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Direitos Humanos

Relações Jurídicas Internacionais

Nós já sabemos que os Direitos Humanos são normas e princípios


internacionais que reconhecem, protegem e garantem a dignidade de
todos os seres humanos, independente de sua origem, religião, raça, etc.
Assegura às pessoas o direito de ter uma vida digna, com acesso à
liberdade, ao trabalho, a terra, à saúde, à moradia, a educação. Ao
tratamento igual sem nenhuma distinção, entre outras coisas. Sabemos
ainda que o direito à vida, à integridade física, à dignidade, entre outros,
são garantias dos Direitos Humanos. Portanto, quando firmados em um
determinado ordenamento jurídico, como nas Constituições, eles passam
a ser chamados de direitos fundamentais. Sabemos de tudo isso, mas é
também de grande importância entender o caminho histórico que foi
percorrido, para que então pudéssemos desfrutar de tais direitos hoje.
Temos que entender que tal evolução levou um longo processo histórico.
Quando nós falamos de direitos humanos nós falamos também de
direitos civis e direitos políticos, pois são antecedentes deste.

Esse processo começa especialmente no século 18. Foi nesse período


que aconteceram enormes transformações, especialmente porque uma
nova classe social surge, a burguesia. E ela surge com um novo discurso
pautado nas idéias de liberdade e então se dá o início da idéia de que
existem direitos naturais, ou seja, que o ser humano já nasce com alguns
direitos. Que são por exemplo, à liberdade de ir e vir, a liberdade de se
expressar a liberdade de ter a sua própria religião, etc. Por isso para que
o ser humano goze de seus direitos naturais, o Estado não pode intervir
na liberdade. Além disso se todos os seres humanos são naturalmente
livres, significa que eles são naturalmente iguais diante da lei. Com
revolução francesa, então a declaração dos direitos do homem (1789), o
rei não tem mais total poder no Estado. Saindo das mãos de uma só
pessoa, passando para o legislativo fazer as leis, para o executivo
executar e o judiciário, promover a justiça. Depois de conquistado os
direitos civis no século 18, vieram os direitos políticos, no século 19 e os
direitos sociais foram conquistas do século 20. O direito social se firmou
em garantir determinadas prerrogativas relacionadas com condições
mínimas de bem-estar social e econômico que possibilitem aos cidadãos
usufruir plenamente do exercício dos direitos civis e políticos. O princípio
norteador dos direitos sociais é o argumento de que as desigualdades de
provimentos (condições sociais e econômicas) não podem se traduzir em
desigualdades de prerrogativas (direitos civis e políticos).

Como primeiros indícios para posteriormente chegarmos aos direitos


humanos, temos a Revolução Americana, onde a   Declaração dos
Direitos dos Cidadãos dos Estados Unidos, assegurou determinados
direitos aos norte americanos. Continha por exemplo o direito à vida,
liberdade, igualdade e à propriedade. Na mesma época estourou a
Revolução Francesa, em 1789, e foi redigida a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão. Onde pregavam a igualdade, a liberdade, etc.
Seu objetivo era assegurar que um homem não deveria ter mais poder
ou direitos que outro. Porém, nenhuma das declarações, asseguravam
ainda, direitos amplos a todos os seres humanos.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, como resultado, tivemos milhões


de mortos ou em miséria e fome. Milhares de civis tiveram algum dos
seus direitos violados por ataques, ações ou crimes de guerra de alguma
forma. Veio então a necessidade tomar alguma atitude para dar fim
nisso, casos como os que aconteceram durante as guerras com nenhum
ser humano independente de sua nacionalidade. Casos como prisões
arbitrárias, o sofrimento do povo judeu nas mãos dos nazistas, exílios,
genocídios, escravização de povos, etc.

A Organização das Nações Unidas (ONU), teve seu início em fevereiro


de 1945 e em 1948, foi publicada a Declaração Universal dos Direitos
Humanos através de carta oficial (formado por 30 artigos). Onde
asseguraria, para todas as pessoas, seus direitos básicos. Para tanto,
representantes de 50 países e formaram após, a Comissão de Direitos
Humanos da ONU. Essa comissão tinha como objetivo inicial, elaborar
um documento listando os direitos fundamentais e básicos dos seres
humanos. O documento foi então aprovado em dezembro de 19948. Nos
dias de hoje, 193 países fazem parte da ONU, ou seja, são signatários.
Estes países garantem (dentro de seu território) o respeito a carta de
Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Tais países, para formularem
seus textos legais e tomarem decisões jurídicas, tomam por base os
artigos contidos nesta declaração.

Podemos dizer então que os direitos fundamentais são uma base para
que se tenha um Estado Democrático de Direito. Onde temos uma
sociedade politicamente organizada que exige tais direitos. A relação
entre esses dois então, podemos dizer que é uma relação dialética. A
fonte ética dos direitos fundamentais é o valor do ser humano. Como
vivemos em um Estado Democrático de Direito, quando se faz
necessária a penalização de algum indivíduo, essa deve ser justificada,
adequada e respeitar o princípio da proporcionalidade. Assim
percebemos que os Direitos Fundamentais estão ligados a existência da
pessoa humana, ou seja, o possuímos por sermos seres humanos. Logo,
o reconhecimento jurídico destes direitos os transformam em normas
vinculantes que então, não dependem das convicções de cada pessoa,
transformando os Direitos Humanos em Direitos Fundamentais. Segundo
tais direitos, toda pessoa tem direito de ir e vir, de exigir o cumprimento
da lei, direito ao acesso à escola, saúde, direito à propriedade, direito à
segurança, direito à um processo legal sem ser torturada, ter sua
dignidade respeitada, dentre outras coisas. E tudo isso, sem distinção.

Os Direitos humanos por fim, garantem os direitos básicos a todos os


membros da espécie humana. Como a vida, a liberdade, a saúde e a
segurança das pessoas, bem como o direito à defesa e ao justo
julgamento a quem seja acusado de um crime. São essenciais a todos,
independente de sua condição social, raça, etnia, nacionalidade, sexo,
gênero, orientação sexual, idade, idioma, opinião política, condição física,
opção religiosa ou qualquer outra variação. Podemos então afirmar a
enorme importância de tais direitos para a sociedade, para a
humanidade.
“Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade
de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e
muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.” - ONU

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