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Número 1
Jan/Jun 2013
Doc. 2-N1
Resumo do caso
O caso retrata uma situação real em uma empresa fabricante de motores, após a contratação
de uma nova gerente para a área de logística, que assumiu a liderança de um time responsável pela
entrega aos clientes. O texto traz problemas comuns a diversas organizações: adaptação do gestor à
cultura interna e relacionamento entre liderança e liderados. Como adaptar-se à cultura de uma
organização sem conhecê-la plenamente? Como viver tal cultura e como adaptar-se a ela
paulatinamente? Nesse contexto, a gerente precisará conhecer a cultura da empresa para então
adaptar-se a ela, tanto em termos estratégicos como em termos operacionais, buscando entender
como as atividades são realizadas e quais as ferramentas mais comumente usadas.
Objetivos do ensino
Espera-se que um estudante, ao ler, analisar e discutir o caso desenvolva a capacidade de
avaliar situações organizacionais complexas (adaptação à cultura organizacional e liderança) e
formule alternativas de ação para as dificuldades encontradas no caso, levando em conta os vários
públicos envolvidos.
Por que Carmelita, gerente de logística da Empresa Águia, se encontra com o problema
descrito no caso? O que levou a essa situação?
Identifique os principais atores envolvidos na situação e o que está em jogo para cada um
deles.
O que Carmelita deve fazer? Discorra com detalhes não só o que deve ser feito, mas também
de que maneira.
O que Janislei deve fazer? Discorra com detalhes não só o que deve ser feito, mas também de
que maneira.
Cultura organizacional
No início do século XX, com o advento da escola das Relações Humanas, a preocupação com
as pessoas e a forma como elas agem em grupo, buscando o reconhecimento e aprovação desse
grupo, passou a destacar-se num cenário até então dominado pela ênfase nas tarefas e na estrutura da
empresa. Se a integração social afetava proporcionalmente a disposição e o nível de eficiência das
pessoas no exercício de suas tarefas, o conceito de homem economicus passava agora a dar lugar ao
homem social, um ser que necessita de constante interação com os demais.
O assunto “cultura organizacional” ganhou destaque a partir da década de 70 com as
pesquisas de Hofstede (1976) e Pettigrew (1979), mas teve seu ápice na década de 80 com a
publicação de diversos autores, sendo os principais: Schwarz & Davis (1981), Schein (1984),
Smircich (1985), Beyer & Trice (1987) e Fleury (1996). Porém, embora não muito citado, o primeiro
trabalho desenvolvido exclusivamente sobre o tema foi o livro The Changing Culture of a Factory,
escrito por Elliot Jaques e publicado na Inglaterra em 1951.
Entender o comportamento humano dentro das organizações exige primeiramente a
compreensão da origem antropológica do homem. A sobrevivência e a evolução da nossa espécie são
mais bem compreendidas quando pressupomos um conjunto de transformações da cultura
(TAVARES, 1991). Sendo a cultura um sistema de símbolos e significados compartilhados
(GEERTZ, 1989) e considerando que o homem é um ser adaptável a essas transformações, torna-se
importante elucidar a relação dele com a cultura do meio onde atua, seja ela local ou organizacional.
Desde então, com o advento das organizações japonesas frente às americanas, principalmente
no que concerne às atitudes e comportamentos esperados dos funcionários das montadoras de
automóveis, a cultura organizacional tem ganhado destaque na literatura e no meio corporativo. Cada
vez mais, as organizações têm interesse em saber quais aspectos da cultura são relevantes no
exercício das atividades de seus funcionários, ao passo que a discussão sobre cultura organizacional,
como um fator influente nos processos de aquisições e fusões empresariais, tem também se
destacado.
Compreender a cultura organizacional é visitar o cerne da organização, onde se estabelecem
parâmetros de valores e comportamentos a serem seguidos, baseados em pressupostos desenvolvidos
ao longo do tempo (JOHANN, 2002). Esse entendimento de cultura passa pelo reconhecimento da
interação entre as pessoas e a organização e entre esta e seu universo. O alinhamento do
comportamento das pessoas aos valores e crenças da organização é obtido mediante um trabalho
planejado da cultura organizacional, o qual preserva o núcleo dessa cultura e estimula o progresso.
Um elevado desempenho organizacional decorre, assim, de um gerenciamento que permite interferir
na cultura organizacional, tornando-a densa e ao mesmo tempo adaptativa. (FREITAS, 2002).
Nesse sentido, a cultura atua profundamente sobre as percepções e os procedimentos no
ambiente organizacional e, embora seja relevante para o desempenho das empresas, ela não pode ser
facilmente observada ou sentida. Uma cultura forte pressupõe o comprometimento dos funcionários
com os objetivos organizacionais e uma rápida resposta a situações e problemas familiares de certa
rotina organizacional. Por outro lado, uma cultura fraca, pode gerar maior flexibilidade, mas não
gera comprometimento. A cultura organizacional surge como um contra-ataque aos problemas de
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desintegração, como uma solução atraente, enfatizando as ideias comuns, formas de pensar, valores,
padrões e maneiras de trabalhar (FREITAS, 1991). Ela fornece as respostas a essas tendências de
desagregação por meio da quebra de padrões culturais, via consenso e solidariedade entre os
membros da organização. A literatura afirma que as grandes corporações desenvolvem culturas
poderosas que guiam o pensamento e o comportamento das pessoas em busca dos mesmos objetivos,
como propõe Chanlat (1993, p. 88), ao dizer que “a cultura é um sistema de crenças que dá sentido
às atividades do homem.”
Foi a partir da década de 90 que a cultura passou a ser vista de forma mais holística: mais do
que influenciar o comportamento das pessoas, ela é um dos pilares da organização capaz de suportá-
la e mantê-la. Corroboram com tais ideias DeLong & Fahey (2000), primeiros autores a descrever a
cultura organizacional como direcionadora da forma de agir das pessoas, o que impacta diretamente
nas estruturas de trabalho e que pode ser observado principalmente nos processos de fusões entre as
empresas.
Mais conhecidos e disseminados estão os trabalhos de Hofstede (1976) e Schein (1984),
cujas teorias serão descritas com mais detalhes a seguir, já que serão utilizadas como a principal
fonte para a fundamentação teórica desse estudo. A escolha por Hofstede justifica-se, uma vez que o
autor teve dois olhares distintos para o assunto: de início (I) buscou ver a cultura como um fenômeno
social, no qual os aspectos externos da organização (nacionalidade) influenciavam o aspecto interno
delas (modus operandi) e, logo após (II), preocupou-se com a percepção dos indivíduos sobre a
forma como eles reagiam à cultura em si. Nessa mesma linha, estão as pesquisas de Schein, que
descreveram a cultura como o resultado da interação entre os indivíduos que nela atuam e que geram
elementos mais superficiais ou mais profundos, o que ele denominou de níveis da cultura.
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primeiro estudo de Hofstede (1980) chamou a atenção para as diferenças culturais existentes em uma
organização americana, cujas filiais situavam-se geograficamente em locais distintos. Segundo ele,
essas diferenças se manifestavam de várias formas: símbolos, heróis, rituais e valores.
Símbolos são as palavras, gestos, figuras e objetos que carregam um significado reconhecido
apenas por aqueles que vivem naquela cultura (HOFSTEDE, 1991). É o nível mais superficial da
cultura, sendo facilmente reconhecido por meio da observação. Os símbolos desaparecem com a
mesma facilidade com que foram criados. Estão presentes na forma de vestir e de falar. Os heróis são
pessoas vivas ou mortas, reais ou imaginárias, que possuem características altamente valorizadas em
uma cultura e que servem de modelo de comportamento para os demais. Os fundadores da
organização ou a “mascote” dela (quando há), se encaixam aqui.
Rituais são atividades coletivas que, dentro de uma cultura organizacional, são consideradas
essenciais, como por exemplo, formas de cumprimentos ou reverências e demais cerimônias
específicas. E, finalmente, há os valores, que são a essência da cultura organizacional e que nada
mais são do que tendências gerais para se fazer as coisas de uma forma, ao invés de outra. Os valores
têm uma representatividade alta no estudo da cultura organizacional, pois a torna estável quando as
normas refletem os valores do grupo (TROMPENAARS, 1994). Todas essas manifestações de
cultura adicionadas às practices de cada uma formam o diagrama que Hofstede (1980) denominou
the onion diagram.
Anos mais tarde, ainda realizando estudos sobre o tema, Hofstede et al (1990) aplicou um
questionário junto aos funcionários de uma multinacional, não só em sua matriz nos Estados Unidos,
mas também em outros cinquenta países onde ela estava presente. Ele notou que grande parte das
respostas obtidas podia ser categorizada em quatro dimensões distintas:
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Figura 3: Dimensões da Cultura Organizacional
Da mesma forma que Schein, Hofstede também buscou fazer relações entre os temas cultura
organizacional e liderança. Embora o nível de controle que a liderança tem sob a cultura
organizacional seja limitado (Schwartz & Davis, 1981), é necessário que haja um interesse da mesma
em promovê-la, uma vez que o movimento top down é importante para criar o comprometimento
entre os demais. Entendendo a cultura organizacional como “um fenômeno superficial que existe
principalmente nas práticas visíveis da organização, adquirida através da socialização dos novos
membros” - (HOFSTEDE, 1993, p. 92) - torna-se importante saber não apenas como incentivar essas
práticas, mas também quem será o responsável por tal promoção. Geralmente, os líderes, nos seus
mais diversos níveis, carregam com si essa função, embora em certas literaturas (principalmente a
americana), o papel do líder seja mais fortemente mencionado, descrito até mesmo como um core
element da organização, sem a qual ela não consegue prosseguir na busca de seus propósitos. Tomei
e Braunstein (1993, p. 17) também concordam com tal ideia quando afirmam que:
Considerando-se que “a gestão não é um fenômeno que pode ser isolado de outros processos
dentro de uma sociedade” (HOFSTEDE, 1993, p. 89), torna-se relevante entender como é possível
dizer que o perfil do líder tem uma importância representativa na continuidade da cultura de
determinada organização, uma vez que ele tenderá a captar novos colaboradores com um perfil
próximo ao seu e com características similares às suas. A continuidade dessa cultura bem como a
permanência dela ao longo dos anos também dependerá do quão socializada ela estará entre os
demais membros da organização, ou seja, o quão disseminado entre eles estarão as practices que ela
propõe.
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Outra função importante do líder refere-se à comunicação e às formas pelas quais ele incita
às pessoas a viverem os princípios da cultura empresarial. A comunicação em si já é uma das
características essenciais do líder, mas a forma como ele a utilizará para promover a cultura tem uma
influência direta na maneira como as pessoas irão percebê-la. Tão importante quanto gerenciar
recursos, é gerenciar pessoas, outra tarefa importante dos líderes.
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Figura 4: Níveis da Cultura Organizacional
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Roteiro para a discussão
Aqui está um possível roteiro, focado na questão de cultura organizacional, da adaptação a
ela e de como ela facilita ou impede o uso de tecnologias.
Janislei Bauer: chefe da logística da Empresa Águia, com dez anos de experiência na área.
Carmelita Assunção: nova gerente de logística da Empresa Águia, há três meses na empresa.
Trabalhou anteriormente na Empresa Z, um pequeno empreendimento familiar, tem
experiência de cinco anos como líder.
Inácio Muraro: gerente anterior da área de logística da Empresa Águia, antigo superior
imediato de Janislei Bauer. Foi promovido a diretor e por tal razão, foi transferido para a
planta de Illinois, nos Estados Unidos.
Pedro, João, Marcio, Álvaro e Caio: analistas de logística, subordinados diretamente a
Janislei Bauer.
O então gerente de logística da Empresa Águia é transferido para Illinois, Estados Unidos, o
que gera a necessidade de contratação de uma nova líder.
Logo após sua saída, é contratada Carmelita Assunção, nova superior de Janislei Bauer.
Carmelita Assunção assume a liderança do time de logística da Empresa Águia e após três
meses, vive a situação-problema.
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Discussão sobre cultura organizacional e intranet – trinta minutos
Para introduzir a discussão sobre cultura organizacional, é interessante começar com o
questionamento sobre quais são os objetivos de Carmelita Assunção. Embora aparentemente simples,
essa pergunta será desdobrada em outras, tais como:
Sugere-se, nas discussões com os alunos, perguntar constantemente suas posições, mostrando
as possíveis consequências de cada opinião. Além disso, o professor pode fazer uma breve reflexão
sobre como a cultura organizacional impacta nas atividades das pessoas, bem como no
comportamento delas. Aqui, pode ser interessante também apresentar os níveis da cultura
organizacional proposto por Schein (2007). É recomendável também desenhar na lousa a pirâmide
com os níveis organizacionais propostos por Schein (2007), comparando a Empresa Águia com a
Empresa Z e evidenciando os diferentes níveis em que ambas se encontram no que se refere ao uso
de tecnologias.
Nestes momentos iniciais da discussão, é possível que algum aluno questione se é plausível
que emails de 10mb “travem” uma rede atualmente. Mesmo sendo um caso contemporâneo (ocorrido
em 2011), é pertinente dar algumas explicações aos alunos. São várias as causas que podem travar
uma rede interna: problemas no hardware (memória ou placa-mãe), problemas no software (os
programas em si), problemas com os drivers (dispositivos que fazem funcionar o mouse, teclado...),
entre outros. Teoricamente, porém, por ser uma grande empresa, essas difculdades não deveriam ser
mencionadas.
O que ocorre é que, as grandes corporações trabalham com cotas de espaço por setor, ou seja,
é disponibilizada a cada departamento uma quantidade de espaço em rede a ser gerenciada. Esse
espaço é medido em MB ou GB (linguagem real e conhecida dos alunos) e é calculado de acordo
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com o número de funcionários do departamento. Por ser um departamento pequeno (considerando a
quantidade de funcionários que Carmelita tem), as cotas de espaço não são muito elevadas. Quando o
armazenamento de dados/informações está próximo de atingir o limite estabelecido, o tráfego se
torna mais lento até que finalmente, “trava”. Note-se que, conforme mencionado no caso, dois
problemas emergiram desde a chegada de Carmelita: o aumento no fluxo de e-mails e o aumento no
volume de dados armazenados. Naturalmente que, quando necessário, é possível aumentar a cota de
espaço do departamento, mas isso exige a anuência de vários gestores: gestor do departamento,
gestor de TI e, se envolver novos custos, até mesmo a liderança estratégica é envolvida. Além disso,
esse é um processo que demanda certo tempo (na maioria dos casos, meses) principalmente porque
requer que tais gestores analisem a viabilidade do caso, para só então (in) deferí-lo.
O que fazer minutos antes do inicio da reunião com a diretoria? O que dizer à diretoria da
Empresa Águia? Como contornar tal situação, sem evidenciar que desconhecia o local onde
os relatórios estavam salvos?
No papel de gerente, foi coerente a atitude de Carmelita em verificar os relatórios de vendas
apenas um dia antes da reunião com a diretoria? Aqui também é interessante perguntar aos
alunos o que eles teriam feito. Nesse momento, muitos comentarão as situações semelhantes
pelas quais também já passaram e que aprendizado foi tirado delas.
O que fazer com a chefe de logística, Janislei Bauer e seu time? Seria necessário tomar uma
medida legal (advertência, demissão...) ou não? Qual a influência da cultura da Empresa
Águia nessa decisão? Considerando as informações disponíveis, é possível dizer que ela tinha
uma cultura punitiva ou de confiança? Que elementos do caso evidenciam tais
características? Esse é um momento oportuno para comentar sobre os aspectos estratégicos
da Empresa Águia (missão, visão, valores, no Anexo 2) e como eles podem influenciar as
atitudes dos funcionários. Os valores da Empresa Águia, por exemplo, remetem claramente a
uma cultura de confiança, enquanto que a cultura da Empresa Z preza mais pelo alcance de
resultados. Quais os impactos dessas características no uso das tecnologias? Como elas
influenciam positiva ou negativamente a disseminação delas?
O que fazer nos próximos meses? Já que aquela era uma reunião mensal, quais seriam as
atitudes a serem tomadas para que tal problema não voltasse a ocorrer? Iria Carmelita
aprender a utilizar a intranet da Empresa Águia? Que fatores nos levam (ou não) a acreditar
nisso?
E quanto à ferramenta email? Ela era tão utilizada como a intranet na Empresa Águia? E se o
time de Carmelita usasse apenas o email como ferramenta de compartilhamento de
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informação, a situação-problema seria a mesma?
Na situação–problema falou-se apenas sobre a disponibilização dos relatórios de vendas na
intranet, mas e quanto aos demais documentos utilizados pela empresa? Com base nas
informações culturais acerca da Empresa Águia, como ela provavelmente geria os demais?
Também via intranet?
E quanto à tratativa de informações confidenciais? Em algum momento ela foi abordada na
situação-problema? Se sim, como? É recomendável aqui comentar sobre segurança de
informações e o acesso a elas, principalmente quando são de cunho sigiloso? Que aspectos da
cultura da Empresa Águia demonstram (ou não) a preocupação dela com isso? Novamente
aqui é válido estabelecer uma comparação entre a Empresa Águia e a Empresa Z, onde
Carmelita havia trabalhado anteriormente.
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assunto mais voltado às disciplinas de Sistemas de Informação, há chances desse
questionamento ser feito pelos alunos.
f) Por fim, também é interessante chamar a atenção dos alunos para o aspecto “contato” entre
liderança e liderados. Em vários momentos, foi comentado que Carmelita preferia o contato
virtual (emails) do que o pessoal. Essa era uma característica do perfil de Carmelita ou da
Empresa Águia? Que características da empresa nos permitem entender isso? Certamente,
esse será um tema que gerará bastante discussão entre os alunos, principalmente porque
muitos terão experiências para contar a respeito.
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