Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br/> ASSINE
0800 703 3000
<http://click.uol.com.br/?rf=barrageral&u=http://clicklogger.rm.uol.com.br/?prd=
1&grp=src:10;creative:barrauol&msr=Cliques%20de%20Origem:1&oper=11&redir=http://
assine.uol.com.br/index.htm?eos=yes&promo=117570810&sg=300016192&sa=UOL-barra-as
sine&promochild=PROMOCOMBIAVSS>
<javascript:document.formbbuol1.submit();>
BATE-PAPO
<http://click.uol.com.br/?rf=barrageral&u=http://batepapo.uol.com.br/>
E-MAIL
<http://click.uol.com.br/?rf=barrageral&u=http://email.uol.com.br/> SAC
<http://click.uol.com.br/?rf=barrageral&u=https://sac.uol.com.br/>
SHOPPING
<http://click.uol.com.br/?rf=barrageral&u=http://clicklogger.rm.uol.com.br/shopp
ing/?prd=239&msr=Cliques%20de%20Origem:1&oper=11&nortrk=1&grp=src:13;size:18;chn
:103;creative:link_fixo;thm:barra_navegacao1&redir=http://shopping.uol.com.br/>
</>
</></cadastro/assinatura.php></publicacoes.php></audios.php></autores.php></mura
l.php></escrivaninha/></ajuda/>
INTRODUÇÃO
O presente trabalho abordou a Ação de Divisão e de Demarcação de Terras
Particulares, a partir do estudo teórico (Parte I) seguido da análise de
um caso (Parte II), partindo da pesquisa bibliográfica e jurisprudencial.
A questão abordada na análise do caso trata da inadequação da ação,
quanto à confusão entre a via possessória e a ação de demarcação,
recorrente entre muitos causídicos.
Isto porque pode mesmo ser alegado o esbulho ou a turbação na ação de
demarcação, mas não é esse o objetivo da ação. Se o autor pretende
reaver parte de sua propriedade, deve fazê-lo pela via da ação
possessória, se não existe confusão quanto à linha divisória ? a
necessidade de serem reavivados marcos ou redefinidos os limites não
perfeitamente extremados.
I ? EXPOSIÇÃO TEÓRICA
1.1. Das raízes
Na lição de Antonio Carlos MARCATO (1988: 106), a razão pela qual o
código processual cuida conjuntamente das ações divisórias e
demarcatórias tem suas raízes no Direito Romano. Eram previstas três
modalidades de ação divisória: a finium regundorum, a familiae
erciscundae e a comuni dividundo, sendo a demarcatória a primeira destas
espécies.
No entanto, apesar de ser considerada uma espécie do gênero divisória,
tinha o objetivo diverso de estabelecer limites, dirimindo incertezas a
respeito deles. A ação de divisão (comuni dividundo) e a ação de
partilha (familiae erciscundae) tinham por finalidade extinguir a
comunhão, com a individuação dos quinhões que caberiam aos
ex-comunheiros. A comuni dividundo visava a partilhar bem comum
adquirido a título singular, como no caso da compra e venda, e a
familiae erciscundae, a partilha de bem comum adquirido a título
universal, ou seja, a herança.
1.2. Restrição: terras particulares
O título do capítulo VIII do código processual estabelece que os
procedimentos observados cuidam, em específico, da ação de divisão e da
ação de demarcação de terras particulares. O motivo da ressalva tem, por
um lado, natureza histórica, uma vez que o Decreto 720, de 1890,
dispunha que tais ações eram pertinentes às terras particulares; por
outro lado, natureza sistemática, uma vez que as terras devolutas
submetem-se à Lei 6.383, de 7 de dezembro de 1.976, que instituiu a ação
discriminatória.
Dessa forma, se a questão envolver terras particulares, as ações
cabíveis serão as aqui analisadas, mas se o litígio versar sobre terras
devolutas, a ação cabível será a ação discriminatória, prevista na Lei
6.383.
1.3. Da previsão legal
As ações de divisão e de demarcação de terras particulares são tratadas
no Código de Processo Civil, nos artigos 946 a 981, no capítulo VIII.
Os primeiros artigos cuidam das disposições gerais. O procedimento
específico da ação de demarcação está prevista nos artigos 950 a 966 e o
da ação de divisão, nos artigos 967 a 981.
1.4. Da cumulação
As duas ações podem ser cumuladas, conforme dispõe o artigo 947, devendo
processar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum,
citando-se os confinantes e condôminos para, após fixados os marcos da
linha de demarcação, proceder-se à divisão.
A possibilidade da cumulação visa atender ao princípio da economia
processual, uma vez que faculta ao autor formular duas pretensões,
decididas no mesmo processo.
Ainda que possam ser cumuladas, não são fungíveis entre si. Entenda-se:
a divisória pretende a extinção do condomínio mantido entre as partes e
não a demarcação de área .
1.5. Do caráter dúplice das ações divisórias e demarcatórias
Em ambas as ações examinadas são as partes autor e réu, simultaneamente,
uma vez que a pretensão é comum a ambas.
Não obstante, é denominado autor aquele que toma a iniciativa de
promover a ação ? demarcatória ou divisória.
Uma vez que o objetivo de ambas as partes é o mesmo (demarcar ou
dividir), nada obsta que a solução jurisdicional acatada pelo judiciário
seja a ofertada pelo réu, em sede de reconvenção. Dessa forma, recebida
reconvenção, será rejeitada, por falta de interesse de agir.
1.6. Da Competência Territorial
Estabelece o código processualista, no artigo 95, que as ações fundadas
em direito real sobre imóveis terão, como foro o competente, o da
situação da coisa. Pode, entretanto, o autor optar pelo foro do
domicílio ou de eleição, se o litígio não recair sobre o direito de
propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras
e nunciação de obra nova.
Dessa forma, ainda que a competência territorial seja, em regra,
relativa, a competência para a propositura das duas ações ? de
demarcação e de divisão ? é absoluta, sendo inadmissível em outra
comarca que não a do local do imóvel objeto da lide.
Não obstante, se o imóvel situar-se em mais de um Estado ou comarca, o
foro será determinado pela prevenção, estendendo-se a competência do
juízo prevento sobre a totalidade do imóvel.
1.7. Do artigo 949 e seu parágrafo único
Dispõe o artigo 949, caput e parágrafo único, do CPC:
Art. 949. Serão citados para a ação todos os condôminos, se ainda não
transitou em julgado a sentença homologatória da divisão; e todos os
quinhoeiros dos terrenos vindicados, se proposta posteriormente.
Parágrafo único. Neste último caso, a sentença que julga procedente a
ação, condenando a restituir os terrenos ou a pagar a indenização,
valerá como título executivo em favor dos quinhoeiros para haverem dos
outros condôminos, que forem parte na divisão, ou de seus sucessores por
título universal, na proporção que Ihes tocar, a composição pecuniária
do desfalque sofrido.
Explica o professor MARCATO (1988: 111) que
Após a solução da demarcatória, tem início a divisão, entre os
condôminos, do imóvel comum já demarcado. Como visto, poderão os
confinantes, estranhos à divisão, ter seus terrenos invadidos pela linha
demarcatória, facultando-lhes a lei, em conseqüência, a promoção da ação
reivindicatória desses térreos, ou, se preferirem, da ação de
indenização correspondente ao seu valor. Sucede, todavia, que no
momento da promoção de qualquer dessas ações poderá, ou não, estar
decidida a ação de divisão. Caso não esteja decidida, ou, já existindo
sentença homologatória (art. 980, caput ), não tenha ainda transitado em
julgado, figurarão como réus, naquelas ações, os próprios condôminos;
caso a sentença homologatória da divisão já tenha transitado em julgado,
não mais existe condomínio (posto que dividido o bem comum), nem
condôminos, mas, sim, quinhoeiros (isto é, os titulares de cada um dos
quinhões resultantes da divisão do imóvel), figurando estes, então, como
réus naquelas ações.
O parágrafo único fixa a responsabilidade de alguns dos quinhoeiros em
relação àqueles que foram condenados na ação reivindicatória ou
indenizatória proposta pelos confinantes.
Ainda na lição do professor Antonio Carlos Marcato:
Suponha-se, a título de exemplificação, que o imóvel comum, objeto da
divisória, tenha sido partilhado em três quinhões, cabendo cada um deles
aos ex-condôminos e ora quinhoeiros A, B e C. Suponha-se, ainda, que na
demarcação do quinhão cabente a A seja invadido o terreno de seu
confinante. Proposta por este a ação reivindicatória ou indenizatória,
em face de A, e afinal julgada procedente, é sensível o prejuízo desse
quinhoeiro, já que ele ou terá o seu quinhão reduzido, ou arcará com a
indenização devida ao confinante-autor. Confere-lhe a lei, portanto,
tendo em vista o prejuízo só por ele sofrido, o direito de executar B e
C (ou seus herdeiros, se falecidos), visando com isso a recompor o seu
patrimônio, desfalcado com a restituição dos terrenos ou com o pagamento
da indenização.
Dessa forma, estaria garantido o direito de regresso do quinhoeiro
prejudicado, em face dos ex-condôminos, se verificado prejuízo após a
divisão da coisa imóvel, da qual eram co-proprietários.
Observa o professor COSTA MACHADO (2008: 1318) que o exercício do
direito à restituição ou à indenização depende de processo próprio, a
ser instaurado pelo confinante, e não de postulação incidental no
procedimento divisório, que a lei não admite.
1.8. Dos condôminos e dos confinantes
Na ação demarcatória, os condôminos serão citados para ocupar a posição
de litisconsortes ativos (CPC, Art. 952 ) e na divisória, a posição de
réus (Arts. 967, II e 968 ).
Os confinantes serão citados como réus para a ação demarcatória (Art.
953), sendo considerados terceiros no processo divisório, por falta de
interesse na pretensão das partes (Art. 948, 1ª parte) .
O mesmo artigo 948, na segunda parte, afirma pelo direito de, no caso de
os confinantes virem-se despojados de terrenos em virtude da invasão das
linhas limítrofes constitutivas do perímetro, pela demarcação diversa
daquela fixada na sentença já proferida, poderem reivindicar os terrenos
dos quais foram despojados pela invasão ou reclamarem uma indenização
pecuniária correspondente ao seu valor.
1.9. Da ação demarcatória
1.9.1. Do direito material
O Código Civil prevê o direito à limitação entre prédios e ao direito de
tapagem nos artigos 1.297 e 1.298 . Com efeito, prescreve o artigo 1.297
que o proprietário tem o direito de constranger o seu confinante a
proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
Limitar é estabelecer limites, confinar ou restringir; tapagem é ?o
direito que tem o proprietário de prédio urbano ou rural de cercá-lo ou
murá-lo, para impedir o acesso de pessoas ou animais, ou assinalar os
limites entre prédios contíguos, desde que observe as disposições
regulamentares e não cause dano ao vizinho? (DINIZ, 2005: 601).
Na lição de Silvio RODRIGUES (1987: 150/151), a imprescindibilidade de
se fixar os confins das propriedades particulares, quando se abordam os
interesses particulares, existe para evitar invasões e antecipar as
soluções dos conflitos de vizinhança. Quando pensado o interesse social,
a demarcação individualiza a propriedade, ao delimitá-la no espaço,
imprescindível para fins de registro.
Quando o Código Civil concede às partes a prerrogativa de delimitar e
fixar os limites de suas propriedades, a lei impõe uma restrição de
domínio, e é nesse sentido que o professor afirma tratar-se de um
direito e um dever de vizinhança.
1.9.2. Do objetivo
O Código processualista estabelece o cabimento da ação de demarcação ao
proprietário, para obrigar o seu confinante a estremar os respectivos
prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já
apagados (Art. 946, I).
A ação de divisão pode ser proposta pelo condômino, para obrigar os
demais consortes a partilhar a coisa comum (Art. 946, II).
O professor MARCATO (1988: 107), ao destacar a lição de ORLANDO GOMES,
aponta que o objeto da ação demarcatória é
?a sinalização de limites incontroversos, como acontece quando a linha
divisória passa a ser assinalada com marcos. No caso de controvérsia ou
confusão, torna-se necessário determinar os limites, o que se faz de
conformidade com a posse. Visa, pois, a ação de demarcação fixar ou
restabelecer os marcos da linha divisória de dois prédios confinantes.
Seu objeto é a fixação de rumos novos ou aviventação dos existentes? .
O objetivo da ação de divisão é, pois, estabelecer os limites que
envolvam imóveis lindeiros, no caso de controvérsia ou confusão quanto à
linha divisória.
1.9.3. Dos pressupostos
Conforme Silvio RODRIGUES (1987: 150/151), são pressupostos para o
procedimento da ação demarcatória:
a) que haja necessidade de se fixarem marcos divisórios;
b) que os prédios sejam confinantes;
c) que os prédios pertençam a donos diferentes.
Se os imóveis não forem lindeiros ou, se limítrofes, pertencerem ao
mesmo dono, é natural que a ação demarcatória não tenha utilidade. A
dúvida manifesta-se no caso de marcos existentes que devam ser
aviventados ou no de se reclamar o lançamento de novos, onde jamais
existiram outros.
Em sendo os limites certos e incontestáveis entre os prédios, não
havendo dúvida quanto às divisas dos confinantes, deverá a ação ser
julgada improcedente.
1.9.4. Da legitimidade ativa e passiva
Tanto a lei civil como a processual atribuem a legitimidade ativa ao
proprietário do imóvel.
Dessa forma, não possui legitimidade ativa o possuidor, uma vez que a
disputa tem caráter dominial e não possessório.
Note-se a observação de Moraes e Barros, citada por MARCATO (1988: 110),
de que também é possível a propositura da ação pelo
promitente-comprador, quando o compromisso esteja registrado no registro
imobiliário (Decreto-Lei nº 58/37, artigos 5º e 22 e Lei 6.766/79,
artigo 25) , uma vez que este possuidor tem, neste caso, direito real de
aquisição.
O condômino também está legitimado para promover a demarcação do imóvel
comum. No entanto, sempre que tome a iniciativa, deverão compor o pólo
ativo, como litisconsortes, todos os demais condôminos (Art. 952). Isto
porque, tratando-se de litisconsórcio necessário unitário, a eficácia da
sentença atingirá todos os condôminos, uma vez que a decisão é uniforme
a todos eles.
Legítimo a ocupar o pólo passivo da ação é o proprietário do imóvel
confinante e os condôminos, quer a comunhão se refira ao direito de
propriedade (comproprietários), quer a qualquer outro direito real, como
o usufruto, o uso ou a enfiteuse (MARCATO, 1988: 110).
Em virtude na natureza de ação real imobiliária, se casado o autor,
necessitará este do consentimento do cônjuge; se casado for o réu, é
obrigatória a citação do cônjuge. A disposição do artigo 10 do código
processualista aplica-se a qualquer regime de bens, uma vez tratar-se de
regra processual expressa.
Comentários
29/10/2010 23:45 - *denise stoklos*
Excelente trabalho! Parabéns e obrigada pela pesquisa e profissionalismo.
28/10/2010 08:43 - *roxana alves dias*
Este é o melhor texto que já li sobre o assunto. Muito bom, mesmo.
Obrigada e continue a nos iluminar, com seus poemas e textos técnicos.
06/10/2010 13:19 - *Vilma da Silva*
Muito bom seu estudo. Claro, objetivo e assim atende às necessidades
daqueles que buscam ajuda sobre o tema. Obrigada. Parabéns Vilma da Silva
21/09/2010 17:16 - *Caio*
Muito bom, parabéns e obrigado!
21/09/2010 13:36 - *PENA*
TEXTO IMPORTANTE NO CPC,MUITO BOM. PARABÉNS!!!
Exibindo 5 de 15 comentários
Ver mais »
Comentar <#>
Sobre a autora
Maria da Glória Perez Delgado Sanches
São Bernardo do Campo/SP - Brasil
156 textos (141337 leituras)
(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 02/04/11
21:36)
Perfil </autor.php?id=31458>
Textos </autor_textos.php?id=31458>
Contato <javascript:popup('/escreva/escreva.php?id=31458',400,500)>