comum 2. O Evangelho da Criação 3. A raiz humana da crise ecológica
4. Ecologia integral
5. Linhas de orientação 6. Educação e
espiritualidade ecológicas A Terra é para nós a casa onde habitamos com as outras criaturas, uma irmã com que partilhamos a existência, uma boa mãe que nos acolhe nos seus braços (LS 1) E não.... Nós mesmos somos parte da Terra (LS 2). Se não temos consciência disso, pensamos que somos donos, dominadores e saqueadores. São Francisco é exemplo do cuidado pelo que é frágil, por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade (LS 10). INSEPARÁVEIS
preocupação pela natureza,
justiça para os pobres,
empenho na sociedade
paz interior (LS 10).
O mundo é algo mais do que um problema a resolver; é um mistério gozoso que contemplamos na alegria e no louvor (LS 12). Cap 1: O que está acontecendo com a nossa casa? •Resenha das questões que nos inquietam e já não se podem esconder debaixo do tapete. •Para fazer ecoar o que acontece no mundo como uma dor que nos toca por dentro, e assim reconhecer a contribuição que cada um pode dar (LS 19) LS 20-26: Poluição e mudanças climáticas
LS 26-31: A água
LS 32-42: A biodiversidade
LS 43-47: Perda da qualidade da vida humana
LS 48-52: Desigualdade planetária
LS 53-59: Por que as reações a esta situação são tão fracas?
LS 60-61: Apelo ao debate e ao diálogo
Nunca maltratamos e ferimos a nossa casa comum como nos últimos dois séculos. Mas somos chamados a colaborar com Deus para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corresponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude (LS 53). Cap 2: O EVANGELHO DA CRIAÇÃO A luz oferecida pela fé (LS 63-64)
Sabedoria das narrações bíblicas (LS 65-75)
O mistério do Universo (LS 76-83)
A mensagem de cada criatura (LS 84-88)
Uma comunhão universal (LS 89-92)
Destino comum dos bens (LS 93-95)
O olhar de Jesus (LS 96-100)
De Dominar para cultivar • Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada. • Gn 2, 15: «Cultivar» quer dizer trabalhar um terreno, «guardar» significa proteger, cuidar, preservar, velar. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. • Cada comunidade toma da terra aquilo de que necessita e deve garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras (LS 67). A Bíblia não dá lugar a um antropocentrismo despótico, que se desinteressa das outras criaturas (LS 68). A criação ainda não acabou. Deus está presente no mais íntimo de cada ser e nos processos da história. O Espírito de Deus encheu o universo de potencialidades que permitem que, do próprio seio das coisas, possa brotar sempre algo de novo (LS 80). Sabedoria 11,24.26
Sim, amas tudo o que existe
e não desprezas nada do que fizeste. Tudo se mantém vivo porque é chamado por ti. A todos tratas com bondade, porque tudo é teu Senhor, amante da vida! Nós e todos os seres do universo, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, comunhão que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde (LS 89). As criaturas deste mundo não são uma realidade meramente natural, porque o Ressuscitado as envolve e guia para um destino de plenitude (LS 100)! Cap 4: Uma ecologia integral LS 138-142: Ecologia ambiental, econômica e social
LS 143-146: Ecologia cultural
LS 156-158: O princípio do bem comum
LS 159-162: A justiça intergeracional
Cap 6: EDUCAÇÃO E ESPIRITUALIDADE ECOLÓGICAS Apontar para outro estilo de vida (LS 203-208)
Educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente (LS 209-215)
Conversão ecológica (216-221).
Alegria e paz: sobriedade feliz (LS 222-227)
Amor civil e político (LS 228-232)
Sacramentos e descanso no domingo (LS 233-237)
A trindade e as criaturas (LS 238-240)
Maria e a criação (LS 241-242)
Para além do sol (LS 243-245)
A crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior. Conversão ecológica: deixar emergir, nas relações com o mundo que nos rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus. Ser guardiões da obra de Deus não é algo opcional nem um aspecto secundário da experiência cristã, e sim parte essencial da existência (LS 217). Ações Atitudes coletivas e individuais cidadãs Não se resolvem problemas sociais somente com a soma de atitudes individuais, mas sim com redes comunitárias. Será necessária uma união de forças e uma unidade de contribuições. A conversão ecológica, para uma mudança duradoura, é também uma conversão comunitária (LS 219). Juntamente com os pequenos gestos diários, o amor social impele-nos a grandes estratégias que detenham a degradação ambiental e incentivem uma cultura do cuidado, que permeie toda a sociedade. Intervir, com os outros, nas dinâmicas sociais, faz parte da espiritualidade, é exercício da caridade, que amadurece e santifica o cristão (LS 231). Caminhemos cantando! Que as nossas lutas e a preocupação por este planeta não nos tirem a alegria da esperança! Deus nos dá as forças e a luz de que necessitamos para prosseguir (LS 244). No coração deste mundo, permanece presente o Senhor da vida que tanto nos ama. Ele não nos abandona, não nos deixa sozinhos, porque se uniu definitivamente à nossa terra e o seu amor sempre nos leva a encontrar novos caminhos. Que Ele seja louvado! (LS 245) Que apelos da Laudato Si para a Vida Religiosa? • Cultivar uma espiritualidade ecológica: Oração dos Salmos, cantos, contemplação com a natureza, meditação do cap.2 da Laudato Si. • Desenvolver gestos pessoais de cuidado com o ambiente. • Adotar na comunidade gestos ecológicos: com água e luz, cultivo de plantas, alimentação natural, separação e destinação dos resíduos. • Para quem tem instituições educacionais, sociais ou de saúde: iniciar uma política ambiental da organização, envolvendo voluntários, colaboradores, educadores e gestores -> O que vamos fazer para diminuir o impacto negativo e aumentar o impacto positivo sobre o meio ambiente? Como vamos difundir essa mensagem para nossos destinatários? Tempo para partilha, perguntas e contribuições Fratelli Tutti 1. As sombras de um mundo fechado 2. A inspiração do Bom Samaritano 3. Abertura ao local e a universal 4. A melhor política 5. Diálogo social para uma nova cultura 6. Caminhos para um novo encontro (Paz, perdão, memória) 7. Religiões a serviço da fraternidade Fratelli Tutti • Um apelo para superar o ódio e a indiferença no mundo • Foco na mudança de atitudes • Completa a Laudato Si, voltando-se para a ecologia humana. • É um documento do Papa, de uma força admirável • Assumir a beleza e a dor dos seres humanos, especialmente os pobres. 1. As sombras de um mundo fechado Algumas tendências que dificultam a fraternidade universal: -Sinais de regressão. Novas formas de egoísmo e perda de sentido social (11) - Procura-se dissolver as identidades das regiões mais frágeis e pobres, tornando-as mais vulneráveis e dependentes. - Novas formas de colonização cultural (14) - Perda da consciência histórica (13) - Semear o desânimo e despertar a desconfiança constante (15). - Piora das condições de trabalho (20-24) - Redes criminosas e tráfico de pessoas - A pandemia: sofrimento e mortes (32-36) - Migrantes e vidas dilaceradas (37-41) - Fanatismo religioso (46) - Perda das relações de pertença (53) Esperançar.... • Deus continua a espalhar sementes de bem na humanidade. A pandemia permitiu-nos valorizar tantos companheiros e companheiras de viagem que, no medo, reagiram dando a própria vida. Reconhecemos como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns que escreveram os acontecimentos decisivos da nossa história compartilhada (54) • Convido vocês à esperança. Ela é ousada e se abre aos grandes ideais que tornam a vida mais bonita e digna. Caminhemos na esperança! (55) 2. O bom samaritano e o estranho no caminho • Esta parábola manifesta a opção fundamental para reconstruir nosso mundo ferido. Diante de tanta dor, à vista de tantas feridas, a única saída é ser como o bom samaritano. • Qualquer outra opção deixa-nos ou como os salteadores ou com os que passam sem se compadecer com o sofrimento do ferido na estrada. • A parábola mostra-nos as iniciativas para refazer uma comunidade a partir de homens e mulheres que assumem como própria a fragilidade dos outros. Não excluem, fazem- se próximos, levantam e reabilitam o caído, para que o bem seja comum (67). Uma Igreja samaritana (Sínodo para a Amazônia) Queremos ser uma Igreja amazônica, samaritana, encarnada no modo como o Filho de Deus se encarnou: "Tomou sobre si as nossas doenças e suportou as nossas dores" (Mt 8, 17b). Jesus exorta os discípulos missionários de hoje a saírem ao encontro de todos, especialmente dos povos originários, dos pobres, dos excluídos da sociedade e dos outros (Sínodo, 52) Todos temos algo do ferido, do salteador, daqueles que passam ao largo e do bom samaritano (FT 69).
Habitualmente os «salteadores do caminho» têm, como
aliados secretos, aqueles que «passam pelo caminho olhando para o outro lado» (FT 75) Recomeçar...
Temos um espaço de corresponsabilidade para iniciar e gerar
novos processos e transformações. Sejamos parte ativa na reabilitação e apoio das sociedades feridas. Como o viajante da nossa história, é preciso apenas o desejo gratuito, puro e simples de ser povo, de ser constantes e incansáveis no compromisso de incluir, integrar, levantar quem está caído (FT 77) É possível começar por baixo e caso a caso, lutar pelo mais concreto e local, e então expandir para os confins dos nossos países e do mundo, com o mesmo cuidado que o caminhante da Samaria teve por cada chaga do ferido. Procuremos os outros e ocupemo-nos da realidade que nos compete, sem temer a dor nem a impotência. As dificuldades que parecem enormes são a oportunidade para crescer, e não a desculpa para a tristeza que favorece a resignação. Mas não o façamos sozinhos, individualmente. O samaritano procurou o dono da pousada para cuidar daquele homem, como nós estamos chamados a convidar outros e a encontrar-nos num «nós» mais forte do que a soma de pequenas individualidades (FT 78) Todos temos uma responsabilidade pelo ferido que é o nosso povo e todos os povos da terra. (FT 79) Uma espiritualidade encarnada
Deixar a música do Evangelho vibrar nas nossas entranhas”
(FT 277). Com essa sintonia, desenvolvemos - a alegria que brota da compaixão, - a ternura que nasce da confiança em Deus e - a capacidade de reconstruir as relações. Aderir a outra lógica... Não a do individualismo, da indiferença e da competição. Sim a de sonhar, pensar, orar e atuar em vista de uma sociedade diferente, interdependente, corresponsável pela família humana (FT 127,165,166). Apoio aos movimentos populares que criam variadas formas de economia e produção comunitária. Enquanto “poetas sociais”, trabalham, propõem, promovem e libertam (FT 169). Que atitudes desenvolver para a fraternidade, numa sociedade dividida e violenta? Ternura: expressa “no amor, que se torna próximo e concreto. É um movimento que brota do coração e chega aos olhos, aos ouvidos e às mãos. (...) A ternura é o caminho que percorreram os homens e as mulheres mais corajosos e fortes” (FT 194); Diálogo: essa reúne uma série de atitudes, como “aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato” (FT 198). O diálogo nos conduz a buscar consensos (FT 206), para sonhar, trabalhar e lutar juntos (FT 204); Ser amável: “prestar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, possibilitar um espaço de escuta no meio de tanta indiferença (Gl 5,22). Esse esforço, vivido dia a dia, cria a convivência sadia que vence as incompreensões e evita os conflitos” (FT 224); Memória penitencial: recordar as violências cometidas contra as vítimas no passado e manter viva a indignação diante dos atentados contra a dignidade humana hoje, aprendendo a não repetir os erros (FT 226-227, 246-249). Há “fatos históricos que nos fazem envergonhar de sermos humanos. Devem ser recordados sempre, repetidamente, sem nos cansarmos nem anestesiarmos” (FT 248), para que a consciência humana se torne cada vez mais forte contra toda vontade de domínio e destruição. E mais... • Proximidade e a amizade com os pobres (FT 234), • Prática do perdão (FT 236), • Assumir o conflito inevitável (FT 240), • Manter as lutas legítimas sem vingança ou ódio (FT 241- 243), • Buscar a reconciliação sem negar o conflito (FT 244), • Promoção do ecumenismo e do diálogo entre as religiões em vista da paz e da superação da pobreza (FT 217-284)