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DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

1) Introdução

Trata-se da possibilidade de serem adotadas certas medidas de exceção – Estado de Defesa


e Estado de Sítio – com o fim de fazer frente à anormalidade manifestada e restabelecer a
ordem. Quando uma dessas situações se instaura, manifesta-se o chamado “Sistema
Constitucional das Crises”.

É possível impor restrições ao indivíduo e suspender certas garantias fundamentais, em locais


específicos e por prazo certo, no intuito de reestabelecer a ordem.

Requisitos para a imposição dessas medidas excepcionais:


I) Necessidade – a gravidade da situação deve tornar imprescindível sua adoção;
II) Temporalidade – as medidas devem vigorar pelo tempo da anormalidade, sob pena de
converter-se em arbítrio ou ditadura;
III) – Obediência irrestrita aos comandos constitucionais – sob pena de eventual
responsabilização ulterior, política e criminal, dos executores.

2) Estado De Defesa (Art. 136 CF)


Serve para preservar ou restabelecer a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e
iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na
natureza.
Durante o Estado de Defesa ocorre controle político e jurisdicional.

Características:
I – É decretado pelo Presidente da República;
II – São situações mais brandas que o Estado de Sítio;
III – Controle Judicial: Durante a medida, o judiciário pode ser provocado para reprimir abusos
e ilegalidades praticados pelos executores. E posteriormente a medida poderá ser chamado a
apurar ilícitos e abusos cometidos.
IV – Não exige autorização previa do Congresso Nacional para sua decretação;
V – Controle político: O Congresso Nacional, posteriormente concluirá, por sua aprovação ou
rejeição, hipótese em que o Estado de Defesa deverá ser extinto (§4º a 7º);
VI – Medidas coercitivas – Art. 136, §1º, I CF.
4) Das Forças Armadas (Art. 142 e 143 CF)
Constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica.
A autoridade suprema é o Presidente da República.
Deve ser organizada com base na disciplina e hierarquia, mediante Lei Complementar.
O militar não pode sindicalizar-se, praticar greve, e se filiar a Partido Político, enquanto em
serviço ativo.
Militar e Cargo Público Efetivo – Art. 142, §3º, II. (Será transferido para a reserva)
Militar e Cargo Público Temporário – Art. 142, 3º, III. (Será agregado ao respectivo cargo).
Serviço Militar Obrigatório e Escusa de Consciência – Art. 143.

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade

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§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz,
após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e
de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente
militar. (Regulamento)

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento)

05) Da Segurança Pública (Art. 144 CF)

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal; (Exerce funções de polícia Marítima, Aeroportuária e de Fronteira)

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.           (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104,
de 2019)

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses
da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Normalmente
o crime já foi cometido.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
Visa, dentre outros objetivos, evitar o cometimento de crimes.

§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que
pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.        (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)

§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército


subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.            (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de
2019)

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e
do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em


lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou
entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.  (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

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