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Editor: Assessoria Técnico-Administrativa (ATA)

Planejamento e editoração: Raul Colvara Rosinha


Capa: Arthur H. Foerstnow

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deve ser encaminhada à
EMBRAPA - ATA
ex. Postal 11.1316
70.000 Bras(lia, DF

EMBRAPA ANO 10. Destaques dos resultados de pesquisa


de 1982. 1974 - Brasília, EMBRAPA - ATA.

Anual

1. Agropecuária - Sistema cooperativo - Pesquisa - Resul ta-


do. I Empresa Brasilei ra de Pesquisa Agropecuária . Assessoria
Técnico-Administrativa, Bras(lia, DF.

CDD 630.72

@ EMBRAPA
EMBRAPA
Empresa Bra sil ei ra de Pesqu isa A gropecuária
Vinculada ao Ministério da Agricultura

o
Destaques dos resultados de pesquisa de 1982

EMBRAPA ANO 10, Brasília, n9 10, 1983

1973 -1983
MINISTRO DA AGRICUL TURA
ANGELO AMAURY STABILE

EMBRAPA

Presidente
ELlSEU ROBERTO DE ANDRADE ALVES

Diretores Executivos
AGIDE GORGATTI NETTO
JOSE PRAZERES RAMALHO DE CASTRO
RAIMUNDO FONS~CA SOUZA

Foto da Capa fronteira, devido a exigir permanente mio-d~ Sinema Brasileiro de Assistencia Técnica e
-obra na implantaçSo, condução. ellploraçãO e btensão Rural. Atualmente as pesquisas são
A crise do petróleo tem inftuenciado de transformação da produção. desenvo lvidas nos Estados do Acre, Rondônia,
marMI;,a negativa a produção e elevado o preço
O Programa de Incentivo à Produção de Amazonas, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do
da borracha sintética, o que faz aumentar a Sul, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Espírito
Borracha Natural (PROBOR), em sua terceira
importância da borracha natural no contexto
'alie. contempla ações de pesquisa a cargo da Santo, Minas Gerais e São Paulo e nos Ter·
mundial. Afora i~. o aumento de produ ção ritórios Federais de Roraima e Amapá,
EMBRAPA e entidades estaduais participantes
da borracha de origem vegeta l é de extrema
do Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuá-
necenidade. em face de n§o poder ser substj·
ria. A EMBRAPA mantém desde 1974 um convê- As pesquisas visam, basicamente, a redução
tufda integralmente pela ,intética, na labriat-
nio com a SUDHEVEA, possibilitando adequado do perfodo de imaturidade da seringueira,
ção de certOS produtos.
suporte técnico e financeiro ao desenvolvimento obtenção de clones de alta produção e reSiMên·
o Brasil, que jâ foi Buto-suficient e, atual- do Programa Nacional de Pesquisa da Seringueira cia ambiental, maior eficácia das técnicas de
mente apresenta déficit de produçOO de bor- (PNPSeI. O PNPSe • coordenado e e)(eC\ltado manejo cultural t da e)(ploração dos serif'l9ilis
racha natural em torno de 70%. A utilização da pela EMBRAPA, Já foram gerados resu ltados silvestres e a bu$Cll de novos nichos ecológicos
seringueira, contribui também para lixar o de pesquisa de e)(trema impOrtancia com sua para tornar o plantio mais econômico. (Foto
homem à terra, principalmente nali regiões de transferência aos produtores realizada pelo José Roberto Lobato).
Sumário

Apresentação .. ..................... . 5 Energia : um preço para o álcool .. ......... . . 42


1ntrodução ... .. .................... . 7 Redução de perdas no milho armazenado . . 43
Retorno dos investimentos na formação do Mandioca : a adubação e sua economicidade . .. . 45
capital humano . . . ...... . .......... . 9 Hortaliças: uma revolução acelerada . .... ..... . 46
Antecedentes . . . ......... . . .. ...... . 9 Trigo: a luta heróica . ........... . .. . . ..... . 47
Programa de Pós-Graduação . . . . . . . . . . . . . .. 10 Controle de brusone .. .. . . . . ...... . _.. . .. . 49
Programa de Capacitação Contínua . ... . .... 10 Zinco na cultura do arroz . . . . . . . . . .. .... . 50
Resultados e perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . .. 11 Outros resu ltados da pesqu isa agropecuár ia _. 52
Estimativa dos custos e benefícios . . ..... . . . 12 Abacaxi .. . . . . . .. _. . . . . . ......... . . . . . 52
Custos de treinamento 13 Algodão . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . 53
Benef feio do treinamento . ... . ........ . 1;3 Arroz .. .. .. ... .. .. . . .. . .. . . . ... . 54
Benefícios líquidos do treinamento . . .. . . . 14 Banana .. .. . .. _. . . . _..... . .. . . _.. . . 58
Estimativa do retorno dos investimentos . ... . 15 Citros .... . . . _. .. . . _. _.. .. . __ . . .. . ... . 59
Custos e beneffcios não estimados . ........ . 15 Feijão . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . ..... . 60
Síntese e conclusão 17 Florestas . . . ...... _. . . . . . . . . .. ... . 65
Novos sistemas para a avicultura mineira .... .. . 19 Frut icultura de clima temperado 66
Ibagé: raça criada no Brasil. . . . .. . . . 21 Amora-preta .......... . ... ... . . . . . 66
Misturas minerais produzem lucro ..... . 22 Figo . .. . . . . ..... . .... . 66
Sistema EMBRAPA de gado leiteiro . . 23 Maçã . . . .. . ........ _.... . ... . . . 66
Alimentação suplementar para bezerras Morango ....... . _. _. . . ..... . . 67
na seca .... . ............ . 24 Pêssego .. . ... . .. . __.. . . .. . . _.. . . . .. . 67
o búfalo na pecuária da Amazônia . .. .... . 25 Hortaliças . ........ . . . . . . . . . 67
Semente básica - garantia de qt.mlidade 26 Alface . ...... _. ... . • . . . . . 67
Recursos genéticos : base do melhoramento 29 Alho ........ .. . __ ... . . .. _. . . . 67
As potencial idades do arroz em Aspargo 66
Santa Catarina ......... . . . 30 Batata. .... . . . ... . ... .. . . . .
' 68
Uso de fungicidas: economia de sementes Brássicas . . 68
de soja .... .. .... . ..... . . . .. . . . .. . 32 Cebola 69
Vfrus da lagarta da soja: alternativa biológica 33 Cenoura . . 69
"Timbira" - cultivar de soja para baixas la- Chuchu . . . . . ..... . . . ... . . _. . . 70
titudes ......... . 34 Cucurbitáceas ...... . . ... . . . . . . 70
Equipamentos para operações simultâneas . . _. _. 35 Ervilha 70
Seringueira: esforço conjunto Pimenta-do-reino . ... . ... . . ..... . . . . . 70
SUDHEVEA-EMBRAPA ..... . 36 Pimentão 71
Potencialidades do Trópico Úmido. 37 Tomate. 71
Extração e processamento primário Mandioca 72
da borracha . ..... ... ... . ......... _. ... 39 Manga. 75
Alternativas para o Semi-Arido .. ... . .. _.... . _ 39 Milho .. ... ... . . . ... . . ... . . . _. .. . . . . 75
Irrigação com água salina . . . .. _. . ..... . . 40 Ser ingueira 78
Barreiro para irrigação com parede divisória . .... 41 Soja .. . . . . . ... . 78
Mecanização a tração animal: a nova força . ..... 41 Sorgo ......... . 81
Trigo ..... . , . .. . . . . .. .. . . .. .. .. . 84 Cana-de-açúcar .. . 100
Vitivinicultura ... ... . . .. . ... . . . ... . 85 Castanha-do-brasiI 101
Aves .. ...... ... .. ... . . •....... . .... . . 87 Forrageiras ..... . ..... .. . .. .. . .. . . . 101
Caprinos e ovinos . . . ... . . •...... . • ..... . 87 Girassol 106
Gado de corte . .. . . . . . . . . . . . . .. . .. . 89 Guaraná . ... . . . .. . ....... .... . . 106
Gado de leite 91 Mamona . .... .. .......... . .. .. .... . 107
Su (nos ... . . . .. . . ..... . •........ . 92 Milheto . . . ... . ..... .. ... . . ... ..... . 108
Solos 93 Bubalinos ........... . ........... . . . 108
Tecnologia . . . . . .. . . ......... .. .. . , ... . 95 Camarão . ..... . . . .. . ... . .. . •.. . . . . . 108
Diversificação agropecuária . ....•. .. ... . .. 98 Eqüinos ... . ......... . ..... . ... . 108
Abacate .. . ............. . . .. ... . 98 Mecanização . .............. . ....... . 109
Amendoim .. . . .... . ...... .. .. . . . .... 98 Entidades integrantes, recursos humanos
Cacau . .. . . .. .... . .. .. . . . . •.• . . . . . .. 98 e financeiros . . . ... . .... . .... . 111
Café .. .. . ... . .. . . . ... ..... . . 98 Cronologia dos principais eventos
Caju .. .. . ... .... . ........... . . .. .. 100 da EMBRAPA . . . . . . ..... . 113

4
Apresentação

Chegara o ano de 1970. O crescimento elevado portanto, no crescimento auto-sustentado da produ-


da população e da renda per capita, a maior abertura tividade da sua agricultura .
para o mercado externo e a urbanização acelerada, Alguns princípios fundamentais têm norteado a
fizeram a demanda de alimentos e fibras aumentar a vida da EMBRAPA. Vale a pena mencioná-los, sem
taxas bem mais elevadas do que o crescimento da entrar em discussão aprofundada:
oferta resultante da expansão da fronteira agrícola. (1) A dimensão do Brasil, com ecologia muito
O Centro-Oeste e a região Norte oferecem variada, exige uma participação ativa dos Estados,
amplas possibilidades de expansão da fronteira agrí- juntamente com o Governo Federal, na empreitada
cola. Mas, são duas regiões que apresentam proble- de desvendar os segredos da natureza, a fim de que
mas agronômicos específicos que não foram ainda o nosso povo possa se alimentar melhor e ainda nos
estudados. Sem a ajuda da ciência, sua conquista seja permitido exportar. Por isso, temos o Sistema
pela agricultura é uma impossibilidade, a não ser Cooperativo da Pesquisa Agropecuária, pelo qual os
em raras exceções. Entrávamos, portanto, numa Governos Federais e Estaduais juntam-se, cooperati-
era em que até a expansão da fronteira agrícola, vamente, para desenvolver a pesquisa agropecuária.
nossa peculiar maneira de fazer a oferta de alimen- Os Estados criaram suas Instituições de Pesquisa, sob
tos crescer, não se realizaria sem investimento em diferentes formas de organização jurídica, e o Gover-
ciências agrárias. no Federal as apoia com recursos financeiros e hu-
A impossibilidade de redução do diferencial manos, estabelecendo um programa de pesquisa que
elevado existente entre o crescimento da demanda procura a máxima eficiência na aplicação dos escas-
e o da oferta de alimentos e fibras, pela via exclusiva sos meios de que dispomos.
da expansão da fronteira agrícola, não nos deixara (2) Buscou-se interiorizar a pesquisa, instalando
outra alternativa senão estimular o crescimento da unidades de pesquisa onde os problemas se encon-
produtividade da agricultura, tanto no conceito de tram, e não nas grandes cidades do litoral. Essas uni-
produtividade da terra, comQ do trabalho, visto que dades abrigam massa crítica de pesquisadores, bem
a migração ru ra I-u rbana se acelerava. equipados de facilidades de laboratórios e de pessoal
Anteriormente, na década de 60, o mundo em de apoio para as tarefas de campo e de laboratórios,
desenvolvimento compreendeu a falácia do argumen- além de muito bem contemplados no que diz respeito
to que sugeria a transferência de tecnologia dos ao acesso à informação científica gerada no Brasil e
países avançados, sendo possível, assim, eliminar a no exterior.
necessidade de vultosos investimentos em pesquisa
(3) Pesquisa é o pesquiSador. E exigente em re-
agropecuária. Fracassaram quase todos os progra-
cursos humanos treinados a nível avançado. Em virtu-
mas baseados nesta idéia . E os casos de sucesso
de do enorme desenvolvimento das ciências agrárias,
registravam-se em explorações nas quais os países
seria condenar o Brasil a um atraso secular se nos
em desenvolvimento tinham capacidade de pesquisa
isolássemos do mundo . Mas, para tirar partido daquilo
já instalada. Ocorreram nas culturas de exportação.
que existe no exterior, não há outra alternativa senão
No in ício da década de 70, tornara-se patente ter pesquisadores que se equiparem aos melhores, em
que, a fim de equilibrar a demanda e a oferta de competência cient ífica. Depois de se considerar várias
alimentos, não restava ao Brasil outra alternativa alternativas, concluiu-se que a maneira mais barata de
senão investir em pesquisa agropecuária . se atingir esse objetivo era através da pós-graduação.
Depois de muito estudar, o Governo instalou A Empresa empreendeu um programa de investimen-
a EMBRAPA, em 26 de abril de 1973. Apoiou deci- tos em formação de recu rsos hu manos, a nível avança-
didamente o seu crescimento. E o Brasil emerge, do, dos mais notáveis que se tem conhecimento. Pela
entre os países em desenvolvimento, como aquele competência dos seus cientistas, a EMBRAPA é res-
que mais investe, atualmente, em ciências agrárias e, peitada no exterior e as portas da pesquisa do bloco

5
desenvolvido se lhe abriram. Hoje. ela mantém amplo (5) O mérito é a única porta aberta à promoção.
relacionamento com a área internacional. Esse relacio· E os salários são competitivos. pois não faria sentido
namento permitiu-lhe gerar tecnologias e resolver pro- treinar cientistas para que fossem trabalhar em outros
blemas que. de outra forma. teriam exigido mUito países, como ocorreu no passado.
mais dinheiro e tempo. E, mais recentemente, entra- (6) O Sistema é cooperativo. InclUI os Estados,
mos na outra via das "correntes científicas". Antes universidades e, mais recentemente, a iniciativa
era só o receber. Agora, já somos parceiros em assis- particular, com a qual a Empresa se juntou com a
tir, tecnicamente, aos irmãos subdesenvolvidos. A finalidade de amp l iar a capacidade geradora de conhe-
formação de recursos humanos a nivel avançado cimentos.
contribuiu para que se fizesse um diagnóstico mais A tradição de pesquisa dos Estados e do DNPEA
concreto dos problemas e se encontrasse. mais rapi- (Departamento do Ministério da Agricultura que foi
damente, a solução. O programa apresentou taxas incorporado pela Empresa) muito ajudou a caminha-
de retorno elevadíssimas, da ordem de 22%. da da EMBRAPA. Registra-se, também, o apoio das
universidades, da FINEP. do CNPq e de inúmeras
(4) A EMBRAPA é pesquisa aplicada. O concei- outras instituições brasileiras. Do exterior, ressalta·se
to é ilusivo. Mas, entre nós, ele significa que temos a cooperação do 810, BI RO, das universidades, dos
um cliente - o agricultor - e aplicamos os nossos Centros Internacionais e dos Governos dos Estados
recursos e engenhosidade para resolver os problemas Unidos, Japão, França, Alemanha, Canadá e Austrá-
que sua exploração apresenta. As técnicas de pesquisa lia.
são, por vezes, sofisticadas. Envolvem até o desenvol- A EMBRAPA é hoje uma instituição de dez
vimento de teorias e de novos métodos. Mas, o resul- anos. Muito nova na escala que meda a idade das
tado é um só - tecnologia que o agricultor pode instituições de pesquisa. Mas já é apreciável sua con-
usar: simples, para os pequenos e médios produtores tribuição à agricultura brasileira. Recompensa, assim,
e. às vezes, sofisticada, quands a realidade o exige. A amplamente os investimentos feitos pela sociedade
Empresa empreendeu um amplo programa de cons- brasileira.
cientização dos seus pesquisadores, visando levá-los O relatório de 10 anos demonstra ser o sucesso
ao encontro direto dos agricultores e, por outro lado, da EMBRAPA uma vitória da agricultura brasileira.
criou as facilidades para que os agricultores estejam Essa vitória não teria sido poss(vel sem o apoio:
presentes no dia-a-dia de suas unidades de pesquisa. Dos Presidentes Médici, Geisel e Figueiredo;
Somos, hoje, parte do cenário rural e não um corpo Do Ministro Delfim Netto, um entusiasta da
estranho lá incrustado, alienado dos problemas do pesquisa agropecuária, ainda quando professor
campo, apenas preocupado em contribuir para a universitário;
literatura cienHfica. Aliás, as contribuições para a Do Ministro Stabile, que fez da pesquisa agrope-
literatura científica pesam muito pouco no sistema cuária uma das prioridades de sua administração e
de promoção da Empresa. E. ainda assim, somos que dá à Diretoria da EMBRAPA a tranquilidade que
grandes contribuintes. ela necessita para trabalhar.

~~.t..~AAÁ~
Eliseu Roberto de Andrade Alves
Presidente

6
Introdução

Uma das preocupações da EMBRAPA, tem sido • desenvolver tecnologias poupadoras de produ-
a avaliação dos investimentos feitos na Empresa, to; e
desde sua implantação, em 1973. Assim, no relat6rio • melhorar e adaptar máquinas e equipamentos
anterior, foi demonstrada uma alta taxa interna de às condições da agricultura brasileira.
retorno do capital trsico. Aquele índice foi considera-
do dos mais elevados, seja para pa íses desenvolvidos A procura dessas tecnologias é vá lida tanto para
ou em desenvolvimento. culturas, como para criações e tecnologia agrícola
alimentar. Como exemplos mencionam-se o uso de
Este ano, um outro estudo é relatado, procuran- controle biológico de pragas, de feromônios para
do avaliar o programa de treinamento da Empresa. atração de insetos, de rama de mandioca e confrei
Verificou-se que, na hipótese mais conservadora, a como pigmentos para gemas de ovos, e de leite de
taxa interna de retorno foi de 22,2 por cento. Uma búfalas para a produção de iogurt~s e queijos.
hipótese mais otimista considerada, elevou e:üe
{ndice para 28,7 por cento. Como no caso do inves- Alternativas para áreas com características espe-
ciais - Cerrados, Trópico Úmido e Trópico Semi-Ari-
timento em capital f(sico, estes percentuais são muito
do - são também descritas, sempre enfatizando o
elevados, mesmo comparando-se com outras alternati-
vas de investimento, privado ou social, no Pais ou no aspecto econômico das práticas, sem descurar o ponto
exterior. de vista de conservação do meio ambiente.

Como resultado do programa de treinamento, a Nesta l inha são evidenciadas as novas culturas
EMBAAPA passou, em oito anos (1974-1982), de potenciais (gergelim, cártamo, guar e jojobal, a utili-
133 Mestres (MSc.) para 9ô8, e de 15 Doutores (PhO.l zação de água salina na irrigação, o "pasto negro" na
para 266. Parte dos resultados desse esforço (mpar de Amazônia, resistente à cigarrinha, o novo sistema de
aperfeiçoamento são relatados neste documento. beneficiamento do látex de seringueira e os rendimen-
Atenta à conjuntura atual, a pesquisa tem busca- tos promissores (3.200 kg/hal do trigo irrigado.
do aumentar a produtividade., da terra, economizando
Não podem deixar de ser referidos os esforços evi-
energia, seja na forma de combustíveis ou na de
denciados no campo dos recursos genéticos, com a
insumos modernos. Os trabalhos tem sido conduzidos
preocupação de oferecer a base do trabalho de melho-
de maneira a utilizar, da forma mais racional, os
ramento, do levantamento de solos e da produção de
recursos proporcionados pela natureza. Assim, muitas
das tecnologias aqui descritas buscam alternativas que sementes básicas, etapa importante na introdução de
permitam: novas cultivares.
• reduzir o consumo de combustíveis e de insu- Finalmente, convém destacar que esta publi-
mos modernos, por hectare, sem afetar a pro- cação apresenta de maneira condensada, resultados
dutividade da terra; de maior repercussão, em termos de retorno econô-
• reduzir O consumo de energia por unidade de mico ao produtor e beneficio ao consumidor. Infor-
produto, mas com acréscimos no consumo mações mais detalhadas poderão ser colhidas atra-
por hectare; vés dos Relatórios Técnicos Anuais das Unidades da
• produzir energia, através da biomassa, para as EMBAAPA e de publicações similares das entidades
necessidades da propriedade rural e para os que compõem o Sistema Cooperativo de Pesquisa
meios urbanos; Agropecuária.

7
Retorno dos investimentos na formação do capital humano 1

A sociedade brasileira, através da desenvolvimento agrícola voltado para a


EMBRAPA, tem investido maciçamente expansão da fronteira agr ícola e o uso
no treinamento de recursos humanos extensivo da mão-de-obra. Essa tendên-
para a pesquisa agropecuária. Esse treina- cia perdurou até o final dos anos cinquen-
mento tem sido orientado, não só para a ta e início da década de sessenta.
pós-graduação (mestrado e doutorado),
como também para a capacitação contí-
A oferta de trabalho já não era tão
nua. Desde o inicio do programa até
abundante e tornavam-se mais evidentes
hoje, a EMBRAPA investiu, em treina-
as restrições à incorporação de novas
mento, um volume global de Cr$ 38,4
áreas ao processo produtivo agrícola.
bilhões, a preços de 1982.
O País iniciava, também, uma participa-
ção mais efetiva no mercado internacio-
Essa opção do governo federal de nal de produtos agrícolas. Internamente,
investir no treinamento de pesquisado- tornava-se necessário aumentar a oferta
res, na área agrícola, pode ter sido feita de alimentos, para atender a uma crescen-
em detrimento de outras áreas como te demanda, principalmente nos grandes
energia elétrica, saúde, crédito agrícola, centros urbanos.
e até mesmo na própria educação.
Destacou-se, nessa época, a ênfase
No presente ano, a preocupação com a
dada ao fortalecimento do sistema de ex-
rentabilidade do programa de treinamen-
tensão rural, à política de preços míni-
to surgiu a partir do inicio da execucão
mos, ao crédit6 agrícola, aos juros subsi-
do mesmo e cristalizou-se, em prioridade,
diados e aos programas especiais. Suporta-
a partir da avaliação da rentabilidade dos
va tais ações, a hipótese de que os pesqui-
investimentos em pesquisa, tanto a nlvel
sadores e agricultores inovadores brasilei-
agregado (toda a Empresa), como do ca-
ros disporiam de uma vasta gama de
pital físico.
conhecimentos. Faltava, portanto, ao sis-
tema, principalmente os meios para a di-
A avaliação do programa de treinamen-
fusão de tais conhecimentos.
to, aqui desenvolvida, visa calcular a ren-
tabilidade dos investimentos em tal pro- Já em meados da década de sessenta,
grama, destacar seus principais resultados, Fig. 1 - Modernos recursos bibliográficos são
tornou-se claro que a hipótese da existên- colocados à disposição dos pesquisa-
obtidos ao longo do período 1974/82, e cia de um amplo estoque de conhecimen- dores, para fundamentarem seu tra-
evidenciar suas perspectivas em termos de to só existia para algumas atividades e balho.
futuro. É este assunto e, mais especifica- para certas regiões do País. As transferên-
mente, o treinamento do grupo ocupa- cias de conhecimentos de outros centros encontravam em curso. Assim, era de
cional técnico-científico da EM BRAPA avançados não eram tão fáceis e nem tão se esperar que os estoques de conheci-
que se pretende apresentar. efetivas. Por outro lado, a acrise econô- mento no País fossem inadequados e
mica, que acompanhou a crise energética pobres. Como se sabe, o conhecimento
Antecedentes no início da década de setenta, limitou constitui área de atividade humana onde
sensivel mente a conti nuação das pol íti- quantidade não é substituto para quali-
A criação de unidades de pesquisa cas econômicas referentes aos mercados dade. Eram necessários grandes investi-
agrícola, no Brasil, foi inf.luenciada pelo externos e internos, ao crédito e aos pre- mentos em capital humano, de modo a
liberalismo prevalecente na Europa, du- ços mínimos. formar pesquisadores bem treinados, com
rante o final do século passado, principal- alto conhecimento científico e capacida-
mente nas primeiras três décadas do sécu- Em 1971, havia cerca de 3.361 pesqui- de de observação, determinados a resol-
lo XX. O modelo difuso de realização de sadores envolvidos em atividades agríco- ver os problemas dos agricultores.
pesquisa florescia na pesquisa agropecuá- las no Brasil. Destes, 1.090 pertenciam
ria brasileira. A operacionalização de tal ao Ministério da Educação (Universida- Neste ambiente,foi criada a EMBRAPA,
modelo necessitava, entre outros requisi- des, escolas isoladas e outras), 810 ao com ênfase especial em um programa
tos, de uma relativa abundância de re- Ministério da Agricultura e o restante arrojado de formação de recursos huma-
cursos humanos e financeiros. aos governos estaduais, firmas particula- nos, entendido como a base central de
A restrita demanda por pesquisa deri- res e outros Ministérios. Dos pesqui- todo sistema. O novo modelo de pesquisa
vou-se, principalmente, de um modelo de sadores do Ministério da Agricultura, agrícola optou por concentrar esforços
em 1972, somente 93 tinham comple- na pesquisa por produtos, por recursos
A versão completa do presente artigo será tado cursos a nível de mestrado e apenas naturais e por grandes problemas priori-
editada pela EMBRAPA em outra publicação. três, de doutorado. Mais alguns (50) se tários da agricultura brasileira.

9
As atividades de treinamento do pes- FINEP
soal técnico da EMB RAPA começaram, 8IRO-1 8IRO-1I

praticamente, no início das atividades EM8RAPA

da própria Empresa. As ações iniciais USAID 810-I 810-P'


concentraram-se, principalmente, no Pro-
I I I I I I I I I I I I I I I
grama de Pós-Graduação - treinamento Ano 73 74 82 83 84 85 86 ~7 Ano
formal - como exigiam na época as Em negoci ação
necessidades do sistema de pesquisa
Fig. 2 - Fontes de financiamento dos programas de treinamento da EMBRAPA.
agr ícola do Pa ís: Outro componente das
atividades de treinamento, embora inicial- ção no Brasil e no exterior, sendo 300 a permanente. Isto obriga o aperfeiçoamen-
mente menos prioritário, foi o Programa nível de MSc. e 140 a nível de Ph.D. A to dos empregados, atualizando-os e qua-
de Capacitação Contínua. Conforme suas partir de 1976, as metas de incorporação lificando-os para fazer frente às constan-
próprias características e objetivos, este de pessoal foram definidas a partir das tes transformações do seu próprio produ-
Programa passou a ter maior significância demandas apresentadas pelas unidades de to de trabalho . Evita-se, assim, a depre-
somente nos anos mais recentes. pesquisa, utilizando como principal parâ- ciação do capital humano. Ele também
metro de decisão a necessidade de formar atende a necessidade de aumento da efi-
Para o financiamento dos programas equipes multidisciplinares que atendessem ciência dos empregados e de difusão dos
de treinamento da EMB RAPA, têm sido aos problemas de pesquisa. conhecimer.tos gerados pela pesquisa. O
utilizados, desde o iniCIO, recursos programa é simultaneamente utilizado
provenientes de empréstimos específicos Um programa de treinamento for- como elemento motivacional e como
para tal finalidade, além de recursos or- mai de recursos humanos como o da fator de aumento da capacidade cognitiva
dinários do orçamento da Empresa . EMBRAPA só seria eficaz a médio e a do pessoal. Ele inclui a participação em
Entre as fontes de financiamento, de- longo prazos. A duração de um curso de seminários, congressos, simpósios, confe-
vem-se destacar os empréstimos da Agên- mestrado é de cerca de um e meio a dois rências, mesas redondas, reuniões técni-
cia Norte-Americana para o Desenvolvi- anos e meio. Um doutorado dura de três cas, cursos de curta duração, cursos de
mento Internacional (USAI D), da Finan- a cinco anos. Até que os efeitos desse reciclagem, estágios, treinamento em
ciadora de Estudos e Projetos (FINEP), esforço comecem a chegar às atividades serviço, viagens de estudo e similares.
do Banco Internacional para Reconstru- de produção agropecuária, geralmente
espera-se de três a cinco anos após o Os objetivos do Programa de Capacita-
ção e Desenvolvimento (BI R D) e do
término do curso. Os pesquisadores ção Conti'nua podem ser inclu ídos nas
Banco I nteramericano de Desenvolvi-
necessitam de tempo para desenvolver, seguintes categorias:
mento (BID) .
em termos de pesquisa, as idéias rele-
vantes que venham a resultar da aplica- a) qualificação profissional, que inclui
Programa ção de sua capacidade cienti'fica. Apesar a preparação de empregados para o
da indesejabilidade de toda essa espera, atendimento de necessidades ime-
de Pós-Graduação parece não haver alternativa de curto diatas de mão-de-obra (ex .: cursos
prazo, pois a solução para os problemas de treinamento para Auxiliares de
Este programa tem sido orientado
de agropecuária só pode vir através da Biblioteca, de Secretárias e outros);
para criar, no Sistema Cooperativo de
Pesquisa Agropecuária - SCPA, um manipulação de conhecimentos comple-
acervo de conhecimentos condizentes xos, feita por pessoas treinadas em nível
com suas necessidades. Contempla, fun- avançado e com experiência acumulada
damentalmente, o grupo ocupacional no dia-a-dia da investigação científica.
técnico-cienti'fico. O objetivo inicial foi A valores constantes de 1982, os re-
o de treinar, em tempo mínimo, a nível cursos financeiros aplicados no Programa
de mestrado e doutorado, o maior núme- de Pós-Graduação para pessoal técnico
ro possível de pesquisadores incorpora- da EMBRAPA, no País e no exterior,
dos à própria EMBRAPA ou aos diferen- entre 1974 e 1982, foram da ordem de
tes órgãos componentes do SCPA. Atual- Cr$ 8,2 bilhões (Tabela 1) ou US$ 32,8
mente, o propósito de treinamento é o milhões, o que equivale a cerca de quatro
mesmo . Contudo, no caso da EMBRAPA, por cento do orçamento total da Empresa
os critérios de tempo e de número de no referido pen'odo.
pesquisadores foram abrandados em fun-
ção da própria consecução das metas
iniciais. Desta maneira, nos últimos
Programa
anos, o programa se encontra principal- de CapaCitação
mente voltado para a formação dos qua- Contínua
dros de pesquisadores dos outros órgãos
componentes do SCPA. A justificativa deste programa çleriva
das próprias finalidades da EMBRAPA e
A meta inicial deste programa, para o do SCPA, quais sejam, a produção de
Fig. 3 - Materiais cuidadosamente conserva-
período de 1974 e 1975, foi de matricu- conhecimentos e tecnologias. Estes são dos são necessários em vários estudos
lar 440 técnicos, em cursos de pós-gradua- caracterizados por um estado de mudança sobre plantas.

10
l
TABELA 1 - Recursos aplicados em treinamento , no Pafs e no exterior, do grupo ocupacional técnico-cientffico da EMBRAPA, 1974 a 1982
(Cr$ mil)2

Pós-Graduação Capacitação Contrnua


Anos País Exterior Total Pars Exterior Total Total

1974 808.127 88.466 896.593 80.082 12.792 92.874 989.467


1975 1.036.060 230.987 1.267.047 67.337 65.943 133.280 1.400.327
1976 894.239 375.614 1.269.853 91.280 46.556 137.836 1.407.689
1977 676.311 387.027 1.063.338 197.351 41.915 239.266 1.302.604
1978 408.462 495.802 904.264 207.931 68.022 275.953 1.180.217
1979 322.225 538.528 860.753 97.981 38.664 136.645 997.398
1980 330.663 581.523 912.186 66.453 80.014 146.467 1.058.653
1981 267.551 386.946 654.497 120.674 159.985 280.659 935.156
19823 99.400 277.471 376.871 168.000 224.456 392.456 769.327

Total 4.843.038 3.362.364 8.205.402 .1.097.089 738.347 1.835.436 10.040.838

Percentagem 48 34 82 11 7 18 100

1 Inclui as despesas relativas a taxas escolares, auxrtlo manutenção, passagens e diárias, mudanças, seguros, aquisição de publicações técnicas e
elaboração da tese.
2 Valores constantes de 1982.
3 Estimativa para 31.12.82.

b) aperfeiçoamento, que agrega os nistas e responsáveis por financia- equivale a quase um por cento do
objetivos de proporcionar melhoria mentos agrícolas, os conhecimen- orçamento total da EMBRAPA no
horizontal do desempenho funcio- tos e tecnologias gerados pela mesmo período.
nal, ampliando ou reciclando co- EMBRAPA e pelo SCPA. Neste
nhecimentos e adaptando o pessoal caso, os cursos são ministrados Resultados
a novos métodos e técn icas (Ex. : por pesquisadores, para pessoal
Cursos Intensivos de Inglês, de externo ao Sistema (ex.: Cursos
e perspectivas
Redação Técnico-Científica e Pes- de Cultura de Feijão, de Milho, Nos primeiros anos após a criação
quisa Bibliográfica, de Teleproces- de Soja e outros). da EMBRAPA, o esforço em treina-
samento Básico e outros); mento formal foi substancial. De todo
Os recursos financeiros aplicados no o pessoal incorporado ao Programa
c) especialização, com vistas ao apro- Programa de Capacitação Contínua no de Pós-Graduação entre 1974 e 1982
fundamento ou melhoria vertical do País e também no exterior, no período (2.296 técnicos). 1.533 foram da pró-
desempenho funcional, provendo de 1974 a 1982, foram da ordem de pria EMBRAPA e, destes, quase 900
conhecimentos e/ou tecnologias Cr$ 1,8 bilhão (Tabela 1), ou, aproxi- iniciaram os treinamentos entre 1974
correlatos à área de atividades do madamente, US$ 7,3 milhões, o que e 1976. Nos anos mais recentes, obser-
empregado já qualificado (ex.: Cur-
sos de Computação Estatística para lIIlII EM3RAPA

Pesquisadores, de Treinamento em
NÚMERO ~ Outras instituições
Produção de Batata Semente e ou-
tros);
• Bolsistas sem vínculo
3SO 337
d) adestramento, que tem o propósito
300 300
de aumentar, de maneira genérica, a
segurança, a motivação, a criativida- 2!50
de, a eficiência e o controle dos
empregados (ex.: Cursos de Treina- 200
mento Introdutório, de Treinamen-
150 1315
to para Membros da CIPA, de For-
mação de Brigadas de Combate a 100
Incêndios e Desocupação de Prédios
50
e outros);
o
e) difusão de tecnologia, com a finali- 1974 1982 ANOS

dade de disseminar, entre extensio- Fig. 4 - Treinandos incorporados ao Programa de Pós-Graduação da EMBRAPA.

11
va-se uma certa desaceleração do progra- 181 Pesquisador I (B .Sc. ou eqUivalente)
ma em termos do pessoal da EMBRAPA
e um crescimento das incorporações onn Pesq uisador II (M .Sc . ou eqUivalente)
de treinandos de outras instituições do
SCPA e de bolsistas sem vínculo
111 Pesquisador III (Ph.D. ou equiva lente)

empregatício. Este comportamento está


perfeitamente compatível com as metas
iniciais e com os ajustamentos posterio-
res, previstos para o treinamento formal
de recursos humanos para a pesquisa
agrícola . Com a adequação de seu pessoal
técnico-científico, a EM BRAPA passou a
investir mais na formação dos técnicos
dos demais órgãos do SCPA e em bolsis-
tas sem vínculo empregatício. Enquanto
os investimentos neste tipo de bolsista
justificam-se pelo seu potencial e pela
possibilidade futura deles virem a inte-
grar o quadro da Empresa ou o das
demais instituições do SCPA, a maior
participação dos técnicos vinculados
ao Sistema tem sido motivada pela sua
própria expansão e, conseqüentemente,
pelas necessidades de pessoal qualificado .

1 Até 30/ 11 / 82
Fig. 6 - Evolução Q!) grupo ocupacional técnico-científico da EMBRAPA, segundo níveis de
carreira.

Pós-Graduação tem tido influência mar- para a complementação do Programa de


cante na formação do quadro técnico- Pós-Graduação.
científico da EMBRAPA. Deve-se acres- Em linhas gerais, pode-se dizer que es-
centar ainda que muitos pesquisadores tes programas procuram adequar-se às
treinados pela EMBRAPA fazem parte necessidades dos quadros de pessoal da
dos quadros técnicos de outras institui- EMBRAPA e das demais instituições do
ções públicas ou privadas, relacionadas SCPA. I ncorporações ao Programa de
direta ou indiretamente com as ativ i- Pós-Graduação do pessoal da própria
dades de pesquisa agropecuária. Ressal- EMBRAPA deverão ser reduzidas, prin-
Fig. 5 - Novas casas de vegetação com con-
ta-se, como exemplo, o ano de 1978, em cipalmente a nível de mestrado. O esfor-
dições de controle de fatores climá· que 39 pesquisadores treinados pela ço deverá visar a formação especializada
ticos são parte dos recursos com EMBRAPA, a nível de pós-graduação, de pesquisadores em áreas carentes de
que contam os pesquisadores. foram desligados de seu quadro de pes- pesquisa e, principalmente, a m'vel de
soal, para serem incorporados às empre- doutoramento.
No caso da EMBRAPA, os resultados sas estaduais, como meio de fortalecer Dada a sua própria natureza, o Pro-
do Programa de Pós-Graduação podem tecnicamente o SCPA. Além disto, há grama de Capacitação Contínua deverá
ser visualizados pela análise da evolução atualmente (em dezembro de 1982) ter um destacado papel na determinação
do grupo ocupacional técnico-científico, 329 pesquisadores em treinamento, que da qualidade futura dos pesquisadores
segundo seus níveis de carreira. Atual- deverão retornar nos próximos quatro da EMBRAPA e do SCPA. Após o grande
mente, 75 por cento dos pesquisadores anos. investimento que foi feito em termos de
da Empresa têm cursos de pós-graduação.
treinamento formal, caberá a este progra-
Houve, portanto, uma inversão no qua- No iniCIO da criação da EMBRAPA,
ma desenvolver ações, objetivando manter
dro de pessoal técnico-científico, princi- as incorporações de treinandos ao Pro-
e complementar os conhecimentos adqui-
palménte entre os níveis I e II da carreira grama de Capacitação Contínua foram ridos pelos pesquisadores.
de pesquisador. Quanto ao nível 111, ele relativamente modestas, principalmente
se encontra com um crescimento menor, no que se refere a outras instituições. A
mas constante. Vale ressaltar que, dentre começar de 1977, no caso do pessoal da Estimativa dos custos
os pesquisadores atualmente com pós- EMBRAPA, e de 1980, no caso de o utras
graduação, apenas 41 por cento já foram instituições do SCPA, foi que o número
e benefícios
admitidos com mestrado e 50 por cento de participantes neste programa passou a
com doutorado. O restante, respectiva- ser bastante significativo. Este compor- Para se calcular os retornos sociais dos
mente 59 por cento (com MSc.) e 50 tamento já era esperado pela própria investimentos da EMBRAPA, em treina-
por cento (com Ph.D.), foi treinado finalidade do programa, que é voltado mento de recursos humanos, estimaram-se
pela Empresa. Assim, o Programa de para a manutenção de conhecimento e os custos de seu programa de treinamento

12
em pós-graduação e capacitação contínua, ausência do treinando da Unidade de quisadorl, é um custo que será pago
e os benefícios gerados por esse programa Pesquisa tem um custo para a sociedade, pela sociedade durante toda a perma-
para a sociedade brasileira. Não foram estimou-se esse custo supondo que du- nência do técnico na Empresa. Esse
considerados os investimentos referentes rante o período de treinamento foi "con- custo social indireto corresponde mensal-
ao treinamento de pessoal dos demais tratado" um substituto do mesmo n(vel mente à diferença salarial entre o nível
órgãos do SCPA. salarial. Em razão disso, as despesas com salarial no início do treinamento e o
salários do treinamento incluem os salá- novo n(vel obtido logo após a chegada
Custos de treinamento rios do treinando e de seu "substituto", na unidade de origem com o curso
o que na prática. corresponde a dois conclu(do, descontando-se o valor equi-
o programa de treinamento da salários mensais com seus respectivos valente à promoção salarial que o mesmo
EMBRAPA iniciou-se em janeiro de 1974,
encargos sociais. receberia, se não tivesse saído para treina-
embora a Empresa tenha se instalado em
Os custos diretos relativos ao treina- mento (no m(nimo, uma letra cada dois
abril de 1973. Nesse período de transição,
mento propriamente dito incluem os anos).
a EMBRAPA só teve despesas de implan-
seguintes itens: bolsa de estudos, seguro, Na Tabela 2 são apresentados os cus-
tação, e os pesquisadores, porventura em
deslocamento da unidade de origem/uni- tos diretos e indiretos do Programa de
treinamento, foram custeados pelo ex-
versidade/ unidade de origem, viagens de Treinamento da EMBRAPA durante o
DNPEA.
estudo, custeios da tese, ajuda para aqui- período 1974/82.
Para a estimativa dos retornos dos
sição de livros e taxas de matrícula. No que tange aos próximos quatro
investimentos em treinamento, conside-
anos, a Empresa estima que as despesas
raram-se as despesas com salários e de- Com a conclusão do curso de pós-gra-
totais (custos diretos e indiretos) se
mais despesas realizadas com o treina- duação (mestrado ou doutorado), o pes-
manterão ao mesmo n(vel da média
mento durante o período do curso, assim quisador volta com melhores condições
dos anos de 1981 e 1982 (Cr$ 4.159,50
como as despesas correspondentes à para o desenvolvimento de seu trabalho
milhões).
ascensão funcional do treinando. na EMBRAPA, que certamente vão resul-
Tais custos foram calculados para cada tar em maiores benefícios para a socieda-
ano de abrangência do curso. de, no futuro. Entretanto, a obtenção do BenefíciO do treinamento
Como não é dada progressão salarial título de mestrado ou doutorado implica,
Numa instituição de pesquisa agrope-
ao pesquisador durante o pen'odo de trei- de acordo com o Plano de Cargos e Salá-
cuária, os benefícios diretos por ela
namento, as despesas com salários foram rios da Empresa, em ascensão funcional,
gerados podem ser calculados em termos
calculadas diretamente, multiplicando-se tão logo o pesquisador volte à unidade de
de ganhos líquidos do produtor, pela
o salário de cada treinando, pelo número origem. Esta ascensão funcional obtida,
adoção de determinada tecnologia oriun-
de meses do curso. Considerando que a apesar de ser um benefício privado (pes-
da dessa instituição. Esse procedimento
foi recentemente adotado, na estimativa
dos retornos dos investimentos físicos
da EMBRAPA, a nível agregado.
DnII EII! RAPA
No cálculo dos benefícios diretos dos
• Outras i os ti tui ções investimentos da Empresa em treina-
mento, optou-se por procedimento seme-
lhante, com a diferença de que se estimou
a parcela dos ganhos líquidos atribuídos a
esse treinamento. Tais benefícios foram
estimados a nível de cada unidade de
pesquisa da EMBRAPA (Centro ou
UEPAE), da seguinte maneira:

a) fez-se um levantamento de todas as


tecnologias geradas e que já se
encontram efetivamente adotadas a
n(vel do produtor rural;

b) estimou-se, para cada uma das


tecnologias identificadas, os bene-
fícios líquidos diretos do produtor,
atribu(dos à pesquisa da EMBRAPA,
em termos de Cr$/ha ou Cr$/cabe-
ça animal.

Ressalte-se que o processo de geração


de tecnologia envolve geralmente a parti-
1 Até · 30/09/82 cipação de várias instituições de pesquisa,
especialmente no caso brasileiro, onde a
Fig. 7 - Treinandos incorporados ao Programa de Capacitação Contínua da EMBRAPA. EMBRAPA é responsável apenas por par-

13
d) os benefícios anuais foram calcula-
TABELA 2 - Custos do Programa de Treinamento da EMBRAPA1, 1974/82.
dos multiplicando os benefícios
Iíquidos do treinamento pela área
(Cr$ milhões)2 de adoção efetiva das tecnologias.

Foram estimados os benefícios anuais


Despesas de Despesas com Total a partir de 1981, apesar de algumas tecno-
Ano Salários Treinamento ascensão funcional logias da EMBRAPA já estarem gerando
benefícios desde 1978. Dado que o
programa de treinamento da EMBRAPA
1974 1.637,24 989,47 2,20 2.628,91 se iniciou em 1974, arbitrou-se em sete
1975 2.570,20 1.400,33 12,28 3.982,81 anos o período entre o início do treina-
1976 3.704,94 1.407,69 92,10 5.204,73 mento e a adoção efetiva de tecnologia
1977 3.407,50 1.302,60 256,00 4.966,10 resultante desse treinamento, a nivel do
1978 2.688,47 1.180,22 500,46 4.369,15
produtor.
1979 2.650,11 997,40 701,74 4.349,25
O uso, para o cálculo dos benefícios,
1980 2.700,26 1.058,65 799,94 4.558,85
de um retardamento de sete anos entre
1981 2.556,90 935,16 876,21 4.368,27
928,44 3.950,73 o inicio do treinamento e a adoção, im-
1982 2.252,96 769,33
plica supor que, dos benefícios. gera-
O
Total 24.168,58 10.040,85 4.169,37 38.378,80 dos até 1980, nas diversas unidades de
pesquisa da EMBRAPA, nenhuma parcela
pode ser atribuída ao treinamento pago
1 Não inclui os custos de treinamento de pessoal dos demais órgãos do SCPA. pela Empresa. Tal hipótese se justifica,
2 Preços de 1982 (corrigidos pelo lndice 2 - FGVI. uma vez que o treinamento de mestra do
te do segmento de pesqu isa (estima-se vírus, (UEPAE de Cascata) e a produção dura cerca de dois anos e o de doutorado
em cerca de 50 por cento a contribuição de ervilha nos Cerrados (CNP - Hortali- quatro anos, o que daria uma média de
dos Estados e da pesquisa privada). Além ças), só geradas graças a conhecimentos três anos para o treinamento. Além disso,
disso, a EMBRAPA tem aumentado em cursos de pó?graduação. Há ainda a qualquer pesquisa agropecuária leva no
progressivamente o intercâmbio técni- destacar o caso da UEPAE de Altamira, rnmirno três anos, desde a sua implanta-
co-cientrfico (humano e material) com onde os pesquisadores atribuem uma ção até o inicio da adoção de seus resul-
instituições internacionais, o que pode, parcela dos benefícios gerados ao trei- tados.
conseqüentemente, pesar na geração namento de Capacitação Contínua da Os benefícios diretos dos Programas
de determinadas tecnologias. Isso signi· Empresa. de Pós-Graduação e Capacitação Con-
fica .que, apenas em casos excepcionais, A partir dos percentuais que indicam tinua da EMBRAPA, para o período
atribuiu-se à Empresa a totalidade dos a participação dos treinamentos na 1981/86, são apresentados na Tabela 3.
benefícios gerados. geração de cada tecnologia, e dos bene- Essa tabela já apresenta uma estimativa
fícios líquidos atribuídos à pesquisa da dos benefícios do treinamento para os
c) estimou-se a contribuição do treina- EMBRAPA como um todo (item b). cal- próximos quatro anos, feita pelos pesqui-
mento custeado pela EMBRAPA a culou-se o montante de benefícios atri- sadores de cada uma das unidades de pes-
nível de pÓs-graduação e/ou capaci- bu ível ao programa de treinamento da quisa envolvidas. Essa estimativa, para o
tação contínua sobre cada urna-das Empresa, em termos de Cr$/ha ou período 1983/86, ai iada às previsões de
tecnologias que geraram benefícios. Cr$/cabeça animal. custos feitas pelo D R H para o mesmo
período, permitirão a elaboração de
Os valores percentuais da partici-
um fluxo de benefícios I(quidos suficien-
pação do treinamento, obtidos a nível temente longo para o cálculo da taxa
de cada uma das tecnologias geradas pela
interna de retorno dos investimentos
EMBRAPA, variaram de O a 100 por
em treinamento.
cento. Zero por cento significaria que
o treinamento recebido pelos pesquisa- Benefícios líquidos
dores não teve nenhuma influência na
geração de determinada tecnologia. Este do treinamento
foi o caso, por exemplo, das variedades Os benefícios líquidos do Programa
de arroz BR-I RGA-409 e 410, criadas de Treinamento da EMBRAPA (Bene-
pelo I RGA em conjunto com a UEPAE fícios menos Custos) foram calculados
de Pelotas, cujos técnicos na época envol- para o período 1974/86. Esses bene-
vidos não tinham recebido qualquer fícios líquidos, mostrados na Tabela 4,
treinamento pela EMBRAPA. No outro apresentam valores negativos e iguais
extremo, o treinamento teria tido con- aos custos em valores absolutos no
dição "sine qua non" para a geração da período 1974/80, uma vez que nesse
Fig. 8- O processamento de dados veio faci-
tecnologia. Neste último caso, estão, por período não houve geração de bene-
litar sobremaneira os trabalhos de
exemplo, as tecnologias para produção pesquisa, permitindo o uso de técni- fícios pela pesquisa que fossem atri-
de mudas de morangueiro, livres de cas modernas de estatística. buidos ao treinamento.

14
velmente maior que o retorno na educa-
TABELA 3 - ....... 'clo. diretos do Prop.". de T,.n.mlll1:o d8 EMBRAPA, 1981186
ção geral, onde o tipo de conhecimento
absorvido é extremamente diversificado .
CCr' mllhhtj J De qualquer maneira, a ausência de ou-
tros trabalhos na área de avaliação de
retornos de investimentos em programas
B....Hao. por grupo de tecnologi. de treinamento nos moldes do Programa
Aoo Total da EMBRAPA dificulta uma discussão
Acr..dmode Reduçfo de Outrll
mais exaustiva sobre os retornos em edu·
produtividldt tecnologill cação e treinamento.
""'~
Espera'se que a taxa de retorno do
treinamento aumente nos próximos anos,
1981 8.547,54 3.021 ,65 295,12 11.864,31
11 .658,88
em razão da defasagem existente entre
198' 6.264.21 423,81 18.346,68
1983 14.890,71 7.986,17 560,27 23.437,15
a conclusão do curso e a adoÇão, por
parte dos produtores, de resultados de
"''''
1985
1986
19.296,25
23.972,31
28.756,93
9.462,40
11.027,53
" ,463,71
679,01
813,88
984,80
29.426,66
35.813,72
41.205,44
pesquisa derivados do treinamento. Aliás,
esse fato foi considerado neste estudo,
quando foram projetados até 1996 os
benefícios Hquidos médios anuais do
I PrlÇOI de 1982 (c:orrigidol pelo (ndie. 2 - FGVI. perfodo 19B2/86, em vez dos beneHcios
Fonte : Unidldll de Plftquill di EM8RAPA. líquidos do ano de 19B2, e se obteve
uma taxa interna de retorno de 2B,7 por
Estimativa da retomo Apesar dos dados apresentados na Ta- cento para os investimentos no programa
bela 5 mostrarem que o valor da taxa de treinamento da EMBRAPA.
dos investimentos de retorno decresce quando se alcança
o nível mais elevado de educação, a taxa Custos e benefícios
Para efeito do cálculo da taxa interna obtida para a EMBRAPA, situada acima não estimados
de retorno dos investimentos em treina· da taxa de retorno obtida para o nivel
mento, estendeu-se o fluxo de beneHcios universitário, justifica·se, uma vez que O treinamento da EMBRAPA tem sido
I(quidos, mostrado na Tabela 4, até se compara retorno de treinamento fundamental para a construção de um
1996. Quanto ao fluxo de benefícios para geral com retorno de treinamento espe· sistema de pesquisa agropecuária. Esta foi
o perfodo 1983/96, supôs·se que, em c(fico ou orientado. Em outras palavras, a intenção inicial e esta é a tendência dos
termos líquidos. manter·se·ão ao nível o retorno dos investimentos na forma· efeitos já alcançados e descritos. Através
de 1982. Essa é uma hipótese bastante ção de capital humano para a pesquisa deles, pode-se constatar as profundas
conservadora, dado o fato de que grande agropecuária, a n(vel de pós-graduação e tranSformações por que tem passado o
parte das tecnologias derivadas' do trei- capacitação contrnua, deve ser presumi· quadro de pessoal técnico da Empresa .
namento encontra·se numa fase inicial
de adoÇão ou, até mesmo, ainda não está
em condições de ser difun<!,ida aos pro-
TABELA 4 - Benlft_ Ilquidot . . progr."" di treiRMnMto d. EMBRAPA, pertodo 19741
dutores.
(Cr' milhões' I
A taxa interna de retorno estimada
para o Programa de Treinamento da Aoo Beneflc lol c... ~ Benef(cios J(quidol
EMBRAPA foi de 22,2 por cento, o que (B , IBt - 1:,1
l (C t '
demonstra uma alta rentabilidade social
dos investimentos realizados, quando
comparados com outras alternativas de 1974 2.62B,92 2.628,92
investimento. 1975 3.982,81 3.982.81
1976 5.204,73 5.204,73
Os retornos dos investimentos na 1977 4.966. 10 4.966,10
área de educação, cuja rentabilidade é 1978 4 .369,15 ".369,15
1979 4.349,25 4.349,25
considerada elevada, proporcionaram, pa.
1980 4.558,85 " .558,85
ra o ano de 1969, taxas médias de retorno 1981 11 .864.31 4.368,27 7.496,04
de 19, 21 e 12 por cento para os investi· 1992 lB.346,68 3.950,73 14.395,95
mentos brasileiros no ensino de 19 e 29 1983 23.437.15 4 .159,50 19.277,65
graus e no nível universitário, respectiva· 1984 29.426,88 4.159,50 25.267.16
mente. Os retornos dos investimentos no 1985 35.813,n 4.159,50 31 .654,22
29 grau, estimados para a Colômbia, o 1986 41 .205,44 4 .159,50 37.045.94
México e a India, situaram-se entre 12 e
27 por cento, enquanto que, para o n(vel
universitário, estimaram·se taxas que
, Preço. de 1982 (corrigidos pelo rndice 2 da FGV),
variaram entre 3 e 25 por cento (Tabela 5). Fonte : Tabelll I e 2

15
por atualização, eventualmente sob a for-
TA BE LA 5 - Complltllçi5es internlleionllis d. tlIlIIlII d e retorno sociais dos investi mentos em ma de mais treinamento.
ed uQÇJo t% I
Um terceiro grupo de benetrcios para
o indivíduo pode ser classificado como
N(veis de
Estados Unidos sociológico ou, talvez, sócio-psicológico_
Colômbia México Veneluela Chile (ndia Btasil A participação no treinamento cria um
educaçâ"o
1960 1961 1968 1967 195' 1966 1967 1974 relacionamento com professores e cole-
gas cientistas que formam, assim, "co-
li? Grau 3' 14 29 19 légios invisíveis". Estes permitem a
21? Grau 10 27 12 17 17 "
12 21 criação e manutenção de altos padrões
Un iversitário 9 11 3 25 23 12 10 12 de desempenho e criam os necessários
canais de relacionamento, pelos quais
Estas transformações, indicadoras de mente mais amplos: o nível individual, o são veiculadas informações de outros
grande valorização atual deste capital nível da organização e o nível da socieda- cientistas que, assim, influem indireta-
humano, já começaram a produzir o de. Adapta-se, em parte, a sugestão de mente nas pesquisas e na qualidade do
retorno dos investimentos que a socie- examinar a relevância das análises custo- trabalho dos treinandos.
dade brasileira fez, na formação de beneHcio sob o ponto de vista de dife·
recursos humanos para a pesquisa_ Os rentes individuos, grupos e organizações. Do ponto de vista individual, os maio-
dados apresentados sugerem forte evi- Cada um dos efeitos apontados a seguir res custos não estimados do programa
dencia neste sentido_ Há, contudo, tem repercussões em mais de um desses de treinamento dizem respeito à adapta-
efeitos do treinamento que não foram niveis_ Contudo, só serão registrados os ção do treinando no ambiente de estu-
considerados e que serão mencionados efeitos em mais de um nivel quando dos, especialmente se estes forem reali-
a seguir. Da mesma forma, a formação tiverem relevância especial para os de- zados no exterior. A mudança de papel
de capital humano envolve riscos que mais niveis. ocupacional, com a óbvia necessidade
vale a pena discutir. de se adaptarem novamente à vida de
Para os indi'(jduos que participa- estudantes, muitas vezes depois de anos
Além de estudar os efeitos de primeira ram do programa de treinamento da de exercicio da ocupação de pesquisa-
mão para estimar a taxa de retorno, EMBRAPA, o grupo mais evidente de dores, faz com que os bolsistas, especial-
tem-se procurado juntar à análise de cus- beneficios é o de ordem econômica e mente os mais experimentados, ressin-
tos e beneficios o estudo dos efeitos indi· diz respeito a sua valorização no mercado tam-se da perda temporária de "status",
retos dos investimentos em educação. O de trabalho. A melhoria salarial dentro a qual lhes representa um custo apre-
conceito de "spill-over" é usado pela da organização representa beneficio di- ciál/el.
literatura de economia da educação, com reto para eles e custo direto para a orga-
referência aos benefícios decorrentes da nização_ Estes já foram considerados no São numerosos os beneficios do pro-
educação, que incidem sobre pessoas cálculo da ta)(a de retorno. Além disso, grama de treinamento a nil/el da organi-
outras que não aquelas que pagam para aumentam as opções de mercado de zação. Em primeiro lugar, destaca-se a ca-
receber os efeitos diretos. Os autores trabalho, tanto no setor privado, como pacitação individual para desempenhar,
que mais se preocupam com o problema no público e tanto no Pais, como no
com competência, funções diferentes ou
insistem na recomendação de que tais exterior. Ser-lhes-á ainda possível conse-
complementares às do pesquisador, a qual
efeitos sejam mensuráveis em termos guir remuneração complementar ao salá-
eleva a influência da organização t.m as-
econômicos. rio, através de aulas eventuais, confe-
pectos adjacentes à sua meta central. En-
rências, artigos, livros e consultorias.
Duas fontes principais foram usadas tre estes aspectos, a criação ou o aumento
para fornecer indicações_ Em primeiro Embora facilmente quantificáveis, a da capacidade da EMBRAPA de oferecer
lugar, a observação da equipe responsá- nivel analítico, estes benef(cios são cursos de curta duração, tanto para seus
vel pelo presente estudo sugeriu aspectos apenas assinalados, devido a falta de empregados como para o público externo,
quiçá mais relevantes_ Complementar- dados sobre os mesmos. é um efeito muito evidente e que tem
mente, foram exploradOS aqueles que, sido aproveitado. Dar assessoramento
apontados em outros estudos, pareciam Um segundo grupo de benefícios na formulação e/ou execução de polí-
possuir um nível de isomorfismo sufici- para o individuo é de natureza psicoló- ticas agrícolas, além de constituir um
ente com a presente situação, de modo a gica. A participação em programa de benefício a nivel da sociedade, repre-
serem tomados como sugestão para o ca- treinamento provoca desequillbrio cogni- senta também um ganho para a Empresa,
so. Dada a metodologia adotada na esti- tivo, fazendo com que o pesquisador no contexto de suas relações com outras
mativa de taxa de retorno, todos esses busque novos conhecim~ntos para, atra- organizações, especialmente as ligadas ao
aspectos têm como característica comum vés deles, ser reestabelecido esse equilf- Governo_ Ainda no que diz respeito à
o fato de não terem sido medidos quando brio, em nível mais elevado. Embora se relação da EMBRAPA com outras insti-
foram calculados os custos do treina- possa argumentar que parte do processo tuições, o aumento de recursos humanos
mento e seus benefícios a nivel do se realiza durante o período de treina- de nivel elevado cria na Empresa maior
produtor. mento, é r310ável esperar que o contacto domínio sobre suas ações, permitindo
com o acervo de conhecimentos verifica- que a autoconfiança do grupo produza
Como sistemática de análise, tais efei- do na pós-graduação crie uma consciên- interações mais satisfatórias com grupos
tos do treinamento da EMBRAPA serão cia mais ou menos permanente de insufi- externos, tanto do País, como do exte-
classificados em tres níveis seqüencial- ciência e, conseqüentemente, de demanda rior.

16
Os benefícios observáveis dentro da Parece alinhar-se em favor da socieda- elevar o nível de aspirações e a capacidade
organização dizem respeito, sobretudo, de a mais longa lista de benefícios não de desempenho de seus membros, prova-
à elevação do nivel de exigência do de- mensurados do programa de treinamento. velmente provocando efeitos de longa
sempenho dos demais empregados e ser- Muitos deles são efeitos multiplicadores duração sobre o grupo.
viços. Melhoria na aparelhagem dos labo- de alguns benefícios individuais ou da No que se refere ao desempenho dos
ratórios, exigências de mais livros e revis- organização, e se concentram em torno participantes, a sociedade sai lucrando
tas, indicações para compra de títulos do aumento da qualidade do saber de pelo aumento da capacidade para exercer
melhores e mais atualizados nas bibliote- que a sociedade dispõe. funções de direção, determinantes para
cas, melhor organização do serviço de
A sociedade como um todo se benefi- as políticas agropecuárias do País, e
processamento de dados e introdução de
cia pela difusão de conhecimentos rele- pela elevação do respe ito profissional no
processos mais sofisticados de tratamento
vantes decorrentes de aulas que são minis- intercâmbio científico com o exterior.
dos dados de pesquisa são alguns dos
tradas pelos ex-bolsistas, tanto em cursos A existência do programa provocou ,
aspectos da organização que são benefi-
de pós-graduação, como em cursos de aliás intencionalmente, o aumento da
ciados pelo treinamento.
curta duração. Há ainda o saber difunçlido demanda por cursos de pós-graduação
Além do nivel de exigência, é provável em ciências agrárias no País, com forte
que os treinandos contribuam para a me- em livros, artigos e conferências. Da mes-
ma forma, o assessoramento à pol ítica conotação qual itativa e com ênfase nos
lhoria da organização, através da elevação aspectos referentes à criação de conheci -
do nivel de supervisão, aumentando, as- agrícola do Pa ís, dos Estados e dos Muni-
cipios representa oportunidade propicia mentos através da pesquisa científica .
sim, a produtividade do pessoal menos
qualificado das equipes de ~rabalho, espe- à difusão dos efeitos do treinamento so- Um custo indireto para a sociedade
cialmente daqueles de apoio à pesquisa. bre a sociedade em geral. Ainda no que se pode ser representado , no caso do trei -
refere à qualidade do saber, o Programa namento real izado no exterior, pela
Finalmente, a elevação da qualidade de Pós-Graduação da EMBRAPA tem tido importação de ideal de referência alie-
geral da organização apresenta um efeito influência no termo de referência à pes- nigena e sua difusão na sociedade. Tem
mais difuso, porém não menos verdadei- quisa e ao ensino agrícolas nas universi- sido documentado que os estudantes que
ro, na qualidade de mão-de-obra, espe- dades do País, o qual tem provocado vão ao exterior, juntamente com os
cialmente através de maior competição emulação positiva. Tal influência se ex- conhecimentos que adquirem, absorvem
na seletividade da mesma, tanto para ser pande, até msmo do outro lado das fron- os padrões da cultura do pa ís desenvolvi-
contratada inicialmente, como para se teiras do País, principalmente através de do, usando-os como ideal ao procurarem
manter na Empresa. consultorias a organizações de pesquisa um padrão sobre o qual pautar o desen -
Eventual inadaptação de alguns pes- agropecuária da América Latina . volvimento de seu País de origem. Ao
quisadores ao se reintegrarem nas suas lado dos efeitos positivos, tal ideal de
funções é outro aspecto dos custos para O grupo familiar do bolsista, que referência provavelmente causaria alguns
a organização, que, embora ainda não usualmente se desloca com ele para o efeitos negativos, sobretudo no que diz
tratado sistematicamente, vem merecendo local do treinamento, pode desempenhar respei to à adaptação da cultura tradi-
certa atenção da Empresa. As observações papel relevante na difusão dos benefícios cional às novas formas culturais que se
até aqui realizadas indicam, porém, que o sociais. O aumento do seu acervo cultural , manifestam a partir do fenômeno do
problema pode ser menor do que suspei- sobretudo se a experiência é mais diversi- desenvolv imento econômico.
tado. ficada por se realizar no exterior, pode

Síntese e conclusão
O objeti vo deste trabalho foi faze r
uma avaliação dos programas de treina-
mento desenvolvidos e executados pela
EMBRAPA. A Empresa começou a ope-
rar os programas de treinamento após
sua fundação em 1973. Estes programas
ainda estão em andamento e é possível
que, de acordo com os padrões interna-
cionais, seja um pouco cedo para avaliar
seus impactos totais. Isto significa que, na
avaliação feita neste trabalho, os retornos
ao investimento em treinamento podem
estar subdimensionados, po is muitas das
tecnologias desenvolvidas graças aos t re i-
namentos ainda não devem ter gerado
todo seu potencial de benefícios.
Profundas transformações ocorreram
Fig. 9 - Os equipamentos disponíveis nos laboratórios da EMBRAPA permitem que os técnicos no quadro de pessoal técn ico no per íodo
continuem seus estudos realizados no País como no exterior. anal isado (1974-82), como decorrênc ia

17
do Programa de pós·Graduação. Em ter·
mos absolutos, a Empresa passou de 133
MScs. em 1974 para 968 em 1982, e de
15 PhOs. para 226 no mesmo período.
Em termos relativos, somente 17 por cen·
to dos técnicos existentes em 1974
tinham treinamento a nível de pós-gra·
duação. Em 1982, esse nümero atingiu
74 por cento dos técnicos. O Programa
de Capacitação ConHnua, por sua vez,
vem aumentando em intensidade e está
servindo como um dos instrumentos
mais importantes para se evitar a depre·
ciação do investimento em capital hu·
mano.
Os programas em análise, Pós·Gradua·
ção e Capacitação Conanua, demandaram
investimentos maciços. Estima·se em
Cr$ 38,4 bilhões, a preços de 1982, o
custo destes programas de treinamento,
desde sua criação. Para verificar a rentabi·
lidade deste investimento, o presente
trabalho estimou os benefícios dele Fig. 11 _ Um dos resultados do prog,.".,. de treinamento'. dittulgaçlo de I"fiVIDldofi .t,.I/'Is dtl
advindos. Os retornos dos investimentos publicaç&ts /»r. PIIs;qu;~doNts, tknicos ti produtortlfi.
foram estimados, a partir de seus benefí·
cios líquidos, para o período de 1974 a perfodo 1982/86 se manterão nesse nível rural. Os benefícios sociais Ifquidos indi·
1996, usando·se o método da taxa interna até 1996, a taxa interna de retorno do retos dos programas, embora não quanti·
de retorno. treinamento foi de 28,7 por cento. ficados, apresentam·se como argumento
Usando·se uma hipótese mais conser· Esses nümeros mostram a elevada ren· relevante a favor da política de forma ·
vadora, isto é, se os benefícios líquidos tabilidade do treinamento, mesmo quan· ção de recursos humanos adotada pela
anuais do perlodo 1983/96 se mantive' do comparado com qualquer outra alter· EM8RAPA.
rem no nível de 1982, obteve-se uma nativa de investimento privada ou social, Torna·se necessário que esse tipo de
taxa interna de retorno de 22,2 por cen· no País ou no exterior. Ressalte·se que avaliação seja realizado de forma siste·
to. Quando se usou uma hipótese mais essas elevadas taxas de retorno foram mática. Na EMBRAPA, a avaliação deve
otimista, que prevê que os benefícios estimadas considerando apenas os bene· ser feita sistematicamente como uma
líquidos anuais médios calculados para o fícios líquidos diretos a nível do produtor maneira de se verificar, ao longo do tem·
po, se a rentabilidade do programa de
treinamento se mantém em nível ade·
quado. Em outras instituições de peso
quisa e desenvolvimento, servirá para
observar se os retornos dos seus pro·
gramas de treinamento são compará·
veis com os aqui apresentados e com
outras alternativas de investimentos. Em
todas, será um instrumento para aper·
feiçoar o processo de alocação dos recur·
"".
A alta rentabilidade dos investimentos
em treinamento da EMBRAPA, demons·
trada no presente estudo, confirma a
suposição de que a formação de capital
humano para a pesquisa agropecuária
tem gerado grandes benefícios ao País.
Assim, o referido treinamento, pioneiro
quanto a sua dimensão e a sua natureza,
e agora completando apenas dez anos,
determina importantes ganhos para a
agricultura brasileira, contribuindo sobre·
maneira para o desenvolvimento sócio·
Fig. 10 - O 8P~tliÇOlJmllf/to conrlnuo do corpo tknico tb EMBRAPA 'um. d.' fTItItlIs pllf"f1J#I' econômico do País e para a melhoria do
MnttlS M Empre~. nível e da qualidade de vida da sociedade.

18
Novos sistemas para a avicultura mineira

Au mento da densidade sidade populacional; tos têm sido milha, glúten de milho,
populacional - frangos de corte fenos de algumas forrageiras e pigmentos
b) a produção de carne/m 1 aumentou artificiais. A utilização dessas fontes ,
A criação de frangos de corte, com a 38,5%, quando a densidade popula- especialmente as artificiais, vem onerando
densidade populacional de 10 aves/m'. cional passou de 10 aves para 14 o custo das rações para poedeiras, dimi-
era uma constante técnica dos sistemas aves/m1 . Este fato correspondeu a nuindo assim a margem de lucro auferida
de produção avrcola em Minas Gerais e um aumento de 43% na renda pelo produtor.
no Brasil. líquida/m 1 ;
Assim, o Sistema Estadual de Pesquisa
Em 1976. o Sistema Estadual de Pes- Agropecuária conduziu trabalhos no sen-
quisa Agropecuária (EPAMIG, ESAL, c) o aumento de 40% na capacidade
tido de proporcionar alternativas aos pro-
UFMG e UFV) evidenciou a possibilidade de alojamento do Estado, utili·
dutores de ovos. Seus resultados indica-
de se criar até 18 aves/m 2 • utilizando-se a zando a mesma ârea construída,
ram que o feno de confrei e o feno de
separação de sexos. Não foram observadas permitiu, em 1981, com a capa·
rama de mandioca são igualmente efica-
diferenças significativas em relação a mor- cidade para alojar 28.563.650 fran-
zes na coloração da gema_
talidade. ganho em peso e conversão ali- gos, com o valor de Cr$148,75/aves
mentar. Entretanto, a produção de e 70% de adoção dessa tecnologia, A utilização do feno de contrei e do
carne/m 1 foi maior quando a densidade um ganho de Cr$4.970.369.358,OO, feno de rama de mandioca em rações de
populacional aumentou . Assim sendo, em relação à densidade anterior- poedeiras não afetou o desempenho das
o volume de produção passou de 14,8 kg mente utilizada (10 aves/m 1 ). aves. Elas apresentaram bons resultados
(10 aves/m 2 ) para 33,8 kg de peso vivo/m1 quanto à produção e peso dos ovos,
(18 3ves/m 1 ), Estes valores foram as mé- Rama de mandioca e confre i conversão alimentar, viabilidade dos lotes
dias dos pesos de machos e fêmeas. As pigmentos naturais para gema s e qualidade interna dos ovos.
conversões alimentares médias foram de de ovos. r
A utilização de qualquer um dos fenos ,
2,40 e 2,37 para 18 e 10 aves/m1 , res- O consumidor brasileiro possui acen-
pectivamente. a nível de 1,5% de ração, proporcionou
tuado interesse por ovos com gemas de coloração comercial aceitável à gema do
Os resultados foram confirmados nas boa coloração. No sentido de atender a ovo, isto é, 7,11 para o contrei e 7,60
Regiões da Mata, Sul e Centro , onde fo- este interesse, o produtor de ovos tem para a rama de mandioca, de acordo com
ram utilizadas 12.650 aves, na densidade procurado alternativas para obter uma a Escala Roche.
de 10 aves/m 2 e 17.876, na densidade melhor coloração da gema. Esta busca
de alternativas é justificável, visto que Além destes resultados positivos, os
de 14 aves/m 1 (Tabela 6).
se tem tornado crescente a utilização, fenos contribuíram com importantes
Os resultados apresentados permitem nutrientes para as aves e são grandes as
em rações, de produtos com baixo
concluir que: teor em xantofilas (pigmentos), como perspectivas econômicas de sua utilização
por exemplo o 5Orgo granífero. em rações comerciais.
a) a renda líquidalave foi praticamen-
te insensível ao acrésci fIlo na den- As fontes mais comuns desses pigmen·
T A8ELA 6 - Resutt.dos ch pe.qui. IOb,. au,,*"o d. cIInsid... poPu"cionlll nI CI"~ Uso de gaiolas reversas e
di frangos di cortI- R..ihI ..... , Clntro. Sul. Minis a.n ... convencionais - desempenho de
poedeiras co merciais
Demidade Densidade A criação de poedeiras comerciais
Especificaç6et populacional populacional
lO_1m 2
em gaiolas ê uma prática amplamente
14 ..... /m 2
difundida. Por isso mesmo, várias pes-
quisas têm sido condu-zidas com O objeti-
Peso m«lio ao abate (kg) 1,739 1,714 vo de determinar, entre outros, o ta-
Con.umo de ração (kgl 4,163 4.059 manho ideal de gaiola e o número ideal
Conversio a limlntar 2,421 2,420 de aves para ela. O modelo de gaiOla foi
MOl13lidadll (%) 2,36 4,04 sempre o mesmo, até que se idealizou
Recaita/frengo (Cr$ll 214,64 210,98 um outro denominado reverso ou inver-
Despes./frango (Q-S1 1 171,88 '69.20 tido. Neste, as dimensões de largura e
Aenda I(quldli/frango (Cr$) 42,76 42,79 comprimento são invertidas em relação
Produçlo/m2 (Icg) 16,n 23,225 ãs gaiolas convencionais, o que resulta
RI08ita/m 2 (Cr.,1 2.045,39 2.833,25 em maior espaço de comedouro e bebe-
0espesa/m 2 (Q-$)I 1.657,90 2.288,93 douro por ave.
Randalfquida/m 2 ICr$r 387,49 544,33 Considerando este fator, o Sistema
Estadual de Pesquisa Agropecuária ava·
I Os valores da racaita a dlspe_ fOl'am calculados a preços de junho de 1982. liou o desempenho de poedeiras comer-

'9
2
Fig. 12 - O aumento da densidade populacional de áreas de 101m2 (esquerda) para 141m (direita) proporcionou um aumento na renda liquida de
40%.

ciars em dois modelos de gaiolas conven- Entretanto, o modelo reverso de ave, principalmente em relação a níveis e
cionais e suas correspondentes reversas. três aves foi vantajoso em relação fontes de cálcio nas rações.
(Tabela 7). ao normal de três aves, sendo no
entanto pior que de duas (Tabela 8). Atualmente já é reconhecida a influên-
Os resultados mostram que: cia da fonte de cálcio e do tamanho de
suas partículas sobre a qualidade da casca.
a produção de ovos e a conversão Casca de ovo - calcário como fator Assim é que, dos vários suplementos de
alimentar foram significativamente de qualidade cálcio existentes, os mais comumente
melhores nas gaiolas reversas; utilizados são o calcário dolomítico e a
o peso médio das aves não foi As elevadas taxas de perdas de ovos casca de ostras.
afetado pelo tipo de gaiola; estão diretamente relacionadas com a
não houve diferença quanto à baixa resistência da casca. Dentre os di- Há, na região de Lavras, MG, seis moi-
viabilidade das aves entre os tipos versos fatores responsáveis pela resistência nhos de calcário calcítico que fornecem,
normal e reverso para duas aves. da casca do ovo, destaca-se a nutrição da anualmente, 200.000 t do produto às
principais fábricas de ração do País e
ainda a avicultores dos Estados de Minas
TABELA 7 - Esquema de alojamento das poedeiras em gaiolas convencionais e reversas.
Gerais e São Paulo.
Levando em consideração este fator, o
Comedouro e Sistema Estadual de Pesquisa Agropecuá-
Gaiola Frente Fundo Aves bebedouro ria direcionou seus estudos para o setor,
(em) (em) (n~) (em/ave) visando determinar níveis e granulome-
trias ideais de calcário para ração de poe-
deiras.
Convencional (C2S) 25 .• 40 2 12,5
Reversa (R2S) Os resultados mostram que, em ter-
40 25 2 20
mos de produção de ovos, conversão
Convencional (C30) 30 40 3 10
alimentar e qualidade da casca, a melhor
Reversa (R3 O) 40 30 3 13,3
recomendação, quanto à granulometria,
é 1/3 calcário-pintinho (CP) + 2/3 cal-
cário-galinha (CG) (Tabela 9).

Este resultado contrasta com o calcá-


rio-pintinho (CPl, que é a única granulo-
TABELA 8 - Desempenho de poedeiras comerciais em gaiolas convencionais e reversas. metria utilizada pelas fábricas de ração.
Na granulometria indicada pela pesqui-
Conversão Viabilidade sa, a melhor recomendação para o nível
Gaiola Produção alimentar Peso das aves de cálcio é 3,5%, ocasionando uma redu-
(%) (kg/dz) (kg) (%) ção de 2,0% na quebra de ovos, em rela-
ção ao calcário-pintinho com o mesmo
nível de cálcio.
Convecional (C2S) 74,7 1,62 1.596 78,95
Reversa (R2S) 76,6 1,58 1.601 78,18 Tabela de composição de alimentos
Convencional (~O) 70,0 1,74 1.580 61,66 brasileiros
Reversa (R3 o ) 72,0 1,68 1.686 74,56
O conhecimento dos valores da com-

20
.'
TABELA 9 - Granulometria de calcário para raçA'ode poedeiras.

Conversão Perda dos


Granulometria Ca Produção alimentar ovos
(%) (%) (kg/dz) (%)

Cal cãr lo-pl nt inho 3,0 75,00 1,61 9,70


3,5 79,15 1.65 9,00

Calcário-franga (CF) 3,0 71,47 1,76 9,40


3,5 71,30 1,67 8,12

Calcãrfo-qallnha (CG) 3,0 74,06 1,65 12,65


Fig. 13 - O feno de contrei, em nfvel de 1,5%
3,5 73,10 1,64 7,37 na ração, proporciona uma colora-
ção à gema muito apreciada pelos
1/3 + 2/3 CF 3,0 72,91 1,64 7,99 consumidores.
3,5 75,01 1,63 7,68
utilizando-se poedeiras comerciais de
1/3 CP + 2/3 CG 3,0 74,82 1,61 8,45 linhagem leve.
3,5 71,63 1,65 6,93
As rações calculadas, segundo os
valores brasileiros, evidenciaram vanta-
posição química e da energia de alimen- de aves, no Brasil. Foi determinada a gens, no que diz respeito à produção e
tos, produzidos nas condições brasilei- composição química e energia de doze ao peso de ovos, bem como à conversão
ras, é de grande importância no cálculo alimentos - farinha de carne e ossos alimentar, possibilitando um aumento
de rações para aves. (45%), fari»ha de osso (50%), farelo de de 5,9% na produção de ovos e a redução
coco, raspa de mandioca, rnilho-qrão, de 90 g de ração em cada dúzia de ovos
No Brasil, para o cálculo de rações
balanceadas, utilizam-se, em geral, valo- farinha de peixe, farinha de sanque, produzidos.
res de composição qu ímica e energia farelo de soja, sorgo grão alto tanino,
sorgo grão baixo tanino, farelinho e farelo Os resultados apresentados revelam a
metabolizável dos alimentos, encon- necessidade de calcular rações balancea-
trados em tabelas estrangeiras. de trigo.
das para aves, utilizando valores de com-
Assim, visando a elaboração de uma Em seguida, foi realizada uma avalia- posição química e de energia dos alimen-
Tabela de Composição de Alimentos ção biológica das rações formuladas de tos, os mais exatos possíveis, sob pena
Brasileiros, foram estudados os alimentos acordo com os valores determinados e de não serem obtidos os melhores resul-
mais comumente utilizados em rações com os valores de tabelas estrangeiras, tados de desempenho e custos adequados.

Ibagé: raça criada no Brasil

A raça Ibagé é produto de cruzamento Os trabalhos com esse cruzamento veniente da utilização de touros Red
dirigido, no sentido de unir as caracterís- foram iniciados em 1946, na antiga Angus.
ticas de rusticidade do gado Nelore com Estação Experimental "Cinco Cruzes", Nos últimos dez anos o rebanho
as qualidades e produtividade do Aber- que a partir de 1975 foi assumida pela geral Ibagé, manejado em campo nativo,
deen Angus. EMBRAPA. tem apresentado 73% de fecundação em
90 dias de acasalamento (novembro-janei-
O Ibagé reune as seguintes caracterís- A partir de touros Nelore com vacas ro), elevando-se este índice para 95%,
ticas: Angus, a pesquisa testou quatro esquemas quando são usadas pastagens cultivadas
de cruzamento para obter animais com de trevo branco, cornichão e azevém. O
- Do Nelore: grau de sangue 3/8 Nelore - 5/8 A. An- peso médio baixo dos terneiros ao nascer,
• melhor aproveitamento das forra- gus.
23-25 kq, é fator importante na redução
gens grosseiras;
A EMBRAPA prossegue os trabalhos de perdas no parto, principalmente em
• maior resistência aos parasitos
de seleção, através da análise dos dados novilhas de primeira cria. As vacas alei-
externos.
de produção e da abertura de novas tam muito bem suas crias, desmamando
- Do Aberdeen Angus: linhagens de sangue Nelore-Angus, pro- terneiros com pesos médios de 175 kg dos
• grande precocidade; curando usar animais geneticamente supe- sete a oito meses. Os terneiros superiores
• alta fertilidade; riores. Atualmente também está em ultrapassam os 200 kg e, não raro, encon-
• excelente qualidade de carne. estudos uma linhagem "vermelha" pro- tram-se os que superam 230 kg.

21
Os machos em provas de desempenho
têm atingido 1,5 kg de ganho diário. Os
novilhos manejados em pastagens culti-
vadas têm alcançado, aos 30 meses,
400-460 kg com rendimentos de 53-57%,
em carcaças e boa qualidade. Quando
comparado com raças européias defini-
das, o Ibagé apresenta maior resistência
aos ectoparasitas.

A criteriosa investigação desenvolvida


pelos técnicos da EMBRAPA coloca a
instituição à vontade para por em relevo
o gado lbaqé, hoje mais do que nunca,
uma opção altamente viável aos criadores
nacionais.

Como conseqüência do trabalho da


pesquisa, foi criada a Associação Brasi-
leira de Ibagé (ABI), fundada em 1979,
que tem como principais objetivos di-
fundir e controlar os programas de
formação do Ibagé, nos seus diversos
graus de sangue, esquemas de cruza-
mento e de absorção com touros IBAG É,
em rebanhos de qualquer raça.

É crescente o número de criadores


Fig. 14 - A raça Ibagé foi criada especialmente para as condições da fronteira sudoeste do Rio
Grande do Sul.
interessados no Ibagé tendo a A.B.I., até
junho de 1982, inscrito regularmente
Os touros e as vacas possuem boa aptos até 12-13 anos de idade, em regime 40 associados espalhados em municípios
longevidade pois se conservam ativos e de criação extensiva. do Rio Grande do Sul e de São Paulo.

Misturas minerais produzem lucro

Estima-se que, aproximadamente, 25%


dos criadores de gado de corte adota a
prática da suplementação mineral, en- TABELA 10 - Peso médio inicial, final e ganho médio de peso em kg, durante o perrodo expe-
quanto 75% fornece apenas sal comum rimental de 336 dias.
ou deixam os animais sem nenhuma su-
plementação mineral.
Peso médio em kg Ganho médio de peso em
Os estudos mostram que problemas
Tratamento
nutricionais, incluindo deficiências, dese-
Inicial Final kg
quilíbrio ou toxidez de diversos minerais
são alguns dos fatores que mais limitam
a produção e a produtividade da indústria Mistura completa
animal em extensas áreas do território (CNPGC/EMBRAPA) 223,5 367,3 143,8
nacional. Em quaisquer dessas regiões
"problema", o adequado suprimento de Mistura completa
misturas minerais, na dieta dos bovinos, (Comercial) 228,6 358,5 129,9
é um dos principais fatores relacionados
ao bom desempenho produtivo e repro- Sal oomum + fósforo 228,0 295,7 67,7
dutivo dos rebanhos. Com base em
estudos clínicos, laboratoriais e experi- Sal comum 226.4 266,2 39,8
mentação a campo, as deficiências mine-

22
TABELA 11 - Custo dos tratamentos analisados e componentes de seu cãlculo. rais mais importantes para as condições
de pastagens brasileiras seriam : sód io,
fósforo, zinco, cobre, cobalto e iodo .
Tratamentos analisados
Testemunha Sal comum Mist. completa Mistura
Trabalhos realizados pela EMB RAPA
sal comum + fósforo (Comercial) completa com o uso de boas misturas minerais,
(CNPGC/EMBRAPA) feitas com base nas exrgências nutricio -
nais dos animais. nas deficiências encon -
tradas no tecido animal e nas forrage i-
Consumo total ras das pastagens têm mostrado grandes
(kg/cab) 4,518 5,037 5,789 9,063 respostas econômicas à suplementação
mineral de novilhos de corte. Experimen -
Preço (Cr$/kg)l 17,00 50,00 65,00 65,00 to feito pela EMBRAPA, em Mato
Grosso do Sul, mostra aumento signifi-
Custo direto cat ivo no ganho de peso de novilhos de
(Cr$/cab) 76,81 251,85 376,28 589,10 corte, quando misturas minerais comple-
tas foram comparadas com misturas
Custo di reto incompleta~ e os animais achavam-se
adicional em pastagens de capim-colonião (Tabela
(Cr$/cab) 175,04 299,47 512,29 10). o trabalho foi feito com anima is
de aproximadamente dois anos.
Custo direto
adicional + A avaliação econômica (Tabelas 11 e
remuneração 12) mostrou que o tratamento mistura
do capital completa (CNPGC-EMBRAPA) apresen-
(Cr$/cab)2 183,00 313,00 535,00 tou vantagem sobre os outros tratamen-
tos, qualquer que fosse a comparação efe-
tuada, ou seja , apresentou maior bene-
1 Preços vigentes em Campo Grande-MS, em maio de 19827
fício líquido determinístico, o intervalo
2 Capital remunerado a uma taxa real de 6% ao ano.
de variação mais favorável e a única pro-
TABELA 12 - BeneHcio liquido dos tratamentos analisados e alguns indicadores de risco.
babilidade de prejuízo nula. Também foi
notória a superioridade do trata mento
mistura completa (Comercial) com rela-
Sal comum Mistura Mistura ção ao tratamento sal comum + fósforo.
+ completa completa
fósforo (Comercial) (CNPGC/EM BRAPA)
Supondo-se que 20% da região do Bra-
sil Central apresente deficiências mine-
rais, semelhantes às condições em que a
BeneHci o líquido tecnologia foi gerada, é possível calcular
determin ístico o número de cabeças potencialmente
(Cr$/cab) 4.950,33 19.473,66 26.158,33 beneficiárias da tecnologia :
0,20 x 5.955.000 1.191.000 cabeças
I ntervalo do benef(- - 49.001,25 -13.577,18 1.821,18
cio líquido (Cr$/ até até até Benefício líquido anual potencial
cab) 72.210,69 78.755,50 80.293,56 1.191.000 x Cr$ 26.158,33 = Cr$
31 .154.751.030,00
Probabilidade de Benefício Iíquido anual potencial de-
ocorrência de be-
vido a EMBRAPA:
neNcio líquido
Cr$ 31.154.571.030,00 x 0 .5 = Cr$
negativo (%) 39,00 11,50 0,00
15.577.285.515,00.

pistema EMBRAPA de gado leiteiro

A coordenação da pesquisa em gado de a essas funções desenvolv idas pela área ção e modelos básicos de sistema de
leite, em todo o território nacional, tem de Economia e Sistemas de Produção produção.
sido uma preocupação permanente da são o acompanhamento de fazendas O primeiro instrumento visa conhecer
EMBRAPA. Atividades básicas de suporte produtoras de leite, modelos de simula- a realidade da atividade leiteira, a nível

23
de fazendas, servindo de marco de refe-
rência para proposição de mudanças e
fonte de inspiração para novas pesquisas,
face aos problemas identificados.

A simulação matemática, partindo da


realidade evidenciada pelo trabalho de
acompanhamento e das informações
geradas pela pesquisa, tem como finali-
dades básicas avaliar, ex-ente, os custos. e
benefícios, privados e sociais, decorren-
tes de modificações nos sistemas atuais,
funcionando, portanto, como indicador
de áreas potenciais de pesquisa e de sis-
temas de produção a serem testados antes
de serem recomendados para uso pelo
produtor. Fig. 15 - O Sistema EMBRAPA de Gado Leiteiro tem apresentado resultados superiores aqueles
proporcionados pelas tecnologias em uso nas regiões produtoras.
Os sistemas físicos, última etapa do
das técnicas isoladas, mostraram, pelo pelo volume de produção, ou seja,
programa, funcionam como instrumentos
para testar técnicas geradas pela pesquisa menos sob o ponto de vista privado, os pequenas (estrato A), médias (estrato
em condições que mais se assemelham benefícios decorrentes da adoção de B) e grandes (estrato C). A última coluna
às do produtor de leite. Para ilustrar, tal sistema pelos produtores de leite da Tabela refere-se ao modelo físico de
cita-se o exemplo do modelo implantado da região em estudo. A situação atual sistema de produção de leite implantado
na Zona da Mata de Minas Gerais. Neste das propriedades acompanhadas em rela- na EMBRAPA. Para se ter uma idéia dos
modelo, já funcionando por um período ção ao modelo físico da EMBRAPA é benefícios potenciais, decorrentes da
de cinco anos, os resultados técnico-eco- mostrada na Tabela 13. adoção do modelo físico, sugere-se uma
nômicos, apesar de se situarem aquém comparação do estrato C com o sistema
Os estratos P\, B e C referem-se às
daqueles previstos quando da geração da EMBRAPA. Nota-se que o investi-
fazendas acompanhadas, diferenciadas
mento total, o número de vacas em lacta-
TABELA 13 - Situaçio relativa dos estratos de produção, em relaçlo a alguns indicadores. ção e a utilização de mão-de-obra são
praticamente iguais em ambos, enquanto
a margem bruta do sistema EMBRAPA
Estratos Modelo Usico mostra-se 1.72 vezes superior à do estra-
Indicadores to C. Por outro lado, a área utilizada
A B C EMBRAPA para a produção no estrato C é quase
duas vezes superior, sugerindo que o
"excesso" de investimentos em terra
Venda de leite (1) 1 2,9 8,4 14,5 nesse estrato poderia servir de capital
Área (ha] 1 1,6 4,3 2,2 para financiar a reorganização das pro-
Mão-de-obra (serviços) 1 2,0 5,0 5,0 priedades, principalmente na parte de
Vacas em lactação (n<?) 1 2,0 4,6 4,4 instalações, animais e pastagens, propor-
Investimentos (Cr$) 1 1,6 3,3 3,4 cionando, assim, maior produção de leite,
Margem bruta (Cr$) 1 1.9 4,9 8,4 maior margem bruta e liberação de ter-
ra para outras atividades produtivas.

Alimentação suplementar para bezerras na seca

Os sistemas de recria de fêmeas leitei- suficiente para garantir o crescimento ção pelo produtor teria benefícios eco-
ras mais freqüentemente utilizados na normal dos animais. Os problemas de nômicos derivados da maior produção
Zona da Mata de Minas Gerais mostram crescimento refletem-se na idade avan- de leite e da antecipação de receitas
índices de desempenho técnico-econômi- çada da primeira cria e na baixa produ- da venda de leite, de bezerros e do
co considerados baixos. Essa situação ção de leite por lactação ocasionada, descarte de vacas.
parece ser causada, principalmente, pelo inclusive, pelo desenvolvimento corpo- Foi testado um sistema de alimenta-
esquema de alimentação, quase que ex- ral deficiente. ção de bezerras, na época seca, consti-
clusivamente àbase de pastagens, o qual, A identificação de um sistema de tuído de cana-de-açúcar, adicionada a
durante o período seco do ano, não é alimentação de novilhas de fácil ado- 1 % da mistura uréia-sulfato de amônio

24
águas, atingiram a idade de concepção por um período equivalente à diferença
aos 18 meses e a primeira parição em entre as idades ao primeiro parto, entre
torno dos 28 meses. os dois sistemas (17 meses).
Nos sistemas tradicionais, as bezerras
são desmamadas, aproximadamente, aos Considerando uma taxa de juros de
seis meses de idade e mantidas em regi- 12% ao ano, esses rendimentos equiva-
me de pasto até a idade da primeira lem a Cr$ 36.860,00 o que corresponde
cria, a qual ocorre em torno dos 45 a uma margem bruta, por novilha, de
meses de idade, enquanto que no sistema aproximadamente Cr$ 30.000,00. Para
proposto a idade ao pri meiro parto ocor· obtenção desta margem foram conside-
re em torno dos 28 meses de idade. Os rados os seguintes itens: aI uma lactação
custos adicionais do sistema proposto, de 2.000 litros a Cr$ 45,00; b) Cr$
em relação ao sistema tradicional, são 10.000,00 como valor de um bezerro e
apresentados na Tabela 14. cl Cr$ 100.000,00 como valor de uma
vaca leiteira descartada.
As receitas adicionais do sistema o resultado pode ser considerado
proposto decorrem da venda de leite, como subestimado, por se admitir a
bezerros e descarte de vacas, receitas mesma produção por lactação e o mesmo
essas q ue correspondem aos rendimentos preço de venda de vacas descartadas,
dos recursos recebidos antecipadamente, para os dois sistemas em foco.

Fig. 16 - Bezerras 8Ii~nt8da$ WplMnent8r'


TABELA 14 - CultOS adicioJllis do slst'IM proporto pele EMBRAPA, 'm r.llçIo 10 liA'mI
mente fIIJ seC8 podem etingir a ida-
de de colJarTura aos 18 ~U!s ti 11
tr.tiçionll.
pilr;çlo aos 28 meses.

(na proporção de 9: 1), como alimenta- Itens Unido Quant . Preço Custo total Custo/no vilha
ção básica, e de fa relinho de arroz como
concentrado.
Farllinho de arroz kg li.) 13.00 2.340,00 2.340,00
Bezerras desmamadas e alimentadas, Uréia + , ulf. amOnio kg 20.88 58,20 1.215,00 1.215,00
durante o período da seca, com 1 kg de Formaçio de canavia l h. 80.000.00 491.00
farelinho de arroz e cerca de 12 kg de Manutlnçlo de canavial h. 45.000,00 276,00
cana·d e·açúcar + uréia mostraram um Corte, triln,p . 1 dinr. 785,00 1.640,00
ganho médio d iário de 4B5 g. Transferi- Total 5.962,00
das para pastagens, no período das

o búfalo na pecuária da Amazônia


A Amazônia possui extensas áreas de pastagens, em zonas de floresta. Assim, de carne, a pesqu isa tem revelado a capa·
pastagens nativas, localizadas em terras através da ocupação bubalina dessas cidade de obtenção de pesos vivos de
inundáveis, estimadas em cerca de 15 áreas, associada à formação de pastagem abate de até 450 kg, com um ano e
milhões de hectares, o nde os bovinos cult ivada em solos de mata fina e áreas meio de idade, utilizando tecnologia
mal conseguem sobreviver. Adema is, marginais de floresta de terra inundável, apropriada, produtividade esta superior
existem nessa região, aproximadamente, utilizando tecnologia apropriada, é possí- à média regional, em torno de 350 kg,
30 milhões de hectares de pastagens vel estabelecer uma população bubalina próximo dos três anos de idade. Além
nativas em solos pobres de cerrado, superior, várias vezes, à bovina regional disso, convém ressaltar que a média
constitu ídas de forragem grosseira e de ex istente, com uma pecuária de leite e regional para bovinos é de quatro ar;1Os
baixa qualidade, as quais não permitem carne, ecológica, econômica e socialmente com 350 kg. Não existe qualquer dife-
o progresso bovino. adequada para o trópico úmido. rença significativa entre a carne bubalina
e a bovina, sendo as duas )á comerciali·
Entretanto, mesmo nessas condições, zadas indistintamente nos açougues.
os bubalinos produzem satisfatoriamente, A EMBAAPA possui, hoje, o maior
aproveitando áreas ociosas sem causar acervo de conhecimentos técnicos de Com relação à produção de leite, a
preju ízo à ecOlogia regional, como os todo o Continente Americano sobre EMBAAPA tem conseguido obter média,
~esmatamentos, para estabelecimento de bubalinocultura. No referente à produção por lactação, de 2.600 kg de leite por

25
búfala em regime de pastagem, empre- muito · superior ao do bovino e apresen -
gando técnicas adequadas de criação, ao tando-se insubstitu ível no preparo de
passo que a média da região para búfalos áreas em terrenos alagadiços.
e bovinos está em torno de 1.000 kg.
Resultados de pesquisa têm evidenciado A tecnologia gerada pela EM BRAPA
que o leite bubalino é mais nutritivo do vem sendo largamente utilizada pelos
que o bovino, apresentando menor con- criadores regionais. Como exemplo, ci-
teúdo de água, maior teor de proteína ta-se que a Superintendência do Desen-
e minerais, bem como percentagem mais volvimento da Amazônia, somente nos
elevada de gordura. Além disso, o leite últimos dois anos, incentivou, com
de búfala apresenta maior rendimento recursos financeiros, a implantação de
industrial para laticínios do que o leite projetos de criação de búfalos, envolven-
bovino, havendo inclusive completo do- do cerca de 50 mil animais, em aproxima-
mínio tecnológico por parte da pesquisa damente 85 mil hectares de pastagens,
da EMBRAPA nessa área. pri nci pai mente nativas em terras . inundá-
veis, com tecnologia gerada pela pes- Fig. 17 - O búfa;o é o animal ideal para o
Partindo de média de percentagem quisa. Ademais, o interesse é tão grande clima tropical. As fêmeas podem
de nascimentos em redor de 65% para que os projetos de criação de búfalos, produzir 2.600 kg de leite por
búfalos, no setor de produção, a pesquisa lactação, com alto teor de gordura.
aprovados nos três últimos anos pela
desenvolveu técnicas apropriadas que SUDAM, representaram cerca de 25
permitem a obtenção de percentagem por cento de todos os projetos agrope- "CPATU Branco Macio", cujo rendi-
média de nascimentos de aproximada- cuários aprovados. mento é de 4,7 litros de leite de búfalas
mente 85%. É importante destacar que p·ara um quilograma de queijo fabricado;
os bovinos mostram, na região, valores Com a evolução da pesquisa com bú- queijo "Mozzarella", que necessita 5,5
médios inferiores a 60%. Os sistemas falos, atualmente é possível afirmar litros de leite de búfalas para um quilo-
de produção recomendados pela pesquisa que ela proporciona um aumento de grama do produto; queijo "Provolone",
têm possibilitado a redução do índice eficiência econômica superior a 50%, que tem apresentado um rendimento de
de mortalidade dos animais em mais em relação aos sistemas bubalinos tradi- 5,5 a 6,5 litros de leite/kg de queijo.
de 50%. A pesquisa mostrou, também, a cionais na região. Por outro lado, perm ite Esses resultados são de grande relevância
possibilidade de se ter fêmeas bubalinas uma lucratividade de mais de 50% sobre econônica, pois são gastos oito a doze
com mais de 20 anos de idade em produ- o capital investido, quando comparados litros de leite bov ino para preparar um
ção, considerando-se que a idade média com os bovinos na Região Amazônica, quilograma dos queijos mencionados.
produtiva seja aproximadamente quinze onde dificilmente o lucro é superior a Além de queijos, a EMBRAPA desenvol-
anos. As fêmeas bovinas dificilmente 20%. veu iogurtes naturais e com sabores de
continuam em produção além dos doze frutas regionais (bacuri, murici, cupuaçu,
anos de idade, por apresentar idade Tecnologia do leite de búfalas go iaba, araçá e taperebá), apresentando
média produtiva inferior a dez anos. excelentes características nutritivas e
A tecnologia gerada pela EMB RAPA, sabor muito agradável. A vantagem do
Com a crise energética, a importância especialmente para o aproveitamento do iogurte de leite bubalino sobre o de
do búfalo cresceu, no tocante ao seu leite de búfalas, vem possibilitando aos leite bovino é que o primeiro não neces-
uso como animal de tração. Por isso, a criadores melhores ganhos, pelo uso mais sita da adição de substâncias de ação es-
EM BRAPA tem enfatizado a sistemàti- econômico do leite de seu plantei, princi- pessante para se obter melhor viscosidade,
zação do emprego desse animal no palmente aqueles que deixam de comer- textura, aparência e um produto acabado
transporte de cargas e cultivo agrícola, cializar seu produto "in natura". Dentre mais cremoso, ao contrário da prática
possuindo tecnologia eficiente e de fácil os produtos desenvolvidos, destacam-se comumente usada na elaboração do
adoção, com rendimento de trabalho os processos para fabricação de queijos iogurte de leite bovino.

Semente básica - garantia de qualidade

A experiência da EM BRAPA revela cas, procurando-se uma estratégia capaz visando atenuar distorções e/ou VICIOS
que as peculiaridades regionais, bem de permitir o atendimento das necessi- tradicionais do mercado e abrindo espaço
como os diferentes estágios tecnológicos dades dos produtores de sementes mel ho- para sua maior participação nesta região.
e organizacionais da agricultura brasileira radas, independentemente de onde se
exigem um ajustamento constante das localizem e das condições em que ope- Assim sendo, a estratégia tem como
políticas de produção e de comercializa- rem . base o apoio aos produtores de sementes,
ção agrícolas. Tal realidade exige, tam- Nestes termos, a EMBRAPA volta-se o desenvolvimento destes produtores e a
bém, um ajustamento sistemático das também para os aspectos mercadológicos solidificação do hábito do uso de semen-
pol íticas de produção de sementes bási- de sementes melhoradas no Nordeste, tes de qualidade superior por parte dos

26
Fig. 18 - A qualidade da semtmrtl " (8[or fundamental parti H obter Fig. 19 - ... grande pllfftl do in~trimenro ti perdido.
bons resultados. Caso conrnkio ....

agricultores. Neste contexto, o exito dos Por outro lado, os principais mercados observados em campos de produção de
programas de produção de sementes está de sementes do SPSB para algodão, mi · sementes básicas com os rendimentos
diretamente relacionado com as ativida· lho, feijão e vigna estão situados na obtidos com a utilização de sementes
des de distribuição as quais, em s(ntese, Região. Nordeste, o que traduz o esforço fora do padrão de sementes básicas. Tra-
traduzem os volumes produzidos e en- governamental em desenvolver a indús- duzindo-se a diferença obtida em ganhos
tregues ao produtor de sementes melho- tria de sementes na região. para o produtor de sementes, admite-se
radas. Em termos aproximados, 80% das que a oferta de sementes básicas pela
vendas são feitas diretamente ao produ· A evolução das receitas e despesas, EMBRAPA, em 1982, poderá representar
tor de sementes. Os 20% restantes se durante o período de 1977 até 1982, para o produtor de sementes, ganhos
referem a vendas realizadas com interme- permite a constatação de que a produção médios da ordem de Cr$ 3.962,8 mi-
diação "de organismos distribuidores, em de sementes básicas evolui de um orça- lhões. (Tabela 15).
sua grande maioria pertencentes ao setor mento operacional financeiramente defi-
público. citário, para uma situação de auto-susten- O segundo aspecto diz respeito à
tação financeira a partir de 1980. Este importância da qualidade da semente
Os clientes da EMBRAPA distinguem-
aspecto é bastante significativo se for con- que será fornecida ao produtor agrícola,
se por três categorias:
siderado que as ações do setor público, visto que as sementes qualitativamente
- os produtores de sementes do setor se bem que essenciais neste caso, não superiores tem influência positiva nos
privado;
devem bloquear ações do setor privado, incrementos da produtividade agrícola.
- os produtores de sementes perten-
principalmente após a consolidação do A partir desta premissa, é fácil inferir·se
centes ao setor público; e
mercado. Assim, a venda de sementes que o uso de sementes originárias da
- as cooperativas e outros organismos
básicas a preços reais, além de possibilitar multiplicação das sementes básicas ven-
de distribuição.
a obtenção de receitas operacionaiS didas representa, em síntese, uma pers-
Em 1982, estes clientes adquiriram líquidas positivas, resulta em uma dimi- pectiva de maiores ganhos para o produtor
14.666 toneladas de sementes, fato que nuição dos aportes financeiros públicos, agrlcola de Cr$ 103.144,0 milhões de
representa um acréscimo de 1.2 50% em além do estabelecimento de um mercado cruzeiros aproximadamente (Tabela 16).
relação a 1977 e 26% em relação ao ano competitivo e equilibrada, no qual o Considerando·se os dispêndios realizados,
anterior. Este crescimento vertiginoso setor público e privado não concorrem da ordem de Cr$ 1.700 milhões, acre-
permitirá a implantação, em 1983, de entre si mas se completam. dita·se que o benefício social do em-
um total aproximado de 245.232 hecta· preendimento é extremamente satisfa-
re para a produção de sementes e, em Os ganhos econômicos decorrentes da tório.
conseqüência, uma perspectiva de uma produção e comercialização de sementes
oferta adicional, em 1984, de aproxi· básicas podem ser visuatiz~dos sob dois Por outro lado, é importante salientar
madamente 314.600 toneladas de semen· aspectos: o primeiro, em razão das van- os reflexos da produção de sementes
tes qualitativamente superiores. tagens qualitativas que asseguram aos básicas para a agricultura, que, por suas
A região Sul constitue-se no principal produtores de sementes desempenhos de características, são difíceis de serem
mercado de sementes básicas de arroz, campo e de beneficiamento extremamen- medidos, mesmo por métodos emp íriCOS.
batata, soja e trigo, absorvendo, res· te satisfat6rio. A importância destes A produção de sementes básicas permite
pectivamente, 50%, 98%, 60% e 62% do ganhos, em termos monetários, pode ser um aceleramento da produção, em escala
total comercializado. estimada, comparando-se os desempenhos comercial, das novas cultivares lançadas,

27
que somente representarão ganhos reais dade dos aprovrsronamentos em semen- partir do vigor e da capacidade de germi-
para o agricultor quando forem por estes tes aos agricultores e em produtos agrí- nação da semente a ser utilizada, tanto
utilizadas em larga escala. Não mensurá- colas, com reflexos diretos sobre a pelo agricultor, como pelo produtor de
vel também é a garantia da regularidade regularidade da renda, quer aos produto- sementes. Os prejuízos decorrentes da
dos rendimentos médios obtidos, os res de sementes, quer dos produtores utilização de sementes que não germinam
quais têm conseqüência sobre a regulari- agrícolas. Um exemplo pode ser dado a tendem a ser substanciais ..

T ABE LA 15 - Ganhos prováveis do produtor de sementes em escala comercial.

Oferta provável de se- Ganhos médios do produtor de sementes/ha


Principais espécies mentes melhoradas em
e volumes de 1983, decorrente do Rendi mentos mé- Imputável ao uso sistemático de Possrveis ganhos medios
sementes básicas vendi- uso do material bási- dios em semen- sementes básicas totais do produtor de
das pelo SPSB em co vendido tes (kg)l sementes (Em Cr$
1982 (t) %2 3
Área a ser Produção kg Cr$ 1.000 1.000.000,00)3
implantada esperada
(ha) (t)

Algodão 845 24.143 12.554 520 10 52 7,1 171,4


Arroz Irrigado 1.450 11.154 30.450 2.730 16 437 25,2 281,1
Arroz sequeiro 1.570 39.250 53.772 1.370 16 219 11,8 463,1
Batata 2.315 1.543 19.164 12.420 50 6.210 289,8 447,2
Feijão 1.445 28.900 18.785 650 40 260 36,4 1.052,0
Milho 960 48.000 98.400 2.050 16 328 12,7 609,6
Soja 3.415 37.944 56.347 14.85 18 267 11,5 436,4
Trigo 2.330 21.182 26.478 1.250 20 312 23,7 502,0

Total 14.330 212.116 315.950 418,2 3.962,8

1 Média calculada sobre dados observados na Região Sul, 1975/80.


2 Parãmetros estabelecidos para cada espécie.
3 Base: preço m(nimo de semente - novembro 82.

TABELA 16 - Ganhos prováveis do produtor agrícola

Ganhos médios dos produtos agrícola/ha


Prováveis acréscimos do
Área que poderá ser imple- Rendimentos mé- rendimento médio impu- Possíveis ganhos médios
mentada com uso de multipli- dios observados tável ao uso de sementes totais do produtor
cação do material básico durante o período de qualidade superior agrícola3
vendido (Em 1.000 ha) de 1978/81 (kg)! (Em Cr$ 1.000.000,00)
%2 (kg) Cr$ 1.0003

Algodão 358,7 1.060 10 106 11,5 4.125,0


Arroz irrigado 234,2 3.600 30 1.080 50,4 11.803,7
Arroz sequeiro 1.344,3 1.160 30 348 16,2 21.777,7
Batata 14,7 13.500 100 13.500 540,0 7.938,0
Feijão 313,1 550 120 660 77,9 24.390,5
Milho 4.920,0 1.800 10 180 5,1 25.092,0
Soja 626,1 1.760 10 176 6,5 4.069,6
Trigo 240,7 1.080 25 270 16,4 3.947,5

Total 8.051,8 103.144,0

! Média FI BGE para os Estados maiores produtores, durante o período de 1978/1981.


2 Parâmetros estabelecidospara cada espécie.
3 Base: preços mínlmos para a produção agrícola - novembro/82.

28
Recursos genéticos: base do melhoramento

Em vários anos de atividades a portanto sobre as espécies autóctones Neles estão inclu(das cultivares, linha-
EMBRAPA logrou implantar, no Brasil, de interesse para a pesquisa. Sabe·se que gens, clones e espécies silvestres afins.
um eficiente sistema de introdução e o abacaxi, o amendoim, o cacau, o caju, Nos BAG's, além da conservação, reali-
conservação de materiais genéticos, que a mandioca e a seringueira são espécies zaram·se as atividades de caracterização
muito tem contriburdo para os progres' originárias do Brasil. Aqui estão muitos e avaliação, cujos dados são indispensá-
sos alcançados, no aumento da produti- de seus parentes silvestres, portadores de veis à utilização dos materiais neles
vidade agr(cola brasileira. componentes hereditários, tais como, conservados e a multiplicação necessária
Introduzir e conservar os recursos resistência às doenças, pragas e condi- ao armazenamento e ao intercâmbio
genéticos, isoladamente, de pouco valeria, ções adversas do meio e que, quando ne- dentro e fora do País.
sem a informação aos usuários sobre a cessário, poderão ser incorporados às cul-
disponibilidade do germoplasma, assim tivares melhoradas.
Ge rm o pl~s ma s de essências
como de suas caracter(sticas essenciais.
Por isto, desenvolveram-se programas Para conservar estes materiais, reali- floresta is - finalmente uma so lução
computarizados que fornecem, de ime- zaram-se 72 expedições de coleta, per·
diato, a informação sobre o material correram·se aproximadamente 350.000 Depois que a EMBRAPA assumiu a
procur3do pelo pesquisador. quilômetros por ar, terra e rios. Coleta· responsabilidade de executar o Progra·
ram-se 7.660 amostras as quais se encon- ma Nacional de Pesquisa Florestal , em
tram protegidas para uso imediato e franco progresso, constatou-se a necessi-
Quarentena - arma eficaz e futuro. dade de se adotar o mesmo esquema
indispensável dos BAG's para as essências florestais.
Incluiu-se a conservação dos recursos
Bancos :-Ativos de Germoplasma genéticos florestais autóctones, para os
Com a evolução dos Programas Nacio-
(BAG's) - êxitos e progresso quais se adota uma estratégia de con·
nais de Pesquisa, a demanda por germo-
plasma cresceu de 2.000 acessos em servação "in situ". isto é, a manuten-
Os BAG's constituem repositórios de ção de reservas genéticas florestais onde
1976 para 14.000 em 1980. Este aumen·
genes que compÕem coleções das cult uras se encontram as espécies de reconhecido
to resulta, obviamente, no perigo maior
consideradas prioritárias e formam a Rede valor florestal, para a produção de se-
de se introduzirem pragas e doenças que
Nacional de Bancos Ativos de Germoplas- mentes. No momento, conta-se com
ainda não existem no Pa ís e que pode-
ma. Até o prsente, instalaram·se 60 três destas reservas, sendo uma delas
riam causar consideráveis prejuízos à
BAG's, dos quais 30 são de coleções localizada na Companhia do Jari que
economia agrícola. Por isto, a EM BRAPA
perenes e 30 de culturas anuais. Estes manifestou à EMBRAPA a sua preocu-
desenvolveu metodologia e dispÕe de
bancos estão distribuídos em todo o terri· pação na conservação dos recursos
laboratórios que possibilitam controlar,
tório brasileiro, desde Manaus até Bagé. genéticos florestais da Amazônia.
com eficiência, o estado fitossanitário
dos materiais introduzidos e tratá·los
quando contaminados. Todo material
genético só é liberado seguramente Conservação de ge rmoplasma
Iivre de parasitas. animal - difícil, oneroso , porém
uma rea lidade
lnumeros casos de contaminação têm
sido constatados em material do exte- o desaparecimento de raças crioulas
rior, destacando·se o mosaico do nanis· antigas e a necessidade de manter a
mo da ' soja, em sementes procedentes variabilidade genética dos animais do-
do Japão, nemat6ide em capim-colonião, mésticos constituem bons motivos para
procedente da Costa do Marfim, mosaico se conservar os recursos genéticos ani·
da maçã, da I nglaterra, etc. mais. A conservação de sêmen, de ga.
metas ou embriões, mediante congela-
ção rápida. representa, atualmente, um
Coletar para conservar - método alternativo auxiliar, mediante
compromisso para o futuro o qual é possível constituir um banco
de genes, para atender necessidades
Com a ocupação de novas áreas para futuras. Isto, junto com a criação orien-
construção de estradas, hidroelétricas, tada dos animais em reservas especiais,
urbanização, aeroportos e expansão da permitirá utilizá-los para projetos de
Fig. 20 - Os bancos de germopfasma (BAGJ,
fronteira agrícola, principalmente nos melhoramento genético e hibridações.
tini número de 60, são de funda-
cerrados, aumenta-se consideravelmente tTlfJntaf importãncill para o melho-
A estabilidade biológica, proporcionada
a ameaça sobre a vegetação silvestre e I"lImenro genético. pelo armazenamento em temperaturas

29
muito baixas, deverá proteger ainda cu ltura de células e tecidos, identificação
contra a deriva genética . e caracter ização de gens manipuláveis pela
A superovulação e a transferência de Engenharia Genética e a tecnologia de
embriões, oferecem possibilidades de DNA recomb inante. Com o desenvo lvi -
uma multiplicação mais rápida de raças mento destas três áreas prevê-se, a médio
pouco freqüentes, ou em perigo iminente e longo prazo , atuar em clonagem e
de desaparecimento, quando se d ispõe transferência de gens de micro organismos
de animais de espécie que atuem como e plantas, visando torná -Ias mais resis-
receptores. tentes a condições adversas, mais produ -
tivas e de melhor qualidade nutricional.
A EMBRAPA está com uma infra-es-
t rutura montada para proceder, de ime- Informática - informação para
diato, a preservação de raças nacionais, utilização
na forma de sêmen, transferência de
embriões para aumentar o número de A informação detalhada sobre os
animais que já se encontram em processo Fig. 21 - A cultura de tecidos permite a muI·
recursos genéticos sob controle pelo
acelerado de desaparecimento e, em tiplicação de plantas, a partir de Sistema Cooperativo de Pesquisa Agro-
1984, já estará procedendo o congela- partículas pequeníssimas, livres de pecuária indica que eixtem aproximada-
mento e armazenamento de embriões. doenças. mente 25.000 acessos de 52 produtos
Pesquisas iniciadas há dois anos com no Brasil. O número de acessos nas prin-
Cultura de tecidos - um técnica esta palmeira vêm apresentando resul- cipais culturas é o seguinte :
complementar indispensável tados francamente promissores.
A conservação de germoplasma "in Algodão 359
olaboratório de cultura de tecidos vitro" sob a forma de plântulas regene- Amendoim 767
da EMBRAPA vem adaptando e desen- radas, apresenta amplas possibilidades. Arroz 3.336
volvendo técnicas de apoio, conside- Estão sendo conservadas, entre ou- Caupi 414
radas vitais à execução do Plano Nacio- tras, "in vitro", 120 cultivares de mandio- Feijão 1.800
nal de Pesquisa de Recursos Genéti - ca, 82' cultivaref" de batata, seis cultiva- Mand ioca 790
cos - PNP/RG. res de alho e onze cultivares de cará. Seringueira 657
Soja 1.716
Através da cultura de tecidos, reali- Sorgo 1.261
Engenharia genética a visão
za-se a introdução de materiais, cujo Trigo 3.494
estado fitossanitário, quando introdu- do século XXI
zidos pelos métodos convencionais, não O processamento de dados sobre ger-
merece muita confiança. Utiliza-se tam- A EMBRAPA vem acompanhando moplasma permite o controle de ger-
bém esta técnica para se obter germo- com vivo interesse o desenvo lvimento moplasma ex istente no BAG, daquele
plasma sadio, a partir de materiais por- das modernas tecnologias de Engenha - introduzido anualmente do exterior e
tadores de patógenos que não conseguem ria Genética e a partir de 1981 decidiu daquele coletado nas expedições cien-
infectar a partícula pequeniníssima que atuar nesta área. t íficas.
se utiliza na cultura de tecidos e que , Def inidas as primeiras prioridades A Coordenação de Informática de
após extração e desinfecção, é cultivada de pesqu isa, construiu-se laboratório Recursos Genét icos possui infra-estrutura
em proveta até se recuperar a planta especializado com recursos próprios e do e pessoal de apoio adequados para realizar
sadia e revigorada . Este método é im- Programa Especial de Engenharia Gené- todo trabalho de processamento e docu-
portante na cultura do alho, aspargo, tica - CNPq/FINEP, que, em 1982, apro- mentação de dados obtidos em Brasília
batata, cará etc. vou projeto sobre Engenharia Genética e procedentes dos BAG's.
de Plantas. A informação sobre o germoplasma
A cultura de tecidos é utilizada tam- A partir de junho de 1982, o laborató- dispon ível permi t e, ao melhorista, iden -
bém para multiplicação vegetativa de rio de Engenharia Genética da EMB RAPA tificar o material necessário aos seus
certas espécies que somente se propa- vem desenvolvendo atividades que se projetos de melhoramento e facilita o
gam através de semente, como o dendê. apoiam em três áreas de pesquisa, a saber : intercâmbio, sobretudo a introdução.

As potencialidades do arroz em Santa Catarina

No período 1978/79 a 1980/81 a pro- As cultivares EMPASC 102 e EMPASC vamente, ao longo de vários anos.
dutividade média da lavoura de arroz 103, esta última lançada em 1981, apre- A produção de semente básica da
irrigado em Santa Catarina foi de 3.300 sentaram, nos ensaios de competição , cultivar EMPASC 102 teve inicio na
kg/ha. médias de 5.500 e 6.810 kg / ha , respect i- safra 1976/77, enquanto que em 1981/82

30
cultivar EMPASC 102 produz 4.400
kg!ha (88 sacos/ha) e a cultivar
EMPASC 103 rende 5.450 kg!ha
(109 sacos/ha);
considerou-se que a média estadual
é de 3.300 kg/ha (66 sacos/hal. de
modo que as cultivares EMPASC
102 e EMPASC 103 produzem,
respectivamente, 22 e 43 sacos/ha
a mais do que esta média;
tomou-se, para efeito de cálculo,
o preço atual de Cr$ 2.000,00 por
saco de 50 kg;

tomou-se a produção de semente


básica da EMPASC em cada safra
e calculou·se a área necessária para
a multiplicação dessa semente, con-
siderando que são semeados dois
sacos por hectare; após, calculou-se
a produção de semente fiscalizada
obtida nesta área e, finalmente, a
área plantada com sementes fiscali-
zadas e os respectivos acréscimos na
produção de grãos, no valor bruto
Fig. 22- A novlI culrivar EMPASC '03 I mosrrada ~''P,'od;""., da produção.
produtividade alcafIÇlI quase 7.000 kg/ha.
Conforme se observa, a recomendação
das cultivares EMPASC 102 e EMPASC
iniciou-se a produção de semente básica lizadas destas cultivares, Tabelas 17 e 18, 103 e a produção de sementes bási-
da cultivar EMPASC 103. adotaram-se os seguintes critérios: cas proporcionarão, até a safra 1983/
Para avaliar os acréscimos no valor bru· considerou·se que a nível de lavoura 84, um acréscimo acumulado de
to da produção agropecuária do Estado, as cultivares apresentam um rendi· Cr$ 516.680.000,00 ao valor bruto da
decorrentes da produção de sementes mento igual a 80% daquele obtido produção agropecuária de Santa Catarina,
básicas e da utilização de sementes fisca- em experimentação, ou seja, que a a preços de 1982.

TABELA 11- ProduoJg "- _ l e i bis~ • co,..~tII .cr6sc:imo no nolor bruto d. ptoduoJg ..,-opacuUw dti s.n.. Caurinll. Cultivw
EMPASC 102.

Ar... cultivada .\cr6seimo no


Semente bésica com sementes Sementes fiscali- Área plantada Acr'tcimo na valor bruto
produzida bdsicas ucias produzidas com semente produç6:1 d. produção
(sacos) (hal (sacos) fillCali~a lsacosl ICrl
lha) 1.000,001 I

76177 38 19,0
836,.
77/78
78/79 " 10,5 1.672
924 462,0 18.392 36.784
79/80
SO/81
81 / 82
82/83
83/84
..
153
30
76,5
15,0
43,0
6.732
1.320
3.784'
3.366,0
660,.
1.892,0'
10.164

74.052
14.520'
41.624"
20.328

148.104
29.040"
83.248"

o... 158.752" 317.504'

I Cruqiros de set.mbrof82.
• EI1imativ8

31
TABELA 18 - Produção de sementes básicas e conseqüente acréscimo no valor bruto da produção agropecuária de Santa Catarina. Cultivar
EMPASC103.

Área cultivada Área plantada Acréscimo no


Semente básica com sementes Sementes fiscali· com semente Acréscimo na valor bruto
Safra produzida básicas zadas produzidas fiscalizada produção da produção
(sacos) lha) (sacos) Iha) (sacos) (Cr$
1.000,00)1

81/82 85 42,5
82/83 4.632* 2.316*
83/84 99.586* 199.176*

1 Cruzeiros de setembro/82.
* Estimativa.

Uso de fungicidas: economia de sementes de soja

Nos sistemas de produção de soja, tes, ou seja, 16 kg/ha, resultando, como mente, aos sistemas de produção de soja
recomenda-se que a população ideal da conseqüência, uma economia de ordem do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo,
cultura deve ser de, aproximadamente, de Cr$ 1.382,40 (preço de setembro de posteriormente, incluída nas recomen-
400.000 plantas por hectare. Isto se 1982). Como o custo do tratamento das dações preconizadas para os Estados do
consegue com o plantio de cerca de 70 kg sementes (210 9 de fungicida por 70 kg Paraná e Rio Grande do Sul.
de sementes e com o solo em boas condi- de sementes) é de Cr$ 136,17 (preço de
ções de umidade. Como, na maioria dos setembro de 1982), o benefício líquido Os benefícios potenciais atribu ídos a
casos, o agricultor não consegue plantar por hectare é de Cr$ 1.246,23. esta nova tecnologia, nas áreas de produ-
toda sua área nas melhores condições de ção, somente no Estado de Mato Grosso
umidade, acaba sendo obrigado a plantar Em função da importância desta do Sul, não levando em conta os outros
parte da área com o solo seco. Esta condi- tecnologia na redução de custos de Estados onde já foi recomendada, encon-
ção adversa facilita o ataque de fungos, produção, ela foi incorporada, inicial- tram-se na Tabela 19.
requerendo maior quantidade de semente
para se obter a mesma população de
plantas.

Com base neste problema, a EMBRAPA


iniciou, em 1978, um trabalho de pes- TABELA 19- Beneflcios potenciais totais atribuidos ao tratamento de sementes de soja,
quisa que utilizava fungicidas para o trata- traduzidos em redução do custo de produção, no Estado de Mato Grosso do
mento de sementes por ocasião de plan- Sul, em 1981.
tio.
Os resultados da pesquisa demonstra-
Área total Área plantada Redução do Benefício
ram a eficiência do tratamento de semen- Tecnologia de plantio com solo seco total
custo
tes de soja, quando o solo não oferece (hal (ha)1 (Cr$/ha) Cr$ 1.000,00)2
boas condições para germinação, propor-
cionando proteção às sementes contra
o ataque de fungos. O uso desta tecnolo- Tratamento de
gia se reflete na redução da quantidade sementes 776.045 258.682 1.246 322.317
de semente a ser utilizada no plantio,
obtendo-se ainda "stand" mais uniforme.
1 Estimou-se que aproximadamente 30% da área total é plantada em condições de solo seco,
A adoção desta técnica implica uma requerendo o tratamento de sementes.
redução de 23% na quantidade de semen- 2 Preços de setembro de 1982.

32
!'írus da lagarta da soja: alternativa biológica

FIG. 23 - Um I19ricultor colete J.gartas mortlls .prepara • $Oluçio par. apfiCllf 11m outra ... coloca a $Ofuçlo no pulllflrizador" (lU allpfi·
".10 ,,'rus, ... áflJa, •.• ",lo.

As pesquisas na área de entomologia de forma simples pelo agricultor. Nestes Em termos gerais, a técnica consiste
da soja têm sido dirigidas. nos últimos dois anos, o pat6geno mostrou ser tão na aplicação de um in6culo inicial do
anos, para táticas alternativas de controle, eficiente quanto o controle químico, vírus em lavoura de soja, sendo posterior-
que resultem em diminuição substancial para proteção da soja contra a lagarta. mente coletadas as lagartas mortas pelo
do usa de inseticidas químicos. Além do patógeno, as quais podem ser armazena-
decrekimo nos custos de produção. obje- das em congelador para uso na próxima
tiva-se, também. com estas pesquisas, safra de soja e assim, sucessivamente, ano
reduzir a níveis insignificantes os riscos após ano. Para a aplicação. há necessidade
de intoxicação ao homem e outros ani· de apenas 50 lagartas grandes mortas
mais e a poluição ambiental, provocados pelo vírus. por hectare, as quais são mace-
pela maioria dos inseticidas químicos radas com um pouco de água, coadas e a
disponíveis. Com relação a estes aspectos, suspensão colocada no tanque do pulveri-
o controle biológico representa papel zador em mistura com a água necessária
fundamental para que estes objetivos para cobrir a área a ser tratada. O traba·
sejam alcançados. lho de implementação e difusão dessa
nova tecnologia, junto aos produtores,
No caso da lagarta da soja, em meados vem sendo ativamente realizado em estrei-
de 1975·76, foi constatado no Brasil ta integração com órgãos de assistência
um vfrus de poliedrose, ocorrendo natu- técnica.
ralmente em campos de soja, atacando
e matando o inseto. Através de vár- Deve-se ressaltar que, nos trabalhos
rios trabalhos básicos realizados pela real izados a nível de agricultor, uma
EMBRAPA, este agente de controle aplicação de v(rus foi suficiente para
biol6gico demonstrou bom potencial controlar a lagarta durante toda a safra.
para ser utilizado em pulverização nas No caso de aplicação de inseticidas quí-
lavouras, contra a praga em questão. micos, verifiCOu-se, na safra 1981/82, em
Com base nestes resultados, iniciou-se que houve uma alta incidência da praga,
na safra 1980/81, com a colaboração um aumento do número de aplicaçÕes
da EMATER-PR, um "projeto piloto", (cerca de duas). Nestas condições, o con·
com produtores de soja, visando com- trole biol6gico significa um decréscimo
provar a possibilidade do vírus ser usado Fig. 24 ~ LBganll afacada a mona PII/o vlrus. ainda maior no custo de produção da

33
soja, considerando-se que já há uma eco-
nomia substancial com a simples substi- TABELA 20 - Comparativo entre o custo da aplicação com inseticida e controle biológico da
tuição do inseticida químico pelo vírus, lagarta da soja. 1982.
o qual, uma vez usado da maneira descri-
ta, não representa qualquer ônus para o
Técnica Técnica
agricultor. A Tabela 20 apresenta o com-
utilizada recomendada Economia
parativo dos custos da aplicação tradi-
pelo agricultor pela EMBRAPA Cr$/ha
cional com inseticida e com vírus. Nota-se (2 aplicações) (1 aplicação)
que, aos preços atuais (setembro/82), ca- Cr$/ha Cr$/ha
so essa técnica seja adotada em apenas
20% da área plantada com soja no Brasil,
a economia a nível do agricultor será da Trator e equipamen-
ordem de Cr$ 5,8 bilhões em uma safra. to 2.062,00 1.031,00 1.031,00

Deve-se ressaltar que essa técnica re- Combustível 672,00 336,00 336,00
comendada pela EMBRAPA é de fácil
adoção por parte do agricultor, pois I nseticida ou vírus 2.108,00 2.108,00

possui baixo custo e alto retorno eco-


Total 4.842,00 1.367,00 3.475,00
nômico e social.

"Timbira" - cultivar de solo para baixas latitudes

Nordeste brasi leira é fato irrevers ível. de ponderar, tais como aumento da
Somente nos Estados do Maranhão, arrecadação tributária, criação de em-
Piauí e Bahia existem 20 milhões de pregos diretos e indiretos, aumento da
hectares de terras aptas à cultura. Espe- renda líquida do agricultor, diminui-
ra-se que, nos próximos sete anos, pelo ção da capacidade ociosa das agroihdús-
menos 20% dessa área seja ocupada trias locais, possibilidade de criação de
pela soja, o que daria um acréscimo novas indústrias de moagem, aumento
de 4 milhões de hectares. Com um da oferta do produto, tanto para mer-
potencial produtivo de 2.000 kg/ha cado interno como para exportação.
seriam 8 milhões de toneladas de soja,
Naturalmente, como a cultivar foi
elevando a produção nacional acima
lançada este ano, não existe disponibi-
de 20 milhões de toneladas. Natural-
lidade de sementes para plantio de
mente, o comportamento do mercado
grandes áreas. Porém, somando-se a dis-
internacional e doméstico terá muita
Fig. 25 - A cultivar Timbira em plena pràdu· ponibilidade de sementes da 'Tropical'
influência na consecução dessa meta.
ção em Teresine, PI. e Timbira', pode-se estimar a área a
A soja no Nordeste trará, inegavel- ser plantada nas próximas safras (Ta-
A soja é, originalmente, de clima tem- mente, inúmeros benefícios, difíceis bela 21).
perado. No Brasil, sua introdução, a nível
TABELA 21 - Área, produção e valor bruto, estimados para 1982/83 e 1983/84 das cultiva-
comercial, ocorreu no Rio Grande do Sul,
res Timbira e Tropical, em três estados da Região Nordeste. CNPSoja, 1982.
em função da existência de cultivares
adaptadas àquela latitude. A expansão
da cultura em direção ao Norte (Equa- Safra 1982/83 Safra 1983/84
dor), distanciando-se cada vez mais da
Área Produção Valor bruto Área Produção Valor bruto
área de adaptação original, só tem sido. (ha) (tl
(ha) (t) (Cr$ milhões) (Cr$ milhões)
possível graças ao esforço da pesquisa na
criação de cultivares adaptadas às dife-
rentes regiões. Piauí 3.000 6.000 192 7.000 14.000 448

À semelhança do lançamento da culti- Maranhão 8.000 16.000 512 20.000 40.000 1.280
var Tropical em 1980, a EMBRAPA está
lançando em 1982 a cultivar Timbira, Bahia 10.000 20.000 640 25.000 50.000 1.600
abrindo assim o leque de opções para
plantio de soja próximo ao Equador.
Total 21.000 42.000 1.344 52.000 104.000 3.328
A introdução do cultivo da soja no

34
Equipamentos para operações simultâneas

• Gradagem niveladora
• Aplicação de herbicidas p.p.i.
• Gradagem de incorporação
• Plantio

Sistema de cultivo mínimo I

• Gradagem destorroadora + grada-


gem niveladora
• Aplicação de herbicidas p.p.i,
• Gradagem de incorporação + plan-
tio

Sistema de cultivo mínimo II

• Gradagem destorroadora + grada-


gem niveladora
• Aplicação de herbicidas p.p.i. + gra-
dagem de incorporação + plantio.
Fig. 26 - Economia de combustíveis e de tempo é proporcionada pela realização de opere-
ções simultâneas em lavoura de soja. As Tabelas 22 e 23 destacam a adapta-
ção realizada, bem como os potenciais de
retorno de tecnologia, em termos de eco-
A EMBRAPA desenvolveu uma nova Sistema Convencional nomia de óleo diesel, de tempo e a redu-
tecnologia que consiste no uso de arma- ção dos custos por hectare e o potencial
ções ou engates especiais, para realiza- • Gradagem destorroadora de retorno em termos de País.
ção de operações simultâneas em apenas
TABELA 22 - Consumo de combustível, de energia, tempo e custo operacional caracterrstico
uma passada ao trator. Estes engates
de cada sistema, para a produção de soja.
possibilitam o aproveitamento da potên-
cia disponível, de forma racional, pela
utilização, ao mesmo tempo, de mais de Consumo de Consumo de Consumo de Custo
um ou de todos os pontos de tomada Sistemas óleo diesel energia tempo operacional *
de força, como o engate de três pontos (1lha) (Kcal/ha) (horas/ha) (Cr$/ha)
do sistema hidráulico, a barra de tração
eo eixo da tomada de potência.;
Convencional 33 341.419 3,51 11.347,89

Esta tecnologia é justificada pela Cult. mínimo I 22 235.257 2,27 8.618,47


crescente demanda de alternativas que
visem maior economia de energia, espe- Cult. rnínlmo II 16 178.350 1,77 7.412,58
cialmente óleo diesel, de tempo e que
reduzam os custos de produção e os
processos de erosão do solo, representa- * Preços de setembro de 1982.
do pela menor compactação em decor-
rência do menor tráfego de tratores. TABELA 23 - Potencial econômico dos sistemas alternativos em relação ao convecional, su-
pondo-se a adoção nos 8 milhões de hectares de soja do Brasil, 1982.

Na cultura da soja, os engates permi-


tem a realização de mais de uma opera- Economia Economia em
ção "dupla" ou uma operação "dupla" Sistemas óleo diesel custos operacionais
e uma operação "tripla". Desta forma, (litros) (Cr$)
o sistema convencional de produção de
soja poderia ser comparado a dois outros
sistemas alternativos que se utilizariam da Cult. mínimo I 88.000.000 21.835.360.000,00
armação ou engate especial. Portanto, as
operações que caracterizam os três sis- Cult. mfnimo 11 136.000.000 31.482.480.000,00
temas são as seguintes:

35
Seringueira: esforço conjuntoSUDHEVEA-EMBRAPA

Pouco a pouco volta a crescer a produ- b) o ajuste das quantidades de fertili - conduzidos estudos de identificação
ção de borracha natural no Brasil, após zantesna produção de mudas em de inimigos naturais, com vistas ao
vários anos de decl ínio do Setor. Em sacos de plástico, permitindo uma controle biológico da praga. De
1981, o País produziu 30,3 mil toneladas redução de 46% do uso de NPKMg, três inimigos naturais em observa-
de borracha natural, contra 18,6 mil em relação à muda de viveiro con- ção, já se constatou um parasitismo
toneladas em 19~ 4, quando a partir de vencionaI; de até 45% do total de posturas de
então começou a nova escalada. ovos coletados, enquanto numa
Esta ascensão da produção, ao con- área de viveiro, com vespário estra-
c) a indução de ra ízes latera is em tegicamente instalado, tem sido in-
trário das flutuações registradas em
mudas de seringueira com o "empre- significante o nível de ocorrência de
décadas passadas, deverá manter-se con-
go de 2,4 - D associado ao Thia- lagartas, em relação a áreas próxi-
tinuadamente, pela força impulsora dos
bendazol, produtos largamente dis- mas, sem essa medida;
mecanismos e instrumentos do Programa
pon íveis no Brasil, em substituição
de Incentivo à Produção de Borracha
ao ácido indol butírico (AI B), g) o estabelecimento de novos clones
Vegetal (PROBOR 111).
produto importado e de alto custo ; em ensaios de promoção em áreas
A pesquisa da seringueira, como um
de produtores, onde novas cultiva -
desses instrumentos, completa sua fase de res (lAN 6158, IAN 6323, Fx 4098
implantação estrutural, ao mesmo tempo d) a adaptação do pulverizador moto-
rizado costal para aplicação de e CNS-AM 7665), com muito bom
que coloca à disposição dos produtores desempenho nos campos experi-
tecnologias que já influenciam, ao lado defensivos em plantios com até
seis metros de altura (em torno de mentais, estão sendo avaliadas em
de outros instrumentos e fatores, as res- distintas condições, com ótimas
postas dadas pelos números da produ- qua.t ro anos), -B-ermitindo, principal-
mente ao pequeno produtor, man- perspectivas de recomendação para
ção atual. plantio em escala comercial, a curto
Em adição ao acervo das conquistas ter seu seringal, após o reenfolha-
mento natural, sempre com a copa prazo.
já registradas pela EMBRAPA - como a
tecnologia de estimulação e coagulação enfolhada, livre de enfermidades.
do látex com produtos de origem regio- Até então, já a partir do segundo
nal, a preservação do poder germinativo ano, com a planta em torno de
das sementes de seringueira, o adensa- dois metros, fazia-se indispensável
mento de viveiro dobrando o aproveita- o uso de equipamentos tratoriza-
mento do número de mudas por hecta- dos ou de termonebulizadores, e-
re, o extrator ("quiau") de mudas, o quipamentos importados de alto
controle mecanlco do mandarová, a custo;
erradicação qu ímica da imbaúba e ou-
tras parasitas lenhosas das entrelinhas de e) determinação do índice de danos
seringueira, novos clones, e outras, "'tom à seringueira, em condição de
resu Itados significativos em termos de viveiro, pelo ataque de mandarová,
produção e rendimentos para o produ- quando se evidenciou que a pre-
tor -, novos resultados de pesquisa são sença desta praga, a partir de um
registrados agora, não obstante a serin- nível de 16 larvas por 10 plantas,
gueira ser uma planta perene, de longa reduziu em mais de 50% o número
maturidade e história de pesquisa recente de plantas para receber enxertia,
no País. em relação a plantas não atacadas.
Este dado, associado a outros re-
Entre estes, destacam-se: sultados de pesquisa já divulgados -
a) o aperfeiçoamento da técnica de por exemplo, o controle mecânico
enxertia precoce da seringueira, do mandarová - permitirá a monta-
pelo uso de "instrumento rústico gem de um esquema de manejo,
dotado de agulhas, em substituição que reduzirá, ainda mais, os gastos
ao canivete de enxertia na abertura com o controle de praga, evitando-
de janela dos porta-enxertos. Com o se o uso de inseticidas e os riscos
novo instrumento, que torna mais decorrentes do emprego desses
fácil a operação de enxertia, obteve- defensivos;
se um ganho de 60% na produtivi-
Fig. 27 - Novas técnicas estão sendo levir
dade do enxertador, assegurando-se f) na mesma linha de estudos do das aos produtores de borracha,
ainda índices de pegamento supe- mandarová e de redução dos através de um esforço conjunto
riores a 90% dos enxertos; gastos com defensivos, estão sendo SUDHEVEA e EMBRAPA.

36
Além desses resultados experimentais, Afora esse curso, 17 técnicos do Esta- e Treinamento sobre Identificação e Con -
merece registro o programa de capacita- do do Amazonas receberam treinamento trole de Pragas e Doenças e Uso de Ter-
ção de recursos humanos desenvolvido de reciclagem sobre a cultura, a partir monebulizadores (40 horas, 28 técnicos) .
para atender principalmente ao Programa da revisão do Sistema de Produção para
de Assistência Técnica aos Heveicultores. o Estado, com 120 horas/aulas. Em
Em 1982, foi realizado o VI Curso In- 1982, foram ainda propiciados os seguin- Outro ponto ainda que merece registro
tensivo de Heveicultura para Técnicos tes cursos: Treinamento para Sangrado- é a conclusão da montagem do Centro
Agrícolas, treinamento dado anualmen - res, de 80 horas, que atendeu a treze de Tecnologia de Borracha, com estudos
te e que tem a duração de oito semanas seri ngueiros de empresas de assistência já em execução, onde se espera, em pou-
ou 320 horas/aulas, atendendo até agora técnica da Amazônia; Treinamento sobre co tempo, apresentar um sistema de clas-
a um total de 148 técnicos das diversas Controle Qu ímico (Herbicidas) de Plan- sificação da borracha brasileira e desen -
regiões do País. tas Daninhas (40 horas, para 20 técnicos) volver uma borracha padrão do Brasil.

Potencialidades do Trópico Úmido

A EMBRAPA vem efetuando traba- colonização e reorganização do espaço Em relação aos aspectos climáticos da
lhos de pesquisa e avaliação de recursos econômico, além de servir de base para região, vem sendo efetuado um processo
naturais e sócio-econômicos do Trópico os demais programas de pesquisa em contínuo de atualização e armazenamen-
Úmido nas áreas de clima, solo, vegeta- execução na região. to de informações climáticas na região,
ção, zoneamento agrícola, ecologia bem como real izados trabal hos básicos
florestal, fitopatologia, entomologia e Os trabalhos desenvolvidos já têm de obtenção e análise de radiação solar,
sócio-economia rural. A área em estudo reunido e gerado grande número de in- temperatura e umidade do ar, vento e
abrange mais de 60% do território nacio- formações de elevada importância para precipitação pluviométrica. Objetiva-se
nal, incluindo, totalmente, sete unidades o planejamento de órgãos governamen- ampliar o nível de informações do cl ima
federativas: Pará, Amazonas, Acre, Ron- tais e particulares. na região, subsidiando o planejamento
dônia, Mato Grosso, Roraima e Amapá agro-silvo-pastoril, os estudos bioclimáti -
e, parcialmente, Goiás e Maranhão. cos e a previsão de safras.

Os trabalhos, a curto prazo, visam O nível atual de informações climáti-


acelerar a coleta de informações básicas cas na região vem se ampliando bastante,
sobre o meio físico e sócio-econômico. principalmente no campo da pluviome-
Busca-se a formação de um banco de tria, onde as estações se elevaram de cer-
dados ambientais e a elaboração de ca de 50 em 1971 para mais de 300 em
zoneamento agro-silvo-pastoril, de modo 1981.
a subsidiar as decisões a nível de pesquisa Como resultado destes estudos desta-
e a nível político-governamental, com ca-se o trabalho: "Clima da Amazôn ia
vist,as à ocupação de áreas da Amazônia, B rasi leira Segundo a Class ificação de
onde o fluxo migratório vem se registran- Koppen", contendo mapa ilustrativo que
do de forma mais intensa. mostra cerca de 17% da área da região
A médio prazo, as pesquisas vi- cujos tota is de chuva mensais estão acima
sam ampliar as informações existentes de 60 mm, (sem estiagem) , 41%da área
sobre recursos naturais e gerar meto- sob regime de chuvas onde pelo menos
dologia de avaliação desses recursos, em um mês o total mensal está aba ixo
possibilitando a indicação de alter- de 60 mm, (pequena estiagem) e 42% da
nativas adequadas de uso da terra pela área com nítido per(odo de estiagem,
população da região. Pretende-se atingir podendo ocorrer em geral de três a cinco
ao pequeno, médio e grande produtor, meses do total mensal de chuva, com ín-
considerando, inclusive, aspectos ligados dices inferiores a 60 mm. Importante,
à proteção do meio ambiente. também, é o trabalho : "Avaliação do
Clima do Estado de Rondônia para De-
A longo prazo, os trabalhos visam o
Fig. 28 - As estações pluviomtHricas no Tró- senvolvimento Agrícola e Clima de Su-
detalhamento dos estudos sobre resul- pico Úmido, passaram d; 50 em doeste do Mato Grosso".
tados naturais, zoneamento agro-si Ivo- 1971, para mais de 300.' em
-pastoril e manutenção do banco de dados 1981 . As informações permitem Quanto aos aspectos de vegetação,
de recursos naturais da região. Isto per- supor que, mesmo na Amaz(jnia determinações dos recursos flor(sticos
mitirá contínua avaliação desses recursos existem nítidos períodos de estia:
gem, de tr{}s a cinco meses, com
da região indicam que a Região Ama-
e das modificações provocadas pela ocu- precipitações mensais inferiores a zônica Brasileira possui 358 milhões de
pação, possibilitando subsidiar estudos de 60mm. hectares de cobertL!ra vegetal, dos quais

37
Estudos de aptidão agrícola
dos solos da Amazônia

A agricultura, no futuro, terá que se


expand ir e ocupar as regiões tropicais
úmidas, essencialmente a bacia amazô-
nica, onde existem extensas áreas de
terra com amplas possibilidades, em face
do enorme potencia I que desfrutam.

A utilização desse imenso potencial


deve ocorrer, no entanto, de forma orien-
tada e produtiva, baseada em conheci-
mentos científicos, de modo, não apenas
a produzir resultados econômicos, mas
também, para proteger o ambiente e evi-
tar a expansão indiscriminada do desma-
Fig. 29 - Os testes de durabilidade de madeiras na Região Amazônica visam identificar as que me- tamento.
lhor resistem à umidade, cupins, fungos e outros inimigos naturais.
Considerando o estudo da aptidão
280 milhões de hectares são de floresta em laboratório para determinação dos agrícola da Amazônia Fisiográfica, ou
tropical densa. Destes, 273,5 milhões nutrientes e da digestibilidade. seja, das unidades federativas que com-
são florestas de terra firme, enquanto põem a grande Região Norte, existem
As pesquisas com vistas a encontrar
que os restantes, 6,5 milhões, correspon- áreas que se prestam para lavouras, cul-
espécies nativas de valor forrageiro resis-
dem às florestas de várzea. A área de flo- turas de ciclo longo, culturas de ciclo
tente ao ataque de cigarrinha, combi-
resta tropical da Amazônia corresponde curto, reservas florestais, florestas de
nando exuberância e produção de massa
a 20% da área mundial de florestas tro- rend imento, áreas ind ígenas, estações
verde, têm propiciado a indicação de um
picais densas e a 78% da área de florestas ecológicas de interesse governamental,
capim vulgarmente conhecido por pasto
do Brasil. O volume de madeira comer- bem como para outros fins (Tabela 24).
negro (Paspalum plicatuluml, o que po-
cial em pé é estimado em cerca de 50 bi-
derá trazer grandes perspectivas para a
lhões de metros cúbicos, o que representa Convém ressaltar que as áreas desti-
pecuária regional.
30% do estoque mundial de madeiras tro- nadas às lavouras apresentam alternativas
picais. Não obstante tamanha potenciali- No que concerne à pesquisa sobre du- para outros usos menos intensivos e, à
dade, a Região Amazônica produz apenas rabilidade natural de madeiras amazô- proporção que vão aumentando as limi-
3 milhões de metros cúbicos, contribuin- nicas em contato com o solo, estudos tações das terras, vão sendo exclu ídas
do com somente 3% para o mercado in- realizados, em Belém, em solos de terra lavouras, pastagens plantadas, silvicul-
ternacional e com 10% para o mercado firme, várzea alta e igapó, envolvendo tura, etc, até atingir as áreas que só se
nacional. O número de espécies arbóreas várias espécies de madeira, mostraram prestam para a preservação da flora e
é estimado em torno de 6 mil, mas so- que as espécies Jarana e Pau-d'arco fo- fauna. Nota-se, também, que a utilização
mente cerca de 60 são comercializadas.. ram as que apresentaram índices maiores de níveis tecnológicos compatíveis com
de durabilidade, nos três tipos de solo o rendimento das culturas pode superar
Visando aval iar os recursos floresta is testados, com cerca de 70 a 85% das es- determinadas limitações, principalmente
da Amazônia, tem sido dada continuidade tacas normais (isentas de ataque de fun- as de origem química que são facilmente
ao trabalho de identificação de espécies gos, cupins ou outros inimigos naturais). removíveis.
florestais existentes na região. Hoje, este
TABE LA 2~ - Aptidão agrlcola das terras da Amazônia fisiográfica, segundo os diferentes tipos de
trabalho pode ser testemunhado fisica-
utilização (CPATU, SUDAM e SUPLAM, 1978).
mente pelo Herbário do CPATU, consi-
derado um dos maiores do mundo em Área de parque
flora tropical úmida, contendo cerca de Tipo de utilização Áreas lha) Ciclo longo Ciclo curto e rese rvas e-
2.500 titotvpus; 875 typus e um total Total Líquido % e curto quivalentes
aproximado de 170.000 exsicatas.

Tem-se constatado que os campos Lavoura 297.430.460 243_268.366 83,7 221.526.200 21.742.166 54.162.094
Pastagem plantada 15.280_179 12.208.863 4,3 3.071.316
amazônicos, distribuídos nos Territó-
Pastagem natural 23.808.652 19.968.317 6,7 3.840.335
rios de Roraima e Amapá, em maior
Silvicultura e pastagem
proporção ao longo dos grandes rios,
natural 1.776.765 1.426.387 0,5 350.378
apresentam-se ricos em espécies forra- 11.794_877 5.262.067
Sem aptidão agrícola 17.056.944 4,8
geiras quer gramíneas quer leguminosas.
Trabalhos efetuados no Amapá e Rorai- Total 355.353.000 288.666.810 100,0221.526.200 21.742.166 66.686.190
ma proporcionaram a coleta de mais de
500 espécies, cujo material se encontra

38
Extração e processamento primário da borracha

A borracha produzida pelos seringais gria é feita no sistema tradicional, que é kg, enquanto que a "pé la", produção
nativos, uma atividade extrativa, ainda de três em três dias. tradicional da seringueira, situa-se ao
hoje, após um século de exploração, é a redor de Cr$ 500,00/kg.
principal fonte geradora de renda da o látex é colhido, sem a presença de
economia acreana. anticoagulante, e, após diluído em água,
é acidificado numa solução a 2% e posto Além do produtor obter um preço me-
Visando melhorar a qualidade da bor- em bandejas para coagular. Após a coagu- lhor, não vai defumar mais o látex, tendo
racha natural, obter preços compat íveis, lação, a borracha é passada em duas ca- tempo suficiente para realizar outras ativi-
evitar intermediários na comercialização landras, sendo uma lisa e outra "estria- dades, além de estar isento da fumaça que
e, sobretudo, proteger o seringueiro da da". É posta para secar à sombra e, após prejudica sua saúde, através da visão e dos
doença nos olhos e pulmões, a quatro ou cinco horas, a lâmina é colo- pulmões.
EMBRAPA desenvolveu um trabalho de cada no defumador, ao calor, durante
produção da folha fumada. 72 horas. Depois de retirada, já total- Este novo método possivelmente do-
mente seca, é embalada, estando pronta brará a produção, o que trará, sem dúvi-
o seringueiro trabalha duas "estradas" para a comercialização. da, melhores condições sócio-econômicas
com 160 árvores cada, sendo que, em para a fam ília do produtor, pois a produ-
uma delas, o corte é efetuado em dias al- É importante frisar que a folha fu- ção/ano - péla/seringueira é de 500 kg e
ternados, enquanto que, na outra, a san- mada atinge preços hoje de Cr$ 820,00/ a da folha fumada é de 1.000 kg.

Alternativas para o Semi-Árido

A introdução de culturas alternativas, As sementes de gergelim contêm apro- aplicações, sendo empregadas na alimen-
capazes de gerar receita com baixo grau ximadamente 50% de óleo e têm variadas tação humana, na indústria de linóleos,
de risco, sob as condições climáticas do de cosmét icos, de produtos farmacêu-
Semi-Árido brasileiro, pode contribuir ticos, em saboaria fina, na fabr icação de
para o desenvolvimento agrícola da. re- margarina, em tintas, em produtos inse-
gião. Em busca de novas opções para os ticidas e na indústria química de modo
produtores, estão em andamento pesqui- geral. A torta da semente de gergelim é
sas com diversas culturas tdlerantes à usada na alimentação animal e como
seca e com amplo mercado consumidor adubo orgânico.
em potencial, algumas já exploradas em Cártamo - as sementes de cártamo
pequena escala no Nordeste, e outras em contêm de 35 a 40% de óleo e têm utili-
plena expansão noutros países, como dades diversas, tais como : al imentação
gergelim, cártamo, guar e jojoba. humana, tintas, cera polidora para asso-
alho e móveis, e indústria química de
Gergelim - foram introduzidas, no
modo geral. Nas pesquisas com mais de
ano agrícola 1981/82, em Petrolina-PE,
40 variedades, oriundas de vários países,
para avaliação, cerca de 70 cultivares de ·
foram registradas produções acima de
gergelim. Apesar do ensaio de competi-
2.000 kg/ha, bastante promissoras para a
ção ter sido lançado no final do período
agricultura de sequeiro.
chuvoso, quando reg istraram-se apenas
Guar - foi instalado um banco de ger-
99,8 mm de precipitação do plantio à
moplasma com aproximadamente 330
colheita, algumas cultivares apresentaram
variedades de diversos países, registran-
produtividade acima de 284 kg/.ha, quan-
do-se produtividades acima de 2.200
do a média mundial é de 300 kg/ha e no
kg/ha_ O guar é apreciado no Oriente
continente asiático é de 260 kg/ha. As
como alimento humano, porém, sua
melhores cultivares tiveram as seguintes
maior aplicação é na indústria de proces-
produtividades: D. 7.11.1, 334 kg/ha;
samento de alimentos, farmacêutica, pro-
Oro, 296 kg/ha; VCR. 2. RA. 12, 286 Fig. 30 - O cártamo é uma cultura alterna- cessamento de minérios, fabricação de
kg/ha e Renner, 284 kg/ha. tiva para o semi-árido. papel e fixação de cores em tecidos.

39
Jojoba - além das pesquisas sobre a
cultura, pela Universidade Federal do
Ceará, em convênio com o Banco do
Nordeste do Brasil, novos trabalhos fo-
ram implantados no ano agrícola 1981/
82, objetivando avaliar sua adaptabili-
dade e seu comportamento na região
sem i-árida bras ileira. Esses trabalhos são
coordenados pela EMBRAPA e execu-
tados pelas unidades do Sistema Coope-
rativo de Pesquisa em Pernambuco, Ba-
hia, Alagoas, R io Grande do Norte,
Ceará, Paraíba 'e Piauí, num total de 17
campos de observação, distribu ídos em
diferentes regiões fisiográficas de cada
Estado.
A jojoba é um arbusto pouco exi- Fig. 31 - Setenta cultivares de gergelim com 50% de óleo estão sendo testadas no Nordeste.
gente em água e solo, nativo do deserto
de Sonora, que abrange o Sudoeste do quanto à composição química e ao com- óleo aditivo para outros lubrificantes,
EUA e Noroeste do México. As sementes portamento físico. Possui diversas utili- cosméticos, produtos farmacêuticos, cera
produzem cerca de 50% de uma cera lí- dades: lubrificante para máquinas que hidrogenada, torta para alimentação ani-
quida que se assemelha ao óleo da baleia operam sob alta pressão e temperatura, mal etc.

Irrigação com água salina

Dos mais de 20 mil poços profundos um manejo adequado para uso em irriga- Ihões de m3/ano para áreas do cristalino,
que exploram águas subterrâneas na re- ção, essas águas são utilizadas apenas para que abrangem 45% dos solos da região.
gião Nordeste, 85% encontram-se no do- consumo animal. Há, portanto, cerca de
mínio dos terrenos cristalinos, com vazão 17 mi I poços com seu potencial sub-apro- Para maximizar o aproveitamento ra-
média de 4 m3/h e salinidade de 0,5 a veitado. cional desses recursos hídricos, estudos
mais de 4 g/1. Diante da possibilidade de Com relação às águas subterrâneas, fo- visam definir um sistema de manejo de
salinização dos solos e da indefinição de ram avaliadas reservas de 50 a 250 mi- solo e água capaz de manter a flutuação
do nível de salinidade do perfil do solo,
TABELA 25 - Sistemas de manejo de solo, água e forrageiras com suas respectivas produti- dentro dos limites de tolerância de algu-
vidades por corte em t/ha. mas forrageiras.

Os capins Elefante e Panicum colora-


Sistema de Produtividade em tum estão sendo cultivados em cerca de
manejo de Forrageiras t/ha 0,5 ha com um poço profundo, onde a
água e solo água contém 2,6 gramas de sais totais
19 corte 29 corte 39 corte
por litro, em três sistemas de manejo
(Tabela 25).
1. Drenagem natural com C. elefante 144,3 126,3 88,6
lâmina de irrigação Em nenhum dos sistemas, o capim-
igual a 25 mm/semana C. Panicum coloratum 64,1 38,7 26,7 -elefante apresentou produtividade infe-
rior a 300 t/ha/ano e foi sempre superior
2. Drenagem com mani- C. elefante 144,3 120,8 67,1 ao Panicum coloratum.
lhas e lâminas de irri-
gação igual a 25 mm/
Considerando-se que as águas desses
semana C. Panicum coloratum 64;1 46,0 26,$
poços já são usadas para o consumo ani-
3. Drenagem com mani-
mal, estima-se que o módulo médio irri-
C. elefante 163,0 137,7 122,7
lhas e lâminas de irri-
gável por poço estaria em torno de 0,5
gação igual a 35 mm/ ha. A ratificação de um sistema de ma-
semana (10 mm de nejo para o aproveitamento de água sa-
lâmina por lixiviação) C. Panicum coloratum 72,8 42,5 38,9 lina representaria, no caso da exploração
com capim-elefante, no mínimo 150 to-

40
neladas de forragem disponlvel, o que
seria suficiente para alimentar treze vacas
dur::nte o ano todo, se esse fosse o únioo
volumoso ofertado.

Extrapolando-se a análise para os


17.000 poços questionados, haveria uma
oferta anual de aproximadamente 2,5
Fig. 32 PrQ(Juç{ja de 300 rlha da milSSll verde de forragem esriia senda obridas com águas SiJlimlS, milhões de toneladas de forragem, para
em plena Nardesre. alimentar cerca de 221.000 vacas.

Barreiro para irrigação com parede divisória

No TrópiCO Semi.Arido, a perda de 50%, suscitaram um melhoramento no mulada nesta parte da divisão ultrapassar
água de chuva, por escoamento superfi- sistema para reduzir o problema. sua cota máxima, um sangradouro interno
cial, é superior a 36 bilhões de m 3 /ano. elimina o excedente para a outra parte,
A EMBRAPA, em vista disso, adaptou onde será utilizada da mesma forma.
Como os estudos com materiais desti-
um sistema de captação, armazenamento
nados à redução da evaporação superfi-
e uso de parte dessa água, através de irri- Este melhoramento no sistema repre·
cial em pequenos reservatórios ainda se
gações de salvação, realizadas por gravi· senta maiores chances para o cumpri·
encontram em estágio inicial, foi intro-
dade. O reservatório é um barreiro que mento de sua função - estabilizar a ofer-
duzida um!!-parede diviSÓria no barreiro,
dispensa a presença obrigatória de um ta de alimentos para o consumo familiar
que, praticamente, duplica a possibili-
riacho .para enchê-Io e as irrigações são em anos irregulares - além de, eventual-
dade de uso da água acumulada, em rela-
efetuadas quando ocorrem déficits hl- mente, possibilitar a produção de exce-
ção à situação anterior.
drioos provocados pela intermitência das dentes comercializáveis.
chuvas. visando à estabilização da pro-
dução de alimentos, através de uma maior Com esta parede, toda água escoada da A análise dos rend imentos obtidos
oferta de água para as culturas. área de captação passa a ser canalizada nos últimos três anos indica que, para
para uma das divisões, reduzindo em 50% cada 1.000 m 3 de água evaporada, cor·
Após dois anos de testes em estação a área sujeita à evaporação. Além disto, responderia a possibilidade de produça"o
experimental e em propriedades agrlcolas a carga hidráulica é duplicada, possibili- de cerca de 550 kg/ha de feijão-vigna
do TrópiCO Semi-Ar ido, as perdas da água tando, mais cedo, o uso das irrigações (o equivalente a Cr$ 44.000,OO/ha -
acumulada, por evaporação, em torno de de salvação por gravidade. Se a água acu- preço de maio/82).

Mecanização a tração animal: a nova força

O programa de pesquisa na área de me-


canização agrícola foi intensificado em
1982 com a evolução do PrQjeto Expe-
rimentação e O ifusão da Mecanização
Agrfcola a Tração Animal, resultante do
Convênio EM8RATER / EMBRAPA/
CEEMAT.

Os resultados dos testes, realizados em


vários estados do Pais, a nível de proprie-
dade rural, despertaram o interesse não
somente dos agricultores, mas também
da indústria de máquinas, que vem rece-
bendo orientação da pesquisa na fabrica-
ção de equipamentos agrlcolas_ No
Ceará, por exemplo, uma indústria já Fig. 33 - O paliculrar 1.500 fi uma barra parta-implementas que permire trabalhar iIfIf 15 hectare$.

4'
produz, em escala comercial, três mode- 1.500 (dez a quinze hectares), ofere- onde, até 1975, 81 % das propriedades
los de chassis porta-implementos, bas- cendo grande vantagem em relação aos utilizavam apenas a força humana .
tante versáteis, permitindo acoplar d i- equ ipamentos trad iciona is. Para possibilitar a transferência dessas
versos implementos e rea lizar quase tecnologias, foi intensificado o programa
todas as operações de campo, cobrindo Com o desenvolvimento desses equi- de capacitação de técnicos, com vários ·
áreas que variam de dois a quinze hec- pamentos, de custos relativamente baixos, cursos em 1982, envolvendo 126 partici-
tares. São eles: Policultor 300, que tra- poderá ser incrementada substancialmen- pantes de 32 entidades ligadas às áreas de
balha de dois a três hectares; Policultor te a força de trabalho na agricultura bra- pesquisa, ensino e extensão rural de todo
600 '(quatro a seis hectares) e Policultor sileira, particularmente no Nordeste, o Pa ís.

Energia: um preço .para o álcool

A análise econômica de um empreen- tipo de análise, pelo fato do sorgo saca- álcool produzido pela microdestilaria do
dimento é especialmente útil sob dois rino e a microdestilaria serem atividades CNPMS, consideraram-se os custos da fase
aspectos: a) orienta a decisão das pes- ainda em introdução no setor agrícola agrícola e os da fase industrial.
soas que ainda não estão na atividade e brasileiro, o que gera certa incerteza so-
b) auxilia na reavaliação de pontos onde bre seus resultados. Por outro lado, é
o desempenho técnico deve ser melho- necessário acompanhar o desempenho Custo do álcool produzido
rado, para que se obtenham maiores dos sistemas sorgo sacarino/destilarias já
lucros. instalados, para verificar os ajustes neces- Considerou-se o processamento de 14
sários a sua melhoria. t/dia de cana-de-açúcar durante sete me-
o aproveitamento do sorgo sacarino ses do ano e 14 t/d ia de sorgo sacarino
em microdestilaria deve ser objeto desse Para calcular o custo de produção do durante dois meses e meio do ano.

Fig. 34 - As microdestilarias podem promover a auto-suficiência energética de propriedades rura is.

42
Ãlcool de sorgo sacarino TABELA 26 - Estimativas de custo de produção de 1 ha da cultura de sorgo sacarino. Safras
81/82 e 82/83. Rendimento médio esperado 40 t de colmos + folhas e 2 t de
grãos.
Com base nos valores obtidos na safra
1981/82, o preço da tonelada de sorgo
posta na usina foi de cerca de Cr$ 994,00
Coeficiente Custo 81/82 Custo 82/83
(Tabela 26). Considerando-se um rendi-
mento de 40 l/t, chega-se ao custo de
Operações
Cr$ 24,85 por litro de álcool na fase agrí-
cola. Na fase industrial, o processamento Aração 2,5 h/tr 2.750,00 4.240,00
de 14 toneladas/dia, durante 64 dias, pro- Gradagem (2 x) 2,0 h/tr 2.200,00 3.400,00

porcionará 3.589 I de álcool, perfazendo Plantio/adubação 1,0 h/tr 1.100,00 1.700,00

um custo de Cr$ 28,23 por litro. A soma Adubação em cobertura 1,0 h/tr 1.100,00 1.100,00
Capina mecânica (2x) 2,0 h/tr 2.200,00 3.400,00
dos dois dispêndios fornece o valor do
Aplicação de inseticida 0,5 h/tr 550,00 850,00
custo de álcool, que atinge a soma de Cr$
Colheita manual 14 d.h, 5.250,00 10.500,00
53,08/litro de álcool de sorgo sacarmo, Recolhimento de panf'culas 7 d.h. 2.450,00 4.900,00
desconsiderando-se o valor dos grãos pro- Trilhagem 1,5 hltr 1.650,00 2.550,00
duzidos. Transporte 3,0 h/tr 3.300,00 5.100,00

Ãlcool de cana-de-açúcar Sub-total 22.550,00 37.740,00

Tomando-se -o custo agrícola igual a Insumos


70% do preço fixado pelo IAA para a
cana, na presente safra (Cr$ 2. 546,38/t) , Adubo (4-14-8) 400 kg 9.600,00 18.800,00
e um rendimento industrial de 57 l/t, Sulfato de amônia 200 kg 5.600,00 8.200,00
Semente 8 kg 800,00 1.200,00
tem-se o custo agrícola do álcool de
Inseticida 1 kg 1.200,00 1.500,00
cana-de-açúcar igual a Cr$ 31,27. Nas
condições expostas anteriormente, a pro- Sub-total 17.200,00 29.700,00
dução de álcool de cana será 143.640
l/ano, .corn custo industrial de Cr$ 19,72
e um custo total de Cr$ 50,99 para litro Total 39.750,00 67.440,00
de álcool produzido.

Redução de perdas no milho armazenado

Em recente levantamento feito no Es- parte de sua produção para a alimentação dutores sofrem prejurzos com insetos e
tado de Minas Gerais, foi constatado que humana e animal. Este milho é armaze- roedores, apesar de 75% deles utilizarem
90% dos produtores armazenam grande nado na espiga com palha e 95% dos pro- inseticidas em pó, aplicados em camadas

Fig. 35 - Diversas alternativas de depósitos para milho estão sendo testadas, visando redução de perdas. Entretanto ...

43
I

Fig. 36 - ... o simp/fls f/XPUrgo pode reduzir o dano ti menos de 10% fi a perda de peso ti menos de 2,5'li.

alternadas com milho, como medida de Este problema vem sendo intensa· do milho, antes do armazenamento, pode
oontro le dos insetos. mente estudado, JPm a utilização de reduzir o dano a menos de 10 %, e a perda
vários tipos de paíóis e os resultados de de peso a menos de 2,5% em 6 meses de
Foi também rea lizada, em três épocas pesquisa indicam que o simples expurgo armazenamento.
diferentes, uma amostragem do milho
armazenado em paióis de 260 proprie- TABELA 27 - Dano. eBulMSo. por in,.to. no milho a rmu.nBdo.m pa iôis d. 260 propriedlldes
dades, com a finalidade de se avaliar o d. Minn Get-a il.
nlvel de dano causado por insetos e a
eficiência do controle realizado pelo
produtor. ~poca de amostragem

Agosto/Sl Novembro/S1 Março/S2


Os resultados, mostrados pela Tabela
27, indicam claramente a importãncia de
Grãos carunchados (%) 17,3 36,4 44,5
se desenvolver tecnologias para o controle
de pragas de mi lho armazenado a nrvel de
Redução peso nos 9r50s
pequeno produtor, pois, com apenas seis carunchad05 (%) 17,8 28,6 32,2
meses de armazenamento (amostragem
feita em novembro/811, os insetos já Perda peso em relação
haviam danificado 36,4% de todos os ao total armazenado (o/,) 3,1 10,4 14,3
grãos, o que representa uma perda de
10,4% do total do milho armazenado.
A razSo de tamanhas perdas está na inefi· TABELA 28 - Efeit o do truamen to qu lm ico r.alizado palas produtor.s, . m Wft pt'Opriedllde1,
ciência do método de rontrole de pragas pa ra o contro" d. insetos do milho armaz. nad o.
e na precariedade das estruturas armaze-
nadoras.
~poca da amostragem

Uma romparação entre as amostras Agosto /8 1 Novembro/81


que vieram de paióis tratados com inse- C/trato • S/trato Cltrat . • Sltrat.
ticida em pó, principalmente o Mala·
thion, com as que vieram de paióis não
tratados com esse tipo de inseticida, Grios carunchados i%) 18.4 15,5 36, 1 37.7
indica que, do modo romo o inseticida
vem sendo aplicado para o oontro le de Perda peso em relação
pragas no milho armazenado em espiga, 80 total armazendo (%) 3,3 2,7 10.3 10,8
não se consegue resultado satisfatório,
o que só contribui para aumentar o custo
de produção (Tabela 28). "Tratamento realizado com inseticida em pó , polvilhado em camadas alternadas de milho.

44
Mandioca: a adubação e sua economicidade

A mandioca, por se adaptar às condi- TABELA 29 - Produção mlldia de faízes, em onze experimentos fatoriais 3 x 3 x 3, realizedos
ções ecológicas adversas, é cultivada sem no Estado da Bahia.
uso de tecnologia adequada, capaz de
melhor explorar o seu potencial genético.
Produção
N(veis t/ha adicional Benefí cio/custo Rentabilidade
Entre os fatores determinantes do bai-
(t/ha) %
xo rend imento, destaca-se o uso de so los
com caracterrstícas limitantes, uma vez
que os melhores solos geralmente são des-
No 22,3
tinados a outras culturas, teoricamente
N1 23,4 1,1 1,2 20
consideradas mais nobres, sob o ponto de
N2 24,4 2,1 1,2 . 20
vista econômico. A produtividade média
do Pa (s, 12 t/ha de raiz, poderá ser dupli-
Po 18,9
cada com a tecnologia já disponrvel aos
P1 25,2 6,3 5,2 420
produtores.
P2 26,0 7,1 3,1 210
Tratando-se de uma cultura que tolera
Ko 21,7
as cond ições de acidez do solo, requer
K1 23,6 1,9 2,6 160
pequenas doses de calagem e raramente
K2 ~ 24,8 3,1 2,3 130
responde à adubação nitrogenada sob a
forma mineral. Quando a fonte nitroqe-
nada é orgânica, tem-se obtido altos Níveis: O, 60 e 120 kg de N, P20s e K2O/ha.
incrementos de produção. Quanto ao Benefício/custo: valor da produção adicional/custo adicional.
fósforo, apesar de ser consumido pela Rentabilidade: (benef lcio/custo - 1) x 100.
planta em menor quantidade, em relação
ao nitrogênio e ao potássio, é o elemento
TABELA 30 - Produção de rafzes de mandioca, em cultivos sucessivos na mesma área, sob
responsável pelo maior incremento de nrveis de potássio aplicados anualmente.
produção. Experimentos realizados evi-
denciaram o efeito benéfico da adubação
fosfatada (Tabela 29). Produção
Ano agrícola e Produção adicional Benefício/ Rentabilidade
A necessidade da adubação fosfatada níveis de K It/ha) (t/bal custo %
está confirmada nos diferentes Estados
e os produtores já estão adotando esta
prática. Ko 36,0
CIO
,.... 6,7
o potássio, em geral, não tem propor- -..
,....
,....
K1
K2
39,5
41,4
3,5
5,4 5,8
570
480
cionado aumentos tão expressivos quanto cn K3 40,2 4,2 3,2 220
o fósforo. Deve-se ressaltar, contudo, que K4 40,8 4,8 2,8 180
as pesquisas desenvolvidas sobre esse as-
pecto referem-se apenas a um único cul- Ko 15,1
tivo na mesma área. Com cultivos sucessi- cn
,.... K1 26,8 11,7 22,3 2.130
vos, verificou-se o esgotamento dos teores co,.... K2 29,0 13,9 15,0 1.400
disponíveis de potássio no solo e, conse- cn K3 30,7 15,6 11,8 1.080
qüentemente, a adubação potássica in- K4 30,8 15,7 9,1 810
fluiu acentuadamente sobre a produção
de raizes. A Tabela 30 evidencia os au- Ko 11,4
mentos de produção de ra ízes, do bene- o K1 20,0 8,6 16,4 1.540
CIO
ffcio/custo e da rentabilidade conseguidos m,.... K2 23,9 12,5 13,5 1.250
em experimentos realizados durante três cn K3 14,6 14,6 1.000
11,0
cultivos consecutivos na mesma gleba. A K4 14,8 14,8 8,6 760
rentabilidade atingiu até 2.130% com a
dose de 40 kg de K2 Olha, havendo tam- Níveis de K: O,40, 80, 120 e 160 kg de K2O/ha.
bém efeitos benéficos sobre a produção Benefício/custo: valor da produção adicional/custo adicional.
da parte aérea e de amido em t/ha. Rentabilidade: (benefício/custo - 1) 100.

45
Fig. 37 - A adubiIÇSo da mandioca mostrou ur ~r>f)mica, com efeiros na produç60 da ptlrre a~rfM ti no conreúdo de 8rtIido.

ortaliças: uma revolução acelerada

Sete milhões de toneladas e cerca de exterior 75%, em peso, das sementes de Estender o cultivo de hortaliças para as
Cr$ 200 bi lhões foi a contribuição das hortaliças que utiliza. Essa dependência regiões de mais baixa latitude (Norte,
hortaliças no quadro da produção de ali- em material genético e sistemas de pro- Nordeste e Centro-Oeste) é muito impor-
mentos e da economia nacional no ano dução originados de pafses de clima tem· tante, considerando o baixo consumo de
de 1981. .. perado vinha limitando a horticultura à hortaliças (36 kg/pessoa/ano no Norte e
Esse setor oomeçeu a evidenciar o seu Região Sul e a alguns pomos da Região Centro·Oeste e 50 kg no Nordeste) e que
peso e a sua importância na década de Sudeste, mesmo assim com deficiência as regiões mencionadas sâ"o importadoras
1960, a partir da implantação do Mercado do material importado para aquelas de hortaliças do Sudeste e Sul. Isto resul-
Terminal de SSo Paulo (CEAGESP) e do condições. ta em elevado preço final, privando-se
Sistema Nacional de Centrais de Abaste-
cimento - SINAC, quando foi posslvel
levantar estatfsticas oonfiáveis sobre a
pl'Odução e oomercia lização das horta· TABELA 31 - Ou.ntidecM . _ _ .- com.cillllzaqlo no SIN AC . CEAGESf'/ ETSP• • 1178
liças. De 1976 a 1981, o setor apresentou • '981 .
aescimento de 60% em volume, talvez o
maior inaemento setorial da produçJo
Ano Qua'11idedl V.IOf
agrfoola no perfodo (Tabela 311.
hl ICrl 1.000.001
As hortaliças, como alimentos nobres
que são (tanto organoleptica oomo nutri-
cionalmente). exigem tecnologia sofisti- 1976 4.467.048 10.959.164
cada para a sua produção. 19 77 5.337.604 18.107.987
1978 6.250.753 30.406.382
Entretanto, pela pouca importância 1979 6.868.808 46:549.4 74
que tradiciona lmente se votava às horta- 1980 7.162.280 96.224.972
liças, o Pais permaneceu dependente de 1981 7.089.884 192.484.768
tecnologia importada, principalmente no
aspecto genétiCO, pois ainda oompra no Fon te: GAA/CQSAL

46
milhões em 1981, acusando um cresci-
mento de 145%.
Esses fatos estimularam o Governo a
dar novo destaque ao setor em sua polí-
tica tecnológica, criando, através da
EMB RAPA, o Programa Nacional de Pes-
quisa de Hortaliças que possui 363 pro-
jetos, abrangendo 28 produtos e 30 enti-
dades participantes.
Já se fazem sentir os resultados tanqí-
veis dessa ampliação da pesquisa em hor-
taliças no Sistema EMBRAPA. Em con-

--.: .5
seqüência do esforço da EMB RAPA,
EPAMIG e EMGOPA, a Região do Cer-

••
---
••
•• rado entrou no rol das áreas produtoras
de hortaliças como batata, alho, tomate,
melancia, abóbora
cional importadora,
e outras.

abastece em 75% dos produtos.


De tradi-
a região já se auto-
O eixo
•••
•••• Brasrlia-Goiânia já começa a tomar
•• -L corpo como um pólo produtor e abaste-
cedor de hortaliças em geral para o eixo
Fig. 38 - Os produtores de hortaliças estão utilizando, em larga escala, os conhecimentos ge- Brasffia-Belérn e de melancia e alho para
rados pela pesquisa, com reais benefícios para si e para os consumidores.
São Paulo e Rio.
grande parcela da população dos bene- logia com vistas, especialmente, a viabi- Alguns projetos como os de cenoura,
fícios nutricionais que estas espécies pro- lizar a produção de hortaliças em baixas ervilha e milho doce já estão beneficiando
porcionam. Na Região Sul, o consumo latitudes. Diminuir as importações de diretamente os produtores. A cenoura
médio de hortaliças é de 83 kg/pessoa/ hortaliças usadas diretamente para con- 'Brasüia', lançada em 1981, está tendo
ano. sumo, já desidratadas, e de grãos para a muito boa aceitação por comportar-se'
indústria, passou também a ser meta satisfatoriamente no verão quente e úmi-
Na segunda metade da década de 70, prioritária, pois o valor das importações do da parte tropical do País. Em 1982,
intensificou-se, no Sistema EMBRAPA, de hortaliças para consumo passou de prosseguiu a produção de sementes, que
o esforço para desenvolver uma tecno- US$ 29 milhões em 1971 para US$ 71 deverá atingir uma tonelada.

[rigo: a luto heróica


<

TABELA 32 - Evolução do percentual de reserva de semente das cultivares lançadas, para o


O investimento em pesquisa para criar estado do Rio Grande do Sul, pelo CNPT/EMBRAPA 1978-1982. CNPT,
novas cultivares de trigo tem possibilitado PassoFundo, 1982.
a manutenção e, até mesmo, a expansão
da área cultivada com este cerea I, princi-
palmente no Estado do R io Grande do Ano
Sul. É um trabalho demorado que neces- Cultivar
sita, pelo menos, dez anos para" o lança- 1978 1979 1980 1981 1982

mento de uma nova cultivar.


'CNT 7' 0,70 1,17 2,41 1,00 1,22
'CNT8' 0,95 0,83 2,04 6,05 10,00
Entretanto, os fatores genéticos e am-
'CNT9' 0,08 0,43 1,67 4,00 4,87
bientais têm feito com que estas culti- 15,49 34,46
'CNT 10' 0,13 1,27 5,29
vares possuam uma vida útil muito curta, 0,12 0,37
'BR 3'
já tendo sido evidenciado que, com o 'BR 4' 0,19 1,00
passar do tempo, uma cultivar perde sua 'BR 5' 0,05 0,39
potencialidade. Este fato obriga os me-
Ihoristas a trabalharem incessantemente Total 1,86 3,70 11,41 26,90 52,31
na criação de novas cultivares, para a
reposição daquelas que saem da prefe-
rência dos produtores. Fonte: SEPROSEM e CESM-RS.

47
Entre 1978 e 1980, aproximadamente pelo IPEAS·MA, destacam·se: CNT 8, vada com as cultivares CNT e BR evo·
70% da área cultivada no Rio Grande do CNT 9, CNT 10, BR 3, BR 4 e BR 5. luiu de 1,86%, em 1978, para 52% em
Sul (Tabela 32) era ocupada com culti· Estas cultivares mostraram, no Rio 1982, no Rio Grande do Sul. Somente a
vares (Nobre, Maringá e Jacuf) criadas Grande do Sul, no perfodo de 1978 a cultivar CNT 10 contribui com 34,46%
por outras instituições. Em 1982, as cul· 1981, uma produtividade média superior da reserva da semente (Tabela 34).
tiv81es da EMBRAPA oC\Jpavam uma área a 1.629 kg/ha (Tabela 33), sendo 18%
de aproximadamente 52%. mais elevada que a das cultivares Nobre, No Rio Grande do Sul, para o desen-
Maringá e Jacuf, as quais eram as prefe- volvimento de um eficiente sistema de
Das cultivares lançadas pela EMBRA· ridas pelos produtores. Em decorrência rotaçJo, a área máxima a ser cultivada
PA, continuaçJo do trabalho iniciado dessa maior produtividade, a área culti· com cereais de inverno situa·se em torno

TABELA 33- Produ1iva.ct. ~iII. produtiva.ct. edk:ion.-I da cultiv.,... CNT e BR em rea.çio às cuhivare. Nobn, Mllri,.. .Jecur .... 1171.
1180.1982.

Ao,
1978 '980 '982
Cultivar
Produ· Produtividade Produ· Produtividade Produtividade

....
Produtividede
tivi· adicional' tivi· adicional estimada' adicionei'
dade
" " "
'CNT7'
'CNT8'
'CNT9'
1.930
1.758
2.236
'3
3
3'
1.428
1.759
1 .891
- 2
21
30
1.480
1.516
1.684 ,.•
3

'CNT 10'
'BR 3'
'BR4'
2.375 40 1.845
1.700
1.927
,.
27

32
1.778
1.447
1.574
24

'0
'BR 5' 1.837 28

Mklia 2.075 22 1.758 21 1.617 '3

CllculMill em rel.ç;Io iI m«lia ponderada das cultivares Nobre, Maringa e Jacu i.

r_
2 Produtividade mklia "tim.da em função da$ m6dia$ 197&1981.

TABELA 34 - Produtiv..........-.tu.1 de de Mmente. produtividMte m6dil poncter.dl ct. cultiva Nobre, MII'i,.'...,' _ 11178.
111BO, 1882, no EstMIo do Rio G,ande do Sul.

Ao,
1978 '980 '962
Culti......

,.....,
Produti- " d. Produti· " d. Produti·
"'"
---,.
,-~ vidade _NO vidada' ~

do do do
"mente _0"
77/78 791&:l 81/82

'Notn· 1.616 4. 1.431 40 1.316


_ringi' 2.
'.ui"
1.979
1.763 "
12
1.481
1.524

1.514
'.438
21

-"pondo-
-"". 1.702 1.456 1.432

-,....
lO'" .. 71 38

Fonte; CNPTIEMBRAPA. SEPROSEM. CESM· RS.


I Produllvidede rn6die estirneda em função da m6dia. 197&81.

48
de 1.500.000 ha, sendo que a part ici-
pação do trigo seria de aprox imada-
mente 1.300.000 ha, e os outros 200.000
ha seriam divididos com cevada, centeio e
aveia. Isto permite antever, para os pró·
ximos anos, a estabilização da área de
rultivo, principalmente se persistirem os
segu intes fatores:

manutenção das atuais relações de pre-


ços do trigo oom cevada, outras gram(-
neas e gado de corte;
manutenção das atuais produtividades;

manutenção da atual polftica de preço


do trigo.

Objetivando a manutenção da área de


1.300.000 ha com trigo e dada a exigên-
cia técnica de rotação com esse cereal, a
área das demais culturas alternativas - Fig. 39 - A rOfaç60 de culturlls I importtJnfe parll reduzir li inddlncill rH IIlgumss d~nçss no
que nSo gram(neas - cleverá ser aumen- trigo. Em primei ro plano, plantio cont f nuo de trigo durllnte $fi;' ,nos. Em U!gundo
tada. plano. rotaçSo d e um 11110 ti, iJO IIIdo d iraito. roraçKo superior li dois enos.

Controle de brusone

A brU$One é a doença que mais perdas s§o suscetfveis à doença. Resta ao prÇ>- cidas para contro le de doenças de menos
tem causado ao arroz irrigado. Nos ulti- dutor, no momento, o uso de fungicidas importância) somente no momento em
mos anos, tornou·se um problema grave para seu controle. No entanto, sendo esta que a lavoura tenha emitido 5% das pan(-
para o arroz de sequeiro do Brasil Cen- rultura sujeita a riscos climáticos, a utili- rulas.
tra I. A ocorrência é constatada em todos zação de defensivo deve ser analisada em Os ganhos médios, com esse tipo de
os anos com maior ou menor grau de termos de número e época de aplicação tratamento em termos de produção e ga-
intensidade, dependendo das condições mais apropriados. nhos monetários, são apresentados na
climáticas. Tabela 35. Verifica-se por esses dados
A EMBAAPA realizou pesquisas e tem que, com relação à testemunha, os ga-
Como essa doença não era problema hoje recomendações para o controle de nhos de produção foram de aproxima-
na região do Brasil Central, todas as cul- doenças do arroz e o uso de fungicida damente 40%. Em termos de renda, o
tivares comerciais de arroz de seQueiro para a brusone (sem misturas, com fungi- tratamento da brusone, além de aumen·
tá-Ia três a quatro vezes, possibilita um
menor risco de renda negativa. Para co-
TABELA 35 - Enimltivl d" produção " rend i tM"ut" por necttr" ~rll í....n com • 118m
brir os custos adicionais do tratamento
trlltamento qulm ico d. brulOAe.
é necessário um inaemento na produção
de aproximadamente 90 kg/ha ou 9%
Produção Renda muta I com relação a áreas não tratadas.
Teeoologia (kg! ha) (Cr$ / ha ) Se o adicional, em termos de um
hectare, for refletido na área total de
. arroz no sistema de sequeiro, que é de
Com tratamento 2 1.41 4 24.036,00 aproximadamente 5.000.000 ha, os ga-
nhos IX>tenciais dessa tecnologia são ex-
Sem tratamento 1.030 6 .194,00 tremamente significativos, em especial
no que se refere ao aumento da produ-
ção final de arroz.
1 Receita brut. _ CUstOS variáveis lsafra 1981 / 82 ) No entanto, sabe-se que nem todos
2 Mklia dos rHUltados de d iferentes p rodutos. os produtores têm acesso ã tecnologia

49
ou então que, mesmo tendo conheci- de sequeiro, 25% dos produtores utili- Assim, mesmo considerando-se que a
mento de suas vantagens, não possuem zaram a tecnologia preconizada como eficiência da tecnologia a nível de pro-
recursos para aplicá-Ia. Em levanta- mais adequada ao controle da brusone, dutor venha a ser inferior a das áreas de
mentos efetuados, constatou-se que, em enquanto 50% não tinham conheci- experimentação, os ganhos adicionais
determinada região produtora de arroz mento dessa alternativa tecnológica. são significativos.

Fig. 40 - Cultivares de arroz submetidas ao ataque intenso de brusone não resistem e morrem, ao passo que, com a proteção de fungicida específico,
podem produzir normalmente.

Zinco na cultura do arroz

o baixo nível de zinco disponível nos gens, considerando que na ocorrência de a um incremento na produção da ordem
solos constitui problema para a produção estiagem esse método é superior aos ou- de 268 kg/ha ou de Cr$ 11.638,80 por
de arroz de sequeiro nas regiões de cerra- tros dois, no sulco e a lanço. Além disso, hectare (Tabela 36). Na segunda alterna-
do do Centro-Oeste e Sudeste, reduzindo apresenta as seguintes vantagens adicio- tiva, tratamento da semente e aplicação
significativamente a produção. nais: redução de custo, menor risco de de 10 kg/ha de sulfato de zinco no sulco,
quebra de produção caso ocorra o vera- misturado com adubo, embora o pri-
Resultados obtidos mostraram diferen- nico, e possibilita ao agricultor adquirir meiro apresente uma queda na produção
ças entre os métodos de aplicação de zin- semente previamente tratada com zinco. de aproximadamente 50 kg/ha, propicia
co ao solo, sendo os melhores os seguin- Foi feita uma análise dos resultados um acréscimo de renda líquida por hec-
tes: aplicação no sulco, aplicação a lanço da adubação com zinco, levando-se em tare de Cr$ 1.350,00, devido à redução
e aplicação na semente. Tem sido com- consideração duas alternativas. Na pri- do custo do zinco utilizado.
provado que o último método, ou seja, meira, tratamento da semente e plantio Para o cálculo do potencial que essa
aplicação na semente, apresenta vanta- sem o uso de zinco adicional, chegou-se tecnologia representa, foram estimados

50
OS dados oonstantes na Tabela 37 oom TABELA J6 - Estim.a1m, por h«1 ••, dos ruultlldo. que podem .., obtidos com • •'tclÇlo
algumas alterações sobre aqueles da Ta· d. l.inco no p lMt io d • • FOZ, em doit .i• ...,.•• INr•• ....., c.nU'o-O"•.
bela 36. Em razio de já estar em uso a
adiçlo de zinoo junto ao adubo (3 kg / ha
em média, al~m do já oonstante na f6r · Produção' Receit. 2 Cu.to do Zinco J
mula). o atual rendimento tem um incre·
mento de. no m(nimo. 4.2% sobre o que
Tecnologia
''I ICr$)

A
aplicaçio
(Cr$)
,
IA)- (B)

seria sem essa tecnologia, ou seja. 40%


da área oom, aproximadamente, 10% de
incremento da produçã'o. Anim, a pro·
duçSo passa a ser oonsiderada a média 11 Sem zinco
nos três anos em questão, ou 1.117 kg/ ha. 1t"t.1 1.072 39.235,20 39.235.20
Dessa forma, o aumento do rendimento
entre as duas alternativas tecnológicas
21 Com zinco
n. semente 1.340 49.044.00 460.00 48.584,00
passou para 20%. enquanto a diferença
do valor da produção ficou em 18,5%, 31 Com zinco
em razlo dos OJstos do zinoo adicionado, no sulco 1.390 50.374,00 3.640,00 46.734.00
sem oonsiderar que 40% da área já está
arcando com OJsto de adição de aproxi· Oif.rlnça
madamente 3 kg/ha. (2) - (1l
(2) - (3)
2"
-50
9.808,80
1.330.00
-460.00
-3.180,00
9.34B.80
1.B50.\.IO
Os dados mostram que. com o uso de
sementes tratadas com zinco, poderá ser
obtido um aumento na produção de até 1) - O rendimeflto da testemunh. 111m zinco) foi estimado I Plrtir da .upotiçlo di que
20%. ou seja, aproximadamente 538.000 40% do. produtores }á UM .Iguma quantidade de zinco com rendimentos ediciontis de
toneladas em uma área de 2.412 hectares. 10%. o qu.04I i t ..temuno. um wlOl" Iquiy.'ente a 96" diI produtiYidadli rr*:tlil dos
Nessa mesma área. a renda Irquida a nlvel ultimos tril.lnos.
do produtor pode ser incrementada em 21 - Preços ~ salli 1981/82
Cr$ 7,18 bilhões. 31 - Conside..-ou... o preço m(nimo do .rroz par•• $.IIfr. 1980/ 81 .

TABELA 37 _ EIti_m • i~tIOI na ..kw • produçIo to. ., em tm hifMn- eM 1doPo. trl~_ eM .......... di.".,.. _ Ii__
.. .....,Otnuo-o..•.

IE m 1.000 M. 1.000 t. CrS 1.000.000,001

Hip6_ de adoção
OilCri m ineçjo Produçio l "'alor da1 25% 1170%
produçiO Produçio Valor diI'
",....çSo
Ar.. "'"
Produçlo V.lor de'
produçlo
Are. Produçio

cust.ad. custo Id.

linoo no .t\IiIl
nl~. utillz.

Zinco 8t. . . . do
2.412 ~ ... ,a600 1.'" 2.021 73.969 1.206 1.347 49.300

trndll ..n...u .. 603 B08 29.296 1.206 1.616 58.591 2.412 3.232 117.182

To. . It\IiIl 2.412 2.694 9a600 2412 ~'29 103.265 2.412 2.963 107.891 2.412 3.232 117.182

Acrkimo

Totl&hi~
X 100
Total atual 5 4.7 10 9.4 20 las

, Aendtm.nto m6dio das uh ultifNS $.IIlras 11.117 kg/hal


1 CrS 14,4OIq ~ arroz (preço mlnimol
1 C ..tos r h~. diI Tlt.I.iI, no ClIO dillltem.tiv. do Iratemento dils llmentll IPreços reflrlntll li IIfr. 1981 /82.

51
Outros resultados da pesquisa agropecuária

Foi desenvolvida uma técnica para


Abacaxi obtenção de mudas isentas daquele
fungo, o que irá contribuir para a redu·
çJo, em quase a sua totalidade, da inci·
A fusariose é a doença mais grave da dência da doença na região produtora do
abacaxicultura brasileira, provocando per- Estado. Para fornecimento a futuros
das, em média, de 30% da produção na- produtores de mudas, a EMCAPA estã
cional de frutos, e cerca de 20% em piaI'}> produzindo 250.0IXl mudas sadias.
tas após o plantio, além de perdas de mu- (EMCAPA.)
das, geralmente 40%, que são descartadas
na seleção antes do plantio. Atualmente, Em experimento realizado no Muni·
vem sendo oonstatada a ocorrência da dpio de Araruama-RJ, verificou-se que o
fusariase em todos os Estados produtores chlorflurenol metil ester (Multitropl.
de abacaxi do Pais, sendo as mudas seu quando aplicado em plantas de soca na
principal ve(culo de disseminação. ocasião da indução da floração, na dose
Foram efetuados estudos de produção de 125 ppm de princIpio ativo, mos-
de mudas, a partir de gemas de secções do trou·se eficiente na produção de mudas
caule da planta, os quais demonstraram a de abacaxi da cultivar Smooth Cayenne
viabilidade do prooesso. O emprego desse chegando a produzir até treze mudas
método possibilitou a produção de mudas por planta, quando a média é de três.
livres da fusariose. não se constatando Com este método, espera·se suprir a
perda alguma de plantulas nas fases de produção de mudas no Estado, que é
sementeira e viveiro. O fndice de perdas quase inexistente. (PESAGRO·RIO.l
(plantas), durante o ciclo vegetativo. atin-
F;g. 41 - NOVai tKno!ogmS /Hrmit.m O cul·
giu apenas 0,4%, enquanto que a perda tivo do abiIC~xi.m A,.., de c_an-
de frutos também foi baixa: menos de Estudos de adubação e espaçamento
g'. ,nt.s impróprms pllf' o culrivo.
2%. Portanto, o uso de mudas sadias oon- em dois ciclos de rultivo do abacaxi cv.
tribuiu para reduzir a fonte de inóculo Pernambuco indicaram que é possfvel
do patógeno na área. Um dos principais prOblemas da aba· obter acréscimos na produtividade (em
A técnica de produção de mudas sa- caxicultura no Estado do Esplrito Santo relação à testemunhal da ordem de 56,6%
dias, a partir de secções do caule do aba- é a fusariose. Uma das causas da persis· no primeiro ciclo (39,9 tlha) e de 34,5%
caxizeiro, permite a melhoria do estado tência da doença nas lavouras é a utili· no segundo ciclo (18,2 t/hal, ao se utili·
fitossanitário da lavoura, oom respostas zação de mudas já infectadas, pois, zar o espaçamento em fileiras simples de
imediatas na produtividade, tornando-a mesmo fazendo·se uma seleção antes do 0,90 m x 0,30 m, com adubação de 4 g
eoonomicamente viável na maioria das plantio, muitas ainda $So levadas para o de N, 2 9 de P2 0 S e 2 g de K2 0 por
atuais e/ou potenciais regiões prOdutoras campo com o pat6geno. planta. (lPA.I
de abacaxi no Brasil. (CNPMF.)
TABELA 38 - Si tu açj'o . tu . 1 • penpeetiv. par •• cultur. do a baca x i no Estado do Rio d.
J. n.iro,.mfunçio da ad oçio d. t ecnologi as recomendadas pela PES AGRO-RI O
Resultados de observações de experi·
mentos e levantamentos de campo mos·
traram que os maiores percentuais (48% Especificação Arell Produtividade Produção Incr.mento na
e 77%) de frutos infectados pela fusariose (hll l (kg/ hal hl produçio "
ooorrem nas oolheitas de junhO a setem·
bro, oorrespondentes às induções florais
artificiais de fevereiro-maio. Atribui-se
isso ao fato do desenvolvimento das inflo·
Situação atual
". 15.120 5.685

Aplicação da tec-
rescências coincidir oom os meses mais
chuvosos e frios, possibilitando oondições
6timas de umidade e temperatura para o
nologia
". 20.000 7.520 32,3

EXPll n$$o d(I área


desenvolvimento do fungo. As induções cu ltivada 445 20.000 8.900 156,5
florais efetuadas de junho a dezembro
possibilitaram, quando da colheita dos Resu ltado li curto
frutos de novembro a maio, os menores p rllzo (3 a 5l1nos) 821 20.000 16.420 188,8
percentuais (1 % a 18%) de infecção e,
também, os menores Indices de doença.
(CNPMF.) Fo nte: F IBGE (1980), PESA GRQ. AI O.

52
A utilização do espaçamento (fileira Em resultados recentes e através dos estão sendo multiplicadas as sementes das
dupla) 1,00 m x 0,40 m x 0,30 m, com testes simultâneos para resistência múlti- linhagens CNPA 77/149, CNPA 77/97 e
adubação de 10 g de N por planta, per- pla, foi selecionada, dentro da 'IAC 17', CNPA 76/5366, necessárias para dist ri-
mitiu obter produtividade de 77,4 t/ha uma linhagem que, além de mais produ- buição aos produtores do Nordeste. Com
(testemunha, 54 t/ha) com peso médio tiva (6,5%) e de fibra mais resistente isto, pretende-se atingir o objetivo de, a
dos frutos de 1,655 kg e 55% dos frutos (3,8%), apresenta melhor resistência à curto prazo, cada Estado possuir suas pró-
com peso acima de 1,5 kg. (lPA.) murcha do Fusarium, à murcha da Verti- prias cultivares de algodoeiro herbáceo e
cillium, a nematóides, a ramulose e é to- arbóreo. Na área de produção de semen-
lerante à broca-da-raiz. Essa linhagem é tes genéticas e básicas, a EMBRAPA
Algodão a IAC 20. tem-se estruturado de modo a melhor
Esses dados permitem prever um au- atender a demanda regional, passando a
mento de produtividade de 117 kg/ha, produzir de 77,5 t de sementes em 1980
As pesquisas em melhoramento gené- com uma produção anual adicional de para 458 t em 1982. (CNPA.)
tico do algodoeiro levaram à criação de 1.638.000 arrobas de algodão em caroço.
duas novas cultivares de algodão, a Minas Essa superioridade da variedade IAC 20 A cultivar CNPA 77/150 proporciona
Dona Beja e a Minas Sertaneja, indicadas, sobre a IAC 17 refletirá, também, em um um aumento de 37% na produtividade do
respectivamente, para as Regiões do Tri- fio mais resistente e numa melhor aceita- algodão em caroço em relação à cultivar
ângulo e Norte de Minas Gerais. ção de fios e tecidos no mercado interna- IAC 17, comumente utilizada pelos pro-
O algodoeiro ocupa, no Triângulo cional, concorrendo para aumentar as ex- dutores da Região Serrana. Já em áreas de
Mineiro, uma área aproximadamente igual portações brasileiras. (lAC.) baixa precipitação pluviométrica da mes-
a 30.000 ha, com uma produtividade mé- ma região, verificou-se um melhor com-
dia em torno de 1.500 kg/ha. A 'Minas A criação e distribuição da nova culti, portamento da cultivar PR-4139, com
Dona Beja', com uma produtividade de var de algodoeiro Mocó Veludo C-71 vem produtividade 58% superior à cultivar
2.040 kg/ha, representa, sem ônus adicio- permitindo a substituição da 'SL-9193' SU-0450/8909 (testemunhal. Em experi-
nai para o produtor, um ganho de produ- por esse novo material que apresenta mentos conduzidos em Açu, as cultivares
tividade 36% superior à média da região. idênticas caracterfsticas de fibras e uma IAC 19 e BR 1 se sobressaíram, com ren-
Isto significa passar de uma produção to- produção 20% sl,lperior ao Mocó tradicio- dimentos da ordem de 850 kg/ha, 83%
tal de 45.000 t para 61.200 t, pela sim- nal. (CNPA.) superiores ao tipo 'Rasga Letra'.
ples substituição de cultivar. (EMPARN.)
Para o Norte de Minas foi especial- Os trabalhos de melhoramento gené-
mente desenvolvida a cultivar Minas Ser- tico com o algodoeiro arbóreo permitem Trabalhos de pesquisa conduzidos du-
taneja, de excelente produtividade e re- a seleção de tipos mais precoces e produ- rante quatro anos, nos Municfpios de
sistência à seca. Esta região cultiva cerca tivos como os bulks 78/3B, CNPA 78/ Santa Helena, Anicuns, Inhumas, Piracan-
de 70.000 ha em algodão, a uma produ- 2BR e CNP 80/1 B, ora em fase de aumen- juba, Itumbiara, Pontalina, Goianésia,
tividade média de 600 kg/ha, com uma to para distribuição aos produtores. Na Quirinópolis, Itauçu e Arraias, demons-
produção total de 42.000 t. A nova cul- seleção do algodoeiro herbáceo, além da traram que o plantio de algodão é eco-
tivar apresenta, na região, uma produti- distribuição das cultivares BR-l e PR-l, nômico com níveis de 70 kg/ha de P2 Os
vidade méd ia de 1.122 kg/ha, ou seja,
87% superior à média regional. A sua
adoção significará a elevação da produção
total da região de 42.000 t parà 78.540 t,
sem ônus adicional para o produtor.
(EPAMIG.)

Substituindo a cultivar IAC 16, a va-


riedade IAC 19 está contribuindo, no
Estado de São Paulo, com um aumento
de rendimento do produtor de 21,2%.
Com uma área prevista de 60.000 ha e
aos preços atuais, o reflexo será um au-
mento na renda bruta do produtor de
Cr$ 3O.528,00/ha, ou seja, cerca de
Cr$ 2 bilhões adicionais na economia
algodoeira do Estado. Com relação à
'IAC 17' que ocupou, em 1981/82,
quase 70% da área algodoeira de São
Paulo, a variedade IAC 19 traz grande
melhoria de rendimento nas áreas infes-
tadas por nematóides, ao redor de 54%
no aumento de rendimento do produtor,
bem como 6,6% no aumento da resis- Fig. 42 - A armadilha (à esquerda) com feromô'}io, para combate a lagarta rosada do algod60, é
de grande utilidade e n60 afeta a ecologia.
tência da fibra . (IAC.)

53
TABELA 39 - Economia resultante da implantação do manejo integrado de pragas do algo- ficar sempre 20 cm acima do nível das
plantas e com uma distribuição uniforme
doeiro no Estado de Minas Gerais, por hectare.
no campo. ° momento da instalação
deverá ser no período de estabelecimento
Unidade Método do Método do da cultura, sendo retiradas quando da dis-
Item de agricultor manejo tribuição dos restos da cultura. Com este
utilização (7 aplicações) (2.4 aplicações) Economia período de captura, haverá uma signifi-
Quant. Cr$ 1,00 Quant. Cr$ 1,00 Quant. Cr$ 1,00 cativa diminuição do potencial desta pra-
ga. As iscas (atrativos feromônios) deve-
rão ser trocadas a cada três semanas.
Trator c/equ i-
Nas regiões onde a lagarta-rosada atin-
pamentos h/ha 7 7.000 2.4 2.400 4,6 4.600
ge "status" de praga, se a pressão popula-
28 1.680 18.4 1.104 cional for intensa a partir dos 100 dias
Óleo diesel 1/ha 9,6 576
da emergência das plantas, provavel-
Inseticidas Cr$/ha 17.500 6.000 11.500 mente será necessário complementar a
ação de captura por feromônio com uma
Mão-de-obra dh/ha 14 8.400 4,8 2.880 9,2 5.520 ou mais aplicações de inseticida. Em cul-
tura de algodão plantada mais tardia-
mente, não se recomenda a utilização de
Obs.: Preços de abril de 1982. feromônio, como forma de controle, de-
vido às altas populações cumulativas de
e 20 kg/ha de n itrogên io, quando a aná- mente estabelecido. Embora haja uma lagarta-rosada, durante o estágio de fruti-
lise química do solo evidencia índice de tendência de se obterem maiores rendi- ficação do algodoeiro. As outras pragas
fósforo inferior a 5 ppm. mentos com o uso do manejo integrado, também precisam ser combatidas por
Em solos com índice superior a 10 o resultado relevante é a economia que defensivos, caso ocorram em níveis causa-
ppm de fósforo, a experimentação evi- se obtem através da redução do número dores de dano econômico.
denciou
fósforo
grande resposta à aplicação de
e nitrogênio, podendo ser indi-
de pulverizações.
A média atual de pulverizações, entre ° feromônio apresenta a vantagem de
não ser tóxico ao homem e o seu uso
cados, como níveis econôm icos, 181 os agricultores, é de sete por safra. Utili-
kg/ha de P20S e 40 kg/ha de nitrogênio. zando-se o manejo integrado, esta média evita maiores desequilíbrios na fauna.
Para ambos os casos, considerou-se o al- cai para 2.4 aplicações. Este dado permite A sua utilização redunda numa econo-
godão em caroço ao preço de Cr$ 43,00/ inferir que, se o manejo for implantado mia aproximada de 50%, em relação ao
kg, P2 Os a Cr$ 115,OO/kg e nitrogênio em todo o Estado, considerando uma dispêndio com o inseticida destinado ao
a Cr$ 150,OO/kg. área plantada de algodão de, aproxi- controle da lagarta-rosada. (IAPAR.)
No primeiro caso, a economicidade do madamente, 120.000 ha, ter-se-ia uma
plantio de algodão foi confirmada quando economia da ordem de Cr$$ A prática do desbaste no algodoeiro
foram empregados 70 kg/ha de P20S e 2.726.880.000,00 (Tabela 39). Mocó é desaconselhável, pois determina
20 kg/ha de N, com um lucro de Cr$ Os custos, utilizando-se o método de a redução do "stand" da cultura pelo
55.471,OO/ha, levando-se em conta ape- manejo, correspondem a 34,29% do aumento da incidência da broca, com o
nas os custos do fósforo e do nitrogênio, custo proveniente das sete aplicações conseqüente efeito na produção. (I PA,)
sem considerar os custos fixos. Com a me- utilizadas pelo produtor. É evidente
tade dos níveis, o lucro deverá ser de Cr$ que estes ganhos, em termos de insumos Há vantagens na prática da colheita
50. 289,OO/ha, enquanto que, sem aduba- poupados, são potenciais. (EPAMIG.) com intervalos de 15 a 25 dias no algo-
ção, o lucro não ultrapassará Cr$ dão Mocó, pois as operações são facili-
35.717,OO/ha. No manejo de pragas, o feromônio tadas pela maior disponibilidade de ca-
No segundo caso, de maneira seme- sexual da lagarta-rosada é de grande uti- pulhos abertos, além da evidente me Iho-
lhante, o emprego dos níveis ótimos de lidade: a) para monitoramento dessa ria das características tecnológicas da
181 kg/ha de P20S e 40 kg/ha de N de- praga, indicando a ocorrência e tendên- fibra. (I PA,)
verá proporcionar um lucro de Cr$ cias de suas densidades populacionais;
104.808,OO/ha e com a metade desta b) como técnica de confusão de ma- Os espaçamentos de 2,0 m x 1,0 rn,
adubação o lucro ficará em Cr$ chos, pela desorientação do inseto em 2,0 m x 0,5 m e 2,5 m x 0,5 m em com-
94.135,50/ha, enquanto sem nenhuma virtude da disrupção sexual e impedindo paração com o espaçamento tradicional
adubação este lucro ainda atingirá Cr$ o acasalamento quando o meio ambiente de 2,5 m x 2,5 rn, determinam um au-
63.166,53/ha. (EMGOPA.) é permeabilizado com o ferornônlo: e mento de 30% na produtividade do al-

°
manejo integrado de pragas do a Igo-
doeiro consiste na realização de amos-
c) como atrativo para a captura massal
desse inseto, quando utilizado na propor-
godão Mocó. (IPA.)

ção de uma armadilha por 1.000 m2.


tragens periódicas para levantamento do As armadilhas de captura são confec-
Arroz
nível populacional das pragas e de seus cionadas com embalagens usualmente des-
in imigos naturais. Os inseticidas são utili- cartadas (latas e garrafas plásticas), com Em trabalho de pesquisa conduzido
zados quando se constata um determi- feromônio sexual no seu interior. Estas nos anos agrícolas 1980/81 e 1981/82
nado nível de danos econômicos, previa- armadilhas, presas a uma estaca, deverão com a cultivar IAC 47, ficou evidenciado

54
que se pode baixar o custo da produção
em Cr$ 11.924,00 por hectare, sem haver
quida de Cr$ 8.758,00/ha. °
acrescrmo
de receita obtido com este tratamento,
queda de produtividade, utilizando-se errorelação ao resultado alcançado com a
espaçamento de 50 cm entre fileiras, adubação pelos agricultores do Território
densidade de 50 sementes viáveis por Federal de Roraima, foi de Cr$
metro linear e sem adubação nitrogenada 5.896,00/ha, podendo este valor ser
em cobertura. Nesta condição, além da considerado bastante significativo, quan-
relevante economia de sementes e de ni- do extrapolado para 25.000 ha culti-
trogênio, tem-se também menor incidên-: vados nestas áreas. (UEPAT Boa Vista.)
ela de brusone, o que poderia permitir aos
orizicultores uma redução no número de As cultivares atualmente recomenda-
pulverizações. (Tabelas 40 e 41). das para o Acre, a IAC 164 e a IAC 47,
(EMPA-MT.) esta última ocupando maior percentual
Resultados de pesquisa, com adubação da área plantada no Estado, vêm apre-
mineral para o arroz de sequeiro em solo sentando produtividades superiores a
de cerrado, indicam a combinação de 50, 3.200 kg/ha, quando cultivadas de acor-
50 e 60 kg/ha de N, P20s, K20 e 30 do com as recomendações técnicas para
Fig. 43 - O arroz irrigado, com a utilização
kg/ha de S04Zn, como a mais atrativa e época, espaçamento e densidade de plan-
de novas cultivares, está proporcio-
econômica, apresentando rendimento de nando melhores rendimentos e tio, indicados pela pesquisa para a região.
1.987 kg/ha de arroz e uma receita If· maiores lucros ao produtor. (Foto Salienta-se que esses rendimentos são
PESAGRO) obtidos em regime de sequeiro favore-
cido, sem aplicação de fertilizantes e com
TABELA 40 - Produção média (kg/hal obtida em três ensaios (Nobres 1980/81 e 1981/82 e a baixa tecnologia dispensada aos sistemas
Canarana 1981/821. de cultivo do arroz na região.
° uso de sementes de boa qualidade
também tem contribuído para a obtenção
Espaçamento entre fileiras tem)
Densidade
desses rend imentos, que podem ser con-
(semente/ml 35 50
siderados bons, em face dos custos de
C/N* S/N* C/N S/N produção nos sistemas de cultivo usados
na região. (UEPAE Rio Branco.)

50 2.196 2.039 2.016 2.428 Como so lução para o prob lema dos
agricultores localizados em áreas de aces-
70 1.996 1.999 1.871 1.804 so impraticável, na época de colheita e
beneficiamento do arroz, comprovou-se
90 1.905 1.829 2.130 1.686
a viabilidade do acondicionamento do
arroz no campo em meda linear, na qual
* C/N Com adubação nitrogenada em cobertura à base de 20 kg de N/ha por ocasião do pode ser efetuado o controle de pragas
início do prim6rdio floral. dos grãos armazenados, através de expur-
* S/N Sem nitrogênio em cobertura.

TABELA 41 - Economia por hectare resultante da adoção da nova tecnologia, consideran·


do-se somente os custos de N e sua aplicação na produção de sementes.

Técnica usada Custo * Técnica recomendada Custo


Insumos
pelo produtor Cr$/ha pela pesquisa CR$/ha

Nitrogênio 20 kg 3.880,00

Aplicação de N em
cobertura 1 h/M 2.059,00

Sementes 97 kg 9.215,00 34 kg 3.230,00

Total 15.154,00 3.230,00 .


Fig. 44 - Parcelas de arroz sem fósforo (pri-
meiro plano), comparadas com ou-
Economia/ha = Cr$ 15.154,00 - Cr$ 3.230,00 = 11.924,00 tras adubadas (fundo), mostram a
importância deste elemento no
* Custo médio em setembro de 1982.
Território de Roraima.

55
tos culturais acima de 10% em relação à
'IAC 25'. Estas se revelaram ainda mais
produtivas que a 'IAC 47', exibindo pro-
dutividades superiores a 3.000 kg/ha.
(EPAMIG.)

As várzeas do Amapá apresentam um


enorme potencial para o cultivo intensivo
do arroz. Pesquisas já realizadas demons-
traram que as cultivares Pisari, IR-665-23
-3-1, I R 20-35 e Apura superam em 55%
a produtividade média local para o arroz
de várzea, que é de 2.000 kg/ha. Esti·
ma-se que, já na safra 82/83, estarão sen-
do implantados 300 ha com a cultivar
Apura, representando um ganhO potencial
da ordem de 330 toneladas e equivalente
a Cr$ 9,2 milhões. (UEPAT Macapá.)

Dentre as 18 cultivares testadas em


Ipanguaçu, sob condições de irrigação por
bacias de inundação, destacaram-se as cul-
tivares CNA·796343 e IAC-899 com pro-
Fig. 45 - A utilizaç60 dfl mt1das lineares facilita o armaZflnamllflW de grãos, fim iJrws com difi-
culdades dfl transporte.
dutividade de arroz em casca da ordem de
1.940 kg/ha, 3,5 vezes superior à cultivar
local. (EMPARN.)
go. Desse modo, o produtor poderá aguar- com a produção adicional. Onde o pre-
dar a época em que haja condiçiles de paro é feito rom .tração animal há uma No Território Federal de Roraima, re-
aceSSO a sua propriedade para beneficiar redução de 30% neste custo. Esta tecno- sultados de pesquisa indicam que as culti-
e comercializar seu produto, sem grandes logia, uma vez difundida aos produtores, vares IAC 165, IAC 164, CNAX 791048,
riscos de perdas e sem onerar os custos além da redução acentuada da demanda CNAX 790825, todas de cicio precoce
de produção. de fertilizantes, aspecto que rondiciona (90 dias) apresentaram produtividades
o abandono da área, terá reflexos na superiores às testemunhas locais 'IAC 47'
O produto, acondicionado nas meclas,
redução dos custos de produção, uma vez e 'IAC 25', com um acréscimo na produ·
pode permanecer no campo por três me-
que não há necessidade de investimentos tividade de 200 kg/ha.
ses ou mais, sem prejulzos para a quali-
rom a derruba da floresta e, evidente- Esse acréscimo proporcionaria um in·
dade do grão e poder germinativo da se-
mente, na preservação da erologia da re- cremento de Cr$ 4.oo0,00/ha na renda
mente. (UEPAE Rio Branco.)
giã"o. (UEPAE Rio Branro.) liquida do produtor que estendido para
Entre as diversas leguminosas em es- 25.000 ha, área estimada de plantio no
O cultivo do arroz de sequeiro, em Território Federal de Roraima em 1982,
tudo para a adubação verde, os melhores
Minas Gerais, representa uma área aproxi· permitiria um ganho potencial da ordem
resultados foram obtidos com 'Mucuna-
mada de 438.000 ha, correspondendo a de Cr$ 100 milhões. (UEPAT Boa Vista.)
Preta' (23,3 t /ha) e 'Feijão-de-Porco'
70% da área ocupada com arroz. As varie-
(21,9 t/ha) de massa verde. Não houve
dadeS de sequeiro tradicionalmente culti· Resultados de ensaios conduzidos no
ataque de pragas e doenças e a adaptação
vadas são a IAC 1246 e a Pratão Precoce. ano agrícola 81/82 com a cultivar IAC-
das referidas leguminosas às condiçiles
Através dos trabalhos de pesquisa, no, 164 indicaram que a produtividade média
locais foi excelente.
vas cultivares foram desenvolvidas e, da referida cultivar foi duas vezes superior
Semeadas nos primeiros dias de setem- entre elas, foi selecionada e indicada para à do Estado que é de 1.6.9 6 kg/ha.
bro, as leguminosas poderão ser incorpo· o cultivo em Minas Gerais a 'IAC 47'. Considerando-se que a área colhida foi
radas no final de novembro. Uma semana Esta cultivar supera, em termos de produ- de 111.285 ha, somente com a substitui·
após, faz-se a semeadura do arroz. Este tividade, a ' IAC 1246' em aproxima- ção das cultivares locais pela cultivar
apresenta um rendimento de 3.200 kg/ha, damente 10%. IAC-l64, o Estado de Rondônia teria
enquanto que na testemunha (onde não Considerando o grupo de cultivares uma renda bruta de Cr$ 4.982.719.104
foi plantada a leguminosa) o rendimento precoces (11Q.120 dias), foi recomenda- contra os Cr$ 2.491.359.552 obtidos.
é de 1.500 kg/ha. Nesta mesma área, já da, a partir de 1978, a 'IAC 25', que (UEPAE Porto Velho.)
no final de março, pode ser plantado o superava em 16% a 'Pratão Precoce' -
feijão, visando um maior aproveitamento cultivar de cicio curto, até então mais A utilização das tecnologias indicadas
do solo e, conseqüentemente, o aumento cultivada. E mais recentemente, em pela PE$AGRO-RIO contribuiu para o
da renda do produtor. 1981 , novos resu Itados experimentais incremento da produtividade média do
possibilitaram a indicação de outras duas Estado, que, em 1976, era de 1.500
o custo adicional da adubação verde é cultivares: a IAC 164 e a IAC 165, ambas kg/ha, passando para 2.775 kg/ha em
de Cr$ 20.oo0,00/ha, o que é coberto precoces e que apresentaram rend imen- 1981. Isto representa um incremento

56
anual de mais de Cr$ 3,2 bilhões no de cultivo irrigado e dois em condições rias, onde foi feito o povoamento com
valor da produção estadual. de sequeiro, não foi suficiente para jus- alevinos de carpa, 21 dias após a semea-
tificar o tratamento das sementes. dura do arroz.
A Tabela 42 mostra as perspectivas Como resultados preliminares consta-
para a cu Itura do arroz no Estado do A redução na utilização de defensi- tou-se que: a) após 129 dias, os peixes
Rio, na hipótese da adoção das tecno- vos tem, como conseqüência, a diminui- atingiram um peso médio de 109 g, ou o
logias desenvolvidas pela pesquisa. ção dos riscos toxicológicos para o agri- equ ivalente a 181 kg de peixe por hec-
(PESAG RO-R 10.) cultor e para o consumidor, a elimina- tare; depois de avaliados, os peixes foram
ção dos efeitos causados pela poluição novamente colocados na soca do arroz,
Com a obtenção das cultivares IAC- ambiental, considerável economia em onde deverão permanecer até o próximo
164 e IAC-165 de ciclo precoce (100- mão-de-obra e com o tratamento das plantio, ocasião em que se espera atinjam
120 dias da germinação à colheita), obte- sementes. (lB.) um peso médio de 300 a 400 gramas e
ve-se maior resistência à brusone e pro- proporcionem uma produção de, aproxi-
duções médias 25% superiores à da A cultura do arroz irrigado em Santa madamente, 500 kg/ha; b) a queda na
'IAC 25', a mais importante cultivar Catarina ocupa uma área de, aproxima- produção de arroz nos quadros com pei-
precoce do Brasi I. Destaca-se, ainda, damente, 84.000 ha, dos quais cerca de xes, em relação ao tratamento testemu-
nessas cultivares, a sua tolerância à falta 40.000 são cultivados pelo sistema de nha, foi de 45%, a qual deverá ser com-
de chuvas no ciclo vegetativo do plan- semeadura com semente pré-germinada pensada pela produção de peixes e pela
tio. e irrigação permanente. redução dos custos de produção do
arroz; c) a lavoura com peixes manteve-se
isenta de bicheir a-da-ralz, enquanto que,
TABELA 42 - Situação atual e perspectivas para a cultura do arroz no Estado do Rio de em áreas bem próximas, foram encon-
Janeiro, em função da adoção de tecnologia recomendada pela PESAGRO-RIO. tradas até duas larvas por perfi lho, o que
sugere o controle biológico pela carpa.
(EMPASC.)
Especificação Área Produtividade Produção Incremento na
(ba) (kg/ha) (t) produção %
Os estudos realizados com 17 cultiva-
res de arroz irrigado na Paraíba identi-
Situação atual 30.299 2.775 84.085 ficaram a cultivar BR-IRGAA09 como
a mais produtiva chegando a 7,85 t/ha,
Adoção total da enquanto a cultivar IR-8 melhorada al-
tecnologia 30.299 7.000 212.093 152,3 cança 4,2 t/ha.
A indicação da 'BR-IRGAA09' foi
Adoção a curto
bem aceita pelos produtores de arroz
prazo 30.299 4.345 131.649 56,4
irrigado do Estado, pois, além da alta
produtividade, ela apresenta excelentes
Fonte: FIBGE (1981), PESAGRO-RIO.
qualidades comerciais por possuir grãos
alongados (tipo agulha), translúcidos,
As possibilidades de expansão das bom rend imento de engenho (60%), boa
o arroz de sequeiro, no Brasil, equi- áreas de cultivo, principalmente no Vale qualidade culinária, porte baixo, preco-
vale a 78% da produção total-sendo esti- cidade (110 dias) e tolerância a doenças.
do Itaja í e no Litoral Norte do Estado,
mado que a cultivar IAC-25 concorre são muito restritas, o que implica na (EMEPA-PB.l
com 60%. Supondo que essa área seja necessidade de buscar, para estas regiões,
ocupada com as variedades IAC-164 e alternativas que intensifiquem o uso da Será recomendada aos rizicultores de
IAC-165, ter-se- ia um acréscimo anual terra e aumentem sua rentabilidade a Sergipe e Alagoas a variedade CICA 8
de 1 milhão de toneladas na produção nível de propriedade. que, nos experimentos realizados no
nacional, sem qualquer ônus para o período 80/81 e 81/82, alcançou uma
produtor. Ao preço atual, o retorno Com este objetivo e visando também produção média de 6,8 t/ha, contra 3,8
econômico seria de Cr$ 8 bilhões, apro- melhorar a qualidade de vida e de ali- t/ha da variedade tradicionalmente usada
ximadamente • US$ 170 milhões. mentação do produtor rural, está sendo na cultura do arroz irrigado, na região do
(IAC.) conduzida uma pesquisa para avaliar a Baixo São Francisco. A 'CICA 8' tem um
viabilidade técnica e econômica da pro- ciclo mais curto, em torno de dez d ias, o
Estudos feitos com o
nematóide dução de peixes em lavouras de arroz que representa considerável economia nos
Aphe/enchoides besseyi, na cultura
do custos de irrigação, melhor aspecto dos
irrigado (rizipisciculture).
arroz, demonstraram que as cultivares grãos e rend imento de inteiros, no bene-
de sequeiro (IAC-25, IACA7, IAC-65, Inicialmente, o trabalho constou de ficiamento, 9% superior ao da variedade
IAC-120 e Batatais) não necessitam de um experimento onde foram comparados tradicional, além de apresentar resistência
tratamento químico, visto serem tole- dois tratamentos: lavoura tecnificada se- à brusone.
rantes a uma população relativamente gundo as recomendações da pesquisa, Considerando que a adoção da 'CICA
elevada de nematóides. exceto quanto à bicheira-da-raiz, que não 8' em 30% dos 10.000 ha atualmente
O aumento verificado na produção, foi tratada; e lavoura sem adubação e. cultivados na região, com um incremento
em cinco experimentos em condições sem a realização de práticas fitossanitá- na produção da ordem de 1 t/ha, uma

57
meta bem possível de ser alcançada até produtores; boa resistência ao acama- As bananeiras estudadas, além de mui -
1984, estima-se um adicional no valor menta, mesmo em cond ições de boa pre- to produtivas e viçosas, proporcionam
da produção de arroz da ordem de Cr$ cipitação e fertilidade; ciclo semi-precoce colheita antecipada de quatro meses,
123.000.000,00 (com base no preço (em torno de 125 dias); grãos iongos; e comparadas às de outros locais produto-
médio atual na região de Cr$ 41.000,00/ altura media de 125 cm. res. Das cultivares em estudo, sobressaí-
t). (EPEAL.) Em ensaios realizados, essa cultivar ram-se, no primeiro ciclo: ' Pacovã'
apresenta rendimento 22% superior ao (59.722 kg/ha; 53,75 kg/cacho), apresen-
Resultados de pesquisa com arroz irri- das tradicionais do mesmo ciclo. Já se tando qualidades físicas e químicas exce-
gado, envolvendo cultivares introduzidas, encontra em fase adiantada de avaliação lentes, com boa relação sólidos solúveis/
mostram ser possível duplicar a produti- na região do Brasil Central, podendo, acidez e alto teor de amido, condições
vidade no Território Federal de Roraima, no próximo ano, ser liberada pela Co- plenamente satisfatórias para a explora-
de 3.500 kg/ha em 1981, com o uso da missão Regional de Avaliação e Reco- ção agroindustrial; e 'Piruá', do subgrupo
cultivar B R 1, o que proporcionaria um mendação de Cultivares. (CNPAF.) Cavendish, com excelente padrão e pro-
ganho potencial da ordem de Cr$ 350 dutividade elevada (72.500 kg/ha; 65,25
milhões. (UEPAT Boa Vista.) kg/cacho). (CPATSA.)
Banana
Em ensaios de arroz irrigado no Espr- A opção pelo plantio da variedade de
rito Santo, destacaram-se, em relação à A cultura da bananeira vem tendo im- banana Mysore poderá ser uma alternativa
produtividade, as cultivares IR-841-63- pulso significante na região semi-árida do para os bananicultores fluminenses contra
5-L-9-33 e IAC-899, com produtividade Nordeste, especialmente no Vale do São o "mal de Sigatoka", fungo que ataca a
média superior a 4.000 kg/ha, ultrapas- Francisco, em virtude das condições planta, impedindo um perfeito desenvol-
sando a média estadual (1.500 kg/ha). edafoclimáticas favoráveis e das perspec- vimento do cacho, já que a variedade
Para atender a constantes pedidos de pro- tivas econômicas, com amplas possibi- mostrou menor predisposição ao fungo
dutores, a EMCAPA produziu 2.000 kg lidades de colocação no mercado interno que a cultivar Branca, também pertencen-
de sementes básicas da cultivar IAC-899. e de exportação. te ao grupo Prata e amplamente plantada
Com o uso de variedades resistentes, no Estado do Rio de Janeiro.
não ·se tem observado fatores fitossani- A variedade Mysore obteve ainda
Quanto aos ensaios de época de plan-
tários limitantes, como o "mal de Siga- maior produção de cachos, com maior
tio, efetuados mensalmente, de setem-
toka" e o "mal do Panamá". Quanto ao peso, além do sistema radicular mais in-
bro a março, verificaram-se produtivi-
"moleque da bananeira", não se tem tenso, que proporciona melhor sustenta-
dades crescentes de setembro a novem-
verificado sua ocorrência nos bananais ção da planta no solo e melhor defesa às
bro, de 4.000 até 6.500 kg/ha, decres-
em que as práticas culturais, como o adversidades climáticas. (PESAG RO-
cendo, então, até março, quando foram
desbaste e a capina, são realizadas correta RIO.)
registrados rendimentos médios inferiores
a 4.000 kg/ha. (EMCAPA.) e oportunamente. Em laboratório, foi observado efeito
patogênico do fungo (Beauveria bassiana)
A mais recente contribuição da pes- sobre o "moleque da bananeira", onde
quisa, na área de melhoramento do arroz todos os insetos pulverizados com a solu-
irrigado, foi o lançamento da cultivar. ção fúngica pereceram. Comprovou-se,
INCA. Sua produtividade foi 13% supe- ainda, a possibilidade de produção massal
rior àquela registrada para a 'IR 841', do fungo B. bassiana a baixo custo, em
em 16 ensaios de competição, realizados meio de cultura composto de xerém +
em diferentes regiões fisiográficas de água + dextrose + manganês.
Minas Gerais, durante os anos agrícolas Em condições de campo, Beauveria
de 1977/78 e 1979/80. Esta produtivi- bassiana tem-se mostrado eficiente para
dade fo i, em méd ia, de 6.289 kg/ha. infeccionar o "moleque", demonstrando
Foram produzidas, no ano agrícola a viabilidade do controle biológico dessa
1980/81, 1.147 t de sementes da cul- praga em torno de 37%. (I PA.)
tivar I R 841, e 1.875 t da IAC 899, O cultivo da banana na região do Brejo
sendo estas suficientes para uma área Paraibano vinha caindo élssustadoramente
cultivada de 37.786 ha na safra 81/82. de ano para ano, em virtude da ausência
(EPAMIG.) de tecnologia para o seu cultivo, como
também pela inexistência de cultivares
A EMBRAPA tem procurado desen- resistentes a doenças e pragas.
volver cultivares com melhor adaptação Foi introduzida a cult ivar Pacovã, por
ao cultivo de sequeiro, superior ao apre- apresentar tolerância às doenças da região
sentado pelas demais variedades ex isten- e resistência ao ataque do "moleque".
tes no mercado. Como resultado, tem-se Além disto, um sistema de tecnologia
hoje a cultivar CNA 1, resultante do cru- alternativa e competitiva foi adotado na
zamento da 'IAC 47' x 'SR 2041-50-1'. região, considerando: tipo de filhote,
Tem boa tolerância à deficiência hrdrica Fig. 46 - A irrigação está permitindo anteci- espaçamento ideal, desbaste e desfolha-
do solo; maior resistência à brusone que par a colheita da banana em quatro mento, além de tratos fitossanitários,
as cultivares atualmente em uso pelos áreas, com produções de 70 tlha. adubação orgânica e mineral.

58
Enas tecnologias provocaram um au- mente recomendada e a segunda pela me-
mento de 10 para 45 tlha, chegando a nor preço da unidade de P2 0 S' Os resul-
modificar totalmente o plantio e o cul- tados obtidos indicam o fosfato de Patos
tivo da banana naquela região do Enado. como fonte mais eficiente que o superfos-
(EMEPA-PB./ fato simples, pois permite um incremento
da produção de 31%, embora, face ao
As misturas dos herbicidas Paraquat + custo de transporte, a rentabilidade para
Ametrina e Glyphosate + Diuron não o Nordeste se situe um pouco abaixo do
devem ser utilizadas durante a fase de for- superfosfato simples. Considerando a uti-
mação de bananal da "'. Prata, porque lização na própria região de extração, a
afetam, sensivelmente, as bananeiras.
rentabilidade poderá atingir até 1.280%,
(EMCAPA.l comparada a de 266% do superfosfato
simples (Tabela 43l. (CNPMF.)
Com relação à ooorrencia da broca,
verificou-se que uma população de 176 Estudos sobre a influência da aduba-
insetos (brocas vivasliscal aparentemente ção na vida útil da planta c(trica na Bahia
não afetou a produção das bananeiras da mostraram que não houve resposta à
"'. Prata, no primeiro ano de cultivo, pois adubação potássica (160 kg/ ha de K2 0
o peso do cacho foi idêntioo ao do trata- com cloreto de potássio) em três anos de Fig. 48 - Novos porul'enxertos de dUal
mento onde foram ooletados 17 insetos/ vida da planta, em determinado tipo de esr60 permirindo aumenros de
prodllÇ60 d e 20 a 16~
isca. (EMCAPA.l solo. Isto representa uma redução (Tabela
44) de até 23% nas quantidades de adu- Com um nfvel de tecnologia mfnimo
bos, atualmente recomendadas, e de até (duas adubações e três pulverizações fi·
Citros 25% no custo da adubação. (CNPMF.l tossanitárias por ano), a cultivar Westin
A citricultura do AS é pouco expressi. produz de 28 a 30 toneladas de frutos,
va no contexto nacional, mas a sua impor. o que equivale de 11,2 a 12 toneladas
tânci.a a n(vel regional é muito significa· de suco. Para industrialização, a cuh:ivar
tiva, pois, apenas nas regi6es dos vales dos Valência é a que oferece maiores vanta-
rios Caf e Taquari, os citros são cultiva- gens, pois, além de tardia, produz, em
dos, com fins comerciais, em mais de sete regime de sequeiro, de 8 a 10 toneladas
mil propriedades. de frutos/ha. Com irrigação, a sua pro-
Os preços obtidos pelo citricultor do dução ultrapassa de 60 a 70 toneladas/
AS têm sido superiores aos percebidos ha (quinto ano de produção), o que equi-
em outros Estados, porém a produtivi- vale de 34 a 40 t l ha de suoo. (CPAC.)
dade média dos pomares é baixa, sendo a
atividade lucrativa apenas em vista dos
altos preços que o produtor recebe pela Feijão
fruta.
Foram geradas as seguintes tecnolo-
A adubação com fósforo, potássio e
gias:
micronutrientes praticamente dobrou a
Porta~nxertos permitem, na cultivar fixação simbiótica do nitrogênio, mesmo
Valência, aumento de produtividade sem a inoculação com Rhizobium pha-
de 20%; na 'Pera', até 167%; na 'Ham· seoli, at ingindo-se um rendimento de,
lin' até 110%; na 'Murgote' até 50%; e, até, 1.300 kg / ha de sementes, sem o ni·
na 'Siciliano', até 25%. trogênio mineral. Todavia, em localidades
O clone nucelar IPEAl 7 permite um de clima mais frio, no Esp(rito Santo, tem
aumento de 177% em relação à culti- sido observado um atraso no in feio da
N var Bahia e de 38% em relação à '8 5'. fixação simbiótica. As plantas, nestes lo-
F;g. 47 - A doença "declfnio dos ci rros
cais, apresentam porte baixo, folhas pe-
(planra com galhos nx:osl ocorre O espaçamento 7 x 3,5, em oito safras,
am laranjas INIxertadas am limlo permite um aumento de 92% sobre o quenas e amareladas. Neste caso, reco-
'Cravo'. Alguns port_nxertos rêm usual de 7 x 7 m, o que oorresponde, menda,se uma adubação com uma dose
mosrrado resisrênciil .. dCHflÇIl. mfnima de nitrogênio mineral (25 kg/ ha
nos valores atuais, a um acréscimo de
A utilização de solos de baixa fertili- rendimento de Cr$ 1.34O.000,OO/ ha. de su lfato de amônia). (EMCAPA)
dade natural e os altos preços dos fosfatos A adubação N P K 80, 500 - 1.000 - Em ensaios de melhoramento com os
solúveis mais preoonizados podem resul- 1.000 e 150 g, por planta, permite grupos de feijão preto e de cor, os resul-
tar em altos custos de produção. Foram aumento de renda de Cr$ tados mais significativos obtidos entre as
desenvolvidos estudos oom vistas à utili- 2.070.000,00/ ha. épocas das secas de 1981 e de 1982, nas
zação de fosfato natural, como alternativa O comrole qu{mioo do agente causal avaliações regionais de cultivares, são
para reduzir o custo da adubação fosfa- da "queda anormal de frutos jovens", mencionados a seguir. No grupo preto,
tada, sendo oomparadas as fontes de fós- com Captafol e 8enomyl, na cultivar as cultivares Iguaçu, 8AT 304 e BAT
foro, superfosfato simples e fosfato de Valência aumentou a renda em Cr$ 179 superaram, na média de 16 ambien-
Patos, a primeira por ser a mais comu- 84.000,OO/ ha. (IPAGAO - SAI AS.) tes, respectivamente, em cerca de 14, 13

59
TABELA 43 - Produçfo mlKlia de f rutos (kg/h.1 em expet'i mento c:om • c: ultivlI" P.... em superioreS, respectivamente, aos teores
Cruz d n Almes. BA. iniciais. (EMPARN .)

Aumento da Produção Foram lançadas as cultivares de feijão


Rentabi-
Tratamento Produç<fo produção adicional Benefíciol lidade
macassar IPA·2Q 1 (722 kg/ ha), IPA·202
(kg!tla) % (kg/ha) custo % (777 kg / ha) e IPA-203 (1.005 t / ha). As
duas primeiras apresentam hábito de cres·
cimento indeterminado e plantas do t ipo
NK 53.497 100 ramador, ciclo médio de 80 d ias, e não
apresentaram, em condições de campo,
NK + SuperfOsfat o até o momento, susceptibilidade às prin-
sim ples 59.278 11 0 5.781 3,66 266 Cipais doenças. A terceira cu ltivar apre-
senta plantas do tipo semi-erectas e ciclo
NK + FOsfato de Patos 70.222 131 16.725 3,57 256 de 70 dias, e tem-se mostrado, em condi-
ções de campo, susceptfvel ao mosaico
severo. (lPA.)
Níveis de N. P 2 0s e K20: 200, 40 e 160 kgfha.
Benefício/custo: valor da produção adicional/custo adicional.
Rentabilidade: (be nefíc io/custo - 11 100. No Nordeste do Brasi I, as variedades
de feijão do gênero Vigna representam,
aproximadamente, 90% da área total
T ABE LA 44 - Gatos com mtlliuntel nos trts primeiros .nos do pom.. cr tr lca. cu ltivada com feijNo e uma importante
fonte protéica, principalmente para a
população de baixa renda. O gorgulho,
Quantidade (kg!ha)
entretanto, tem causado sérios proble-
S u perfolf.to Cloreto de CultOS d OI aclu bol mas na conservação do feijão-de-corda,
..Ih.
Adu '-9i'o rKOmendada Ur'i. simpln

"Ih.
pot'.1o
kg/h.
" Cr$ 1,00 " a n lvel regional, provocando redução de
até 50% no valor comercial do produto.
Adu beçâo tot.1
Experimentos realizados mostraram que
634 é poss(vel reduzir essas perdas a nrveis
(N, P20 S . K l ) 634 320 100 6 1.284 100
inferiores a 5%, com a uti lização de em-
Adubaç60 nitrogenada 534 38, 5 2 6.632 42 balagens simples e de baixo custo, como
recipientes semi·herméticos oobertos com
534 38,5 20.292 33 areia, silos metálicos ou subterrâneos (Ta-
bela 45).
Adu beç80 pog.ice 320 23,0 15,360 25 Sem o armazenamento adequado, para
N rveis de N, P20S. K]O: 200, ao, 160 kg/h •. cada tonelada de fei jão-de-corda os pre-
jurzos poderiam atingir até Cr$ 40 mi l,
enquanto a adoção de uma das formas
e 9% a ' Rio Tibagi' (rendimento médio Para uma relação de preço 3:1 (feijão: propostas reduziria as perdas para cerca
de 1. 200 kg/ha, o triplo do rendimento milho), observou-se que maiores popula- de Cr$ 4 mil (preço de maio/82), ao
estadual). Surgem, assim, como novas ções de feiiNo, em oons6rcio com o mi- final de um ano de armazenamento.
o pções de plant io para o Esprrito Santo, lho, proporcionaram um maior rendi- (CPATSA,)
em det ri mento da reoomendação única mento econômico. Com essa relação de
da 'Rio T ibagi', anterio rmente feita pela preço, observa-se que a associação mi lho
pesquisa no Estado. No grupo de cor, a + fei jão permite, no primeiro ano, um A área plantada por ano com feijão
média gera l de 16 cu ltivares, em d ez rendimento do mi lho 23% superior ao do caupi, no Estado do Maranhão, no pe-
ambientes, foi de 1.422 kg/ha ((ndice sistema exclusivo, e o do feijão, 60%; no dedo de 1969 a 1979, foi de, aproxima·
oomparativo de 100%). Oito cultivares segundo ano, tomando-se por base as damente, 73.663 ha, o que oorrespon-
superaram este valor, salientando·se, maiores populaçl'5es, o rendimento foi de deu a uma produção méd ia de 39.392
todavia, a 'Ricopardo 896' (127%), a 48 e 169%, respectivamente. toneladas e um rendimento médio de
' IPA-l ' (122%) e a ' Lavras' (1 17%1. As A dose de máxima eficiência econô- 534 kg/ ha. Esta produção, no enta nto,
cult ivares que se d estacaram neste grupo, mica de adubaçã'o orgânica do caupi si· foi insuficiente para atender à demanda
pOrém, SÓ poderão ser ind icadas para a tuo u-se em 14 t/ha de esterco de curral, de consumo e o Estado precisou impor-
Região Norte do Estado, uma vez que são a preços vigentes em março de 19B1 (ano tar, em 1980, 29.542 toneladas de fei-
a ltamente susceptfveis à antracnose, que com chuvas escassas e irregularmente jão, correspondentes a 70% do total
prevalece na Região Serrana Centro-Sul. d istriburdas), com rendimento de 354 consumido. Foram conduzidos quat ro
Além disso, no Norte, há, t rad icional- kg/ha, 244% superior à- testemunha (sem ensaios de compet içã'o, em Brejo e Ba-
mente, maio r preferência do mercado esterco). Parcelas com este tratamento, cabal, com a cultivar EMAPA·82 1, que
consumidor para os fei jões dest e grupo após um ano de aplicação, apresentaram um rendimento de 2.575 e 2.315 kg/ha,
do q ue nas o ut ras reg iões do Estado, teores de f6sforo e potássio d ispon rveis respect ivamente, enquanto que com as
(EMCAPA ) no solo de 16 ppm e 76 ppm, 4 e 2 vezes melhores locais, 'Lisão' e 'Calafate', o

60
Os benetlcios sociais seriam: 1) com a
TABELA 45 -Influência do tipo de embalagem nas perdas de peso de feijão-vigna aos 6 e 12 mesma estrutura de custos, o incremento
meses de armazenamento. de produtividade proporcionaria maior
lucro ao produtor; 2) com o aumento da
oferta, o preço do produto, a n Ivel de
Peso hec- Peso heptolftrlco (kg/hll e % de perdas
consumidor, tenderia à estabilização ou
Tipo tolítrico
12 meses mesmo à redução, refletindo-se favoravel-
de embalagem inicial 6 meses
mente no custo de vida; 3) melhoria dos
padrões de alimentação das camadas so-
kg/hl % kg/hl %
ciais mais baixas. (EPACE.)

Caixa de ami-
75,1 3,96 74,0 5,37 O feijão caupi é cultivado no Amapá
anto clareia 78,2
como componente importante dos siste-
Solo metálico 77,5 75,8 2,19 75,3 2,84 mas de produção da região e desempenha
relevante papel na dieta alimentar entre a
Silo subterrâneo 77,3 76,8 0,65 73,6 4,79 população de menor renda. Os resultados
obtidos no Território permitem estimar
Saco juta + 61eo 78,7 57,2 27,32 47,6 39,52 que, com a utilização das cultivares
IPEAN V-69, Pitiúba e V-3CR, em substi-
Saco juta 78,2 54,6 30,18 46,0 41,18 tuição às cultivadas pelos produtores,
pode-se obter aumentos de produtividade
apresentaram um rend imento de 1.123 produtiva, a 'EPACE 6' tem-se revelado da ordem de 42%. Na safra 82/83, cerca
kg/ha a 1.193 kg/ha, de 1978 a 1981 e mais eficiente nos sistemas consorciados de 60% da área cultivada com feijão será
cuja média representa 242% acima da predominantes na região. ocupada com a cultivar Pitiúba, o que
média estadual. Já, a 'EMAPA-822' provocará um aumento da produção do
apresenta um vigoroso desenvolvimento Considerando que existem, no momen- Território da ordem de 21,3 toneladas.
vegetativo e é adaptada a áreas de baixa to, 100 ha das cultivares em questão e (UEPAT Macapá.)
fertilidade, bem como a situações onde que se poderá obter, ainda este ano, mais
a cigarrinha-verde é problema. De 1978 um ciclo de produção, a adoção de se- Em teste de competição com 30 culti-
a 1981, sete ensaios de competição, em mentes melhoradas em 10% da área atual, vares em duas épocas de plantio (águas e
Brejo e Bacabal, apresentaram rendi- já em 1983, é perfeitamente viável. Neste secas) verificou-se que as cultivares intro-
mento de 909 kg/ha a 1.786 kg/ha e caso, com base nos dados oficiais e nas duzidas sempre apresentaram produtivi-
cuja média superou em 238% a produti- médias de rendimento obtidas pelas culti- dades superiores às locais. Nas águas, a
vidade média registrada no Estado. vares melhoradas, a adoção de 10% 'CNVX 10-4D' produziu 1.090 kg/ha,
(EMAPA.) (20.000 ha) representaria um incremento enquanto que a 'Calafate' e 'Lisão' (as
de produção da ordem de 12.900 t que, melhores locais) produziram somente 196
o Estado do Ceará é o maior produtor a preços atuais, corresponde a um aumen- e 112 kg/ha, respectivamente. No plantio
nacional de caupi. Entretanto, nos últi- to no valor total da produção de Cr$ 1,5 da seca, as duas melhores, 'CNVX 4345-
mos anos, a irregularidade pluviométrica bilhão. 45-4D' e 'CNVX 10-4D', apresentaram
tem causado expressivo desestímulo à
produção. A cultura que oeupava uma TABELA 46 - Rendimento médio em kg/ha obtido pelas cultivares EPACE 1, EPACE 6 e
área de 460.000 ha em 1976 foi redu- a testemunha local, avaliadas em diferentes munic(pios eearense nos anos agr(co-
zida gradativamente até o limite de Ias de 1981 e 1982.
200.000 ha plantados em 1981, com a
produtividade oscilando em torno de Cultivar
'EPACE l' 'EPACE 6' Testemunha
180 kg/ha.
Municípios local
1981 1982 1981 1982 1981 1982
Diante desse fato, a adoção de culti-
vares melhoradas pode vitalizar o setor,
na medida em que se constitui um in- Milagres 519 672 283 607 92 271
sumo de baixo custo, não implica na 81 O
Jaguaribe 350
utilização adicional de outros insumos e
L. Mangabeira 1.650 1.405 O
permite, em comparação com o índice
atual, elevar substancialmente o rend i- Crateús 571 498 442 745 O 604
mento da cultura. Em avaliações (Tabela 610 1.413 538 1.503 253 1.282
Pacajus
46) realizadas em municípios cearenses
Canindé 1.650 965 435
em 1981 e 1982, as cultivares EPACE 1
e EPACE 6 apresentaram rendimento
sempre superior à cultivar usada pelos 1.058 549 955 69 648
Médias 740
agricultores. A primeira produziu, em
média, 150% a mais que as testemunhas 899 752 359
e a segunda, 110%. Apesar de menos

61
rendimento foi de 2.801 kg/ha e 1.696 aa-~cimo na receita liquida será de Cr$
kg/ha. (UEPAE Rio Branco.) 47.897,00 e Cr$ 20.886,00 por hectare,
respectivamente, tomando por base o
preço mrnimo, vigente na região.
Desde 1980, estudos de adaptação de
(UEPAE Altamira.)
cultivares de caupi no Pará têm·se reve·
lado da maior importância, haja visto que,
A coloraçã'o e o formato dos grãos na
nas microrregiões Bragantina e Guajarina,
cultivar Pitiúba são caracterfsticas funda-
além das cultivares IPEAN·V·69 e Seridó,
mentais para sua aceitação no mercado do
amplamente difundidas, outras cultivares
Vale do Paraguaçu e em Irecê. Além dis-
de hábitos de crescimento ramador e nã'o·
so, sua tolerância à seca e à cigarrinha·
ramador têm·se apresentado como alta·
verde, aliada à boa produtividade, leva-
mente promissoras, com produtividade
ram os produtores a uma procura cres·
alcançando médias superiores a 1.000
cente da semente, definida e produzida
kg/ha. Atualmente, as cultivares tradi·
a partir da pesquisa, desde o ano agrf.
cionais (quarentinha e outras misturas) cola de 1980/1981, num volume comer·
não chegam a rendimentos médios de cializado superior a 16 toneladas, o que
500 kg/ha. Além da produtividade obtida representa um potencial de 4.000 tone·
pelas cultivares promissoras em relação ladas de grãos no perfodo 81/82. Compa-
às tradicionais, no aspecto de comercia· rada com a média estadual referida a
lizaçã'o, outras vantagens podem ser apon· 1979 (420 kg/hal, a cultivar Pitiúba
tadas. ~ que essas IlQvas cultivares, por propicia um aumento de produtividade
apresentarem coloração branca, não so· Fig_ 49 - A cultivar de caupi IPEAN V·69. da ordem de 238%.
frem alterações no armazenamento, o que amplamente difundida no Trópico
normalmente acontece com a ' IPEAN· UmidO, j6 apresenta bons rendi·
mentos tsmbtlm em Roraima.
V·69' e a 'Seridó' que, por serem de cor
marrom, sofrem alterações na coloraçã"o
tivar. local Misturadinho que produziu
quando armazenadas, tornando diHcil 483 kg /ha. (UEPAT Boa Vista.)
sua comercialização pelo produtor.
(CPATU.)
Os 3.900.000 ha de cerrado de Rorai·
ma somente poderão ser cultivados me·
Em Sergipe, a produçã"o de feijão ai·
diante a aplicação de adubos qurmicos.
cançou, em 1981, 8.623 t, numa área
Experimento realizado com o objetivo
colhida de 47.642 ha, com uma média
de verificar os efeitos de NPK na produ·
de 181 kg/ha. Esta baixa produtividade
ção de caupi evidenciou que a dosagem
se deve a vários fatores: uso de sementes m(nima de fertilizantes (50, 50 e 20 kgl
de baixa qualidade, escassez de chuvas e
ha de N, P:zOs e K2 0) proporcionou
técnicas inadequadas ao seu cultivo. A
produtividade de 523 kg /ha e uma re-
pesquisa está indicando a cultivar IPA
ceita Hquida de Cr$ 36.229,OO/ha
74·19, com uma média de produção em
(Cr$ 8.000,00/60 kgl, mostrando que é
torno de 1.000 kg/ ha e que tem dematls·
poss (ve I C\Jltivar o caupi, economica·
trado tolerância à baixa umidade.
mente, nos cerrados do Território Fede-
(UEPAE Aracaju.)
ral de Roraima (novembro/81I. (UEPAT
Boa Vista.)
Fig. 50 - A adubação qu/micaé indispens~vel
o cultivo de caupi poderá constituir·se para a produção. Parcelas de caupi
em nova alternativa na exploração dos Os resu Itados de produtiv idade obt idos sem adubo (primr:iro plano) con·
cerrados do TerritÓrio Federal de Rorai· nos experimentos de introdução de gero trastam com iJ$ adubadas (ao fun·
ma. Pesquisa realizada com o objetivo moplasma de caupi no Campo Experi· do).
de identificar cultivares mais produtivas mental do km 35, trecho Altamira/Ma-
para estas áreas revelou rendimentos de rabá, evidenciaram o potencial das culti- Considerando·se a adoção da C\Jltivar
até 588 kg /ha, obtidos com as cultivares vares IPEAN V·69 e TVx 1836-015 com citada apenas em 10 % da área colhida em
IPEAN V·69 e V·2 C. R. Vagem Branca, médias de produtividade de 1.090 e 746 1978 (131 .760 ha) nas duas microrre·
superior à média do Território que é de kg/ha, respectivamente. A substituição giões da Chapada Diamantina, ter·se-ia
442 kg/ha. (UEPAT Boa Vista.) da C\Jltivar Branquinho da Colônia, tradi- um aumento global de 7.642 t (13. 176
cionalmente cultivada na região, permi· ha x 580 kg/ha). Ao preço de Cr$ 40,001
Pesquisas realizadas com caupi em so· tirá o incremento de produtividade da kg, tal aumento de produtividade repre-
lo de mata, áreas tradicionais no cultivo ordem de 127 % e 55,5%, respectiva· senta mais Cr$ 23.200,OO/ha para o pro·
desta leguminosa em Roraima (onde fo· mente. A adoção das cultivares indicadas dutor e mais Cr$ 305.483.200,00 na
rãm avaliadas 20 C\Jltivares, utilizando·se irá permitir ao produtor o aumento de produção regional.
a mesma tecnologia do produtor) identi· 610 kg/ha com a ' IPEAN V·69' e 226 A importância maior da cultivar Pio
ficaram a cultivar Rubi V·1 1, com rendi· kg/ha com a cultivar TVx 1836-015 em t iúba; para os produtores da Chapada
mento de grãos 22% superior ao da cul· relação ao 'Branquinho da Colônia'. O Diamantina, decorre da sua tolerância

62
à irregularidade e à deficiência de chuvas,
que, freq üentemente, provoca frustra-
ções das safras nas áreas plantadas com TABELA 47 - Situação atual e perspectiva para a cultura do feijão no Estado do Rio de Janei-
cultivares locais, pouco resistentes àquelas ro, em função da adoção de tecnologias recomendadas pela PESAGRO-RIO.
condições adversas. (EPABA.)

As cultivares de feijão Rio Tibagi, Especificação Área Produtividade Produção Incremento na


(ha) (kg/ha) (t) produção %
Iguaçu, Turrialba 4, Carioca e Paraná 1,
recomendadas para plantio em Santa Ca-
tarina, apresentaram, nos ensaios de com-
Situação atual 20.770 644 13.371
petição de cultivares, uma produtividade
média de 1.511 kg/ha, no período 1978/ Aplicação da tec-
1979 a 1980/81. No mesmo per íodo, a nologia 20.770 860 17.862 33,6
produtividade média do Estado foi de
791 kg/ha, inferior, portanto, em 720 kg Expansão da área
àquela das cultivares recomendadas. cultivada 9.879 SOO 7.903 59,1
Na safra 1981/82, foram produzidos
888 sacos de sementes básicas dessas cul- Resultado a curto
tivares, dos quais 800 foram destinados prazo (3 a 5 anos) 30.649 840 25.765 92,7
aos produtores de sementes fiscalizadas.
Esses 800 sacos permitirão o plantio de
que significaria um resultado de cerca primeira colheita (25% menor. que o das
1.066 ha na safra 1982/83.
de 32.000 toneladas de feijão, com uma cultivares locais); tolerância às principais
Admitindo-se que os produtores de
receita de, aproximadamente, Cr$ 2,8 pragas e doenças; e semelhança de seus
sementes obtenham uma produtividade
bilhões. grãos com os das cultivares trad icional-
média de 1.100 kg/ha (hipótese bastante
mente plantadas, são características que
plausível, visto que nos ensaios estas va-
credenciam a cultivar IPEAN V-69 como
riedades apresentaram rendimento de Para plantio em áreas de várzea e terra a grande opção para se produzir feijão
1.511 kq/ha}, ter-se-á uma colheita de firme do Estado do Amazonas, face ao caupi neste Estado.
19.543 sacos de sementes fiscalizadas, desempenho apresentado, está sendo re- Foram produzidas sete toneladas de
ou o suficiente para o plantio de 26.057 comendada a cultivar IPEAN V-69. sementes básicas de feijão caupi IPEAN
ha. Se os produtores de feijão também Rendimentos de 1.500 kg/ha (50% V-69, recomendado para a safra 1982/83.
obt iverem 1.100 kg/ha, o acréscimo, em superior à média estadual) e 1.300 kg/ha, Encontra-se em fase de multiplicação
relação à média do Estado (791 kq/hal,
em áreas de várzeas e terra firme, respec- (4 ha) a cultivar Manaus, lançada recen-
será de 309 kg ou 5,15 sacos/ha que,
tivamente (esta última submetida a adu- temente e destinada ao plantio da safra
multiplicados pelo preço atual de Cr$
bação química); ciclo de 60 dias até a 1983/84. (UEPAE Manaus.)
4.400,00/saco e pela área a ser cultivada
com as variedades recomendadas (26.057
ha). equivalerão a Cr$ 590.451.000,00, TABELA 48 - Renda líquida e retorno por unidade monetária das tecnologias tradicional e
cifra que será adicionada ao valor bruto melhorada.
da produção agropecuária de Santa Cata-
rina, na safra 1983/84, em razão do
Renda liquida Retorno por unidade
plantio de sementes fiscalizadas de culti-
Tecnologia (Cr$) monetária
vares recomendadas. (EMPASC.)
Limoeiro Passira Limoeiro Passira
Testes realizados com a variedade de
feijão-preto Venezuela 350 em consórcio
Tradicional 11.400 - 10.661 0,34 -0,27
com a cana-de-açúcar, possibilitaram o
rend imento de 800 kg/ha, sem preju ízo
Melhorada 35.611 17.774 0,97 0,60
para a cultura da cana-de-açúcar, aumen-
tando consideravelmente a eficiência do
uso da terra e reduzindo, de forma subs- TABELA 49- Produtividade das culturas e retorno por unidade monetária em diferentes
tancial, o custo de implantação dos ca- nlveis de tecnologia.
nav iais.
Um aspecto de ordem social, na con-
sorciação de feijão x cana, é o aprovei- Produtividade Aumento percentual Retorno por uni-
tamento da mão-de-obra na época da Tecnologia (kg/ha) na produtividade do dade monetária
entressafra. Mandioca Feijão feijão
(Cr$/Cr$)
Estima-se que, apenas no Norte F lu-
minense, existe um potencial de pelo
Tradicional 7.822 86 100 0,49
menos 40.000 ha, correspondentes à
renovação anual de canaviais, passíveis
Melhorada 8.722 198 230 0,71
de serem utilizados com o consórcio, o

63
produtor trabalhar com menor número de
pessoas para executar a mesma tarefa,
uma vez que o período de colheita fica
prolongado. (CNPAF .)
o vírus do Mosaico Severo do Caupi
(CSMV) constitui-se numa das principais
doenças viróticas do caupi no Brasi I, ocor-
rendo em quase todas as regiões produ-
toras.
As plantas apresentam perdas da pro-
dução estimada em 60% e 80%. A disse-
minação do CSMV no campo, no Brasil,
é feita pelas vaquinhas e pelo manhoso,
insetos que, normalmente, não são con-
trolados pelos agricultores.
Estudos realizados demonstraram que,
praticamente, todas as cu Itivares atual-
mente em uso pelos agricultores são sus-
ceptíveis ao CSMV, o que reflete os altos
prejuízos anuais na produção da cul-
tura.
Fig. 51 - O plantio de feijão e milho, na mesma linha, tem proporcionado economia de mão-de-
obra.
A cultivar CNC 0434, identificada pela
EMB RAPA, mostrou-se imune ao vírus
do Mosaico Severo do Caupi durante os
Face à incidência de doenças, as varie- promoveu o incremento do retorno por cinco ciclos de avaliações realizadas em
dades crioulas do grupo Roxinho estão cruzeiro investido (Tabela 49), na Região condições controladas e no campo. A
praticamente extintas no Paral)á. Com o de Feira Nova. (lPA.) reação de imunidade significa que o vírus
lançamento da variedade R io Vermelho, não se multiplica nos tecidos da planta.
pertencente a esse grupo, há um potencial A possibilidade de colher antecipa- Além disso, essa cultivar é também
de ocupação equivalente a 5% da área damente o feijão em até 20 dias com re- tolerante a nematóides formadores de
total de cultivo. Como a variedade apre- lação ao seu ciclo normal foi testada, ga lha, cigarrinha-verde e moderadamente
senta uma produtiv idade 100% superior à tanto com o uso de dessecante, como resistente ao oídio e à sarna.
média estadual, dar-se-ia, pelo seu cultivo, através do arranquio e enleiramento ma- No que se refere à produção, em en-
um aumento de 24.000 t da produção nual. Das duas alternativas; a segunda se saios realizados em Goiânia e no Mara-
atual. mostrou mais viável devido ao seu custo, nhão, essa cultivar mostrou-se bastante
Além dessa contribuição, seria verifi- uma vez que em termos de produção se superior aos materia is ex istentes na re-
cada uma redução nos custos de produ- equ ivaleram. gião, chegando a apresentar uma produ-
ção pois seriam parcialmente dispensados A colheita antecipada consiste no ção 50% superior. (CNPAF.)
tratamentos fitossanitários para antrac- arranquio do feijão, deixando-o no
nose e ferrugem . campo ou terreiro por um prazo máximo As plantadeiras de consórcio de fei-
Pode-se ainda acrescentar que, em ter- de três dias para, após, proceder à trilha jão e milho, a tração animal, disponíveis
mos de comercialização, os feijões do gru- por qualquer um dos métodos comumen- no mercado, só permitem o plantio das
po 'Roxinho' alcançam cotações mais te utilizados. Como se vê, o produtor culturas na mesma linha ou o plantio em
altas. (IAPAR.) não terá necessidade de alterar nenhum linhas alternadas, envolvendo duas opera-
A utilização de níveis mínimos de de seus sistemas de colheita a não ser o ções, com maior gasto por área.
biocidas, de variedades melhoradas de arranquio antecipado e deixar o produto A EMBRAPA desenvolveu uma planta-
algodão herbáceo, milho e feijão, aliadas por mais dias secando. deira que permite, em uma só operação,
a modificações no arranjo espacial dos A antecipação de 20 dias no ciclo do o plantio do feijão dentro e entre as filei-
componentes do consórcio e ao emprego feijão pode ser benéfica ao produtor sob ras de milho, de forma que as linhas das
da semeadeira manual para o plantio de dois pontos de vista: primeiro, por possi- culturas fiquem com os espaçamentos:
feijão e da semeadeira a tração animal bilitar um encurtamento efetivo no ciclo milho de um metro; feijão de meio me-
para feijão ou algodão, foi capaz de ele- da cultura; segundo, por possibilitar ao tro.
produtor aproveitar um clima mais favo- É possível a alternância dessas linhas
var a renda Ifquida, passando-a de nega-
rável em termos de precipitação desde no campo, devido a um dispositivo de
tiva para positiva (Tabela 48), na região
20 dias da finalização do ciclo da cultura. reversão incorporado ao mecanismo de
do ' Agreste Setentrional de Pernam-
No primeiro, com o advento do PROF I R, distribuição do milho. Desse modo, em
buco. (lPA.)
qualquer redução do ciclo de uma cul- uma operação, é feito o plantio de duas
A modificação do arranjo espacial do tura sem perdas em termos de rendimento linhas de feijão e uma de milho. Para os
consórcio mandioca x feijão, pelo au- representa a possibilidade de um uso mais pequenos agricultores, essa pequena má-
mento da população do feijão, aliada ao intensivo do equipamento e com isso faci- quina representa uma possibilidade de
emprego da variedade melhorada IPA-1, lita a viabilização econômica do investi- redúção em seu trabalho de plantio e,
elevou 130% a oferta da leguminosa e mento. No segundo caso, possibilita ao com isso, uma dimin uição no custo va-

64
riável do mesmo. Por outro lado, a pro·
dução de milho não é afetada significa·
tivamente quando o feijão é plantado
na mesma linha e na entrelinha, mesmo
sem adubação adicional para o feijão.
(CNPAF.)

Florestas
Sementes de canela·guaicá, de madeira
muito utilizada para laminação, possuem
dormência fisiológica que acarreta germi·
nação desuniforme. A escarificação com
ácido sulfúrico por cinco minutos, se·
guida de estratificação por 120 a 150
dias em solo esterilizado, aumentou a
germinação, uniformizou a sua época e
reduziu de 20 para 14 meses o tempo
total necessário para obter mudas para
plantio. (URPFCS.)

Em plantiO experimental em campo


Mourão, PR, a canatrstula apresentou,
aos dois anos, altura média de 3,24 m e
diametro de 4 em. Em Palotina, PR,
árvores de louro com um ano têm altura
média de 1,82 m. As duas espécies nati·
vas produzem madeira valiosa para pro·
cessamento mecânico e poderão ainda
melhorar muito seu desempenho através
de melhoramento genético. (URPFCS.)

Resultados experimentais de desbaste


em Pinus e/liortii varo e/liottii na região
costeira do Estado do Rio Grande do
Sul sugerem aplicações práticas na exe·
cução do primeiro e segundo desbastes.

Fig. 53 - O eucalipto" umll imponante fonte de (",~ie, neOll$litllfldu-1lI escolhllr 11 espécie


indiclKia para clKie regíSo.

Em povoamentos oomerciais em sítios sultados parciais promissores vêm sendo


semelhantes, reoomenda·se a manuten· obtidos sobre a redução do espaçamento
ção da área basal entre 25 m2/ ha (mf· em plantios de Eucalyptus, associada a
nimo) e 45 m2/ ha (máximo), o que per· ciclos de oorte mais curtos. Enquanto a
mitirá otimizar a produção de madeira. produtividade média de Eucalyptus vimi·
Esta amplitude de densidades propicia nalis - espécie tradicionalmente plantada
incremento médio anual de até 5 m 2 / ha, na Aegifi"o Sul - sob espaçamento oonven·
em área basal, e de 1,0 a 1,5 cm em difi· cional nem sempre alcança 25 a 30 st/ha
metro (DAPl. valores substancialmente ano, a E. grandis (proc. Rio Claro), aos
superiores aos oonstatados nas parcelas dois anos, revelou 82,5 st/ha ano. e ...
sem desbaste, onde foram registrados E. dunnii (Urbenville), aos três anos, 66,1
acréscimos anuais de 3 m2/ ha e 0,5 cm, st/ ha ano. Ambas as espécies foram piano
respectivamente. (URPFCS.) tadas sob espaçamento de 1 m2/ planta,
em campo Mourão e Colombo, PRo Tais
Fig. 52 - Desbastes efetuadol conforme reco-
A viabilização da madeira oomo fonte incrementos na produtividade represen·
mendaçiio da pelQuilll permi tBm
um aumento na IrtNJ baSilI e no di6- de energia, em escala maciça, exige a oon· . tam, para uma mesma produção de ma·
metro das Irl1OfIII. secução de produtividades elevadas. Re· deira, uma redução na área necessária de

65
cerca de 63 e 55%, para E. grandis e E. lhos com a amora-preta. Seus frutos po- Salientou-se, no primeiro ano de pro·
dunnii, respectivamente. Estas percenta- dem ser aproveitados para geléia, doces, dução, o espaçamento 2,5 x 0,5 m, no
gens poderão ampliar-se, pois os dados suco, polpa, fermentados e para conge- qual as plantas estão sendo conduzidas
experimentais revelam uma tendência de lamento ou en latamento para uso em com apenas dois ramos. Neste espaça-
acréscimo em função do tempo, uma vez torta e bolos, ou para adicionar cor e mento a produção mêdia foi de 7.160
que a culminância do incremento médio sabor a ba las e caramelos. Como resultado kg/ha. Em pomares adultos, plantados
anual em volume ainda não foi atingida_ deste trabalho, fo i lançada uma nova cul· no sistema tradicional com plantas espa-
(URPFCS.) tivar, denominada ' ~bano', que é alta· çadas de 5,0 x 2,5 m, a produção média
Até o momento, o beneficiamento de mente produtiva, sem espinhos e frutos da região é de 4.000 a 5.000 kg/ha.
sementes de essências florestais é feito de firmes e grandes. (UEPAE Cascata.)
forma manua l: Essa prática, implica um Já foram distribufdas mais de 20.000
elevado custo de mão-de-obra, bem como mudas para os Estados do Aio Grande do Maçã
demanda de tempo relativamente longo Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo,
para sua realização. A mecanização está sendo que no Rio Grande do Sul existe No Estado de São Paulo, a cultura da
sendo pesquisada, visando encurtar o um plantio comercial de 10 ha que será macieira vem apresentando grande incre·
perfodo operacional, reduzir o custo de ampliado para 45 ha. mento, principalmente na sua Região Sul
mão-de-obra e melhorar a qual idade das - Itapetininga, Angatuba, Itapeva, Para-
Os custos de implantação do pomar,
sementes florestais para fins de comer- napanema, Pilar do Sul e vizinhanças.
somados aos de manutenção nos três pri-
cialização. Estima-se que existem no Estado mais de
meiros anos, quando começa a produção
Para tanto, foi montado um experi- 2,5 milhões de macieiras, com o valor da
comercial, são de Cr$ 380.000,00, o que
mento em que sementes florestais foram produção, ao nfvel do produtor, de Cr$
proporciona uma renda Ifquida de cerca
testadas em uma máquina debulhadora 400 milhões.
de Cr$ 148.000,OO/ha, para uma produ-
de grãos, adaptada especificamente para O volume maior da produção paulista
tividade de 6.600 kg /ha, já no terceiro
essa tarefa. Os resultados mostraram um provém ainda das duas tradicionais culti·
ano.
aumento no rendimento de produção de vares locais: Brasil e Ohio Beauty (Vali-
sementes de 95%, reduzindo o perfodo Considerando que os gastos de manu· nhensel. No entanto, nos últimos anos,
operacional e o custo de mão-de-obra. tenção do pomar são baixos e que as houve a intensificação do plantio de no·
(PANAAP - SA/RS.) plantas produzem por cerca de quinze vas cultivares, através de hibridações
anos, a exploração comercial de amora· controladas - 'Rainha' e 'Culinária' -
A produtividade da silvicultura na re- preta é mais uma opção para o fruticul· além das seleções de Israel, introduzidas
gião dos Cerrados pode ser triplicada tor. (UEPAE Cascata.) pelo IAC, 'Anna' e seu polinizante 'Ein
com a simples seleção de espécies que se Shemer'.
adaptem bem às condições regionais.
Estes rendimentos tendem a aumentar
Figo Entre os novos plantios, calcula-se que
existam hoje cerca de 100_000 plantas-
com o emprego de técnicas silviculturais
Foi instalado em Pelotas (RS) um ex- com dois a seis anos de idade - somente
de manejo e de melhoramento.
perimento sobre espaçamento e condução da cultivar Rainha e com perspectivas de
As espécies de eucalipto que melhores
da figueira. A cultivar utilizada é a 'Roxo grande incremento. As características suo
resultados vêm apresentando nos Cerra-
de Valinhos', a qual produz frutos de periores desta macieira - rusticidade,
dos são: Eucafiprus grandis, E. cama/du-
6tima qualidade para industrialização e pequena exigência de frio, produtividade
/ensis, E. urophy/la, E. cereticornis, E.
para o consumo "in natura". e qualidade dos frutos - farão, sem du-
cloeziana e E. pilularis. Interações si.gnj·
ficativas foram verificadas, envolvendo a
espécie, o local de origem da semente e
o local de plantio. Tais interações têm
grande influência na produtividade destas
espécies.
Quanto ao Pinus, independente dos
locais de testes, os mais indicados para a
região são: Pinus caribaea var. hunduren·
sis e P. OOC3rpa. (CPAC.)

Fruticultura de clima
temperado
Amora-preta
Com o objetivo de criar novas opções
aos pequenos produtores e ampliar a Fig. 55 - A produção de mudas li"res de
gama de produtos para o abastecimento Fig. 54 - Novas ukniciJS de cultivo elevam a v(rus IÍ fundamental no estabefe-
do parque industrial existente na região, produç60 de figo, jiJ no primeiro cimento de um pomar de maciei-
a EMBAAPA está desenvolvendo traba- ano de produção, para 7.000 kg/ha.

66
vida, com que haja sens(vel aumento na ciona um rendimento industrial superior
produção e melhoria do padrão da maçã a 50%, Quando comparado à média das
paulista, com reflexos significatillOs na cultivares de maturação tardia. (UEPAE
economia nacional. Pomares pioneiros Cascata.)
dessa cultivar, com seis aoos de idade,
conduzidos sob espaçamentos reduzidos, Hortaliças
já estão propiciando uma produção média
de 40 toneladas por hectare e cotações de Alface
frutas de 30 a 50% superiores às obtidas
com as cultivares comuns. (lAC.) As novas cultivares de alface, Brasil
303, 8rasil 304 e Brasil 311, têm permi·
Na safra 1981/82 foram obtidas 1.530 tido alcançar rendimentos 25% maior~ ,
mudas enraizadas de porta-i!nxertos livres em virtude da resistência ao vlrus do mo-
de viroses e 21 copas. Embora seja diHcil saico da alface. Deve-se destacar ainda
Quantificar os benefIcios nesta fase, é de Que a utilização das novas cultivares per-
se esperar que, nos pr6ximos anos, consi· mite economia ao agricultor, em virtude
deráveis aumentos na produçio catari· da redução na freqüência de aplicações
nense de maçãs sejam provenientes da de inseticidas contra vetores do vlrus.
propagação desses materiais livres de ConseQüentemente, os produtos têm
vírus. (EMPASC.I apresentado menor (ndice de reslduos
Fig. 56 - As CUlrillllfflS dfl plu.go p". con·
dos defensivos. (tAC.)
sflrv., criMJiJI IHI. EMBRAPA, rim
CilntCr'''-sricllf #lSp«Mis lIigndo su.
Morango indust. ilIIIZIIçSo. Alho

Através do programa de produção de Um dos principais objetivos do melho· Em decorrência do sistema de produ·
mudas de morangueiro livres de vlrus, ramento genético do pessegueiro, na ç50 recomendado pela EM8 AAPA, envol-
foram produzidas, em 1982, cerca de EMBAAPA, é a obtenção de cultivares ve<ldo o emprego de oovas cultivar~, a
135 mil matrizes. Efetuada a multipl i- Que produzam frutos cuja maturação am- utilização de alho·semente de melhor qua·
cação - por viveirirtas aedenciados - plie o perfodo de produção, favorecendo lidade, o uso de tratamentos fitossanit;l ·
será proporcionado, em 1983, um volume produtores e as indústrias de transfor- (ios mais eficientes e a racionalização no
de mudas dispon(veis da ordem de 25 a mação. Atendendo a este objetivo, foram uso do solo, obteve·se um acréscimo de
30 milhões de unidades. lançadas as cultivares Precocinho e rend imento de 600 kg /ha. Com o empre-
Magno. go dessa tecnologia, a elevação no custo
o ano de 1982 marcou também o in- A cultivar Precocinho tem sua colheita foi de apenas Cr$ 93.500,00, ao passo
cremento da produção de mudas comer- num pedodo em Que ainda não existe Que o aaéscimo liquido na renda atingiu
ciais de cultivares de mesa, Que atingiram produção, tornando-se uma atividade ai· Cr$ 306.500,00/ ha. Considerando Que
4 milhÕes e foram plantadas 005 Estados ternativa para o produto, reduzindo o esse sistema está sendo adotado em cerca
de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e per(odo ocioso das indústrias de enlata- de 400 hectares, o aumento na oferta de
Aio Grande do Sul. 'lassen', 'Tioga', mento da fruta. A fruta é pequena, de alho nacional no mercado foi de 240 to·
'Alemanha·A', 'Campinas' e 'Mpnte Ale- boa Qualidade e atende a uma faixa cada neladas.
gre' foram as cultivares de mesa plantadas vez maior de consumidores de frutas
nos referidos Estados. (UEPAE Cascata.) enlatadas com caroço, colocadas no
mercado a preços mais baixos.
Para as indústrias, a grande vanta-
Pêssego gem está no fato de poder ser proces·
sada e vendida antes das festas de fim
Em experimento de espaçamento che- de aoo, época de mais procura no mer-
gou·se à conclusão Que 6 m entre filas e cado. O rendim.E'nto é da ordem de
4 m dentro da fila é o mais recomendado, 9,5 t/ano no período de vida útil do
lXIis houve um aumento, para pomares pomar.
adultos, de 10.000 kg/ ha de frutos, o Que A cultivar Magno também vem au·
equivale a 50% a mais do Que o espaça- mentar o perlodo de produção de fru-
mento tradicional que era de 6 m x 6 m, tas, uma vez Que é a última a amadure-
no AS. cer. São frutos de excelente qualidade,
com mais de 50% da produção média
A utilização de herbicida nas filas, prá- de 11,5 l/ ha de frutas de primeira, pro·
tica preconizada e determinada por expe- porcionando um acréscimo superior a
rimento, trouxe uma agilização 00 serviço 10% no preço médio obtido pelo pro·
e uma diminuição de despesas em aproxi- dutor.
madamente 20%, em relação à tradicional Ftg. 51 - A cultura do ,lho, em 400 ha, ~ ~
uma NNllk1adfl em Mato Grosso do
capina manual com enxada. !lPAGAQ - o setor industrial também é benefi- Sul. Produtores lIisitam exp.rim.n-
SAIAS.} ciado, pois a qualidade da fruta propor- tos com • cultura em Indlpolis.

67
Nos próximos quatro anos, pretende-se Ratificando os resultados conseguidos
atingir 1.000 ha com esse sistema, ele- em anos anteriores, as cu"ltivares Aracy,
vando o rendimento médio da cultura no Baraka e Delta "S" mantiveram suas pro-
Estado do Rio Grande do Sul em 2.000 duções em torno de 12 t/ha, ultrapas-
kg / ha, o que significará um aumento de sando a cultivar Delta "A" que produz
aproximadamente 2.000 toneladas. Esti- em média 4 t/ha. Esta cultivar ainda é
mando-se o preço atual do produto em bastante cultivada na região apesar do
Cr$ 700,00/kg, o valor do acréscimo de seu elevado estado de degeneração.
produção atingirá Cr$ 1,4 bilhão, repre- A indicação de três opções de batata,
sentando uma considerável retenção de além de um elenco de práticas agr(colas
divisas com a redução das importações. já testadas na região produtora, permi-
(UEPAE Cascata.) tirá um incremento de 40% na renda
o distrito de Vila Vargas, fJ:unicfpio líquida do produtor rural, atenuando
de Dourados, no Estado de Mato Grosso sobremaneira os prOblemas sócio·econô-
do Sul, é t ido hoje como grande produtor micos existentes na região. (EMEPA.)
de alho de elevada qualidade. A cultura,
em perlodo de três anos, evoluiu de 100 A batata-semente, produzida pela
para 380 hectares, havendo um conside- EMBRAPA, constitui, no Pars, o maior
Fig. 58 - A demanda do mercado internacio-
rável aumento na qualidade do produto nal de iJ&pargo tem incentivado 11 programa de obtenção dessa solanácea a
e na produtividade obtida. As variedades busca de novas tecnologias nas re- partir da cultura de tecidos. A produção
introduzidas na região foram 'Amarante', gilJes produtoras do Pars. tem origem no Laboratório de Cultura
'Chinês' e 'Gigante de lavrnea'. do produtor. Para o Estado, o produto da de Tecidos, sendo obtida a partir de ma-
(EMPAER.) área colhida x produt~vidade representou trizes que sofreram termoterapia, testes
Após três anos de pesquisa, cultivares um aumento de 400% em relação ao sorológicos sobre vírus e isolamento dos
de diferentes procedências foram avalia- ano-base de 1979, ou seja, uma diferença meristemas. Após o adequado desenvol·
das quanto à produtividade e melhor a mais de 4.044 toneladas, o que repre- vimento, as plãntulas são transferidas
época de plantio, destacando·se a cultivar senta Cr$ 808.800.000,00. (EPABA.) para casas de vegetação, em vasos com
Via mão, por apresentar um rendimento terra esterilizada. No plantio seguinte,
médio de 7 t/ha. As melhores épocas para Aspargo esse material é levado para campos total-
seu cultivo são aquelas compreendidas A produtividade média das lavouras mente isolados de batata, bem como de
entre os meses de fevereiro e março, na de aspargo na região sul do Rio Grande fumo, tomate, pimentão, pimenta etc.
região da Depressão Central do Rio do Sul, com as cultivares tradicionais, O material é multiplicadO novamente,
Grande do Sul. Essa cultivar, com um po- oscila em torno de 2.500 kg/ha. sendo sempre efetuadas inspeções rigo·
tencial de rendimento 2,4 vezes superior Levantamento nutricional nessas la- rosas e erradicações de plantas fracas ou
à média estadual, que é de 2.931 kg /ha, vouras, através de análise de solo e fo- suspeitas.
apresenta-se altamente promissora para liar, mostrou que as mesmas apresentam A EMBAAPA entregou, no primeiro
plantio naquela região. (IPAGRO - potencial para maiores produções. plantio de 1982, 3.500 kg de batata·
SA/RS.) Com a utilização da cultivar New semente básica das cultivares Baronesa,
Jersey 220, essa produtividade é aumen- Santo Amor e Bintje. Na segunda época
A segunda Mostra Brasileira de Alhos tada para 3.300 kg /ha. Esse acréscimo de 1982, foram plantados 1.200 kg de
Nacionais, que reuniu empresários dos de 800 kg/ha, a preços da safra 81, pro- material básico, os quais, depois de multi·
diversos setores liGados à produção e porciona um aumento de Cr$ 66.240,00 plicados e somados ao total do primeiro
comercialização de alho, resolveu agraciar na renda do produtor. Entre 1979 e plantio, perfazem mais de 28 toneladas
com o "Prêmio Nacional de Mérito Alhei- 1981, foram distriburdas sementes dessa de batata-semente certificada. (U EPAE
ro" a equipe da UEP/Paraguaçu (EPABAl. Cascata.)
seleção, equivalente a cerca de 100 ha,
reconhecendo o valor das pesquisas de- que corresponde a 10% da área cultivada
senvolvidas desde 1979, visando melho- com aspargo, proporcionando uma ele- Brássicas
rar a produtividade e a qualidade do vação na oferta do produto, às indústrias
alho. que o processam, de 80 t. O programa de Os resultados obtidos com o trabalho
Em 1980, foram introduz idas, já a produção de sementes prevê uma distri- de melhoramento genético da couve-flor
nlvel de produtor, quatro cultivares de buição de 50 kg/ano, ou seja, de 50 hal de verão revelou, após dois ciclos de sele·
alhos nobres: 'Gigante Inconfidente', ano. (UEPAE Cascata.) ção, progressos significativos para o peso
'Amarante', 'Chinês' e 'Centenário', além da cabeça, sendo de 12,5% para o pri·
de uma cultivar precoce 'Juréia', todas Batata meiro ciclo e de 43,75% para o segundo,
com produtividades superiores a 200%, em relação ã população original. (lPA.)
em relação às usadas pelos agricultores Experimentos conduzidos na região
da Bahia. produtora de batata-semente, em Santa A introdução de cultivares de repolho
A evolução da produtividade de Catarina, indicaram a possibilidade de em Altamira visa a indicação de cultivares
2.604 kg/ha, em 1979, para 3.888 kg/ha, redução de até dois terços da quantidade com resistência a doenças e pragas e com
em 1982, convertida a preços de outu- de inset icidas pelos produtores da região, boa produtividade. A cultivar Soshu apre·
bro/82 - Cr$ 200,00/kg, representa um o que poderá significar uma economia sen~ou um rendimento de 39 tlha, o que
aumento de Cr$ 256.800,00/ha na renda de Cr$ 200.000,00 por hectare. (CNPH.) representa ganho de Cr$ 1.440.000,001

68
ha, quando comparado com a produtivi- de cebola, tendo sido produzidos, em A produção de sementes de cebola é
dade da cultivar mais plantada na região, 1981/82, 174,40 kg, dos quais 122 foram uma das potencialidades das áreas irriga-
'Chato de Quintal' (21 t/ha). (UEPAE destinados à multiplicação e produção das da região Semi-Árida do Nordeste.
Altamira.) de bulbos e sementes fiscalizadas. Tal Dentre os trabalhos realizados neste
quantidade é suficiente para atender, em campo, destaca-se a indução do floresci-
Cebola 1983/84, a demanda estadual, represen- mento da cebola, através da vernalização
tada por, aproximadamente, 16.000 ha artificial dos bulbos em câmaras frigorí-
que serão destinados a esta cultura. ficas. Pesquisa desenvolvida demonstra
Considerando o significativo acréscimo ser possível diminuir em 50% o período
proporcionado pelo plantio de cultivares da vernalização, proporcionando grande
recomendadas (15 t/ha), tem-se uma redução dos custos e uma maior rotati-
idéia dos benefícios potenciais da produ- vidade das câmaras frigoríficas.
ção de sementes básicas de cebola em Com esta tecnologia, tem-se obtido
Santa Catarina. (EMPASC.) produtividade média de 350 a 400 kg/ha
de sementes, o que, a preços de outubro
° sistema de produção preconizado
pela EMBRAPA e que envolve o uso de
de 1982 (Cr$ 6.000/kg), representa
valores de produção da ordem de Cr$
bulbos-sementes de melhor qualidade, 2,1 a Cr$ 2,4 milhões/ha. À perspectiva
um manejo de solo mais racional e trata- de altos lucros oferecidos por essa ativi-
mento fitossanitário mais eficaz já está dade, soma-se a vantagem de se poder
sendo utilizado em cerca de 300 hectares reduzir o volume de importações de se-
de lavouras destinadas à produção de se- mentes e, conseqüentemente, os custos
mentes. da cebolicultura regional.
° acréscimo de produção obtido foi
de 50 kg/ha, representando um aumento
Atualmente, a necessidade de sementes
de cebola, só no Vale do São Francisco,
na renda líquida de Cr$ 69.250,OO/ha. gira em torno de 20 t/ano, sendo apenas
2 t produzidas na própria região e, o res-
Nos próximos anos, espera-se que essa tante, importado do Centro-Sul e do ex-
tecnologia esteja sendo adotada em apro- terior, implicando um dispêndio de, apro-
Fig. 59 - Um acréscimo de 15 t/ha na produ- ximadamente 600 hectares, com nova ele- ximadamente, Cr$ 108 milhões.
tividade da cebola e a auto-suficiên- vação na produtividade média de semen-
cia em sementes para o Estado de (CPATSA,)
Santa Catarina são alguns dos resul-
tes de 75 kg/ha e com um acréscimo na
tados práticos da pesquisa. renda do agricultor da ordem de Cr$ Experimentos demonstraram a viabili-
225.000,OO/ha. (UEPAE Cascata.) dade técnica e econômica de produzir
cebola, utilizando as cultivares IPA-4 e
T raba lhos de pesqu isa reve laram que IPA-2, com semeadura em março. Conse-
o uso ótimo dos nutrientes N, P2 0s e Foi lançada a cultivar de cebola-pêra
'IPA-4' (verão). Trata-se de uma cultivar gue-se alcançar uma produtividade de
K 2 0, na adubação de base da cebola, é 12.7 t/ha e lucro líquido de Cr$
do grupo 'Baia Periforme' que foi adapta-
alcançado, respectivamente, com as do-
sagens de 30, 110 e O kg/ha. da ao cultivo de verão. ° nível de produ-
tividade (20 t/ha) é comparável ao das
600.000,OO/ha. Estas cultivares possuem
caracter (sticas de boa conservação de
Atualmente, os produtores ,estão usan- bulbos pós-colheita, muito importante
do 25, 150 e 50 kg/ha, respectivamente, cultivares tradicionais da região do Sub-
médio São Francisco, tendo a vantagem para as condições de clima tropical.
de N, P2 Os e K2 O. Isto significa que, (UEPAE Rio Branco.)
segundo a nova recomendação da pes- de possuir bulbos com melhor conserva-
quisa, pode haver uma redução de 40 ção. (IPA,)
kg/ha de P 2 0s e 50 kg/ha de K 2 0, sem Cenoura
Duas novas cultivares de cebola deve-
prejuízo da produção, enquanto que o
N deverá ser aumentado em 5 kg/ha. Aos rão ser liberadas em breve. Trata-se da
'Roxa IPA-3' (verão) e 'Chata IPA-5'
° desenvolvimento de cultivares que
aproveitem melhor os adubos e que se-
preços atuais desses nutrientes o custo de
produção da cebola pode ser reduzido com produtividade em torno de 20 t/ha. jam resistentes a pragas e moléstias, bem
em Cr$ 8.450,OO/ha. (EMPASC.) A primeira é uma cultivar adaptada para como de técnicas de plantio e condução
cultivo no verão do Submédio São Fran- mais adequadas, podem trazer considerá-
cisco, com semeadura de agosto a novem- veis economias desses insumos e um
A produtividade média da cebola em bro. Esta cultivar apresenta bu Ibos de triplo reflexo : na economia de cambiais,
Santa Catarina, terceiro maior produtor cor arroxeada e possui alto nível de resis- na redução do preço ao consumidor e
do Pa (s, é de 10 t/ha, enquanto que o tência ao "mal-de-sete-voltas", a doença no aumento da renda do produtor. A
rendimento das cultivares recomendadas
pela pesquisa é de 25 t/ha. °
cultivo
dessas variedades depende, porém, da
mais limitante da cebola no Vale do São
Francisco. A 'Chata IPA-5' é uma cultivar
análise dos sistemas de produção ado-
tados pelos olericultores e a proposta de
de bulbos amarelos e achatados. Desta- alternativas mais racionais resultam em
disponibilidade de sementes. Até 1976 ca-se pela excelente capacidade produtiva benefícios, como no caso dos produtores
o Estado dependia totalmente de semen- e por ser bem menos perecfvel do que as de cenoura, em que a tecnologia preco-
tes importadas. Face a isso, foi iniciada, cultivares Canárias e Texas E Grano 502, nizada pela EMB RAPA representou um
em 1977, a produção de sementes básicas as mais utilizadas na região. (IPA.) incremento de 250% na renda líquida em

69
relação ao sistema tradicional. Teste de através do esforço conjunto da Escola Ervilha
sistema de produção, realizado em pro· Superior de lavras (ESAlL Universidade
priedades de agricultores que representam Federal de Viçosa (UFV) e EPAMIG. Através de pesquisas desenvolvidas
a média dos produtores de cenoura no Estes híbridos podem proporcionar uma
com a cultura da ervilha, foram obtidas
Distrito Federal, mostrou que a tecnolo- economia de divisas para o PaIs, da ordem duas seleções de ervilha rasteira para o
gia preconizada pela EMBRAPA propor· de US$ 1,0 milhão anual, correspondente Estado do Rio de Janeiro, uma a partir
ciona a economia de Cr$ 136.600,00 aos gastos com a importação dos hrbridos da cultivar americana Resistant Early
nos gastos com adubos e uma renda lI- japoneses. 'lavras " e 'lavras 2' são mais Perfection 326 que foi denominada
quida a mais de Cr$ 514.2B2,00 por produtivas e autoférteis, dispensando o
'SEL. E 1-12', e outra da cultivar Rois
hectare (Tabela 50). (CNPH .) plantio de cultivares polinizadoras em
des Fins Vertes, denominada 'SEl. E
2-72'.
ClJanto á produtividade, as seleções
TABELA 50 - Resultados do teste de sistem. ct. produçlo de cenoura no Diltrito Federal
'E 1 -72' e 'E 2·72' têm-se mostrado muito
produtivas nos ensaios de competição
SistelT\il de produçio em que estão sendo testadas, com produ·
ções em torno de 6.000 kg/ha de grãos,
do agricultor da EMBRAPA
demonstrando perfeita adaptação ás con-
dições ecológicas do Estado. (PESAGRO-
Quantidade de adubo (kg) 6..000,00 2.840,00 RIO.!
Custo do adubo (Cr$ I 213.000,00 74.400,00
CustO da produção (Cr$ I 610.100,00 371.500,00 Pimenta-do·reino
Valor da comercialização (Cr$ I 810.318,00 1.086.000,00
ReflCla liquida ICr$ I 200.218,00 714.500,00

Ensaio de cultivares indica que a cul- 15% da área. Por apresentarem caracte·
tivar Shin Kuroda, em rotação com a rlsticas qualitativas muito semelhantes
Crota/afia spectabi/is, é uma alternativa aos importados, a sua substitu ição no
para se produzir cenoura no Acre. Apre· mercado não constituirá problema para o
senta tolerância a Alternaria dauci, per- oonsumidor. (EPAMIG.)
mitindo alcançar uma produtividade de
16 l /ha com um lucro Hquido de Cr$ Resultados de testes experimentais,
700.000,00. (UEPAE Rio Branco.) em propriedades rurais, demonstraram
que, aplicações foliares de molibdato de
Chuchu sódio ou de amônio a 0,05% (10 g do
produto/20 litros de água) , realizadas no
o chuchu é um produto que está me- in (cio do aparecimento dos sintomas do
recendo especia I atenção do programa "amarelão" do meloeiro, podem contro·
de pesquisa da EMB RAPA. Estima·se lar esse distúrbio fisiológico que tem pro·
que há cerca de 10.000 ha de chuchu vocado redução de até 90% na produçãô,
em produção comercial. resultando numa em áreas irrigadas do médio São Fran·
oferta diária de 700 t nas Centrais de cisco.
Abastecimento. As oscilações climáticas
Esse distúrbio é causado pela deficiên·
causam redução dessa oferta em cer·
cia de molibdênio, que pode ocorrer em
tas épocas do ano, provocando altas
solos ácidos e em solos pobres em matéria
exc~s ivas no preço do produto.
orgânica , com baixa capacidade de drena·
criar técnicas para contornar os maus
gemo Constatou·se, também, que a aduba·
efeitos do clima. Uma dessas técnicas é o ção com nitrogênio, na forma de sulfato F ig. 60 - A cvh i var de pimenra--d&-felfl" '8ra--
plantio do crotalãria sob a latada, que de amônio - prática utilizada pelos agri- gantina ' proporciona um ac'-'scim o
causou aumentos de até 40% na produção cultores - tanto intensifica o prOblema
de produçSo de 500 Icg/ ha em com·
em comparação com áreas que não t ive- paração com a cvltivar usada pelos
como pode provocar seu aparecimento produtores.
ram o mesmo tratamento. (CNPH. ) em locais onde ainda não tenha ocorrido.
Considerando-se uma produtividade de As cultivares Bragantina Br-Ol e Guaja-
Cucurbitóceas 15 t/ ha, o custo para prevenção ou con- rina Br-02, lançadas recentemente pela
trole do "amarelão" gira em torno de EMBRAPA, estão sendo testadas em
o Brasil importa anualmente 63 t de Cr$ 7.000,00/ha, porém seriam evitadas áreas de latossolo Amarelo infestadas
sementes de cucurbitãceas, o que corres- perdas de ordem de Cr$675.000,OO/ha pela fusariose da pimenta-do·reino.
ponde a uma evasão de divisas da ordem (preço de outubro/ 82), no caso da redu- Após quatro anos de cultivo nestas
de US$ 64 milhões. 'lavras " e 'lavras ção estimada ser de 90% da produção. condições de soJo, a 'Bragantina Br-01 '
2' são dois h(bridos brasileiros, obtidos (CPATSA.) apresentou uma produção média de 4,0

70
kg/planta de pimenta seca, 14% superior de adaptação, produtividades elevadas, zindo à maior eficiência na aplicação dos
fi da 'Cingapura', cultivar tradicionalmen- tanto em peso como em número de produtos fitossanitârios. A excelente fir-
te usada. Isto representa um acréscimo frutos, e mostrando excelente comporta. meza de seus frutos possibilita maior
de 500 kg /ha de pimenta seca. A 'Gua ja · mento em termos de tolerância ou mesmo aproveitamnto na colheita, maior resis-
rina &-02', com dois anos e meio de resistência a doenças. Entre elas destaca- tência ao transporte e menos perdas na
cultivo, vem apresentando uma produção ram -se 'Agronômico·10 G' e 'Kitayamão' linha de processamento. O beneficio dos
média de 3 kg/planta de pimenta seca. (regional), com produtividades superiores produtores, com a utilização dessas cul·
Embora sua produção seja menor do Que a 21 t/ha e com amplas possibilidades de tivares, foi de Cr$ 26.000,oo/ha na safra
a da 'Cingapura' com o mesmo perfodo serem exploradas nas regiões do Estado de 1981/82. (UEPAE Cascata.)
de cultivo, apresenta a vantagem de ser onde foram testadas. (EPACE.)
mais tolerante a déficits hidricos e ã A aplicação do esterco de galinha, as·
fusariose. Tomate sociado a fertilizantes na cultura do toma-
te, uti.lizando·se a cultivar Santo Antonio,
A aplicação de calagem e da cobertura A cultivar Ãngela Gigante 1-5. 100 em experimento realizado no Municfpio
morta parcial em pimenteiras vem pos- tornou-se a mais importante, em São de Vassouras-RJ, resultou numa produção
sibilitando o cultivo em soles concrecio· Paulo e outros Estados do País, como de 55,4 t/ha, apresentando um aumento
nários lateríticos (Tabela 51). Estes re- tomate para mesa. A nova cultivar pos- de 128% em relação à produção obtida
sultados vêm demonstrar Que este tipo sui resistência à raça 1 de Fusarium, ao sem esterco. (PESAGRO-RIO.)
de solo, QuandO bem manejado, pode fungo Stemphy/lium solani e ao vírus de
Tendo em . . ista a elevada importância
econômica da cultura do tomate e a possi-
bilidade de seleção de germoplasma me·
TABELA 5 1 - Efeito d. CII I-aem • d. co bertura morta ~rcj.l em cinco culti .... res di! pim.n·
tII-do·r.ino . m ' ' ' ' do 11010 concrecionirio, no Municl pio d. Selim, PA.
Ihor adaptado às condições locais, foram
testadas diversas cultivares de tomate do
grupo Santa Cruz, na região da lbiapaba.
Cultivar Tratamento Pimenla-prela Os resultados mostraram como melhores
Ikg /hal as cultivares Gigante Angela Nacional
(excelente produção e elevado peso
médio de frutos) e São Sebastião (frutos
'Bragantina Br·Ol ' Calagem + cobertura mona 2803,30 com menor peso médio) entre as introdu-
Testemunha 1.365,30 zidas e 'MM 70' e 'Kada' entre as tradi
cionais. As produtividades variam entre
'Guajarina Br-02' Calagem + cobertura morta 3.816,70
40·48 t/ha. (EPACE.)
Testemunha 1.704,70
'Cingapura' Calagem + cobertura morta 2.596,70 A instalação recente de um parque
Testemun ha
industrial de processamento de frutos da
2.104,30
'Ojambi' Calagem + cobertura morta 1.362,00
Testemunha 1.098, 70
'Belantung' Calagam + coberlura morta 1.302,30
Tàlemunha 391,70

ser aproveitado para exploração econÔ· risca do tomateiro, além de alto nivel
mica com a pimenta-do·reino. Entre as de resistência ã podridão apical, caracte-
cultivares testadas nestas condições, a rfsticas Que garantem rendimentos em
'Guajarina 81'·02' vem se destacando torno de 300 caixas por mil pés de
das demais com uma produção de 4 t/ha tomate Que não seriam conseguidas com
de pimenta seca, após Quatro anos de outras cultivares suscetfveis àquelas mo·
cultivo. (CPATU.) léstias. (IAC.)

Pimentão Cerca de 450 ha, metade da área de


produção de tomate da região sul do
o pimentão ocupa um lugar de des- Rio Grande do Sul, foram plantados
taque na produção de hortaliças do Ceará. com cultivares introduzidas ou difundidas
Apesar do alto interesse pela cultura, ape· pela EMBRAPA, no perfodo de 1981 /82.
nas um reduzido número de cultivares é Estas cultivares propiciaram aos produto-
conhecido pelos produtores. res um aumento de produtividade de 20%, Fig. 61 - Cultivares de tomateiro que di$pen'
Resultados experimentais de ensaios ou seja, 2,6 t/ha. Silm o tutoramento diminuem os
de introdução de cultivares revelaram As plantas dessas cultivares são com- custos e Oferecem melhores lucros
diversas cultivares com grande capacidade pactas, de porte médio e pequeno, condu· ao produtor.

71
TABELA 52 - Si tu~io etuel . parspaetiv. p.11I o eultivo do tomat. no Estado do Rio di! J.nei-
A cultura da mandioca apresenta gran-
rO , .m fUl'IÇi o d. adoçio di!tecnologi.. f«Omend .. .,.. PESAGRO-RIO_ de importância sócio·econômica para o
Estado do Amazonas . .: responsável por
cerca de 10% da composição da renda
Área Produtividade Produçio Incremento na bruta do setor primário. Ocupa o segundo
Especificação (ha) (kgfha) lugar em valor de produção e primeiro
'" produção %
em área ocupada e utilização de mão-de-
obra. A farinha de mandioca é componen-
Situação iiltual 2.320 39.252 91.065 te indispensável na dieta do amazônide.
Mais recentemente tem havido a demanda
Resultado a eurto
das raizes como matéria-prima de indús·
prazo 2.320 50.000 116.000 27, 4 tria de cola.
Entre dez cultivares de mandioca in-
Fonte: FI BGE 09811. PES A GRO·R IO. troduzidas em condições de várzea no

região na Ibiapaba, criou a demanda por


tomate do tipo industrial. Diversas culti-
vares foram testadas, observando·se, em
dois anos, que as cultivares IPA-l.
IPA·2 e IPA-3 se destacaram tanto pelo
rendimento (37 t/hal, como pela qualida-
de dos frutos produzidos. (EPACE.)

Mandioca

No Ceará, a má qualidade das mani·


vas-sementes utilizadas pelos mandiocuJ-
tores constitui, sem dúvida, o fator res-
ponsável pelos baixos rendimentos da
cultura, atualmente em torno de B tl ha
de raizes. O uso de manivas·sementes de
qualidade inferior advem, sobretudo, do
fato da não coincidência entre os perlo,
dos da colheita (julho a dezembro) e o
plantio seguinte (janeiro a maio). O
referido material acha-se velho (com mais
de 16 meses), por conseguinte, com
Fig. 62 - O 5inflma da fi/eirlJ$ duplas, além da facilitar os trabalhos de capina, {Hrmira a comor·
baixo vigor, além de freqüentemente cil1Ção da fflandioCII com outr/lS cultural, reduzindo o cuno.
doente e com pragas.
a cultivar Mameluca em filas duplas e a Estado do Amazonas, destacou·se a culti-
Com o intuito de sanar esta situação, colheita se faça aos 18 meses. (UEPAT var IM 157, com produtividade de 26 tlha
fo i desenvolvido um trabalho onde a Macapá.) de raiz, superando em 30% uma das culti·
poda é efetuada no momento dos novos vares mais usadas na região, conhecida
plantios, o que faz com que o mandio· Pesquisas desenvolvidas no Espirito por cultivar Vinagre, cuja produção é de
cultor disponha de manivas-sementes no- Santo indicaram as cultivares Mangue 17 l/ha. Além de mais produtiva, su -
vas (12 meses), e de melhor qualidade, Mirim, Periquita, Sutinga, Manjari e plantou também as demais cultivares em
no momento certo. A prática não afetou Unha (ciclo médio); e Pão do Chile Sul, 15%, no que se refere à tolerância ao ata·
o rendimento de raízes, quando a colhei- Julião Roxo, São Pedro Mirim Pam- que de podridão da raiz, principal doença
ta veio a se processar aos 14, 16 e 1 B pas, Rio Branco, Santa Cruz e Riqueza da cultura no Estado.
meses após. o plantio. Ao final houve, IPEACO-1 (ciclo curto) como promisso- Com a introdução de 198 cultivares!
inclusive, aumento na produção total ras. A utilização destas cultivares permi- clones de mandioca, em terra firme, fi·
da parte aérea. (EPACE.l tirá uma elevação no rendimento de cou evidenciado, após tres anos consecu-
15 tl ha (média do Estado) para 20 tl ha tivos de avaliação do referido material ,
Em experimento conduzido no Terri- (para as cultivares de ciclo curto) e para que as cultivares/clones CPM-l1-01,
tório Federal do Amapá com a cultura 30 tl ha (cultivares de ciclo médio). Um BGM-021 , BGM-120e BGM·131 sobrepu-
da mandioca, foi possível demonstrar que campo de 10 ha encontra·se em fase de jaram as demais, atingindo produtividade
se pode obter um incremento de 122,5% produção de manivas·sementes fiscaliza- 50% superior à da cultivar local de
sobre a produtividade média (10.000 das, visando a disseminação das cultivares maior utilização a nível de produtor.
kg /ha) do Território, desde que se plante indicadas pela pesquisa. (EMCAPA. ) Considerando·se que a produtividade

72
TABE LA 5 3 - AJlIic:açio d. novas tecnologias em lavouras de ma ndioca. Municfpio d. Triunfo, RS - 1980/81 • 1981/82.

R,~ Rafzes Milho Feijão Renda


Itens Produção Valor Produção Vator 1981 1982 bruta
Im 3 /ha! (Cr$! (t/ha! (Cr$! Produção Valor Produção Valor 81/82
1981 1982 1981 1982 1981 1982 1981 1982 (t/ha) (Cr$) Ittha! (Cr$! (Cr$)

Média do Estado 20 25 12.000 30.000 5 12 15.000 60.000 2,09 20.000 0,6 66.000 182.000

Novas tecnolo-
gias "Lav. con-
tinua" 60 75 48.000 90.000 30 51 90.000 257.000 485.000

Novas teçnolo-
gias "Lav. fi-
las duplas" 60 75 48.000 90.000 30 (40!" 90.000 (2oo.000!· 1,88 18.000 2,5 275.000 (731.000)'

• Estimativa.
média do Estado é de 12 t/ha, estima·se 25 ha, apresentaram, em área colhida
Que a produção total poderia ser aumen· no primeiro ciclo, produção média de
tada em até duas vezes, somente com a raizes, de 30 t/ha. No cultivo em filas
utilização de cultivares melhoradas (tecno- duplas, o milho semeado no intervalo
logia de baixo custo). (UEPAE Manaus.) das filas duplas rendeu 5.600 kg/ha e a
lavoura, por amostragem, apresentou
Dando continuidade às pesquisas Que rendimento de 30 t/ha de raízes. No
visam encontrar alternativas para a diver- segundo ciclo, as lavouras contínuas,
sificação agropecuária da região Sul de em colheita realizada em 15.04.82, um
Santa Catarina, onde 42.000 ha de mês e meio antes da maturação fisio·
solos arenosos, de baixa fertilidade e lógica, renderam 44 tlha em plena estia·
altamente suscetiveis à erosão vêm sendo gem de três meses; em 15.05.82, outra
tradicionalmente plantados com mandio- lavoura colhida rendeu 55,5 t/ha de
ca em monocultivo, foram conduzidos raízes, com quinze dias antes de matu-
experimentos de consorciação de mandio· r~ção (Tabela 53).
ca com leguminosas de verão.
Fig. 64 - Cultivar de mandioca (primeiro plõt-
Os resultados preliminares mostraram no) atacada por bacreriose, comp;,-
rada com ourras resistentes (110
que o consórcio mandioca em fileira fundaI.
dupla com amendoim possibr'l itou uma
produção razoável de raiz, em compara-
ção ao sistema tradicional, e uma boa O teor de amido foi testado, a partir
produção de sementes de amendoim; de 3 de abril de 1982, e oscilou entre
por outro lado, foram confirmaaos 27 e 32% (variação causada por proximi-
resultados anteriores de produção de dade de chuvas) e em média apresentou
massa verde de leguminosas, com desta- 30% de amido. A consorciação com feijão
que para caupi-sempre·verde, caupi-pi· (duas linhas), no intervalo das filas duplas
tiÚb.l e crotolária, que produziram, res· de mandioca, rendeu, em dezembro de
pectivamente, 17,9, 12,4 e 11,2 tlha 1981,2.500 kg/ha. (lPAGRO - SA/ RS. )
de massa verde, no cultivo consorciado
com mandioca. As produções de raiz Na região sul de Santa Catarina a
foram, porém, muito afetadas pela colheita da mandioca, seja de um ou de
concorrência com as leguminosas, ra- dois ciclos, concentra·se nos meses de
zão porque apenas o amendoim é re- maio, junho e julho, em razão de ser
comendado para o plantio consorcia- este o período em que normalmente ocor-
do (EMPASC.l re maior concentração de amido nas raí·
zes.
Os cultivos conduzidos no muni- Fig. 63 - Produtividade, superiores e 30 r/ha Este perfodo relativamente curto de
esrão sendo registradas em viJrios
cipio de Triunfo - RS, com cinco Estados, com a adoçSo de novas
colheita acarreta problemas de ociosidade
produtores rurais em área global de cultivare' de mandioca. para as indústrias extratoras de amido e ,

73
inclusive, tem constituído um entrave
para a instalação de usinas de álcool
carburante na região.
Face a esta problemática foi realizada
uma pesquisa de avaliação da variação do
teor de amido nas raízes das cultivares
Mico e Mandim Branca, em cultivos de
um e de dois ciclos.
O objetivo principal era determinar
o período de colheita destas duas culti-
vares em função do teor de amido, com
vistas a uma provável ampliação deste
período.

Como resultado do trabalho, con-


cluiu-se que, tomando um teor mínimo
de 30% como limite econômico para Fig. 65 - Um protótipo de máquina colbedore-cerreçedore de mandioca (vista sem esteira) foi
desenvolvido pela pesquiss.
conversão de amido em álcool, a colheita
de um ciclo pode ser efetuada de maio
a outubro e a de dois ciclos pode ini- Resultados de pesquisa efetuada em A baixa produtividade atual dos
ciar-se na primeira quinzena de fevereiro, Goiás com a cultura da mandioca, colhei- mandiocais de subsistência, comuns na
estendendo-se, até agosto, para a cultivar ta aos 19 meses, indicam a variedade paisagem dos campos e cidades goianas,
Mandim Branca e, até setembro, para a IAC 12-829 com produção média de não vai além de 15,0 t/ha. É um marca
Mico. (EMPASC.) raízes de 31,6 t/ha, em Goiânia, e 26,3 até aceitável para esses cultivos de impor-
t/ha, em Jataí, bem como 10,8 t/ha de tância apenas social. Esta produtividade
Diante do problema de baixa produti- amido, em Goiânia, e 8,6 t/ha em Jataí. não deve ser confrontada com o potencial
vidade e de susceptibilidade à bacteriose Em segundo lugar, ficaram 'IAC 7-127', produtivo de culturas de mandioca con-
das cultivares de mandioca plantadas na com 26,6 t/ha de raízes e 8,4 t/ha de duzidas com mínimo rigor técnico por-
região dos Cerrados iniciou-se, em 1976, amido, em Goiânia, ao lado de 'Sonora', que, nesta situação, o rendimento do
um programa de introdução de novas com 26,0 t/ha de raízes, em Goiânia, produto pode subir até 25,0 até 60,0 t/ha.
variedades. Experimentos realizados em e 23,8 t/ha em Jataí, produzindo 8,4 t/ha (EMGOPA.)
condição de campo classificaram nove de amido, em Goiânia, e 7,6 t/ha em Jataí.
variedades como as mais resistentes à Além das qualidades na produção de raí- Considerando que são necessários
bacteriose e com maior produtividade zes e amido, as variedades IAC 12-829 e 25-30/homens/dia/ha a um custo per
de raízes, de 17,0 a 43,0 t/ha (Tabela Sonora, entre 17 variedades testadas, capita, entre salários, encargos sociais,
54). Estas variedades destacaram-se ta rn- foram as que se apresentaram com maior transportes etc. de Cr$ 1.000,00 por
bém na produção da parte. aérea (de resistência à bacteriose, o mais sério dia, teremos uma importância de
15,8 a 36,8 t/ha) e no teor de amido problema fitossanitário no cultivo da Cr$ 30.000,OO/ha. Observa-se, ainda,
(de 29,4 a 34,9%). (CPAC.) mandioca. que 25% do valor total do produto
vendido é de mão-de-obra.
TABELA 54 - Produção média 'de raizes e parte aérea (folhas + ramas) e o teor de amido de
variedades de mandioca mais resistentes à bacteriose.
Com o crescente aumento da impor-
tância da mandioca, ficou patente a ca-
rência de máquinas para essa cultura,
Variedade Raízes Parte aérea Teor de amido principalmente as destinadas às operações
t/ha t/ha % de colheita.
Os custos de produção da mandioca
são difíceis de se estabelecer por suas di-
'Sonora' 43,2 36,8 32,4
ferenças nas diversas zonas produtoras.
'CMC-40' 39,7 28,3 31,7 Sabe-se, entretanto, que o custo prin-
cipal é a mão-de-obra e que 40% do'
'IAC 105-66' (Caapora) 32,2 17,0 30,5
tempo utilizado nesta cultura gasta-se
'IAC 24-2' (Mantiqueira) 31,7 20,5 31,9 na colheita.
'Pirassununga' 24,2 15,8 34,5 Ao custo atual do material e mão-de-
obra, a máquina colhedora-carregadora
'CM-425/5' 23,7 15,8 34,9 de mandioca poderá ser vendida ao pre-
'Paiza' 23,3 21,2 32,6 ço de Cr$ 1.000.000,00. Isso significa
que serão necessários 33,33/ha para
'Engana ladrão' 20,2 22,0 34,1 cobrir o seu custo inicial e que logo no
'IAC 352-6' 17,0 17,7 29,4 primeiro ano se dará o retorno do capi-
tal investido,

74
Experiências realizadas com a sexta demonstrar a capacidade de produção
versão do protótipo do IAC concluem das cultivares existentes no mercado.
que essa colhedora·carregadora substitui (CNPMS.l
o trabalho manual de 100/homens/dia.
(lAC.) A produtividade média de milho no
Estado de Mato Grosso é de 1.800 kg/ha ,
sendo que a maior parte da área cultivada
refere·se aos solos sob vegetação de mata.
Mongo onde se utiliza um baixo nível tecnológi·
co. Nas áreas sob vegetação de cerrado ,
Atualmente, o Estado de Goiás e o onde este cereal se apresenta como uma
Distríto Federal possuem 2.100 ha cul· das principais alternativas para rotação
tivados com variedades de mangas ameri· com a soja, é necessário um nível tecno·
canas. A mais cultivada é a 'Haden', ocu· lógico mais elevado com a utilização de
Fig. 66 - o novo Progrllma Nacional da Pe14l1i·
pando cerca de 50% da área. Mas esta é 18 d, Manga ;6 conta com um Banco cultivares adaptadas a este ecossistema.
uma variedade muito suscet(vel â ano de GermoplaUTIll com v6rial culriva·
tracnose. além de ser alternante na pro· Em ensaios de competição de culti·
dução. As variedades regionais como a
entre
'"
48 produtores de quatorze muni.
vares de milho em solos de cerrado,
'Sabina' são pouco produtivas, suscetí· destacaram·se materiais com diversidade
cípios abrangidos pelo Escritório Regio. de porte e ciclo, com produtividade de
veis a doenças e pragas e alternantes na
nal de Sete lagoas, a cultivar de milho até 5.240 kg/ha, denotando o grande
produção. A introdução das cultivares
'BR·126', lançada pela EMBRAPA, obte· potencial dessas áreas para o aumento
Tommy Atkins e Ruby, com pouca ou
ve a primeira colocação entre diversos da produção e produtividade do milho
sem alternância, levemente susceHveis
híbridos comerciais. com produtividade naquele Estado. (EMPA.)
à antracnose, altamente produtivas e de
de 10.048 kg/ha.
excelente qualidade de frutos, vai permi·
tir um significativo desenvolvimento da Nesse concurso, a mellOr produção Em continuidade ao projeto de racio·
cultura na região dos Cerrados. (CPAC.) entre os dez primeiros colocados foi de nalização do uso de defensivos agrícolas,
5.312 kg/ ha, enquanto a média geral do associado a um menor consumo de ener-
concurso alcançou a produtividade de gia, a EMBRAPA adaptou um implemen·
Milho 5.005 kg/ ha . to agrícola para controlar a lagarta·do-car·
Estes concursos de produtividade têm tucho, através da aplicação de inseticidas
Em recente concurso de produtividade por objetivo estimular a competitividade granulados diretamente no cartucho da
de milho, promovido pela EMATER·MG, entre os produtores de milho, bem como planta.

Fig. 67 - A apli~ção de imericide, diretamente no ~rtllcho do milho, iun ramtfflre com a capina" a adubação de cobertura 6 poss{vel. !/raça$a um
implemento adaptado pt:la EMBRAPA.

75
Nesta adaptação, utilizou-se uma gra - nor risco para o operador, menor dese- méd ia associada à ma is alta prol if icidade
nuladeira, originariamente utilizada para quili'brio biológico, além de d ispensar a (Tabela 55) . (CNPMS.)
apl icar inseticidas no solo , que foi acopla - utilização de água que, em alguns casos,
da a um cultivador-adubador, para, desse limitaria o uso de inseticida. Entre as cultivares de milho em com-
modo , efetuar simultaneamente as opera- Visando o controle das pragas iniciais petição na Bahia destacou-se a 'Piranão',
ções de cultivo mecânico, adubação das culturas de milho e feijão, foi desen- com rendimentos 500% superiores às
nitrogenada em cobertura e o controle da volvido um dispositivo, que, acoplado à cultivares regiona is, cuja produtividade
Iaga rta -do-ca rtucho. plantadeira de tração animal, permite a média é de 1.200 kg/ha. A diferença
distribuição do inseticida granulado no (6.000 kg - 1.200 kg = 4.800 kg) repre-
Constatou-se que, com a utilização do sulco de plantio, com eficiente controle senta um aumento de renda para o pro-
implemento, diversos insetic idas mostra- das pragas. Esse dispositivo, quando aco- dutor de Cr$ 96.000,00/ha , a preços de
ram-se eficientes no controle da lagarta plado à plantadeira para o plantio simul- Cr$ 20,00/kg, sem qualquer gasto adicio-
tanto na cultura do milho, como na do tâneo de milho e feijão na mesma linha, nai, em condições de sequeiro .
sorgo . Quanto ao aspecto de economici - possibilita a efetivação da adubação, Entendimentos com os produtores da
dade, observou-se que a utilização do plantio das duas culturas e a distribuição região estão em andamento para a produ -
sistema integrado para cultivar, adubar eficiente do inseticida granulado, numa ção de sementes básicas, visando a manu -
em cobertura e controlar o ataque de única operação. Com isso, há considerá - tenção do padrão genético. As estimativas
lagarta-do-cartucho, contribuiu para redu - vel redução de mão-de-obra e do tempo de sementes básicas para 82/83 permitem
zir o custo de produção das duas cultu- gasto na aplicação de inseticida, propor- estender o benefício obtido na pesquisa
ras. (CNPMS.) cionando o controle das pragas no ini'cio a 20.000/hectares, com um aumento de
produção de 96.000 t e um acréscimo
na renda global de, aproximadamente,
Cr$ 2,0 bilhões (Cr$ 20,00/kg), sem ou-
tros custos adicionais. O aumento da
produção de milho tem reflexos favo-
ráveis sobre a alimentação das popula-
ções, tanto direta como indiretamente,
pela expressiva percentagem na compo-
sição das raçõe5. (EPABA.)

Constatou-se que, nos últimos cinco


anos, houve um aumento médio no
rendimento da cultura do milho no
Espi'rito Santo da ordem de 9% a.a.
Isto deve ser computado, em parte, à
transferência e adoção de tecnologia
gerada pela EMCAPA para a cultura,
Fig. 68 - Um novo implemento com tração Fig. 69 - ... reduz-se a mão-de-obra, econo- como indicação de cultivares mais
animal permite efetuar, numa só miza-se tempo e controla-se as pra-
passada, as seguintes operações: gas no início do desenvolvimento produtivas, adubação, população de plan -
adubação, plantio de milho e feijão da cultura. tas e outras práticás culturais.
consorciados na linha e aplicaÇ"ão
d~ inseticida granulado. Com isso, ... Trabalhos de competição desenvolvi-
do desenvolvimento tanto do milho quan-
to do feijão. (CNPMS.) dos pela EMCAPA têm indicado novas
Diversas pragas podem ocorrer no ini'- cultivares de milho, precoces e de planta
cio do desenvolvimento das culturas, A EMBRAPA vem desenvolvendo, des- baixa, que permitem a elevação do rendi -
com perdas expressivas na produtividade. de 1975, um programa objetivando obter mento de 1.586 kg/ha (média a ni'vel de
No caso do milho, as seguintes pregas têm cultivares de milho mais adaptadas à fazenda) para 3 .000 kg/ha (média obtida
merecido uma maior atenção : elasmo, região do Planalto Central Brasileiro, pela pesquisa) . Entre as cultivares pro-
lagarta-rosca e lagarta-do-cartucho. No onde predominam os solos de cerrado. missoras, para o Espi'rito Santo, desta-
caso do feijão, as principais pragas são: Dentro dessa estratégia, foram seleciona- cam-se 'A-670-A", 'XL 560', 'Ag 351 B',
cigarrinha, vaquinha, além de elasmo. das linhagens que utilizam melhor o 'Piranão VD-1', 'Ag 305 B' 'Ag 452 B'
O controle dessas pragas, quando calcário e o adubo aplicados, cOm maior (cu Itivares de porte baixo) e 'X L 560',
realizado com inseticidas foliares ou tolerância à deficiência hi'drica . 'E 5601', 'CMS 04', 'Ag 64 A' e 'Pioneer
mesmo inseticidas em pó, aplicados A partir dessas linhagens chegou-se a 6874' (cultivares precoces). (EMCAPA .)
no sulco de plantio, tem apresentado alguns hlbridos como o 'CMS 201 X'
baixa eficiência. que, testado em comparação com outros Foi avaliada a economicidade dos sis-
Diversos produtos sistêmicos granula- hi'bridos comerciais (em sua maioria em temas recomendados pela EMBRAPA, em
dos, para aplicação de modo semelhante solos de cerrado recuperado de 19 locali- relação às demais técnicas alternat ivas de
ao do pó, já vêm sendo testados pela dades dos Estados de São Paulo, Minas produção. Para o milho, a análise foi efe-
pesquisa com ação bem mais eficiente. Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul), tuada em munidpios do Oeste Catarinen-
Além disso, os produtos granulados demonstrou competitividade com os de- se, para o ano agri'cola 78/79. Os resulta-
apresentam outras vantagens, como : me- mais, porém com ma ior produtividade dos sugerem que o stand da cultura de

76
necessitar-se-ia apenas de 0,38% da
TABELA 55 - Dados compw"ivol do hlbrido 'CMS 201 X' . hlbridOl comercieis de m ilho, área d isponível para su prir a demanda
com base nII m6di. de 191ocelkledes. 1982. atual do Estado, que é de 30.000 tonela·
das. (UEPAE Manaus,)
N!? de espigas Peso de grãos Resultados obtidos em campos experi·
por planta ",Ih. mentais e lavouras de produtores, em
solos de textura argilosa (chapadão) com
cobertura vegetal de cerrado no Estado
' CMS 201 X' 1,34 4.620 de Mato Grosos do Sul, indicam o milho
Cargill 11 1 1,07 4.529 como cultura alternativa para as regiões
de cerrado.
Ag.259 1,03 4. 498 Ensaios nacionais e testes de Sistema
Ag. 301 1,03 4.376 de Produção de Milho, instalados em lo-
ca is distintos na região de cerrados de
Mato Grosso do Sul (São Grabriel O'Oes-
50.000 plantas por hectare, a rotação de ram, respectivamente, 167%, 140%, 137%, te, Pedro Gomes e Cassilãndial, indicaram
cultura com leguminosa (feijão e soja) e a 137% e 123% mais que a testemunha cultivares com produções superioes a
adubação, representada pela seqüência de cultivada na região ('Pontinha', 1.360 kgl 6.000 kg/ha, o que representa uma pro-
aplicações de calcário, superlosfato triplo, hal. Os acréscimos de receita permitidos dutividade 200% superior à maior média
adubo formulado e uréia, são fatores que por esses ganhos de produtividade são do Estado. (EMPAER.)
afetam positivamente a rentabilidade do estimados em Cr$ 62.218,20; Cr$
milho. Por outro lado, a quantidade de 55.876,40; Cr$55.190,80;Cr$55.190,80; Pesquisas realizadas visando criar ai·
250 kg/ha de adubo formulado apresen- Cr$ 55.105,60, respectivamente, isso to· ternativas e melhorar as condições sociais
tou-se anti-econômica, naquela região, mando por base o preço mfnimo por e econômicas dos produtores de baixa
para aquele ano agrrcola. (I EA.) quilo de milho a ser pago este ano. renda de Roraima, comparando diferentes
(UEPAE Altamira,) sistemas de policultivos, constataram co·
Experimentos de introdução de cu lt i- mo ma is eficientes os consórcios mandio-
vares demo nstraram a possibilidade de Entre doze cultivares de milho testadas ca x milho e milho x caupi, com renda
elevar 166% a produtividade média do em área de terra firme (com adubação líquida de Cr$ 110.000,00 e Cr$
Estado de Rondônia que é de 1.688 kg, química e orgânica) destacaram-se as se- 45.000,00, reSpectivamente. Estes valores
passando esta a 4.494 kg/ ha, média guintes : 'BR 5102' (5.353 kg/ha), 'Pool são 40% superiores aos obtidos com os
obtida das seis melhores cultivares testa· 21' (5.240 kg/hal, 'Maya XV' (4.986 monocultivos de mandioca ou de milho
das, ou seja: 'CMS 28' (4.664 kg/ hal. kg/ha), 'CMS 28' (4.961 kg/ha) e 'BR (outubro/82). (UEPAT Boa Vista.)
'8R 590 1' (4.635 kg/ha), 'C MS 11 ' 519 1' (4.636 kg/ha). Essas cultivares Nas áreas de solos férteis do Territó-
(4.614 kg/ha), 'CMS 12' (4.473 kg/ha), apresentaram acréscimos respectivamente rio Federal de Roraima tem sido impos·
'BR 5 102 (4.371 kg/ ha), 'CMS 19' de 311 %, 303%, 283%, 281 % e 256%, em sível produzir milho por mais de dois
(4.210 kg/ha). relação ao rendimento médio da região, anos consecutivos, devido à elevada
Estes resultados, quando absorvidos que é de '.300 kglha. Osganhosadicionais infestação por ervas daninhas, principal·
pelo produtor, significarão um adicional foram de Cr$ 95.2 12,20; Cr$ 93.072,00; mente (' Sorgum arundinaceum, que
de Cr$ 3,89 bilhões no valor bruto da Cr$ 87.723,00; Cr$ 88.793,40 e Cr$ chega a dominar totalmente a cultura,
produção, considerando ·se que a área 82.374,60, respectivamente. caso não sejam efetuadas de duas a
colhida atual mente é de 80.830 ha e Em solos de alta fertilidade natural três capinas mecânicas. Resultados de
que o preço m(nimo para a região é (várzea), as melhores cultivares foram as pesquisas realizadas nestas áreas mostram
de Cr$ 1.028,00 o saco de 60 kg. seguintes : 'Pool 22' (4.534 kg/hal, 'CMS que, ao se utilizar herbicidas pré-emer·
lUEPAE Porto Velho.) 28' (4.362 kg/ hal, 'BR 5102' (4.496 gentes, as capinas mecânicas podem ser
kg/ hal, 'Centralmex' (4.790 kg/hal e dispensadas, além de se obter uma renda
Pesquisas realizadas dura nte os anos 'BR 1051' (3.548 kg/ ha) e apresentaram líquida acrescida de Cr$ 20.000,00 por
agrícolas d e 1976/77, 77/78, 78/79 e acréscimos, respectivamente, de 248%, ha. (UEPAT Boa Vista.)
79/80 demonstraram que a melhor 235%, 246%, 268% e 181% em relação
época de semeadura do milho na região ao rendimento médio obtido na região, No Ceará, está sendo comprovada a
de Altamira situa·se entre 15 de dezem- com ganhos adicionais de Cr$ 80.856,00; superioridade do sistema de cultivo
bro e 15 de }élneiro. (UEPAE Altamira.) Cr$ 77.789,00; Cr$ 80.678,00; Cr$ consorciado com o feijão caupi, em
85.422,00 e Cr$ 65.065,00, respectiva- relação ao monocultivo de milho. Esta
Entre os fatores da baixa produt ivi- mente. prática é comprovadamente vantajosa,
dade na região pode-se destacar o uso Estima-se que, no Estado do Amazo· especialmente devido âs condições de
de sementes impróprias e de baixo nas, ex istam cerca de 2 milhões de hecta- elevado risco a que está sujeito o pequeno
potencial genético. Ensaios de compe' res de várzea prontamente agricultáveis. produtor de milho da região. Produções
tição de cult ivares no período de quatro Considerando o rendimento médio das satisfatÓrias das duas culturas são obtidas
anos evidenciaram as cu ltivares BR 5102 cultivares locais de 1.300 kg/ha, substi- quando populações intermediárias de
(3.630 kg/ha); 8R 510 1 (3.260 kg/ ha); tuindo-se esse material por cultivares milho (25 a 30 mil plantas/ha) são com-
Maya (3.220 kg/hal; CMS 11 (3.220 kgl melhoradas, indicadas pela pesquisa , binadas com populações máximas de cau-
ha); BR 106-1 (3.040 kg /hal que rende· com rendimento médio de 4.000 kg/ha, . pi (40 a 50 mil plantas/ha l. Em canteiros

77
experimentais, estas populações têm verde sem adubação nitrogenada, propi· uma significativa precocidade como resul·
permitido à gramínea alcançar rendi- ciou uma produção de 5.299 kg/ha de tado do aproveitamento do resíduo da
mentos superiores a 3.000 kg/ha. Quanto grãos de milho, equivalente à produção adubação da pimenta-do·reino, tendo, já
ao feijão, sua menor habilidade competi· obtida com a aplicação de 100 kg/ha no sexto ano, 50,4% das plantas com
tiva vê·se compensada pelo uso de popu· de N. Nesse mesmo solo, que recebeu diâmetro de corte.
lações máximas, garantindo·lhe rendi· calagem e adubação adequadas durante Observou·se. também, no consórcio
mentos médios em torno de 800 kg/ha. os dez anos de cultivo, tem-se obtido uma menor incidência de doenças de
Neste consórcio, ambos os rendimentos uma média de mais de 3.000 kg/ha de raízes nas pimenteiras (20,6%), quando
são superioes aos médios registrados que grãos, sem a aplicação de nitrogênio. comparadas ao monocultivo (70%).
são em torno de 700 kg/ha e 300 kg/ha, (CPAC.) (CPATU.)
respectivamente para o milho e o feijão.
(EPACE.) O Estado de Rondônia sempre fo i
Seringueira reconhecidamente um dos maiores produ·
tores de borracha da Amazônia e, conse·
Em Minas Gerais estão tendo continui· qüentemente, do Brasil. Todavia, sua
dade os trabalhos envolvendo a consorcia· produção provinha estritamente dos se·
ção milho·feijão. O sistema de consorcia· ringais nativos. Os problemas que surgi ·
ção que envolve a semeadura do milho ram na exploração destes seringais servi ·
e feijão na mesma linha tem confirmado ram para dar novos rumos à política de
o seu bom desempenho. Neste sistema, a produção de borracha vegetal no País,
cultura do milho é conduzida como em passando a fortalecer a implantação e
monocultivo e os gastos adicionais são exploração de seringais de cultivo.
apenas com as sementes de feijão e sua
Atualmente, com base nos resultados
colheita.
dos experimentos ao longo dos cinco
Considerando os preços atuais e utili· anos, pode-se adiantar que os clones
zando a plantadeira para a semeadura IAN 6323, IAN 6720, IAC 6721, Fx
simultânea a tração animal, desenvolvida 3899, IAN 873 e IAN 717 vêm se desta-
pelo CNPMS, uma produtividade de ape- cando, em relação aos outros clones
nas 110 kg/ha de feijão é suficiente para do experimento, quanto à produção de
cobrir os gastos adicionais com essa cultu· borracha seca e tolerância ao mal das
ra. A utilização deste sistema de cultivo folhas. (UEPAE Porto Velho.)
permitirá o incremento na produção de
feijão, sem afetar significativamente a Fig. 70 - A produçiio de mudas sadias de se- Com a produção e o fornecimento
produção de milho, e, portanto, com ringueira é uma ativickde impres·
cindfvel ao Programa de Incentivo
para viveiristas de cerca de 171.500 m
menor risco no empreendimento agrícola. à Produçfio de Borracha Vegetal. de hastes de material clonal de serin-
(CNPMS.l gueira. suficientes para a formação de
A produção de sementes de milho da O longo período de imaturidade e o 2.052.000 mudas, e, ainda, com o forne·
Secretaria de Agricultura e Abastecimen· alto custo de investimentos na implanta· cimento de cerca de 560.000 mudas para
to do Estado de São Paulo, no período ção da cultura têm sido alguns dos obs· produtores capixabas, a EMCAPA influiu.
1981/82, foi de quase 1 milhão de táculos à expansão da área plantada diretamente. para a implantação de
sacos, sendo que cerca de 10% das semen· com seringueiras no Brasil. Pesquisas 5.224 ha da cultura. Isto propiciará, a
tes produzidas foram de variedades e desenvolvidas pela EMBRAPA desde médio prazo, a produção de 1.567.200 kg
hlbridos intervarietais. 1975, consorciando seringueira com pio de borracha seca, correspondentes a uma
menta·do·reino, têm demonstrado resulta· renda de Cr$ 678.888.000,00 (valores de
A produção de sementes pelo sistema
dos altamente promissores, no que out/82), além dos benefícios sociai s
de cooperação atingiu 20.000 sacos de
tange à superação desses problemas. Os advindos da geração de novos empregos
50 kg e, pelo sistema de certificação,
resultados experimentais obtidos até o (EMCAPA.)
60.000 sacos de 40 kg.
momento. a partir de um consórcio
Esses híbridos intervarietais e varieda·
constitu(do de seringueiras plantadas Soja
des possibilitarão o plantio em mais de
em espaçamento 14 x 3 m, podendO
160 mil/ha, proporcionando uma produ-
intercalar até cinco linhas de pimen· Os anos agrícolas 80/81 e 81/82 cor·
ção ao redor de 400.000 t (I AC.l
ta-do-reino. plantadas em suas entreli- responderam à fase final de avaliação e
nhas no espaçamento de 3 x 2,5 m, mos· lançamento das novas cultivars de soja
No primeiro ano de cultivo de um
tram que, nesse sistema, a pimenteira 'IAC-8', 'IAC·9' e 'IAC·Foscarim 31'. To·
solo de várzea rico em matéria orgânica,
pode possibilitar uma receita substan· das essas cultivares apresentaram sens(vel
observou-se uma resposta pronunciada
cial, na mesma área, durante o períOdO vantagem produtiva (10% ou mais) em
da aplicação de N para o milho, tendo a
de imaturidade da seringueira, produ· comparação com as tradicionais em culti·
produção passado de 640 kg/ha de grãos,
zindo 2.330 kg/ha/ano, ou seja, o equi· vo, e, ainda, a possibilidade de plantios
no tratamento sem N, para 3.060 kg/ha
valente ao rendimento médio em cultivo antecipados, pela sua menor sensibilidade
com a aplicação de 40 kg/ha de N.
solteiro. Nas condições experimentais, a ao fotoperíodo, condição em que aquela
Em um solo cultivado por dez anos, seringueira não foi prejudicada pelo con- vantagem é ainda mais evidente. A culti-
a incorporação de mucuna, como adubo sórcio, mas, ao contrário, apresentou var IAC·S, recomendada para plantio em

78
áreas de cerrado recuperado, apresenta cultivar IPAGAO 20. Durante o período Uma nova opção na diversificação de
porte adequado e é resistente a M. de experimentação e em lavouras, apre- genótipos produtivos de soja, adaptados
incognita. Estima-se que, na safra agrícola sentou rendimentos superiores à cultivar para baixa latitude, aparece com a indica-
82/83, já estejam disponíveis ao produtor Paraná, a mais cultivada no Estado, em ção da cultivar LO SI 14. Trata-se de uma
paulista aproximadamente 200.000 sacos torno de 8%. Este aumento de rendimen- cultivar com rendimento superior ao da
de sementes, o que deve representar em to proporcionará um grande retorno eco- cultivar Tropical, considerada até então
torno de 1/3 da área cultivada com soja nômico nos próximos anos de cultivo. como primeira variedade brasileira indi-
em São Paulo. A cultivar IAC-9 é re- (IPAGAO-SA/RS.) cada para latitudes inferiores a 150 .
comendada para os primeiros anos de
exploração de solos ácidos e de baixa
fertilidade, pois apresenta tolerância ao TABELA 56 _ Eco nomi. resu ltlonte d. tecnologi. usad. pai. pesqui~ em relllÇio à UNIda pelo
alumínio tóxico e período juvenil longo_ produtor ; pI. nti o de IOj ••
A cultivar IAC-10 é resistente ao nema-
tóide de galha M. incognita, e, quando
semeada simultaneamente com 'IAC·8', Tecnologia Densidade Ouantida~ Despesa C/ I Economia
permite escalonamento da colheita por _do plantasfm de semeotll$ sementes resultante
ser mais precoce que esta. kg"'a (PG .. 80%) CrS /ha CrS fha

A cultivar IAC-Foscarim 31 foi desen-


volvida tendo em vista a possibilidade Produtor 30 113 14.690,00
de duplo cultivo anual, principalmente 4.940,00
Pesquisa 75 9.750,00
em rotação com cana-de-açúcar, na
renovação do canavial. Apresenta porte
adequado em plantios antecipados e I Preço médio do kg de semente da cultivar 'IAC 2' .. Cr$ 130,00
maturação em tempo hábil ao plantio
da cana. Há uma expectativa muito
grande em relação a esta cultivar, com A substituição do arroz pela soja no O ciclo ê de 105 ± 7 dias quando
possibilidade de expansão da fronteira Mato Grosso tem ocorrido de maneira semeada em latitude 40 14'5, altura mé·
agr(cola para a soja em São Paulo, jél que, muito rápida. Como cultura de expres- dia das plantas ± 17 cm, altura da inser·
no sistema preconizado, podem ser incor- são para cultivos e sucessão do arroz, a ção das primeiras vagens 26 ± 6 em, resis-
porados cerca de 100_000 hectares. para soja obteve nos últimos anos um incre· tente à pústula bacteriana. A produtivi-
produção da leguminosa_ (lAC.) mento bastante acentuado. Sua área de dade é de, aproximadamente, 2.300 kg/ha
plantio, que era apenas 5.566 ha em para condições de boa fertilidade e chuvas
A soja ocupa no Rio Grande do Sul 1978, atualmente já é estimada em bem distribu(das durante o ciclo.
uma área aproximada de 3.500.000 ha e 300.000 ha. (EMAPA.l
um rendimento médio de 1.200 kg/ha A cultivar mais plantada é a 'IAC 2'
(1981/82). Após vários anos de experi- A linhagem 'OC 73541', após cinco
que ocupa em torno de 60% da área.
mentação na Rede Oficial de Pesquisa , anos de experimentação pela EMBRAPA,
No sistema de produção atual, os produ·
foi lançada para todo o Estado a nova foi lançada como cultivar recomendada
tores têm utilizado a densidade de 30
para a região da Grande Dourados, em
plantas por metro linear, que no espaça'
Mato Grosso do Sul, no ano de 1981 ,
mento de 50 cm entre fileiras requer
com a denominação 'Dourados'.
uma quantidade de 113 kg de sementes
por ha (PG .: 80%), resultando em um
custo de Cr$ 14.690,00/ha. Resultados médios, obtidos em três
anos de plantiO e em quatro locais, de·
Pesquisa realizada mostra que se pode
monstraram rendimentos 9 e 5% supe-
diminuir o custo de produção em Cr$
riores aos de 'Santa Rosa' e 'Viçoja ', res·
4.940,00/ha, sem queda de produtivida·
pectivamente, que são as cultivares de
de, reduzindo·se a densidade de plantio
ciclo semelhante mais cultivadas pelos
para 20 plantas por metro linear (Tabela
agricultores (Tabela 57). (UEPAE Dou·
561. (EMPA.)
rados.)
Experimentos realizados com soja têm
permitido medir o grau de adaptação da Outra cultivar nova recomendada
cultura, sob as condições de clima e solo para os sistemas de produção do sul do
do Território Federal do Amapá . Cultiva- Estado é a 'União'. Esta cultivar apre-
res como as '8R-79-63', '8R-79·172' e sentou rendimentos de grãos 2 e 19%
'BA·79-1098' têm apresentado boa matu· superiores aos das cultivares Bossier
ração, porte adequado à colheita mecani· e CQvis que são de mesmo ciclo (Ta·
zada e produtividade em torno de 2.200 bela 58). Além disso, apresenta caracte-
kg/ha, o que faz da soja uma das alterna- rísticas vantajosas com respeito à resis·
Fig. 71 - Em apenas quarro anos, a lavoura
de loja em Mato Grosso passou dtJ tivas para a agricultura do Amapá. (UEPAT . tência ao acamamento e à debulha
5.500 ha para mais de 300.000 ha. Macapá.' precoce. (UEPAE Dourados. )

79
TABELA 57 - Rendimento médio de três anos (77/78, 78/79 e 79/80) das cultivares Doura- maturação) e boa altura de plantas. Os
dos, Viçoja e Santa Rosa em quatro locais em Mato Grosso do Sul. programas de seleção e testes de linha-
gens têm possibilitado o surgimento
de novas cultivares para a região, como é
Cultivar Rendimento de grãos (kg/ha) o caso da linhagem 'CPAC 76-34' que
será recomendada a partir de 1983.
Graças a resultados de pesquisa que
'Dourados' 2.434 indicam ser possível o cultivo da soja
'Viçoja' 2.331 na época seca, através de dois cultivos
por ano tem-se conseguido abreviar
'Santa Rosa' 2.229 em dois a três anos a liberação de uma
nova cultivar. Além dessa vantagem, o
cultivo na época seca ainda pode con-
TABELA 58 - Rendimentos médios de quatro anos (76/77,77/78,78/79 e 79/80) das cultiva-
tribuir para a produção de sementes
res União, Bossier e Davis obtidos em quatro locais em Mato Grosso do Sul.
de boa qualidade, o que nem sempre
é possível em plantios normais (out.!
Cultivar
nov.). (CPAC.)
Rendimento de grãos (kg/ha)

Estudos para a determinação da vida


'União' 2.818 residual, nos solos, dos herbicidas usados
na cultura da soja demonstraram que o
'Bossier' 2.761 herbicida Trifluralin, usado nas doses
'Davis' 2.357 reçomendadas, não apresenta mais ativi-
dade residual no solo, cinco meses após
a sua aplicação. (I B - Instituto Biológico.)
Resultados de pesquisa revelaram déficits hídricos podem ser compensados rento, e quatro meses em solo arenoso.
grandes perspectivas para o cultivo de com a suplementação de água exigida Em solos de textura argilosa ou
soja nos solos de cerrado do Território pela cultura. A soja de inverno, produzida barrenta, o herbicida Metribuzin, não
Federal de Roraima, principalmente pelas na entressafra, possibilita a obtenção de apresenta atividade residual capaz de
suas condições de fácil mecanização. Ao sementes de alta qualidade, sem neces- afetar uma planta sensível a esse herbici-
se comparar 16 cultivares em ensaio de sidade de armazenagem por longo perío- da, 30 dias após a sua aplicação.
competição, destacaram-se a 'IAC 73- do, pois, uma vez colhidas, podem ser Resultados parciais mostram, ainda,
5199', 'BR 79-63', 'BR 79-251' e 'Tro- plantadas quase que de imediato, sem que o Vernolate não apresenta mais
pical', com produtividade de grãos va- grandes perdas no poder germinativo. atividade residual no solo 60 dias após
riando de 1.500 a 1.700 kg/ha. Estes Trabalhos de pesquisa indicam, para a sua aplicação. (I B -I nstituto Biológico)
resultados são bastante promissores, pois plantio de entessafra, 'Ooko' (3.050 O uso de estirpes (29W e 587) de
assemelham-se à média nacional. (UEPAT kg/ha), 'Tropical' (2.483 kg/ha) e 'Nym- Rhizobium, eficientes para as regiões de
Boa Vista.) bira' (2.900 kg/ha). (EMGOPA.)

A introdução de cultivares e linhaaens Foram conduzidos dez ensaios, duran-


de soja, em caráter experimental, nas con- te dois anos, em duas regiões produtoras
dições de cerrado de Mato Grosso do Sul, de soja no Estado de Minas Gerais:
tem possibilitado obter rendimentos e Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A
características agronômicas de cultivares técnica empregada nos ensaios é muito
e linhagens superiores às alcançadas em simples. São feitas amostragens sema-
outras regiões do Estado. nais, controlando-se as pragas apenas
As cultivares e linhagens 'Santa Rosa', quando certos m'veis de infestação são
'Tiaraju', 'I AC-4', 'Oourados', 'I ndustrial' atingidos. A partir deste ponto, são uti-
e 'Lo 75-21', de ciclo médio precoce, lizados os inseticidas seletivos para os
obtiveram produções superiores a 3.100 inimigos naturais.
kg/ha. No grupo de ciclo tardio, destaque Esta medida de controle de pragas
para as cultivares e linhagens: 'Cristalina', permite reduzir para apenas uma as
'CPAC 76-29', 'Mutassoja-2-1' e 'I AC-8', três aplicações de inseticidas habitual-
com produções superiores a 3.500 kg/ha. mente feitas pelo agricultor, por safra.
(EMPAER.) Uma aplicação está custando atual-
mente Cr$ 2.500,00/ha. (EPAMIG.)
Em busca de economia de divisas e de
independência no campo de produção de o cultivo da soja nos Cerrados de
sementes básicas, estão sendo desenvolvi- baixas latitudes (ao redor de 159 S)
Fig. 72 - Cultivares de soja, adaptadas às con-
dos trabalhos com a exploração da cultu- fica limitado à disponibilidade de culti- diç{Jes do Cerrado, estão obtendo
ra da soja, no período de entressafra, em vares produtivas, com diferentes ciclos rendimentos de lavoura em torno
terras de várzeas e de sequeiro, onde os (número de dias entre emergência e de Cr$ 3.000 kg/ha.

80
cerrados, bem como a adoção de práticas
melhoradas de inoculação e de manejo
Sorgo
das sementes tornam desnecessária a
adubação nitrogenada em culturas de Entre as cultivares de sorgo , na região
soja, mesmo em áreas de primeiro ano de de Irecê, destaca-se a 'EPABA-oI-81 ',
cultivo. Considerando-se uma área de com uma produtividade superior a 11.000
cerrados de aproximadamente 1.400.000 kg/ha, sem adubação, em oondições de
ha, cultivada com a soja, a economia a· chuvas normais, e um rendimento médio
nual resultante da inoculação teria sido de 5.800 kg/ha, também sem adubação e
de 16.800 t de nitrogênio em adubos em época de escassez de chuvas.
nitrogenados, supondo-se o emprego de
300 kg/ha da fórmula 4-30-16. Isto Comparando o n(vel mais baixo de
representou, aos preços de outubro de produtividade 5.800 kg/ha com a média
1982, Cr$ 2.520 milhões. 11 kg de nacional do triênio 77/79 (2.109 kg/ hal,
N Cr$ 150,00). ICPAC.)
E
o sorgo 'EPABA-01 -81' apresenta produ·
tividade 270% superior àquela , mesmo
Em áreas de primeiro cultivo de soja na época de escassez de chuva e sem
qualquer adubação. Fig. 74 - A implantaç60 d6 m icrodesrililriIJI
recomendam-se níveis mais elevados de em Roraimil pod" contar com 0$
inoculantes (1 kg de inoculante por bons rendim"ntos dll cultura do sor-
40 kg de sementes), ou seja, cinco vezes Considerando o mercado consumidor go (18.000 kg/ha) em área d" cerra-
mais que a recomendação comercial. A de matérias-primas para ração e as difi- do.
eficiência da inoculação aumenta sensi- culdades climáticas para a produção do
velmente, quando no preparo da pasta milho, as sementes genéticas do $Orgo A util ização das áreas de cerrado do
de inoculante, ao invés de água, empre· estão sendo multiplicadas para produção Território Federal de Roraima é limitada
ga·se uma solução de sacarose (açúcar de sementes b;lsicas e atendimento à pela baixa fertilidade, elevada toxidez
cristal) a 25%. Esta pasta melhora a demanda crescente dos produtores da dos solos e pela ocorrência de veranico
aderência do inoculante à semente e região. durante o ciclo das culturas. Resultados
promove uma nodulação precoce e, em experimentais têm mostrado que o sorgo
A substituição de 10% da área regional
consequencla, antecipa o início da gran(fero constitui-se em excelente opção
de milho (B9.463 x 10% = 8.946 ha) pela
fixação do nitrogênio. ICPAC.l para produzir grãos nestas áreas, pois, em
cultivar de sorgo selecionada pode ga-
ensaios de introdução de cultivares con -
rantir, em termos globais, uma oferta de
Outra prática que melhora a nodula- seguiu-se rendimentos superiores a 3.000
grãos para rações de, aproximadamente , kg/ ha com a cultivar B 815. Ressalta·se
ção da soja é o estabelecimento de uma
52 mil toneladas, mesmo nas épocas
população de Rhizobium no solo, atra- que nestas mesmas condições o milho
dif(ceis de seca.
vés da inoculação das sementes do arroz apresentou uma produtividade de 1.000
de sequeiro, no ano anterior ao do culti- Ao preço de Cr$ 20,OO/ kg, o ser- kg/ ha de grãos. (UEPAT 80a Vista.l
vo da soja. A finalidade dessa técnica é go produzido poderá apresentar Cr$
reduzir o risco de insucesso da inocula- 116.oo0,OO/ ha para o produtor e um Resultados de pesquisa com sorgo
ção de soja em solos de primeiro cultivo. aumento de renda global para a região sacarino, em que se tem obtido produção
(CPAC.) da ordem de Cr$ 1,0 bilhão. IEPABA. l de massa verde superior a 18.000 kg/ ha,
em área de cerrado, com a cultivar CMS
XS 623, podem estimular o processo de
implantação de agroindústrias e micro-
destilarias no Território Federal de Ro-
raima, em face das semelhanças de bene-
ficiamento com a cana-de-açúcar que,
por sua vez, tem a produção limitada
nestas áreas, em virtude do reduzido
per(odo chuvoso. (UEPAT Boa VistaJ

A introdução do sorgo no Estado de


Sergipe deu·se no ano de 1981 , através
do plantio de algumas cultivares, oriun·
das do IPA, em plOpriedades particula-
res no município de Poço Redondo,
as quais são assistidas pela EM8RAPA.

Comparativamente ao milho, o sorgo


apresentou uma maior resistência à seca,
mesmo em ano atípico em que a pluvio·
Fig. 73 - Na rt1f1iio d6 Irecê, BA. ° lOrgo grilnlf"ro aptJfeCfJ como substituto do m Uho, par 1" 4 sidade caiu para menos de 500 mm . Vale
m,,'hor resistBnciaA seca. salientar que, enquanto o milho colhido

81
foi quantitativa mente inferior à média maior tolerância a períodos de estiagem total, no primeiro corte, de 82,05 t/ha,
do Estado em anos normais o sorgo durante o ciclo vegetativo da planta. O 79,87 t/ha e 96,43 t/ha, respectivamente
apresentou uma boa massa verde que sorgo oferece colheitas economicamente (Tabela 60). Esses h íbridos adaptados
possibilitou o enchimento de silos exis- compensadoras em condições de pluvio- para silagem e corte verde têm superado
tentes nas propriedades. sidade baixa e instável, fato comumente as cultivares de milho em mais de 40%.
Trabalhos de consorciação desenvolvi- observado na região e que tem trazido Além disso, proporcionam o aproveita-
dos nos municípios de Poço Verde e sérias conseqüências à agricultura de mento da rebrota, que pode alcançar
Poço Redondo revelaram os seguintes sequeiro, principalmente à cultura do de 40% a 60% do rendimento obtido no
resultados: a) do consórcio sorgo e milho. Em plantios comerciais foram primeiro corte. (CNPMS.)
feijão, desenvolvido em Poço Verde, as obtidos rendimentos da ordem de 2.800
cultivares IPA 7300201 e IPA 7301011 kg/ha.
No município de Ouixadá, a cultivar
sobressaíram-se das demais com as res- Estudos sobre aval iação de cultivares
forrageira 'EA-116' apresentou produti-
pectivas produtividades de 1.025 e realizados na região norte de Minas, no
vidade média de 47,6 t/ha de massa verde,
1.012 kg/ha de grão; b) do consórcio período de 1974 a 1981, possibilitam a
enquanto que o milho 'Azteca' e 'Central-
sorgo, feijão e algodão, executado em indicação preliminar de algumas cultiva-
mex' produziram 37,4 e 35,7 t/ha, res-
Poço Redondo, a cultivar IPA 7301011 res para a região (Tabela 59). (EPAMIG.)
pectivamente. No município de Canindé,
se destacou das demais com uma produ-
O sorgo forrageiro, cultura amplamen- o sorgo 'EA-955' apresentou produtivida-
tividade de 840 kg/ha de grão, cabendo
te utilizada no Brasil para alimentação de média de 3.792 kg/ha de grãos, en-
o segundo lugar à cultivar I PA 7300206
animal (principalmente de ruminantes), quanto que o milho 'Jatinã C3 anão' e o
com 680 kg/ha. (UEPAE Aracaju.)
encontra-se em fase de expansão devido 'Centralmex' produziram 2.174 e 1.708
a sua alta eficiência na produção de kg/ha, respectivamente, havendo, portan-
Ensaio de avaliação de cultivares de
biomassa, tolerância ao déficit hídrico, to, aumentos de 74% e 120% na produção
sorgo em áreas de cerrado de Mato
produção de rebrota e disponibilidade de grãos do sorgo. (EPACE.)
Grosso do Sul, face às altas produtivi-
de cultivares adaptadas que alcançam
dades alcançadas, permite recomendar
altos níveis de produtividade e qualidade.
essa cultura para rotação com a soja,
Considerando-se esses fatores, os traba- Desde 1 980 vem sendo estudado o
principalmente em áreas que já apre-
lhos de melhoramento genético com comportamento do consórcio entre o sor-
sentam problemas de nematóides.
essa cultura encontram-se voltados para go granífero 'EA-955' e o feijão vigna.
a obtenção de variedades e híbridos Apesar das fracas e irregulares precipita-
Dentre as cultivares testadas, as que adaptados para utilização em silagem, ções ocorridas nos dois primeiros anos,
se destacaram, todas com produções pastejo direto, corte verde e feno. Desta foram conseguidos resultados satisfató-
superiores a 9.400 kg/ha, foram as maneira, os resultados obtidos propor- rios. No município de Pacajus, a combi-
seguintes: 'DA 47', 'B 815', 'TEY 101-0', cionaram o lançamento dos híbridos nação dos espaçamentos 1,00 m x 0,20 m
'Savana 5', 'AG 1014', 'U 5001' e 'E 'BR 601', 'BR 602' e, mais recentemente, (sorgo\ com 1,00 m x 0,30 m (feijão)
8199'. (EMPAER.) o 'BR 603', que atingiram, em alguns produziu 860 e 500 kg/ha de grãos de
locais, rendimentos de massa verde sorgo e feijão, respectivamente.
Resultados originários de ensaios de
competições de linhas de sorgo granífe- TABELA 59 - Cultivares indicadas para a Região Norte de Minas e respectivas produtividades.
ro, conduzidos em oito ambientes do
Semi-Árido, evidenciam a cultivar IPA-
7300201, com uma produtividade media Cultivares Produtividade grãos
de 3.028 kg/ha. Em outros sete ambien- (kg/ha) 1
tes, a cultivar I PA-7301 011 foi destacada,
face ao comportamento e estabilidade.
Esta cultivar apresentou, sob condições 'Ag 1003' 5.652
experimentais, uma produtividade de 'Dekalb-X-863' 5.434
grãos estável e com média de 4.722 kg,
'Pioneer B-815' 5.418
além de.3.000 kg/ha de palha seca, 64
dias para atingir 50% de floração, 1,57 m 'Contibrasil' 4.973
de altura e grãos com 0,12% de tanino. 'Ag 1002' 4.934
(lPA.)
'BR 300' 4.799

São animadoras as perspectivas de 'IPB 8030/75' 4.593


opção do sorgo granífero para a região 'Ag 1012' 4.567
norte de Minas. Resultados de pesquisas 'BR 301' 4.503
obtidos a partir de 1974, nesta região,
'NK 233' 4.330
indicam a viabilidade do sorgo para
suprir a escassez do milho, proporcionan- 'Contiouro' 4.048
do maiores rendimentos aos pecuaristas.
Isto se deve ao fato de que este apresenta
qualidades nutritivas semelhantes às do 1 Dados médios obtidos nos ensaios de competição de cu ltivares de sorgo granífero, conduzidos
milho, com a vantagem de apresentar em Jaíba, Janaúba e Mocambinho.

82
Admitindo-se a possibilidade de qua-
TABELA 60 - Rendimentos mêdios de massa verde total h/ha) obtidos nos anos agrícolas
druplicar a produção, ao preço de Cr$
1980/81 e 1981/82.
1.500,00/t de cana-de-açúcar, o sorgo
sacarino pode representar um aumen-
Locais
to equivalente a 120 t/ha ao produtor.
H (bridos Sete Lagoas Capin6polis Goiânia Pelotas Arapoti Tomado-se 10% da área equivalente
(MG) (MG) (GO) (RS) (PR) Média àquela plantada com cana-de-açúcar para
ser utilizada com sorgo sacarino, haverá
1980/81 um aumento superior a 272.550 t em
três ciclos anuais, gerando uma receita
superior a Cr$ 408.825.000,00. Para o
'BR 601' 57,66 74,74 32,28 62,44 56,78 produtor, o aumento de renda será de
'BR 602' 59,43 79,87 33,59 64,46 Cr$ 180.000,00/ha.
59,33
'BR 603' 54,28 78,41 40,96 55,71 57,34 A necessidade de ampliar a fronteira
agrícola com as culturas de maior taxa
1981/82. de conversão da energia solar em biomas-
sa, particularmente na geração de álcool,
'BR601' 63,00 55,49 35,32 40,57 82,05 55,28 faz do sorgo sacarino uma grande espe-
'Br 603'* 60,36 53,42 42,44 96,43
rança para o vale do São Francisco e
47,89 60,10
para extensas regiões do cerrado, no
* Lançamento de 1982 (sigla experimental 'CMS XS 717'). Oeste Baiano. (EPABA.)

Estudos que estão sendo realizados


Em 1981, no município de Ouixadá, cana-de-açúcar, em condições favoráveis
com 16 cultivares de sorgo já identifi-
a combinação dos espaçamentos 1,00 m de corte aos doze meses.
caram cinco cultivares e um híbrido
x 0,30 m (sorgo) com 1,00 m x 0,40 m Além disso, os investimentos com
com percentagem de sacarose maior
(feijão) produziu 1.600 e 400 kg/ha de sorgo são menores, a tolerância à estiagem
que 10%, teor de sólido superior a 17%
grãos de sorgo e feijão, respectivamen- é maior, podendo suprir as destilarias na
e peso de massa verde total em torno
te. No ano de 1982, as produções de entressafra da cana, aumentando a taxa e
de 28 t/ha. A cultivar que mais se destacou
sorgo consorciado com feijão vigna, a estabilidade de emprego, além de
foi a 'CMS X 616', com um teor de
devido às boas precipitações, superaram trazer retorno mais rápido dos investi-
13,51 % de sacarose, teor de sólidos
todas as expectativas nos municípios mentos fixos.
solúveis de 21,60% e peso de massa
onde foram instalados os ensaios. Em Considerando as quatro microrregiões
verde de 27,46 t/ha,
Iguatu e Crateús a média ficou em 2.500 próximas a Barreiras e a produtividade
kg/ha de grãos. média da cana-de-açúcar, segundo o Em uma tonelada de sorgo sacarino
último censo detalhado (Anuário Esta- foram liberados 90 litros de álcool e
Já, em Canindé e Ouixadá, as produ- 230 quilos de butanol, o que assegura
tístico da Bahia 78179) e a produção
ções médias de grãos foram de 3.000 e ao· sorgo a possibilidade de competir
total de 908.501 toneladas em 27.071
4.000 kg/ha, respectivamente. com a cana-de-açúcar na produção de
hectares, pode-se igualar o potencial de
Em experimentos conduzidos em álcool. Além do mais, enquanto a cana-
produção de álcool de cana-de-açúcar
Caicó-RN, instalados a montante de de-açúcar leva 14-18 meses para estar em
usando apenas um quarto dessa área
açude, variando espaçamentos e densi- condições de sofrer o primeiro corte, o
para o sorgo sacarino.
dades, a cultivar IPA-1218 evidenciou
nítida superioridade, 93 e 23% em relação TABELA 61 - Comportamento das cultivares BR 505, BR 501 e BR 503 nos anos agrícolas
à cultivar EA-116, para a produção de 1980/81 e 1981/82 em nove locaisl
matéria verde e seca, respectivamente.
(EMPARN.)
Trabalhos de pesquisa mostram a Rendimento2
t/ha
viabilidade do sorgo sacarino no Oeste
Cultivar PUI
Baiano, Vale do Rio Grande e seus
Massa Verde Colmos (dias)
afluentes, Cerrado e Região de Barreiras,
sem irrigação. Em algumas cultivares
selecionadas, conseguiu-se 40.000 kg/ha 'BR 505 (CMX XS 616)' 36,2 a 70,2 (49,5) 28,7 a 54,0 (40,01 50
com 169 Brix no caldo e um potencial
para 3.000 I/ha de álcool. 'BR 501' 32,4 a 78,2 (50,8) 25,6 a 59,0 (37,2) 30
Considerando-se que tal produção
ocorre em aproximadamente 90 dias, as 'BR 503' 30,1 a 75,4 (49,3) 20,4 a 61,0 (40,0) 40
cultivares de sorgo selecionadas poderão
produzir o equivalente a quatro vezes a
área plantada com cana, tomando-se a 1 Angical (BA); Janaúba, Sete Lagoas, Capin6polis (MG); Campos (RJ); Araras (SP); Londrina
IP R): Cruz Alta e Pelotas (RS).
produtividade média regional de 40 t/ha
2 Valores mínimo e máximo; o número entre parênteses corresponde à média.
e um rendimento de 60 I álcool/t de

83
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nobres, um aumento de produtividade
próximo a 30%, representando um ganho
adicional para o produtor da ordem de
Cr$ 215 mil por hectare para os vinhe-
dos em plena produção. (UEPAE Bento
Go nça Ives.)

Observou-se, em lotes industriais, que


26 cultivares de videira apresentaram sen-
síveis diferenças de produção ao se variar
o porta-enxerto utilizado para cada uma
delas. Dentre oito porta-enxertos estuda-
dos, o '5 A', o 'S04', o '161-49' e o 'Ko-
ber 5 BB' foram os que apresentaram
melhor afinidade com um maior número
de cultivares produtoras. Os dados obti-
dos indicam, em caráter preliminar, que
os porta-enxertos do grupo 8erlandieri
X riparia são os mais recomendáveis para
a reglao vitrcola sul-rio-grandense.
(UEPAE Bento Gonçalves.)

O estudo de dois porta-enxertos ('Ko-


ber 5 BB' e 'R 99'), ausência ou aplicação
de adubação nitrogenada e três intensi-
dades de poda seca (pobre, média e rica)
para as cvs. Cabernet Franc, Merlot,
Syrah e Sauvignon B lanc permitiram,
inicialmente, a verificação das seguintes
tendências, em termos médios:
Fig. 78 - O mildio é a principal doença que ataca as videiras no Rio Grande do Sul.
o porta-enxerto 'Kober 5 BB' induziu
um aumento de 14,2% na produtivi-
a adubação nitrogenada favoreceu a cobertura morta ("mulch"), que está
dade em comparação ao 'R 99';
produtividade em 13,5%, mas preju- sendo utilizado pelos viticultores, tem
dicou em 2,4% o Brix dos frutos; e apresentado resu·ltados promissores, sen-
a poda rica (maior número de gemas do inferior apenas à cobertura do solo
retidas por planta) causou rendimen- com plástico negro que, no entanto, tem
tos 23,9% e 39,4% superiores às inten- um custo de implantação mais oneroso.
sidades média e pobre, respectiva- (UEPAE Bento Gonçalves.)
mente. (UEPAE Bento Gonçalves.)
Estudando-se a intensidade de poda A comparação de três sistemas de
seca para a cv. Cabernet Franc, con- condução - latada, latada descont ínua
cluiu-se que a redução, de 90 para 30, no e espaldeira -, durante treze anos, mos-
número de gemas retidas por planta, além trou que a latada propiciou uma produ-
de ter causado drástica diminuição na tividade 40% superior à da espaldeira
produtividade, não propiciou melhorias havendo, contudo, a redução qualitativa
qualitativas no fruto. Dada a escassez de de 10 Brix no fruto. Os resu Itados foram
informações sobre o assunto, estes resu I- obtidos com plantas cultivadas em idên-
tados têm ainda caráter preliminar. Entre- tico espaçamento. (UEPAE Bento Gon-
tanto, a ausência de efeitos na qualidade çalves.)
do fruto foi atribuída às caracterfsticas
do sistema de condução usado na região A EMPASC produziu na safra 1981/
( latada), o qual induz a formação de plan- 82 o total de 15.790 bacelos (10.050
tas vigorosas com folhagem densa e com- porta-enxertos e 5.740 copas) livres de
pacta. (UEPAE Bento Gonçalves.) vírus do enrolamento das folhas. Como
Experimento desenvolvido para estu- o vírus do enrolamento das folhas reduz
dar quatro modalidades de manejo do drasticamente a produtividade, pode-se
solo tem demonstrado, segundo os pri- aquilatar, de imediato, o considerável
meiros resultados, que os sistemas de aumento de produção de uvas (vin íferas,
Fig. 77 - A cultura "in vitro" permite a mul-
cobertura do solo são eficientes no con- h(bridas e americanas) que será propi-
tiplicação rápida de material vegeta-
tivo sadio de videira, com economia trole da erosão e na manutenção da fer- ciado a Santa Catarina, nos próximos
de tempo e espaço. tilidade. O manejo do solo por meio da anos. (EMPASC.)

86
marcas comerciais de frangos de co rte
Aves no RS, observou-se que a relação eco nô-
mica ração/carne indica que as aves de-
Trabalhos de pesquisa demonstraram vem ser abatidas na sétima semana. No
a possibilidade de utilização do pé-de-mi- entanto, se for considerada a possibili-
lho triturado como cama para frangos de dade de criar um número maior de lotes/
corte, com desempenho similar ao que ano e baseados nos valores do lucro bru-
ocorre quando se usa cama de maravalha. to, a idade ideal de abate seria na sexta
Este último material é o de uso corrente semana. (IPZFO - SA/RS.)
na região, porém de difícil obtenção,
enquanto que a cultura do milho, em Caprinos e ovinos
função da exploração de aves e su inos,
está amplamente difundida, facilitando A criação de ovinos deslanados vem se
assim a disponibilidade dos seus restos mostrando uma atividade altamente pro-
culturais. (CNPSA.) missora no Estado do Amazonas e pode-
rá, a curto prazo, tornar-se uma importan-
o sorgo sacarino pode substituir com- te fonte de alimentos para o pequeno
pletamente o milho em rações de frangos produtor. Oferece perspectiva para ali-
de corte, sem preju ízos para o ganho de mentar a mão-de-obra utilizada nos gran-
peso e conversão alimentar das aves. Para des seringais de cultivo, uma vez que esses
as diferentes relações de preços de insu- animais consomem muito bem a puerária
mos (ração) e produto (frangos de corte) utilizada na cobertura dos solos nesses
Fig. 79 - A palhada de milho triturada é uma
tem-se diferentes pontos em que o pro- cama para aviários, disponível em seringais.
dutor maximiza sua renda líquida. As- toda propriedade ag,,·cola. Duas raças ou tipos de ovinos deslana-
sim, a Tabela 63 apresenta para o tipo dos (Santa Inês e Morada Nova), prove-
de ração testada, o peso ótimo de abate, lho (23% - 60%), milho triturado, fari- nientes do Nordeste, vêm sendo avaliadas
os níve is de conversão alimentar espe- nha de pena e vísceras hidrolizadas, fari- tendo como suporte básico alimentar o
rados e a idade ótima de abate dos ani- nha de resíduo de incubatório, farelo de quicuio da Amazônia e a puerária.
mais, em função das variações nos pre- trigo, soja torrada, soja cozida, farelo de A fim de minorar os efeitos da alta
ços de insumos e produtos. (CNPSA.) colza, farelo residual de mandioca, fari- umidade da região, os animais pernoitam
nhão de mandioca, farelo de casca de em um aprisco rústico, suspenso, sendo
Ingredientes passiveis de serem utili- milho, carolo de milho, trigo mourisco, mantidos durante todo o dia nos pastos.
zados no arraçoamento de aves estão tremoço doce, tremoço amargo, feno de
Como controle sanitário têm sido fei-
sendo analisados através de ensaios de confrei, feno de rama de mandioca,
tas apenas vermifugações periódicas com
digestibilidade, o que possibilitará a ela- amido, farelo de soja (dois tipos) - obser-
produto de largo espectro. Os resu Itados
boração de uma tabela nacional de ali- varam-se grandes variações nos valores de
mostram o acerto desta iniciativa, tendo
mentos que, por sua vez, contribuirá energia digestivel e metabolizável em re-
em vista que os animais têm-se adaptado
no balanceamento de rações de menor lação aos citados nas tabelas estrangeiras
favoravelmente às condições de altas tem-
custo. Após a análise de vários alimen- que são, atualmente, as utilizadas no Bra-
peraturas e umidade da região, apresen-
tos - farelo de amendoim, farelo de sil. (CNPSA.) tando índice de mortalidade menor que
arroz desengordurado, farelo , de arroz em suas regiões de origem.
integral, farinha de carne e ossos su ína, Quando analisados os resultados de Os cordeiros têm apresentado peso
polpa de citrus, cevada sem casca, ce- trabalho visando comparar desempenho médio ao nascer de 2,9 kg e 2,6 kg, peso
vada com casca, farelo de glúten de mi- e resposta econômica entre as principais médio ao desmame (112 dias) de 13,1
kg e 12,3 kg e peso médio à idade de um
TABE LA 63 - Ind icadores de decisão para o produtor de frangos de corte. ano de 27,6 kg e 23,7 kg, respectiva-
mente para as raças Santa Inês e Morada
Nova. (UEPAE Manaus.)
Preço frango/ Quantidade Peso ótimo Conversão Tempo ótimo
preço ração ótima ração frango alimentar abate/dias Em termos de produtividade dos ovi-
kg kg nos deslanados do Nordeste, a raça Mo-
rada Nova se apresenta como a de maior
capacidade reprodutiva, a Santa Inês
2,8 6,21 2,60 2,38 75 como a de maior velocidade de cresci-
2,7 4,91 2,20 2,23 62 mento e a Somalis como a de maior
2,6 3,91 1,80 2,17 51 rusticidade. Por outro lado, em estudos
2,5 3,09 1,50 2,10 42 para se conhecer a idade em que ocorre
2.4 2,41 1,20 2,01 33 a puberdade em ovinos deslanados, cons-
2,3 1,86 0,97 1,92 27
tatou-se que o primeiro estro acontece
2,2 1,43 0,78 1,83 21
por volta dos 296 dias na raça Morada
2,1 1,08 0,61 1,77 16
Nova, aos 306 dias na Somalis e aos 322
2,0 0,80 0,48 1,67 13
dias na Santa Inês, porém o peso, a essa

87
TABELA 64 - Desempenho produtivo de ovinos deslanados do Nordeste 1979-1982. Para evitar esse problema, recomenda-se
que, quando a prática de estação de
acasalamento for adotada, as matrizes
Parâmetros Morada Nova Santa Inês Somalis sejam vermifugadas poucos dias antes do
início da estação da parição. (CNPC.)

Ovelhas observadas (nC?) 87 83 108 Nos exames macrosc6picos dos ovários


Taxa de parição (% ) 93,1 80,9 81,8 e úteros de 189 cabras das raças Marota,
Moxotó e SR D, encontrou-se que 38
Taxa de aborto (% ) 2,3 10,7 6,4
(20,30%) delas apresentavam alterações
Cordeiros por parto (nC?) 1.64 1,27 1,40 no sistema genital. As alterações ocorre-
Mortalidade de cabritos ram na seguinte ordem de freqüência:
hidrometra 18 (9,52%); hipoplasia do
até um ano de idade (%) 18,3 12,9 9,5
ovário 10 (5,29%); cistos ovarianos 5
Idade ao atingir 25 kg de (2,66%); hiperplasia cística do endo-
peso vivo nos machos (dias) 249 164 294 métrio 3 (1,59%); cistos para-ováricos 2
(1,06%).
Estes resultados indicam que um re-
idade, está ao redor de 21,2 kg na pri- crescimento (Tabela 65). Dentre as raças lativo percentual das fêmeas caprinas
meira, 19,6 na segunda e 23,9 na ter- exóticas, a Anglo-nubiana apresenta apresenta lesões do aparelho genital, o
ceira (Tabela 64). maior velocidade de crescimento. Esses que pode, em última análise, afetar o
Esses dados parecem indicar que os números, apesar da alta taxa de mortali- desempenho reprodutivo das mesmas.
ovinos da raça Santa Inês são mais reco- dade dessa raça, indicam que ela poderia Tendo em vista o caráter hereditário de
mendados para aqueles criadores com ser uma opção para o melhoramento da algumas das alterações detectadas, reco-
níveis de tecnologia mais avançados, os caprinocultura através de cruzamentos menda-se a eliminação dos animais porta-
quais dispõem de recursos alimentares que associassem o bom desempenho re- dores, como uma das maneiras de elevar
abundantes, ao passo que a raça Morada produtivo e a rusticidade das raças na- o desempenho reprodutivo do rebanho.
Nova seria mais recomendada para cria- tivas com o potencial de crescimento da (CNPC.)
dores de nrvel intermediário de tecnolo- raça Anglo-nubiana. (CNPC.)
gia, caracterizados por recursos alimen- Foi desenvolvido um trabalho com o
tares levemente deficientes. A raça So- Na parte de saúde animal, em traba- objetivo de avaliar o desempenho dos
malis, pelo seu pequeno tamanho e con- lhos já condu ídos, constatou-se que os caprinos das raças Anglo-nubiana, Parda
dições de armazenamento de energia na ovos de nematódeos nas fezes de cabras A lemã e S R D em estado de pu reza racia I
forma de acúmulo de gordura na cauda aumentaram na época do parto. Isso sig- e também dos mestiços SRD com Anglo-
e garupa, seria recomendada para criado- nifica que, em rebanho em que os partos nubiana e com Parda Alemã, em condi-
res de recursos reduzidos, para suple- são concentrados em período de dois ções de manejo e alimentação melhorada.
mentação alimentar na época crítica. meses (estação de par ição}, haverá um Os resultados alcançados permitem
(CNPC.) aumento da contaminação da pastagem e, afirmar que, em termos de produção de
conseqüentemente, as perdas por verm i- leite, a Parda Alemã ultrapassa as produ-
Caprinos Sem Raça Definida (SRD), nose nos cabritos também aumentarão. ções da SRD e Anglo-nubiana em 187 e
mantidos em confinamento durante 90
dias da estação seca, com rações com-
postas principalmente do restolho da
cultura do milho, apresentaram ganhos
TABE LA 65 - Desempenho produtivo de caprinos do Nordeste 1979-1982.
de peso que variaram de 19 a 39 gramas
por cabeça/dia. Por outro lado, os ani-
mais mantidos em pastagem nativa du- Raças e/ou tipos
rante o mesmo período apresentaram Parâmetros
uma alta taxa de mortalidade e uma perda Ang.Nubiana Bhuj Canindé Marota Repartida Moxotó
de peso de 25 gramas por cabeça/dia para
os animais sobreviventes. Estes resultados
indicam que, apesar da baixa resposta do Cabras observadas (nC?) 81 61 83 87 45 220
caprino SRD ao confinamento, é possível Taxa de parição (% ) 53,0 50,0 75,0 65,0 70,0 69,0
diminuir o índice de mortalidade com al-
Taxa de aborto (% ) 28,6 21,4 13,2 16,9 18,6 15,8
gum ganho de peso, através deste sistema,
durante a época seca. (CNPC.) Cabritos por parto (nC?) 1,56 1,54 1,46 1,65 1,27 1,33
Mortalidade dos cabritos
Em termos de produtividade dos ca-
prinos nativos e exóticos do Nordeste, as até um ano de idade (%) 42,8 38,9 26,7 27,3 18,2 15,9
raças e/ou tipos nativos apresentam maio- Peso médio aos doze meses
res condições de reprodução e sobrevi- . 14,1
de idade (kg) 20,6 16,3 14,6 13,1 12,8
vência, porém menores velocidades de

88
49%, respectivamente. As médias de pro- Outras observações revelaram que, em ção, como resultado da deficiência de
dução/cabra/d ia foram as seguintes: Parda média, os ovinos apresentaram percen- leite materno. (EPACE.)
Alemã 2.200 g, Anglo-nubiana 1.500 g e tagens de parição significativamente maio-
SRD 700 g. res (86,28%) do que os caprinos (74,51%),
independentemente do tipo de pastagem.
Gado de corte
Outros resultados encontrados no tra-
balho demonstram que a raça Parda Todavia, o fator pastagem influenciou
Alemã, quando apresentou partos geme- nas taxas de parição de cada espécie, Com o aumento das áreas plantadas
lares, produziu mais leite que no parto tendo os ovinos apresentado um melhor com cana-de-açúcar, no Estado de São
simples quanto em parto gemelar; já a índice na PNM com 88,91 %, seguindo-se Paulo, a engorda de bovinos em regime
ma quantidade de leite tanto em parto a PNR com 85,5% e a PNN com 83,3%. de pastagem tornou-se anti-econômica.
simples quanto em parto gemelar, já a Já os caprinos apresentaram um compor- Atualmente, se observa um grande inte-
SRD apresentou menor quantidade de tamento diferente com uma melhor taxa resse por parte dos criadores para a utili-
leite nos partos gemelares e maior quanti- de parição para a PNN com 82,3%, se- zação de subprodutos da agroindústria
dade em partos simples. (EMEPA.) guindo·se a PN R e a PNM com índices de da cana-de-açúcar na alimentação de bo-
74,0% e 72,3%, respectivamente. vinos de corte em regime de confina-
Foi estudada a capacidade de suporte As taxas de mortalidade observadas, mento.
da pastagem nativa natural (PNN), consti- por tipo de pastagem e por espécie, fo- Dentre os subprodutos da indústria
tuída pela vegetação da caatinga, em com- ram de 15,2; 6,5 e 10,0% para os ovinos de cana, o bagaço se apresenta como de
baixo custo e de grande disponibilidade
para ser aproveitado em dietas para bo-
vinos em confinamento.
Através dos resultados obtidos até o
momento, pode-se concluir que:
o bagaço de cana seco é facilmente
triturado, sem produzir poeira, e se
mistura com concentrados, sendo
dieta de fina textura;
novilhos de 298 kg podem ingerir
até 4,3 kg/dia/cabeça de bagaço
quando misturado com concentrados,
sem produzir alterações digestivas;
um nível elevado de bagaço de cana
(50%) em dietas contendo concen-
trados de . boa qualidade pode preju-
d icar o aproveitamento destes por
parte dos animais;
quando 20% do bagaço é substituído,
nas dietas com 50%, por capim fenado,
de baixa qualidade, o ganho em peso
dos animais aumenta 18%. Quando es-
ta substituição é feita pela torta de fil-
tro, tem-se um aumento de 15%. (IZ.)
Fig. 80 - Sistemas simples de produção podem elevar significativamente o rendimento dos réba-
nhos caprinos. Experimentos comparando animais
Zebu (Nelore) e mestiços (3/8 Zebu x
paração com a pastagem nativa raleada e de 3,1; 4,7 e 4,0% para os caprinos, 5/8 europeu), em pastos exclusivos de
(PNR), na qual se procedeu ao raleamen- respectivamente, nas PNN, PN R e PNM. gramínea adubados com nitrogênio e pas-
to de, aprox imadamente, 80% do extrato Estes valores permitem concluir serem tos consorciados, mostram que durante a
arbustivo-arbóreo e com a pastagem na- os caprinos mais resistentes do que os fase de pasto não há diferença no ganho
tiva melhorada com a introdução do ca- ovinos, nas condições do experimento. de peso, enquanto que os animais acaba-
pim-buffel (PNM). Utilizou-se para tanto, O peso total das crias à desmama não dos em regime de confinamento, durante
matrizes ovinas da raça Morada Nova varo apresentou diferenças entre as espécies o período seco, têm atingido peso vivo
vermelha e caprinas do tipo Sem Raça ou entre os tipos de pastagens, girando médio de 470 a 480 kg aos 27 meses
Definida (SRD). em torno de 13 kg. Observou-se também (Nelore) e aos 24-25 meses (mestiços).
Os resultados obtidos em cinco anos ser novembro-dezembro o melhor perío- Isso significa 5 a 6 meses (Nelore) e a 7 a
de pesquisa demonstraram que são neces- do para a estação de monta. Assim pro- 9 meses (mestiços) antes dos acabados
sários 1,3 ha/matriz/ano na PNN; 0,87 cedendo, o criador poderá concentrar os em regime de pasto com o mesmo peso.
ha/matriz/ano na PN R e 0,37 ha/matriz/ nascimentos nos meses de abril-maio, em Os dados gerados por esses estudos são
ano na PNM. Isto significa um aumento plena época das chuvas, quando as matri- importantes para avaliar o potencial e
na capacidade de suporte de 50 a 350% zes têm a sua disposição alimentação propiciar estudos econômicos de alterna-
nas PNR e PNM, respectivamente, em abundante e de bom valor nutritivo, evi- tivas de produção de carne do desmame
relação à PNN (testemunha). tando a mortalidade das crias por inani- ao abate. (I Z.)

89
Um estudo preliminar sobre a variação gundo o IBGE (1980), o número de an i- ganho diár io por an imal fo i de 477 a 473
estacionai da ocorrência de helmintos mais submetidos à prática é de 6.699.510 g, respectivamente. (IPA.)
gastrintestinais na região de Campinas, (74.439.000 x 0,90 x 0 , 10) e o custo adi-
SP, apresentou, após 60 necropsias de cionai por kg de mistura devido à flor-de- Comparando o emprego de grãos de
bovinos de quatro a dez meses, dez espé- enxofre é de Cr$ 6,30/kg de sal (0,45 x milho com os de três variedades de sorgo
cies de helmintos gastrintestinais. Cr$ 140,00). Isto resulta um benefício oom diferentes oonteúdos de tanino, con-
Irquido anual "potencial", devido ao 00- éluiu-se que os teores aparentes de tanino
Ficou clara a necessidade de um trata- nhecimento gerado pela EMBRAPA, de das variedades de sorgo estudadas não
mento estratégico nos meses de fevereiro Cr$ 385.130.000,00 (6.699.510 x 18,25 afetaram o desempenho dos novilhos. O
e agosto, visto que, nos meses de março e x Cr$ 6,30 x 0,5). (CNPGC.) consumo médio diário de matéria seca
setembro, ocorreram as maiores infesta- verificado nas rações (2,5% do peso vivo
ções. Observa-se, ainda, a grande influên- Para as áreas serranas de Arcoverde e dos novilhos) proporcionou ganho em
cia de dados meteorológicos como fatores similares, no Agreste de Pernambuco, o peso de 0,899 kg/animal/dia. O sorgo
que geram mudanças nos bioclimatográ- sistema de pastejo rotativo não se mos- substitui o milho, em igualdade de oon-
ficos. trou superior ao contínuo quanto ao dições, nas rações de bovinos, permitin-
Procura-se, desse modo, raciona lizar a ganho de peso vivo por hectare, tendo-se do, na época, uma econim icidade de
aplicação de vermífugos e com isso gerar registrado ganhos médios de 300 a 317 22,9%. (IPA.)
aumento de produtividade, redução nos kg, respectivamente. Parece que, mais
custos de medicamentos e mão-de-obra, importante que o sistema de pastejo, Os subprodutos da agricultura, parti-
com o conseqüente crescimento de divi- para aquelas condições, é a observância cularmente os restos de cultura de milho
dendos ao produtor. (IB .) e feijão (caupi), estão sendo subutilizados
ou mal utilizados na região Nordeste,
Animais Nelore e meio-sangue Chia- principalmente em áreas irrigadas.
nina x Nelore e Charolês x Nelore, aba- Avaliando restos de cultura do milho,
tidos aos 30 meses de idade, pesaram 472, foram obtidas de 7 a 10 t/ha de matéria
566 e 539 kg, respectivamente. Este seca t/ha, oom 5% de proteína. O feijão
maior peso vivo dos animais cruzados re- chegou a produzir mais de 2 t/ha de ma-
fletiu-se em maior peso e comprimento téria seca, com 14% de proteína bruta.
de carcaça. Quanto ao rendimento, o Nov ilhos mestiços de Zebu (160 kg
grupo Chianina x Nelore foi o que apre- de peso vivo) mantidos em áreas de caa-
sentou o melhor resultado (55%), en- tinga (6 ha/cabeça) e suplementados du-
quanto os grupos Charolês x Nelore e rante 83 dias - a partir do início da
Nelore apresentaram o mesmo resultado perda de peso - com esses restos de cul-
(54%). Ao preço de Cr$ 4.000,00 por tura chegaram a ganhar 10 kg/cabeça,
arroba, os animais meio-sangue Chianina quando alimentados oom restos de cul-
x Nelore e Charolês x Nelore proporcio- tura de feijão . Os animais que não rece-
naram uma renda extra de Cr$ 14.700,00 beram suplementação (testemunha) ou
/animal e Cr$ 990,00/animal, respectiva- não chegaram vivos ao final do experi-
mente, se comparados oom os animais mento ou receberam medicação de ur-
Nelore. (CNPGC.) gência. (CPATSA.)

A adição da flor-de-enxofre, na pro- Nos trabalhos de cruzamentos reali-


porção de 13,3%, ao sal mineralizado, zados com touros Aberdeen Angus em
ministrado a novilhos de corte recriados ventres meio-sangue (Santa Gertrudis-
em pastagem de oolonião, não reduziu a Fig. 81 - O teste de carcaças de animais Ne-
lore e meio-sangue Chianina x Ne-
Hereford) obteve-se cerca de 20% a
incidência de bernes, revelando-se ser uma mais de terneiros quando ' oomparados
lore e Charolês x Nelore evidenciou
prát ica não recomendada no controle as vantagens dos mestiços sobre os com a raça pura (Hereford). (I PZFO-
deste ectoparasita. puros. SA/RS.)
É difícil estimar o rebanho submetido
a esta prática, entretanto, informações de uma adequada relação forragem/ani- Em terneiros, utilizando-se o desma-
recebidas através de produtores e exten- mai (pressão de pastejo). Assim, investi- me precoce total aos 90 dias ou inter-
sionistas permitem oonsiderar que 90% mentos em cercas e aguadas devem ser rompido, obteve-se um aumento de até
dos produtores suplementam o rebanho orientados com vista apenas ao melhor 50% nas taxas de fertilidade dos reba-
com sal comum ou mineralizado. Destes, manejo do rebanho e da fazenda como nhos estudados. (IPZFO - SA/RS.)
10% usam flor-de-enxofre no sal, com um todo. O aumento de produtividade,
freqüência de 50% ao ano, tendo por da ordem de apenas 30% alcançado com Foi estudada, em bovinos, uma doen-
finalidade o controle do berne. A percen- a adubação mineral, ao que tudo indica, ça do sistema nervoso central caracte-
tagem da flor-de-enxofre nas misturas não justifica essa prática. A capacidade rizada por crises periódicas de tipo epi-
utilizadas pelos produtores é da ordem de suporte do pasto variou de 1,5 bovino, leptiforme, evidenciadas por perda do
de 4,5. no sistema de pastejo contínuo sem adu- equilíbrio , extensão do pescoço e mem-
Considerando apenas o rebanho do bação, a 2,1 bovinos, no sistema rotativo bros anteriores, além de outros sintomas.
Brasil Central, 74.439.000 cabeças se- com adubação, enquanto a variação de A r'e produção em bovinos demonstro.u

90
que a doença é uma intoxicação causada tivas de oontrole, iniciou-se em 1977 um mão-de-obra são reduzidos e a produção
pela ingestão de jurubeba. Considera-se a projeto de pesquisa desenvolvido ao am- por vaca é aumentada, devido ao pastejo
possibilidade de que a planta induza ao para do Convênio EMBRAPA/UFPel. Este seletivo. Pesquisadores da EMBRAPA
armazenamento de alguma substância, projeto centrou-se sobre o estudo dos testaram esta tecnologia em uma fazenda
possivelmente um gangliosídio, nos lisos- antígenos de Moraxella bovis, uma bacté- da Zona da Mata (MG), durante a época
somas das células afetadas. (UEPAE r ia Gram negativa, que é considerada o da seca de 1982. Os resultados mostra-
Pelotas. ) principal agente etiológico da doença. ram um custo variável de Cr$ 13.760,00/
Foi comprovado que os pili (apêndices vaca e um retorno de Cr$ 31.536,00 /
Experimento demonstrou que a palha da bactéria que a f ixam aos receptores vaca, quando os animais pastejaram uma
de arroz, resíduos de beneficiamento in- situados na córnea e na oonjuntiva) são consorciação aveia-azevém, suplementada
dustrial do arroz e uréia podem ser per- indispensáveis para que a bactéria pro- com 8 kg/vaca/dia de silagem de milho e
feitamente aproveitados, com grande eoo- duza enfermidade. 1,5 kg/vaca/d ia de concentrados. Este sis-

balinos.°
nomia, no oonfinamento de bovinos e bu-
experimento foi desenvolvido
em Goiás, dando um ganho de peso mé-
De posse desta informação, elabo-
rou-se uma vacina com bactéria piliada.
Esta vacina foi inoculada num lote de
tema permitiu a manutenção de 4,3
vacas/ha.
Na mesma fazenda, outro grupo de
dio diário de 950 gramas para os bubali- novilhos sem antecedentes de doença, vacas recebeu 20 kg/animal/dia de silagem
nos e de 650 gramas para os bovinos. A enquan1;o que, em outro lote similar, de milho e 3,5 kg/vaca/dia de concentra-
eoonomia, neste caso, equivale à substi- inoculou-se uma vacina comercial sem do. Este sistema de alimentação apresen-
tuição total dos volumosos normalmente antígenos de pili. Sessenta dias após, tou um custo variável de Cr$ 13.160,00/
utilizados nos oonfinamentos, de alto os dois lotes e mais um lote testemunha vaca e um retorno de Cr$ 15.856,00. No
custo para o criador, por outros de custos não vacinado foram agredidos oom uma primeiro caso, quando foi testada a nova
quase desprezíveis. (EMGOPA.) cepa patogênica de M. bovis. Só o lote tecnologia, a diferença a favor do pro-
vacinado com a vacina de pili demons- dutor foi de Cr$ 17.776,00 por vaca, en-
A utilização de leguminosas, Ouicuio- trou proteção significativa. (UEPAE Pe- quanto no segundo caso, com esquema
da-Amazônia, oom adubação fosfatada lotas. ) alimentar tradicional, essa diferença foi
(50 kg/ha de P 2 0 S ) na formação e recu- de apenas Cr$ 2.696,00 por vaca.
peração de pastagens permitiu elevar a Gado de leite (CNPGL.)
produtividade de 89,9 para 375,6 kg/ha/
ano de carne, além de reduzir a idade de Estudos conduzidos nos últimos três Estudos conduzidos sobre utilização
abate de 48 meses (média estadual e na- anos têm mostrado que uma das alter- da panícula integral triturada e grãos
cional) para 32 meses. Em cerca de três nativas para resolver o problema da pro- triturados de sorgo, oomparados com
anos, foram formados 30.000 ha e reno- dução de leite durante a época seca, pode grãos seoos triturados de milho, revelou
vados 10.000 ha de pastagens, através da ser o uso de aveia ou azevém irrigados. que, para vacas mestiças em lactação,
adoção da tecnologia proposta, pratica- Embora a aveia seja normalmente corta- não há necessidade de beneficiamento
mente duplicando o potencial de pastejo da e fornecida no oocho aos animais, a da panícula de sorgo para obtenção dos
na pecuária do Estado. (UEPAE Rio pesquisa tem mostrado que estas forra- grãos. A trituração da mesma, de modo
Branoo.) geiras podem ser pastejadas oom sucesso integral (ráquis e grãos) foi tão eficiente
usando-se três vacas/ha, de meados de quanto os demais tratamentos, regis-
Estudos sobre o desempenho de vacas junho até o fim de ourubro. Com o pas- trando-se produções da ordem de 11,0
Canchim submetidas a duas estações de tejo ao invés de cortes, os custos de kg/vaca/dia a 4% de gordura. (IPA.)
monta, indicaram que a estaçãQ de monta
de abril a julho foi de 8,0% superior à
estação de outubro a janeiro, quanto à
percentagem de sobrevivência dos bezer-
ros do nascimento à desmama. (UEPAE
São Carlos.)

A queratoconjuntivite infecciosa bo-


vina (OIB) é uma doença que se caracte-
riza por produzir uma conjuntivite segui-
da de queratite (opacidade da córnea),
muito difundida nos rebanhos bovinos
da zona temperada e que está se espa-
lhando, nos últimos anos, também em
rebanhos zebuínos e bubalinos das zonas
tropicais. Como conseqüência da quera-
tite, os animais perdem temporária ou
permanentemente a visão e reduzem seu
peso vivo, oonstituindo um fator limi-
tante de produtividade em extensas
zonas de criação pecuária. Fig. 82 - A utilização da aveia ou do azevem irrigados, com suplementação na época da seca, tem
Com a finalidade de estudar alterna- proporcionado retornos l i quidos de Cr$ 31 .536,OO/ vaca.

91
usados para a mesma finalidade, sendo
que o cobre tem menor preço do que
os antibióticos. (CNPSA.)

No que se refere à inclusão de cama


de aviário na ração de suínos em termi-
nação, constatou-se que, quanto ao ga-
nho de peso, há possibilidade de usá-Ia
até 20%. Entretanto, a conversão ali-
mentar é prejudicada, o que leva a con-
clu ir que, economicamente, é inviável
a utilização de cama de aviário para
este fim, havendo necessidade de novas
pesquisas no sentido de melhorar a ener-
gia das rações quando se adiciona este
material. (CNPSA.)

A utilização de 2,0 kg de ração por


dia é suficiente para atender as necessida-
des das leitoas do primeiro ao terceiro
Fig. 83 - É possível reduzir o prazo para início da reprodução em bovinos de leite em sete cio, promovendo um bom desempenho
meses, com o conseqüente acréscimo na renda bruta de Cr$ 59. 200, OO/an imal. reprodutivo, similar ao das leitoas que re-
cebem 2,5 kq. quantidade comumente
Estudo comparativo da produção de 500 usada pelos produtores. Isto significa uma
leite em pastos simples e pastos consor- m economia de Cr$ 754,40 (set/82) por
o
ciados com leguminosas revelam que ~ un idade de reprodutora incorporada no
E~ 300
tanto os pastos simples de capins 'Green planteI. (CNPSA.)
~~e
panic' e sectária 'Kazungula', quando , m
~~~
consorciados com soja perene, são capa- ~ g .c É possível aumentar a disponibili-
100
zes de manter uma produção de leite dade de soja para comercialização inter-
~
entre 9,2 e 10,6 kg de leite/vaca/dia. nacional, uma vez que pesquisas desen-
Entretanto, a suplementação de 1 kg volvidas demonstraram que o farelo de
de concentrados por 2,5 kg de leite, cor- colza pode substituir, em 25%, a pro-
rigido a 4% de M.G., acima de 8 kg de 20 000 teína do farelo de soja em ração para
c.
leite, elevou a produção média diária ~ '~
" suínos em crescimento e terminação,
mais de 22%. (IZ.) 'E 1:!
'" ~
I

o- o
. 10 000 sem que o desempenho e as caracterís-
ticas de carcaça desses animais, bem
z
Resultados obtidos em criação de
bezerros mostraram que 3 kg de leite nas
" como o balanço protéico e energético,
sejam prejudicados. (CNPSA.l
sete primeiras semanas, .associados a 1 kg 1/4 1/2 5/8 3/4 7/8
de ração comercial (com 16% de pro- Graus de Sangue Um experimento concluiu que a be-
teína bruta) fornecida até aos seis meses terraba açucare ira poderá ser uma alter-
Fig. 84 - Infestação de helmintos e cerrepe-
de idade, possibilitaram atingir, nessa nativa econômica para a alimentação de
tos em diferentes graus de sangue.
idade, um peso médio de 120 kg. Os ani- suínos na fase de terminação, com a
mais conseguiram alcançar o peso ideal determinam a adaptação dos animais às grande vantagem de estar disponível no
para reprodução aos quinze meses de cond ições eco 16gicas, entre outros estu- período de escassez do milho (outubro,
idade, bastante antecipado em relação dos, realizou-se uma avaliação da resis- novembro e meados de dezembro).
ao que se verifica no Estado, que é de tência de fêmeas em seis graus de san- (CNPSA.)
22 meses. gue HVB: Guzerá a infestações naturais
A utilização dessa prática pode pro- por carrapatos e à Cooperia sp. Os resul- Ingredientes passíveis de serem utili-
porcionar um acréscimo na margem tados demonstram o aumento da resis- zados no arraçoamento de su ínos estão
bruta do produtor da ordem de Cr$ tência a parasitos com a introdução de sendo analisados através de ensaios de
59.200,00, por animal, aumento este sangue zebu. (CNPG L.) digestibilidade, o que possibilitará a ela-
que corresponde unicamente à anteci- boração de uma tabela nacional de ali-
pação da produção de leite. Se se con-
siderar o Estado do R io de Janeiro, isso
Suínos mentos que, por sua vez, contribuirá
para a redução do custo no balanceá-
significa um aumento de Cr$ mento de rações para su ínos. Após a
Na continuidade da linha de estudo
8.176.307.000, se todos os produtores
sobre cobre como promotor do cresci- análise de vários alimentos - farelo de
utilizassem essa prática. (PESAGRO-
mento, foi constatado que 125 ppm amendoim, farelo de arroz desengordu-
RIO.)
deste mineral na ração melhoram o de- rado (duas amostras), farelo de arroz
Visando obter uma melhor compre- sempenho de suínos, com semelhante integral, farinha de carne e ossos suína
ensão dos mecanismos biológicos Que ou melhor resultado que antibióticos (duas amostras), polpa de citrus. cevada

92
sem casca, cevada com casca, farelo de piados, sendo que o custo é 1/8 do come- Pesqu isas recém conclu ídas most ram
glúten de milho (23% - 60% - 62%), douro convenciona I, e espera-se que sejam que a soja integral torrada, através de
milho triturado (duas amostras), farinha mais eficientes e duráveis. (CNPSA.) processo empírico, totalmente adaptável
de pena e vísceras hidrolizadas, farinha Para o contro le da sarna carcóptica dos em propriedades rurais suinícolas, pode
de resíduo de incubatório, farelo de soja su ínos, ectoparasitose bastante dissemi- ser adotada para fêmeas gestantes e lac-
(45% - duas amostras, 46% e 48%), fa- nada nas criações, experimentos demons- tantes. O sistema, quando comparado
relo de trigo, farelo de algodão (40%), com o tradicional adotado, resultou
tram que melhores resultados são obtidos
triticale, trigo mourisco com casca, trigo numa economia de 36% no custo de
quando, por ocasião do tratamento com
mourisco sem casca, sebo bovino, graxa leitão desmamado . Para um lote de 100
acaricidas, é prev iamente efetuada a re-
branca suína, óleo bruto de soja, adlay, leitões desmamados, a diferença dos
moção de crostas por meio de escova.
farinha de carne e ossos bovina, farelo custos com alimentação propiciaria uma
(CNPSA.)
de colza (três amostras), mandioca inte- redução de custos de Cr$ 62.600,00.
grai, raspa de mandioca, farinha de san- Prejuízo econômico equivalente a 2,3 (IAPAR.)
gue, amido de mandioca, aveia moída, kg de carne por su íno infectado por para-
feno de alfafa, espiga de milho triturada, sita - Macrocanthorhynchus hirudinaceus Suínos em recria e terminação, alimen-
espiga de milho sem palha triturada, trigo - foi o valor estimado com base nos cus- tados com silagem de raiz de mand ioca
mourisco, milho amarelo, farelo de casca tos de oportunidade (julho/82), devido à como única fonte energética, t iveram uma
de milho, farelo residual de mandioca, condenação de órgãos a n ível de indús- redução de 30,45% no custo da alimen-
farinhão de mandioca, carolo de milho, tria, por ocasião de um levantamento tação. (IPZFO - SA/RS.)
levedo de álcool desidratado - observa- realizado. (CNPSA.)
ram-se grandes variações nos valo res de O trabalho de avaliação química e bio-
energia digestível e metabolizável, em A pleuropneumonia suína foi diagnos- lóg ica do sorgo gran ífero, nas diversas
relação aos citados nas tabelas estrangei- ticada no sul do Brasil em 1981. Esta do- fases de produção de suínos, permit iu
ras, que são, atualmente, as utilizadas no ença ocorreu, em forma aguda, em vários indicar, com segurança, que os sorgos
Brasil. (CNPSA.) sistemas de produção suína, que compa- com teores de tanino baixo e alto podem
raram leitões de várias origens para termi- substituir o milho, sem prejuízo do ga-
Trabalhos recém concluídos mostram ná-los. Em um destes surtos, os prejuízos nho de peso dos su ínos, nas fases de cres-
que a influência do tipo de piso e a densi- por mortes de animais e despesas com me- cimento e terminação. Os valores relativos
dade populacional não interferem no de- d icamentos foram determ inados. Estes foram de 92% e 83% para conversão al i-
sempenho de suínos em crescimento e valores somaram Cr$ 1.850.849,55 (valor mentar; 98,8 e 88,1% para energ ia d iges-
terminação, no tocante ao ganho médio deflacionado, base set/81), sendo 38% tível e 93% e 77% para proteína digest í-
diário em peso e à conversão média ali- acima da méd ia dos meses anteriores ao vel, conferindo ao sorgo um valor nutr i-
mentar. Em termos práticos, os resu Itados problema, podendo considerar este acrés- tivo de 95,7 % e 86,6% em relação ao mi-
relativos à densidade populacional permi- lho, respectivamente, para os sorgos de
cimo de despesa como conseqüência do
tem produzir 1,70 animais por m 2 , o que surto de pleuropneumonia. (CNPSA.)
baixo e alto teores de tanino. (EPAM IG.)
corresponde a um aumento de 98,8% de
suínos criados num mesmo abrigo, quan- Um trabalho de grande aceitação por
do tomada por base a densidade de 0,86% parte dos produtores de suínos fo i reali-
suíno por m 2 - dado tradicionalmente zado em Felixlândia, Minas Gerais, asso-
utilizado pelos criadores - na fase de ciando-se à terminação de su ínos a en-
crescimento e terminação. Sendo as cons- gorda de peixe, sendo estes alimentados
truções um investimento fixo, sua maior com os dejetos e resíduos alim~ntares
utilização, conseqüentemente, traz uma daqueles. Em quatro meses de duração
redução no custo de cada animal produ- da engorda dos suínos, obtiveram-se 20
zido. (CN PSA.) kg de peixe (tilápia) para cada suíno.
Isto significa que é possível, com este
Devido à constatação de perdas de ra- processo, reduzir o custo total da pro-
ção, que podem estar ao redor de Cr$ dução de suínos até 35%.
2,5 bilhões, foi iniciada uma linha Além da vantagem econômica, a
de pesquisa com comedouros, tendo associação dos dois produtos permite,
sido constatado que, com comedouros ainda, eliminar o caráter poluente dos
convencionais para su ínos, houve uma dejetos de suínos e possibilita ao pro-
redução de 50% de perdas, quando os dutor utilizar, na sua dieta alimentar
comedouros para suínos em terminação diária, uma nova fonte de prote ína de
foram elevados a 12 cm do piso. Tam- baixo custo e de excelente qualidade
bém a aba de proteção contra perdas re- que é o peixe. (EPAMIG.)
duz o desperdício em 50%. Embora te-
nha sido diminuída a quantidade de ra- Solos
ção perdida nos comedouros convencio-
nais, estes são muito dispendiosos. Em Na área da Microbiologia do Solo, os
Fig. 85 - Novo tipo de comedouro, recomen-
razão disto, foi idealizado um come- dado para diminuir custos e econo- resultados das pesquisas indicam que,
douro circular com tonéis e pneu aco- mizar ração. através da fixação biológica de nitro-

93
soja, trigo e milho, que evoluiu de
TABELA 66 - Estimativa da economia de N em soja, no Brasil, no ano de 1982.
cerca de 100 ha em 1972 para mais de
300.000 ha em 1982. Em métodos con-
13 x 106 vencionais de preparo do solo pode haver
Produção de grãos em 1982 t
perdas da ordem de 30 t/ha/ano. Já com
% N no grãos 6% 78 x 104 t N o método "plantio direto", praticamente,
Preço por t de N em adubo Cr$ 172.600,00 não existem perdas, o que resulta em
altos benefícios econômicos e ambientais.
Economia feita pela Fix. N2 Cr$ 269 bilhõesl
Um solo desprotegido pode perder 6
t/ha/ano de matéria orgânica, com com-
prometimento de sua fertilidade.
1 Considerando-se uma eficiência de 50% de utilização dos fertilizantes nitrogenados.
Sistemas de cultivo e rotações de cul-
turas, eficientes e econômicos, fazem
TABELA 67 - Efeitos do manejo do solo, em quatro anos, sobre as perdas por erosão, com parte do leque de opções para os aqricul-
plantio direto, comparado eom o preparo convencional. tores, destacando-se o uso de plantas
recuperadoras de solo durante o período
de inverno como o "trernoço", cuja pro-
Redução da Redução da Aumento de dução de rr.assa verde (30 t/ha) melhora
Sucessão Sistema perda de perda de rendimento o equilíbrio físico do solo quando incor-
solos (%) água (%) de culturas (%) porada. Tal prática já é utilizada em apro-
ximadamente 300.000 ha no Estado do
Paraná.
Aveia - tremoço - mio Preparo
lho Convencional Testemunha Testemunha Testemunha Embora uma avaliação econômica do
impacto da tecnologia co~servacionista
Plantio
O gerada e adotada no Paraná seja muito
direto 69,3 30,2
difícil, pois é subjetiva, sabe-se que a
Cevada - aveia - soja Preparo ausência dos atuais processos controla-
Convencional Testemunha Testemunha Testemunha dores de erosão h ídrica na agricu Itura
poderia ocasionar perdas de solo da oro
Plantio
53,6 14,5 14 dem de 300 milhões de toneladas por
direto
ano em todo o Estado do Paraná. Tal
número é altamente expressivo e reflete
gênio atmosférico na agricultura, pode proporcionando aumento de rendimento a importância e os beneff cios sócio-eco-
ser alcançada elevada econom ia pela das culturas, da ordem de 14%, sempre
nômicos e ambientais da pesquisa em
substituição de adubos nitrogenados, em comparação com o preparo conven-
manejo e conservação do solo. (IAPAR.)
tanto em leguminosas como em qramí- cional. (IPRNRAP - SA/RS.)
neas. No caso da soja, os adubos mine-
o uso de 6 t/ha de calcário, quanti-
rais nitrogenados podem ser inteira- Vários métodos de preparo do solo dade esta suficiente para elevar o pH do
mente dispensados (Tabela 66). têm sido estudados para oferecer alter- solo a 5,5, proporcionou aumentos de
As pesquisas com feijão demonstra- nativas conservacionistas ao agricultor. 290% na produção de soja e 190% na
ram o alto potencial de fixação de nitro- Entre eles, salienta-se o método de produção de milho em relação ao trata-
gênio. No campo, podem ser obtidas "plantio direto" para as culturas de mento sem calcário, num solo argiloso.
produções de 1.500 kg/ha de grãos, usan-
do-se a simbiose como fonte única de N,
ou seja, três vezes a média nacional.
No caso de leguminosas para ref lores-
tamento, em levantamento de espécies
nativas, foram encontradas quinze espé-
cies florestais noduladas, ainda não des-
critas como tal na literatura. (SN LCS.)

Foram avaliados, durante quatro anos,


efeitos de uso e manejo, em solo de tex-
tura arenosa da Depressão Central do Rio
Grande do Sul, conforme Tabela 67,
demonstrando que a sucessão Aveia -
Tremoço - Milho, em plantio direto,
reduziu 69,3% a perda de solo e 30,2% a
perda de água, sem alterar o rendimento
das culturas. A sucessão Cevada - Aveia
- Soja, em plantio direto, reduziu 53,6% Fig. 86 - Os experimentos sob condições controladas permitem identificar os elementos nutriti-
a perda do solo e 14,5% a perda da água, vos que mais influem na produção das plantas, em determinados tipos de solos.

94
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nessa nova forma, permanece dissolvido
em água, não sendo detectadas parHculas
sólidas durante a ingestão. Este fato
estimula o consumidor ao uso diário de
guaraná, por ser o novo produto muito
mais aceitável organolepticamente. Além
disso, o novo produto proporciona maior
aproveitamento pelo organismo humano,
bem como, por ser completamente solú-
vel em água, evita a falsificação através
da mistura com pó de madeira, o que não
pode ser evitado com os outros tipos de
guaraná em pó comercializados, que são
de baixa solubilidade.
O novo produto é obtido pelo proces-
so de secagem por atomização do extrato
de guaraná, obtendo um pó com 2,18%
de cafe í na, 4,14% de umidade e 100% de
substâncias so lúveis em água.
Industrialmente, a produção de guara-
ná em pó totalmente solúvêl apresenta
inúmeras vantagens, quais sejam: facili-
dade de comercia lização por não ter Fig. 88 - Batata, na forma de semi-frita congelada, de diferentes cultivares, foram testadas, com
competidor do gênero, despertar o inte- vistas à conservação de cor, sabor e consistência.
resse de importação por outros países,
possibilitar o crescimento do mercado chumbo se apresentaram acima do limite cárneos em embalagens metálicas, sejam
nacional de compradores habituais e estabelecido pela legislação brasileira (0,8 apl icadas uma ou duas camadas de vern iz
promover a expansão da fronteira de cul- ppm) e pela estrangeira, enquanto, que na superfície interna ou ainda o emprego
tivo da planta na região. (CPATU.) para o pescado, esses teores estiveram da folha-de-flandres passivada. Esse cuida-
dentro dos limites estabelecidos. do objetiva impedir o contacto do ali-
Foi desenvolvido um processo químico Os teores de ferro, principalmente mento com a folha metálica e suas conse-
de transformação de limoneno em terpi- para o pescado em molho de tomate, qüências. (ITAL.)
neol. Limoneno é subproduto abundante foram detectados acima de 50 ppm em
da indústria de óleos cítricos, principal- vários produtos. Embora ex istam reco- Estudos sobre a avaliação do custo e
mente o de laranja, e sua cotação no mer- mendações internacionais para os teores da eficiência da aeração, com ar ambiente
cado é da ordem de US$ 0,30/kg. Quase de ferro, ainda não foi estabelecido ofi- e ar refrigerado, para a preservação de
toda produção de limoneno é exportada feijão armazenado a granel, evidenciaram
cialmente seu limite. O ferro ocorre de
pelo Brasil a países que o utilizam como uma preferência para os sistemas de si lo
maneira natural nos produtos alimentí-
matéria-prima para a produção de terpi- aerado com ar ambiente e armazém con-
cios cá rneo s, especialmente nos que têm
neol e derivados. Todo terpineol consu- vencionai, em razão dos maiores gastos
fígado em sua composição.
mido no País é importado e, assim, a' tec- de energ ia elétrica do sistema de ar refri-
As análises efetuadas nos produtos e
nologia desenvolvida permitirá, não só a gerado. O sistema de ar refrigerado se
embalagens dos principais alimentos à
auto-suficiência do produto, como tam- apresenta como opção para regiões com
base de carne e pescado en latados ex isten-
bém exportá-lo. alta temperatura e alta umidade relativa,
tes no mercado levaram à conclusão que
Também a partir do limoneno foi de- sendo também recomendado para perfo-
sua vida-de-prateleira não é apenas limi-
senvolvido um processo que leva a um dos mais longos de armazenamento.
tada pe lo teor de meta is d isso Iv idos no
produto sucedâneo do óleo de pinho. O Nos testes efetuados, o organo lépt ico,
produto, mas também pela alteração do
óleo de pinho é utilizado largamente no a textura e a preferência geral do feijão
aspecto visual interno das embalagens e
fabrico de desinfetantes e o seu consu- armazenado com ar refrigerado apresen-
pontos de corrosão. O estanho nunca
mo, da ordem de 400 toneladas/mês, é taram-se aceitáveis após doze meses, en-
ultrapassou o limite legal.
principalmente suprido por importação quanto que nos tratamentos em silo com
custando em média US$ 2,00 por quilo. A maioria das embalagens dos produ- ar ambiente e armazém convencional, só
Foi celebrado um contrato com uma in- tos pastosos apresentou problemas de foram aceitáveis até seis meses. (IT AL.)
dústria de produtos odoríferos nacional corrosão interna, enquanto que, nos lí-
para o repasse das tecnologias geradas. quidos, isso ocorreu em menor escala. Normalmente, após o abate, as car-
(CTAA,) Conclui-se que o chumbo é um fator caças suínas são resfriadas e, posterior-
limitante da vida-de-prateleira, para mente, preparadas em cortes para o
Os resultados obtidos através das aná- alguns produtos cárneos, visto que 60% processamento (de presunto, bacon, e
lises dos teores de chumbo, ferro e esta- das amostras estudadas ultrapassou o outros produtos defumados, salgados,
nho em embalagens metálicas, utilizadas limite máximo permitido. curados etc.) ou para o consumo na for-
para alguns produtos de origem animal e Por isso, recomenda-se que, no acondi- ma resfriada ou congelada (pernil, lombo
vegetal, mostraram que os teores de cionamento de produtos alimentícios etc.). Outros cortes e retalhos são res-

96
friados ou congelados em blocos e desti- há redução de 30% no consumo de lamento, procurando-se selecionar aque-
nados à fabricação de produtos moídos energia com o seu reaproveitamento; las que retenham seu valor nutritivo, pro-
ou agregados (lingüiças, apresuntados o custo com as embalagens,. tipo priedades físicas e caracterfsticas organo-
etc.). Essa preparação pode ser feita no "tetra-brik" é de duas a três vezes lépticas próx imas as do produto natural.
próprio local de abate ou no local da inferior ao sistema convencional;
industrialização. há redução nos custos de transporte A avaliação de seis cultivares de batata,
O processamento pré-rigor da carcaça pelo maior aproveitamento de espaço sendo três de procedência estrangeira e
suína obriga a preparação de cortes ime- e menor peso da embalagem. A rela- três desenvolvidas no Brasil, para proces-
diatamente após o abate. Isso promove ção embalagem e conteúdo líquido é samento na forma de semifrita congelada,
vantagens econômicas e de qualidade para quase semelhante em se tratando de mostrou que:
o produto final. Resultados parciais indi- meia garrafa (o peso do conteúdo é a cu It ivar B intje-H tem se mostrado
cam que o processamento pré-rigor do próx imo ao peso da garrafa), enquan- melhor que as demais cultivares em
presunto e do lombo congelado é viável to que o peso da embalagem "tetra- termos de cor, sabor e consistência;
sob ponto de vista quantitativo e qualita- brik" é 20 vezes menor que o seu das cultivares nacionais, a 'Aracy' tem
tivo. conteúdo líquido; apresentado uma coloração uniforme
A perda de peso no processamento do há grandes vantagens mercadológicas. e desejável, superando as cultivares
presunto foi menor para o tratamento Estudos já condu ídos para o suco de estudadas;
pré-rigor, pois 1 kg de pernil correspon- abacaxi embalado assepticamente de- a cultivar Santo Amor tem demons-
deu a 1,0 14 kg de presunto no processa- monstraram que, quando estocado a trado não ser adequ.ada para proces-
mento pré-rigor e a 0,954 kg no processa- 23 0 C, tem uma vida-de-prateleira 100% samento de frita congelada. (ITAL.)
mento pós-rigor. A qualidade gustativa superior, nas mesmas condições de esto-
do presunto e do lombo congelados pro- cagem, à dos processos convenciona is. Desenvolveu-se uma tecnologia ade-
cessados pré-rigor foi melhor ou igual à O néctar de frutas (mamão, laranja, quada para o processamento de pasta
dos processados pós-r igor. (ITAL.) manga) já com 150 dias de estocagem de cebola, adicionada de sal, acidifi-
demonstra estar em boas condições, cante e conservante químico, sua esta-
O estudo de sucos e néctares de frutas podendo superar essa marca quando esto- bilidade à temperatura ambiente e sua
tropicais, acondicionados em embalagens cado a 230 C. (ITAL.) interação com as embalagens.
assépticas, demonstram vantagens na uti- Nos testes realizados com a cebola
lização da embalagem tipo "tetra-brik". Dentre os processos de industrialização cultivar Jubileu, procedente da região
Estudos iniciais permitiram constatar de hortaliças, o congelamento vem ga- de Rio do Sul, SC, constatou-se que é
que : nhando vulto em várias partes do mundo, possível produzir uma pasta de cebola
o enchimento a frio permite prolon- pois a ele é atribuído o mérito de reten- de boa qualidade e de boa aceitação com
gar a vida-de-prateleira do produto; ção de qualidades no produto final. Tra- um per íodo de conservação superior a
a ausência de luz na embalagem im- balhos vêm sendo realizados sobre culti- sete meses, desde que acondicionada em
plica menores perdas de vitaminas; vares de hortaliças adequadas ao conge- recipientes de vidro com enchimento a
quente.
O armazenamento em recipientes de
plástico, mesmo em boas condições de
estocagem, possui um tempo menor de
conservação.
Verificou-se que o período de arma-
zenamento, sete meses, é superior ao da
entressafra, o que poderá eliminar gran-
des gastos com as importações que sem-
pre ocorrem neste período. (ITAL.)

O efeito das condições ambientais no


armazenamento de feijão em sacos de ju-
ta e de papel revestido de polietileno de-
monstrou que a temperatura de estoca-
gem exerceu um notável efeito nas pro-
priedades de: envelhecimento precoce,
germinação, maciez, tempo de cozimen-
to, taxa de hidratação, metionina d ispo-
nível, testes biológicos e organolépticos,
sem ocorrer, entretanto, alterações signi-
ficativas devido às embalagens.
A 20 0 C/70% UR , foi possível arma-
zenar o produto até doze meses sem pro -
Fig. 89 - Umidades industriais, para processamento de batata, cenoura, moranga e cebola conge· blema de rejeição.
lados, permitem um retorno de 46,7% ao ano, com uma capacidade de 19.000 t de maté· A 30 0 C/70% UR , houve alteração no
ria·prima. tempo de cozimento, que foi menor para

97
o produto embalado em sacos de papel período maior do ano. Reduz, também, gente em água. Dentre os tratamentos
kraft. Nesta temperatura o armazena- as perdas que ocorrem durante a comer- estudados, aquele referente a uma lâminia
mento apresentou condições mínimas de cialização desses produtos na forma "in líquida média de 2,0 mm de água por
consumo até seis meses. natura" e contribui, ainda, no sentido de dia, foi o que proporcionou o melhor re-
As vantagens da embalagem de papel tornar os preços mais estáveis durante o sultado de produção de vagens (3.086
kraft sobre os sacos de juta são significa- ano. kg/ha). Além disso, este tratamento pro-
tivas a nível de comercialização, visto ter A implantação de uma unidade de piciou o maior número de vagens por
um custo 57% inferior. Quando se trata processamento de horta liças e batata con- planta.
de embalagem com fins de reutilização, geladas, conforme aqui descrito, gerará O rendimento médio da cultura, nos
o custo da juta dilui-se tornando-se me- de 112 a 230 novos empregos diretos e a nos de 1979 e 1980, na reg ião noroes-
nos dispendioso, visto que a embalagem um número maior de empregos indiretos. te, fo i de 639,5 kg/ha, conclu indo-se que
de papel kraft não pode ser reaprovei- (ITAL.) os resultados alcançados mostram uma
tada. (ITAL.) produtividade 382,5% superior em rela-
Diversificação ção àquela média.
Foram estudadas as características de A condução da cultura irrigada trará
secagem das cultivares de cebola mais
agropecuária
benefícios reais à região, visto ser uma
comercializadas no Brasil ('Granex-33', atividade absorvedoura de mão-de-obra
'Texas Grano-502', 'Baia Periforme'), en-
Abacate direta e indireta.
focando, principalmente, as qualidades Em termos de economia de insumos,
A seleção e introdução de cultivares de
dos produtos desidratados, nas formas de não há necessidade de aplicação de inse-
abacate, de elevada produtividade e exce- ticidas. Por outro lado, considerando-se
meia rodelas e pó .
lente qualidade, já permite obter um ren- apenas o consumo de água, entre o trata-
Verificou-se que a cultivar Baia, além
dimento mínimo de 5,0 t/ha de óleo, en- mento mais úmido (6,21 mm / dia) e o
de propiciar um maior rendimento, foi
quanto que, com as cultivares regionais, mais seco (2,00 mm/dia) e o preço co-
a menos susceptível às alterações de quali-
este rendimento é, no máximo, de 3 t/ha. brado por metro cúb ico de água, cons-
dade devidas ao processo de desidratação.
O óleo de abacate é empregado na in- tata-se uma economia de Cr$ 2.686,00 /
A análise do teor de ácido pirúvico
dústria alimentfcia e sobretudo na de cos- ha plantado. (EPAMIG.)
(grau de pungência), nas matérias-primas
méticos. A área estimada de cultura de
e produtos desidratados, mostrou que es-
ta cultivar apresentou percentagem de re- abacate no Estado de Goiás e Distrito Fe- Cacau
deral é de cerca de 214 ha. A produção
tenção cerca de cinco vezes maior em re-
de óleo dessa área, se fosse plantada com
lação às demais cultivares. No sistema tradicional, o cacaueiro é
cultivares de elevada produtividade, teria
A avaliação organoléptica revelou, plantado com sombreamento definitivo
um valor comercial da ordem de Cr$
ainda, que a cultivar Baia resultou em de eritrina ou outras leguminosas arbó-
500.000.000,00. (CPAC.)
produto com características gerais (odor, reas, estes sem objetivos de exploração
sabor, pungência, etc.) mais próximas da econômica direta. As pesquisas condu-
matéria-prima quando reidratado e co- Amendoim zidas pela EMBRAPA evidenciam resul-
zido. (ITAL.) tados altamente promissores no que se
Com a utilização adequada do trata- refere à utilização da pupunheira em
Estudou-se a viabilidade econômica da mento químico de sementes de amen- substituição àquelas, pois, além, da fun -
implantação de uma unidade industrial doim para o plantio, observou-se um sig- ção de sombreamento ao cacaueiro, per-
para produção de batata pré-frita, ce'nou- nificativo aumento da produção, 24% a mite a exploração econômica de seus
ra, morango e cebola congelados. Essa 50,6%, em relação às sementes sem trata- frutos. Os dados experimentais dispon í-
unidade tem capacidade para processar mento químico. Isso gerou um aumento veis até o momento mostram que o rendi-
19 mil t de matéria-prima por ano. de renda de Cr$ 13.400,00 a Cr$ mento inicial do cacaueiro sombreado
As conclusões foram obt idas atr.avés 27.300,00/ha, já descontados os gastos com pupunheira é de 297 kg/ha de cacau
da análise da estrutura de custo e recei- com os defensivos. seco, equivalente ao sistema tradicional.
ta, bem como da taxa interna de retorno Os resultados obtidos, nos dois últimos Além disso, as pupunheiras proporcionam
ao investimento estimado para essa uni- anos, na avaliação da eficiência de fungi- uma produção de mercado com uma re-
dade. O estudo mostra que o empreen- cidas no controle das doenças da parte ceita adicional de Cr$ 120.000,00/ha.
dimento é viável, com uma taxa interna aérea, demonstraram que, com aplica- (CPATU .)
de retorno do capital investido de 46,7% ções bem efetuadas, obtém-se um bom
ao ano. controle das moléstias. As produções são Café
O congelamento de hortaliças e batata superiores às que não receberam esse tra-
é uma alternativa para um melhor apro- tamento, de 40,9 a 52,8%. Isso representa Visando a introdução de novos hlbri-
veitamento desses produtos na época de um aumento médio da renda/ha da ordem dos de café na região da Ibiapaba, ava-
safra, trazendo, ao produtor agrícola, de Cr$ 12.480,00 a Cr$ 23.730,00, liou-se o comportamento de linhagens de
uma desejável diversificação de mercado, deduzidos os gastos com defensivos e Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Mun-
abrindo melhores condições de venda. suas aplicações. (I B,) do Novo, Acaiá, Icatu, Catimor, Kovillox
O processamento de produtos perecí- e Guarani, comparando-se com as varie-
veis pode funcionar, de uma forma ge- Estudos conduzidos na reg ião noroes- dades Catuaí e Mundo Novo, plantadas
rai, como um regulador da oferta, possi- te de Minas Gerais perm itiram concluir na r.egião. Tomando-se por base a méd ia
bilitando a distribuição da safra por um que a cultura do amendo im é pouco ex i- de produção dos anos agrícolas de 1980,

98
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de, aproximadamente, Cr$ 3.800,00/ha, tor teria um aumento de renda da ordem espéc ie Anacardium como porta-enxerto
a preços de janeiro de 1982. (EPAMIG.) de Cr$ 76.760,00 por mil pés. (UEPAE para o cajueiro, elevando de 60% para
Porto Velho.) 88% o pegamento no processo de garfa-
Foi recomendada, para o litoral do Os experimentos para adaptação de gem à inglesa simples. Após dois anos de
Paraná, região cafeeira nova, de caracte· cultivares de café na região dos cerrados, observações, as plantas obtidas não apre-
rísticas edafoclimáticas e econômico- com base em cinco colheitas, mostram sentaram sinais de incompatibilidade ana-
sociais especiais, a cultivar Catuaf. Essa que a melhor produtividade foi obtida tômica na zona de operação, mostrando
cultivar apresenta 'produtividade 26% su - com a cultivar Acaia-474 que teve um maior precocidade, maior uniformidade
perior à da cultivar Mundo Novo, consi- rendimento médio de 57 sacos de 40 de copa, menor porte e elevada produti-
derando-se a média das quatro primeiras kg/ha. A cultivar mais plantada na região vidade. Os resultados preliminares do se-
produções. Isto representa, para o pe- produz apenas 50 sacos. Esta cu Itivar, gundo ano com os clones CCP 6 e CCP
queno cafeicultor da região, acréscimo a lém de adaptar-se bem às cond ições cli- 76 antecipam produtividades de até
de ganho de Cr$ 44.800,00/ha, sem que máticas e de solos dos cerrados e obter 1.600 kg/ha de castanha em pomares
haja aumento no custo de produção e elevada produção, possui duas caracterís- comerciais estabilizados, produzidos com
considerando-se o preço (setembro/82) ticas de essencial importância para o pro- esses materiais. (EPACE.)
de Cr$ 16.000,00/saca de café benefi- duto: é resistente à ferrugem e tem uma
ciado. (IAPAR.) produção estável, sem sofrer o fenômeno Cana-de-açúcar
da alternância de produção. (CPAC.)
A análise econômica do cultivo do Trabalhos experimentais realizados no
arroz intercalado ao cafeeiro em forma- Caju Território Federal de Roraima, em que
ção apresentou uma renda líquida de foram introduzidas 19 cultivares de
Cr$ 26.558,64/ha, no ano agrícola 1981 / O cajueiro constitui, hoje, uma cultura cana-de-açúcar, com objetivo de identi-
82, quando o custo de produção do arroz de importância para os Estados do Nor- ficar as de elevado potencial agronômico
na região era de 9.275,00 e o preço do deste, pela sua adaptabilidade a solos mar- e industrial, destacaram as cultivares
arroz em casca de Cr$ 13,20 o kg, o que gina is para outros cultivos_ A amêndoa e BR 70-141 , BR 70-194, CB 64-41 e
dim inui bastante o custo de implantação óleo da casca ou LCC constituem-se nos B 49-119, com rendimentos médios de
do cafezal. (UEPAE Rio Branco.) principais produtos de exportação do 100 t/ha, 400% superiores à méd ia do
A "bacteriose" ou a "mancha aureo- Ceará, desde o ano de 1978. Não obstante Território que é de 25 t / ha. Além da
lada" do cafeeiro tem causado danos se- sua importância econômica, seu cultivo é "elevada produtividade, as referidas culti-
veros em certas áreas cafeeiras, especia I- feito em extensas áreas com a utilização vares não floresceram, o que é um aspec-
mente sobre muda, cafeeiro em formação de sementes não selecionadas, pr incipal to bastante desejado para a cultura.
e cafeeiro em recuperação após a poda fator responsável pela baix íssima produ- (UEPAT Boa Vista.)
de recepa. Este dano, para o cafeeiro em tividade verificada nas últimas safras.
formação, tem resultado na redução da Foram obt idos clones de cajueiro anão A cana-de-açúcar se encontra em
produtiv idade acima de 50%. Pesquisas com porte quatro vezes menor que o ca- grande expansão no Ceará, em virtude da
realizadas indicaram o melhor controle jueiro comum (altura de 2,5 m e diâmetro implantação de destilarias de álcool. Seu
qu ímico, através do uso da associação da copa em torno de 4 m). Esse material, cult ivo está concentrado nas regiões do
estreptomicina com oxicloreto de cobre apesar de apresentar menor produção de
50%. Recentes pesquisas indicam que frutos por planta, permite a obtenção de
alguns fung icidas cúpr icos, iso ladam~nte, elevadas produtividades, possibilitadas
têm um efeito preventivo satisfatório, pelo uso de populações quatro vezes
sem o uso do antibiótico, o que torna maiores (400 plantas/ha). Esses clones
menos oneroso o seu contro le. Estudos produzem cerca de 1.200 kg/ha o que
de epidemiologia permitiram indicar a representa o dobro da média do Estado.
melhor época de controle e as dosagens O cajueiro anão caracteriza-se ainda
adequadas dos produtos. O contro le efe- pela precocidade de produção inicial e
tivo da doença poderia resultar na pro- estaciona I, maior período produtivo esta-
dução ad iciona I de 5,0 sacas beneficia- cionai, além de uma menor variabilidade
das/ha em áreas com este problema, genética para tamanho e peso dos frutos
tendo-se como base a produtividade mé- e tamanho e forma da copa.
dia de 10 sc/ha e 50% de dano méd io. O inconveniente desse material reside
(IAPAR.) no pequeno tamanho do fruto (5 gramas).
Entretanto, recentemente foi obtido o
Com a introdução de novas linhagens clone CCP 6, com produtividade de
de cafeeiro surgem possibilidades de 1.000 kg/ha no segundo ano de produção
grande aumento no rendimento. Na pri- e fruto com 6 gramas, e o clone CCP 76,
meira produção, a melhor linhagem de com idêntica produtividade e fruto com
um ensaio de 'Catimor' produziu o equi- peso acima de 8 gramas. Referidos tama-
valente a 1.844 kg de café em coco, con- nhos de frutos são aceitos sem restrições
tra a méd ia estadual, para cafeeiros em pela indústria. Fig. 91 - A consorciação de feijão e cana-de-
produção, de 1.440 kg por mil covas. Se Outro grande avanço obtido através açúcar tem barateado o s custos de
mantida apenas esta diferença, o produ- da pesquisa com caju foi a utilização da implantação desta última.

100
Cariri, Ibiapaba e Baturité, regiões essas Castanha-do-brasil moso", responsável pela al imentação de
com destilarias de álcool e usinas açuca- 11 % do rebanho bovino piauiense, está
reiras implantadas ou em fase de implan- sujeita a queimadas constantes durant e a
tação. época seca. Tais queimadas reduzem a
produção da pastagem em cerca de 30
A produtividade da cultura no Estado a 40% enquanto a adição de fósforo
ainda é baixa, registrando-se em 1981, (apenas 25 kg/ha) tem efe ito benéfico,
um rendimento médio de 35 t/ha. A ofer- aumentando a quantidade de for ragem
ta de novas cultivares que venham substi- produzida para 2.000 kg / ha e a percen-
tuir as tradicionalmente cultivadas, repre- tagem de leguminosa para até 60%.
senta um grande estímulo, devendo con- Quando não adubada, a pastagem tem
tribuir para o aumento da produtividade produtividade média de 1.630 kg/ ha,
e rentabilidade da cultura no Estado. sendo a percentagem de leguminosas de
Em ensaios de competição, as maiores 20%.
produções méd ias alcançadas em três anos
foram para a 'NA 56-79' (129,5 t/ha), Neste tipo de pastagem, resultados
'CP 60-1' (112,2 t/ha) , 'CB 45-3' (110,7 médios de três anos indicam que, apenas
t/ha), na região do Cariri. Na região de com o controle da taxa de lotação (3
Baturité, destacaram -se: 'CP 60-1' (20,3 ha/vaca + cria), suplementação mi neral
t/ha), 'CB 45-3' (79,5 t/ha), 'IAN E e água de boa qualidade, elevou-se a taxa
55-17' (79,4 t/ha) e 'NA 56-79' (77 ,0 de natalidade 26%, o peso do bezerro à
t/ha). Os resultados alcançados na região desmama 36% e reduziu-se o intervalo
da Ibiapaba também apontam como su- entr'l partos em oito meses, em relação
periores as cultivares IANE 55-17, NA às médias da região. Adotando-se o mes-
56-79 e CB 45-3. Esperam -se incremen- mo manejo, acrescido de adubação fosfa-
Fig. 92 - A castanhérdo-brasil está sendo im-
tos de, pelo menos, 50% na produtivi- plantada no Acre, graças a tecnolo- tada (125 kg / de superfosfato simples/
dade, a nível de produtor, com as novas gias adaptadas pela pesquisa. ha), a taxa de natal idade aumentou 36%,
cultivares liberadas pela pesquisa . o peso de bezerro à desmama 49%, sendo
(EPACE.) A pesqu isa com castanha-do-brasil ob- o intervalo entre partos reduzido em 12
jetivando o seu cultivo racional vem sen- meses, também em relação à média da re-
do realizada há várias décadas, culminan- gião.
Resultados experimentais obtidos com do hoje em uma série de tecnologias já
a cultura da cana-de-açúcar na Transama- Também nesta região, o simples con-
aplicadas por empresários em várias re-
zônica mostraram resultados promissores trole da taxa de lotação resultou em ga -
giões da Amazônia.
com as cultivares introduzidas 'B 4362' e nho de peso de novi lhos durante todo o
'CO 997' . A primeira apresentou um ren- A EMBRAPA tem, a partir de 1980, ano, havendo perda de peso somente
dimento agrícola de 175 t/ha, Pol% do procurado adaptar estas tecno log ias ao por ocasião das primeiras chuvas que
caldo de 18,51 e pureza de 86% e, a se- desenvolvimento dos seus trabalhos com provocam o apodrecimento das pastagens
gunda, um rendimento agrícola de 161 este produto no Acre. Dentre as tecnolo- fenadas naturalmente.
t/ha Pol% do caldo de 15,91 e pureza de gias ali utilizadas, obteve-se, em um pro-
Na hipótese de aplicação de fósforo
790/:. A produtividade média obtida com jeto de produção de mudas, índices supe-
(25 kg / ha P2 0 S ), maiores ganhos são
a cultivar tradicionalmente plantada na riores aos de seu centro de origem tais
obtidos, observando-se, no entanto, sim i-
região 'NA 56/79', é de 60 t/ha. Com a como:
lar idade entre as curvas de ganho de peso
adoção dessas cultivares haverá um au - Redução no início da germinação das
sementes de 21 para 17 dias; das pastagens adubadas e não adubadas.
mento de 191 % com a 'B 4362 ' e 168%
com a 'CO 997' . ° aumento na receita
líquida por hectare será de Cr$
Redução da concentração do fung i-
cida acetato fenilmercúrio no trata-
Independentemente das lotações (1 , 1,
0,7 e 0,5 cab/ha) , na pastagem nativa
mento das sementes de 0,24% para adubada foram obtidos ganhos de peso
482.161,65 e Cr$ 423.463,71, respecti-
0,15%; de 475 g/animal/dia e na pastagem nativa
vamente, baseado no valor da tonelada
Redução no período de aclimatação não adubada (lotações de 0,7, 0,5 e 0,3
de cana para 1982 que é de Cr$ 4.192,71.
das mudas de 120 dias para 80 - 90 cab/ha) os ganhos médios foram em torno
(UEPAE Altamira.)
dias, atingindo 25, 30 cm de altura ; de 345 g/cab/dia.
° combate à cigarrinha, nos canaviais
do Estado de Pernambuco. está sendo fei-
Aumento de produtividade na forma-
ção de mudas, passando de 1.000
Estes resultados são de grande valor
para a região, tendo em vista que, no pe-
to por meio de um serviço de pulveriza- amêndoas por m 2 de sementeira para ríodo de estiagem, o gado perde cerca de
ção e po Iv iIhamento (aéreo e terrestre), 1.300 amêndoas/m 2 de sementeira, 30 a 50% do seu peso vivo, dev ido à defi-
num total de 41.000 hectares. Conside- proporcionando um incremento de ciência de forragem provocada pela super-
rando um prejuízo agrícola da ordem de 30%. (UEPAE R. Branco.) lotação durante a época das chuvas.
15% pelo ataque da cigarrinha, verifica-se (UEPAE Teresina.)
que, se tais serviços de controle não fos- Forrageiras
sem realizados, ter-se-ia uma perda de Estimando-se o potencial de fornec i-
Cr$ 816.412.500,00. (IPA.) A pastagem nativa da "região de mi- mento de nitrogênio de diversas legum i-

101
nosas em consorciação, pode-se concluir, dia e 358 g/cab/dia com uma lotação Foi elaborado um sistema para mini-
pelos resultados obtidos até o momento, média dez vezes superior ao capim-gor- mizar o custo do calcário e do fósforo,
que: dura bastante comum na região. (IZ.) dado um determinado teto de produtivi-
a) na região de cerrado de Brotas (Areias dade, e para avaliar o efeito residual do
Quartzosas), as associações ga láx ia + Foram identificados inimigos naturais fósforo no tempo. É de se esperar uma
setária cv. Kazungula e siratro + setária nativos da cochonilha que ataca a palma razoável economia de fósforo e calcário,
cv. Kazungula produziram, em termos forrageira. A partir de 1981, quando teve principalmente do fósforo, através de
de proteína total por área, o equiva- início o programa, tem-se observado que adubação de manutenção, diluindo-se,
lente às adubações com nitrogênio mi- a população da praga começa a aumentar assim, as altas aplicações iniciais. Outro
neral na setária exclusiva, de 127 e 79 a partir de março - abril, atingindo o importante fator de economia está sendo
kg/ha/ano de nitrogênio, respectiva- clímax (80%) em julho e a partir de agos- obtido pela longevidade da cultura que
mente; to começa a declinar a níveis de 3% em está com seis anos (com aumentos cres-
b) na região de Itapetininga as legumino- dezembro-janeiro. Com a multiplicação centes e continuados de produção), en-
sas soja perene, galáxia e desmódio cv. desses inimigos naturais e posterior libe- quanto que a longevidade média (persis-
Green Leaf associadas com a setária cv. ração no campo espera-se, dentro de um tência) para os agricultores da região está
Nandi produziram, em termos de pro- prazo mínimo de três a cinco anos, esta- em torno de três anos. Isto é, até o mo-
teína total por área, o equivalente às belecer o equiHbrio biológico. (EPEAL.) mento, a persistência da alfafa, no siste-
adubações nitrogenadas de 102,0; ma desenvolvido pela pesquisa, foi au-
121,0 e 103,0 kg/ha/ano de N; Uma das causas limitantes da utiliza- mentada 100%. (EMPASC.)
c) na região de Colina a associação colo- ção da Brachipria decumbens em pasta-
nião + kudzu tropical foi a mais produ- gens é a contaminação pelo fungo Pitho-
E xistem cerca de 5 mi Ihões de hectares
tiva com 21,7 toneladas de matéria myces chartarum, causador da fotossen-
de pastagens nativas de savanas bem dre-
seca/hectare e com 2,1 toneladas de sibilização. Observou-se, na região de São
nadas na Amazônia, distribuídas princi-
proteína/hectare. Entretanto, não di- Carlos, que 16 ovinos de um total de 60
palmente pelos Territórios de Roraima
fer iu, prat icamente, das assoclaçoes animais, em pastagens de B. decumbens,
(80%) e Amapá (20%). Existem, ainda,
colonião + soja perene e colonião + apresentaram o quadro agudo de fotos-
cerca de 2,3 milhões de hectares na parte
centrosema; sensibilização, dos quais doze vieram a
oriental da ilha de Marajó, com predo-
d) na região de Pindamonhangaba, a asso- morrer. Seis outros animais, provenientes
minânica de pastagens nativas de savanas
ciação setária cv. Kazungula + galáx ia de pastagens isentas de fungo, apresen- mal drenadas, parcialmente inundáveis
apresentou produções mais elevadas taram os sintomas cI ínicos de fotossen- durante a estação chuvosa, exploradas há
tanto de matéria seca (17,7 t/ha) sibilização seis dias após serem introdu- mais de 300 anos de maneira extensiva-
como de proteína total (1,6 t/ha), su- zidos em pastagens contaminadas. extrativa, tendo evoluído nas últimas
perando as associações setária cv. Ka- (UEPAE São Carlos.) décadas para extensiva-racional. Embora
zungula + soja perene e setária cv. Ka- tenha ocorrido considerável progresso no
zungula + centrosema. Confirmando os Está sendo avaliada a persistência da melhoramento genético do rebanho, com
resultados preliminares, a galáxia, em cultura da alfafa e sua resposta à calagem a introdução de raças zebulnas, o manejo
cultivo exclusivo, tem-se destacado e adubação fosfatada. das pastagens é ainda extremamente em-
com rend imentos potencia is de 11.4
toneladas de matéria seca por hectare
e 2,1 toneladas de proteína po':. hec-
tare.
Com esses dados observa-se uma alter-
nativa mais econômica na obtenção de ni-
trogên io. (I Z.)

Resultados parciais de dois anos de


pastejo em Latossolo Vermelho da região
de Mirassol, SP, demonstraram que a
associação jaraguá + siratro apresentou
ganho máximo estimado por área de
1.360 g/ha/dia e 716 g/cab/dia com uma
lotação média de 1,9 cab/ha. O colonião,
comum na região, em consorciação com
a soja perene, apresentou um ganho má-
ximo, por área, de 997 g/ha/dia e 739
g/cab/dia com uma lotação 18% inferior
à associação jaraguá + siratro.

Enquanto isso, em Brotas, SP, num


solo tipo areia quartzosa, área de cerrado,
o capim transvala apresentou ganho má- Fig. 93 - O campo nativo pode ser melhorado com determinadas técnicas que não implicam
x imo est imado, por área, de 1.221 g/ha/ movimentação do solo.

102
TABELA 69 - Ganhos de peso vivo, acréscimo nos custos/receita e retorno das tecnologias ge- cerrado contribui grandemente para a
radas pela EMBRAPA comparadas com o sistema tradicional de exploração dieta dos bovinos mantidos neste tipo de
pecuária na Ilha de Marajó. pastagens, bastante comum no Brasil
Central. A contribuição das ervas e arbus-
tos tem sido em torno de 12% durante a
Carga Ganhos de peso Acréscimo em rela- Lucro época de chuvas e quase 50% durante a
animal vivo (kg) ção ao sistema tra- adicional
seca, mantendo o teor protéico da dieta
(Cab/ha) dicional (Cr$) (Cr$)
adequado à nutrição dos novilhos. Por
An./ano halano Custos Receita outro lado, o raleamento do cerrado tem
produzido aumentos de aproximadamen-
te 50% na produção forrageira, quando
Pastagem nativa (PN) ±O,3 74 22 (2.200) (2.200) comparado com pastagens de cerrado
(Sistema tradicional) natural. Estes resultados, se analisados
em conjunto, sugerem a possibilidade de
Pastagem nativa (PN) 0,5 115 58 3.300 3.300 aproveitamento dos cerrados, fazendo-se
(Sistema EMBRAPA) 1,0 90 90 9.300 9.300 neles um raleamento seletivo, de modo a
utilizá-Ios mais racionalmente, deixando
Ouicuio da Amazônia 1,4 142 241 1.700 16.100 14.380
somente as espécies que são mais consu-
(OA) 2,7 115 310 1.720 33.100 31.380
midas pelos animais. Isto permitiria o uso
PN+OA+Leguminosas+ 1,0 134 174 2.000 8.400 6.400 deste recurso natural, com baixos investi-
P20s * 2,0 129 348 2.000 18.800 16.800 mentos, quando comparados com o custo
de implantação de pastagens cultivadas,
em torno de Cr$ 60.000,OO/ha, a preços
.° Ouicuio da Amazônia e as leguminosas foram introduzidas na pastagem nativa após de dezembro de 1981. (EPAMIG.)
gradagem em faixas, numa proporção de 25 e 25%, respectivamente. Somente foram aduba-
das as faixas de Ouicuio da Amazônia e leguminosas, com o equivalente a 50 kg de P2Os lha. Na região norte do Estado, experi-
mentos conduzidos desde 1973 mostra-
pírico, com uso abusivo do fogo e outras vés de cultivo seqüenciado com culturas
ram a superioridade do capim-buffel so-
práticas pouco recomendáveis. Como con- anuais, com destaque para o arroz. As bre o capim-colonião quanto à persistên-
seqüência, a produtividade da pecuária forrageiras são semeadas simultaneamente cia das pastagens sob as mesmas cond i-
local está aquém do real potencial dessas com a cultura, no 19, 29 ou 39 ano con- ções e com rendimentos semelhantes.
pastagens. secutivo de exploração de cultura anual, Assim, esta forrageira (nova na reg ião)
beneficiando-se dos efeitos residuais da tem sido capaz de produzir ganhos mé-
A tecnologia gerada pela EMBRAPA
adubação do arroz e economizando as ope- dios diários de 430 g/animal e rendi-
para o melhor aproveitamento das pasta-
rações de preparo do solo. Esta prática já mentos de quase 240 kg/ha/ano, com
gens nativas, envolvendo a adequação da
vem sendo adotada em larga escala. lotações máximas de 1,6 cab/ha.
carga animal à capacidade de suporte da
(CPATU.)
área, tem propiciado consideráveis ga-
nhos, pela utilização da forragem na sua Embora atacadas por cigarrinhas e
época ideal, evitando assim as caminha- o insucesso na formação e recupera- sujeitas à seca, as pastagens de capim-
das desnecessárias do rebanho, bem como ção de pastagens de braquiária deve-se, buffel têm mantido sua produção, en-
a utilização do fogo na sua renovação. na maioria das vezes, ao uso de sementes quanto o capim-colonião desapareceu
Paralelamente, têm sido introduzidas de má qualidade. Resultados de três anos no segundo ano, após ataque de cigar-
novas espécies forrageiras, tais como 8ra- de pesquisa no Município de Goiânia, em rinhas e ocorrência de veranicos. Tudo
chiaria, Andropogon, Centroseme e Pue- solo sob vegetação de cerrado, evidencia- isto recomenda o capim-buffel corno
raria, as quais têm mostrado potencial ram, no caso da 8rachiaria decumbens cv. uma gram (nea alternativa para o capim-
produtivo e valor nutritivo superiores aos IPEAN, que: o desgrane natural das se- colonião, que é bastante difundido na
da pastagem nativa. mentes principia e cresce a partir do 26<? região e apresenta os problemas refe-
dia após o início da emergência das inflo- ridos. (EPAMIG.)
rescências (I E I); as colheitas efetuadas
Complementando essas pesquisas, têm no segundo período são amplamente su- As pastagens cultivadas de Sergipe
sido conduzidos experimentos na linha periores no que se refere à produção de são formadas, predominantemente, por
de manejo de pastagens, utilizando-se sementes puras viáveis; a maturidade fisio- sempre-verde (45%) e pangola (44%).
espécies nativas e introduzi das, puras e lógica das sementes ocorre aos 38 dias Na região sem i-árida, que corresponde
consorciadas, sob diversas pressões de pas- após o lEI; e a melhor qualidade das se- em torno de 60% do Estado, a baixa
tejo (Tabela 691. (CPATU.) mentes da 8rachiaria decumbens cv. tolerância dessas pastagens à seca e mais
IPEAN verifica-se quando a colheita é a das formadas recentemente, com a in-
Nos Territórios de Roraima e Amapá, efetuada entre 32 e 38 dias após o IE I. trodução de braquiária e quicuio-da-ama-
o aperfeiçoamento da tecnologia de im- (EMGOPA.l zônia, talvez tenha se constituído em uma
plantação de pastagem e a geração de in- das principais limitações dos fazendeiros,
formações práticas aos produtores têm Trabalhos com novilhos fistulados no na obtenção de maiores produções de
possibilitado uma redução substancial esôfago têm mostrado, após três anos de carne e/ou leite por hectare ao longo dos
no custo de implantação do pasto, atra- experimentos, que a vegetação. nativa do anos.

103
° ganho méd io por an imal/dia do
nascimento ao abate da pecuária de corte
custo de adubação.
Dos resultados acima se conclu i que
de Sergipe, é de 0,185 kg . Considerando o fazendeiro , formando bem suas pasta-
uma lotação média por ano para o Estado gens e manejando-as adequadamente e
de 1,5 cab/ha, o ganho de carne é de t ambém a seus animais, pode reduz ir
101,5 kg/ha/ano. Conseqüentemente, os consideravelmente a idade de abate,
animais só são abat idos com a idade em a lém de tornar a exploração mais rentá-
torno de 4,5 anos. Essa idade avançada vel. Não houve econom icidade na adu-
de abate representa cap ital empatado do bação fosfatada, em termos de produção
fazendeiro. de carne/ ha/ano. (UEPAE Aracaju.)
Experimentos de pastejo com utiliza-
ção contínua conduzidos na região úmida A substituição do farelo de algodão
(Arauá) com braquiária comum e na re- por feno da leguminosa nativa mata-
gião seca (Carira) com capim-buffel de- pasto fo i poss ível em níveis de até 54%,
monstraram que: sem que houvesse prejuízo no consumo
na região úmida: o ganho de carne por das rações e ganhos de peso de ovinos
hectare/ano no tratamento não adu- Morada Nova mantidos em confinamento
bado e adubado (60 kg/ha na implan- durante setenta dias. Os animais confi-
tação e 30 kg P2 0s/ha, a cada dois nados, recebendo ou não feno de mata-
anos de avaliação), na lotação 2,0 pasto na ração, tiveram um consumo
cab/ha, foi de 381,1 e 440,9 kg, res- méd io de 90 gramas/kg, um ganho de
pectivamente, representando em rela- peso médio de 100 gramas por cabeça/
Fig. 94 - Bezerros com sinais cf(nicos de ção ao do Estado de Sergipe um au- dia e uma conversão alimentar média de
fotossensibilização, mantidos em
mento de 275,5 e 334,4%. Em termos 10. Por outro lado, animais mantidos em
pastagens de braquiária.
de retorno financeiro, representa um regime de pasto durante o mesmo perío-
acréscimo/ha de Cr$ 37.280,00 na do perderam 11 gramas por cabeça/d ia e
f m experimento de pastejo com utili- pastagem não adubada e Cr$ apresentaram uma carcaça bem inferior
zação contínua, conduzido em Carira 33.750,00 na adubada, deduzidos os à dos an imais confinados.
durante cinco anos, as pastagens de sem- custos de adubação.
pre-verde com ou sem adubação fosfatada na região seca: o ganho de carne pór hec- Este resultado permite baratear o
e em qualquer das taxas de lotação, utili- tare/ano no tratamento não adubado custo da ração cerca de 25%, possib ili-
zadas, não persistiram após o quarto ano - lotação 1,0 cab/ha e adubado (mes- tando , assim, uma maior rentabilidade
de aval iação. ma adubação acima) - lotação 1,3 da prática do confinamento de ovinos
cab/ha, foi de 182,5 e 267,5 kg, res- deslanados, com rações à base de resto-
Ainda em Carira, a produção média
pectivamente, representando em rela- lhos de culturas, durante a estação seca
anual de matéria seca do capim-buffel
ção ao do Estado de Serg ipe, um au- no Nordeste do Brasil. (CNPC.)
sem adubo foi de 6.915 kg/ha e com 60
°
kg/ha de P2 5 fo i de 8.542 kg/ha. Já a
braquiária, o sempre-verde, pangola e a
mento de 79,8 e 163,5%. Isto represen-
ta um acréscimo/ha de Cr$ 10.820,00 Resultados de estudos sobre a fotos-
na pastagem não adubada e Cr$ sensibilização hepatógena em bezerros
braqu iarinha produziram, sem adubação,
3.921, 3.361,2.150 e 1.314 kg/ha. Com 6.976,00 na adubada, deduzindo o em pastagem de braquiária permitem
a adubação mencionada, os resuitados
passaram a ser de 4.843, 4.578, 2.844 e
. 1.247, respectivamente. (UEPAE Ara-
caju.)

Diversos experimentos que estão sendo


conduz idos na região semi-árida de Ser-
gipe estão demonstrando que o capim-
buffel está sobressaindo sobre todas as
outras espécies em comparação, na pro-
dução média anual de matéria seca.

As cultivares que já podem ser indi-


cadas para os fazendeiros da região são:
'Molopo', 'IRI 482', 'IRI 503', 'Biloela'
e 'Gayndah'. Além da maior produtivi-
dade, essas cultivares também apresen-
taram, em relação principalmente as es-
pécies que não do gênero Cenchrus, um
ma ior número médio de cortes por ano,
significando uma melhor distribuição de Fig. 95 - A pastagem nativa do Trópico Úmido (esquerda) está sendo substit ufda por outras
forragem. (UEPAE Aracaju.) espécies mais produtivas e com m elhor valo r nutritivo (direita).

104
que sejam feitas algumas recomendações em que as pastagens nativas e cult ivad as
e conclusões: perdem grande parte do seu valor nut ri-
tiezerros não devem ser desmamados
em braquiária, pois o estresse do des-
tivo. ° segundo é representado pe la
monocultura das braquiárias nas past a-
mame, associado à idade do animal, gens cultivadas por serem estas gram í-
é fator que predispõe ao apareci- neas altamente suscetíveis às cigarr i-
mento da fotossensibi lização ; nhas-das-pastagens. E o terceiro é a ca-
a pastagem de braquiária, mantida rência de nitrogênio nas pastagens de
baixa, evita condições do desenvolvi- gramíneas, tanto pela falta de adubação
mento do fungo Pithomyces charta- nitrogenada, como pela ausência de legu-
rum; minosas nas pastagens.
colônias de fungo P_ chartarum perma- Tendo em vista solucionar estes pro-
neceram na pastagem de braquiária du- blemas, as pesquisas da EMBRAPA têm
rante as épocas da seca e da chuva, en- gerado uma série de tecnologias, algumas
tretanto, a maior incidência foi consta- delas já em uso pelos produtores. As mais
tada no período das águas (setembro- importantes são:
abril) ; indicação do capim andropogon cv.
o diagnóstico clinico da fotossensibi- Planaltina como alternativa para a for-
lização foi confirmado pelas lesões mação de pastagens nos cerrados. Os
anatomopatológicas de bezerros ne- experimentos com esta gramínea per-
crops iados. (CN PG C.) mitiram obter informações importan-
A COllsorciação calopogônio x bra- tes sobre métodos de plantio, de adu-
quiária, introduzida pela EMBRAPA, bação, de colheita e beneficiamento
mostra ser uma grande promessa para a de sementes, manejo de pastagens para
recuperação de pastagens desta última, evitar o tombamento, evitando-se a
com produtiv idade reduzida após os pri- perda de produtividade de sementes,
meiros anos, em conseqüência da exaus- bem como a determinação da capaci-
Fig. 96 - O capim-buffel vem se confirmando
tão das reservas de nitrogênio nativo, como uma alternativa para a ali- dade de suporte dessas pastagens;
cujos teores são baixos em solos de cer- mentação do gado. definição da impossibilidade de for -
mação, nos cerrados, de pastagens
°
rado.
calopogônio, além de formar uma
associação compatível com a braquiária,
No Sertão de Pernambuco, os pastos
cultivados, especialmente os com capim-
consorciadas com cultivares comer-
ciais de estilosantes 'Cook', 'Endea-
provou ser uma planta com alta capaci- vour', 'Schofield' e 'I R I 1022', de-
buffel, têm propiciado substanciais au-
dade recicladora de nitrogênio para o sis- vido a sua alta susceptibilidade à
mentos no rendimento e estabilidade do
tema solo-braquiária, tendo sido capaz antracnose;
sistema produtivo. Os resultados destes
de mobilizar para a forragem 48 kg/ha a combinação de pastagens cultivadas
três anos experimentais revelaram que os
de nitrogênio a mais que a braquiária durante a monta com a desmama pre-
capins-buffel 'Gayndah' e 'Americano',
pura, durante a estação seca (março a coce do bezerro (3 a 5 meses) e com
similares entre si, propiciaram rendi-
agosto). Isto equivaleu a uma adubação, uma ou duas estações de monta (uma
mento animal superior em 203% (109
neste período, de 240 kg/ha de sulfato kg/ha) ao do pasto nativo melhorado de 90 dias ou duas de 45 dias) pode
de amônio. (CNPGC.) , (36 kg/ha) . Vale salientar que, neste úl- manter a taxa de natalidade de bezer-
timo ano, a queda de produtividade re- ros em torno de 75%. Em termos prá-
Para a Zona da Mata de Pernambuco, ticos isso corresponde a um aumento
gistrada foi muito acentuada para o
sob regime mais intensivo de exploração de 50% no nascimento de bezerros
pasto nativo, cerca de 92% contra 52%
de pasto, a braquiária e o quicuio-da-ama- na região dos cerrados. (CPAC.l
dos pastos cultivados, em relação ao pri-
zônia se revelaram como as gramineas
meiro an0 experimenta I. (I PA.)
mais adequadas às condições da área, As pastagens tradicionalmente utili-
tendo-se registrado ganhos de peso vivo Resultados parciais de trabalho de zadas em Rondônia têm uma capacidade
médios de 537 e 524 kg/ha/ano, e capa- seleção indicam que existem clones de de suporte em torno de 1 cab/ha e uma
cidade de suporte de 4,2 e 5,3 bovinos, capim-buffel, para as condições edafo- produtividade de 100 kg/ha/ano de carne.
respectivamente. Estes números indicam climáticas do Sertão de Pernambuco, A pesquisa mostrou que uma pastagem
o potencial que tem a Zona da Mata de superiores aos comercialmente explora- de quicuio-da-amazônia com 50 kg/ha de
Pernambuco para o desenvolvimento da dos. P2 0s eleva a capacidade de suporte para
pecuária de corte como alternativa eco- Esta superioridade traduz-se em ter- 3,6 cab/ha com uma produt ividade de
nômica complementar à cana'de-açúcar, mos de resistência à seca, persistência e 429 kg/ha/ano de carne, além de reduzir
desde que os custos de insumos não sejam produção de forragem, atingindo esta a idade de abate de 48 para 32 meses.
substancialmente majorados, como vem niveis de 50 até 100%. (I PA .) (UEPAE Porto Velho.)
ocorrendo ultimamente. Embora os pre-
ços da carne tenham sofrido aumento, A pecuária na região dos cerrados Em Porto Velho, a pastagem de qui-
foram em niveis inferiores aos verificados encontra três grandes entraves para o cuio-da-amazônia, em substituição a Bra-
com os fertilizantes, cujos preços subi- seu desenvolvimento. °
primeiro é o .chiaria decumbens, mesmo sem a utiliza-
ram de 250 a 450%. (lPA.) longo per iodo seco, de maio a setembro, ção de qualquer insumo, elevou de 1,5

105
para 3,0 cab/ha a capacidade de suporte Confirmando dados preliminares, obti-
de qrarrnnea anteriormente utilizada na dos em 1980, a produtiv idade variou en·
região. (UEPAE Porto Velho.) tre 1.337 kg/ha e 2.737 kg/ha, sendo que
das 16 cultivares testadas, cinco apresen-
Girassol taram produtividade superior a 2.000 Av~
kg/ha. '':._~~~,_ ..•
A cultura do girassol apresenta algu- Salienta-se que o ciclo do girassol
mas caracterfsticas que podem influir (15.12.81 a 10.03.82) foi bastante me-
decisivamente para o seu sucesso na re- nor que o ciclo normal da soja (15.11.81
gião do Pol(gono das Secas de Minas Ge- a 20.04.82) podendo ele ser cultivado
rais. Entre estas estão inclufdas: tolerân- quando não seja mais recomendável se·
cia a per íodos prolongados de estiagem, mear soja, por ser tarde demais, e ainda
alta produtividade e possibilidade de ser colhido antes da soja, com produti-
mecanização em todas as fases da cultura. vidade similar. (UEPAE Pelotas.)
Assim sendo, estudos com a cultura,
no município de Janaúba-MG, indicam Guaraná
que as melhores cultivares foram a 'Uru-
guai' (2.915 kq/ha], 'Arrowhead' (2.811 Estão sendo realizadas observações so-
kq/ha], 'Cordobez' (2.660 kg/ha) e 'Pere- bre floração, anteses e frutificação do
dovich' (2.290 kq/ha). guaranazeiro, visando completar infor-
mações já existentes. No viveiro serão
Devido aos múltiplos usos do girassol estudados o crescimento e o desenvolvi-
e a sua boa adaptação à região mineira do mento de mudas em condições ideais de Fig. 97 - A enxertia em guaraná pelo pro-
Poi(gono das Secas, como comprovam es· cesso "Forket" modificado propor-
luz e irrigação. ciona um índice de 100% de pega-
tudos realizados, esta cultura poderá ser
mento.
uma nova fonte de receita para os produ- A maior produção observada entre as
tores da região. (EPAMIG.) matrizes selecionadas foi de 5,99 kg de com uma produção média de 1 kg de
amêndoa seca por planta/ano. Porém, a amêndoa seca por planta/ano, o que cor-
Resultados obtidos através do Ensaio média foi de 1,8 kg/planta/ano. responde 55% a menos da média das ma-
Nacional de Girassol, conduzido em Pe- trizes já selecionadas.
lotas, indicam que a cultura é promissora Na primeira fase do programa de me- A meta fixada em 1 kg/planta/ano re-
na região. lhoramento objetiva-se desenvolver clones presenta um incremento de 78% acima
da maior produção por planta observada,
TABELA 70 - Produção do guaranazeiro e produtividade, em plantios comerciais, no Estado e de 525% acima da menor produção por
do Amazonas. planta. (Tabelas 70 e 71).
Face às possibilidades reais de propa-
gar o guaraná vegetativamente, para pro-
Produtividade de amên- Produção estimada por planta, segundo o espaçamento
dução de clones comerciais, tem-se nesse
doa seca (kg/ha/ano) 3x 3 m 4x4 m 5x 3 m 5 x 5m método uma resposta de curto prazo. O
lançamento comercial de sementes melho-
1751 (baixa) , 0,16 0,28 0,26 0,43 radas é um programa de longo prazo, ra-
zão pela qual não se espera que esteja ao
2232 (alta) 0,20 0,36 0,33 0,56 alcance do produtor num prazo de nove
anos. (UEPAE Manaus.)
1 Fonte: FIBGE (1978)
2 Fonte: FIBGE (1981) Até o inicio da década passada, a cul-
tura do guaraná se concentrava no Estado
TABELA·71 - Estimativa teórica da produtividade do material de guaraná melhorado, quando do Amazonas, principalmente no Muni-
se considera a produção de 1 kg/planta/ano. cípio de Maués e arredores. A produção e
a produtividade eram, em 1973, 180 t de
guaraná em rama e 63 kg/ha, respecti-
Produtividade
vamente.
Espaçamento [rn) Esperada (kg/ha) Observada (kq/ha]

Baixa Alta
Com a expansão crescente do seu culti-
vo, abrangendo novas unidades da federa-
ção, como os Estados do Pará, Acre, Ron-
3x3 1.111 178 222 dônia e Bahia, a produção brasileira está
próxima de atingir 1.000 t anuais, Entre-
4x4 625 175 225
tanto, os níveis de produtividade, apesar
5x 3 666 173 220 de terem aumentado mais de duas vezes,
5x 5 400 172 224 ainda se mantêm muito baixos (cerca de
150 kq/hal.

106
Além da carência de práticas culturais de seca, seja atendendo ao mercado in- combustivel alternativo, em subst it ui ção
e uso de insumos, uma das principais cau- terno e externo com produtos de melhor ao óleo diesel.
sas dessa baixa produtividade é provocada cotação. Com a mecanização dessa cultura', pre-
pela elevada variabilidade genética das po- A adoção das cultivares selecionadas vê-se uma expansão considerável de su a
pulações em cultivo, com predominância permitirá aos produtores um aumento de área de cultivo para os próximos anos.
de plantas de baixa produção, pois usual- 193% e 437% na produtiv idade, em com- O rendimento médio diário da colhe-
mente o guaranazeiro é propagado por paração à média regional que é de 1.040 dora, colhendo duas linhas por passada,
via sexuada. kg/ha. O aumento para o produtor será a uma velocidade de 600 a 800 m/ha si-
Visando concentrar genes de alta pro- de, aproximadamente, 1.000 kg/ha de tua-se entre 1 /ha/d ia a 1,25/ha/d ia, en-
dução na população do guaranazeiro, foi bagas, o que representa Cr$ 50.000,00/ha quanto que na colheita manual utiliza-se
desenvolvido um método de propagação a mais, sem aumentar o custo do sistema 10/homens/ha/dia para a mamona baixa
vegetativa através de enxertia pelo pro- de produção. Considerando a adoção da e 15-18/homens/ha/d ia para a mamona
cesso Forket modificado, utilizando-se cultivar de produtividade mais baixa, en- alta. Os experimentos foram feitos com a
porta-enxertos com diâmetro superior a tre as selecionadas (2.016 kg/ha), em ape- cultivar Guarani que possui frutos indeis-
1,5 cm e borbulhas previamente selecio- nas 10% da área plantada em 1982, no centes e que por isso possibilita a meca-
nadas de matrizes altamente produtivas. Estado (340.803 ha x 10/100 = 34.080 nização.
O (ndice de pegamento dos enxertos fo i ha) é poss(vel esperar-se um aumento de Com o desenvolvimento da colhedeira
de 100% em condições experimentais e produção de 34 mil toneladas. Ao valor e a aplicação de uma direção hidráulica
de cerca de 85% em escala comercial. de Cr$ 50,00/kg, tal produção representa apropriada ocorrerá um granho conside-
Este método de propagação apresenta-se um aumento global de receita, da ordem rável em área e tempo de colheita. (IAC.)
superior ao de enraizamento de estacas de Cr$ 1,7 bilhão, sem qualquer aumen-
por ser mais simples e apresentar maior to de custo nos sistemas de produção A cultura da mamoneira, no Brasi l,
rendimento. Outras vantagens são: preco- regionais. (EPABA.) está em mãos do pequeno e médio agr i-
cidade de produção e redução do per(odo
inicial de produção de 3,5 anos para 1,5
ano, em relação aos plantios tradicionais.

A adoção de tal tecnologia, aliada a


práticas racionais de cultivo, proporcio-
nará ao produtor ganhos substanciais de
produção e de produtividade e elevará a
produção brasileira de 600 a 800 tone-
ladas para 1.800 a 2.400 toneladas de
amêndoas secas. (CPATU.)

Mamona

O Sistema Cooperativo de Pesquisa


Agropecuária desenvolve um importante
traba lho de Seleção de Cult ivares de Ma-
moneira, a n(vel nacional e internacional,
com uma avaliação permanente do Banco
Ativo de Germoplasma de Mamona. Os
resultados obtidos, visando associar a re-
dução do porte com o aumento de produ-
tividade e qualidade da semente para a Fig. 98 - Uma máquina para colher mamona, em uma linha, foi idealizada e construída pela
indústria, têm estimulado os produtores, pesquisa buscando maior eficiência na colheita.
viabilizando a criação de mais de noventa
mil empregos diretos, na época de estia- As pequenas áreas plantadas (1 a 2 ha), cultor (10 a 30/ha), sendo que a Bahia
gem, o que corresponde ao sustento de, somadas às dificuldades de colheita com responde por 60% da produção nacional.
aproximadamente, meio milhão de habi- um custo de 50% do seu valor, foram Essa cultura é praticada, geralmente,
tantes nas duas microrregiões típicas da sempre uma das causas da baixa produ- em consórcio com feijão ou milho - de
Chapada D iamant ina. ção da mamona. um modo bem expressivo na Bahia e no
O desenvolvimento de um protótipo Nordeste - funcionando como verdadeiro
As perspectivas de ampliação do mer- de colhedora de mamona, projetado para seguro agr(cola, pela resistência às condi-
cado para a mamona com a implantação ser montado em um trator, com sentido ções climáticas adversas às culturas con-
do processamento qu(mico do óleo de de deslocamento invertido, ao aumentar a sorciadas.
r(cino, na Bahia, aumentaram ainda mais efiCiência na colheita, vem de encontro Com a introdução da nova cultivar
a importância sócio-econômica da pes- à crescente demanda do óleo de mamona IAC 80, de porte alto (2,5 a 3 m no final
quisa, seja evitando as desastrosas m igra- para aplicações industriais. Abre-se, ainda, do ciclo), frutos deiscentes, cachos de
ções para as zonas urbanas nos per(odos a possibilidade do seu emprego como ' grande tamanho, alta produtividade e teor

107
de óleo nas sementes de 47 a 49%, é pos- mostrou excelente comportamento. As- méd io ultrapassou 0,5 kg por cabeça/dia
sível fazer a projeção do retorno econô- sim, em 1982, foram selec ionadas 20 enquanto que a idade à pri me ira cria está
mico e social, apenas com a simples subs- progênies de meio-irmãos do composto ao redor de 36 meses. (UEPAE Manaus.)
tituição das cultivares tradicionais_ Em 'IPA Bulk 1', que apresentaram produti-
condições de boa fertilidade, essa cultivar vidade de 3.362 a 4.087 de grãos/ ha. Camarão
pode atingir até 4.000 kg/ha de sementes. (IPA.)
Entretanto, as projeções a seguir são fe i- Em pesquisas realizadas conseguiu-se o
tas com uma produtividade média de Bubalinos cruzamento e a maturação do camarão-
2.000 kg/ha. rosa do gênero Penaeus em cativeiro, es-
Utilizando-se 460.000 ha com a cul- A produção de carne no Estado do perando-se para breve a complementação
tivar IAC 80, ter-se-ia uma produtividade Amazonas não chega a atender a 25% da do ciclo, com a desova de fêmeas nessas
média de mamona em baga 200% supe- demanda interna, advindo, em conse- condições.
rior à das variedades atualmente em cul- qüência, importações maciças desse pro- Utilizando-se pós-larvas obtidas em la-
tivo. Isso proporcionaria uma produção duto para o abastecimento do mercado boratório para povoamento de três vi-
total de 920 mil toneladas que, aos preços local. veiros naturais, após 180 dias sem ne-
atuais, renderia Cr$ 34,3 bilhões e uma A criação de bubalinos é pouco ex- nhuma alimentação artif icial, o maior
produção total de óleo na ordem de 423 pressiva e está situada basicamente em rendimento físico foi obtido com a densi-
mil toneladas, no valor de US$ 354 mi- áreas inundáveis, em regime de criação dade de 16 animais/m 2 , com 1.480 kg/ha
lhões. (IAC.) extensiva. /ano, sendo que o maior rendimento eco-
Procurando soluções alternativas para nômico foi obtido quando utilizados cin-
Milheto o problema, está sendo desenvolvido um co animais/m 2 .
sistema de produção com bubalinos mes- Verif icou-se que, com a margem líqu i-
Trabalhos realizados em Serra Talhada tiços Murrah/Mediterrâneo, em áreas de da obt ida , Cr$ 1,2 milhão / ha /ano a at ivi-
(microrregião homogênea do vale do terra firme com pastagem de quicuio-da- dade pode ser considerada como boa
Pajeú) visando a produção de forragem de amazônia e puerária, tendo os animais opção de investimento, e que, em três
milheto, apresentaram produtividade aci- acesso- à represa artificial durante todo o anos de produção, o capital aplicado será
ma de 10 t/ha de matéria seca, quando es- ano. totalmente restituído. (PESAGRO-RIO .)
ta gramínea foi cultivada com uma popu-
lação de 120.000 plantas/ha. Em São
Bento do Una foi observada, em um cam-
po de demonstração a nível de produtor,
produtividade acima de 10 t/ha de massa
verde, sob condições de um severo estres-
se hídrico (58 dias de veranico), sendo
que, nestas mesmas condições, o sorgo e o
milho nada prodtJziram. (lPA.)

Os trabalhos sobre utilização do mi-


Iheto em rações para aves e suínos, como
alternativa energética, indicam a viabili-
dade deste cereal substituir 85% do mi lho
e 38, 57, 60% do farelo de soja, nas ra-
ções inicial e final de corte e postura,
respectivamente. Estes resultados poderão
ser extrapolados para suínos, determi-
nando a possibilidade do milheto substi-
tu ir, em peso, até mais de 70% das rações
balanceadas destinadas a esta espécie ani-
maI. Convém, ainda, salientar o fato de
que, embora o mi Iheto represente em Fig. 99 - Casal de camarões exóticos Penaeus monodon, que estão sendo introduzidos pela pesqui-

termos energéticos, aproximadamente, sa.


85% do valor do milho, possui teor e qua-
lidade de proteína superiores aos apre-
sentados por este cereal, como também, Os resultados preliminares obtidos são Eqüinos
mais altos teores dos oito aminoácidos promissores para a criação de bubalinos
essenciais ao consumo humano. (IPA.) em terra firme. O fornecimento de rações completas
peletizadas para eqüinos pode contribuir,
Nas condições da chapada do Araripe, O peso médio ao nascer foi de 30 e 28 de forma acentuada, sobre o custo de pro-
caracterizada por apresentar solos ácidos kg para machos e fêmeas, respect ivamen- dução, devido às fac ilidades de manuse io,
e de baixa fert ilidade, onde o sorgo e o te ; o peso médio ao desmame (8 meses) transporte e armazenamento, além de
milho apresentam produções irrisórias, o está em torno de 240 kg para machos ~ evitar. o desperdício, da ordem de 20%,
milheto destinado à produção de grãos 207 kg para fêmeas; o ganho de peso do feno quando fo rnecido nessa forma

108
nas balas, e possibilitar a incorporação às TABELA 72 - Ganho médio diário, consumo diário, conversão alimentar e coeficientes de
rações de alimentos menos palatáveis, digestibilidade por tratamento.
porém de bom valor nutritivo. A possibi-
lidade de substituir o arraçoamento tradi-
cional, isto é, o fornecimento de concen- Fatores Tratamento
trado duas vezes ao dia e do volumoso RCP AT
também duas vezes ao dia, por uma ração
completa peletizada, três vezes ao dia, foi
estudada em um experimento. Alguns Ganho médio diário (kg/animal/dia) 0,78 0,71
animais receberam uma ração completa Consumo médio diário de material seca (kg/ani'
peletizada (RCP), constituída de 60% de
mal/dia) 5,56 5,27
feno de alfafa, 34% de milho e 6% de ta-
relo de soja., enquanto que outros no Conversão alimentar (kg/ração/kg ganho) 7,34 7.74
arraçoamento tradicional (AT), recebiam Digestibil idade
os mesmos alimentos nas mesmas propor-
Matéria seca 62,89 62,47
ções, sendo o concentrado na forma fare-
lada e o feno, na de alfafa. Os resultados Proteína bruta 67,39 67.75
obtidos (Tabela 72) indicaram que não Fibra bruta 33,01 36,16
houve diferenças entre os dois métodos
Extrato etéreo 40,91 40,21
de alimentação, em nenhum dos critérios
de avaliação utilizados, indicando a possi- Extrativo não nitrogenado 80,33 80,08
bilidade de substituir plenamente o arra-
çoamento tradicional pela ração completa milho e 20% farelinho de trigo, com o piso da carreta vai a 1 rn de altura. Em
peletizada. (UEPAE São Carlcs.) aproximadamente 20% de proteína bruta, posição de carga e descarga o piso desce
Os resultados mostraram que o feno-de- para uma altura de apenas 20 em, o que
Por tradição, o arraçoamento dos plan- rhodes- pode substituir totalmente, com facilita e barateia estas operações.
téis eqüinos é baseado no trinômio milho- vantagem econômica, o feno de alfafa no (CPAC.)
aveia-alfafa, devido principalmente, à fal- arraçoamento de eqüinos em cresci-
ta de investigação científica para o desen- A cultura de alho no Brasil cobre cerca
mento, (UEPAE São Carlos.]
volvimento de soluções alternativas para de 12.000 ha, que fornecem aproxima-
substituição desses ingredientes. Com a damente 60% do consumo nacional. Para
finalidade de verificar a possibilidade de
Mecanização
sua auto-suficiência o País precisa plantar
substituir total ou parcialmente o feno mais 8.000 ha. A dificuldade maior para
de alfafa por feno-de-rhodes no arraçoa- a expansão da cultura do alho é a inexis-
Um dos maiores custos nas atividades
mento de eqüinos, executou-se um expe- aqrfcolas é o decorrente do transporte tência de uma plantadeira adequada, o
rimento onde foram comparadas rações permanente de insurnos, maquinarias, que obriga que se plante manualmente,
com feno dessas duas forrageiras. Os tra- equipamentos e produção. As tarefas de com elevado custo de mão-de-obra (cerca
tamentos utilizados foram: RI - 60% carga e descarga desses materiais já são de 350 horas/homem/hal. Graças a uma
concentrado mais 40% feno-de-rhodes; em si altamente dispendiosas em termos máquina desenvolvida pela EMBRAPA
R2 - 60% concentrado mais 20% de fe- de tempo e de energia. Em vista disso, a com quatro linhas a tração animal, este
no-de-rhodes mais 20% de feno de alfafa; EMBRAPA desenvolveu o projeto de uma tempo será reduzido para 17 horas por
R3 - 60% concentrado mais 40% feno carreta basculante rebatfvel, tracionada .hectare, Com trator. usando-se oito li-
de alfafa. O concentrado era constitu ído por trator comum e acoplada ao sistema nhas, o tempo será reduzido apenas para
de 40% torta de algodão, 40% ro lão de hidráulico deste. Em posição de tráfego, uma hora. (CPAC.)

Fig.100 -A carreta elevadora rebatfvel em posiçéo de tráfego e.. _ '" em posiçêo de carga e 'descsrqe, facilitando o transporte de implementos.

109
Com a finalidade de melhorar a efi-
ciência de esmagamento e extração da
moenda alterou-se o sistema convencio-
nai de extração de caldo a partir de col-
mos inteiros de sorgo. Começou-se a
usar colmos triturados e. após várias expe-
riências, chegou-se ao sistema mecânico
de colheita, com a utilização da colhe-
deira-forragei ra. A colhedeira corta e tri-
tura o colmo, sendo este jogado em uma
carreta bascu lante também aclopada ao
trator. Logo após, este colmo triturado é
transportado para a recepção da micro-
destilaria. de onde é levado à moenda
através de uma esteira.

Com essas alterações, a eficiência de


esmagamento da moenda, aumentou de
uma para quatro toneladas/hora. Aumen-
tou também consideravelmente a efic iên-
cia de extração, para cerca de 65% dos
açúcares contidos no colmo. Este sistema
mecânico de colhe ita facilitou substan-
cialmente as operações de transporte e
Fig. 101 - A plantadeira mecanizada de alho, a tração animal, pode significar um incremento na
abastecimento da moenda. (UEPAE Pe-
produção.
lotas.)

Normalmente, os métodos de trilha Existem vários processos que se uti- alimentação, com controle de saída do
de cereais, manual ou mecanizado, não lizam para eliminar o material indese- produto; de um ventilador de pás ac io-
proporcionam um produto final limpo, jável. Os mais comuns são pouco eficien- nado manualmente ; e de uma caixa de
em condições de ser comercializado. ~ tes e os mais sofisticados podem não es- madeira em forma inclinada, com dois
necessário que o material trilhado passe tar ao alcance de pequenos produtores. fundos falsos ligados cada um a uma
por um processo de limpeza, com o fim A abanadeira manual de cereais cons- bica, onde é feita a separação de grãos
de eliminar os fragmentos dos próprios titui uma alternativa importante para a leves e pesados. As impurezas são venti-
grãos, detritos vegetais, folhas, vagens, limpeza de grãos, em pequenas proprie- ladas e jogadas fora da máquina pela
pedaços de hastes etc. dades. É constituída de uma caixa de abertura existente na extremidade oposta
ao vent ilador.
O funcionamento se dá da seguinte
forma : os grãos com impurezas são colo-
cados na caixa alimentadora, cuja aber-
tura de saída é regulada manualmente. À
medida que saem da caixa, os grãos,
mais impurezas, passam através de uma
corrente de ar, que separa o material leve
do pesado. Os grãos caem na pr imeira ou
na segunda bica e as impurezas são con-
duzidas para a extremidade oposta do
ventilador sendo lançadas fora da máqui-
na. A velocidade do giro da polia aciona-
da pelas mãos é de 45 a 50 rotações por
minuto.

Os resultados de desempenho mos-


tram que essa abanadeira manual limpa
1.453 kg de feijão por hora eliminando
70% das impurezas, deixando o produto
final com 1,3% de impurezas em relação
ao peso de grãos. As perdaS de grãos são
desprezíveis, em torno de 0,01 %. Esta
máquina serve também para a limpeza
de outros produtos, ta is como: arroz,
Fig. 102 -A abanadeira de cereais, com acionamento manual é indicada para pequenos produtores. m ilho: soja, etc. (CNPAF .)

110
Entidades integrantes, recursos humanos e financeiros

o resultados aqui divulgados são o • UEPAT de Boa Vista IB - Instituto Biológico


fruto do trabalho desenvolvido pelas • UEPAT de Macapá IEA - Instituto de Economia Agrícola
instituições do Sistema Cooperativo de ITAL - Instituto de Tecnologia de Ali-
Pesquisa Agropecuária, a saber: Unidade Regional de Pesquisa F loresta I mentos
Centro-Sul - URPFCS IZ - Instituto de Zootecnia
CENTROS NACIONAI S DE PESQUISA
• Algodão - CNPA EMPRESAS Paraná
• Arroz e Feijão - CNPAF
• Caprinos - CNPC • Empresa de Pesquisa Agropecuária de IAPAR - Instituto Agronômico do Pa-
• Defensivos Agrícolas - CNPDA Alagoas S. A. - EPEAL raná
• Gado de Corte - CN PG C • Empresa de Pesquisa Agropecuária da
• Gado de Leite - CNPGL Bahia S. A. - EPABA
• Hortaliças - CNPH • Empresa de Pesquisa Agropecuária do Força de trabalho
• Mandioca e Fruticultura - CNPMF Ceará - EPACE
• Milho e Sorgo - CNPMS • Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Houve um significativo crescimento da
• Seringueira e Dendê - CNPSD Minas Gerais - EPAMIG
força de traba lho no Sistema Cooperat ivo
• Soja - CNPS • Empresa de Pesquisa Agropecuária do
de Pesquisa Agropecuária, com a incorpo-
• Suínos e Aves - CNPSA Rio Grande do Norte S.A. - EMPARN
ração de quase 1.500 empregados durante
• Trigo - CNPT • Empresa de Pesquisa Agropecuária do
o ano de 1982 (Tabela 73). Os grupos
Estado de Mato Grosso - EMPA-MT
ocupacionais que mais contribuíram fo -
CENTROS DE PESQUISA • Empresa de Pesquisa Agropecuária do
ram os de Apoio à Pesquisa, com um
AGROPECUÁRIA Estado do R io de Janeiro - PESAG RO
acréscimo de 896 empregados e técnico-
-RIO
científico, com 287 . O grupo Adminis-
• Cerrados - CPAC • Empresa de Pesquisa, Assistência Téc- tração Geral contribuiu com um aumento
• Trópico Semi-Árido - CPATSA nica e Extensão Rural de Mato Grosso de apenas 258 empregados.
• Trópico Úm ido - CPATU do Sul - EMPAER Quanto à distribuição relativa entre os
• Empresa Estadual de Pesquisa Agrope- diversos componentes, verifica-se que
CENTROS E SERViÇOS ESPECIAIS cuária da Paraíba S. A. - EMEPA/PB houve um decréscimo da posição da
• Empresa Capixaba de Pesquisa Agrope- EMBRAPA que teve sua participação
cuária - EMCAPA no corpo de empregados do Sistema di-
• Centro Nacional de Recursos Gené-
ticos - CENARGEN • Empresa Catarinense de Pesquisa Agro- minuída de 39% em 1981, para 37 % em
• Centro de Tecnologia Agrícola e Ali- pecuária S. A. - EMPASC 1982. As Empresas Estaduais e Programas
mentar - CT AA • Empresa Goiana de Pesquisa Agrope- I ntegrados tiveram, por sua vez, um acrés-
• Serviço Nacional de Levantamento e cuár ia - EMGOPA cimo proporcional de 1 % cada.
Conservação de Solos - SN L.cs • Empresa Maranhense de Pesquisa Agro-
• Serviço de Produção de Sementes Bá- pecuária - EMAPA
sicas - SPSB • Empresa Pernambucana de Pesquisa Recu rsos financeiros
Agropecuária - IPA
UNI DADES DE EXECUÇÃO DE A EMBRAPA contou em 1982 com
PESQUISA DE ÁMBITO ESTADUAL PROGRAMAS INTEG RADOS um volume de recursos financeiros da
OU TERRITORIAL - UEPAE ou ordem de Cr$ 43,1 milhões (Tabela 74).
R io Grande do Sul
UEPAT A quase totalidade desses recu rsos é
- Secretaria da Agricultura
orig iná r ia de três fontes : 66,9% corres-
• UEPAE de Altamira IPAGRO - Instituto de Pesquisa Agro-
ponde a recursos do Tesouro ; 16,6% tem
• UEPAE de Aracaju nômico
como origem operações de crédito exter-
• UEPAE de Bagé IPVDF - Instituto de Pesquisa Veteriná-
no; e 12,0 % de recursos próprios da Em-
• UEPAE de Bento Gonçalves ria Desidério Finamor
presa.
• UEPAE de Cáceres IPZFO - Instituto de Pesquisa Zootecnia
Esses recu rsos foram apl icados nos d i-
• UEPAE de Cascata Fernando Osório
ferentes programas desenvo lvidos pelas
• UEPAE de Corumbá IPRNRAP - Instituto de Pesquisa de Re- Instituições que integram o Sistema Coo-
• UEPAE de Dourados cursos Naturais Renováveis Ataliba Paz perativo da Pesquisa Agropecuária.
• UEPAE de Manaus IRGA - Instituto Riograndense do Arroz As informações aqu i prestadas fazem
• UEPAE de Pelotas referência apenas aos recursos oriundos
• UEPAE de Porto Velho São Paulo do Governo Federal, transferidos à pes-
• UEPAE de Rio Branco - Secretaria da Agricultu ra quisa através da EMBRAPA . A eles 50 -
• UEPAE de São Carlos IAC - Instituto Agronômi co de Campi- ' mam-se, ainda, dotações transferidas pe-
• UEPAE de Teresina nas los Governos Estaduais.

111
TABELA 73 - Força de trabalho do Sistema Cooperativo de Pesquisa Agropecuária em 31.12.82.

Apoio à Peso
Componentes do Sistema Pesqu isadores quisa Adm. Geral Total

1981 1982 1981 1982 1981 1982 1981 1982

EMBRAPA 1.576 1.597 3.340 3.319 1.948 2.009 6.864 ( 39%) 6.925 ( 37%)

Empresas Estaduais 887 953 2.635 3.042 1.661 1.853 5.183 ( 30%) 5.848 ( 31%)

Programas Integrados 963 1.163 3.177 3.687 1.253 1.258 5.401 ( 31%) 6.108 ( 32%)

Total 3.426 3.713 9.152 10.048 4.862 5.120 17.448 (100%) 18.881 (100%)

Fonte: DRH!EMBRAPA

TABELA 74- Recursos financeiros alocados à EMBRAPA em 1982.


Cr$ mil

Discriminação Valor %

1. Recurso. Pr6prios 4.896.658 11,4

2. Recursos ou Tesouro 29.124.844 67,5


- Ordinários 26.893.789 62,4
- Vinculados 1.391.451 3,2
- Programas Especiais 839.604 1,9

3. Convênios 840.208 2,0

4. Operações de Crédito 7.625.666 17,7


- Interno 489.391 1,1
- Externo 7.136.275 16,6

5. Saldo Ex, Anterior 617.740 1,4

Total 43.105.116 100,0

Fonte: DRO/EMBRAPA

112
Cronologia dos principais eventos da EMBRAPA

18.04.72 - Pela Portaria Ministerial 1974 - São criados os Centros Nacionais 04.05.77 - A EMB RAPA assume a
n9 143, foi criado um Grupo de Traba- de Pesquisa de Arroz e Feijão, Gado de Pesquisa Florestal no âmbito do Minis-
lho para estudar, avaliar e reformular a Corte, Gado de Leite, Trigo, Seringueira tério da Agricultura, através de convênio
pesquisa agropecuária a nível Federal. e Dendê, o CENARGEN - Centro Nacio- assinado com o Instituto Brasileiro de
nal de Recursos Genéticos e a Empresa Desenvolvimento Florestal - IBDF .
de Pesquisa Agropecuária de Minas
07 .12.72 - Através da Lei n9 5.851,
Gerais - EPAMIG . 1978 - Criada a Unidade Regional de
o Poder Executivo fica autorizado a
Pesquisa Florestal Centro-Sul e a Empresa
criar a Empresa Brasileira de Pesquisa
12.75 - O Ministério da Agricultura de Pesquisa Agropecuár ia da Paraíba S.A.
Agropecuária - EMBRAPA .
transfere à EMBRAPA a responsabili- EMEPA/PB.
dade pela execução do Progra ma de
28.03.73 - São aprovados os Estatutos Produção de Sementes Básicas. 20.12.79 - Criação do "Modelo Circular
da EMBRAPA através do Decreto n9 de Programação da Pesquisa", em substi -
72.020. 1975 - São criados os Centros de Pes- tuição ao Sistema de Planejamento cria-
quisa Agropecuária do Trópico Úmido, do em 1974, e com conseqüente uso da
Trópico Semi-Árido e dos Cerrados, os computação eletrônica nos controles dos
26.04.73 - Instalação solene da
Centros Nacionais de Pesquisas de Algo- projetos de pesquisa.
EMBRAPA, com posse de sua primeira
dão, Soja, Milho e Sorgo, Suínos e Aves,
Diretoria Executiva .
Caprinos, Mandioca e Fruticultura, o 1979 - Criação da Empresa de Pesquisa,
Serviço Nacional de Levantamento e Assistência Técnica e Extensão Rural de
1973 - Criação da Empresa Goiana de Conservação de Solos, o Serviço de Mato Grosso do Sul - EMPAER , da
Pesquisa Agropecuária - EMGOPA e da Produção de Sementes Básicas, e as Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Empresa Capixaba de Pesquisa Agrope- UEPAE's de Altamira, Aracaju, Bagé, Rio Grande do Norte S.A. - EMPARN ,
cuária - EMCAPA. Bento Gonçalves, Cascata, Corumbá, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Dourados, Manaus, Pelotas, Porto Ve- Alagoas S.A. - EPEAL e da Empresa
lho, Rio Branco, São Carlos e Teresina de Pesquisa Agropecuária do Estado de
01.01.74 - A EM BRAPA assume o
e a Empresa Catarinense de Pesquisa Mato Grosso - EMPA/MT.
acervo · patrimonial do DNPEA - De-
Agropecuária S.A. - EMPASC, a Em-
partamento Nacional de Pesquisa Agro-
presa Pernambucana de Pesquisa Agro- 10.81 - A EMBRAPA concede a bolsa
pecuária.
pecuária - IPA e a Empresa de Pesquisa de estudo de número 2.000 para curso
Agropecuária do Ceará - EPACE. de pós-graduação.
02.01.74 - Aprovação do Regulamento
Geral da EMBRAPA pela Deliberação 10.76 - A EMBRAPA concede a milési- 1981 - Criadó o Centro Nacional de
038/74 da Diretoria Executiva. ' ma bolsa de estudos para curso de pós- Pesquisa de Hortaliças e as UEPAT's
graduação. de Boa Vista e Macapá.

22.05.74 - A Diretoria Executiva define 1976 - Criação da Empresa de Pesquisa 1982 - Criado o Centro Nacional de
o Modelo Institucional de Execução da Agropecuária do Estado do Rio de Janei - Pesquisa de Defensivos Agrícolas e a
Pesquisa Agropecuár ia. ro - PESAGRO-RIO, da Empresa Mara- UEPAE de Cáceres.
nhense de Pesquisa Agropecuária
11.06.74 - Foi instituído o "Sistema de EMAPA e da Empresa de Pesquisa Agro- 26.04.83 - A EMBRAPA comemora
Planejamento da EMB RAPA". pecuária da Bahia S.A. - EPABA. Qseu décimo aniversário.

113
Créditos fotográficos

Nome Figuras

Antonio Silva F9 70
Arnaldo de Carvalho Jr. 3,8,9,11 ,1 7,
20,27,37,38 e
86
Flávio Popinigis 18 e 19
Márcio Barros 10,14, 16, 21 e
34
CNPAF 40,51 e 102
CNPGC 81 e 94
CNPGL 15e 82
CNPMF 47, 48,62 e 66
CNPMS 35,36,67,68 e
69
CNPS 23, 24,25,26 e
71
CNPSA 79 e 85
CNPT 39
CPAC 64,76,100 e
101
CPATSA 30, 31, 32, 33, 46,
53, 58, 80 e 96
CPATU 28,29, 60,87,
95 e 97
UfB . Gonçalves 77 e 78
UfCascata 54, 56 e 61
UfRio Branco 45 e 92
UEPAT Boa Vista 44,49,50 e 74
URPFCS 52
EMBRAPA 1e5
EPABA 73
EPAMIG 12 e 13
EMPARN 99
PESAGRO 41, 43, 83 e 91
EMPAER 57
EMPASC 22, 55, 59 e 93
EMGOPA 63 e 72
IAPAR 42,75 e 90
IAC 65 e 98
ITAL 88 e 89

Foto da última capa I

Os levantamentos de solos são indispensá-


veis para se obter uma visão abrangente da po-
tencialidade das terras, sua distribuição e
quantificação, além de proporcionarem ele-
mentos básicos essenciais para o planejamen-
to de pesquisas agrícolas, pastoris e florestais .
Fornecem dados para atividades conservacio-
nistas, zoneamento de culturas, seleção de
áreas para abertura de novas zonas agr(colas,
de núcleos coloniais e de estações experimen-
tais , para extrapolar resultados de pesquisa ,
para aval iar financiamentos e desapropria-
ções, para planejamento de trabalhos de en-
genharia e de obras sanitárias, além de uma
série de outras atividades. Coroando vários
anos de pesqu isas pedológicas, foi lançada,
recentemente, a Carta de Solos do Brasil,
(foto) , na escala de 1: 5.000.000 de inesti-
mável valia para os objetivos enumerados.
(Foto Arnaldo de Carvalho Jr.l

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