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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS

PROFISSIONAIS DE RELAÇÕES
INTERNACIONAIS

GUIA DO
PROFISSIONAL
DE RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
ANAPRI
GUIA DO INTERNACIONALISTA:
IDENTIDADE E CAMPO DE ATUAÇÃO

INTRODUÇÃO.............................................................................................4
HISTÓRIA DA ANAPRI................................................................................6
RECONHECIMENTO DA PROFISSÃO...........................................................8
PROFISSIONAL.........................................................................................12
COMPETÊNCIAS TÉCNICAS......................................................................14
Análise de risco...........................................................................................15
Escrita técnica.............................................................................................15
Gestão de projetos......................................................................................16
Fluência em idiomas...................................................................................16
Informática e comunicação........................................................................16
Dicas úteis................................................................................................... 17
COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS....................................................18
Inteligência interpessoal.............................................................................19
Mediação/Resolução de conflitos.............................................................20
Diplomacia...................................................................................................20
Liderança..................................................................................................... 21
Negociação..................................................................................................22
Dicas úteis................................................................................................... 23
COMPETÊNCIAS CONCEITUAIS................................................................25
Relações internacionais..............................................................................25
Economia..................................................................................................... 26
Política......................................................................................................... 26
Direito........................................................................................................... 26
Geografia......................................................................................................27
História.........................................................................................................27
Dicas úteis....................................................................................................27
VALORES ESSENCIAIS...............................................................................29
Amor pelo que faz........................................................................................30
Motivação.....................................................................................................30
Atitude...........................................................................................................31
Proatividade..................................................................................................32
Profissionalismo..........................................................................................32
CAMPO DE ATUAÇÃO...............................................................................34
Startups - empresa de base tecnológica...................................................34
Marketing Digital - Internacional.................................................................35
Organizações Não Governamentais..........................................................35
Representações Diplomáticas....................................................................36
Cidades - Paradiplomacia...........................................................................36
Relações Governamentais..........................................................................37
Multinacionais.............................................................................................37
Ensino e Pesquisa.......................................................................................38
Organizações Internacionais......................................................................39
Comércio Exterior........................................................................................39
Diplomacia...................................................................................................40
Outras áreas................................................................................................40
PLANEJAMENTO DE CARREIRA...............................................................41
Onde você está e suas forças....................................................................41
Indo na direção certa..................................................................................42
Desenvolva sua identidade.........................................................................43
Dicas úteis...................................................................................................43
DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA..........................................................45
Qual é sua visão?.........................................................................................45
Acredite em si mesmo................................................................................45
Nunca pare de aprender..............................................................................46
Desenvolva sua inteligência interpessoal..................................................46
Desenvolva sua rede - Net Worth...............................................................46
Integre-se.....................................................................................................47
Encontre um mentor....................................................................................47
Crie sua reputação......................................................................................47
Saiba o seu valor.........................................................................................48
Seja confiante..............................................................................................48
Compartilhe.................................................................................................48
DIVULGAÇÃO DO CURRÍCULO..................................................................50
Redes sociais...............................................................................................50
Agências de emprego.................................................................................51
Agências globais.........................................................................................51
Agências regionais......................................................................................52
Agências especializadas............................................................................52

Dicas úteis...................................................................................................53
INFORMAÇÕES ÚTEIS..............................................................................54
GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho para profissionais de Relações Internacionais está


em transformação no país. Seguindo a expansão e interiorização do ensino
superior, a carreira conquista novos espaços e se consolida como uma
profissão, tendo sua inclusão na Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO) no ano de 2020.

O valor do reconhecimento da existência de uma nova ocupação


profissional vem na mesma tocada da evolução e da aceitação das
empresas do internacionalista como agente promotor e catalisador da
internacionalização, iniciada com a abertura comercial brasileira.

Apesar de ser um curso antigo no país, foi durante os anos 1990 que o
curso e a carreira de Relações Internacionais ganharam forças, como
resposta às necessidades de entender e atender as empresas brasileiras
que se internacionalizaram e as que chegavam ao país.

Nos anos 2000, com a abertura de novos mercados, com a aproximação


brasileira dos países do Oriente Médio, do Sudeste Asiático e da África, o
debate sobre Relações Internacionais e a academia se expandem – sendo a
ABRI (Associação Brasileira de Relações Internacionais) fundada em 2005.
A necessidade de compreender de forma teórica, acadêmica e política a
crise de
2008, de diversificação da pauta de exportações e importações [em 2009 a
China se torna o principal parceiro comercial brasileiro], além da
diversificação da agenda internacional, é crescente.

Marcado por desafios diversos, os anos 2010 serão de crise na política


nacional, com Impeachment da Dilma em 2016, de organização dos maiores
eventos esportivos do mundo, Copa do Mundo de Futebol em 2014 e
Olimpíadas em 2016. Esse cenário conturbado e adverso, impõe aos
mercados uma necessidade de desenvolver estratégias independentes de
política externa empresarial, com o crescimento das agências de Relações
Governamentais.
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Para essa década que se inicia, se vislumbra a interiorização das Relações


Internacionais no país, identificando novos mercados, serviços e produtos
para internacionalização. Será um período marcado pela busca da
identidade local, em especial da valorização da história, da cultura e das
tradições folclóricas. O internacionalista ganhará espaço como agente entre
o local e o global, com a busca de reconhecimento das marcas, de
certificações diversas e de abertura de mercados através de feiras em
mercados internacionais.

Além disso, a busca pela cooperação e integração entre os profissionais,


por meio de iniciativas diversas, abre espaço para reflexões importantes
para identificar as características e o espaço de atuação profissional. Esse
esforço, nos dá a estima e valorização necessária e nos instrumentaliza
para atuar como profissionais.

Para que o internacionalista atinja o seu potencial, e se realize como


profissional, é preciso ações simples e efetivas baseadas nas estruturas já
consolidadas no país, daí a importância de consolidar o Guia do Profissional
de Relações Internacionais.

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HISTÓRIA DA ANAPRI

“Grandes realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos


começos” (Lao-Tsé)

As profundas mudanças econômicas, sociais e culturais no Brasil desde a


criação do primeiro curso de Relações Internacionais, em 1974 (UnB),
implicaram em alterações significativas na base curricular da área e na
dinâmica de seu mercado de trabalho. O crescimento da oferta de cursos de
graduação, pós-graduação e especializações nas últimas décadas
projetaram uma notável democratização do ensino de Relações
Internacionais no país e da demanda por internacionalistas no mercado de
trabalho brasileiro, fator esse que justificou a necessidade de
reconhecimento e organização da classe em detrimento do frágil argumento
de que somos uma área nova, heterogênea e multidisciplinar, o que muitas
vezes é usado para gerar mais dúvidas e desconhecimento do que certezas
acerca de nossa profissão.

Em meio a esse cenário, diversos profissionais de Relações Internacionais


começaram a se organizar por todo país, mas ao contrário dos advogados,
não contavam com uma organização que representasse a classe perante as
decisões que diziam respeito à nossa área. Inclusive, entidades acadêmicas
da área não reconheciam (e ainda não reconhecem) a carreira como uma
profissão, mas como formação. Observando esse cenário, internacionalistas
de todo país levantaram a bandeira que era chegada a hora dos
profissionais de Relações Internacionais terem uma representação para sua
profissão. A tramitação de Projetos de Lei pela regulamentação da
profissão (PL 2796/2000; 8777/2017 e 9649/2018) foi importante para que
os internacionalistas se unissem cada vez mais para defender as pautas
dos profissionais da carreira.

Um movimento iniciado de forma on-line por interessados na


profissionalização e reconhecimento uniu os primeiros esforços para
organização e mobilização dessa pautas, porém, viu-se a necessidade

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de criar uma entidade representativa para profissionais na área de Relações


Internacionais para organizar os interessados na regulamentação e que
tenha estrutura administrativa e jurídica para defender os profissionais da
área.

Por isso, em novembro de 2018, internacionalistas de diversos estados


brasileiros decidiram criar a Associação dos Profissionais de Relações
Internacionais, a ANAPRI, com personalidade jurídica e administrativa e com
o objetivo principal de defender e representar os profissionais de Relações
Internacionais, assim como levar o reconhecimento de nossa área como
profissão a todo país. Para presidir a ANAPRI, foi escolhido, por
unanimidade, o nome de um dos fundadores e idealizadores do projeto, o
internacionalista Carlos Rifan, carioca, profissional de Relações
Internacionais com mais de 10 anos de experiência na área de Relações
Internacionais adquirida em empresas dos mais diversos segmentos,
vivência profissional em diversos países pelo mundo e um dos criadores da
base textual que definiu as diretrizes para o painel da criação do
Profissional de Relações Internacionais.

O internacionalista Carlos Rifan aceitou o desafio e passou a reunir


profissionais pelo Brasil com o mesmo objetivo, que uniram-se como
membros fundadores para formar a ANAPRI. Após a reunião inicial com os
membros fundadores, Carlos Rifan buscou grandes nomes da área para
integrar estrutura institucional da ANAPRI, entre eles:
- Me. Francisco Denes Pereira, cearense, internacionalista, assessor
internacional da Prefeitura da Cidade de São Paulo, para a vice-presidência e
secretaria-geral.
- Dayane Barreto, carioca, internacionalista, experiência reconhecida na área
de importações da empresa Petróleo Brasileiro S.A (Petrobrás), para a
tesouraria.

Nestes quase dois anos de existência, a ANAPRI já conta com mais de 100
voluntários em mais de 20 estados brasileiros, um Conselho Consultivo com
profissionais altamente qualificados de diversas áreas e organizações
brasileiras, representação internacional em quatro países (Alemanha,
Espanha, Portugal e Argentina) e parcerias com diversas associações,
centros educacionais, universidades, faculdades e centros de ensino de
línguas.
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RECONHECIMENTO DA
PROFISSÃO

A ANAPRI já foi mostrou sua força de mobilização e sensibilização da


comunidade internacionalista brasileira para a necessidade de organização
da classe e na defesa da profissão no Brasil. O ponto alto de todo esse
trabalho foi, sem dúvidas, no mês de fevereiro de 2020. A ANAPRI
desenvolveu junto com a FIPE o estudo e pesquisa da ocupação, além da
indicação de sete dos dez profissionais do grupo que compôs o painel de
convalidação.

Por decisão da Secretaria Especial do Trabalho e Previdência do Ministério


da Economia, dentre as novas ocupações a serem analisadas para a
inclusão na CBO2002 encontra-se a de Profissional de Relações
Internacionais.

O processo de inclusão de uma ocupação iniciou-se com o estudo de


escopo, etapa preparatória do painel de convalidação. O estudo de escopo
permitiu levantar o perfil da ocupação e da família ocupacional,
informações e dados sobre o mercado de trabalho, as entidades
profissionais relacionadas à família, bem como identificar os profissionais
que poderiam participar do painel de convalidação.

Essa conquista não seria possível sem o surgimento e a força de uma


entidade representativa nacional. A ANAPRI foi fundamental em todo esse
processo de produção de materiais sobre a profissão como histórico,
cursos, dados e informações para levantar o perfil dos profissionais que
exercem esta ocupação.

Após a participação no Painel de Convalidação, no dia 17 de fevereiro de


2020, a Secretaria do Trabalho e Emprego , do Ministério da Economia
atualizou o seu Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO) e incluiu a área de

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Relações Internacionais como uma nova profissão no Brasil, após um


estudo aprofundado das atividades que desempenhamos e do perfil de
nossa categoria.

A nova profissão possui o código 1423-50: "Profissional de Relações


Internacionais" e com a seguinte descrição: "(...) Atuam no processo de
decisão política, participam da formulação de políticas públicas, elaboram e
estabelecem estratégias de relações governamentais, analisam os riscos
regulatórios ou normativos e defendem os interesses dos representados.
Elaboram políticas de internacionalização, planejamento estratégico para
gerenciamento de crises no cenário internacional, projetos com interface
internacional. Planejam missões internacionais, estabelecem políticas de
internacionalização de organizações privadas e públicas".

Esse fato foi um divisor de águas para a área, pois a partir desse
reconhecimento, o internacionalista passar e ter sua profissão figurada, por
exemplo, nas declarações de Imposto de Renda, nos pedidos de seguro-
desemprego e de inclusão em programas de saúde e de geração de
emprego e renda e por vários órgãos e pelo INSS, IBGE e cadastros do
próprio ministério. A inclusão no CBO também é utilizada como base na
elaboração de políticas públicas e pagamento de benefícios aos
trabalhadores brasileiros.

Quem melhor pode falar sobre uma profissão senão quem desempenha sua
função? Nessa jornada até aqui, sabemos bem que, na realidade, já somos
profissionais e desempenhamos funções próprias de nossa formação há
muito tempo, mas faltava esse reconhecimento por parte do Estado
brasileiro. Somos milhares espalhados pelo país e pelo mundo, mais de 60
mil egressos, atuando nas mais diversas funções públicas e privadas, ONGs,
órgãos regionais e internacionais, no voluntariado e na academia. Somos
muitos, estamos unidos e agora temos uma identidade.

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DESAFIOS A VENCER

Agora, temos dois desafios importantes a serem discutidos na área: sua


popularização e sua descentralização. A popularização diz respeito a
reconhecer que milhares de internacionalistas possuem oportunidades de
emprego e renda em diversas áreas que vão além de ser admitido em nosso
respeitado Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) e que
essas áreas estão em dinâmica expansão e necessitam cada vez mais de
nossas habilidades em suas organizações.

Já a descentralização diz respeito a popularizar o acesso a área e mostrar


que nossa profissão é fundamental para o desenvolvimento nacional, mas
esse desenvolvimento tem que chegar à todas as regiões do país. Segundo
Maia (2017), a região Sudeste é onde está concentrada a maior oferta de
cursos de Relações Internacionais, com 55% dos 151 cursos de Relações
Internacionais registrados no EMEC. A região Sul é a segunda na oferta de
cursos, com 21%, a região Centro Oeste em terceiro com 10% da oferta, a
região Nordeste em quarto com 8% e, por fim, a região Norte com o menor
número de cursos oferecidos, representando 5% desse total.

Não queremos engessar a profissão e nem burocratizá-la, pelo contrário,


queremos descentralizar, democratizar e popularizar nossa área para além
do sonho de ser diplomata, queremos otimismo e orgulho nos olhos dos
internacionalistas, mais oportunidades na sua formação e qualificação
profissional, defesa das vagas de emprego que competem à sua formação,
a determinação de salário-base, da diminuição da diferença salarial entre
gêneros, no fim de todos os tipos de assédios ao profissional e na maior
organização e união das entidades representativas de Relações
Internacionais no país. Estas são nossas bandeiras daqui em diante.

RI É PROFISSÃO!

Cabe esclarecer que utilizamos a nomenclatura PROFISSÃO porque é isso


que os internacionalistas são, querem ser e serão reconhecidos no mercado
de trabalho. Esclarecemos que para ser PROFISSIONAL não é necessária

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uma regulamentação da carreira, pois segundo dados da própria pasta do


Trabalho, temos hoje mais de 2.500 ocupações registradas no Brasil, mas
apenas cerca de 90 destas são regulamentadas por lei.

O que sempre houve no Brasil foi uma certa discriminação a áreas não
regulamentadas, onde o trabalhador e trabalhadora não eram reconhecidos
como profissionais após uma vida inteira de trabalho, daí a importância da
CBO, ao oferecer o reconhecimento oficial da profissão, seja esta
regulamentada ou não por lei.

Ter uma profissão é uma grande conquista, mas a luta não para por aí.
Agora temos mais desafios para fortalecer cada vez mais essa profissão,
com uma agenda propositiva de trabalho e valorização da carreira, que
atenda as reais necessidades dos internacionalistas brasileiros e um
diálogo aberto e construtivo com as instituições de ensino do país, para que
possam estruturar uma base curricular nacional para a área que leve em
conta as reais habilidades requeridas pelo mercado de trabalho ao
internacionalista, com uma inserção profissional mais adequada e
pretendida à sua formação na área.

Foram muitas dúvidas, vários debates, diálogos on-line e presenciais,


participações em encontros e congressos da área, algumas noites sem
dormir para colocar no papel o que já sentíamos na pele sabíamos na
prática: somos uma profissão! Somos internacionalistas e temos
compromisso com a democracia, com a paz, com os direitos humanos, com
um desenvolvimento nacional com maior distribuição de renda e menos
desigualdade social, econômica e regional, para uma maior e melhor
inserção do Brasil no mundo.

Vem com a gente construir a ANAPRI!

ANAPRI - Associação Nacional dos Profissionais de Relações


Internacionais

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PROFISSIONAL

O analista de Relações Internacionais é um profissional que atua na


promoção e defesa dos interesses da empresa ou instituição para a qual
atua. Atualmente o mercado busca por profissionais com habilidades
múltiplas, com conhecimento de economia, política, direito, marketing e
comércio exterior, e o graduado em Relações Internacionais tem entrado no
mercado de trabalho para atuar em setores que buscam justamente esse
perfil.

O Analista de Relações Internacionais possui uma ampla formação


acadêmica em direito internacional, economia, política externa,
administração e comércio exterior. Isso permite uma compreensão
complexa de eventos, o que é uma vantagem frente aos desafios colocados
anteriormente advindos da globalização. Essa base permite ao Analista
compreender o que acontece no mundo para extrair as melhores
oportunidades dos desafios que surgirem.

Outra característica, que torna o Internacionalista (como também é


conhecido) indispensável para qualquer empresa, é a sua fluência e gosto
por línguas estrangeiras. Quanto mais idiomas relevantes para o seu
negócio o profissional dominar, melhor. Muitas vezes, quando a
empresa/instituição não tem quadro de colaboradores fluentes e
qualificados em línguas, se faz quase impossível notar as oportunidades
que surgem em outros mercados, gerando um tempo de resposta maior.

Entre os profissionais que podem trabalhar para o fortalecimento da


empresa, está o analista de Relações Internacionais. Para lidar com essas
questões levantadas anteriormente, ninguém melhor que um profissional
com conhecimento de temas internacionais.

O internacionalista pode conduzir diversos estudos de mercado e traçar


estratégias para preparar a empresa para múltiplos cenários de
concorrência externa. Ele pode conduzir o registro de patentes e

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padronização da marca, assim evitando constrangimentos de disputas por


patentes e surpresas vindas de fora.

Esse profissional pode trabalhar na estratégia comercial internacional,


valorizando a marca e a empresa, sem se afastar dos consumidores e sem
apagar a história e a tradição. O internacionalista pode trabalhar com
storytelling dentro da reformulação que for conduzida. Sua história é uma
das principais armas para lidar com a concorrência externa e os
consumidores gostam de ver produtos locais que pensam nisso.

Aos poucos, a própria empresa pode ganhar a confiança necessária para


embarcar em um processo de internacionalização maior. Certamente novas
oportunidades vão aparecer, pois clientes internacionais vão passar a notar
o trabalho que está sendo feito.

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COMPETÊNCIAS TÉCNICAS

O mercado procura por profissionais capacitados para solucionar


problemas, em situações de baixo orçamento, equipes reduzidas, cenários
de muitas incertezas, e que demandam ações rápidas. Na nova economia,
as janelas de oportunidades se fecham cada vez mais rápido, o que significa
que o Profissional de Relações Internacionais precisa dominar
competências técnicas e comportamentais capazes de responder de forma
efetiva.

Muitas competências técnicas são aprendidas na universidade e em cursos


específicos, mas requerem treinamento e experiência para serem
aperfeiçoadas ao máximo. Diferente das soft skills, atributos particulares e
que ajudam no sucesso profissional, as hard skills são aquelas que podem
ser ensinadas e mensuradas.

Diferente do que muitos pensam, Relações Internacionais, quanto campo de


estudos, conta com um arcabouço teórico e metodológico consolidado e
estruturado, o que a elevou a condição de Ciência. O bacharelado visa
formar e capacitar profissionais capazes de dominar conceitos e
ferramentas analíticas para traduzir e aplicar o conhecimento sobre temas
internacionais.

Para capacitar esse profissional, é comum nas disciplinas a utilização de


recursos analíticos, tais como: debates, rodas de discussões, elaboração de
estudos, simulações, seminários e artigos acadêmicos. Então, é preciso
analisar bem a proposta curricular, metodológica e pedagógica da
instituição, caso você esteja se decidindo.

De forma complementar, o estudante é estimulado a buscar cursos de


idiomas, de gestão, de marketing, de vendas, entre outros. Competências
técnicas que vão além da formação universitária.

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As competências podem ser divididas em três grupos: técnicas,


comportamentais e conceituais, que vão se sobrepor e combinar para
formar o profissional de Relações Internacionais. A graduação abarca uma
ampla gama do conteúdo conceitual, mas trata de maneira superficial as
demais.

A sua ocupação profissional ou área de interesse vai requerer competências


técnicas únicas, mas há um conjunto que todos precisam dominar. Confira
quais são as principais competências técnicas esperadas do Profissional de
Relações Internacionais:

ANÁLISE DE RISCO

A capacidade de analisar, compreender e tomar decisões sobre eventos


internacionais resume a vida desse profissional. Com o novo surto de
Coronavírus, por exemplo, o internacionalista é requisitado para avaliar as
consequências para a economia, para sociedade e para diferentes setores
da indústria. O risco é composto de duas partes: a probabilidade de algo dar
errado e as consequências negativas, se ocorrer. É difícil identificar e mais
ainda de compreender os impactos. Isso faz da Análise de Risco uma
competência essencial, contribuindo para a diminuição dos custos
financeiros, custos operacionais e minimizando o impacto de forma geral.

ESCRITA TÉCNICA

A escrita é primordial para o internacionalista. A comunicação, a


negociação, a proposta comercial, o informativo e o estudo científico
requerem boa escrita. E para cada uma delas, é preciso explicar assuntos
complexos de maneira simples e objetiva. A capacidade de transmitir ideias
complexas, de fazer sínteses, de elaborar argumentos concisos e de utilizar
as referências técnicas de maneira clara e objetiva para um público amplo é
a base da vida profissional do internacionalista.

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GESTÃO DE PROJETOS

O internacionalista, como dito no começo do texto, é requisitado em


cenários marcados por limitações e riscos, sendo importante gerir recursos
e pessoas. Por isso, a gestão de projetos entra com uma das principais
competências esperadas. A gerência envolve planejamento de etapas,
supervisão de equipe e de terceiros, agenda de reuniões, tomada de decisão,
criação de instrumentos de monitoramento de resultados, elaboração de
relatórios de desempenho, adequada prestação de contas, para renovação
de convênios, e continuidade de projetos estratégicos.

FLUÊNCIA EM IDIOMAS

O domínio de outros idiomas é essencial, afinal a profissão envolve


entender e dialogar com o mundo, em especial em países e regiões que não
falam português. Embora a língua de Camões e Machado seja a sexta
língua mais falada do mundo, outros idiomas vão ter influência em áreas
específicas da economia, da ciência e dos negócios, além de terem
importância geográfica, política, social e histórica. Por isso, é preciso ter
claro qual será o seu objetivo profissional, para então definir quais idiomas
estudar. Partindo da realidade brasileira, é mandatório o domínio das
línguas espanhola e inglesa, que somadas ao português compõem ao
conjunto das três línguas ocidentais mais faladas no mundo.

INFORMÁTICA E COMUNICAÇÃO

Parte da rotina profissional envolve o domínio da informática, em particular


do uso de programas de textos, de planilhas, de apresentações, de
comunicação, tais como: Dropbox, Skype, Outlook, Excel, PowerPoint,
Photoshop, CorelDraw e Word. O conhecimento de mídias sociais e
ferramentas de marketing digital também é importante. Como parte da
rotina será telepresencial, o desenvolvimento da sensibilidade e da destreza
para utilização de salas virtuais para realização de conference call é
fundamental.

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A tecnologia é utilizada para diminuir custos, para acelerar processos e


minimizar distâncias. Por isso, a informática e comunicação são
fundamentais para o trabalho de qualquer internacionalista e o domínio
avançado delas representa ganhos significativos em tempo de resposta e
na comunicação efetiva, que são essenciais.

DICAS ÚTEIS

A melhor forma de avaliar quais competências você precisa incluir no


seu currículo, é analisar os requisitos para vagas relacionadas com a
ocupação profissional de interesse.

Converse com outros profissionais sobre quais competências eles


consideram importantes e como adquiriram elas.

Procure sempre certificações que validem o seu nível de domínio das


competências e habilidades. É uma garantia para o empregador e uma
ótima forma de você ter confiança e traçar estratégias para o seu
aprendizado e aperfeiçoamento.

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COMPETÊNCIAS
COMPORTAMENTAIS

As características do campo de atuação profissional variam de profissão


para profissão e, da mesma forma, a identidade do profissional, o que inclui
as competências esperadas. O profissional de Relações Internacionais
também é associado com uma série de competências, que variam entre
técnicas, comportamentais e conceituais.

A identidade profissional é construída pela ação coletiva dos profissionais


para que a sociedade entenda a sua importância, e não apenas as
competências técnicas o tornam um profissional de Relações
Internacionais, há ainda as características comportamentais.

Apenas para termos de contexto: o mercado para Relações Internacionais


requer profissionais com uma série de competências técnicas (hard skills),
quais permitem a execução de uma série de atribuições, desde elaboração
de estudos analíticos, organização de eventos, condução de reuniões e,
principalmente, negociações.

Então, ao entrar no mercado de trabalho, após um período de formação e


capacitação profissional, você é um candidato fantástico e seu currículo
apresenta os elementos esperados. Você é então orientado a elaborar um
currículo com as suas habilidades e experiências: fluência em idiomas, boa
escrita, domínio do pacote Office, bom conhecimento de determinados
temas e uma série de certificados acadêmicos. Mas o mercado já espera
isso de você, então as aptidões comportamentais serão o maior diferencial.

O currículo representa o domínio das habilidades técnicas (hard skills), e


deve ser apresentado com uma demonstração das suas competências
comportamentais (soft skills), pode ser através da carta motivacional, da
carta de recomendação ou da mensagem no e-mail com a sua candidatura.

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Você já deve ter ouvido falar da teoria das inteligências múltiplas de Howard
Gardner!? Segundo ele, temos 9 diferentes inteligências, não sendo possível
afirmar que uma pessoa seja mais inteligente que a outra, sendo que cada
uma desenvolve um conjunto diferente delas. Uma pessoa com inteligência
lógico-matemática bem desenvolvida não necessariamente terá uma boa
inteligência interpessoal, essencial no campo das Relações Internacionais.

As competências comportamentais também estão relacionadas com 9


diferentes inteligências e características pessoais. Seu comportamento
pode fazer de você um ótimo profissional, indo além do domínio técnico
apresentado no currículo, ou alguém com muito conhecimento, mas
nenhum tato profissional. Você pode naturalmente desenvolver elas, mas
também é possível, através de práticas orientadas e treinamentos
específicos, adicioná-las.

Pode parecer simples de se adquirir e apresentar, mas não é. Igualmente


difícil se torna reconhecer elas, por isso as empresas contratam
profissionais de Recursos Humanos para conduzir recrutamentos e os
processos seletivos contam com diversas dinâmicas; tudo com a finalidade
de identificar profissionais com o conjunto de competências desejadas.

Para auxiliar você nessa jornada, confira as principais competências


esperadas pelo mercado, mas lembre-se: variam com o tempo.

São diversas características comportamentais que as empresas esperam


dos profissionais, quais você também precisa se atentar, tais como: bom
humor, pontualidade, pensamento crítico, criatividade, coordenação,
proatividade, etc.

Você pode encontrar diversas listas, mas para quem deseja ser profissional
de Relações Internacionais, estas são as principais:

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL

As empresas esperam um profissional capaz de se relacionar com


diferenças culturais, ideológicas e sociais marcantes. A multiculturalidade

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é uma marca da cultura organizacional das empresas transnacionais e o


sucesso delas está na capacidade de extrair o máximo das relações
interpessoais sem criar conflitos e desavenças.

O Internacionalista é visto como alguém apto para atuar nesse contexto,


com diplomacia, liderança e muita negociação. Sendo a paciência, a
persistência, a empatia e a capacidade de diminuir dissensos e construir
consensos vitais. Essa capacidade influencia significativamente sua
trajetória de crescimento na empresa/instituição. Relacionar-se de forma
efetiva, garante a empatia com os colegas e líderes, possibilita minimizar os
conflitos, estabelecer novos amigos, ganhar seguidores e influência para
obter colaboração em seus projetos.

MEDIAÇÃO E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

A atividade do profissional de Relações Internacionais está voltada para a


atuação em ambientes de interesses antagônicos, sistematicamente
inseridos em divergências e objetivos díspares, portanto em meio a
controvérsias. O profissional será requisitado para conceber consensos
mínimos, para o desenvolvimento de uma agenda que consolide ganhos
coletivos e afaste a possibilidade de conflitos, que gere bem estar social.

A mediação e resolução de conflitos é associada ao profissional de


Relações Internacionais, demonstrando sua importância como agente de
transformação. Esse profissional precisa apresentar boa comunicação e
capacidade de gestão de pessoas.

DIPLOMACIA

Sábio é aquele que faz as perguntas certas. Então, sempre que possível
indague o seu interlocutor e entenda suas dúvidas e suas críticas. A
oportunidade está escondida atrás delas. Formule as perguntas certas para
identificar corretamente as oportunidades apresentadas.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Como profissional de Relações Internacionais, é preciso manter uma


agenda de trabalho permanente com todos os interlocutores, produzindo
novos paradigmas, sínteses e encaminhamentos que conduza para
evolução de pautas e tratativas.

A diplomacia é uma das bases para a atuação desse profissional. A única


forma de conseguir resultados concretos é por meio da diplomacia (que vai
além das negociações), pois é possível fazer concessões e aceitar os
desafios envolvidos na transação de forma medida e compartilhada.

Mantenha sempre os canais de comunicação ativos e abertos para a


construção de relacionamentos sólidos. Seja sempre cortês, até mesmo nos
momentos de maiores dificuldades. Dê respostas ponderadas e que não
comprometam a imagem da instituição e os negócios envolvidos.

LIDERANÇA

A capacidade de liderar pessoas e equipes efetivamente, extraindo o melhor


de cada talento para que alcancem grandes resultados e fazendo com que
todas as pessoas consigam trabalhar em sinergia, é fundamental para a
vida profissional. Esta habilidade é cada vez mais procurada por empresas
de todos os segmentos.

As organizações buscam cada vez mais por profissionais que sejam


capazes de tornarem-se porta-vozes de equipes e que tenham a habilidade
de trabalhar como um farol, que guiará seu time. Com a liderança certa é
possível realizar trabalhos melhores e com qualidade de vida no âmbito
profissional.

Vale lembrar que para ser líder não precisa ocupar um cargo de
gestão/chefia, pois a liderança pode ser aplicada independentemente
partido de qualquer posição.

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NEGOCIAÇÃO

Essa competência é uma hard skill, mas ela também é uma soft skill, pois
conta com o lado emocional e uma conjunção de elementos racionais e
estratégicos. A negociação conta ainda com uma ampla literatura dedicada
ao estudo dos elementos necessários para formar um bom negociador. É
possível identificar na diplomacia brasileira o Barão do Rio Branco, entre
outros, por suas exímias capacidades de liderar e negociar.

Os acordos internacionais estão na ordem do dia no campo das Relações


Internacionais. Em um mundo cada vez mais globalizado, é preciso muita
negociação para ter avanços em todas as áreas, tais como: meio ambiente,
direitos humanos, comércio internacional e segurança internacional.
Assuntos transfronteiriços são, via de regra, negociados por atores
internacionais, sendo o Estado o principal deles, mas vale o destaque para a
crescente importância dos entes subnacionais, das Organizações
Internacionais, das empresas e o do próprio indivíduo.

No campo das Relações Internacionais, é importante trabalhar


composições, pois nas relações bilaterais e multilaterais a capacidade
negocial envolve a criação de ambientes de mútua cooperação, de ganha-
ganha, mais do que a visão reducionista da negociação como vitória de uma
parte sobre a outra. A negociação envolve conquistas constantes para todas
as partes, produzindo maior sinergismo e ampliação de resultados.

Essa pode ser considerada a mais importante das competências, por ser a
soma das demais listadas aqui, em especial da habilidade de liderar. Para
muitos, negociar é uma arte e poucos internacionalistas vão de fato
desenvolvê-la. Por isso, você deve procurar ser um analista e um
negociador, combinação capaz de impulsionar qualquer indústria.

O profissional que tem estas competências comportamentais bem


desenvolvidas consegue se destacar no mercado, pois ajuda a empresa ou
instituição a crescer e alcançar os seus objetivos, tendo impactos na cultura
organizacional e na própria percepção sobre a importância do
internacionalista para o desenvolvimento dos negócios e da sociedade.

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DICAS ÚTEIS

Existem inúmeras maneiras de desenvolver novas habilidades, a começar


por cursos específicos. Mas, a melhor escola é a vida. As interações sociais
vão ser a base para aplicar o seu conhecimento, muitas vezes será preciso
romper a descrença, o que requer o “jogo de cintura”.

Para a sua jornada de aprendizado e crescimento seja virtuosa, você precisa


desenvolver a destreza de saber ouvir e ser humilde.

Algumas dicas são úteis e valem ser frisadas:

Trabalhe o seu autoconhecimento


O primeiro passo para começar a desenvolver as competências
comportamentais é descobrir quais delas você já tem bem desenvolvidas.
Você deve trabalhar o seu autoconhecimento no sentido de compreender
quais são suas melhores habilidades comportamentais, aquelas que te
ajudam a ter uma performance de excelência no trabalho, e quais você
precisa melhorar ou eliminar de suas atitudes no dia a dia, para que assim
tenha a oportunidade de crescer.

Desenvolva o seu processo de autoconhecimento, consequentemente você


desenvolverá as suas competências comportamentais, visto que uma coisa
está diretamente ligada à outra.

Aprimore conhecimento
Outro processo no qual você pode investir é no aprimoramento de seus
conhecimentos. É importante ler, mas literaturas adequadas. Leia livros,
revistas, conteúdos na internet, como este, jornais, e outros materiais que te
ajudem, não só a descobri suas melhores habilidades, como a desenvolver
aquelas que precisam de uma força extra.

Participe de palestras e eventos


Existem diversas palestras e eventos gratuitos, transmitidos até mesmo
pela internet, que podem te ajudar a desenvolver suas competências
comportamentais. Neste sentido, é essencial que você procure aquelas que
estejam de acordo com o que você deseja aprimorar, para que haja maior

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facilidade no momento de absorver o conteúdo/conhecimento e também de


aplicá-lo, quando houver a necessidade de utilizar as habilidades recém
desenvolvidas.

Desenvolva o seu networking


Quando conhecemos outras pessoas, independentemente da área de
atuação de cada uma delas, nós trocamos informações, contamos histórias,
compartilhamos e trocamos experiências, o que nos dá, cada vez mais, a
oportunidade de adquirir novos conhecimentos e novas formas de
desempenhar as funções de nosso dia a dia.

Sendo assim, é essencial que você invista também em seu networking,


encontrando outros profissionais para aprender com eles sobre como
desenvolver as competências comportamentais que eles têm, bem como a
ensiná-los a desenvolver as que você tem bem aprimoradas. Dessa maneira,
ocorre uma colaboração mútua, todos se ajudam e contribuem para o
crescimento uns dos outros.

Dito isso, para você que deseja se tornar profissional de Relações


Internacionais ou levar para um novo nível sua carreira, é preciso
acompanhar as tendências do mercado, especialmente sobre os
comportamentos e habilidades mais desejadas pelas empresas.

Uma forma é participar de eventos, como o Congresso de Relações


Internacionais e assistir às transmissões que são interessantes para você
e/ou fazer parte da ANAPRI, instituição que reúne profissionais de Relações
Internacionais.

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COMPETÊNCIAS
CONCEITUAIS

Essencial para a atuação profissional, as competências conceituais


permitem ao Profissional de Relações Internacionais pensar os eventos
internacionais e compreender os seus processos sobre diferentes óticas.
Essa competência, adquirida na academia, forma profissionais capacitados
para resolver problemas, formular estratégias, fazer correlações entre
diferentes atores, analisar fatos e eventos e encontrar padrões, símbolos e
significados.

As competências conceituais, junto com as hard e soft skills (competências


técnicas e comportamentais), formam a base constitutiva do
internacionalista. Por ser uma carreira/curso multidisciplinar, um conjunto
particular de domínios científicos são fundamentais, e estão associados ao
pensamento crítico, capacidade de avaliar riscos, de inovar e de projetar
cenários.

Comumente chamado de pilares, um conjunto de disciplinas vão formar a


base da graduação e da atuação como profissional de Relações
Internacionais. Em um mundo complexo, é preciso dominar diferentes
competências conceituais:

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As Relações Internacionais contam com instrumentos teórico-conceituais


que auxiliam na compreensão de diferentes fenômenos que transpassam o
domínio do Estado. A prática diária das Relações Internacionais é marcada
por enquadramentos e visões, por isso o domínio de diferentes conceitos é
essencial para a compreensão dos eventos/fatos internacionais.

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ECONOMIA

A interdependência entre os países se dá especialmente no campo


econômico, sendo o interesse econômico-comercial um dos principais
motores tanto da integração econômica quanto das disputadas entre os
países. As ações de diferentes atores, como a saída do Reino Unido da
União Europeia, os embargos econômicos impostos pelos EUA à Coreia do
Norte, Cuba e Irã, a disputa pelo domínio tecnológico, entre outros temas,
adiciona elementos de complexidade e requer uma ampla leitura e domínio
de conceitos das Ciências Econômicas.

POLÍTICA

Assim como a economia, a política é um dos principais pilares das


competências conceituais. As mudanças no cenário internacional são
reflexo das ações de política internacional traçada pelos Estados e demais
atores para alcançar seus interesses. Para compreender os impactos das
ações políticas (também geopolíticas), é mandatório o domínio de uma
ampla literatura sobre política internacional, além de domínio de geografia e
história. Fazendo o recorte histórico, desde da Guerra Fria até a hoje, nota-se
a emergência de novos agrupamentos de países, novas articulações entre
países e novos padrões de governança global, como o G20, BRICS, IBAS,
Mercosul, entre outros.

DIREITO

As Relações Internacionais contam com um amplo e complexo arcabouço


de normas, tratados, convenções e costumes. Temas como direitos
humanos, comércio internacional, guerra, migração, meio ambiente, águas
internacionais, saúde, comunicações, navegação, entre outros, estão
contemplados no Direito Internacional. Os Estados são soberanos, mas vão
ser signatários de diferentes tratados, assumindo responsabilidades legais
de conduta.

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GEOGRAFIA

A Geografia, por excelência, é a disciplina que se dedica ao estudo das


relações entre as ações diretas e indiretas do homem com espaço. Ela trata
desde do estudo da evolução urbana e rural, da análise das dinâmicas
econômicas, naturais e políticas, até as relações transfronteiriças. No
tocando ao campo das Relações Internacionais, há maior importância para
o domínio da Geografia Humana e da Geopolítica como campo conceitual. O
cerne do pensamento geográfico é formado por debates sobre território,
espaço, lugar, paisagem e região. O território é onde se dão as relações de
poder, por exemplo, conceito essencial para a compreensão das relações
entre povos.

HISTÓRIA

A História é, por excelência, o ramo que se dedica ao estudo das


transformações das sociedades e dos Estados. A análise da formação do
sistema internacional contemporâneo, das transformações econômicas,
políticas, sociais e culturais das sociedades e dos Estados passam pelo
domínio de conceitos da História. Temas como liberalismo, integração
regional, imperialismo, revoluções e capitalismo, entre outros, são
essenciais para entender o cenário internacional atual. Para as Relações
Internacionais, é imperecível conhecer muito bem a história dos
interlocutores, e principalmente a história da sua sociedade e do seu país.

É comum dizer que para ser um bom internacionalista, antes de mais nada,
é preciso conhecer muito bem o seu país (tanto sua geografia quanto sua
história).

DICAS ÚTEIS

As competências mencionadas anteriormente formam o núcleo que todos


os internacionalistas precisam dominar, mas há ainda a Filosofia, a
Sociologia, a Antropologia, a Estatística, a Matemática e a Administração.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Como profissional, você precisará continuamente buscar o aperfeiçoamento


e atualização do conjunto de competências conceituais.

Leia revistas e materiais especializados nas temáticas relacionadas


com a sua área de interesse profissional, elas vão servir para sua
constante atualização e aprendizado.
A academia é por excelência o principal fórum para a formação,
contanto com especializações e cursos de mestrado e de doutorado.
Considere se especializar na sua área de interesse.

Participe de grupos de estudos. Através dessa atividade você pode


compartilhar com os demais participantes e discutir a
validade/aplicação de conceitos.
Pesquise sempre. O campo das Relações Internacionais conta com uma
infinidade de temas que precisam analisados, sendo uma ótima forma
para aplicar conceitos e aprender novos.

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VALORES
ESSENCIAIS

Ora limitado ao desenvolvimento de negócios por grandes multinacionais, a


política externa empresarial tem se tornando uma opção cada vez mais
importante para pequenas e médias empresas, com ou sem atuação no
mercado externo.

Isso se justifica pelo seguinte motivo: é praticamente impossível dissociar


eventos externos, desde crises políticas até conflitos armados, além de
fatores culturais, religiosos e sociais, quando estudamos o comportamento
do mercado, seja no âmbito local, regional ou mundial.

Mudanças foram notadas, em especial com a ascensão chinesa ao posto de


maior balança comercial do mundo, com exportações superiores a US$
2,250 trilhões em 2018, movendo partes importantes das cadeias produtivas
para o outro lado do planeta, que antes sobreviviam justamente pela
proximidade do mercado consumidor, e as tornando globais.

Até mesmo os serviços, quando analisamos a produção de softwares e o


suporte ao cliente por empresas instaladas na índia, podem ser ofertados
por profissionais localizados do outro lado do planeta.

Nesse contexto, emerge um novo profissional. As empresas podem até não


saber que precisam dele, mas sentem que algo precisa ser feito para se
manterem competitivas e extraírem as oportunidades abertas com a
globalização econômica. Trata-se do Profissional de Relações
Internacionais.

Discorrido de forma breve sobre esse cenário, a pergunta que deve ser feita
por aqueles que desejam entrar no mercado de trabalho nascente é: quais
são as características que contribuirão para que eu consiga desenvolver
minha carreira?
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AMOR PELO QUE FAZ

“Escolha um trabalho que você ame e não terás que trabalhar


um único dia em sua vida” – Confúcio

O profissional de sucesso é reconhecido pelo grande carinho que tem pelo


relacionamento interpessoal, pela entrega ao próximo. Então, não é possível
ser um bom internacionalista sem ser apaixonado por aquilo que faz. Isso
significa ser curioso, empolgado e disposto a criar um espaço de atuação
novo, marcado pela cordialidade e foco em trazer novos caminhos.

Parece poético? Mas, em certa medida, deve ser visto dessa forma.
Nenhuma empresa vai contratar alguém que não demonstra empolgação e
amor por sua carreira. Atuar com RI não pode ser visto como um fardo,
apenas uma fonte para ganhar dinheiro para fazer outras coisas mais
interessantes. Dessa forma,
esse profissional não será bem-sucedido.

Enfim, melhor parar a leitura por aqui caso não tenha entendido ainda esse
tópico. Reflita sobre por um momento. Além disso, é nítido para todos que a
paixão é uma das características marcantes de um bom internacionalista.

MOTIVAÇÃO
“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis
uma montanha” – Confúcio

A motivação é uma das principais características de um profissional de


Relações Internacionais, pois a todo momento ele embarcara em novos
desafios. Muitas vezes, em seu ofício, o internacionalista vai enfrentar crises
e dificuldades para encontrar soluções para os desafios da empresa, e as
coisas nem sempre vão acontecer com tanta facilidade e as metas podem
ficar longe de serem alcançadas.

O internacionalista é quem faz a frente para uma expansão comercial, para


a aquisição de novos maquinários e para busca por soluções tecnológicas,
que nem sempre estão acessíveis. Por isso, independentemente das

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

circunstâncias, o profissional deve se motivar sempre e estar atento para as


janelas de oportunidade; só assim ele conseguirá reunir forças e
desempenhar a sua função.

Do contrário, um profissional desmotivado não vai atingir os seus objetivos.

Para vivenciar a motivação, é preciso investir na qualidade de vida. Afinal,


pessoas que se cuidam têm mais harmonia, disposição e audácia para
superar desafios. Por isso, tenha uma rotina saudável, com a prática de
atividades físicas, constante qualificação profissional, valorização da vida
pessoal, boa alimentação, entre outros aspectos que contribuem para o bem
viver.

ATITUDE

“Em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação


prévia, e sem tal preparação o falhanço é certo.” – Confúcio

As três primeiras características formam a base para todas as outras.


Atitude, amor e motivação caminham juntas e se nutrem. É preciso
desenvolvê-las sempre.

Muitos internacionalistas se frustram com o mercado de trabalho


justamente por não entenderem que o campo de atuação profissional para
ele é novo, o que requer desbravar fronteiras e ação.

O internacionalista de deve sempre buscar novos padrões e não pode se


sentir confortável com o que já alcançou.

Não adianta se mostrar motivado com o tema e dizer que ama. No dia a dia
da empresa, esse profissional precisa ser aquele antevê as dificuldades, que
calcula os riscos, que faz o planejamento e que tem atitude para fazer as
mudanças necessárias. Basta observar a posição ocupada por muitos
internacionalistas que trilharam esse caminho. O bom profissional vai
arregaçar as magas e, usando os recursos disponíveis, fará de tudo para
alcançar os mais elevados padrões de qualidade.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Sabendo que a atitude é uma das características de um bom


internacionalista, podemos ampliar o conceito para “proatividade”, ato de
fazer algo óbvio antes de ser solicitado.

Ser proativo é tudo que as empresas, que muitas vezes muitas vezes
precisam ampliar a sua competitividade, querem do seu novo profissional. É
o que ela espera do internacionalista.

PROATIVIDADE

O internacionalista é curioso por natureza. Sempre busca por


transformações e atua em uma constância em prol de formular novos
paradigmas. Por isso, uma vez ciente e detendo conhecimentos avançados,
ele será, naturalmente, proativo e determinado em trazer novos elementos
para o seu ambiente de trabalho.

A proatividade, em especial, para aqueles em início de carreira, deve servir


para atingir as metas e superar as expectativas, mas sem perder de vista a
sua atribuição profissional.

Ser proativo é evitar ser capturado pela rotina, desenvolvendo aptidões para
reinventar permanentemente seu cotidiano, demonstrando capacidade e
criatividade de apontar soluções inovadoras para o futuro.

Como um profissional que costuma tomar a iniciativa, é preciso ter cuidado


(expertise) ao determinar o que deve ser feito diariamente para atingir os
objetivos traçados da forma mais eficiente.

PROFISSIONALISMO

A atuação profissional é cheia de intempéries, justamente por isso é preciso


atuar com o máximo de profissionalismo no desempenho de suas
atividades.

Essa característica é fundamental, pois o torna assertivo e resiliente. Suas


atitudes vão repercutir no seu desempenho de forma, muitas vezes, superior

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

aos outros fatores apresentados anteriormente. O profissionalismo vai fazer


a diferença entre o não e o sim, pois não basta deter um amplo
conhecimento.

A ética é hoje um dos maiores ativos que um profissional pode apresentar


no seu currículo. Quem faz da forma correta, não precisa fazer duas vezes.
Quem atua com profissionalismo já faz correto e não perde tempo com
atividades irrelevantes ou retrabalhos.

Aqueles que evitam o desperdício de tempo e a procrastinação, tendem a ter


maiores oportunidades. Desse modo, o profissionalismo é a maior porta
para novas oportunidades.

Vale frisar: o profissional de Relações Internacionais, por ser ainda


desconhecido de muitos empregadores, precisa criar um processo virtuoso,
gerando assim novas oportunidades e abrindo o mercado para outros
internacionalistas.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

CAMPO DE
ATUAÇÃO

O campo profissional de Relações Internacionais está em constante


transformação, acompanhando as mudanças tecnológicas, econômicas,
políticas, culturais e sociais. Dado cenário, novas oportunidades surgem em
novos setores da indústria e, da mesma forma, diminuem em outros. A
diplomacia pública continua sendo a área de maior interesse e comércio
exterior é a que mais tem absorvido profissionais.

Através do Vagas para Relações Internacionais – VagasRI foi possível


identificar as tendências do mercado de trabalho, com a análise dos bancos
de vagas e de currículo, além do contato diário com diversos profissionais e
empresas.

Conheça as áreas com maior potencial para crescimento e contratação de


Profissionais de Relações Internacionais.

STARTUPS - EMPRESA DE BASE TECNOLÓGICA

As startups são uma tendência. Empresas nascentes com baixo


investimento de capital, profissionais altamente capacitados, e que são
capazes de expandir de forma sólida e acelerada. Elas ganham espaço em
setores engessados, como o bancário e o financeiro e facilitam o acesso ao
ensino e ao transporte, por exemplo. As startup são empresas de base
tecnológica e que buscam a inovação em qualquer área ou ramo de
atividade, sendo sua principal característica a capacidade de se adaptar de
forma rápida ao mercado e de seus produtos e serviços serem escaláveis, o
que significa que o custo para aquisição ou expansão é muito baixo. Para
aqueles internacionalistas que gostam de tecnologia e de empreender, é
sem dúvidas o caminho a ser seguido.

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Procure saber sobre startup enxuta, inovação e empreendedorismo digital.


Entre em contato com os desenvolvedores e converse sobre a
internacionalização. Principais polos tecnológicos: Florianópolis, Recife,
Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte.

MARKETING DIGITAL - INTERNACIONAL

Além do marketing como conhecemos das revistas, jornais e campanhas


publicitárias, o marketing digital ganhou importância e se consolida como
principal forma para marcas e empresas divulgarem e se expandirem para
além das fronteiras nacionais. As empresas especializadas em marketing
digital contam cada vez mais com profissionais de Relações Internacionais
para auxiliar na internacionalização dos seus serviços e clientes, na
identificação de mercados e nas vendas internacionais. Também são de
base tecnológica, sendo muitas dessas empresas também enquadradas
como startups, com destaque para SEMrush e Resultados Digitais.

Para aqueles interessados em atuar nessa área, é essencial uma boa


comunicação, facilidade de se adaptar aos novos cenários e de
compreender qual mensagem deve ser passada. Então, estude sobre
marketing digital, sobre Inbound Marketing — Marketing de Conteúdo, SEO e
Estratégias em Redes Sociais. As empresas de marketing, assim como as
startups, estão espalhadas pelo país, mas destaque para Florianópolis e
Belo Horizonte.

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

O terceiro setor reúne entidades da sociedade civil com fins públicos e não
lucrativos, com o objetivo de solucionar problemas diversos, em especial em
temas sensíveis para a existência e preservação da cultura, do meio
ambiente, da melhoria das condições de vida das pessoas. Elas demandam
profissionais com amplo domínio de política, economia, direito, história,
meio ambiente e sociologia. E, cada vez mais, atuam em searas que
precisam diálogo com diferentes povos e culturas, transpassam os
domínios e capacidades dos Estados. Com agenda internacionalizada, as
instituições buscam ação global, e com isso o Profissional de Relações
internacionais tem ganho cada vez mais espaço.
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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Para aqueles interessados em atuar nessa área, é fundamental que


identifique quais causas têm maior facilidade e quais ONGs estão atuando
em sua cidade. O internacionalista pode se voluntariar e/ou auxiliar na
expansão para sua cidade. As ONGs Estão presentes em todo o território
nacional, mas em especial na região Amazônica e nos espaços carentes de
grandes cidades.

REPRESENTAÇÕES DIPLOMÁTICAS

As representações diplomáticas contratam profissionais locais para auxiliar


na execução das suas atividades de promoção cultural, na organização de
reuniões, no acompanhamento da agenda política do país e no apoio
logístico. Como muitos países contam com restrições orçamentárias, a
contratação de profissionais nativos se torna uma opção mais interessante,
e com inserção internacional brasileira das duas décadas anteriores, muitos
deles estão abrindo ou reforçando suas presenças no Brasil, com escritórios
em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, por exemplo.

Pesquise e busque visitar e acompanhar a agenda das representações


diplomáticas na sua cidade. Elas procuram por profissionais que conheçam
e se interessem pela cultura, estilo de vida e hábitos dos seus países; que
seja um facilitador de negócios.

Estão concentradas em grandes centros econômicos e políticos, mas


também procuram se estabelecer próximas de locais que guardem ligações
históricas e culturais.

CIDADES - PARADIPLOMACIA

A capacidade do Estado brasileiro em promover o desenvolvimento regional


está limitado, colocando o peso sobre os outros entes da federação de
encontrar alternativas para a promoção do desenvolvimento e do
crescimento econômico. As cidades são as mais afetadas e as menos
preparadas para buscar parcerias internacionais, seja para lidar com
problemas sociais, para atrair novas indústrias ou para valorizar seus
aspectos culturais e históricos. A criação de secretarias de assuntos

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

internacionais, independe do seu porte, representa a modernização da


administração pública, algo que era limitado às capitais e às metrópoles é
cada vez mais uma realidade para pequenas e médias cidades.

Se informe sobre a paradiplomacia da sua cidade. É possível propor aos


prefeitos e demais autoridades que considerem a internacionalização da
cidade. Lembre-se de preparar um estudo e uma apresentação sobre o
potencial de internacionalização da cidade. Todas as cidades podem
exercer paradiplomacia.

RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS

Empresas que pretendem se estabelecer no Brasil, vão em algum momento


enfrentar a burocracia brasileira. Além disso, será preciso muitas reuniões e
negociações com diferentes agências e órgãos do governo para que os
negócios prosperem. Muitas empresas estão se especializando nessa área,
oferecendo soluções para diferentes setores e indústrias. Por conhecerem
como funciona a máquina pública, elas conseguem que as autoridades
políticas tomem as melhores decisões e facilitem os negócios, algo que as
demais empresas levariam muito tempo para conseguir. Vários aspectos
são únicos da cultura política e organizacional brasileira, sendo um ótimo
espaço para atuação dos Profissionais de Relações Internacionais.

É um campo em formação, mas há cursos e instituições que atuam na


profissionalização das RelGov. As empresas de Relações Governamentais
vão se estabelecer próximas aos centros político-administrativos, com
destaque para Brasília e São Paulo.

MULTINACIONAIS

A instalação de empresas estrangeiras no país foi estimulada nos anos


1990 como forma de modernizar a economia brasileira e permitir que novos
setores crescessem no país, o que levou tanto as empresas nacionais
quanto estrangeiras a procurarem profissionais que fossem capacitados.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Por se estabelecerem em diferentes países, essas empresas estão sujeitas


as diversas leis, moedas e culturas. Elas vão procurar se integrar da melhor
forma, fazendo ajustes nos serviços e na própria cultura organizacional.
Além disso, essas empresas contam com diplomatas corporativos e
departamentos de Relações Internacionais para defenderem e promoverem
seus interesses em diferentes partes do globo. Um novo fator tem dado às
Relações Internacionais nova importância: a política externa empresarial.
Com as mudanças políticas e conflitos comerciais afetando os negócios, é
preciso ter condições de defender seus interesses e preservar setores
estratégicos.

A principal forma de contratação é por programas de estágio e de trainee,


com possibilidade de crescimento profissional acelerado.

ENSINO E PESQUISA

As Relações Internacionais é um campo muito fértil para reflexões e


estudos. E, com as questões internacionais cada vez mais impactando nas
nossas vidas, é preciso compreender os impactos e as oportunidades que
se apresentam para o país. A área de ensino/pesquisa foi uma as primeiras
a se desenvolver, sendo a RBPI (Revista Brasileira de Política Internacional)
de 1954 e o bacharelado de Relações Internacionais da UnB de 1974,
marcos importantes para consolidação das Relações Internacionais no
Brasil. Com a expansão internacional do ensino, com a adoção de padrões
internacionais, além de convênios para cooperação, as instituições também
contam com secretarias específicas para tratar de assuntos internacionais.
A abertura de novos cursos de Relações Internacionais, além da inclusão de
disciplinas em outros cursos versando sobre, abre inúmeras oportunidades
para profissionais interessados em pesquisa e ensino.

Além do ensino, instituições que se dedicam ao estudo sistemático do


campo internacional estão crescendo no país. Elas contribuem com
análises e estudos setoriais e podem oferecer diferentes materiais que vão
auxiliar empresas e instituições na condução das suas relações
internacionais.

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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

A tradição diplomática brasileira coloca o Brasil em uma posição importante


quando se trata de integração e cooperação internacional, em especial no
âmbito das Organizações Internacionais (OIs). Para lidar com diversas
questões internacionais, desde comércio internacional, assuntos regionais,
meio ambiente, segurança e direitos humanos, os Estados procuram através
de Organizações especializadas defender seus interesses e pressionar para
que outros países adotem posturas condizentes. A globalização e a
interdependência econômica criam inúmeras formas para grupos de
Estados se integrarem e cooperarem, o que leva a criação de Organizações
Internacionais. Essas instituições vão contar com quadros especializados,
sendo o internacionalista o principal deles, e vão estabelecer agências para
desenvolverem suas atividades.

Você pode desenvolver sua carreira como diplomata atuando em uma


Organização Internacional. Confira as oportunidades disponíveis na ONU em
https://unjobs.org/

COMÉRCIO EXTERIOR

A soma das exportações e importações brasileiras foi de 403 bilhões de


dólares em 2019. As empresas de comércio exterior são as grandes
responsáveis por essa cifra. Elas atuam diuturnamente comercializando,
organizando documentações, fazendo acordos, procurando compradores,
ofertando consultoria, entre outros serviços. Os escritórios estão cada vez
mais sofisticados e os serviços vão além do desembaraço aduaneiro, sendo
cada vez mais importante o papel do negociador internacional. Essa
transformação abre espaço para profissionais com boa formação, domínio
de idiomas e que sejam capazes de lidar com as adversidades.

A graduação em Relações Internacionais conta com disciplinas específicas


de Comércio Exterior, sendo fundamental cursos extracurriculares e/ou
estágio para conhecer os processos de importação e exportação.

As empresas de Comércio Exterior se concentram próximas de hubs


logísticos, portos e aeroportos de carga.

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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

DIPLOMACIA

A diplomacia desperta um grande interesse dos internacionalistas, seja para


atuar como diplomata ou para entender as implicações das ações do
Itamaraty. Com as constantes transformações nas relações internacionais e
a maior integração e cooperação entre os países, a diplomacia conserva
tradições, mas se renova. O Brasil é visto como uma importante escola
diplomática por suas tradições e histórico diplomático, sendo o primeiro a
abrir os discursos da Assembleia Geral da ONU, tradição que se iniciou com
o discurso na segunda Assembleia pelo ministro das Relações Exteriores
Oswaldo Aranha. Quanto instituição, o Itamaraty atua em nome da
sociedade brasileira e na defesa dos interesses nacionais.

Para ser diplomata é preciso ser admitido no Instituto Rio Branco por meio
de prova específica, ingressando na carreira como Terceiro-Secretário. As
posições que o diplomata por alcançar são: Segundo-Secretário, Primeiro
Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira
Classe (Embaixador).

Para ser diplomata é preciso passar no Concurso de Admissão à Carreira de


Diplomata (CACD), realizado pelo menos uma vez por ano desde 1996, ser
brasileiro nato, ter aptidão física, ter diploma de curso de graduação de nível
superior reconhecido pelo MEC, entre outras coisas. Por ser um concurso
muito procurado e com poucas vagas, é preciso estudar muito bem a
literatura e temas internacionais. Recomenda-se a preparação com boa
antecedência e, se possível, a realização de curso preparatório.

OUTRAS ÁREAS

Além das áreas mencionadas, você pode identificar oportunidades em


outras indústrias/setores. Observe a pauta de exportações do país,
identifique o potencial das indústrias/setores da sua cidade/região. Em um
mundo globalizado, há sempre um fator internacional para ser desenvolvido.

Os setores do turismo, do agronegócio, do petróleo e gás e da construção


civil estão em processo de reestruturação/modernização, abrindo novas
vagas. Por isso, é importante acompanhar o mercado e desenvolver o seu
currículo para as novas oportunidades.
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GUIA DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PLANEJAMENTO
DE CARREIRA

O planejamento tem se tornado essencial em todas as atividades. A


volatilidade econômica, crises políticas, mudanças familiares, entre outros
aspectos, transformaram substancialmente a forma como as carreiras
acontecem. O que era certo, agora já não é mais. Até carreiras que
tradicionalmente tinham um roadmap natural, já não tem mais.

Pensar no futuro, por mais que os anseios da juventude e a cultura do “dou


um jeito” diga vai lá e faz, é preciso. Um planejamento de carreira é
importante para prover um caminho estratégico para o seu futuro. Então, ao
contrário do “deixa a vida me levar”, o plano vai ser essencial para você se
manter informado das opções disponíveis e também sobre os movimentos
futuros na carreira.

ONDE VOCÊ ESTÁ E SUAS FORÇAS

As pessoas costumam esquecer ou não se dão conta das suas


capacidades. Em uma sociedade de zero feedback e de autocríticas
pesadas, apenas notamos nossas fraquezas e somos lembrados delas a
todo o tempo. Então, é preciso fazer o esforço de descobrir-se e ser
descoberto. As pessoas cientes de seus pontos fortes e potencial tem muito
mais chances de crescerem profissionalmente.

Muitas vezes negamos nossas qualidades, pois queremos ser diferentes ou


nos encaixar em certos padrões. Em uma carreira com poucas
oportunidades, muitos internacionalistas são compelidos a trabalhar em
funções que não se sentem felizes, desperdiçando um imenso potencial.

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Diferente dos estudos para o vestibular, onde tínhamos que trabalhar


nossos pontos fracos para ganhar pontos em disciplinas que não
gostávamos ou que não seriam relevantes para a carreira sonhada, a
jornada profissional requer um profissional dedicado aos temas
estratégicos. É importante trabalhar todos os aspectos, mas focar naqueles
que vão ser úteis na jornada de planejamento profissional.

Dica: comece a trabalhar as competências essenciais para a sua carreira e


esqueça aqueles que não vão te ajudar. Também pergunte para amigos
quais são os seus pontos fortes e fracos.

INDO NA DIREÇÃO CORRETA

Como já dito, a carreira de sucesso não simplesmente acontece. Ela é fruto


de decisões (como a definição de competências/pontos fortes) e da sua
visão de onde quer chegar. Quando você realmente ama o que escolheu
para sua vida profissional, vai fazer o possível e o impossível para alcançar
seus objetivos. Dessa forma, com um objetivo em mente, você vai trabalhar
as habilidades necessárias, estudar e desenvolver as competências
pertinentes.

Se você quer trabalhar em uma multinacional fazendo negócios com a


China, você precisa saber os passos para chegar até lá. Por exemplo, você
pode começar estudando a economia chinesa e conversando com
profissionais que já desenvolvem suas carreiras trabalhando com a China.
Quem já percorreu esse caminho, certamente tem dicas valiosas.

Fazer escolhas não é fácil, um verdadeiro trade-off. Mas quando você tem
um planejamento, tem condições de fazer as escolhas certas, evitando
ganhos de curto prazo por recompensas duradouras. Você será cada vez
menos impactado pelas críticas negativas e não sentirá tanto o peso de ter
que voltar algumas etapas, fazer correções de curso, caso necessário.

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DESENVOLVA SUA IDENTIDADE

Muitas vezes somos compelidos a mascarar quem realmente somos,


negando as origens e a própria história. Estamos, entre todas as transições
mencionadas, entrando em um novo ciclo de mudanças sociais, um
momento de questionamento das diferenças e dos padrões e de
empoderamento de grupos antes/ainda oprimidos. Momento para também
desenvolver a identidade de internacionalista.

Quando você compartilha os seus sonhos, além de fortalecer a sua


consciência, está tornando público uma nova realidade e criando a sinergia
necessária para ser impactado positivamente. Quando as oportunidades
aparecerem, vão saber que é para você. Não se trata apenas de alcançar um
objetivo, mas de construir uma vida de propósitos.

DICAS ÚTEIS

Dito os passos para chegar aqui e ciente da importância de construir um


plano de carreira, alguns conselhos são úteis.

Pense grande
Não se conforme com pouco e não tenha medo de arriscar. Livre-se das
amarras e encare as dificuldades. Caso não possua as habilidades
necessárias para atingir os seus sonhos, isso não deve impedir você de
alcançar os seus objetivos. Seja realista e pragmático: disponha o plano em
etapas, onde vai trabalhar cada um dos aspectos. Escreva o seu plano,
assim será mais fácil visualizar as etapas.

Mude o que for necessário. Não se restrinja a pensar apenas em uma


trajetória e apenas no seu emprego atual. Se para alcançar os seus sonhos
for preciso abdicar de um emprego ou trancar uma faculdade, faça. Mas
tenha um plano de transição.

Defina suas fortalezas e recompensas


Construir riquezas e acumular patrimônio é a principal motivação quando se
trata de planejamento de carreira. Mas não deve ser esse o seu principal
objetivo. Por quê? A estabilidade financeira é resultado da concretização de

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outros objetivos e, além de poder te fazer infeliz e esgotado precocemente,


a realização financeira não acontece antes da realização profissional.

Pense em recompensas ao longo dessa jornada e foque no que você gosta


e faz bem. Caso tenha dificuldades em identificar o que gosta e tem talento,
pregunte para amigos e familiares, eles vão ter observações importantes e
vão despertar em você um potencial que você não tinha notado.

Adapte-se
Até os melhores planos podem falhar. Nem tudo vai sair como planejado,
mas ao mover-se na direção planejada, você vai descobrir um mundo de
possibilidades não imaginadas e suas preferências podem mudar com o
tempo. Portanto, reveja e faça os ajustes necessários no seu plano
regulamente.

Ao desenvolver o seu próprio planejamento, além de saber ajustar, você vai


encontrar as ferramentas necessárias e fará as escolhas certas.

Mais uma coisa…

Em uma carreira complexa como Relações Internacionais é preciso


desenvolver a sua identidade e valores para enfrentar os intemperes e ser
resiliente. Os desafios são enormes, por isso é preciso planejar sempre,
mesmo que tenha isso claro em sua cabeça, vai se surpreender quando
começar a escrever e refletir sobre.

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DESENVOLVIMENTO
DE CARREIRA

As trajetórias profissionais de sucesso variam, mas algumas atitudes estão


presentes em todas. Além de entender os desafios do mercado de trabalho,
é preciso seguir algumas regras – consagradas em outras áreas – para
assumir o controle e crescer profissionalmente, seja você um recém
graduado ou um profissional sênior.

QUAL É A SUA VISÃO?

As empresas desenvolvem uma “visão” do seu negócio, assim todos os


empregados sabem onde a empresa quer chegar. Para o Profissional de
Relações Internacionais, equivale ao seu sonho, por isso é muito importante
pensar na sua carreira sempre. A sua visão pode mudar, isso é
compreensível. Para começar, é importante colocar no papel a sua missão,
visão e objetivos. É uma declaração pessoal sua, uma missão particular e
um compromisso inalienável com você mesmo. A maioria dos Profissionais
que não desenvolvem uma estratégia/visão para suas carreiras vão desistir
e dificilmente vão ter sucesso.

ACREDITE EM SÍ MESMO

Você precisa desenvolver um conjunto de competências técnicas,


comportamentais, conceituais, além de ter um conjunto de valores e uma
visão muito forte da sua carreira. Nenhum profissional começa do topo,
ainda mais em Relações Internacionais. Você vai ganhar experiência,
desenvolver suas competências e visão, mas, para que isso seja possível, é
preciso acreditar em você. Ninguém vai te dar os “parabéns” por um
trabalho bem feito, pois a excelência é seu dever. Por isso, é fundamental
acreditar em você.

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NUNCA PARE DE APRENDER

O profissional de Relações Internacionais que passa alguns anos sem


estudar, sem se desenvolver/praticar, dificilmente volta/entra no mercado.
Além disso, as empresas valorizam o aprendizado continuado, a aquisição e
aperfeiçoamento de novas competências. Fique sempre atento às
transformações do mercado, conheça as novas necessidades e confira se
você está preparado, se seu currículo ainda está atual. Há inúmeras opções
acessíveis de qualificação profissional, tanto online quanto presencial,
tanto pagas quanto gratuitas. Leia livros, participe de eventos e leia revistas
especializadas. Participe de voluntariados, concursos culturais e grupos de
estudos.

DESENVOLVA SUA INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL

Relações Internacionais trata, no fundo, de relações interpessoais, com


diversos fatores agravantes. Além disso, para o crescimento profissional
será essencial conquistar o seu espaço e mostrar o seu valor, tanto para sua
família quanto para os colegas de trabalho. A habilidade de analisar o
ambiente, de conduzir as relações sem causar atritos, de ser respeitado e
ser capaz de influenciar vão ser essenciais na trajetória profissional para
alcançar sua visão. Outro ponto que muitas vezes negligenciado: a
capacidade de ser um bom ouvinte.

DESENVOLVA SUA REDE - NET WORTH

Ter muitos contatos não representa nada, se você não desenvolver sua rede.
Não saia adicionando pessoas nas redes sociais, isso não é networking. O
antigo networking representa uma competição, “ter que aturar” em troca de
uma indicação. Mas, quando você tem uma visão forte de onde quer
chegar, você passa a se encontrar com profissionais que vão querer ouvir e
aprender com você e, ao mesmo passo, vão te ajudar a atingir seu objetivos.
Identifique quem pode fazer parte dessa jornada, convide para um café ou
para um Skype, proponha um projeto em conjunto. Além disso, ingressar em
uma associação profissional é uma ótima maneira de desenvolver sua rede.

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INTEGRE-SE

A participação é um exercício profissional da maior importância. Por isso, é


importante contribuir para o fortalecimento das instituições que apoiam e
desenvolvem atividades voltadas para a profissionalização, para o
desenvolvimento da ciência e para a academia. Entre as instituições criadas
por profissionais e que promovem vantagens para os associados e para a
comunidade como um todo, está a ANAPRI – Associação Nacional dos
Profissionais de Relações Internacionais. Com a união de profissionais,
cientes da importância de cooperar, é possível trazer conquistas únicas, tais
como: garantia dos direitos trabalhistas, mais vagas nas empresas públicas
e privadas, voz nos espaços institucionais, democratização do campo
profissional, descentralização e popularização das Relações Internacionais
a nível regional e nacional. Soma-se ainda a força para campanhas pelo fim
do assédio nos espaços de trabalho, pela igualdade salarial de gênero e pelo
reconhecimento da profissão.

ENCONTRE UM MENTOR
Nessa jornada de crescimento profissional, fazendo networking você vai se
deparar com profissionais que amam orientar, que vão querer acompanhar e
auxiliar no seu desenvolvimento. Você já conta com uma pessoa assim,
você encontrou um mentor. Convide ela para ser sua mentora. para que ela
prepare uma série de atividades e te aconselhe visando o seu crescimento.
A mentoria dentro das empresas também está relacionada com as
promoções – o seu mentor te preparou para assumir novas posições. Além
de auxiliar no planejamento, quando você conta com a experiência de um
profissional, você não comete tantos erros e dispõe de informações
estratégicas e orientação.

CRIE SUA REPUTAÇÃO

Algumas pessoas não desenvolvem suas reputações, pois tem medo da


crítica, de falhar ou de ser mal interpretado. Em Relações Internacionais, é
muito comum. Uma área em construção, errar é uma constante, assim
como as críticas. Nos negócios é importante ter uma reputação, um

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histórico de realizações, de engajamento, de quebra de barreira e, até


mesmo, de fracassos; isso mostra que você é capaz de tomar a iniciativa. É
importante ouvir as críticas, em especial do seu mentor e do seu networking.
Você pode começar escrevendo artigos, dando feedbacks, deixando a
insegurança de lado – nessa hora o mentor é muito útil.

SAIBA SEU VALOR

Como o campo das Relações Internacionais está em transição, as críticas


são pesadas e vão além do necessário. Reflita muito sobre suas
capacidades e sua visão – ela é essencial nesse momento – para
compreender onde você está, quais ações você precisa tomar. Além disso,
você tem que procurar ser o seu melhor, não importa o que os outros façam.
Cada conquista é pessoal, não é uma competição. Se você criou a sua
reputação, construiu projetos e realizou trabalhos importantes, lembre-se de
compartilhar apenas com aqueles que te apoiaram e que se importam com
você. especialmente aquelas em posições influentes que possam te ajudar
a progredir profissionalmente. Para os demais, deixe o seu sucesso falar por
si só.

SEJA CONFIANTE

A confiança é poderosa. Sem ela, você pode ser a pessoa mais preparada,
mas vai ter medo de ir lá e fazer. A confiança é minada diariamente, em
especial por outros profissionais que não conseguem progredir, o grupo dos
pessimistas. Para crescer, é preciso se cercar de pessoas confiantes, que
desenvolverem suas visões e que estão nas suas jornadas também. Para
ser confiante, é preciso seguir os conselhos anteriores. Não adianta. É
preciso ter visão, acreditar, aprender e se cercar das pessoas certas. Confie
e transmita confiança, em especial com aqueles que estão começando.

COMPARTILHE

Ao longo da sua jornada, você contou com muitas pessoas. É uma corrente
positiva. Você precisa compartilhar, mesmo que suas realizações e

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objetivos ainda não tenham sido alcançados. Por ser uma carreira em
construção, cada vez que alguém quebrar esse ciclo, o desenvolvimento da
profissão é retardado. Faça trabalho voluntário para devolver a
sociedade/comunidade; a ANAPRI tem um programa de voluntariado, por
exemplo. Compartilhe sua história no grupo “Relações Internacionais”,
assim você vai inspirar e motivar outros profissionais.

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DIVULGAÇÃO DO
CURRÍCULO

O mercado de trabalho para profissionais de Relações Internacionais é


competitivo, como já destacamos aqui. É comum, dado cenário, encontrar
profissionais super qualificados, mas com dificuldades de manter uma
atuação profissional constante.

O Analista de Relações Internacionais é notado e requisitado dado o seu


reconhecimento, por exemplo, por participar ativamente no desenvolvimento
de um dado setor da indústria. Isso pode ser resumido em: participações
como palestrante em eventos, publicação de artigos em revistas
especializadas e setoriais, por fazer voluntariado e também por ser membro
de instituições que reflitam sua identidade profissional.

Além de trabalhar constantemente em prol do campo de atuação, é preciso


divulgar isso de forma correta. Hoje existem diversas formas de ser
encontrado por empresas, por isso, vamos listar as principais plataformas e
redes onde você deve se cadastrar e manter um perfil.

REDES SOCIAIS

O LinkedIn se tornou uma rede social estratégica para os caça-talentos e,


em particular, para os profissionais que querem alçar voos maiores em suas
carreiras. Através dessa rede, é possível criar um currículo com suas
informações profissionais.

Mas, lembre-se: trata-se de uma rede. Você também precisa construir um


relacionamento com seus pares. É possível publicar conteúdo, seguir líderes
e referências na sua área, encontrar colegas de trabalho, recomendar
atributos profissionais aos seus colegas e participar de grupos específicos.

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Vale destacar: todas as redes sociais são importantes. Por isso, o


empregador também pode procurar saber mais sobre você e sua reputação
nelas. Destaque para: Facebook, Instagram e Twitter. Além de manter um
perfil profissional no Linkedin, é preciso cuidar do conteúdo que você
compartilha e segue, pois, as empresas querem profissionais idôneos e com
reputações ilibadas.

O analista de Relações Internacionais é requisitado a produzir conteúdo


especializado sobre temas que confluem e contribuem para o avanço da
área qual ele se dedica, e as redes sociais servem de vitrine para o seu
trabalho.

Outra forma de divulgar e contribuir para o desenvolvimento profissional é


expandir para o conteúdo em áudio e vídeo, seja por podcast ou por canal
no Youtube.

AGÊNCIAS DE EMPREGO

Por excelência, a principal forma de encontrar uma vaga é por uma agência.
Ela cuida de todas as etapas que envolvem uma contratação: desde a
abertura de novas vagas, qualificação profissional, aplicação de avaliações
técnicas e intermediação no processo seletivo dos profissionais pelas
empresas. Elas podem ser globais, regionais e especializadas.

AGÊNCIAS GLOBAIS

Entre as globais, o grande destaque é para o Vagas.com, onde é possível


cadastrar gratuitamente o seu currículo, diferente de outras que cobram por
esse serviço. O Vagas é, atualmente, a principal agência para programas de
juniores e de estágios, além de contar com boas oportunidades para cargos
executivos e de nível pleno.

As empresas multinacionais e grandes empresas nacionais são as


principais utilizadoras do Vagas em seus processos seletivos. A plataforma
tem funções úteis que facilitam e automatizam etapas importantes, e
dispõe de testes comportamentais e de certificação de nível de proficiência
em línguas.
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É uma excelente opção para profissionais dispostos a mudar de cidade e


que queiram atuar em grandes empresas transnacionais.

AGÊNCIAS REGIONAIS

A maioria das contratações se dão em nível local e regional. As empresas


procuraram para suas plantas produtivas ou escritórios regionais
profissionais que conheçam bem a realidade local e que sejam residentes
delas.

As agências locais, por sua vez, são uma ótima alternativa para iniciar sua
jornada profissional, em especial se você pretende se estabelecer na cidade
ou região. Elas podem ser administradas pelos municípios e muitas
oferecem cursos de qualificação profissional que atendem às necessidades
e características da indústria local.

Procure saber quais são as agências que prestam esse serviço na sua
cidade e cadastre o seu currículo. Muitas vão fazer um processo de
acolhimento dos currículos pessoalmente.

É uma excelente opção para desenvolvimento profissional e para entrar no


mercado de trabalho, em especial nas empresas com potencial para
inserção internacional e que precisam de profissionais multifuncionais.

Dica: confira sempre os jornais e portais da sua cidade.

AGÊNCIAS ESPECIALIZADAS
Um novo tipo de agência tem crescido de importância no Brasil; trata-se das
agências de emprego especializadas. Elas atuam com um perfil profissional
específico, como o do internacionalista, ou em um setor da indústria em
particular, como o de Petróleo e Gás.

Elas são, por excelência, a principal alternativa para aqueles que querem
atuar em um campo profissional delimitado. Por isso, esse tipo de agência
geralmente é mantido por instituições que atuam na promoção do campo de
atuação desse profissional em específico.
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O Vagas para Relações Internacionais (VagasRI), por exemplo, desenvolvido


por profissionais de Relações Internacionais, é uma das principais
alternativas para internacionalistas. Empresas, representações diplomáticas
e organizações não governamentais que querem contratar esse profissional
recorrem ao VagasRI para consultar o banco de currículos e também para
disponibilizar vagas exclusivas para esse perfil profissional.

Por se tratar de um serviço especializado, tem maior facilidade de entender


e atender as necessidades apresentadas tanto pelos contratantes quando
pelos candidatos. A agência visa preparar o profissional de Relações
Internacionais para as principais exigências do mercado, além de
disponibilizar vagas específicas e trazer benefícios exclusivos em
instituições parceiras – como a Associação Nacional dos Profissionais de
Relações Internacionais (ANAPRI).

DICAS ÚTEIS

Mesmo que a oportunidade que você procura ainda não tenha aparecido,
você deve cadastrar o seu cadastro nessas agências e redes sociais. Um
bom currículo online leva tempo para ser confeccionado e, muitas vezes,
cada agência tem regras e procedimentos que podem ser confusos e
demorados, fazendo você desistir e até mesmo ser desqualificado por
inconsistência nos dados cadastrais.

As melhores oportunidades recebem muitas candidaturas, por isso você


deve sair na frente com um bom currículo online.

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