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Disciplina: Metodologia de Pesquisa – ANT7110 - 4 créditos

Semestre: 2017/2 - Horário: 614204


Turma: 04337

Professora: Edviges M Ioris


emioris@gmail.com

Ementa: As diferentes perspectivas epistemológicas e metodológicas da produção do


conhecimento antropológico. O método comparativo e o método etnográfico.
Objetividade e subjetividade na pesquisa antropológica. Trabalho de campo,
reflexividade e simetria. Ética na pesquisa.

Objetivos: Abordar e problematizar as principais noções e técnicas da investigação


antropológica, visando capacitar o/a aluno/a para o exercício de seu trabalho. Será dada
atenção especial à análise do método etnográfico, do trabalho de campo, da observação
participante, das técnicas e procedimentos que envolvem as produções científicas
clássicas e contemporâneas em Antropologia, assim como de seus diversos campos de
atuação, com vistas a subsidiar a construção de seus projetos de trabalho de conclusão
de curso.

Metodologia: Aulas expositivas, seminários, trabalhos individuais e em grupo, e


discussão de textos.
Avaliação: Considerando o progresso do aluno em sua habilidade de argumentação e
reflexão teórica ao longo do semestre, para a nota final serão computados os resultados
das avaliações oriundos de duas (2) provas (60%), elaboração de uma resenha crítica
(20%), e da frequência e participação pertinente em sala de trabalhos em grupos (10%).
Os alunos com aproveitamento final entre 3 e 5,9 poderão fazer prova de recuperação,
que versará sobre todo o conteúdo do semestre.

Obs. Dependendo da dinâmica, ou demandas imprevistas, mudanças poderão ocorrer


em relação ao conteúdo ou a avaliação.

PROGRAMA

11/08 Apresentação do Programa de aula

18/08
Módulo I - A Ciência antropológica
BACHELARD, Gaston. 1996. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Editora
Contraponto. Ler: Discurso Preliminar; e A noção de obstáculo epistemológico.
Plano da obra, pp. 7-29.
BOURDIEU, Pierre. 1983. O Campo Científico. Em R. Ortiz (org.), Pierre Bourdieu:
Sociologia. São Paulo Editora Ática.
DURKHEIM, Emile 1974[1895]. As Regras do Método Sociológico. São Paulo:
Companhia Editora Nacional.
FOUCAULT, Michel. 1987. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências
humanas. São Paulo: Martins Fontes. Cap. X, As Ciências humanas, pp. 361-
404.
LEVI-STRAUSS, Claude. 1976. Critérios científicos nas disciplinas sociais e humanas.
Em Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,

25/08 Panorama do contexto clássico: um campo de reflexão


GEERTZ, Clifford. 2009. Obras e vidas: O Antropólogo como autor. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ. Ler: Testemunha Ocular: Os filhos de Malinowski, pp. 99-133; e
Nós/Não-nós: as viagens de Benedict; pp. 135-167.
MALINOWSKI, Bronislaw. 1978. Introdução: tema, método e objetivo desta pesquisa.
In: Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural (Coleção “Os
Pensadores”), pp.17-34.
MEAD, Margaret. 1988. A vida da montanha. In Sexo e Temperamento. São Paulo:
Editora Perspectiva, pp. 31-41.

01/09
EVANS-PRITCHARD, Edward E. 1972 [1959]. Antropologia Social. Lisboa: Edições
70. Ler: Cap. IV Trabalho de campo e tradição empírica, pp. 107-137.
EVANS-PRITCHARD, Edward E. 2005 [1976]. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os
Azande [Versão Resumida de Eva Gilles]. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.
Ler: Apêndice IV – Algumas reminiscências e reflexões sobre o trabalho de
campo, pp. 243-255.
MAUSS, Marcel. 1993 (1947). “Métodos de observação”. Em: Manual de etnografia.
Lisboa: Dom Quixote, pp. 27-35.
RADCLIFFE-BROWN, Alfred. 1980 [1951]. O método comparativo em antropologia
social. Em A.Z. GUIMARÃES (Ed.), Desvendando máscaras sociais. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 195-210.

08/09 Feriado

15/09 A Antropologia na urbanidade


FOOTE-WHYTE, William. 1980. Treinando a observação participante. In A.Z.
GUIMARÃES (Ed.), Desvendando Máscaras Sociais. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, pp. 45-66.
MAGNANI, José Guilherme C. 2003. A antropologia urbana e os desafios da
metrópole. Tempo Social (USP), vol.15 (1): 81-95.
FONSECA, Claudia. 1999. Quando cada caso NÃO é um caso: pesquisa etnográfica e
educação. Revista Brasileira de Educação (São Paulo), 10: 58-78.

22/09 – Problematizando a prática antropológica


FABIAN, Johannes. A prática etnográfica como compartilhamento do tempo e como
objetivação. Mana. 2006, vol.12, n.2 pp. 503-520.
ZALUAR, Alba. 1986. Teoria e prática do trabalho de campo: alguns problemas. Em E.
Durham, A aventura antropológica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, pp.107-125.
OLIVEIRA, Roberto Cardozo de. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir e escrever.
Em O trabalho do antropólogo. Brasília: Paralelo 15/ São Paulo: Editora da
UNESP, 2000. Também na Revista de Antropologia, vol.39, n° 1, 1996.
BOURDIEU, Pierre. A Miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes 1998. Ler: Compreender,
pp. 693-713.
GEERTZ, Clifford. 2009. Obras e vidas: O Antropólogo como autor. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ. Ler: Estar lá: A antropologia e o cenário da escrita, pp.11-39.

29/09
BEAUD, Stephany; WEBER, Florence. 2007. Guia para a pesquisa de campo: Produzir
e Analisar Dados Etnográficos. Petrópolis: Editora Vozes. Ler: Cap. Escolher
um Tema e um Campo; Cap. 4 Observar.
PEIRANO, Marisa. 1992. A favor da etnografia. SÉRIE ANTROPOLOGIA N° 130;
DAN/UnB-Brasília-DF.
MINTZ, Sidney. 1984. Encontrando Taso, me descobrindo. Dados 27(1): 45-58.
PEREIRA, Edmundo. 2010. Assim estou narrando, e não me vá embolar tudo depois:
dialogia, políticas de representação e processo etnográfico entre os Uitoto-murui
(Colômbia). Cadernos do LEME, Campina Grande, vol. 2, nº 1, p. 34 – 59.
jan./jun. 2010.

06/10 Biografias como pesquisa antropológica


BERGER, Peter. 1976. Alternação e biografia (ou como adquirir um passado pré-
fabricado). In P. BERGER, Perspectivas Sociológicas. São Paulo, Vozes, pp.
65-77.
BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In M. FERREIRA e J. AMADO (org.), Usos e
abusos da história oral. Rio de Janeiro, FGV, 1996, pp. 183-191.
DEBERT, Guita. 1988. Problemas relativos à utilização da historia de vida e historia
oral. Em Ruth Cardoso (Org.), A aventura antropológica: teoria e pesquisa. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, pp. 141-156.
POLLAK, Michel. 1989. Memória, esquecimento, silêncio. In: Estudos Históricos, Rio
de Janeiro: Vol. 2(3): 3-15.
MANICA, Daniela. 2010. Autobiografia, trajetória e etnografia: notas para uma
antropologia da Ciência. Revista Espaço Acadêmico, n° 105.

13/10 Feriado

20/10 – Ciência como campo de pesquisa


DOMINGUES, Heloisa Maria Bertol. 2008. Tradução Cultural na Antropologia dos
anos 1930-1950: as expedições de Claude Lévi-Strauss e de Charles Wagley à
Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém,
v. 3, n. 1, p. 31-49.
LATOUR, Bruno. 1997. Vida de Laboratório. A produção dos fatos científicos. Rio de
Janeiro: Editora Relume-Dumara.
LATOUR, Bruno. 2000. Ciência em Ação. Como seguir cientistas e engenheiros
sociedade afora. São Paulo: UNESP.
LATOUR, Bruno. 2006. Como terminar uma tese de sociologia: pequeno diálogo entre
um aluno e seu professor (um tanto socrático). Cadernos de Campo, 14(15):
339-352.
ROHDEN, Fabíola. 2008. O império dos hormônios e a construção da diferença entre
os sexos. Saúde, Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15, supl., p.133-152.

27/10 Campo no Arquivo


CUNHA, Olívia. 2004. "Tempo imperfeito. Uma etnografia do arquivo". Mana 10 (2):
287- 322.
GIUMBELLI, Emerson. 2002. “Para além do „trabalho de campo‟: reflexões
supostamente malinowskianas”. Revista brasileira de ciências sociais, v. 17, n.
48.
HEYMANN, Luciana Q. O Arquivo Utópico de Darcy Ribeiro. História, Ciências,
Saúde: Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 19, n° 1, Jan-mar, 2012, pp. 261-282.

03/11 Preparação Seminário sobre ética na pesquisa


SÁEZ, Oscar Calávia. 2013. Esse obscuro objeto da pesquisa: um manual de método,
técnicas e teses em Antropologia. Edição do autor: Santa Catarina.

10/11 Seminário Ética na pesquisa

17/10 Seminário Ética na pesquisa


Código de ética da ABA; Protocolo de Brasília.
ALMEIDA, Mauro W. B. A etnografia em tempos de guerra: contextos temporais e
nacionais do objeto da antropologia. Em F. A. Peixoto, H. Pontes e L. M.
Schwacz (orgs.), Antropologias, Histórias, Experiências. Belo Horizonte:
Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, 2004, pp. 61-81.
BERGER, Peter. Perspectivas Sociológicas. São Paulo, Vozes, 1976. Ler Excurso:
Maquiavelismo Sociológico e Ética (ou: Como Adquirir escrúpulos e Continuar
a Trapacear), pp. 167-180.
GEERTZ, Clifford. 2009. Obras e vidas: O Antropólogo como autor. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ. Ler: Exibição de slides: as transparências africanas de Evans-
Pritchard, pp. 71-98.
OLIVEIRA, João Pacheco. 1999. Ensaios em Antropologia Histórica. Rio de Janeiro:
Editora UFRJ. Ler: O Ofício do etnógrafo e a responsabilidade social do
cientista, pp 211-263.
SANTOS, Silvio Coelho. 2004. Ética e pesquisa de campo. In: CERES, VICTORIA;
Oliven, Ruben. Antropologia e ética: o debate atual no Brasil. Niteroi: EduFF,
pp. 97-105 (http://www.abant.org.br/conteudo/livros/AntropologiaEtica.pdf).
VÍCTORIA, Ceres; OLIVEN, Ruben George; MACIEL, Maria Eunice; ORO, Ari
Pedro (orgs.). 2004. Antropologia e Ética. O debate atual no Brasil. Niterói:
EdUFF, 207 p.

24/10 Entrega e apresentação das resenhas críticas das teses e dissertações.

01/12 Segunda Avaliação

08/12 Recuperação
Trabalho de mapeamento de teses e dissertações: escolher uma tese e uma
dissertação em antropologia, identificar os métodos e técnicas etnográficas utilizados e
fazer uma resenha crítica sobre a metodologia que apresentam. Entregar no dia
24/10/2017.

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