado e desenvolvido de 
modo  a  dar  continuidade  aos  Projetos  de  Prática  Educativa  e  a  eles 
integrar­se.  Nesse  sentido,  o  Estágio  Supervisionado  no  Curso  de 
Letras  da  UFU  deve  ser  compreendido  como  mais  um  espaço  de 
aproximação e integração do aluno com a realidade educacional, com 
o  objeto  de  conhecimento  e  o  campo  de  trabalho  do  professor  de 
Português  e  de  Língua  Estrangeira  do  Ensino  Fundamental  e  do 
Ensino  Médio.  Ao  mesmo  tempo,  constituir­se­á  num  momento 
privilegiado  de  iniciação  profissional.  O  estágio  será  organizado  de 
modo a assegurar:
· A  gradativa  inserção  e  participação  do  futuro  professor  em 
projetos  e  ações  desenvolvidas  pela  instituição­campo  no 
âmbito dos processos de ensino;
82

· A  compreensão  e  a  análise  fundamentada  da(s)  realidade(s) 


vivenciada(s) nas atividades desenvolvidas;
· Intervenções  planejadas  e  acompanhadas  junto  às  escolas  e 
outras instâncias educativas;
· A  compreensão  sobre  a  identidade  profissional  do  professor  e 
sua importância no processo educativo;
· A  prática  profissional  de  docência  nas  áreas  de  atuação  dos 
futuros professores;
· A promoção da articulação teoria –prática;
· A  discussão  e  atualização  dos  conhecimentos  relativos  à  área 
de formação e atuação profissional. 

Devido às particularidades do Curso de Letras e suas diferentes 
habilitações,  que  se  dividem  em  três  grandes  áreas  (Língua 
Portuguesa e Lingüística, Literaturas de Língua Portuguesa e Línguas 
e  Literaturas  Estrangeiras  Modernas,  esta  última  subdividida  em 
Francês  e  Literaturas  de  Língua  Francesa  e  Inglês  e  Literaturas  de 
Língua  Inglesa),  os  Estágios  Curriculares  Supervisionados  da 
Licenciatura  plena  em  Letras,  em  todas  as  habilitações,  serão 
iniciados já no quarto semestre do curso. 
No quarto semestre das habilitações de Francês e literaturas de 
língua  francesa  e  Inglês  e  literaturas  de  língua  inglesa,  os  Estágios 
Supervisionados começam com a disciplina Metodologia de Ensino de 
Português  como  Língua  Estrangeira  (45h  teóricas  e  15h  práticas,  de 
observação);  no  quinto  semestre,  cursam  Metodologia  de  Ensino  de 
Língua  Francesa  ou  Inglesa  (45h  teóricas  e  15h  práticas,  de 
observação),  e  no  sexto  semestre,  cursam  a  Metodologia  de  Ensino 
de Francês ou Inglês com fins ou objetivos específicos (45h teóricas e 
15h  práticas),  preparatória  para  os  Estágios  Supervisionados  em 
Práticas  de  Ensino  de  Língua  Estrangeira,  que  iniciam  no  sétimo 
semestre.  O  estagiário  cumprirá,  neste  período,  75h  (15h  teóricas  e 
60h  práticas)  do  primeiro  estágio  supervisionado  de  Língua 
Estrangeira (Francês ou Inglês, dependendo da habilitação), mais 75h
83 

(15h  teóricas  e  60h  práticas)  do  primeiro  estágio  supervisionado  de 


Língua Estrangeira (Francês ou Inglês, conforme sua opção) para fins 
específicos.  No  oitavo  semestre,  o  graduando  completará  seus 
estágios,  com  90h  (30h  teóricas  e  60h  práticas)  para  o  segundo 
Estágio  Supervisionado  de  Língua  Estrangeira  (Francês  ou  Inglês), 
75h  (15h  teóricas  e  60h  práticas)  no  estágio  supervisionado  de 
Português  como  Língua  Estrangeira  e  ainda  90h  (15h  teóricas  e  60h 
práticas) das Práticas em Tradução. 
Na habilitação em Português e literaturas de língua portuguesa, 
no  quarto  semestre,  os  Estágios  supervisionados  começam  com  a 
disciplina  Metodologia  do  Ensino  de  Português  em  diferentes 
contextos  (60h,  sendo  45h  teóricas  e  15h  práticas);  no  quinto 
semestre, Metodologia do Ensino de Literaturas de Língua Portuguesa 
(60  h,  sendo  45h  teóricas  e  15h  práticas)  e  no  sexto,  a  disciplina 
Metodologia  de  Ensino  de  Português  e  Lingüística  (60  h,  sendo  45h 
teóricas e 15h práticas), perfazendo um total de 135 h teóricas e 45h 
práticas,  durante  as  quais  o  estagiário  iniciará  suas  observações  em 
escolas  do  ensino  fundamental  e  médio.  No  sétimo  semestre,  o 
graduando  cumprirá  75h  (15h  teóricas  e  60h  práticas)  de  Estágio 
Supervisionado, na área de Literatura, mais 75h (15h teóricas e 60h 
práticas)  do  primeiro  Estágio  de  Língua  Portuguesa.  No  oitavo 
semestre,  cumprirá  90h  (30h  teóricas  e  60  h  práticas)  do  Estágio 
Supervisionado final de Língua Portuguesa, mais 90h (30 h teóricas e 
60h práticas) do Estágio Supervisionado final de Literatura de língua 
portuguesa. 
Desta  forma,  o  Estágio  Curricular  Supervisionado  do  licenciado 
em Letras, em qualquer habilitação, perfará um total de 405 h 
Assim,  PIPEs,  disciplinas  pedagógicas  e  as  Metodologias  de 
Ensino completam um total de 585 horas, que correspondem a 1/5 da 
carga  horária  total  das três  habilitações,  que  perfaz 2.930 horas  (cf. 
quadros 4, 5 e 6 abaixo).
84 

Quadro  4:  Componentes  curriculares  do  Núcleo  de  Formação  Pedagógica,  Projetos 
Integrados  de  Práticas  Educativas  e  Estágios  Supervisionado  da  Licenciatura  com 
habilitação em Francês e Literaturas de Língua francesa 
P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas  CH  CH  CH 
Teórica  Prática  Total 
PIPE 1  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15h) 
PIPE 2  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15) 
PIPE 3 –  vinculado à Estudos Clássicos (15h)  0  30  30 
vinculado à Lingüística Aplicada (15h) 
PIPE 4 –  vinculado à Metodologia de ensino de Português como  língua  0  30  30 
estrangeira 
PIPE 5 –  vinculado à Metodologia de ensino Língua Estrangeira  0  30  30 
PIPE 6 –  vinculado à disciplina Metodologia de ensino de Francês com  0  30  30 
objetivos específicos (FOS) 
PIPE 7 ­  Seminários  0  45  45 
Total  0  225  225 

Disciplinas P edagógicas Obrigatórias  CH  CH  CH 


Teórica  Prática  Total 
Política e Gestão da Educação (2º )  60  0  60 
Psicologia da Educação (3º )  60  0  60 
Didática Geral (3º )  60  0  60 
Metodologia de Ensino de Português Língua Estrangeira (4º)  45  15  60 
Metodologia de Ensino de Língua Estrangeira (5º)  45  15  60 
Metodologia de ensino de Francês com objetivos específicos (6º)  45  15  60 
Total  315  45  360 
Estágios Supervisionados  CH  CH  CH 
Teórica  Prática  Total 
Estágio Supervisionado de Língua Francesa 1  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Língua Francesa 2  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Francês com objetivos específicos  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Práticas de Tradução  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Português como Língua Estrangeira  15  60  75 
Total  105  300  405 

Quadro  05:  Componentes  curriculares  do  Núcleo  de  Formação  Pedagógica,  Projeto 
Integrado  de  Práticas  Educativas  e  Estágios  Supervisionado  da  Licenciatura  com 
habilitação  em I nglês e Literaturas de Língua I nglesa 
P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas  CH  CH  CH 
Teórica  Prática  Total 
PIPE 1  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15h) 
PIPE 2  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15) 
PIPE 3 –  vinculado à Estudos Clássicos (15h)  0  30  30 
vinculado à Lingüística Aplicada (15h) 
PIPE 4 – vinculado à Metodologia de ensino de Português como  língua  0  30  30 
estrangeira 
PIPE 5 – vinculado à Metodologia de ensino de Língua Estrangeira  0  30  30 
PIPE 6 –  vinculado à Metodologia de ensino de Inglês para Fins  0  30  30 
específicos (ESP) 
PIPE 7 ­  Seminários  0  45  45 
Total  0  225  225 

Disciplinas P edagógicas Obrigatórias  CH  CH  CH 


Teórica  Prática  Total 
Política e Gestão da Educação (2º )  60  0  60 
Psicologia da Educação (3º )  60  0  60 
Didática Geral (3º )  60  0  60 
Metodologia de Ensino de Português Língua Estrangeira (4º)  45  15  60
85 

Metodologia de Ensino de Língua Estrangeira (5º)  45  15  60 


Metodologia de ensino de Francês com objetivos específicos (6º)  45  15  60 
Total  315  45  360 
Estágios Supervisionados  CH  CH  CH 
Teórica  Prática  Total 
Estágio Supervisionado de Língua Inglesa 1  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Língua Inglesa 2  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Língua Inglesa para fins específicos 1  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Práticas de Tradução  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Português como Língua Estrangeira  15  60  75 
Total  105  300  405 

Quadro  06:  Componentes  curriculares  do  Núcleo  de  Formação  Pedagógica,  Projeto 
Integrado  de  Práticas  Educativas  e  Estágios  Supervisionado  da  Licenciatura  Simples  em 
P ortuguês e Literaturas de Língua Portuguesa 
CH  CH  CH 
P rojeto I ntegrado de P ráticas Educativas  Teórica  Prática  Total 
PIPE 1  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15h) 
PIPE 2  ­  vinculado à Língua Inglesa (15h)  0  30  30 
vinculado à Língua Francesa (15) 
PIPE 3 –  vinculado à Estudos Clássicos (15h)  0  30  30 
vinculado à Lingüística Aplicada (15h) 
PIPE 4 – vinculado à Metodologia de ensino de Português em diferentes  0  30  30 
contextos 
PIPE 5 – vinculado à Metodologia de ensino de Literatura  0  30  30 

PIPE 6 – vinculado à Metodologia de ensino de Língua Portuguesa  0  30  30 

PIPE 7 ­  Seminários  0  45  45 

Total  0  225  225 

CH  CH  CH 


Disciplinas P edagógicas Obrigatórias  Teórica  Prática  Total 
Política e Gestão da Educação (2º )  60  0  60 
Psicologia da Educação (3º )  60  0  60 
Didática Geral (3º )  60  0  60 
Metodologia de Ensino de Português em diferentes contextos  45  15  60 
Metodologia de Ensino de Literatura  45  15  60 
Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa  45  15  60 
Total  315  45  360 
CH  CH  CH 
Estágios Supervisionados  Teórica  Prática  Total 
Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa 1  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Língua Portuguesa 2  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Literatura 1  15  60  75 
Estágio Supervisionado de Literatura 2  30  60  90 
Estágio Supervisionado de Português em diferentes contextos  15  60  75 
Total:  105  300  405 

As  normas  para  composição  e  funcionamento  dos  Estágios 


Supervisionados estão descritas no Anexo 4. 
É  importante  destacar  que  o  licenciando  em  Letras,  em 
qualquer  uma  das  três  habilitações  do  Curso,  terá  a  mesma  carga 
horária total de Estágio Supervisionado (405h).
86 

Na  Licenciatura  em  Letras,  com  habilitação  em  Português  e 


Literaturas  de  Língua  Portuguesa  terá  uma  prática  específica  para 
aquela  linha  de  formação  específica,  o  “Estágio  Supervisionado  de 
Português  em  diferentes  contextos”,  que  contempla  uma  nova 
modalidade de ensino de Língua Portuguesa, ou seja, “Português com 
fins  específicos”,  “Português  como  Língua  Estrangeira”,  “Português 
em contexto empresarial”, o que capacitará o licenciando a ministrar 
aulas de Língua Portuguesa para estrangeiros, no Brasil e até mesmo 
no exterior, abrindo um novo mercado para o profissional de Letras. 
Na  Licenciatura  em  Letras,  com  habilitação  em  Inglês  e 
literaturas  de  língua  Inglesa,  ou  em  Francês  e  literaturas  de  língua 
francesa, o licenciando terá um Estágio Supervisionado em Inglês ou 
Francês  com  fins  específicos,  uma  modalidade  de  ensino  de  língua 
estrangeira  com  um  crescente  mercado  de  trabalho,  e  também  um 
“Estágio Supervisionado de Português como Língua Estrangeira”, que 
capacitará o licenciando a ministrar aulas para estrangeiros, no Brasil 
(o  que  já  ocorre  atualmente  com  alguns  de  nossos  alunos  que, 
supervisionados por professores em projetos de extensão, ministram 
aulas  a  alunos  estrangeiros  que  vêm  estudar  na  UFU  por  meio  de 
convênios internacionais e inter­institucionais), ou no exterior, o que 
representará  uma  carreira  internacional  para  o  graduado  em  Letras 
de nossa Universidade. 

3.  Núcleo de Formação A cadêmico­Científico­Cultural 

As  atividades  acadêmicas  curriculares  integram  a  estrutura 


curricular do Curso de Letras, com carga horária de 200h. Incluem a 
participação  de  alunos  em  eventos  de  natureza  social,  cultural 
artística, científica e tecnológica, tanto no âmbito das Letras de modo 
geral  quanto  no  âmbito  de  sua  preparação  ética,  estética  e 
humanística.
87 

As atividades científico­culturais serão assim consideradas: 

Quadro 7:   P ontuação das A tividades A cadêmicas Complementares 


Pontuação  Pontuação 
A tividades Científico­culturais  parcial  final 
Projetos e/ou atividades de ensino (PIBEG, cursinho alternativo, etc.),  20  80 
aprovados no CONSILEEL  ­  por semestre 
Projetos de pesquisa aprovado no CONSILEEL (PIBIC/PBIIC)  ­  por  20  60 
semestre 
Projeto de extensão (organização de eventos, cursos, palestras, etc.)  20  60 
­  aprovado no CONSILEEL  ­  por semestre 
Apresentação de trabalho em evento científico­cultural local  15  60 
Apresentação de trabalho em evento científico­cultural nacional  20  80 
Apresentação de trabalho em evento científico­cultural  20  80 
internacional 
Participação em evento científico­cultural local  10  40 
Participação em evento científico­cultural nacional  15  60 
Participação em evento científico­cultural internacional  15  60 
Grupo de Pesquisa (aprovado em agência de fomento) – p/ sem.  30  60 
Grupo de estudos de temas específicos  20  60 
(orientado por docente) ­ por semestre 
PET  ­ por semestre  20  80 
Monitoria  (oficial, com bolsa ou voluntária)  ­ por semestre  30  90 
Representação estudantil (Colegiado, Consileel, Congrad, D.A., DCE)  20  80 
por semestre 
Disciplinas facultativas  30  90 
Atividade acadêmica à distância ­ por atividade  20  40 
Prêmios recebidos  20  60 
Participação em grupos artísticos (bandas, grupos de teatro amador,  15  60 
etc) 
Publicação de artigo científico (em revista especializada com corpo  30  120 
editorial) 
Publicação de Trabalhos completos em anais de congressos  20  60 
Publicação de resumos  15  60 
Publicação de artigo em veículo local  10  30 
Participação em campanhas e/ou eventos na comunidade (coleta de  5  20 
livros, feira de livros, montagem de bibliotecas, etc) 
Participação em atividades artístico­culturais (mostras, vídeos, saraus,  5  20 
performances, contação de histórias, Varal de poesias, Varal Literário, 
etc) 
Estágio extra­curricular de curta duração em empresas  15  30

· O  aluno  poderá  cursar  até  três  disciplinas  de  qualquer  curso  de 
graduação da UFU como Atividade Complementar.
· O  aluno  poderá  fazer  até  três  atividades  acadêmicas  à  distância. 
Considera­se  atividade  acadêmica  à  distância  a  alternativa  pedagógica 
predominantemente  não­presencial  ou  semi­presencial  destinada  a 
promover  a  autonomia  do  aluno,  envolvendo  meios  de  comunicação 
capazes de ultrapassar os limites do tempo e do espaço e de permitir a 
interação do estudante com fontes de informação diversificadas.
88

· Cada aluno será responsável pela coleta e organização dos certificados 
que  comprovem  sua  efetiva  participação  nas  variadas  atividades 
complementares.
· No  início  do  último  semestre  da  graduação, o  aluno  deverá  entrar  com 
requerimento  solicitando  ao  Colegiado  a  convalidação  das  Atividades 
Complementares Científico­culturais desenvolvidas ao longo do curso.
· Todas  as  atividades  devem  ser  comprovadas  por  certificado  oficial. 
Cópias  dos  artigos,  com  folha  xerocada  contendo  dados  completos  da 
publicação  (nome,  data  de  publicação,  número  das  páginas  em  que  se 
encontra o artigo, etc).
· Casos omissos serão decididos pelo Colegiado do Curso.
89 

OP ÇÃO DE CURSO 

Ao final dos três primeiros semestres do curso, em que todas as 
disciplinas são obrigatórias, formando um ciclo básico comum a todas 
as habilitações, o aluno faz sua opção por uma delas. 
O  graduando  poderá  cursar  simultaneamente  as  outras 
habilitações,  em  outro  turno,  ou  consecutivamente,  desde  que  não 
ultrapasse  o  prazo  máximo  de  integralização  da  habilitação  para  a 
qual fez o Vestibular. 
Devido a essa peculiaridade do Curso de Graduação em Letras, 
o  aluno  poderá  cursar  uma  habilitação  em  um  turno  e  a  outra  no 
outro  turno,  desde  que  tenha  possibilidade  de  fazê­lo,  conforme 
decisão  do  Conselho  de  Graduação  em 21/09/2007.  Em  vista  disto, 
os  alunos  poderão  cursar  até  quarenta  (40)  horas  semanais,  desde 
que sejam alunos sem reprovação, ou seja, sem débito de disciplinas. 
O aluno terá uma nova oportunidade, podendo fazer a reopção 
de curso antes de iniciar os Estágios Supervisionados específicos, ou 
seja,  se  estiver  seguindo  o  curso  normalmente,  sem  reprovações  ou 
trancamentos,  ao  final  do  quinto  semestre  letivo,  antes  de  ter  feito 
todas as metodologias e todos os PIPEs.  Depois disso, só se o aluno 
desistir  de  sua  vaga  e  reingressar  por  meio  de  novo  processo 
seletivo. 
Acredita­se, todavia, que as re­opções serão poucas, tendo em 
vista  que  a  opção  será  feita  um  semestre  mais  tarde  do  que  no 
currículo  hoje  vigente  e  devido  ao  tipo  de  curso  que  lhes  será 
proposto, já que poderá cursar também as outras habilitações.
90 

EQUI VALÊNCI A CURRI CULAR 

A implantação deste novo currículo prevê uma fase de transição 
com  duração  de  cerca  de  quatro  (04)  anos,  podendo  ainda  ser 
estendido este período, caso haja necessidade. 
Quase  todas  as  disciplinas  do  currículo  antigo  serão 
equivalentes em carga horária a outras disciplinas do currículo novo; 
estas  receberão,  entretanto,  nova  denominação  e  novo  enfoque 
didático, visto que estarão comprometidas com a prática pedagógica 
ao longo do curso. 
Como  o  curso  de  Letras  tem  três  subáreas,  será  feita  a 
equivalência  de  carga  horária  e  conteúdos  correlatos  entre  o  antigo 
currículo  e  o  currículo  em  implantação,  com  vistas  ao  máximo 
reaproveitamento de disciplinas e cargas horárias já realizadas e que 
ainda  serão  cursadas.  Como  a  maioria  das  disciplinas  manteve  a 
carga  horária  de  sessenta  (60)  horas,  não  haverá  defasagem  de 
carga  horária,  e  serão  analisados,  para  efeito  de  equivalência,  não 
apenas  a  ementa,  mas  também  o  Programa  e  os  objetivos  da 
disciplina.    Isto  ocorrerá,  como  já  se  disse,  em  vista  do  fato  de  o 
novo  currículo  do  Curso  de  Letras ter  um  novo enfoque,  visando  em 
todas as disciplinas a formação do professor e a maneira de ministrar 
a  disciplina,  e  não  mais  apenas  a  transmissão  de  conteúdos 
específicos.  O  Colegiado  deliberou  que,  desde  que  o  conteúdo 
programático  das  novas  disciplinas  contemple  o  conteúdo 
programático das disciplinas antigas, a equivalência será aceita. 
Será  utilizada  a  mesma  dinâmica  para  o  grupo  de  disciplinas 
referentes às disciplinas pedagógicas externas (Didática, Psicologia da 
Educação e Política e Gestão Educacional). 
O  Anexo  3  contém  os  quadros  que  informam  a  equivalência 
Curricular dos dois projetos pedagógicos.
91 

CONSI DERA ÇÕES  FI N A I S 

Tendo  em  vista  o  que  foi  proposto  até  então,  concluímos, 


reiterando:
· O Curso de Letras ILEEL/UFU oferecerá três habilitações, todas na 
modalidade licenciatura;
· O quadro abaixo representa a oferta do Curso  de  Letras no  novo 
currículo: 
QUA DR O DEM ON STRA TI V O DAS CONDI ÇÕES 
DE OFER TA  DO CU RSO DE LETRA S 
Qu adro 8 : 

Modalidade  Licenciatura 
Habilitações  Manhã  Tarde  Noite 
Francês  X 
Inglês  X  X 
Português  X  X

· Está  suspensa  a  modalidade  bacharelado  pelo  período  de  cinco 


anos, com estudos para um curso de bacharelado em Tradução a 
ser implementado a partir de 2011;
· Aguardando  a  sinalização  de  contratação  de  corpo  docente, 
encontra­se  também  em  fase  final  de  elaboração  o  projeto  que 
cria a licenciatura em Espanhol e literaturas da Língua Espanhola;
· O atual Projeto Político Pedagógico, com todas as suas inovações, 
com  a  flexibilidade  exigida  pelo  MEC  e  para  uma  implementação 
dentro dos parâmetros de qualidade que são a marca da UFU, só 
será possível com a redução de vagas de ingresso dos atuais 160
92 

alunos/ano para 80 alunos/ano, número que representa o padrão 
das licenciaturas da UFU;
· Esta redução é necessária em vista de que o novo currículo estará 
sendo  implementado  a  cada  semestre,  não  havendo  uma 
migração  dos  alunos  do  antigo  currículo  para  o  novo, 
trabalhando­se, pois, com dois currículos simultaneamente;
· As  equivalências  estão  previstas  para  não  haver  prejuízo  para  o 
aluno  que,  eventualmente,  for  obrigado  a  trancar  o  curso,  por 
motivos justificados ao Colegiado do Curso, ou por transferência, 
ou em casos excepcionais, analisados pelo Colegiado;
· Reforça­se a possibilidade de o graduando em Letras cursar duas 
ou  três  habilitações,  em  diferentes  turnos,  desde  que  não 
ultrapasse  o  período  máximo  de  integralização  do  curso  para  o 
qual prestou Vestibular;
· Reitera­se,  ainda,  que  serão  considerados  campos  de  estágio 
para  os  alunos  do  Curso  de  Letras  os  contextos  educativos  do 
sistema oficial de ensino, público e privado, assim como os cursos 
de  idiomas  e  os  cursos  de  extensão  de  ensino  de  línguas  à 
comunidade,  bem  como  contextos  alternativos,  como  cursinhos 
comunitários,  cursos  oferecidos  por  Igrejas  ou  Organizações  Não 
Governamentais (ONGs), entre outras possibilidades.

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