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Aula 1 - Direito e Sociedade

Homem: ser gregário


• A Vida em Sociedade
• As Necessidades, os Conflitos e a Normatização (Direito Positivo)
• Escolas e o Nascimento do Direito.

Classificação do Direito:
- Direito Positivo: é o direito escrito.
- Direito Objetivo: são as normas de conduta que todos devem observar.
- Direito Subjetivo: prerrogativa conferida e disciplinada pelo direito objetivo.

Direito na Sociedade:
• Presença do Direito no Cotidiano
• Funções do Direito- prevenir e compor conflitos
• Instrumentos de Controle Social (Direito, Moral, Religião e Regras de Trato
Social)

Fontes do Direito: Origens da Norma Jurídica


Fontes - Materiais e Formais
Materiais: histórica, politica, econômica, religiosa.

Formais:
• Lei e Jurisprudência
• Analogia, costumes, princípios gerais do Direito

Características da Norma
• Generalidade;
• Abstração
• Imperatividade
• Coercibilidade

Classificação da Norma:
• Cogentes ou dispositivas;
• Federais, Estaduais ou Municipais

Fato Jurídico:
• Fato Jurídico é todo fato capaz de produzir efeitos na ordem jurídica, de modo
que dele se originem e se extingam direitos.
• Negócio Jurídico (art. 104, CC): requisitos

Pessoa Jurídica: art. 45, CC


• Relação Jurídica e suas espécies:
• Elementos: sujeitos, objeto, fato jurídico e garantia
• Espécies: simples e complexas
• Conceito de relação jurídica

No plano objetivo toda relação social disciplinada pelo Direito, no plano subjetivo, como
vínculo entre dois ou mais indivíduos, dotado de obrigatoriedade.
O conjunto de regras jurídicas em vigor num determinado país, é chamado de?
a) Direito Normal
b) Direito Público
c) Direito Privado
d) Direito Positivo

A possibilidade ou a faculdade que cada um tem de agir dentro das regras da lei é
indicada pelo?
a) Direito objetivo
b) Direito Subjetivo
c) Direito Comercial
d) Direito Publico

A interpretação da lei, feita pelos juízes e tribunais nas suas decisões, é chamada de?
a) Lei
b) Jurisprudência
c) Costume
d) Doutrina

Aula 2- A organização do Estado e os Fundamentos da Constituição Federal


Os Ramos do Direito e a Relação Jurídica
• Direito Público e Direito Privado
• Relação Jurídica: Quanto ao conteúdo e forma

Conteúdo
prevalece o interesse geral - o Direito é Público.
prevalece o interesse particular - o Direito é Privado.

Forma
Se a relação é de coordenação, trata-se geralmente, de Direito Privado.
Se a relação é subordinação, trata-se, geralmente, de Direito Público.

Elementos do Estado
• Território-solo
• População/Povo- conteúdo humano
• Governo Soberano- personalidade internacional, poder máximo em seu
território.
Conceito de Estado
Associação de homens que vivem num território próprio, politicamente organizado e
sob um governo soberano.

Poder Constituinte Originário


É a expressão da soberania e é o poder que precede a existência da constituição para
que a institua nascendo, então, uma nova ordem constitucional.

Poder Constituinte Derivado


Tem a função de atualizar através de processo legislativo o texto constitucional.

O Direito constitucional e a Constituição


Direito Constitucional: - responsável pelo estudo da organização do Estado
Constituição: -É a lei maior de um Estado, sendo superior a todas as leis.

A Constituição e sua estrutura


- Aborda a maneira como o poder será exercido e em que momento. É quem organiza
politicamente o Estado

Finalidades da Constituição
a) organizar o Estado;
b) limitar os poderes do Estado em face das pessoas e dos grupos intermediários;
c) definir as diretrizes da vida econômica e social; 

Organização e estrutura do Estado

Preâmbulo da Constituição
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte
para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos
sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de
Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.

Dos Princípios Fundamentais


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.
Composição dos poderes - executivo, legislativo e judiciário.

Divisão Orgânica do Poder- tripartição dos poderes


Aristóteles: funções distintas, poder soberano.
Montesquieu: órgãos distintos, autônomos e independentes.

Função típica e atípica dos poderes


Legislativo: legislar e fiscalizar e natureza executiva – concedendo férias, licenças de
seus servidores.
Executivo: praticas de ato de chefia e função legislativa editando Medida provisória.
Judiciário: função jurisdicional e executiva concedendo licenças e férias.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Princípios das Relações Internacionais


Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações

O Direito composto completamente ou ainda em grande parte por normas de ordem


privada, é o?
a) Direito Subjetivo
b) Direito Natural
c) Direito Público
d) Direito Privado

O direito que regula a transmissão dos bens dos falecidos, é o:


a) Direito comercial
b) Direito do trabalho
c) Direito público
d) Direito das sucessões

A norma de maior importância, é o (a):


a) Decreto
b) Lei ordinária
c) Constituição
d) Lei complementar

A norma formulada diretamente pelo Poder Legislativo é:


a) Jurisprudência.
b) Costume.
c) Doutrina.
d) Lei.

Às leis constitucionais que modificam parcialmente a Constituição chamamos:


a) Lei Suplementar
b) Lei Posterior.
c) Lei Complementar.
d) Emenda Constitucional.

Aula 3 - Direitos Fundamentais e Garantias Constitucionais


DIREITOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
• Historicidade dos Direitos Fundamentais - REMONTA DA GRECIA ANTIGA –
Processo de Evolução Culminado sua Positivação pelas Ideias Elaboradas com a
Revolução Francesa e Americana - SURGIMENTO DO CONSTITUCIONALISMO-
POSITIVAÇÃO PARA DAR SEGURANÇA. Natureza principiológica ( valores /
fundamentos éticos ) - variação da escola jusnaturalista divina e racional.
• O ESTADO LIBERAL- A classe burguesa detinha o poder econômico, e o poder
político estava sob o domínio da realeza e da nobreza. Os capitalistas em
ascensão com liberdade para ditar a economia através da prática da auto-
regulação do mercado.

O Estado Social
• O ESTADO SOCIAL (Welfare State )- 1ª Guerra Mundial Falência do Estado
Liberal ( crise de 1929 ).
• Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e
econômica do país.
• Desde seu nascimento até sua morte, a um conjunto de bens e serviços que
deveriam ter seu fornecimento garantido seja diretamente através do Estado ou
indiretamente, mediante seu poder de regulamentação sobre a sociedade civil.
Esses direitos incluiriam a educação em todos os níveis, a assistência médica
gratuita, o auxílio ao desempregado, a garantia de uma renda mínima, recursos
adicionais para a criação dos filhos, etc

CLASSICA DIVISÃO DOS DIREITOS HUMANOS 1ª a 4ª GERAÇÕES/DIMENSÕES –


MOMENTO HISTÓRICOIDEOLOGICO
1ª Geração: referem-se basicamente ao direito de liberdade (de ir e vir, de religião, de
ideologia, entre outros), direito de igualdade, direito à vida e direito à segurança.
2ªGeração ou Direitos Sociais: principal motivo Revolução Industrial, ASCENÇÃO do
capitalismo. Crescimento da classe trabalhadora(proletariado) em contraposição a
burguesia donos dos meios de produção minoria. Marcado pelas grandes desigualdades
sociais ( trabalho ). A partir do Século XX, os Estados Nacionais passaram a interferir nas
relações sociais, regulamentando as questões trabalhistas
3ª Geração: "o mais importante deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o
direito de viver num ambiente não poluído Um exemplo de norma internacional
correspondente é o Protocolo de Quioto (propõe através de um calendário que os
países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão
de gases do efeito estufa.)
4ª Geração: avanços no campo científico e tecnológica e a sua relação com a "vida" são
principais efeitos da pesquisa biológica, patrimônio genético de cada indivíduo".
Discussão - para outros estaria relacionada à pluralidade ex. sufrágio; Estado
Democrático de Direito. Democracia,(Informação, Pluralismo Político ideológico,
cultural).

A Constituição e a Nova Ordem


Direitos e Garantias Fundamentais do indivíduo, 1988 foi marcado pela mudança de
regime da Ditadura para um Estado Democrático de Direito.
Reflexo do anseio da sociedade Constituição da República Federativa do Brasil em seu
artigo 5º limitou o poder do Estado diante do indivíduo, declarando direitos e
assegurando o seu exercício.

O Direito constitucional e a Constituição


Artigo 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta


Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional; ( imprensa )
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XXII - é garantido o direito de propriedade; (é o direito de usar, gozar, usufruir e dispor
de um determinado bem, e de reavê-lo, de quem quer que injustamente o esteja
possuindo )
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder; (finalidade é a obtenção de informações junto à autoridade para que
esta tome, se necessárias, as providências cabíveis sobre o assunto informado- Poder
Público qualquer órgão ou instituição pública do Estado de Direito, na esfera do Poder
Executivo, Legislativo ou Judiciário ou em outros órgãos da Administração direta e
indireta).
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal; (a existência de legitimo
interesse;ausência de sigilo;existência de atos certificáveis)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito

GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder;
Espécies de habeas corpus:
- Preventivo - quando o paciente estiver sob ameaça de violência ou coação ilegal. Nesta
modalidade cabe esclarecer que o paciente será aquele a quem o habeas corpus se
destina e isto pode ser diferente de quem o está impetrando.
- Liberatório ou liberativo ou repressivo – quando a violência ou a coação ilegal já
tiver sido praticada.
- Exemplos:
- Quando houver a prisão sem justa causa;
- Estar preso e já ter cumprido a pena.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
O pressuposto para a ação é não haver regulamentação sobre o direito
constitucionalmente garantido. Cabe exclusivamente contra o poder público, pois tem
que haver omissão deste em relação a legislar sobre esse direito.
O mandado de injunção é declaratório e mandamental. Declaratório porque reconhece a
omissão e mandamental porque o julgador manda a quem tem competência legislar
sobre o assunto, regulamentando-o.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
O pressuposto para a ação é não haver regulamentação sobre o direito
constitucionalmente garantido. Cabe exclusivamente contra o poder público, pois tem
que haver omissão deste em relação a legislar sobre esse direito.
O mandado de injunção é declaratório e mandamental. Declaratório porque reconhece a
omissão e mandamental porque o julgador manda a quem tem competência legislar
sobre o assunto, regulamentando-o.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
"a) condição de eleitor, isto é, que o autor seja cidadão brasileiro, no gozo dos seus
direitos cívicos e políticos;
"b) ilegalidade ou ilegitimidade, "vale dizer, que o ato seja contrário ao direito por
infringir as normas específicas que regem sua prática ou se desviar dos princípios gerais
que norteiam a Administração Pública"
"c) lesividade, isto é, há necessidade de que o ato ou a omissão administrativa
desfalquem o erário ou prejudiquem a Administração, ou que ofendam bens ou valores
artísticos, cívicos, culturais, ambientais ou históricos da comunidade.
 
TÍTULO II
CAPÍTULO I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS – art. 5º;
II – DOS DIREITOS SOCIAIS – art. 6º ao 11;
III –DA NACIONALIDADE – art. 12 e 13;
IV – DOS DIREITOS POLÍTICOS – art. 14 ao 16;
V – DOS PARTIDOS POLÍTICOS – art. 17
PERGUNTA: TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ESTÃO ELENCADOS NO ARTIGO 5º
DA CRFB/88? ESTÃO TODOS ELES NO TÍTULO II?

Comentários ao Artigo 5º da Constituição

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros


decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
DIREITOS FUNDAMENTAIS FORMAL E MATERIAL
FORMAL –ARTIGO .5º DA CRFB/88
MATERIAL-EXEMPLO: Direito do contribuinte à vedação de tributo com efeito de
confisco, conforme art. 150, IV da CRFB/88.
(limitação constitucional ao Poder de Tributar - desrespeito a capacidade contributiva
do cidadão, retirando a totalidade ou parcela considerável da renda ou do patrimônio )

FORMAS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS


MEDIAÇÃO- o mediador visa restabelecer o diálogo entre as partes.
Está voltado para a relação entre os envolvidos. Na mediação, quem decide são as partes
envolvidas na disputa.
CONCILIAÇÃO- as partes já se polarizaram sobre a questão, há a identificação clara do
problema que deve ser resolvido. A solução do conflito é o objetivo do conciliador, ele
busca os termos de como será cumprido o acordo
ARBITRAGEM surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a
questão. Trata-se de um procedimento de natureza contenciosa e informal. O árbitro
decide a controvérsia, um especialista sobre o tema avalia a situação e profere sua
decisão. Em geral, o árbitro é eleito pelas partes ou indicado pela câmara arbitral porque
tem um grande conhecimento sobre o assunto tratado
Já há um direcionamento. Lei 9307/96

Aula 4 - Direito de Família


Conceito Direito de Família
• Ramo do direito civil disciplina as relações jurídicas entre pessoas que estão
ligadas pelo parentesco ( filiação ), matrimonio ou ainda pela união estável.
• Pilares do Direito de Família: o casamento, a união estável e a filiação.
• Todas as normas de direito de família são cogentes, imperativas, de ordem
publica não podem ser afastadas pela vontade das partes.

Formas de Família expressas na CRFB/88


-Família matrimonial -constituída com o casamento civil válido;
-Família monoparental- formada por um dos genitores e a prole;
-Família Informal/ União Estável- homem e mulher, convivência publica de forma
continua e duradora, com objetivo de constituir família.
- OBSERVAÇÃO:A CRFB/88 prevê a proteção da família considerando-a base da
sociedade é de se entender que qualquer forma de constituição de família que
não contrarie ordem pública, moral e bons costumes, merece igual proteção e,
por isso, o caput do art. 226, CF, deve ser entendido como uma cláusula geral de
inclusão, de interpretação extensiva, abrangendo outras formas de constituição
de família como, por exemplo, a família homoafetiva –mesmo sexo- \principio
da dignidade da pessoa humana
- Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado
- A proteção da família é obrigação do Estado através da elaboração de políticas
públicas que amparem o desempenho de suas funções.

Funções da Família
- Procriativa – gerar filhos, garantindo a expansão e a preservação da espécie
humana. Fundada nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, a Constituição Federal considera o planejamento
familiar uma livre decisão do casal.
- Educativa – dever dos pais de prestar ensinamentos aos filhos, transmitindo-
lhes os fundamentos da vida em sociedade.
-Emocional – define como o equilíbrio psicológico proporcionado ao indivíduo mediante
o clima de amor que deve existir entre o marido e mulher, transmitindo-se dos pais para
os filhos.
- Econômica –trabalho dos pais garantido a subsistência digna, cabendo ao Estado
proteger solidariamente a família.
- Igualdade jurídica dos filhos – A Constituição de 1988 acabou com a distinção entre os
filhos naturais e adotivos, assegurando que eles terão os mesmos direitos e
qualificações, bem como vedou qualquer tratamento discriminatório (art. 227, § 6º).
-Da Solidariedade Familiar (arts. 3, I, 226, 227, 229 e 230, CRFB/88) importa no dever de
socorro, proteção, assistência e alimentos para garantir uma vida digna e o pleno
desenvolvimento da pessoa e de sua personalidade

Casamento
• Art.1511 do CC -O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges
• É  um ato solene e a sua celebração antecede algumas  formalidades
preliminares, num procedimento próprio, definido processo de habilitação do
casamento, perante o oficial do Cartório de Registro Civil.

Formalidades Preliminares
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os
nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com
os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato
judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los
e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de
seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de
anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.

• idade para o casamento


• Art.1517 CC- equiparou a capacidade para o casamento entre homem e mulher,
fixando a idade núbil em 16 (dezesseis) anos.

• Art. 1518 CC- Os menores de dezoito anos necessitam para o casamento


autorização de ambos os pais ou de seus representantes legais que pode ser
revogada até a celebração

• OBSERVAÇÃO: A negativa injusta autoriza o suprimento judicial do


consentimento (arts. 1.517, parágrafo único; 1.519 e 1631, parágrafo único, CC).

• Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não


alcançou a idade núbil (art. 1517) caso de gravidez

Fase final da Documentação


Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se
afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os
nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.

Há exceção a essa regra?

Art.1527 Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência,


poderá dispensar a publicação.

Hipóteses- situações de urgência: a moléstia grave de um dos nubentes que


está prestes a morrer; a necessidade de viagem inadiável; etc

Obs: a certidão terá validade de 90 dias.

Qual o momento da realização do casamento? Que tipo de casamento está apto a


produzir efeitos jurídicos? O casamento religioso ele produz efeitos?

ART.226 §1º DA CRFB/88 o casamento é civil e gratuita a celebração.

O casamento devidamente registrado ( civil ) produz efeitos. Retroagindo á data da


celebração.

Religioso também produz efeitos desde que haja habilitação anterior ou posterior.

Art.1514 CC- O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher


manifestam perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vinculo conjugal e o juiz os
declara casados.

Deveres do Casamento
Artigo 1.566
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Demonstra qual deve ser a intenção dos cônjuges- estabelecer em sua convivência uma
colaboração mútua e voluntária com a mesma finalidade desenvolvendo suas
personalidades

Regime de Bens
São normas que regulamentam os interesses econômicos dos cônjuges durante o
casamento
O Código Civil prevê  quatro tipos de regime de bens:
-Comunhão parcial
-Comunhão universal
-Da participação final nos aquestos
-Separação de bens
Pacto Antenupcial- ajuste de vontades ( contrato )deve ser celebrado por escritura
publica condicionado a celebração do casamento ( art.1653 e 1654 CC )
Deve ser registrado posteriormente no RI para dar publicidade.
Comunhão Parcial art. 1658 CC- Comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na
constância do casamento” (somente farão parte os bens havidos ao longo do enlace
matrimonial)
Art. 1659CC-são excluídos da comunhão, no Regime da Comunhão Parcial de Bens, os
seguintes:
– os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em
sub-rogação aos bens particulares;
III – as obrigações anteriores ao casamento;
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.".

Comunhão Universal- se comunicam os bens anteriores e os que vieram a adquirir,


exceto os bens doados, herdados com clausula de incomunicabilidade.
Não se comunicam as dividas anteriores, salvo as que forem realizadas como
preparativos para o casamento.
Separação de bens- ( absoluta ou relativa )
Absoluta- nada se comunica, nem antes nem depois, inclusive frutos e rendimentos
Relativa –bens havidos antes não se comunicam só os adquiridos depois.

União Estável
- Art. 1.723. CC - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e
a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com
o objetivo de constituição de família.
- A união estável nasce da convivência, do desejo de estabelecer uma vida em comum
com características de família. Assim como o casamento, a união estável é merecedora
de tutela do Estado, regulada pelo Código Civil nos artigos 1723 a 1726
-Não pode haver impedimento matrimonial, exceto se um deles for casado mais
separado de fato.
-União Estável Homoafetiva– Ação Direta de Inconstitucionalidade 4277

-Ampliou o conceito de união estável para “nele incluir toda relação pública duradoura e
contínua com o intuito de constituir família, independente de sexo ou opção sexual do
casal”.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de
lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Em regra obedece quanto aos bens o regime da comunhão parcial de bens, salvo se
houver contrato escrito.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos
companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar,
constituem concubinato.

Formas de Dissolução da Sociedade Conjugal


Art. 1.571, §1º. CC São causas de dissolução do vínculo matrimonial–– morte (real ou
presumida) e divórcio.
-O casamento só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divorcio.
 Morte -Põe fim a personalidade jurídica.
Real- causas naturais ou acidentais.
Presumida art.7º do CC- hipóteses.

Divórcio
A Constituição Federal de 1988 determinava no art. 226, §6º, CC (repetido pelo art.
1.580, CC): um ano de separação judicial para o divórcio conversão e dois anos de
separação de fato para o divórcio direto
São modalidades de divórcio no Brasil:
a) Divórcio direto: decorre de pedido judicial ou extrajudicial de um (litigioso) ou
de ambos (consensual) os cônjuges, independente de decurso de prazo.
b) Conversão em divórcio: decorre de pedido judicial ou extrajudicial de um (litigioso)
ou de ambos (consensual) os cônjuges que já se encontram separados judicial ou
administrativamente.
c) Divórcio extrajudicial – Lei 11.441/07 – o divórcio extrajudicial foi introduzido pela Lei
n. 11.441/07 que acrescentou o art. 1.124-A ao CPC e visou simplificar o procedimento
para os cônjuges que pretendiam dissolver a sociedade de comum acordo, dispensando-
se a intervenção direta do Estado.
Há discussão a respeito da permanência da separação no ordenamento, pela entrada em
vigor da EC 66.
EC n. 66/10
A Emenda Constitucional n. 66 de 2010 alterou o artigo 226, §6º, da CF, que passou a ter
a seguinte redação: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”, revogando,
segundo entendimento majoritário, o instituto da separação.
A redação anterior dizia: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após
prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei ou comprovada
separação de fato por mais de dois anos,” ou seja, a norma constitucional determinava
condições para a propositura do divórcio.
Aula 5- Poder Familiar, Proteção dos menores, incapazes e da Mulher     
Poder Familiar
• É um conjunto de direitos e deveres em relação à pessoa e aos filhos menores e
não emancipados, com a finalidade de propiciar o desenvolvimento integral da
sua personalidade.
Quais os deveres dos pais?
• são os deveres de assistência, auxílio e respeito mútuo, e se estendem até a
maioridade ser adquirida de várias maneiras e muda conforme a legislação
vigente em cada país.
-A quem se dirige o Poder Familiar?

aos pais, sejam eles biológicos ou através da família substituta, ou ainda da família
socioafetiva.

-Qual a responsabilidade dos Pais?


zelo para com seus filhos incluindo a administração dos bens dos menores, alimentos,
sustento , educação.
-A quem compete o Poder Familiar?
Segundo a nossa legislação em vigor, o exercício do poder familiar compete a ambos os
pais.

OBSERVAÇÕES
-Tanto no casamento quanto na união estável- compete a ambos na falta de algum
compete ao outro com exclusividade.
-divergência entre os pais possibilidade de recorrer ao judiciário (juiz ).

COM QUEM FICAM OS FILHOS NA HIPOTESE DE SEPARAÇÃO?


com aquele que possuir melhores condições.
O que significa isso?
Não estamos nos referindo unicamente a questão financeira, mas sim de propiciar
condições em sentido amplo.
( a separação ocorre em relação ao casal e não em relação aos filhos )
O que é  suspensão do poder familiar?
Por que ocorre?
Por ordem judicial se priva um ou ambos os pais, temporariamente, do exercício (total
ou parcial) do poder familiar, em benefício do filho a quem poderá ser nomeado curador
especial. 
art. 1.637, CC.- Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o
Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor
e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.

O que seria deixar o filho em abandono?


É deixar o filho em perigo, presume-se o perigo, o abandono material e o abandono do
incapaz que são crimes.
E ainda, a prática de atos contrários a moral, como por exemplo o abuso sexual.

Extingue-se o poder familiar:


Art. 1.635 CC
I - pela morte dos pais ou do filho;
II - pela emancipação
III - pela maioridade;
IV - pela adoção;

Perda ou Destituição do Poder Familiar


A perda ou a destituição do poder familiar pode ser  em relação aos pais ou a própria
criança ou adolescente e quando se chega a essa condição não tenham duvidas  que a
situação é critica.
Trata-se de uma medida de caráter irrevogável, pois será declarada por sentença e
após o trânsito em julgado, se efetivamente os pais perderem ou forem destituídos do
poder familiar, estes não possuem qualquer vinculo  sobre àquela criança ou
adolescente.

PERDA DO PODER FAMILIAR


Medida visa evitar os maus-tratos: físicos e psicológicos, qualquer tipo de crime
praticado contra o filho. Um castigo imoderado seja ele psicológico, seja ele físico,
irá gerar maus tratos; que por ser genérico, pode ser físico, psicológico, lesão corporal,
cárcere privado, etc
MINISTÉRIO PUBLICO- atua como fiscal da lei, se realmente estão sendo respeitados os
direitos aqui no caso do menor

Art. 1.638 CC Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III -praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente ( 1637 )
 
exemplOs: vendA de DOCES, alugUEL DE crianças para um adulto mendigar com elas
ETC...
O que seria deixar o filho em abandono?
Deixar o filho em abandono é deixar o filho em perigo, presume-se o perigo, o abandono
material e o abandono do incapaz que são crimes.
E ainda, a prática de atos contrários a moral, como por exemplo o abuso sexual.

Conceito de Tutela
É  o poder conferido a uma pessoa capaz, por meio de uma decisão judicial, para reger a
pessoa de um incapaz e  administrar seus bens.
É um encargo
Quem pode ser colocado sob tutela?
1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
Visa suprir o poder familiar.

Tipos de Tutela
Testamentária ,Legítima e Dativa
Testamentária-
Art.1729 CC- O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro
documento autêntico.
Validade do ato
Através de documento autentico e desde no momento da elaboração do documento
exerciam o poder familiar ( art. 1730 CC )

Legítima-
ART 1731 CC- Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes
consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto;
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e,
no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá
entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor.
DATIVA
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário
ATOS DO TUTOR
SEM NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL- EXEMPLO : ART. 1747 CC
I - representar o menor, até os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após
essa idade, nos atos em que for parte;
II - receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele devidas;
III - fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as de administração,
conservação e melhoramentos de seus bens;

COM NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL-


EXEMPLO : ART. 1748 CC
I - pagar as dívidas do menor;
II - aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com encargos;
III - transigir;
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos casos em
que for permitido;
V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligências a
bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.

NEM COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL-


EXEMPLO: ART. 1749 CC- Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena
de nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis
ou imóveis pertencentes ao menor;
II - dispor dos bens do menor a Título gratuito;
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.

HIPOTESES DE CESSAÇÃO DA TUTELA


ART. 1763 CC-MAIORIDADE, RECONHECIMENTO DO PAI EMANCIPAÇÃO E ADOÇÃO
EXISTE UM PRAZO PARA A TUTELA ?
Art. 1765 CC- O prazo será de até dois anos
PARÁGRAFO ÚNICO -podendo ser prorrogada

Pode haver escusa da tutela?


ART. 1736 CC
I - mulheres casadas;
II - maiores de sessenta anos;
III- aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de três filhos;
IV - os impossibilitados por enfermidade;
V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;
VI - aqueles que já exercerem tutela ou curatela;
VII - militares em serviço..
CURATELA
Art. 1767 CC Estão sujeitos a curatela:
I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para os atos da vida civil;
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;
III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;
V - os pródigos.

QUEM DEVE PROMOVER A INTERDIÇÃO?


Art. 1.768 A interdição deve ser promovida:
I - pelos pais ou tutores;
II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente;
III - pelo Ministério Público.
Art. 1.769. O Ministério Público só promoverá interdição:
I - em caso de doença mental grave;
II - se não existir ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas nos
incisos I e II do artigo antecedente;
III - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas no inciso antecedente.

A INTERDIÇÃO OCORRE ATRAVÉS DE PROCESSO JUDICIAL


Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da interdição, o juiz, assistido por especialistas,
examinará pessoalmente o argüido de incapacidade.

HÁ OBRIGATORIEDADE DA INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PUBLICO – FISCAL DA LEI

MECANISMOS DE PROTEÇÃO- MULHER


Lei 11.340 de 22/09/06, procurando criar os mecanismos para coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, dispondo sobre a criação dos Juizados
de violência doméstica e familiar contra a mulher e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar ( MARIA DA
PENHA )

Os artigos  5º e 7º em conjunto, determinam o âmbito de incidência da Lei , pois são


eles que definem o que configura e quais as formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher.

Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos
que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual
Art. 7o  São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar,
de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à  gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria

Mais quem está sujeito à  proteção legal?


A mulher está por ela protegida, independente da idade, resguardada as leis especiais,
ou seja o ECA e o Estatuto do Idoso, Isso porque a lei em questão não se restringe à
violência doméstica, abrangendo, igualmente, a violência familiar, do que não estão
livres, infelizmente, crianças, adolescentes e idosos.

INOVAÇÕES DA LEI
- Permite a autoridade policial prender o agressor em flagrante sempre que houver
qualquer das formas de violência contra a mulher;
-Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher;
-Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física, psicológica,
sexual, patrimonial e moral;
-Renunciar a denuncia somente perante ao juiz;
- independe de sua orientação sexual;
- o agressor não poderá entregar intimação;
- acompanhamento por defensor e notificação de todos atos processuais
incluindo a saída do agressor da prisão;
- alteração  da Lei de Execuções Penais para permitir que o juiz determine o
comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação;
A lei fortaleceu este segmento quando ampliou o conceito e trazendo para as relações
que tenham por objeto a união de mulheres homossexuais , dizendo que independe o
papel que a ela ocupe na relação , visto que está protegida pela lei, bastando estar
enquadrado no conceito biológico de mulher
Art. 9o  A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será
prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de
Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção e,
emergencialmente, quando for o caso.

Aula 6- DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


BREVE HISTÓRICO
CÓDIGO DE MENORES – MINORISTAS
SOMENTE AQUELAS EM SITUAÇÃO IRREGULAR
O QUE ERA A SITUAÇÃO IRREGULAR?
SITUAÇÃO DE DELIQUENCIA, ( INFRATOR ), OS ABANDONADOS PELOS PAIS OU EM
RISCO PESSOAL.

QUEM TOMAVA CONTA DESSAS CRIANÇAS?


O JUIZ DE MENORES TOMAVA PROVIDENCIAS, INLCUSIVE COM AFASTAMENTO DO LAR
(FAMILIA CAUSADORA DOS PROBLEMAS DO MENOR)
É ou seria esse ou melhor tratamento a ser dado?
QUAL ERA O TRATAMENTO RECEBIDO PELO MENOR?
ERAM TUTELADOS PELO ESTADO, TRATADOS COMO OBJETO DIREFENTE DO ATUAL
TRATAMENTO QUE É O DE SUJEITOS DE DIREITOS
E QUANDO NÃO SE ENCONTRAVAM EM SITUAÇÃO IRREGULAR?
O JUIZ DE FAMILIA E NÃO O DE MENORES
QUANDO EFETIVAMENTE PASSAMOS A TER UMA MUDANÇA NESSE QUADRO?
A CRFB/88 QUANDO ADOTOU A TEORIA DA PROTEÇÃO INTEGRAL

O QUE É A TEORIA DA PROTEÇÃO INTEGRAL?


TODA CRIANÇA E ADOLESCENTE SÃO SUJEITOS DE DIREITOS, LEVANDO-SE EM
CONSIDERAÇÃO A SUA PECULIAR CONDIÇÃO DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO.
MERECE ATENDIMENTO PRIORITÁRIO DO ESTADO
ONDE VERIFICAMOS O QUE FOI DITO?

ARTIGO 227 DA CRFB/88


É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do
adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais,
mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos.
A criança e o adolescente, são sujeitos de direitos- Possuem direitos fundamentais. É
obrigação do Estado possibilitar acesso a esses direitos- dar efetividade.

A QUEM POSSO RECORRER ?


Ao ministério Publico

DE QUEM É A RESPONSBILIDADE?
De todos nos- sentido amplo

O QUE DEVEMOS FAZER?


Buscar de onde vem o problema, dar alicerce, incluirmos socialmente a família, dar
estrutura através das ações sociais ( empoderar )
PRINCIPIOS GERAIS E BASICOS DO ECA
PRINCÍPIOS GERAIS
CONTRADITÓRIO, DEVIDO PROCESSO LEGAL, CELERIDADE
PRIORIDADE ART. 227 DA CRFB/88
ART. 4º DO ECA É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder
Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

ART. 4º DO ECA
Parágrafo único - A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
à infância e à juventude.
PRINCIPIO DO MELHOR INTERESSE
PRESENÇA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – SUA DIGNIDADE ( SUJEITO DE DIREITOS
FUNDAMENTAIS ATENDENDO AOS SEUS INTERESSES).
PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

CONSELHOS TUTELARES ART. 131 A 137 DO ECA


ART. 131 – O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos
Art. 132 – Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de
cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos,
permitida uma Recondução.
Art. 136 – São atribuições do Conselho Tutelar:
I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,
aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.
129, I a VII;
Atender
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado
de suas deliberações;
IV– encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente, quando
necessário;
BREVE RESUMO - AÇÕES DO CONSELHO TUTELAR
TUTELAR OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE- FISCALIZAR, REQUISITAR FORÇA
POLICIAL SE NECESSÁRIO, ATUAR TAMBÉM EM SITUAÇÃO EMERGENCIAL ETC..
Art. 7° - A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais.
Art. 15 - A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Art. 106 - Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de
ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Parágrafo único - O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos
Art. 230 ECA- DOS CRIMES
PRIVAÇÃO DA LIBERDADE INDEVIDA SEM ORDEM JUDICIAL DA AUTORIDADE
COMPETENTE
( pena detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos ).
GARANTIAS PROCESSUAIS – CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, DEVIDO PROCESSO
LEGAL
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo
legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou
meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas
e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento.
A CRIANÇA OU ADOLESCENTE COMETEM CRIME?
ATO INFRACIONAL ART. 103 DO ECA
Crimes ou contravenções penais cometidos pela criança ou adolescente
O que acontece quando eles cometem crime ou contravenção?
ART.112 DO ECA- Ao adolescente é aplicada Medida Socioeducativa
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento
individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido
serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a
possibilidade de liberação imediata.
Art.108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de
quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes
de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida
-Adolescente apreendido e levado para a delegacia- delegado lavra auto de apreensão
pela pratica do ato, verifica se é ou não hipótese de liberar.
Se não for encaminha para o MP- que ouvirá o adolescente e familiares e poderá
representar contra aquele adolescente.
Pode ser o caso de internação provisória ( adolescente ficará acautelado )
A criança não sofre ação socioeductiva.-não se aplica medida socioeducativa e sim
medida protetiva.
QUEM APLICA A MEDIDA PROTETIVA?
O conselho Tutelar Art. 105 ECA C/C 101 e 98
Da Prática de Ato Infracional
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas
no art. 101.
OBSERVAÇÃO: SERÁ SEMPRE ENCAMINHADO PARA O CONSELHO TUTELAR
MEDIDAS PROTETIVAS- encaminhamento para escola, tratamento psicológico Verificar o
art. 101
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar
ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional; 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 
 IX - colocação em família substituta
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a
adolescentes;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães,
bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da
Infância e da Juventude;
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição
de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses
individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os
definidos no art. 220, §3º inciso II da Constituição.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a
instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
proteção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,
instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à
criança e ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas
contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
Aula 7- Do Sistema Penitenciário

BREVE HISTÓRICO
-Conflitos- origem – econômicas, sociais, políticas etc..
-Solução –possibilidade de sanção/pena pelo descumprimento como forma
distributiva
Antiguidade – Lei de Talião – falta de proporcionalidade entre o conteúdo e a sanção
aplicada.
-Penitencia ligada a religião- segregações- penas privativas de liberdade, restrições de
locomoção
-Surgimento do Estado – responsabilidade pela aplicação da Lei.
Direito Penal Objetivo- condutas que se praticadas se consideram como crimes,
contravenções
Que bens jurídicos são esses a serem tutelados? Onde eles estão?
CRFB/88 – vida , honra, liberdade, etc.. serão objeto de tutela das leis
infraconstitucionais
Direito Penal Subjetivo- O poder e o dever que o Estado possui de perseguir o criminoso,
seja retributivo ou preventivo.
Movimentação estatal para aplicação do direito objetivo- punitivo. Dando origem a
investigação como também um processo se for o caso.
Qual a finalidade da pena?
Adotamos a teoria denominada eclética- Art. 59 do CP circunstancias judiciais- caráter
retributivo e também reeducador ou ressocializador.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
Personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime

CARACTERISTICAS DA PENA
1)Personalíssima- art. 5º XLV da CRFB/88- só o criminoso recebe a sanção penal
( intrancendência da pena );
2)Limitada- Principio da Legalidade art. 5º XXXIV da CRFB/88- pena somente até o
máximo legal
3)Proporcionalidade- sanção proporcional em conformidade com culpabilidade do
agente com a reprovabilidade do seu comportamento ART.5º XLVI CRFB/88;
4)Individualizada- pena para cada um que vier a cometer um crime, conforme
reprovação da conduta. Art.XLVI
5)Dignidade- prevenção , reeducação- não há possibilidade de penas cruéis, perpetua,
de morte, salvo em caso de guerra declarada. Art. 5º LVII
6)Proibição de Dupla Punição – vedação de punição duas vezes pelo mesmo crime.
( non bis in idem )
7)Jurisdicionalidade- Art. 5º XXXVII, LVIII e LV- só autoridade judiciária competente
poderá processar ( vedação tribunal de exceção ) Garantia do devido processo legal,
ampla defesa, duplo grau de jurisdição, vedada a obtenção de provas ilícitas.

ESPECIES DE PENA
As privativas de liberdade- Art. 105 CP
Restritivas de direitos Art. 147 LEP
As de multa Art.32 da LEP.

Privativa de Liberdade-
-Segregação – privar do direito de locomoção
Espécies -Reclusão ou Detenção
Distinção maior é quanto as suas conseqüências
Reclusão – cumpridas em regime fechado, semi-aberto e aberto
Detenção- semi-aberto e aberto
Fechados- estabelecimentos de segurança máxima ou media
Semi-aberto - colônias agrícolas ou industriais
Aberto- casas de albergados -autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.

OBSERVAÇÕES
-Se a pena for superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado.
-Haverá submissão a exame criminológico de classificação para individualização da
execução.
-Fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno,
será realizado dentro do estabelecimento, desde que compatíveis com a execução da
pena.
-O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto.
Será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da execução
Admite-se o trabalho externo, a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de
instrução de Ensino médio.
Regime Aberto
O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
O condenado será  transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa
cumulativamente aplicada.

Lei 10.792/2010 Regime Disciplinar Diferenciado


-Fixado contra presos provisórios (aqueles que não foram condenados definitivamente)
ou aos condenados definitivamente.
Destina-se a casos excepcionais quando estão presentes, ao mesmo tempo, três
pressupostos:
1 – prática de fato previsto como crime doloso ou falta grave;
2 – presos que apresentem alto risco para a ordem e disciplina internas da prisão; e
3 – fundada suspeita de o preso estar participando de organização criminosa, quadrilha
ou bando.
RESTRITIVAS DE DIREITO Art. 43 CP
I - prestação pecuniária; c/c art. 45 CP (pagamento em dinheiro à vítima, a
seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360
(trezentos e sessenta) salários mínimos.
II - perda de bens e valores;
III - (vetado)
IV - prestação de serviços à comunidade ou à entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.

Após o calculo da pena o juiz vai substituir pelas penas restritivas de direito com a
observância do art. 44 do CP
Art.44 CP- As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;
II - o réu não for reincidente em crime doloso;
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
Pode a pena restritiva de direitos ser convertida em privativa de liberdade se houve
descumprimento da pena art. 44 CP

Multa
A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa.
A multa não substitui a pena privativa de liberdade, sendo uma sanção penal
previamente fixada em lei.
 A pena de multa não pode ser convertida em pena privativa de liberdade caso o
condenado não a recolha

MEDIDAS DE SEGURANÇA
É  uma modalidade de sanção prevista no Código Penal, de cunho meramente preventivo
e assistencial”. “distingue-se, portanto, da pena cujo caráter é retributivo e preventivo”.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
( INIMPUTÁVEIS )

São medidas de segurança:


I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro
estabelecimento adequado – nesta medida vemos o seu caráter detentivo.
II - sujeição a tratamento ambulatorial – nesta medida vemos a restrição de direitos do
agente pois o mesmo se encontra obrigado a comparecer nessas instituições nos dias
que lhe forem determinados pelo médico, cumprindo terapia indicada para o caso

Direitos do Preso
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado
VII- assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-
los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades
enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do
liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI- providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do
seguro por acidente no trabalho;
VII- orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ( SURSIS )


evitar que o agente fique encarcerado, para melhor obtenção do resultado –
ressocialização / reeducação.
O agente vai cumprir uma serie de condições por determinado período – período de
prova
Juiz o declara culpado e profere a sentença condenatória ao réu , ficando suspensa pelo
período de prova, desde que não seja superior a 2 anos
Se não houver a possibilidade de substituição da condenação privativa de liberdade pela
restritiva de direitos, o juiz observa a possibilidade de aplicação do sursis
Período de Prova – de 02 a 04 anos – Se cumprido o juiz declara extinta a pena.
O sursis se apresenta como direito público subjetivo do réu e tem caráter sancionatório.
A fiscalização do cumprimento das condições impostas é atribuída ao serviço social
penitenciário patronato, conselho da comunidade ou instituição beneficiada com a
prestação de serviços, inspecionados pelo conselho penitenciário, pelo MP, ou ambos
(art.158 § 3º LEP)
Livramento condicional
O juiz poderá  conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime
doloso e tiver bons antecedentes; 
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto; 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela
infração;  
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza

A CONSTITUIÇÃO E OS DIREITOS PRESO


Art.1º III - a dignidade da pessoa humana;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar
o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

Aula 8 - Direito do Idoso e Deficiente


QUAIS E ONDE ESTÃO CONSAGRADOS OS DIREITOS DO IDOSO E DO PORTADOR DE
DEFICIÊNCIA?

BREVE HISTÓRICO
-E VOLUÇÃO E REALIDADE DO IDOSO.
-PROCESSO DE ENVELHECIMENTO - MUNDIAL E BRASILEIRO.
-CRESCENTE NÚMERO DE PESSOAS COM MAIS DE SESSENTA ANOS, APARTIR DA
DECADA DE 70.
-EXPECTATIVA DE VIDA.
-AVANÇOS TECNOLÓGICOS/LONGEVIDADE.
-AGRICULTURA/ALIMENTAÇÃO.
-MEDICIANA/ DOENÇAS.
-SANEAMENTO BÁSICO/HIGIENE.

-CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


-Dignidade da Pessoa humana.
-Objetivos fundamentais desta República Federativa do Brasil, no art. 3º, IV,
“promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, IDADE e
quaisquer outras formas de discriminação”.
DIREITOS EM ESPÉCIE
ART 205, da CRFB/88
A educação, DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO
ART.208, CRFB/88
O dever do Estado com a educação será efetivado mediante garantia de:
I – Ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita
para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (...)”. Vê-se, pois, que o
idoso que não teve direito de estudar no tempo próprio, pode exigir do Estado sua
educação.
- ART. 196 CRFB/88

A saúde são direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
art. 3º, IV, CRFB/88. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
art. 5º CRFB/88, todos são iguais perante a lei Direito sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se......a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Art. 230 - A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar
e garantindo-lhes o direito à vida.
ART. 229 da CF/88 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.
Alimentos aos filhos menores, os pais idosos também podem exigir dos filhos maiores
o necessário para sua subsistência.
ART. 1694 CC Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros
os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
Art.1.696 CC O direito à prestação de Alimentos é recíproco entre pais e filhos, e
extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau,
uns em falta de outros.

Gratuidade no transporte coletivo


Diante da dificuldade de locomoção que, muitas vezes, acompanha o idoso, a própria
Carta Magna (Constituição de 1988) fez questão de estabelecer, no art. 230, §2º, que:
“Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos”.

PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DOS PROCESSOS JUDICIAIS


Lei nº 10.173, de 9 de janeiro de 2001, que acrescentou artigos ao Código de Processo
Civil (1211-A, 1211-B e 1211-C), idosos com idade igual ou superior a sessenta e cinco
anos. Para gozar deste benefício.
Deverá, além de provar a idade, requerer a autoridade judiciária esta prioridade. Este
benefício não cessará com a morte do idoso, estendendo-se em favor do cônjuge vivo,
companheiro(a), desde que tenha mais de sessenta e cinco anos.
Direito ao cumprimento de pena em estabelecimento diferenciado – Está dito na
CRFB/88 (art. 5º, XLVIII), que: “a pena será cumprida em estabelecimento distinto, de
acordo com a natureza do delito, A IDADE e o sexo do apenado”.
Direito à prioridade no atendimento em bancos, órgãos públicos e concessionárias de
serviços públicos –Lei Federal nº 10.048, de 08 de novembro de 2000.

Política Nacional do Idoso Lei nº 8.842/94


- Trabalho e Previdência Social- art.10 inciso IV- alíneas a e b.
- Cultura Esporte e Lazer- art. 10 - inciso VII alínea e.
- Educação- art. 10 - inciso III - alínea e.
- Justiça- art. 10 - inciso VI - alínea b (evitar abusos e lesões a seus direitos).
- Saúde SUS - art. 10- inciso II.

art. 10, §3º Todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer
forma de negligência ou desrespeito ao idoso”.
Estado tem o dever de implementar as políticas publicas, fiscalizar o cumprimento da
lei, criar mecanismos que tornem a lei eficaz e não letra morta, não menos importante
é a participação da família e da sociedade.

DIREITOS DOS DEFICIENTES

Estamos preparados? Basta legislação?


Onde está a efetividade?
Constituição Federal de 1988 estabeleceu como fundamentos principais da República
Federativa do Brasil a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do
trabalho. E mais, previu como objetivos a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária, com promoção do bem estar de todos, sem quaisquer formas de
discriminação.

ORIGEM DO TERMO DEFICIENCIA


Declaração dos Direitos dos Deficientes, aprovada pela Assembléia Geral da
Organização das Nações Unidas, em 9 de dezembro de 1975.
art. 1º da Resolução 3447, o termo “deficiente” designa toda pessoa em estado de
incapacidade de prover por si mesma, no todo ou em parte, as necessidades de uma
vida pessoal ou social normal, em conseqüência de uma deficiência congênita ou não
de suas faculdades físicas ou mentais.

-1980, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu deficiência como sendo


qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou
anatômica.
- Decreto nº 3.298/99 art. 3º distinguiu deficiência, deficiência permanente e
Incapacidade:
- art. 4º estipula que é considerada pessoa portadora de deficiência a que se
enquadra nas categorias elencadas (deficiência física, deficiência auditiva ,
deficiência visual, deficiência mental, deficiência múltipla).

Conceito
 
Pessoas que possuam limitações sejam física, mental, sensorial ou múltipla, que a
incapacite ou a impossibilitem de cumprir as atividades do cotidiano e que, em razão
dessa incapacitação, a pessoa tenha dificuldades de inserção no meio social.

Formas de deficiência
Física, Visual, Auditiva, Mental ou Múltipla

O Termo deficiente
.Pessoas com deficiência.
.Pessoas portadoras de necessidaedes especiais.
.Temos vários níveis de deficiência.

Declaração Universal dos Direitos Humanos - ONU 1948


Elencou diversos direitos que a nossa Constituição e demais leis incorporaram ao nosso
ordenamento.

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como Fundamentos:
I- a soberania.
II- a cidadania.
III- a dignidade da pessoa humana.
IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa:
V- o pluralismo político.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I- construir uma sociedade livre, justa e solidária.

IV- Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º- O direito à igualdade- todos são iguais perante a lei.
Como tratar as pessoas de forma igual se precisam de uma maior atenção?
Estão dentro da mesma situação necessitam de tratamento adequado que pode ser
considerado desigual.
Como então devemos proceder?
Devemos adotar medidas reparadoras para tentar reduzir as desigualdades que
ocorrem no cotidiano dando-lhes tratamento diferenciado as pessoas que se
encontrem em situações de desigualdade

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos


e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XXXI- proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão
do trabalho portador de deficiência.
Art. 23 É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
II- cuidar da saúde e assistência da proteção e garantia das pessoas portadoras
deficiência;

Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente


sobre:
XIV- proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 37 A administração pública, direta, indireta ou funcional, de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e, também, ao seguinte:
VIII- A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

Art. 203 A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
IV- A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária;
V- A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Art. 208 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de :
III – Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do


adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo
os seguintes preceitos:
II – Criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os
portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do
adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a
convivência, e a facilitação de acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação
de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência.
Art. 244 A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e
dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.  

Igualdade = Equilíbrio no tratamento desigual.


Tratamento especial à pessoa portadora de deficiência para:
-Ingresso no mercado de trabalho;
-Acesso diferenciado ao sistema de saúde;
-Educação especializada;
-Eliminação das barreiras arquitetônicas e culturais.

Direito à saúde- SER SAUDAVEL. TER CONDIÇÕES PROPICIAS, física e mentalmente


através de ações em conjunto para um viver com qualidade.
- Direito ao trabalho Sustentar-se afirmar-se enquanto individuo, em ambientes
fechados ou abertos.
-Direito ao Transporte - trabalho, locomoção, lazer, meios e transporte adaptados

O Direito à Educação ( regra da inclusão )


Educação Especial visando atender estas pessoas, incluindo pessoas com deficiência
além das necessidades comportamentais, emocionais ou sociais.
Necessidades educativas especiais engloba toda e qualquer necessidade considerada
atípica e que demande algum tipo de abordagem específica por parte das instituições,
seja de ordem comportamental, seja social, física, emocional ou familiar.

Ação civil pública- Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, a qual dispõe sobre a proteção
de quaisquer interesses difusos ou coletivos Ministério Público, a Defensoria Pública
(8), a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, a associação constituída há
mais de um ano (9), as autarquias, as empresas públicas, as fundações e as sociedades
de economia mista.
-Mandado segurança coletivo, previsto no inciso LXX DO ART. 5º

Efetivação dos Direitos


Inclusão social e o tratamento isonômico material e processual garantir uma
convivência igualitária a este grupo.
-O direito ao respeito à sua dignidade como pessoa humana; capacitação integrando-as
possibilitando autoconfiança; tratamento médico, psicológico e funcional para seu
desenvolvimento; e pelo menos o mínimo através de atividades produtivas e
remuneradas de acordo com as aptidões de cada um.
Registre-se que, visando exatamente buscar um equilíbrio a fim de possibilitar a
inserção social das “Pessoas com Deficiência”, tanto no mercado de trabalho, como na
sociedade como um todo, também a legislação infraconstitucional apresenta-se
bastante oportunas a exemplo das ações afirmativas firmadas pela lei 8.213/91, art. 93
e art. 37, VIII da Constituição Federal/88, lei 7.853/89 e o Decreto 3.298/99, dentre
outros.

lei 8.213/91, art. 93


Art. 93 [...] § 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao
final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada,
no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de
substituto de condição semelhante.
art. 37, VIII da CRFB/88- a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para
as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão

Lei 7.853/89 Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração
social, sobre a Coordenadoria para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência –
CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas,
disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.
Decreto 3.298/99 Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre
a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as
normas de proteção, e dá outras providências.

Aula 9– Direitos Sociais Fundamentais contidos no artigo 6º na Constituição e a


Seguridade Social

O QUE SÃO OS DIREITOS SOCIAIS?


ONDE PODEMOS ENCONTRÁ-LOS?
O QUE É A SEGURIDADE SOCIAL?
QUAIS OS PRINCIPIOS QUE A NORTEIA?

DIREITOS FUNDAMENTAIS
São valores éticos, contidos na CRFB/88, considerados fundamentais para a vida
nacional, a maior parte dos quais se expressa no reconhecimento dos direitos
humanos.
São considerados fundamentais ultrapassando a própria CRFB/88,encontrando
fundamento na Declaração dos Direitos do Homem buscando, em última análise, a
preservação da dignidade da pessoa humana.
O valor da dignidade é considerado absoluto sem haver, no texto constitucional,
qualquer hipótese de restrição. Ao contrário, vemos a busca por sua efetivação através
dos direitos sociais e da ordem social.

Os direitos de 2ª  geração são os direitos sociais econômicos e culturais, constituindo


herança socialista: direito ao bem estar social, direito ao trabalho, à saúde, à educação
são exemplos desses direitos.
Os direitos sociais, direitos fundamentais de 2ª geração constituem prestações
positivas por parte do Estado
O que significa isso?
O Estado chamou para si a responsabilidade, intervenção estatal visando equilibrar as
relações sociais e as suas desigualdades, ratificando a importância dos direitos
fundamentais e a sua efetividade.

BREVE HISTÓRICO

Até em 1934-Estado liberal


Depois de1934, estado social.
Intervenção do Estado na vida social – através da criação das autarquias, as empresas
públicas.
Posteriormente Neoliberalismo- É um movimento que volta a pregar o Estado não
interventor, Estado mínimo, com o discurso de que os direitos sociais não são direitos
fundamentais sob o argumento teórico de que eles não preexistem ao Estado, pois eles
dependem do Estado. Se dependem do Estado, não podem preexistir ao Estado.
Os direitos sociais no Brasil, só foram proclamados com a Constituição de 1934. Na
carta emendada de 1969, apresentavam-se esparsos em diferentes contextos. Na
Constituição de 1988, foram eles ampliados e disciplinados em todo um capítulo que
lhes fornece substância e sistematização.
art. 6º, CRFB/88 São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados.

DIREITOS NA COSNSTITUIÇÃO
- Qual a amplitude dos temas inscritos no art. 6º da Constituição?
Não são somente aqueles que estão proclamados nos artigos 7º a 11. Eles podem ser
localizados, principalmente, no Título VIII - Da Ordem Social, artigos 193 e seguintes”

DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO EXEMPLOS


Direitos dos trabalhadores em suas relações individuais de trabalho
art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social (seguro desemprego, FGTS, salário mínimo, 13º, RSR,
Férias + 1/3, licenças paternidade, maternidade, aposentadoria, aviso prévio etc...)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical...
Art.9º direito de greve

Os direitos sociais relativos à seguridade, compreendendo os direitos à saúde,


à previdência e assistência social, estão no título da Ordem Social, artigos 193 e
seguintes.
Art. 193 - A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
bem-estar e a justiça sociais.
Constituintes adotaram o Estado do Bem-Estar Social -destaque para Educação a Saúde
e a Previdência Social .

Os direitos sociais relativos à família, criança, adolescente e idoso poderão ser


encontrados em capítulos da Ordem Social: art. 201, II, art. 203, I, II, arts. 226 e 227,
art. 230 da CRFB/88
Art.201,II- proteção a maternidade especialmente a gestante
Art.203,I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II- o amparo às crianças e adolescentes carentes

Capitulo VII - Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso


Art.226 A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Art.227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Art. 230. família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar
e garantindo-lhes o direito à vida
§ 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em
seus lares.
§ 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes
coletivos urbanos.

Meio-ambiente
Deve ser incluído o direito ao lazer (CRFB/88, art. 6º, art. 227) e ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações (CRFB/88 art. 225).
DA SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social é gênero de três espécies de direitos: saúde, assistência social e
previdência social.
 
Esse conceito é bom, pois esclarece que há diferença entre assistência e previdência
social.
CRFB/88 no título sobre a Ordem Social, instituiu o conceito de seguridade social, por
meio de ações de saúde, previdência social e assistência social.

Convergem para a finalidade constitucional da garantia de estabilidade da própria


sociedade, posto que expressam três áreas de necessidades sociais, consideradas
básicas para a estabilidade da sociedade.
QUAIS SÃO AS GARANTIAS PARA ESTABILIDADE?

Garantia de estabilidade da própria sociedade


- saúde – ação de prevenção, proteção e recuperação ( medicamentos, vacinação,
consultas , internações etc.. )
-previdência social – a perda ou redução de renda (doença,invalidez, morte, idade
avançada, proteção à maternidade e à família )
-assistência social – a seleção, prevenção e eliminação dos riscos e vulnerabilidades
sociais (amparar, gratuitamente, as camadas sociais menos favorecidas).

-O direito à  seguridade Social é um direito subjetivo público, de que todos os cidadãos
são titulares, é um dever do Estado, que incumbe aos governantes implementar, em
certas condições.
Qual a finalidade da Seguridade Social?
A seguridade tem por finalidade a garantia de certos patamares mínimos de vida da
população, em face de reduções provocadas por contingências sociais e econômicas.

A natureza da seguridade social e da instituição dos direitos sociais pela Constituição,


está assente no princípio fundamental, instituído no  inciso III do art. 3º da CRFB/88.
 
Art.3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (...):
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;

O conteúdo político desse princípio, no texto constitucional, consiste na referência à 


seguridade social como instituição assecuratória da estabilidade fundamental da
sociedade, bem como, o reconhecimento e a instituição de direitos subjetivos das
parcelas pobres e carentes da população, a serem atendidos pelo Poder Publico e
garantidos pelo Poder Judiciário, inclusive pelo reconhecimento de interesses coletivos
e difusos.
Seguridade social
Discriminam-se as  necessidades sociais, que devem ser priorizadas na ação do Estado
seja coletivamente, por meio de medidas dirigidas à comunidade (prevenção sanitária,
planos habitacionais, seguro social, educação, comunicação e outras), seja
individualmente, por meio de prestações sociais.
A seguridade deve promover esses objetivos por meio de prestações que se
subdividem em benefícios e serviços.

Benefícios
são pagamentos pecuniários, decorrentes de programas como BPC (Benefício de
Prestação Continuada), auxílios, pensões e aposentadorias, ou em valores in natura,
como cestas básicas e remédios, por exemplo. Caracterizam-se em resumo, por
pagamento de valores. Aqueles que os recebem são denominados beneficiários.

Serviços
são atividades que consistem na disponibilidade do uso de equipamento e de recursos
humanos, organizados para desenvolver atenções específicas a segmentos da
população (saúde, atendimento a famílias, transporte, educação, profissionalização e
outros).

Conceito Serviços pela LOAS


“Entende-se por serviços assistenciais as atividades continuadas que visem a melhoria
de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem
os objetivos e diretrizes estabelecidas  nesta Lei.” (art.23 da Lei 8742/93 LOAS)

A saúde se constitui basicamente de serviços.


A previdência de benefícios.
A assistência social de ambos.
A saúde tem natureza absoluta pelo seu caráter universal pois se constitui um direito
de toda a população, sem exigência de contribuição ou outro requisito;

A previdência social tem natureza relativa, porque embora não seja específica dos
assalariados ou profissionais de determinado ramo econômico, é contributiva, sendo
obrigatória para todos os que recebem remuneração, a qualquer título, como
empregados, sócios empresariais com pro labore, autônomos , domésticos e servidores
públicos; mas abrangendo, ainda, os segurados facultativos, como estudantes, donas
de casa e contribuintes em dobro;

A assistência social é seletiva, embora não contributiva, porque restrita à população


em situação de vulnerabilidade social, carente ou pobre, em certas condições de risco
pessoal ou social.

PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL


Os princípios da seguridade social são compostos por um conjunto de normas
programáticas que trazem objetivos orientadores para elaboração das leis e um
conjunto de garantias a serem observadas pela administração pública na execução de
programas de seguridade social.
São aplicados somente pela assistência social?

Tais princípios não são aplicados somente pela previdência social, mas em toda a
estrutura da seguridade social, que abrange os seus três seguimentos: além da
previdência social, a saúde e assistência social.
Onde estão estes princípios?

Os princípios estão dispostos nos artigos no parágrafo único do art. 194 da Constituição
Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social
Parágrafo único - Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade
social, com base nos seguintes objetivos:

OBJETIVOS/PRINCÍPIOS
I-UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTO
II-UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DAS PRESTAÇÕES
III - SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE
IV-IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS
V-EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO
VI-DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO
VII - PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO ADMINISTRATIVA- (CARÁTER
DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO AMINISTRATIVA
VIII - PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS

I-UNIVERSALIDADE DE COBERTURA E ATENDIMENTO


A proteção social deve alcançar todos os riscos sociais.
objetiva tornar a seguridade social acessível a todas as pessoas residentes no país,
inclusive estrangeiras.
à saúde, aplicação sem restrição.
à  assistência social, será aplicado para todas aquelas pessoas que necessitem de suas
prestações.
à previdência social, por ter caráter contributivo, todos, desde que contribuam para o
sistema, podem participar. contribuinte (facultativo)

UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DAS PRESTAÇÕES

Os benefícios e serviços devem ser idênticos para toda a população sem distinção
urbana ou rural.
A uniformidade refere às contingências que irão ser cobertas. A equivalência refere-se
ao valor dos benefícios,impede que sejam estabelecidos critérios diferentes para o
cálculo do valor do benefício sem distinção.
a renda mensal do benefício de cada trabalhador dependerá  de uma série de fatores
como tempo de contribuição, valor dos salários de contribuição, idade, expectativa de
sobrevida

SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE
Seletividade- selecionar aquelas prestações que melhor atendam aos objetivos da
Seguridade Social (artigo 193 da CF/88). Tal  princípio da “pressupõe que os benefícios
são concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a Seguridade
Social deve apontar os requisitos para a sua concessão de benefícios e serviços”.
Na distributividade, preocupação de se estar atendendo, prioritariamente, aqueles
indivíduos que estão em maior estado de necessidade.

A universalidade é abrandada pelo princípio da seletividade e distributividade na


prestação dos benefícios e serviços.
Só faz sentido falar em seletividade e distributividade se estiver presente a questão da
limitada capacidade econômica para fazer face às contingências sociais que devem ser
atendidas pela Seguridade Social.

IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIO


Benefício legalmente concedido não pode ter seu valor reduzido, não podendo ser
objeto de desconto.
Princípio equivalente ao da intangibilidade do salário dos empregados e dos
vencimentos dos servidores. 
Está mais ligado à Previdência Social, pois é esta quem paga os benefícios, que devem
ser reajustados periodicamente.

EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO

É  igualdade respeitando as diferenças; esse princípio é o desdobramento do princípio


da capacidade contributiva. Visa este princípio, desta forma, implementar os princípios
da igualdade . Cada pessoa deve contribuir na medida de suas possibilidades, ou seja,
quem tem maior capacidade econômica deve contribuir com mais.

DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO

O custeio por meio das contribuições sociais não deve assentar  em um único tipo de
contribuição.
Quais são as contribuições básicas?
-Trabalhadores remunerados;
-Empregadores empresas ou pessoas físicas que pagam a remuneração ao trabalhador
-Estado (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
Muito aplicado ao legislador, deve de otimizar os recursos da Seguridade Social, alem
diversificar as fontes de financiamento,quanto maior essa diversificação, quanto mais
fatos geradores maior é a estabilidade da Seguridade Social .

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO ADMINISTRATIVA- (CARÁTER


DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO AMINISTRATIVA ).
Como isso ocorre?
Através dos conselhos integrados- representantes da comunidade e do Poder Público.
conselhos nacionais, estaduais e municipais da Seguridade Social, Previdência Social e
Assistência Social.

Exemplos:
A Lei 8.080/90, SUS prevê a formação dos conselhos municipais
Lei 8069/90 (ECA), prevê a criação de conselhos municipais de composição popular
paritária e os conselhos tutelares, foram pioneiras na regulamentação desse princípio
constitucional.

PREEXISTÊNCIA DO CUSTEIO EM RELAÇÃO AOS BENEFÍCIOS OU SERVIÇOS


Tem como valor a estabilidade financeiro-econômica da Seguridade Social.
só  se pode criar/estender benefício/serviço da Seguridade Social se houver a prévia
fonte de custeio total, isto é, a Seguridade Social só  deve conceder prestações dentro
das suas possibilidades econômicas.
o benefício ou serviço não poderá ser criado sem que antes haja ingressado numerário
no caixa da Seguridade Social.

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