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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA- CAMPUS VI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS-CCHE


CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS-CC

Disciplina: Teoria da Contabilidade II


Professor: Ismael Gomes Barreto
Aluna: Cíntia Rachael Freitas de Almeida Brito

Teoria do Agenciamento na Contabilidade: a contabilidade e o


processo de comunicação.

A temática abordada no artigo científico do autor Josué Brisola é a


Teoria do Agenciamento, a partir dos seus aspectos relevantes, como os
relacionamentos e interações que ocorrem no ambiente empresarial. Para o
autor o ambiente empresarial é um conjunto de indivíduos que agem por
interesse próprios, mas notam que seu destino depende da sobrevivência e
manutenção das equipes ao longo do tempo, na acirrada concorrência
imposta pelo mercado.
A fim de definir o que seria a Teoria do agenciamento, Josué utilizou
como embasamento teórico a visão de alguns autores, no intuito de formar
uma opinião fundamentada. Assim, na sua concepção o agenciamento
enfatiza a relação proprietário-administrador, sendo uma teoria que abrange
todos os relacionamentos presentes no ambiente empresarial ou fora dele,
incluindo duas ou mais empresas envolvidas num relacionamento do tipo
principal-agente, que estão em busca de objetivos comuns.
A teoria coloca diante de uma situação genérica em que se atribui o
prêmio ou resultado das ações conjuntas ao principal. O autor utiliza da
perspectiva de autores como Hendriksen e Van Breda, os quais defendem
que o principal detém de prerrogativas importantes como: avaliador de
informação; além de exercer a opção de escolha do sistema de informação.
Já o agente, é considerado o subordinado ao principal, com a função de
solucionar os problemas a favor do principal, recebendo uma recompensa
pecuniária.
Outro artigo científico que também fala da teoria, a define a partir dos
autores, Jensen e Smith (1985), os quais acrescentaram que a relação de
agência é um contrato no qual o principal encarrega o agente de tomar
decisões em seu benefício, envolvendo a delegação da autoridade ao
agente. Segundo Jensen e Murphy (1990), a relação de agência mais
comum na literatura é aquela que se estabelece entre o CEO (agente) e os
acionistas (principal). Então, como percebemos a definição são bem
parecida, apenas eles acrescentam quem seria o agente e o principal.
O artigo de Josué encontra-se bem estruturado, pois o autor depois de
definir o que seria o agenciamento, dividiu em capítulos o seu
embasamento teórico a fim de tornar a pesquisa mais compreensível. Ele
pontua a Teoria da Escolha como um fator que impactar diretamente na
Teoria do Agenciamento, pois envolvem ações disponíveis aos indivíduos,
os resultados e consequências das ações, e as funções de preferência ou
utilidade. Em outro capítulo é explanado o papel da contabilidade no
contexto do agenciamento, trazendo sua contribuição na regulação dos
contratos e acordos estabelecidos e, ainda, como suporte às decisões que
serão tomadas pelas partes envolvidas.
Dessa forma, a contabilidade atende a dois momentos do agenciamento:
o pré-decisório e o pós-decisório. Onde no pré-desisório ela fornece
informações que agregam valor as decisões tomadas, como medir o grau
de redução de incerteza nas decisões, seja na minimização de riscos e
maximização de retorno em benefício das partes. No que se refere ao pós-
decisório, a contabilidade serve como custódia, garantindo às partes
interessadas a evidenciação do uso dos recursos para consecução dos
objetivos propostos e o retorno esperado de acordo com os contratos
vigentes.
O artigo ainda relata a importância da informação contábil para a tomada
de decisão, visto que seu uso depende de vários fatores, podendo ser
intrínsecos e extrínsecos. Outro aspecto relevante do trabalho é a ética na
teoria do agenciamento, pois por estudar os relacionamentos humanos, o
que estar intrinsicamente ligado à ética, um enfoque baseado na ética, teria
muito a contribuir para essa teoria. Principalmente, no que tange à
minimização de conflitos, refletindo na maximização ou otimização dos
resultados empresariais, resultando na qualidade de vida das pessoas e da
humanidade.
Várias ferramentas de contabilidade de gestão podem ser entendidas
como sistemas de monitorização, avaliação e incentivos para mitigar o
problema de agência. De entre as estratégias de monitorização internas das
empresas para mitigar o problema de agência, Wickramasinghe e
Alawattage (2007) destacaram os sistemas de avaliação de desempenho.
Neely, Gregory e Platts (2005) definiram a avaliação de desempenho como
o processo de quantificar a eficiência e eficácia da ação. A avaliação de
desempenho aplica-se tanto a indivíduos como a organizações (Burke &
Litwin, 1992) e é, geralmente, operacionalizada por indicadores de
desempenho objetivos (Indjejikian & Nanda, 2002). Neely et al. (2005)
definiram indicador de desempenho como o indicador de quantificação
utilizado para mensurar a eficiência e/ou a eficácia de uma ação. Murphy
(2001) referiu que os indicadores de desempenho surgiram da necessidade
de criar incentivos e, ao mesmo tempo, estabelecer níveis de remuneração
competitivos.
Vale acrescentar a concepção de alguns autores, abordados em outro
artigo cientifico que criticam alguns pontos da Teoria do Agenciamento.
Nilakant e Rao (1994), citando Perrow (1986), referiram que a teoria da
agência negligencia os abusos por parte do principal, desvaloriza temas
como o domínio e a autoridade e exagera na prevalência do comportamento
de interesse próprio, negligenciando outros tipos de comportamento.
Segundo os autores, a teoria também falha em analisar como determinados
aspetos, como a margem organizacional e as políticas de promoção, que
têm em conta a duração dos contratos, podem reduzir o efeito da seleção
adversa e do risco moral. No mesmo sentido, Broadbent et al. (1996)
criticaram a desconsideração, pela teoria, da importância das relações de
longo prazo e da confiança que podem induzir o agente a atuar,
espontaneamente, no interesse do principal, em vez de responder a
obrigações contratuais e a sistemas de incentivos.
Cohen e Holder-Webb (2006) criticaram o pressuposto comportamental
da racionalidade da teoria da agência, referindo que esse pressuposto se
confunde com a maximização do interesse próprio. Os autores
argumentaram que mesmo um indivíduo que procure maximizar o seu
interesse tem muitas razões para decidir de forma diferente, sendo os
indivíduos guiados, em parte, pelos interesses societários. Além disso, a
teoria ignora que a prossecução do interesse próprio possa ser limitada pela
ética e valores sociais do indivíduo.
Todavia, podemos concluir que o autor Josué Brisola buscou todas as
ferramentas possíveis que influenciam na Teoria do Agenciamento, além de
conceitua-la de forma detalhada com a visão de diferentes autores e,
levando como foco principal o papel da contabilidade dentro do
agenciamento. Nesse sentido, a organização empresarial é o campo de
atuação da teoria, a qual estuda e busca compreender as relações no
ambiente de trabalho entre o principal e o agente sob diferentes aspectos e
situações, no objetivo de otimizar decisões e maximizar resultados.
Logo, a contabilidade é a peça fundamental para atingir o objetivo, pois
apresenta a informação como instrumento ou recurso indispensável nas
relações de agenciamento. Informações essas que atuam como
minimizadores de conflitos nas relações, pois evidenciam e comunicam
fatos relativos a fenômenos organizacionais de interesse de todos os
envolvidos no âmbito empresarial.
Ademais, podemos concluir que o agenciamento surge e se concretiza a
partir de fatores que o influenciam, como vimos no decorrer do estudo. E a
contabilidade passa a desempenhar um papel primordial nesse contexto,
atuando como fator decisório a fim de que as empresas atinjam seus
objetivos.

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Referências

AECA. Disponível em: 41b.pdf (aeca1.org). Acesso em: Julho de 2021.

Google Drive. Disponível em: TEORIA DA AGENCIA.pdf - Google Drive.


Acesso em: Julho de 2021.

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