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REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM IDOSOS

REABILITAÇÃO EM IDOSOS PODE TER UM CARÁTER PREVENTIVO, PRESERVATIVO OU PALIATIVO.

MUDANÇAS COGNITIVAS OCORREM EM DECORRÊNCIA DA LESÃO, MAS, TAMBÉM, EM FUNÇÃO DO


PRÓPRIO ENVELHECIMENTO.

DEPENDENDO DO ESTÁGIO DO PROBLEMA, O TRATAMENTO É MAIS DIRECIONADO AO IDOSO OU


AOS SEUS FAMILIARES E CUIDADORES.
REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM IDOSOS

TRATAMENTOS EM GRUPO PODEM MINIMIZAR A SOLIDÃO E MELHORAR O HUMOR, SENDO


INDICADO PARA IDOSOS RESISTENTES A TERAPIAS INDIVIDUALIZADAS.

REAVALIAÇÕES PERIÓDICAS FUNCIONAIS SÃO IMPORTANTES NORTEADORES DA SEQUÊNCIA DE UM


TRATAMENTO.

O USO DE TÉCNICAS COMO A MUSICOTERAPIA E ARTE TERAPIA PODE SER ÚTIL PARA ASPECTOS
COGNITIVOS E EMOCIONAIS.
TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO EM IDOSOS
(EXEMPLOS)
IDOSO COM DÉFICIT COGNITIVO DECORRENTE DE DOENÇA NÃO DEGENERATIVA
TÉCNICAS RESTAURATIVAS – EXERCITA-SE A PRÓPRIA FUNÇÃO DEFICITÁRIA.
TÉCNICAS COMPENSATÓRIAS – TRABALHA-SE A FUNÇÃO/HABILIDADE DEFICITÁRIA POR MEIO
DE FUNÇÕES SAUDÁVEIS.
TERAPIA DE REMINISCÊNCIA – UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA DE VIDA PARA RESSIGNIFICAR O
MOMENTO DA DOENÇA, RECONSTRUINDO NOVAS POSSIBILIDADES.
ORIENTAÇÕES AOS FAMILIARES E CUIDADORES – TREINAMENTO DA FAMÍLIA PARA AUXILIAR O
PACIENTE NA RETOMADA DE SUA AUTONOMIA.
TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO EM IDOSOS
(EXEMPLOS)
IDOSO COM DÉFICIT COGNITIVO DECORRENTE DE DOENÇA NEURODEGENERATIVA
TÉCNICAS COMPENSATÓRIAS – ´NO INÍCIO DA DOENÇA, NOS ESTÁGIOS ONDE A PERDA
COGNITIVA É LEVE E OUTRAS HABILIDADES PRESERVADAS PODEM PROLONGAR A CAPACIDADE
DE EXECUTAR UMA TAREFA.
TÉCNICAS SUBSTITUTIVAS – PERMITE AO PACIENTE REALIZAR UMA ATIVIDADE COM AUXÍLIO DE
MEIOS EXTERNOS E TERCEIROS.
TERAPIA
TERAPIA DE
DE REMINISCÊNCIA
REMINISCÊNCIA –– UTILIZAÇÃO DA HISTÓRIA
PERMITE AO PACIENTE DE VIDA PARADA
A RECORDAÇÃO RESSIGNIFICAR
MEMÓRIA O
MOMENTO DA DOENÇA,
AUTOBIOGRÁFICA COMORECONSTRUINDO NOVAS POSSIBILIDADES.
MEIO PARA SE ORIENTAR E REFERIR-SE A SI MESMO.
ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E CUIDADORES – TREINAMENTO DA FAMÍLIA PARA QUE POSSAM
ASSUMIR AS RESPONSABILIDADES SOBRE O IDOSO, DIVIDIR-SE COM AS TAREFAS E APRIMORAR
TÉCNICAS DE MANEJO COM O PACIENTE.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
1. IDENTIFICAR QUAIS PROCESSOS ADAPTATIVOS SE ENCONTRAM PRESERVADOS VERSUS
AQUELES QUE ESTÃO DEFICITÁRIOS, NÃO SÓ PELA DOENÇA, MAS, TAMBÉM, PELO
ENVELHECIMENTO EM SI.

2. POR MEIO DE UMA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA SERÁ INVESTIGADO O


FUNCIONAMENTO COGNITIVO, COMPORTAMENTAL E EMOCIONAL DO IDOSO.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
➢A APLICAÇÃO DE TESTES E TAREFAS QUE EXAMINAM FUNÇÕES COMO ATENÇÃO, MEMÓRIA, VELOCIDADE
NO PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO, HABILIDADES PERCEPTO-MOTORAS, RACIOCÍNIO MATEMÁTICO,
FUNÇÕES EXECUTIVAS, JULGAMENTO E LINGUAGEM IRÁ DAR UMA NOÇÃO DE HABILIDADES COGNITIVAS
DO PACIENTE NO MOMENTO DA INVESTIGAÇÃO.

➢EVIDENCIAR COMO ELE UTILIZA SUA COGNIÇÃO, COMO INTERAGE COM AS DEMAIS PESSOAS À SUA
VOLTA, COMO ELE REALIZA SUAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E QUAL O SEU GRAU DE AUTONOMIA, DE
ENFRENTAMENTO OU DE ACEITAÇÃO DOS SEUS PROBLEMAS SÃO ASPECTOS QUE PERMITIRÃO ENTENDER
ESSE PACIENTE DO PONTO DE VISTA MAIS PRÁTICO E PERCEBER O QUE, DE FATO, É IMPORTANTE SER
TRATADO. PARA WILSON (2002), UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO DEVE CONTER UM OLHAR MAIS
AMPLO SOBRE A NECESSIDADE DAS PESSOAS.


CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
➢ALÉM DE TRABALHAR A(S) FUNÇÃO(ÕES) COGNITIVA(S) DEFICITÁRIA(S), O PLANO DE
REABILITAÇÃO DEVE BUSCAR ALIVIAR AS DIFICULDADES QUE ESTAS DISFUNÇÕES EXERCEM SOBRE
AS ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIA (ABVDs), AS ATIVIDADES INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA
(AIVDs) E AS ATIVIDADES AVANÇADAS DE VIDA DIÁRIA (AAVDs), AS QUAIS SÃO RESPONSÁVEIS
PELA AUTONOMIA DOS PACIENTES.
➢TAREFAS QUE MELHORAM A FUNÇÃO COGNITIVA EM SI PODE LEVAR A MELHORA NAS
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA, BEM COMO O CONTRÁRIO TAMBÉM É VERDADEIRO.
➢UMA VEZ IDENTIFICADOS OS DÉFICITS, É IMPORTANTE CONSTRUIR ESTRATÉGIAS DE
TRATAMENTO. EM UM TRABALHO CONJUNTO FORMADO PELO TERAPEUTA, O PACIENTE E SEUS
FAMILIARES É TRAÇADO UM PLANO ONDE SÃO SELECIONADAS METAS POSSÍVEIS DE SEREM
ATINGIDAS. ISSO REQUER UMA ALIANÇA TERAPÊUTICA ESTREITADA E EMBASADA NO
CONHECIMENTO REAL DA SITUAÇÃO NA QUAL O PACIENTE SE ENCONTRA E DAS POSSIBILIDADES
QUE O MEIO EXTERNO TEM PARA AJUDÁ-LO (BOLOGNANI, 2015).
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
BOLOGNANI E BUENO (2012) PROPÕEM UMA TABELA DE HIPÓTESES QUE SE CONSTITUI EM UMA
FERRAMENTA SIMPLES, CLARA E OBJETIVA DE ORGANIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES REFERENTES ÀS
DIFICULDADES DO PACIENTE E OS POSSÍVEIS CAMINHOS PARA SOLUCIONÁ-LOS AO LONGO DO
TRATAMENTO.
NESSA TABELA SÃO DISCRIMINADOS:
1. A DIFICULDADE APRESENTADA PELO PACIENTE;
2. A META A SER ATINGIDA;
3. A HIPÓTESE (POSSÍVEIS CAUSAS DA DIFICULDADE);
4. A ESCOLHA DE ESTRATÉGIAS COERENTES PARA ABORDAR CADA CAUSA;
5. O RESULTADO OBTIDO COM CADA ESTRATÉGIA OU TÉCNICA E;
6. OS PRÓXIMOS PASSOS DA INTERVENÇÃO, QUANDO ESTES FOREM NECESSÁRIOS;
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
➢FATORES COMO RESERVA COGNITIVA E CAPACIDADE FUNCIONAL, PODEM ATUAR COMO
SINALIZADORES DA EVOLUÇÃO DE CADA QUADRO E ISSO TAMBÉM SERVE COMO UM ELEMENTO
IMPORTANTE NA MANUTENÇÃO OU REFORMULAÇÃO DAS METAS A SEREM CONSTRUÍDAS EM
CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO.

➢A GRAVIDADE DE CADA PACIENTE (PRINCIPALMENTE NOS CASOS ONDE JÁ ESTÁ ESTABELECIDA


UMA DOENÇA), OS CUSTOS DO TRATAMENTO EM GERAL (INCLUINDO MEDICAÇÕES,
ENFERMAGEM, FISIOTERAPIA ETC.), A FREQUÊNCIA DOS ATENDIMENTOS, ENTRE OUTRAS
QUESTÕES QUE TAMBÉM INTERFERIR NA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS

➢DENTRO DE UMA ABORDAGEM MAIS “ECOLÓGICA”, VOLTADA PARA O TRATAMENTO DAS


NECESSIDADES REAIS DO PACIENTE EM SEU MEIO, É POSSÍVEL QUE MUITOS IDOSOS VENHAM A
SER BENEFICIADOS COM ATENDIMENTOS MAIS LONGOS (COM UMA DURAÇÃO DE 1H A 1H30) E
NO AMBIENTE DOMICILIAR OU EM OUTROS ESPAÇOS ONDE COSTUMAM FREQUENTAR (POR
EXEMPLO, CAFETERIAS, LIVRARIAS, PRAÇAS E SUPERMERCADOS), AO INVÉS DE ATENDIMENTOS
EXCLUSIVOS NO CONSULTÓRIO. EM ALGUNS MOMENTOS, FAZ-SE NECESSÁRIO PENSAR NA
MUDANÇA DO SETTING TERAPÊUTICO.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
➢A MEMÓRIA AUTOBIOGRÁFICA É UM IMPORTANTE ALIADO NO TRATAMENTO DOS PROBLEMAS
NEUROLÓGICOS. O RESGATE DA HISTÓRIA DE VIDA DO PACIENTE COMO MEIO PARA AUMENTAR
SUA COMUNICAÇÃO COM O TERAPEUTA (VISTO QUE MUITAS VEZES SÓ MEMÓRIAS REMOTAS
ESTÃO ACESSÍVEIS), SUAS REFERÊNCIAS PESSOAIS E SUA ORIENTAÇÃO NO TEMPO CONFIGURA
O QUE SE DENOMINA TERAPIA DE REMINISCÊNCIA .

➢MUITAS VEZES, COM A PERDA GRADUAL DA MEMÓRIA RECENTE E DA CAPACIDADE DE FORMAR


NOVAS MEMÓRIAS, CABE AO TERAPEUTA REFORÇAR TODAS AS INFORMAÇÕES AINDA
ARMAZENADAS E QUE DÃO UM SENTIDO E UMA ORIENTAÇÃO AO PACIENTE EM RELAÇÃO A SI
PRÓPRIO E A PESSOA QUE ELE FOI ATÉ ADOECER.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
SMART:

S – SPECIFIC – SER ESPECÍFICO


M – MEASURABLE – SER MENSURÁVEL
A – ACHIEVABLE – SER ALCANCÁVEL
R – RELEVANT – SER RELEVANTE
T – TIMED – OCORRER DENTRO DE UM DETERMINADO TEMPO
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
▪VISANDO AMENIZAR AS DIFICULDADES OBSERVADAS NO DIA A DIA, UM PLANO DE REABILITAÇÃO
NÃO PODE DESCONSIDERAR, POR FIM, AS ALTERAÇÕES QUE OCORREM NO HUMOR E NO
COMPORTAMENTO.
▪ACEITAR AS PERDAS E AS MUDANÇAS DECORRENTES DE UMA DOENÇA, A PRESENÇA DOS
DÉFICITS COGNITIVOS E AS POSSIBILIDADES REAIS DE MELHORA DO QUADRO SÃO FATORES
FUNDAMENTAIS NO SEGUIMENTO DE QUALQUER PROGRAMA E DEVE SER TRABALHADO TANTO
COM O PACIENTE IDOSO COMO COM SEUS FAMILIARES.
▪MUITOS TRATAMENTOS DE REABILITAÇÃO SÃO INTERROMPIDOS NA MEDIDA EM QUE OS
FAMILIARES E O PRÓPRIO PACIENTE PERCEBEM QUE A CURA NÃO SERÁ ALCANÇADA.
▪EMBORA NÃO SE TRATE DE PSICOTERAPIA, AS SESSÕES DE REABILITAÇÃO PODEM SER DIVIDIDAS
EM ETAPAS, ONDE O TERAPEUTA FAZ UM ACOLHIMENTO BREVE, UMA AVALIAÇÃO DO ESTADO
EMOCIONAL DO PACIENTE E A SEGUIR PASSA PARA A REALIZAÇÃO DA ATIVIDADE COGNITIVA.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS
➢OUTRA FORMA TAMBÉM DE ATENDER ÀS DEMANDAS EMOCIONAIS É TRABALHAR DE MODO
ASSOCIADO EM UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR, NA QUAL O PSICÓLOGO, O PSIQUIATRA, O
NEUROPSICÓLOGO E O NEUROLOGISTA TRABALHAM EM GRUPO PARA O BEM-ESTAR DE SEU
CLIENTE.

➢ATIVIDADES EM GRUPO QUE BUSQUEM AUMENTAR O CONVÍVIO SOCIAL DO PACIENTE TAMBÉM


PODEM CONTRIBUIR PARA UMA MELHOR ADAPTAÇÃO A SUA NOVA CONDIÇÃO, NA MEDIDA EM
QUE ELE PERCEBE NÃO ESTAR SOZINHO EM SEU PROBLEMA.
CONSTRUINDO PROGRAMAS DE
REABILITAÇÃONEUROPSICOLÓGICA PARA IDOSOS

➢A REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NÃO TEM COMO OBJETIVO ÚNICO MELHORAR


COGNITIVAMENTE O PACIENTE, LUTANDO CONTRA O TEMPO E TODAS AS PERDAS QUE VÃO
SURGINDO, MAS SIM O ENSINAR O PACIENTE E SEUS FAMILIARES A MANEJAR AS ALTERAÇÕES
EMOCIONAIS, FÍSICAS E COMPORTAMENTAIS QUE SÃO ESPERADAS, VISANDO, DESSA FORMA,
UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA (MONTEIRO ET AL, 2013)

➢O TRATAMENTO NEUROPSICOLÓGICO NÃO PODE SER UM TRABALHO SOLITÁRIO, MAS EM


EQUIPE, VISTO QUE ENVOLVE MÚLTIPLAS PESSOAS E ESPECIFICIDADES.
ATIVIDADES DO DIA A DIA QUE PODEM FICAR
ATIVIDADES DE
COMPROMETIDAS – DEMÊNCIA (EXEMPLOS)
EXEMPLOS DE SINTOMAS EXEMPLOS DE FUNÇÕES QUE PODEM TRATAMENTO/INDICAÇÃO
VIDA DIÁRIA ESTAR COMPROMETIDAS NA ATIVIDADE

ATIVIDADES DIFICULDADES NO CUIDADO MEMÓRIA EPISÓDICA, PLANEJAMENTO, INDIVIDUAL, NA CASA DO PACIENTE.


BÁSICAS PESSOAL PARA VESTIR-SE, FUNÇÕES EXECUTIVAS, ATENÇÃO,
(ABVDs) PARA SE LEMBRAR DO BANHO, ORIENTAÇÃO TEMPORO-ESPACIAL,
ALIMENTAR-SE, LOCOMOVER- PRAXIA, PERCEPÇÃO.
SE DENTRO DA CASA.
ATIVIDADE DIFICULDADES PARA UTILIZAR MEMÓRIA PROCEDURAL, FUNÇÕES INDIVIDUAL, NA CASA DO PACIENTE,
INSTRUMENTAL APARELHOS ELETRÔNICOS NA EXECUTIVAS, PLANEJAMENTO, PRAXIA OU EM AMBIENTE QUE SIMULE A VIDA
DE VIDA DIÁRIA CASA (LIGAR TELEVISÃO, IDEOMOTORA. REAL DO PACIENTE.
(AIVDs) USAR TELEFONE CELULAR,
USAR O CONTROLE REMOTO),
PREPARAR UM ALIMENTO.
ATIVIDADE DIFICULDADE PARA ORIENTAÇÃO ESPACIAL, PLANEJAMENTO INDIVIDUAL, NA CASA DO PACIENTE
AVANÇADA DE LOCOMOVER-SE PELA CIDADE, ESPACIAL, MEMÓRIA EPISÓDICA E OU EM AMBIENTE QUE SIMULE A VIDA
VIDA DIÁRIA FREQUENTAR EVENTOS SEMÂNTICA, HABILIDADES SOCIAIS, REAL DO PACIENTE, E NO
(AAVDs) SOCIAIS, PRESTAR SERVIÇOS À LINGUAGEM, HUMOR, FUNÇÕES CONSULTÓRIO. PODEM SER FEITOS
COMUNIDADE. EXECUTIVAS, JULGAMENTO. TRABALHOS EM GRUPO DE PACIENTES
APLICAÇÃO DA TCC BECKIANA PARA IDOSOS

Dra. Ana Cristina Taunay


TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA IDOSOS
•Baseia-se na premissa de que a inter-relação entre cognição, emoção e
comportamento está implicada no funcionamento normal do ser humano e,
em especial, na psicopatologia (knapp, 2004).
•Um primeiro passo da tcc na prática clínica, principalmente para utilizar
as estratégias adequadas, é fazer uma avaliação aprofundada para
identificar as dificuldades de cada paciente.
•Também indispensável é o foco não só nas dificuldades, mas nos pontos
fortes e habilidades já existentes, na maioria das vezes adormecidas
frente aos problemas vivenciados.
•Essas potencialidades, ao serem resgatadas, podem servir como recursos
para o enfrentamento de problemas.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS
A aplicação da TCC abrange vários transtornos, como depressão,
estresse pós-traumático e obsessivo-compulsivo.
Os resultados obtidos são satisfatórios para o tratamento desses
transtornos, bem como a persistência dos benefícios ao longo do
tempo (Bottan, Morais, Schneider, Trentini, & Heldt, 2014).
A depressão é um dos principais problemas da terceira idade,
devido à diminuição da qualidade de vida e da
funcionalidade dos idosos.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS
•A qualidade de vida é outro foco importante no
tratamento do idoso, e explicita como ele percebe a sua
vida nos seguintes âmbitos: familiar, cognitivo, psicológico,
físico e social.
•Atitude positiva, visão realística e habilidades para se
adaptarem a mudanças são os fatores apontados pelos
idosos como marcadores de qualidade de vida
(Reichstadt, Depp, Palinkas, & Jeste, 2007).
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM
GRUPO PARA IDOSOS
•É uma possibilidade de aumentar o contato social dos idosos, uma vez
que, eles têm a oportunidade de socializar problemas comuns entre si,
sentirem-se menos estigmatizados e, alternativamente, encorajados a
expor suas ideias.
•Com essa vivência, entendem que não estão sozinhos em seus problemas
ou em suas dificuldades e podem adquirir novas percepções a partir do
convívio com os demais participantes do grupo terapêutico.
•Ambiente propício para observar como cada indivíduo pensa e percebe
o mundo a sua volta, uma vez que várias pessoas trabalham juntas e
apresentam diferentes regras para viver.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM
GRUPO PARA IDOSOS
•Os procedimentos aplicados ao grupo podem varias de acordo
com a avaliação que o terapeuta realiza, considerando o número
de participantes do grupo, o número de sessões e o estilo do grupo,
se aberto ou fechado. Contudo, são mantidas as características da
TCC em grupo, como homogeneidade, tempo limitado e breve.
•O terapeuta cognitivo-comportamental utiliza várias estratégias e
técnicas, sendo algumas das mais frequentes o registro
de pensamentos automáticos, o monitoramento do humor, a
resolução de problemas e a aquisição do conhecimento por meio de
psicoeducação.
MODELO DA TCC EM GRUPO PARA IDOSOS
PROPOSTO POR ARGIMON E RINALDI (2009)
•Grupo fechado;
•Oito sessões de uma hora e trinta minutos semanais;
•O primeiro encontro é individual para triagem, avaliação
psicológica e a verificação das condições psicológicas, queixas
cognitivas e dificuldades auditivas, visuais e verbais dos
pacientes;
•Os pacientes que apresentem sintomas depressivos podem ser
encaminhados para tratamento psiquiátrico concomitante;
MODELO DA TCC EM GRUPO PARA IDOSOS
PROPOSTO POR ARGIMON E RINALDI (2009)
•Os oito encontros de psicoterapia se dividem em três etapas:
•As primeiras sessões avaliam os pacientes e salientam a importância
da coesão grupal – entendida como o grau de interesse dos
participantes uns com os outros.
•As sessões intermediárias detiveram-se nos objetivos comuns expostos
pelos pacientes, utilizando estratégias para alcançá-los.
•As últimas sessões apontam os ganhos e reforçam a necessidade de
continuar o monitoramento dos pensamentos e das crenças nas
situações futuras.
PRIMEIRA SESSÃO: INICIANDO O TRATAMENTO

•Deve haver uma sessão especial com algumas metas, tais como conhecer o
terapeuta e inteirar-se sobre a estrutura e o processo de terapia em grupo.
Essa seria uma preparação para a terapia, recomendada para reduzir a taxa
de desistência.
•Tarefas solicitadas: apresentação dos pacientes entre si e a exposição do
contrato terapêutico.
•Tarefa de casa: explicar como parte do tratamento, por dar continuidade às
temáticas tratadas na sessão. Escrever os objetivos que cada um tem com a
psicoterapia (três por paciente).
•Para atingir os objetivos propostos, os pacientes devem ter um comportamento
pró-ativo, discutir honestamente suas dificuldades no grupo, demonstrar respeito
pelo espaço terapêutico mediante a confidencialidade, vir regularmente às
sessões e realizar as combinações feitas.
SEGUNDA SESSÃO: PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS
•A resolução de problemas é uma tarefa que faz parte da TCC. As
dificuldades que os idosos encontram no dia a dia, como o receio de
solicitar ajuda para filhos, netos ou familiares próximos.
•"O que está passando por sua cabeça neste momento?" - explicação
sobre pensamentos automáticos.
•Ao final, momento para resumo do encontro e o feedback.
•Tarefa de casa: monitoramento do humor.
TERCEIRA SESSÃO: CRENÇAS DISFUNCIONAIS
•As duas primeiras etapas destinadas a resolver problemas consistem
em identificar/definir os problemas e pensar em possíveis soluções.
Identificar as crenças disfuncionais, principalmente quando os sintomas
depressivos estão presentes, é a tarefa mais importante para o
terapeuta cognitivo. A correção das crenças disfuncionais as torna mais
adaptativas, sendo um processo realizado pela educação dos
pacientes com a introdução de novas crenças realistas.
•Primeiro momento: checagem do humor.
•Tarefa de casa: Continuar o monitoramento do humor,
preferencialmente, por escrito.
QUARTA SESSÃO: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
•Exposição de duas das três etapas para solucionar problemas:
identificar o problema e pensar na solução.
•Após a checagem do humor, os pacientes leem as situações descritas no
monitoramento do humor.
•Objetivo: verificar o monitoramento do humor de cada paciente
para pensar em soluções viáveis aos problemas e em situações
prazerosas em suas vidas.
•Tarefa de casa: apontar o que gostam e o que não gostam de fazer e
qual a frequência com que realizavam essas atividades.
QUINTA SESSÃO: CRENÇAS DISFUNCIONAIS E
SITUAÇÕES PRAZEROSAS
•Atividade da sessão: escolha de algo prazeroso e da ação para torná-
lo mais frequente.
•Apontar crenças disfuncionais sobre a necessidade de realizar
atividades agradáveis.
•Rotina e sugestão de modificações, se necessário.
•Tarefa de casa não solicitada.
SEXTA SESSÃO: PREPARANDO A ALTA
•Grupos de TCC iniciam com um tempo predeterminado de existência,
de modo que os pacientes iniciam o grupo sabendo quando este
terminará.
•Trabalhar mais a resolução de problemas que forem sendo
apresentadas pelo grupo, estimulando a participação dos integrantes
na busca de soluções.
•Ressaltar a condição de mudança possível para cada pessoa.
•Tarefa de casa: Pensar como se sentiam quando iniciaram o grupo e ao
final dele.
SÉTIMA SESSÃO: ENCERRANDO A TERAPIA
•Revisar as habilidades aprendidas durante o processo, o que é
importante para prevenir recaídas para a antiga forma de pensar e
perceber o mundo.
•Apontar sucintamente os temas abordados ao longo do tratamento,
salientando a importância de cada tópico.
•Relato dos pacientes das impressões na chegada ao grupo e na saída.
•Sugestão de organização de uma confraternização de despedida, de
acordo com o grupo.
OITAVA SESSÃO: DESPEDIDA

•Confraternização do grupo.

•A TCC em grupo é indicada como tratamento nessa fase de vida,


principalmente por sua função de socialização e treino de habilidades
sociais.
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO NA CLÍNICA COM IDOSOS
1. Autoaceitação, ou seja, aceitação positiva de si e do próprio passado;
2. Relacionamento positivo como outras pessoas, caracterizado por empatia e
capacidade para amar, manter amizades e outros relacionamentos positivos;
3. Autonomia, que corresponde a um indicador de autoavaliação, independência e
autodeterminação;
4. Domínio sobre o ambiente, isto é, capacidade de gerir a própria vida e o meio ao
redor, escolhendo contextos adequados às características e necessidades pessoais;
5. Propósito de vida, que se trata da crença de que a própria vida tem um sentido e
significado;
6. Crescimento pessoal, que se refere à ideia de amadurecimento contínuo e
desenvolvimento como pessoa.
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO NA CLÍNICA COM IDOSOS
• Desse modo, o senso de bem-estar psicológico é decorrente da interação de
diversos fatores, como oportunidade e condições de vida, organização do
conhecimento sobre e sobre os outros e respostas às demandas pessoais e sociais.
•A Terapia do Bem-Estar (Fava & Ruini, 2003) é uma estratégia psicoterapêutica de
curto prazo, com duração de oito sessões que variam entre 30 e 50 minutos cada,
realizadas semanalmente ou a cada 15 dias.
•Essa modalidade psicoterápica enfatiza a auto-observação, sendo que, nas primeiras
sessões são trabalhadas a identificação e a contextualização das vivências de bem-
estar, na fase intermediária ocorre a identificação e a contextualização dos
pensamentos que interrompem os momentos de bem-estar e na fase final, o paciente
é auxiliado a se conscientizar sobre o que limita seu bem-estar.
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO NA CLÍNICA COM IDOSOS
•A terapia do bem-estar também tem sido empregada para a
prevenção de recaídas em transtorno depressivo recorrente, transtorno
do estresse pós-traumático e transtorno de ansiedade generalizada.
•A concepção multidimensional de Ryff e Keyes (1995) também
constituiu base para que Springer, Pudrovska e Hauser (2011)
realizassem um estudo longitudinal sobre BEP de idosos. Os autores
verificaram que, ao longo de dez anos, os componentes Crescimento
Pessoal e Propósito de Vida declinam, evidenciando a necessidade de
se destinar atenção especial para esses aspectos na clínica psicológica.
Já os fatores Domínio sobre o Ambiente e Autonomia tendem a
aumentar e a Autoaceitação a permanecer estável com o avançar da
idade.
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO NA CLÍNICA COM IDOSOS
•Correlações positivas foram encontradas entre bem-estar psicológico
(BEP) e suporte social, nível de escolaridade, abertura para
experiências, realização de trabalho voluntário, religiosidade,
engajamento em atividades e qualidade de vida.
•Por outro lado, associações negativas têm sido verificadas entre BEP e
doenças, problemas e transtornos, como depressão, tempo de doença e
mortalidade.
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR BEM-ESTAR
PSICOLÓGICO DE IDOSOS
•Devido à sua importância para a saúde em geral e, consequentemente,
para o desenvolvimento de estratégias de prevenção de doenças e
promoção da saúde, uma série de medidas de BEP e construtos
correlatos foi desenvolvida – por exemplo, Life Satisfaction Index A e
Affect Balance Scale.
•A Escala de Desenvolvimento Pessoal (EDEP) (Neri, 1999) e a
Philadelphia Geriatric Center Morale Scale (PGCMS) (Lawton, 1975),
que foi recentemente adaptada para a língua portuguesa do Brasil e
apresentou boas evidências de validade e fidedignidade (Barbosa &
Freitas, 2015).
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR BEM-ESTAR
PSICOLÓGICO DE IDOSOS
Escala de Desenvolvimento Pessoal (EDEP)
Foi construída por Neri (1999) a partir dos seis componentes de BEP
propostos por Ryff e colaboradores (1995) (18 itens), aos quais foram
acrescidos 12 itens que avaliam geratividade. Assim, a medida é
composta por 30 questões que devem ser respondidas em uma escala
likert de cinco pontos, variando entre "pouquíssimo" e "muitíssimo".
Ela já foi usada em estudos que relacionaram, por exemplo, BEP com
inteligência emocional em adultos e idosos. Uma versão reduzida da
EDEP foi utilizada para avaliar o BEP de idosos que tiveram acidente
vascular cerebral (Rabelo, 2006)
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR BEM-ESTAR PSICOLÓGICO DE IDOSOS
•Philadelphia Geriatric Center Morale Scale (PGCMS)
•Foi desenvolvida nos Estados Unidos especificamente para a população idosa. Pode
ser utilizada com idosos institucionalizados, não institucionalizados e com
comprometimento cognitivo.
•Tem 17 itens de fácil compreensão e que demandam respostas dicotômicas, como
"sim" ou "não" e "satisfeito" ou "insatisfeito". Os 17 itens se distribuem em três
fatores: 1) Atitude frene ao Envelhecimento Pessoal, que se refere a crenças,
sentimentos e tendências de ação em relação às mudanças decorrentes da velhice,
trata-se de um "balanço" entre aspectos passados e presentes; 2) Apreensão, que
diz respeito à ansiedade experimentada pelo idoso, à presença de cognições e
comportamentos ansiogênicos; e 3) Insatisfação com a solidão, que abarca itens
sobre crenças a respeito do ambiente e o apoio das redes sociais, que pode
resultar ou não em uma insatisfação com a solidão.
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR BEM-ESTAR PSICOLÓGICO DE IDOSOS
Philadelphia Geriatric Center Morale Scale (PGCMS)
Normas de aplicação
Deve ser aplicada em forma de entrevista;
Antes de iniciar a aplicação, é indispensável estabelecer um bom rapport e fornecer aos
idosos as instruções necessárias, como:
"Gostaria de lhe fazer algumas perguntas. Você pode apenas responder sim ou não para a
maioria delas. Não há resposta certa ou errada, o que realmente importa é o que o(a)
senhor(a) sente e pensa. Para cada pergunta serão apresentadas duas opções de resposta,
por favor, escolha somente uma delas".
Durante a aplicação, é importante que o terapeuta perceba eventuais problemas de
comunicação que seu cliente idoso pode ter. Há que se falar pausada e claramente, em tom
suficiente para ser ouvido. Caso o idoso não entenda e/ou ouça a pergunta, releia, porém,
evite reformular itens ou explicá-los.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS COM DEPRESSÃO
Eventos estressores típicos:
Perda da funcionalidade;
Doenças crônicas;
Morte de entes queridos;
Mudanças de papeis ocasionados pela aposentadoria;
Necessidade de tornar-se cuidador ou de ser cuidado por um
profissional;
Questões existenciais relacionadas com a finitude da vida.
DEPRESSÃO NA VELHICE
•De acordo com o DSM-V, caracteriza-se por:
•Presença de sentimentos de tristeza e vazio;
•Humor irritável;
•Mudanças cognitivas e somáticas que afetam significativamente a capacidade de o
indivíduo funcionar;
•Humor deprimido;
•Diminuição no interesse e no prazer nas atividades;
•Perda ou ganho de peso;
•Insônia ou hipersonia;
•Agitação ou lentidão psicomotora;
•Fadiga e perda de energia;
•Sentimento de culpa e inutilidade;
•Dificuldade de concentração e de tomada de decisões;
•Ideação suicida;
DEPRESSÃO NA VELHICE
Para atingir o critério diagnóstico para episódio depressivo
maior, o indivíduo precisa apresentar 5 ou mais desses
sintomas durante o período de duas semanas e, pelo menos,
um desses sintomas precisa necessariamente ser humor
deprimido ou perda de interesse e prazer em atividades.
DEPRESSÃO NA VELHICE
Para atingir o critério diagnóstico para distimia, que constitui a
manifestação crônica do transtorno depressivo, o indivíduo precisa
apresentar ao longo de um período mínimo de dois anos, dois ou mais
desses sintomas, além de humor deprimido, na maioria dos dias.
Nesse período de dois anos, para receber diagnóstico de distimia, não
pode ter havido remissão completa dos sintomas por um período
superior a dois meses.
DEPRESSÃO NA VELHICE
Depressão em idosos é geralmente subdiagnosticada e
subtratada:
Confusão com o próprio processo do envelhecimento;
Crenças ligadas à "fraqueza moral";
Confusão com outras doenças comuns na velhice;
Demência e incapacidades físicas;
Diminuição na frequência de prática de atividades.
DEPRESSÃO NA VELHICE
•Depressão de início precoce:
•Indivíduos que já apresentaram episódios depressivos ao longo da vida. A
manifestação na velhice é considerada uma recorrência de episódios
anteriores.
•Depressão de início tardio:
•Indivíduos que nunca apresentaram episódios depressivos anteriores.
•Além da vulnerabilidade de natureza psicossocial, alterações no
funcionamento cerebral como lesões frontoestriatais provenientes
principalmente de doenças neurológicas, cardíacas ou endócrinas e a fatores
de risco cardiovasculares associam-se a manifestação de depressão de início
tardio.
•A depressão de início tardio tem sido considerada um pródromo da doença
de Alzheimer.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS COM DEPRESSÃO
Depressão na velhice
Prevalência:
É o transtorno mental mais frequente na terceira idade.
Em idosos da comunidade, a prevalência pode chegar a 34%
(Alvarenga, Oliveira & Faccenda, 2012).
E em idosos institucionalizados essa proporção pode chegar a 47%
(Vaz & Gaspar, 2011).
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IDOSOS COM DEPRESSÃO
Tratamento:
A TCC constitui um tratamento estruturado com características
mais diretivas, além de pressupor uma postura ativa e
colaborativa do terapeuta e do cliente que trabalham juntos
em direção ao cumprimento de objetivos pré-determinados.
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IDOSOS COM DEPRESSÃO
Fase inicial:
Constitui a introdução ao tratamento que engloba três módulos:
1. Avaliação do estado emocional, cognitivo e funcional do idoso;
2. Explicação do modelo cognitivo-comportamental e do
funcionamento da terapia;
3. Identificação das queixas principais e definição dos objetivos
da terapia. Nesta fase também ocorre a conceituação cognitiva do
caso, que irá fornecer diretrizes iniciais do tratamento;
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IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase inicial:
•Ao término da fase inicial, é esperado que o terapeuta formule uma
primeira conceituação do caso, buscando identificar:
•1. Quais são e como se relacionam as principais experiências passadas,
crenças centrais, crenças condicionais e estratégias compensatórias do
cliente.
•2. Quais são os componentes cognitivos, comportamentais e
emocionais do cliente quando submetido a situações estressantes que
fazem parte das situações-problema identificadas;
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase inicial:
•De forma geral, espera-se que nesta fase, o terapeuta:
•1. Facilite a adesão do cliente ao tratamento, explicitando que a terapia tem a função de
ajudá-lo a desenvolver novas formas de pensar e se comportar;
•2. Crie condições para que o cliente identifique as situações-problema em sua vida que deseja
modificar com ajuda da TCC e, desta forma, estabeleça objetivos realísticos e relevantes,
possíveis de serem atingidos, considerando o tempo disponível para o tratamento;
•3. Explique de forma clara e didática a racional do modelo cognitivo-comportamental da
depressão;
•4. Enfatize a importância de realizar as tarefas de casa, pois elas vão ajudar o cliente a
aplicar o que aprende com a terapia, aumentando as chances de o cliente experimentar
melhoras em sua vida;
•5. Desenvolva uma relação colaborativa e empática com o cliente.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase intermediária:
•O principal objetivo desta fase é desenvolver as habilidades cognitivas e comportamentais
necessárias para que o cliente atinja seus objetivos.
•Esta fase compreende quatro módulos que são determinados pelos tipos de ferramentas
utilizadas, a saber:
•1. Ferramentas para trabalhar questões comportamentais;
•2. Ferramentas para trabalhar questões cognitivas;
•3. Ferramentas para trabalhar questões emocionais;
•4. Ferramentas para trabalhar a comunicação.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase intermediária:

•De acordo com Gallagher-Thompson e Thompson (2010), não há uma ordem pré-
estabelecida para a aplicação destes módulos e nem o tempo exato de duração de cada
um, fatores dependentes do contexto referente a cada cliente.
•No entanto, o primeiro módulo a ser trabalhado frequentemente é o comportamental, pois
idosos com depressão geralmente apresentam uma frequência reduzida na prática de
atividades em sua rotina. Além disso, idosos que contam com comprometimento cognitivo de
leve a moderado também se beneficiarão muito mais da aplicação de técnicas
comportamentais.
•No caso de idosos com comprometimento cognitivo severo, a TCC geralmente não é o
tratamento indicado.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
Fase intermediária:
IDOSOS COM DEPRESSÃO
O módulo comportamental é indicado quando o nível de depressão do cliente é alto;
quando o cliente não é mais ativo como costumava ser; quando o cliente apresenta
comprometimento cognitivo (leve a moderado); ou quando o cliente apresenta
comorbidades.
O módulo cognitivo é indicado para dar início ao tratamento quando o cliente é mais
funcional e já apresenta alguma rotina ativa em que é capaz de produzir reforçadores
positivos, mas pensamentos negativos influenciam claramente sua rotina; quando as queixas
principais do cliente centram-se em eventos dos quais ele não tem controle (perda de entes
queridos, saúde física comprometida, etc); quando a conceituação de caso sugere fortes
esquemas cognitivos negativos e pervasivos; ou quando o clente tende a ter pensamentos
compulsivos e se engajar em preocupações excessivas.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS COM DEPRESSÃO
Fase intermediária:
O módulo que utiliza ferramentas para trabalhar as
emoções e a comunicação é indicado para iniciar o
tratamento quando grande parte da queixa do cliente centra-
se em problemas interpessoais ou quando o cliente apresenta
grande intensidade de sentimentos como raiva, frustração,
ansiedade ou outras emoções de difícil manejo.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase final:
•Foca-se na preparação do cliente para o término do tratamento, levando
geralmente de 3 a 4 sessões. O término da terapia pode ser especialmente difícil
para o cliente, principalmente se ele não contar com uma rede social muito extensa
ou ter reportado sentimentos de solidão como sendo uma de suas queixas
principais.
•Gallagher-Thompson e Thompson (2010) recomendam que estas sessões finais
sejam espaçadas em duas semanas para o cliente ir se habituando à ausência do
terapeuta. Portanto, o término gradual do tratamento geralmente facilita esse
processo de desligamento para o cliente, além de ser associado à manutenção das
melhoras adquiridas.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA
IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase final:
•É muito importante trabalhar para que os ganhos observados ao longo do
tratamento sejam mantidos, e para isso o terapeuta precisa reforçar
diferencialmente todos os novos padrões adaptados de comportamentos e
de pensamentos adquiridos pelo cliente ao longo da TCC.
•Realizar discussões e aplicações de técnicas que visem à prevenção de
recaídas. Uma sessão pode ser feita após seis meses do término do
tratamento para observar se os ganhos adquiridos pelo cliente
foram mantidos e se há necessidade de pequenos ajustes nas habilidades
adquiridas.
•Realizar encaminhamentos que possam vir a ser necessários ou que ajudem o
cliente a continuar encontrando os apoios que necessita.
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA IDOSOS COM DEPRESSÃO
•Fase final:
•No caso de um evento difícil ter acontecido na vida do cliente, exatamente
nesta fase, é possível fazer negociações com relação à extensão do
tratamento para mais sessões.
•Para clientes que desejam continuar o processo terapêutico num formato não
estruturado (número não definido de sessões), novos
encaminhamentos poderão, também, ser realizados.
•Também é recomendado reaplicar alguns instrumentos diagnósticos utilizados
na sessão de avaliação que antecede o início da terapia, com o objetivo
de avaliar, juntamente com o cliente, o processo terapêutico e as possíveis
melhoras. Os resultados das escalas diagnósticas também servem como
dados úteis para a decisão de encaminhamentos necessários.
OBRIGADA!

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