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(FÍSICA 2)
JUCELI TAPAJÓS
SANTARÉM - 2020.2
1) IDENTIFICAÇÃO
Nome do livro: Física 2
Autores: Alysson Ramos Artuso, Marlon Wrublewski
Editora: Editora Positivo
Edição: 1°- Curitiba-1013
Público alvo: alunos do ensino médio
2) APRESENTAÇÃO:
O livro de física destinado aos alunos do ensino médio, contem 319 páginas, e
está dividido em 4 unidades temáticas. E essas unidades são subdivididas em
capítulos contendo conteúdo da disciplina a ser estudados. É um livro bastante
ilustrativos através de imagens fotográficas e gravuras, com textos que trazem
não somente assuntos da disciplina mais também contextualização histórica dos
conteúdos das unidades temáticas do livro
3) Descrição
O livro não apresenta nenhum capitulo, unidade ou texto para tratar as questões
étnicos raciais e optou em apresenta de forma explicita as imagens de pessoas
brancas que é notoriamente maior que as outras raças, como mostra o
quantitativo da tabela abaixo.
imagens 1º unidade 2° 3° 4°
unidade unidade unidade
Indígenas - - 3 -
negros 2 - - 5
Brancas 13 19 51 21
Fontes: discentes
Fonte: discentes
4) Discussão
Os autores do livro de Física que estamos avaliando quanto a questão étnico racial, fez a
escolha em colocar nas suas ilustrações a presença na sua grande maioria de pessoas brancas,
não levando em consideração a realidade do povo brasileiro na qual a população negra é bem
maior que outras raças, o livro deve cumprir o papel de estimulador da cidadania, produzindo
efeito contrário a todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação dentro ou fora da escola, e
se não houver uma boa mediação dos professores quanto ao uso do livro didático na sala de
aula, essa ferramenta que na maioria das vezes é o grande apoio dos professores e alunos irá se
tornar uma grande arma para o racismo. “Racismo é uma ideologia que postula a existência de
hierarquia entre os grupos humanos” (Programa Nacional de Direitos Humanos, 1998, p. 12.
Segundo Sant’ana
Quando falamos em discriminação étnico-racial nas
escolas, certamente estamos falando de práticas
discriminatórias, preconceituosas, que envolvem um
universo composto de relações raciais pessoais entre
os estudantes, professores, direção da escola, mas
também o forte racismo repassado através dos livros
didáticos. (P.49)
5) Proposições
O livro didático, que tem sua data comemorativa em 27 de fevereiro, é uma das
principais ferramentas de ensino usadas no Brasil, importante tanto para o
professor quanto para o aluno na relação ensino-aprendizagem e tem a função de
auxiliar e orientar no aprendizado dos alunos, os livros carregam informações
das mais diversas áreas (literatura, química, física, matemática e história, por
exemplo) e tem alcançado uma grande quantidade de estudante.
Por isso os autores de livro didático devem ter o conhecimento sobre educação
étnico racial, que vai além de projetos e datas comemorativas e devem está
presente no dia dia das pessoas e principalmente em um instrumento de ensino
muito usado no Brasil. Falando em particular nesse livro de Física que foi
investigado, podemos ter dúvidas. ‘
’como promover uma educação étnico racial em um livro de ciências exatas? ’’.
Pois bem, assim como em qualquer outro livro didático, um livro de física
também é possível trabalhar essas questões raciais, utilizando imagens da
realidade do país, não favorecendo apenas uma ou outra; os capítulos podem
conter a história dos povos indígenas ou nas comunidades quilombolas pois
existe física em todos os lugares. Agora imagine uma criança indígena quando
abre um livro didático sente na pele a invisibilidade, pois não se reconhece em
nada no livro que vai muito longe de sua realidade, ou um aluno negro ao ver
imagens de pessoas negras tristes, pobres ou que estão sempre aprontando algo.
Segundo Ana Celia Silva “No livro didático a humanidade e a cidadania, na
maioria das vezes, são representadas pelo homem branco e de classe média. A
mulher, o negro, os povos indígenas, entre outros, são descritos pela cor da pele
ou pelo gênero, para registrar sua existência” (A Desconstrução Da
Discriminação No Livro Didático. Pag. 21)
E além dos autores as pessoas que selecionam os livros didáticos para escolas
também devem deter esse conhecimento de promover uma educação não racista,
os professores ao utilizarem os livros devem ser bons mediadores na hora de
usarem esse instrumento para identificar e corrigir os estereótipos e a
invisibilidade constatados nos materiais pedagógicos, especificamente nos textos
e ilustrações contidos nos livros
Então podemos dizer que estudos étnicos raciais nem livros didáticos são super
necessários e possa ocorrer modificações substanciais na organização e inclusão de
conteúdos e imagens desmistificadoras de estereótipos, uma vez que os livros são
instrumentos indispensáveis em muitas escolas, e fazer essa análise crítica e divulgá-la
permiti que docentes e a escola se tornem mais competentes para perceberem e
denunciarem com propriedade o racismo no cotidiano escolar.
6) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 2005
ARTUSO, Alysson Ramos; WRUBLEWKI, Marlom. Fisica 2, 1ºedição, Curitiba,
Editora Moderna, 2013.
SANT’ANA, Antônio Olímpio, História E Conceito Basicos Sobre o Racismo E Seus
Derivados, 2005, p.49
FRANÇA, Luiz Fernando, Educação e Relações Étnico-raciais (apostila para impressão
– textos e testes) Santarém-PA . Maio/2021