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ARAÚJO, Claudialyne da Silva et al.

O Papel Social da Arquivologia: A Percepção dos


Arquivistas na Era da Informação e do Conhecimento. Ci. Inf. Rev., Maceió, v. 2, n. 3, p. 53-
61, set./dez. 2015.1

1 Introdução
A pesquisa desenvolvida tinha como objetivo analisar a visão social dos profissionais
da arquivologia, e foram utilizados questionários como método principal para colher as
informações necessárias. Durante a pesquisa, dez profissionais da cidade de João
Pessoa/Paraíba foram entrevistados.

2 Percurso histórico da Arquivologia na sociedade da informação e do conhecimento


Desde as civilizações mais antigas existe a arquivística. A primeira palavra relacionada
à arquivo foi arché, nome dado ao local para guarda de documentos, na época.
A importância da Arquivologia começou a ser reconhecida como fundamental já nos
tempos antigos, várias civilizações começaram a ter locais para arquivar seus documentos e
outros títulos.

2.1 A Arquivologia no Panorama Mundial


Em algumas civilizações como Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma a escrita e o
armazenamento se tornaram instrumentos indispensáveis, sendo assim, o arquivo ajudou no
crescimento dos documentos do Estado. A Arquivística trabalhou com três fases históricas:
Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Foi com a explosão documental depois
da Segunda Guerra Mundial que a Arquivologia se fez presente em cenário mundial.

2.2 A Arquivologia no Panorama Brasileiro


No ano de 1958 a Arquivologia, de fato, ganha vida no território brasileiro. Depois de
um tempo sem novidades, ressurge, com o novo regimento do Arquivo Nacional. Alguns fatos
importantes a ser destacados são a criação da lei 8.159, que determina o conceito de Gestão de
Documentos, e também a desenvolvimento das tecnologias de informação no país, que
influenciam muito na profissão dos arquivistas atualmente. A área vem crescendo e rendendo
uma maior visibilidade para os profissionais.

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Carolina Quadro e Glênio Neto, graduandos de Arquivologia. Nº 132218 e Nº 132235.

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3 A Responsabilidade Social da Arquivologia
Ter responsabilidade social é ter comprometimento com a sociedade, dar ideias de
melhorias, ter uma postura que demonstre dedicação em implantar o que se aprendeu na
formação e no cotidiano para a população.
O arquivista é responsável por guardar e conservar as memórias de várias gerações, o
que impacta diretamente no desenvolvimento social.

3.1 O Novo Perfil do Profissional Arquivista no Ambiente Informacional


Atualmente percebe-se um novo perfil de arquivista. Um profissional com um papel
importante dentro de sua instituição de trabalho, fazendo-se presente e delimitando bem suas
funções. É este o maior responsável pelas informações e documentos produzidos e repassados
no ambiente de trabalho, garantindo que sejam devidamente guardados e possibilitando fácil
acesso quando solicitados.
Devido às novas tecnologias da informação, a preocupação deste profissional deixa de
ser somente a informação no papel, entre outros suportes físicos, passando para o meio digital
também. Assim, o arquivista da atualidade deve estar devidamente preparado para lidar com a
informação nos tipos de suporte mais variados, desde os mais antigos até os mais recentes.
Cada vez mais, o arquivista se mostra um profissional multidisciplinar, que deve
trabalhar sempre em conjunto com os colegas de outras áreas do conhecimento, se dividindo
entre os diferentes setores do seu ambiente de trabalho.
Porém, ainda é imperativo que este tenha o seu valor reconhecido dentro da instituição
de atuação, visto que, só assim, o profissional poderá dar seu máximo no exercício de sua
função.

4 Procedimentos metodológicos
A pesquisa tem abordagem qualitativa, e foi realizada com a aplicação de um
questionário semiestruturado, dividido em três blocos de perguntas. Foram entrevistados dez
profissionais arquivistas da cidade João Pessoa, PB. As três divisões do questionário tratavam,
respectivamente, sobre o perfil do arquivista, a responsabilidade social da arquivologia, e o
papel social do arquivista.

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5 Análise e Discussão dos Dados
Com os resultados do primeiro bloco de questões, observou-se que há uma
predominância feminina na área de trabalho e nos cursos da Arquivologia, e a idade varia de
18 a 30 anos. Dos 10 entrevistados, 06 deles atuam em arquivos públicos, e outros 04 em
arquivos privados.
A partir dos resultados do segundo bloco, conclui-se que para estes profissionais a
necessidade de salvaguardar e promover acesso à informação e à memória é imensurável, mas
a arquivística não deve se limitar só às suas operações práticas e operações técnicas. Porém,
apesar de todos os entrevistados reconhecerem o compromisso que o profissional de arquivo
tem para com a sociedade, apenas 03 destes dizem desenvolver alguma atividade voltada às
práticas sociais e educacionais nos arquivos onde trabalham.
Por fim, no terceiro bloco de perguntas, os arquivistas entrevistados salientaram como
ponto principal para um maior desenvolvimento da profissão arquivística a busca por pós-
graduação e aprofundamento na área, além do acompanhamento às últimas tecnologias da
informação. Além disso, se vê uma necessidade de ajustar o currículo universitário dos cursos
de Arquivologia, que ainda mantêm um tanto distante o lado mais social do arquivista.

6 Considerações Finais
No decorrer da pesquisa, reconheceu-se que o novo arquivista sabe da importância de
estar a par das últimas tecnologias da área, mas ainda não vê como uma de suas
responsabilidades a prática social e educativa no arquivo. A quantidade escassa de material
teórico e a falta desse tema no currículo acadêmico parecem ser as causas principais disto.
Assim, têm-se um dos pontos a melhorar na área da arquivística, para que a mesma possa
prosperar tanto como ciência e área de atuação.

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