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1.INTRODUÇÃO 3
Apresentação 4
Processo 8
Entrevistados 9
Takeaways 10
2.CONTEÚDO
Visão de Mercado 12
Visão das Boutiques 27
3.RECADOS 97
Para Boutiques 98
Para Marcas 99
Resumo dos Recados 100
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
O processo de fragmentação do mercado de comuni- O conceito de boutique de comunicação não é novo, em uma determinada disciplina de co-
cação no Brasil é um fato conhecido e aceito por quem especialmente em mercados mais maduros com o ame- municação e que tem o(s) dono(s) do
trabalha na área. Depois de décadas de protagonismo de ricano e o europeu. Muitas agências e redes globais negócio ou seus profissionais seniores
grandes players de diferentes especialidades (agências, como DDB e BBH começaram a partir de boutiques que atuando diretamente no trabalho que
produtoras, estúdios de design etc) e de anos de con- redefiniram a forma de trabalho em sua época de ori- vai pra rua. Normalmente conta com
solidação em grupos multinacionais, estamos vivendo gem. O Brasil, com seu porte continental e sua impor- uma equipe enxuta e pode ser até mes-
um movimento contrário de surgimento de estruturas tante posição para marcas globais na América Latina, mo de uma só pessoa, desde que esta
mais enxutas e especializadas que não apenas aten- tem sua história marcada por grandes agências (que se dedique full time ao negócio. Neste
dem a necessidades do mercado como também estão muitas vezes começaram pequenas, mas cresceram caso, são bons líderes que trabalham
apontando novos caminhos tanto em suas entregas rapidamente) e grupos, com as boutiques tendo um bem em rede e se comprometem com
qualificadas quanto em seus modelos inovadores. São papel secundário - ao menos até recentemente. o resultado.
as chamadas boutiques.
INTRODUÇÃO 1. 2. 3. p. 5
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
ENTREVISTADOS
Cada vez mais, boutiques de diferentes especialidades as características das novas boutiques? Quais são as
surgem e disputam mercado não apenas entre si mas oportunidades e os desafios? Como parceiros e marcas
também com players de maior porte. Muitas vezes, podem tirar o melhor dessa nova configuração?
inclusive, essas boutiques são criadas por ex-profis-
sionais seniores de grandes estruturas estabelecidas. A partir de um mergulho em dados abertos do LinkedIn,
Outras vezes, são o esforço empreendedor de novos identificamos categorias e tamanhos de empresa que
profissionais que já entram no mercado com uma visão sejam representativos desse novo momento. Em segui-
fresca e pulsante. da, buscamos no banco da BPool parceiros e clientes
para formar uma amostra correspondente. Chegamos
Sabemos que não somos os únicos a enxergar o contex- em 20 parceiros e clientes com quem realizamos en-
to dessa forma, mas também sabemos que essa visão trevistas em profundidade cobrindo tópicos pertinen-
ainda não é totalmente clara. Por isso, resolvemos ir a tes, mas também deixando aberto para insights que
campo para conversar com agências, produtoras, estú- surgissem. As entrevistas rapidamente se tornaram
dios de design e outras categorias de fornecedores de conversas entre pares na medida em que foi ficando
comunicação bem como com clientes para responder claro o quanto estamos todos interligados por laços
algumas perguntas básicas mas fundamentais sobre complexos nesse novo momento, indo além dos bina-
esse novo momento: por que essa fragmentação acon- rismos fornecedor-cliente ou fornecedor-concorrente.
teceu? O que de novo está surgindo com ela? Quais são
INTRODUÇÃO 1. 2. 3. p. 6
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
ENTREVISTADOS
Nosso objetivo com esse report não é produzir um ma- Em Visão das Marcas, trazemos principalmente a fala
peamento quantitativo exato do mercado, mas princi- de gestores de marcas (e alguns sócios de boutiques)
palmente entender as motivações e práticas das bou- sobre as vantagens e limitações do modelo de bouti-
tiques e de seus contratantes. Buscamos encontrar ques frente a suas necessidades.
nas entrevistas as falas mais significativas sobre três
perspectivas: Mercado, Boutiques e Clientes. Cada conjunto de falas foi consolidado em temas e é
acompanhado de pequenos ensaios que aprofundam
Em Visão de Mercado, as falas mostram como nossas e comentam cada tema.
entrevistadas e entrevistados de boutiques e marcas
enxergam o contexto que deu origem e dá suporte a Além de uma mera documentação, buscamos trazer aqui
essa nova configuração. inspiração e orientação. Por isso, pra fechar, pedimos
às nossas entrevistadas e entrevistados conselhos para
Em Visão das Boutiques, as falas mostram o que as bou- outras boutiques e outras marcas; para quem quer criar
tiques (e alguns clientes) compreendem ser a essência ou evoluir sua boutique e para quem está pensando (ou
e o diferencial desse modelo. ainda não está) em contratar uma boutique.
INTRODUÇÃO 1. 2. 3. p. 7
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
ENTREVISTADOS
Esse conjunto de falas nos permitiu um vislumbre do
DNA da nova onda de boutiques brasileiras de comu-
nicação. Assim com o mercado, esse DNA é mutante.
Enquanto estamos escrevendo, novas boutiques estão
surgindo e mais clientes as estão contratando por di-
ferentes motivos e com diferentes objetivos.
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
ENTREVISTADOS
Levantamento de dados abertos A partir das características encon- Realização das entrevistas a partir Identificação dos temas constan-
no LinkedIn identificando 2.880 tradas nos dados abertos do Lin- de questionário semi-estrutura- tes nas entrevistas e consolidação
pequenas empresas nas áreas de kedIn, construção dos critérios de do buscando identificar causas da em quatro grandes seções relacio-
Marketing e Propaganda, Design, proporcionalidade para seleção das fragmentação do mercado além de nadas à perspectiva sobre o mer-
Produção Audiovisual, Mídia, In- entrevistas em profundidade. características, vantagens e des- cado, sobre as boutiques, sobre os
ternet, Pesquisa e Recursos Hu- vantagens do modelo boutique. clientes e fechamento com reca-
manos. dos para boutiques e marcas.
INTRODUÇÃO 1. 2. 3. p. 9
APRESENTAÇÃO
PROCESSO
ENTREVISTADOS
Fabíola Fontes Helene Hermes
CEO - Agência da Vila CEO, Fundadora - The Grid
Daniele Mattos
Sócia Fundadora - Indique uma Preta
10
TAKEAWAYS p. 11
1. 2. 3. 4. 5.
A fragmentação de grandes As novas boutiques nascem As novas boutiques mantém Essa proximidade é o as- A dificuldade em encontrar,
estruturas em pequenas e dentro de um novo cenário a característica de foco em pecto que as marcas mais contratar e gerir diferentes
médias é ligada à especia- de empreendedorismo bra- entregas específicas com valorizam nas boutiques ao parceiros especializados
lização dos mercados e à sileiro. Seus criadores vão uma abordagem artesanal lado da criatividade. Para ainda são os principais obs-
democratização do acesso de profissionais experien- tanto no aspecto técnico os gestores de marketing, táculos para essas marcas.
à tecnologia em geral. Mas tes a millenials entrantes, como nas relações com seus a boutique é onde eles vão Fechar mais negócios com
a maturidade do mercado todos motivados a criar em- clientes, de maior proximi- em busca de olhares mais boutiques ainda depende de
brasileiro de comunicação presas baseadas em seus dade e empatia. frescos e dedicados. maior visibilidade e proces-
e a insatisfação dos profis- propósitos e em uma abor- sos facilitados.
sionais com os modelos vi- dagem mais humana.
gentes também são fatores
fundamentais para a nova
onda de boutiques.
12
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 13
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
1. FRAGMENTAÇÃO
Em nossas conversas, a primeira coisa que abordamos
com os entrevistados foi descobrir se eles também en-
2 . M AT U R I DA D E
xergam o mercado da mesma forma que a gente: mais
fragmentado, com uma maior participação de em-
3 . I N S AT I S FA Ç Ã O
presas de pequeno e médio porte atendendo grandes
clientes dentro de nichos e especialidades.
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
A fragmentação existe e é um reflexo da
especialização do mercado de trabalho
em geral. As coisas começaram a ficar tão
profundas, específicas e complexas, que
essa ramificação e descentralização está
acontecendo naturalmente.
Hugo - ABLAB
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 16
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
“Antes, existia uma fórmula que era executada. O digital
exigiu novas skills.”
Alessandra - STONE É CLICHÊ, MAS É VERDADE. E É COMPLEXO.
“Foi a 4ª revolução industrial que causou a fragmentação.” A entrada da tecnologia em todos os aspectos da nossa
Rennê- UP LAB vida é considerada pelos entrevistados a grande força
por trás da fragmentação do mercado.
“As demandas se tornaram mais sofisticadas.”
Wilson e Marcelo - 11:11 Quase todos concordam e citam esse tema, sabendo
que ele é óbvio. Ainda que o seja, eles não desprezam
“Internamente, não temos todas as respostas. Por isso, a complexidade dos seus efeitos e dos desafios que
precisamos brifar de forma fragmentada também.” surgiram a partir disso.
Mayra - AMBEV
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
“Os CMOs têm sido inundados por novidades e não
conseguem mais gerir tudo como faziam anos atrás.” Pode-se chamar de 4ª revolução industrial, sociedade
Valmir - THE HEART em rede, transformação digital ou plataformização, o
nome não interessa. O ponto é que o fenômeno gerou a
“O marketing passou a absorver muita coisa nova: BI, necessidade de um entendimento aprofundado sobre
CRM etc. E subiu o nível de complexidade. Estruturas como criar e produzir para cada novo canal ou ferra-
enxutas podem aprender mais rápido e se especializar.” menta que surgiu e continua surgindo.
Zé Pedro - DZ
Ficou claro, ao longo dos anos, que grandes estruturas
“Cada vez mais, os clientes olham pro mercado pra verticais não dariam conta de tamanha complexidade
encontrar quem entrega os melhores servicos pelos e profundidade.
melhores preços. ”
Fernando - Reckitt
VISÃO DE MERCADO p. 18
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
Boutiques representam a maturidade
do mercado, como acontece nos Estados
Unidos e na Europa. São pequenas
empresas fazendo trabalho de ponta
e sendo supersustentáveis.
Diego - SOLID
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 20
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
EVOLUÇÃO DO MERCADO.
“A turma falava que eu abri uma boutique porque não Alguns entrevistados entendem esse novo momento
tinha dinheiro pra abrir uma grande. Mas, na verdade, como uma mudança na forma como o mercado enxerga
ser uma boutique sempre foi uma intenção.” pequenas estruturas e freelancers, antes vistos como
Valmir - THE HEART apenas como quebradores de galho para projetos me-
nores ou força de trabalho adicional de urgência.
VISÃO DE MERCADO p. 21
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
As coisas não estavam funcionando
da maneira como vinham sendo feitas.
Como o modelo vigente vem sendo
questionado, isso abre portas para novos
modelos.
Rennê - UP LAB
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 23
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
Esse novo mercado se forma por pessoas
inquietas e insatisfeitas, que entendem
que o valor está nelas e não na estrutura.
Então, elas se juntam e criam uma nova
estrutura.
Luize - MOTORA
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 24
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
OS PROFISSIONAIS TAMBÉM SÃO VETOR DE
MUDANÇA.
“Tem profissionais que já jogaram na ‘champions Embora exista claramente um ambiente tecnológico
league” do mercado, mas que, hoje, optaram por ter e econômico que fomentou a criação de boutiques, os
mais autonomia, liberdade, transparência e leveza nas entrevistados enxergam no empreendedorismo dos
relações.” profissionais (por vocação ou necessidade) uma impor-
Wilson e Marcelo - 11:11 tante força dentro do novo cenário.
Independente de todos
esses fatores, há quem diga
que a fragmentação não é
algo totalmente novo.
VISÃO DE MERCADO 1. 2. 3. 4. p. 26
FRAGMENTAÇÃO
MATURIDADE
INSATISFAÇÃO
REBOOT
“Sempre teve fragmentação: antes era ATL, BTL, digital.”
Mayra - AMBEV
JÁ VI ESSE FILME
“A fragmentação já existia de alguma forma, mas ela
ganhou uma roupagem diferente.” Ainda assim, ao menos três entrevistadas lembraram
Luana - KELLOGG’S que a fragmentação tem raízes antigas. O mercado de
comunicação já vinha vivendo, pelo menos desde os
“Novas agências sempre existiram e as pequenas sempre anos 90, um momento de crescimento das disciplinas
quiseram ser as grandes. Talvez agora a gente tenha especializadas. Mas a onda de consolidações dos gran-
agências que pensam no que elas querem fazer em vez des grupos mascarou essa tendência.
de pensar só no tamanho.”
Executiva de Procurement - Multinacional de Bens de Consumo
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VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 28
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Como trouxemos na introdução, o termo e o modelo de
boutique no mercado da comunicação não é totalmente 1. FUNDADORES
novo. Mas a fala de nossas entrevistas deixa claro que
existe, sim, algo novo acontecendo quando falamos em 2. EMPREENDEDORISMO
parceiros especializados de comunicação.
3. PROPÓSITO
Para entender melhor esse algo novo, organizamos as
falas em sete grandes temas que emergiram nas con- 4. HUMANIZAÇÃO
versas e oferecem uma visão sobre as características
das boutiques nesse novo momento. 5. ESPECIALIZAÇÃO
6. ARTESANAL
7. P R O X I M I DA D E
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 29
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Tive uma carreira de 12 anos passando por
Submarino, Magazine Luiza e Saraiva. Eu e meu
sócio saímos de grandes empresas pra montar
a agência e servir essas mesmas empresas.
Não existiam grandes cursos de marketing
digital, então vimos a oportunidade de entregar
serviços que alguns estavam começando a
entender como se faz.
Fabíola - AGÊNCIA DA VILA
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 31
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Estou há 17 anos no mercado. Já trabalhei em grandes
agências, inclusive em uma com o perfil de boutique.
Sempre tive o sonho de construir uma.”
Diego - SOLID EU SEI O QUE VOCÊ FEZ NO VERÃO
PASSADO.
“Morei por 4 anos na Alemanha e acabei fazendo faculdade
por lá. Trabalhei em outras 6 empresas antes de abrir Fundadores experientes são uma das forças por trás das
a minha.” boutiques. Eles trazem de suas experiências anterio-
Hugo - ABLAB res em grandes estruturas não apenas o conhecimento
técnico e de gestão mas também uma disposição para
“No meio do cabo de guerra entre clientes e agências, experimentar novos modelos baseado no que percebe-
muitos profissionais experientes foram abrir seus negócios ram não funciona mais.
usando o expertise acumulado e sua visão de futuro para
propor novos formatos.” Esses fundadores também contam com um poderoso
Wilson e Marcelo - 11:11 networking que é, com frequência, a base para a cria-
ção e de sustentação dos primeiros anos de suas bou-
“Surgem novas empresas, principalmente por pessoas tiques.
saindo das grandes. Antes, era mais separado entre a
carreira no ecossistema A ou B. Hoje, tem uma transição
mais normal entre A e B.”
Executiva de Marketing - Multinacional de Bens de Consumo
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 32
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“O meu primeiro emprego foi em um estúdio de design COMEÇANDO CERTO.
enxuto. Tive esse exemplo no dia-a-dia e admirava
muito o que era construído lá dentro. Além disso, sempre Mas nem só de seniores são feitas as boutiques. Jovens
frequentei muitos eventos de design onde via trabalhos com menos estrada também estão optando por abrir
incríveis desenvolvidos por outras empresas pequenas suas boutiques já no início da carreira inconformados
e essa sempre foi uma vontade compartilhada com as com o que vêem de perspectiva em algumas grandes
minhas sócias. Até o dia em que, de fato, tiramos a ideia estruturas.
do papel e abrimos a Motora!”
Luize - MOTORA Pra compensar a falta de experiência e de networking,
contam com uma visão mais fresca e valores alinhados
“Começou com um grupo de Facebook e, com o passar do com as práticas mais contemporâneas e avançadas de
tempo, o grupo mudou e cresceu. Chamei duas amigas negócio.
para administrar o grupo e fomos criando encontros
fora da internet para falar sobre soluções.” Beneficiam-se também de uma conexão com movi-
Daniele - INDIQUE UMA PRETA mentos culturais atuais, trazendo para sua boutique e
para seus clientes conteúdos e práticas que ainda não
“Já nascemos ágeis e adaptáveis”. chegaram nas grandes estruturas.
Zé Pedro - DZ
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 33
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Passamos no Brasil, hoje, por um boom do
empreendedorismo. Que diz que o valor sou
eu, a ideia, o capital intelectual, a capacidade
de executar. A gente é outro mundo, outra
sociedade, outro profissional em relação ao
passado.
Kika - EIXO
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 35
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Empreender sozinho é difícil. Então, uma coisa muito CONECTADAS COM A NOVA CULTURA
legal é esse lance de incubar. Eu levanto a mão e tenho EMPREENDEDORA.
uma estrutura com a qual eu posso contar.”
Diego - SOLID As boutiques de comunicação criadas nos últimos 10
anos não nasceram no vácuo. Além das causas especí-
“Muita gente de agência não sai porque tem medo ou ficas do mercado de comunicação, também estão ali-
não tem parceiro. Então, temos um projeto que temos nhadas com outros movimentos socioeconômicos do
que é Burocracias para Designers. Começamos a dar país: o estabelecimento da cultura do empreendedoris-
palestras e workshops pra ajudar quem quer abrir seu mo, o protagonismo das startups e também o amadu-
estúdio.” recimento da cadeia da economia criativa. É cada vez
Luize - MOTORA mais comum encontrar fundadores de boutiques que
pensam e falam com a linguagem desse empreendedo-
“Os negócios novos estão muito mais originais, arriscam rismo mais estruturado que vem crescendo no Brasil e
mais. É uma transformação comportamental no mundo.” que não existia dessa forma pouco tempo atrás.
Kika - EIXO
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 36
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
A causa para iniciar a empresa foi, na
verdade, um propósito que surgiu há 6 anos.
As empresas eram cobradas por diversidade
e nós estávamos nos movimentando para
colocar mulheres negras no mercado de
trabalho. Democratização também é propósito
e propósito não exclui negócio.
Daniele - INDIQUE UMA PRETA
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 38
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
PROPÓSITO OU SEUS EQUIVALENTES.
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Nossa intenção é ser global mas tenho uma
responsabilidade de fazer alguma coisa pelo mercado
brasileiro, fazer coisas boas e relevantes aqui. Qualidade Diferente do que o senso comum sugere, não são ape-
e especialidade pro Brasil.” nas os fundadores de boutiques ou gestores de marcas
Diego - SOLID mais jovens que abraçaram a ideia de propósito. Pro-
fissionais experientes também encontram na criação
“Eu acho que hoje, em 90% das vezes, a gente tenta ou na contratação das boutiques a oportunidade de
colocar nossas crenças dentro dos projetos.” exercitar uma nova forma de trabalhar conectando os
Felipe - BISTRÔ objetivos comerciais com o desejo por gerar impacto
social positivo.
“As agências se apropriaram daquilo que realmente
acreditam. Tem a ver com propósito, tanto para cliente
quanto para agência.”
Luana - KELLOGG’S
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 40
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Em estrutura menor, se tem espaço para mais flexibilidade,
horizontalidade, colaboração e transparência. Se
desenha um ambiente pra tentar potencializar quem
somos de verdade. A humanização nas empresas
menores é mais fácil de ser implementada por permitir
experimentação e exploração. Numa empresa maior,
é mais complexo por ser uma construção que carrega
mais história, processos e verticalidade.
Helene - THE GRID
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 42
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Isso tem a ver com qualidade de vida, poder estudar e
trabalhar ao mesmo tempo, poder investir no trabalho
junto com o cliente.”
Diego - SOLID
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“A gente trabalha com concorrentes, com agência, com
cliente, com todo mundo.”
Kika - Eixo A NOVAS RELAÇÕES TRANSCENDEM A
BOUTIQUE.
“Desde que eu comecei, a quantidade de novos estúdios
com que eu me conectei foi incrível. Não é aquela coisa Da mesma forma, a relação com outras boutiques e com
de agência concorrente. É muito mais interessante eu clientes também ganha mais horizontalidade. O fato de
me conectar a outros estúdios. Como a gente consegue muitas boutiques trabalharem por projeto permite que
dissolver as demandas entre todos?” construam alianças com empresas que, em outro con-
Diego - SOLID texto, seriam concorrentes. Devido à alta especialização,
a busca por parceiros com entregas complementares
“Mas uma coisa interessante sobre as boutiques é que cada cria uma estrutura de rede na qual a soma de esforços
uma seu jeito de trabalhar, seus diferenciais, nenhuma gera frutos para todos os envolvidos. Os clientes com
é igual a outra. É difícil você considerar alguém 100% frequência são citados como parte da rede que constrói
como concorrente.” a solução e não apenas como alguém que está sendo
Wilson e Marcelo - 11:11 atendido em seus pedidos.
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 44
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Se você tem uma estrutura enorme, você vai
usar as pessoas que têm. Com uma estrutura
mais enxuta você chama o especialista que
tem a linguagem ou o conhecimento que você
precisa.
Felipe - Bistrô
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 46
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“A gente sempre tenta fazer com que, nos nossos projetos,
as pessoas colaborem com o que elas tem de melhor.”
Kika - Eixo A ESPECIALIZAÇÃO COMO EIXO E NÃO COMO
ENTREGA.
“Podemos ser mais específicos. Não é um criativo genérico.
Temos um projeto do segmento automobilístico para o Dois tipos de especialização tornam as boutiques de-
qual trouxemos um engenheiro apaixonado por carro.” sejadas no cenário atual. Uma é a especialização den-
Diego - SOLID tro da disciplina ou ferramenta de comunicação que o
cliente deseja contratar. A outra é a especialização em
“Novos nichos de mercado provocam novas empresas que determinada tecnologia ou comportamento do consu-
geram valor em lugares específicos que sequer existiam midor.
anos atrás.”
Rennê - UP LAB Assim, a especialização se torna um eixo e não apenas
uma característica da boutique. As boutiques contem-
porâneas são especialistas não apenas em sua disci-
plina mas também em serem especialistas. Sabem se
aprofundar e se conectar com quem se aprofunda.
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 47
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
Queríamos tratar com carinho de uma empresa
pequena. Como se aquele fosse o único job.
Chico Buarque: beijou como se ela fosse única.
Felipe - Bistrô
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 49
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“O que diferencia é o apego por uma boa entrega final.
Queremos orgulhar o cliente e ter orgulho de colocar no
portfólio. A gente está sempre se desafiando a fazer uma A DEDICAÇÃO COMO UM ATIVO CRIATIVO.
entrega bacana.”
Luize - MOTORA As estruturas mais enxutas das boutiques induzem a
um envolvimento mais artesanal nos projetos seja por
“Como a gente não pega muitos trabalhos ao mesmo motivos pessoais ou comerciais. Do ponto de vista pes-
tempo, a gente precisa colocar o nosso máximo em cada soal, muitos profissionais de boutiques tem o desejo
projeto.” de se envolver de forma mais profunda com o trabalho
Luize - MOTORA criativo - o que nem sempre é possível em estruturas
mais industriais. Do ponto de vista comercial, o alto
“Trabalho por job, trabalho por fee, só não trabalho envolvimento deriva da necessidade de manter uma
superficialmente.” alta qualidade em todas as entregas porque fideliza o
Valmir - THE HEART cliente em questão e permite construir reputação e
um bom portfolio com um número menor de trabalhos
“Fechamos uma equipe de 5 pessoas, durante 4 meses, full realizados.
time. A ideia é sempre montar um time sênior específico
para cada projeto.”
Diego - SOLID
VISÃO DAS BOUTIQUES p. 50
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
A boutique é de quem a fundou, então o contato
é direto, olho no olho. Se as empresas querem
processos mais humanos, vai numa boutique
porque você vai falar com quem realmente
está trabalhando. A verdade mora nessa
humanização.
Daniele - INDIQUE UMA PRETA
VISÃO DAS BOUTIQUES 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. p. 52
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Aqui, a sócia da empresa é quem dirige o projeto,
sempre. Assim, nos mantemos muito próximas do cliente
e recebemos muitos elogios quanto a isso.”
Luize - MOTORA
FUNDADORES
EMPREENDEDORISMO
PROPÓSITO
HUMANIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO
ARTESANAL
PROXIMIDADE
“Do ponto de vista de tamanho, o bom é que eu acompanho
tudo que está acontecendo com os clientes. Se dá algum
problema, o cliente pega o telefone e me liga. Ter essa A relação mais próxima com os clientes, com menos
proximidade do dono do negócio é uma vantagem gigante.” camadas burocráticas ou níveis de aprovação tem di-
Hugo - ABLAB versos frutos positivos: facilita o entendimento dos
briefings e objetivos, traz mais agilidade ao projeto e
“A parte personalizada de entender o cliente é muito fomenta uma troca criativa e empresarial constante.
importante. Não só trazer pra dentro. Clientes precisam
de um atendimento personalizado.” Algumas boutiques também relatam ter mais empatia
Fabíola - AGÊNCIA DA VILA pelos seus clientes por muitas vezes viverem os mesmos
desafios que eles. São gestores falando com gestores
“É uma questão de dirigir um Mini e um caminhão ou empresários falando com empresários, o que gera
grande. As manobras são mais fáceis. Tem que ter um maior identificação e menor ruído.
planejamento, mas o planejamento é mais veloz. E
aconteceu uma identificação do cliente com isso.”
Felipe - BISTRÔ
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VISÃO DAS MARCAS 1. 2. 3. p. 55
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
As falas dos responsáveis pela gestão de marcas ecoa
em alguma medida a visão e a atitude dos fundadores 1. VALOR DAS BOUTIQUES
de boutiques. O valor que enxergam corresponde à pro-
posta do modelo, muito embora a visão dos gestores
de marca seja mais sistêmica e menos pontual: esses 2. LIMITAÇÕES DAS BOUTIQUES
profissionais conseguem enxergar a conexão entre os
diferentes atributos que fazem de uma boutique uma
boutique. 3. DESCONHECIMENTO
Por outro lado, eles também tem uma visão crítica sobre
os limites das boutiques diante de suas necessidades
estratégicas e operacionais e sofrem com dois grandes
obstáculos na busca e contratação de boutiques: falta
de repertório sobre esse mundo e entraves burocráti-
cos das organizações que integram.
VISÃO DAS MARCAS p. 56
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
Gosto de trabalhar com boutiques
porque elas têm paixão e vontade. É
gente que quer entender do business.
Têm um comportamento mais ousado.
Valorizo a facilidade de adaptação e a
vontade de se provar. Uma
boutique sente a dor do cliente porque
é mais de um pra um.
Fernando - Reckitt
VISÃO DAS MARCAS 1. 2. 3. p. 58
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
TAMO JUNTO.
“A pessoa tá respirando mais o negócio. Tem mais troca, Os clientes percebem os principais diferenciais das
menos burocracia. E eu tenho prioridade na vida delas.” boutiques na prática, no dia-a-dia. Valorizam o olho no
Mayra - AMBEV olho, a criatividade, a agilidade e a empatia das bouti-
ques porque vêem o resultado nos processos e projetos
“Tem uma facilidade maior em entender o briefing. Porque, que tocam. Dessa forma, as boutiques não são contra-
às vezes, nas grandes estruturas, as pessoas já vêm com tadas e desejadas por sua grife, mas pelo impacto real
vícios para o trabalho.” que trazem para as marcas.
Luana - KELLOGG’S
Os diferentes atributos não são comentados de forma
“As pequenas especialistas têm propriedade pra falar isolada, mas interligada. O porte, a especialização e a
porque vivem aquilo genuinamente. É mais genuíno e empatia das boutiques são vistos como parte de uma
mais positivo.” entrega única. Cada atributo potencializa o outro: é o
Luana - KELLOGG’S porte e a especialização que permitem a empatia; é a
empatia que permite um entendimento maior do brie-
fing e uma entrega mais eficaz; essa entrega eficaz
portanto, é resultado desse conjunto de fatores e não
apenas um ou outro.
VISÃO DAS MARCAS 1. 2. 3. p. 59
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
“A gente vê nas boutiques mais vontade de trazer coisas O NOVO, DE NOVO.
novas. As grandes, às vezes, cansam de tentar convencer
o cliente e cortam caminho com aquilo que sabem que Mas não adiantaria muito as boutiques serem enxutas,
o cliente vai aprovar.” ágeis, próximas e eficazes se não estivessem contri-
Samia - KELLOGG’S buindo para as marcas com soluções criativas e inova-
doras.
“A comunicação é mais ágil e focada porque entendem
do que estamos falando. E trazem soluções não comuns A criatividade é vista como um atributo essencial que
por serem especialistas. Sabem improvisar.” diferencia as boutiques tanto das grandes estruturas
Sheila - O BOTICÁRIO quanto de serem apenas parceiros de menor porte. É o
que muitas vezes justifica a entrada de uma boutique
“É gente nova fazendo coisas novas com um modelo em um novo cliente e é o que ajuda gestores a defende-
novo.” rem perante seus superiores a disposição para testar
Alessandra - STONE um novo parceiro.
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
O problema é quando cada um pensa
muito no seu quadrado. Sofro muito a
disputa de jobs entre minhas agências e
as coisas precisam ser muito conectadas.
Temos sérios problemas na comunicação
entre agências.
Samia - KELLOGG’S
VISÃO DAS MARCAS 1. 2. 3. p. 63
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
“Traz uma complexidade para ter que lidar com múltiplos
fornecedores, para lidar com timings diferentes, culturas
diferentes.”
Alessandra - STONE
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
“Para algumas marcas grandes, é difícil encaixar novos
parceiros. Se eu faço uma campanha ruim com a agência
atual, recomendada pelo global, e não der certo, tudo
bem. Já é uma agência validada. Seu faço uma campanha O LEGADO CONTEXTUAL DAS GRANDES
ruim com uma agência que ninguém conhece, a culpa é ESTRUTURAS.
minha.”
Fernando - RECKITT Não bastam as boutiques existirem e realizarem um bom
trabalho. O ambiente de negócios ainda não está 100%
“Nosso modelo de contratação ainda é centralizado em adaptado ao cenário de fragmentação dos parceiros
pessoas que seguem o modelo antigo. Temos contratos de comunicação. Grandes empresas, especialmente,
regionais amarrados. Fica difícil abrir espaço para são engessadas por processos burocráticos de outras
boutiques”. instâncias que não somente a do marketing e por cul-
Samia - KELLOGG’S turas que ainda estão em processo de se renovar e de
flexibilizar.
“Na prática, empresas globais não têm tanto investimento
local, portanto é mais difícil imprimir um local flavor.”
Alessandra - STONE
VISÃO DAS MARCAS p. 65
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
Na outra empresa em que trabalhava, eu não podia
falar com outras agências porque tinha contratos
globais. Isso me dava pouca visão do mercado. Aqui,
a gente pode ir pro mundo e buscar o que quiser, mas
fazer essa curadoria é muito difícil. É difícil saber em
quem confiar.
Luana - KELLOGG’S
VISÃO DAS MARCAS 1. 2. 3. p. 67
VALOR DAS
BOUTIQUES
LIMITAÇÕES DAS
BOUTIQUES
DESCONHECIMENTO
AWARENESS & BUROCRACIAS.
“Geralmente, temos em mente os nomes das grandes.
Alguns grupos de What’sApp acabam sugerindo alguns Mesmo os clientes que conhecem o modelo de bouti-
nomes diferentes. É mais no boca-a-boca.” ques e desejam trabalhar com elas esbarram em difi-
Luana - KELLOGG’S culdades para encontrá-las e contratá-las.
“Obstáculos: ter a confiança, ter a indicação ou a referência Antes de mais nada, falta repertório: quais são as bou-
de alguém. Qual é o legado que essas boutiques deixaram tiques disponíveis para minha marca, meu projeto e mi-
para seus clientes? ” nha verba? Onde eu encontro esses nomes? E, quando
Mayra - AMBEV encontrar, como descubro rapidamente quais valem a
pena conhecer? Na rotina cada vez mais acelerada e
“As boutiques estão distante das grandes corporações com pouca agenda livre dos gestores de marca, essas
porque nesses lugares tem pouca gente querendo fazer não são perguntas triviais.
diferente. Ainda vivemos de iniciativas individuais. Precisa
ter uma pessoa rebelde pra levantar essa bandeira na Mesmo quando o gestor encontra um grupo de bouti-
empresa.” ques para conhecer e cotar, ele ainda precisa lidar com
Fernando - RECKITT entraves burocráticos de sua empresa. As boutiques
precisam estar alinhadas com processos de compras
“Tem ainda o obstáculo do compliance: não comprometer e compliance, só para dar dois dos exemplos mais tra-
x% do faturamento do fornecedor.” dicionais.
Sheila - O BOTICÁRIO
68
RECADOS PARA BOUTIQUES p. 69
UM RESUMO DOS
p. 98
PARA BOUTIQUES
1. Encontre ou construa uma proposta de valor especializada que 3. Além de ser especialista na sua entrega, também seja
se conecte com um perfil de cliente ou de projeto. especialista na gestão da sua boutique.
Ser boutique não é só sobre tamanho, mas principalmente sobre O mesmo apuro técnico e dedicação aplicados nos projetos
uma entrega focada que construa valor para uma demanda precisam ser aplicados na administração da boutique. E gerir uma
específica. Boutique não é commodity e não faz commodity. boutique é diferente de gerir uma grande empresa.
2. Ser enxuto não significa isolamento ou solidão. Encontre 4. Coloque seu lado mais empático e humano no negócio.
sócios ou construa redes fortes. O mundo e o mercado estão precisando da sua verdade. Alinhar
Boutiques podem começar com empreendedores individuais, mas seus valores com valores dos consumidores, dos projetos e das
crescem e se desenvolvem a partir de conexões e laços fortes seja marcas gera ganhos para todos.
através de sociedades ou parcerias. É impossível ser boutique
sozinho.
p. 99
PARA MARCAS
Quando olhamos para o mercado de comunicação con- Uma das chaves para o entendimento dos ecossiste-
temporâneo precisamos, além de identificar os novos mas criativos é olhar para as relações e os fluxos que
modelos e práticas que estão surgindo, desconstruir os caracterizam, indo além dos elementos que o for-
o olhar clássico que jogamos sobre esses modelos e mam. Portanto, ao olharmos para boutiques e marcas
práticas. De nada adianta reconhecermos um novo devemos também incluir todas as interações, proces-
movimento acontecendo e tentar entendê-lo com os sos e ferramentas que viabilizam essa relação. Aliás,
conceitos do passado. são as relações e fluxos que definem o ecossistema
criativo mais do que qualquer limite formal espacial ou
Uma das maneiras de jogar um novo olhar sobre a re- empresarial. O ecossistema criativo não se resume às
lação entre boutiques e marcas é a partir da ideia de notas fiscais trocadas entre CNPJs ou aos encontros
ecossistema criativo. Pesquisadores de Design para presenciais em reuniões.
Inovação Cultural e Social da UNISINOS (1) buscaram
nas ciências naturais o conceito de ecossistema (um Outro ponto importante dos ecossistemas criativos são
conjunto de diferentes espécies em uma relação com- sua dinamicidade: apesar de contidos em uma certa
plexa e dinâmica) e o adaptaram para estudar conjuntos delimitação, abrem-se para contribuições na mesma
formados por pessoas, recursos materiais e imateriais medida em que contribuem para enriquecer outros am-
e as soluções criativas resultantes da combinação en- bientes. Segundo os pesquisadores, os ecossistemas
tre essas pessoas e recursos. (2) criativos são dialógicos (abarcando em si contradições
que não se justapõem mas dialogam), recursivos (sen-
Dessa perspectiva, podemos considerar que as bouti- do efeito do que os produziu e produtores do que os
ques e as marcas integram o que se chama ecossiste- produz) e hologramáticos (sendo parte de um todo e
ma criativo. contendo o todo em si). (3)
MAIS DO QUE UM MERCADO, UM ECOSSISTEMA CRIATIVO p. 102
Em outras palavras, o ecossistema criativo formado Boutiques e marcas são apenas os atores mais visíveis
pelas boutiques e marcas deve ser compreendido não de uma complexa rede que deve ser criativa não ape-
apenas pelas relações entre cada boutique e seus clien- nas nos projetos que desenvolve individualmente mas
tes mas pelas trocas e produtos de todo esse ambien- no próprio projeto de desenvolver a si mesma.
te complexo - levando em consideração aí as relações
entre os profissionais de cada organização, os forne- Gustavo “Mini” Bittencourt
cedores que atendem essa ampla rede, as ferramen- Head de Estratégia da DZ Estúdio. Mestre em Design
tas digitais que suportam suas operações criativas, o Estratégico pela UNISINOS.
contexto econômico e social que serve de base para as
interações e assim por diante. (1) Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
(2) Saiba mais no livro “Design Estratégico para a Ino-
O ponto desse rápido ensaio não é complicar mais um vação Cultural e Social”. Organização de Karine Freire.
panorama que já tem suas complexidades cotidianas, Editora Kazuá.
mas convocar quem participa desse ecossistema a (3) Saiba mais no livro “Introdução Pensamento Comple-
manter um olhar amplo e criativo sobre ele, evitando xo” Edgar Morin. Editora Sulina.
simplificações que podem tolher sua evolução.
p. 103
&
p. 104
BPool é a plataforma de curadoria, contratação e gestão A DZ é uma agência para marcas que querem crescer
de serviços de marketing de um jeito simples, rápido e em um mundo mais criativo, digital e humano. Desde
eficiente. 2005 a gente vem evoluindo junto com a Internet, an-
tecipando e traduzindo movimentos da tecnologia e da
Surgimos como um novo caminho em um mercado que sociedade para nossos clientes.
precisa de transformação. Um modelo de relaciona-
mento que faz uso de tecnologia e inteligência de dados Ajudamos marcas a atingir seus resultados de marketing
para conectar parceiros criativos e clientes de uma ma- e evoluir no ambiente digital por meio de campanhas,
neira prática, justa e transparente. Proporcionando um conteúdos, ações e plataformas que combinam visão
atendimento mais personalizado aos clientes, gerando estratégica, soluções digitais criativas e uma cultura
novos negócios e incentivando o empreendedorismo humana.
no setor.
Nossa cultura é sobre as pessoas. É sobre fazer o tra-
Buscamos construir com nossos parceiros criativos uma balho que nos faz bem. A gente se importa com cada
rede forte e mudar a lógica da indústria. Com curadoria detalhe da entrega. E com cada um que entrega. Os ne-
e tecnologia, oferecemos uma gama de serviços para gócios, as marcas, o mundo, tudo é movido pelas pes-
nossos clientes otimizando custos, tempo e estabele- soas. Aqui, a gente acredita no poder de todos e todas.
cendo relações de longo prazo.
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