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MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE EMPRESAS 5/14

PROFESSOR: MAURO ROCHLIN

DISCIPLINA: ANÁLISE DE AMBIENTE MACRO-


ECONÔMICO
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE EMPRESAS 5/14

PROF. MAURO ROCHLIN


Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1

1.1 EMENTA 1
1.2 CARGA HORÁRIA 1
1.3 OBJETIVOS 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2
1.5 METODOLOGIA 2
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2
1.7 BIBLIOGRAFIA 2
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 4

2. DEZ CONCEITOS BÁSICOS 5

3. TEORIA DO CONSUMIDOR 11

3.1 CONCEITO 11
3.2 LEI DA DEMANDA 11
3.2.1 RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DEMANDADA E PREÇO DO BEM 12
3.2.2 ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA 12
3.3 OFERTA DE MERCADO 13
3.4 EQUILÍBRIO DE MERCADO 14

4. TEORIA DA PRODUÇÃO 15

4.1 CONCEITOS BÁSICOS 15


4.1.1 PRODUÇÃO 15
4.1.2 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 15
4.2 ANÁLISE DE CURTO PRAZO 16
4.3 A ANÁLISE DE LONGO PRAZO 16
4.3.1 ECONOMIA DE ESCALA OU RENDIMENTO DE ESCALA 17

5. ESTRUTURAS DE MERCADO 18

5.1 CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA 18


5.2 MONOPÓLIO 20
5.2.1 DISCRIMINAÇÃO DE PREÇOS 21
5.3 OLIGOPÓLIO 21
5.3.1 COORDENAÇÃO DE PREÇOS 22
5.3.2 BARREIRAS À ENTRADA 23

ii
5.4 CONCORRÊNCIA MONOPOLÍSTICA 24

6. ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO 25

6.1 ORÇAMENTO PÚBLICO 25


6.2 RESULTADO FISCAL 25
6.3 FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO 25
6.3.1 EMISSÃO MONETÁRIA 25
6.3.2 EMISSÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS 25
6.4 DÍVIDA PÚBLICA INTERNA 26
6.5 POLÍTICA FISCAL 26

7. MOEDAS E BANCOS 28

7.1 MOEDA 28
7.1.1 HISTÓRICO 28
7.1.2 FUNÇÕES DA MOEDA 28
7.2 BANCOS 29
7.2.1 SISTEMA BANCÁRIO 29
7.2.2 EFEITO MULTIPLICADOR 29
7.3 POLÍTICA MONETÁRIA 29
7.3.1 OPEN MARKET 30
7.3.2 ENCAIXE COMPULSÓRIO 30
7.3.3 TAXA DE REDESCONTO 30

8. INFLAÇÃO 31

8.1 TEORIAS 31
7.2 POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO 33
7.2.1 ORTODOXAS 33
7.2.2 HETERODOXAS 33
7.3 SISTEMA DE METAS DE INFLAÇÃO 33

9. FINANÇAS INTERNACIONAIS 35

9.1 BALANÇO DE PAGAMENTOS 35


9.1.1 BALANÇA COMERCIAL 35
9.1.2 BALANÇA DE SERVIÇOS 35
9.1.3 TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS 36
9.1.4 CONTA DE CAPITAL 36
9.2 SISTEMAS MONETÁRIOS INTERNACIONAIS 36
9.2.1 PADRÃO-OURO 36
9.2.2 PADRÃO-DÓLAR 37
9.2.3 O SISTEMA DE TAXAS FLUTUANTES 37
9.3 OS REGIMES CAMBIAIS 37
9.3.1 A CLASSIFICAÇÃO DOS REGIMES CAMBIAIS SEGUNDO O FMI 37

iii
1

1. Programa da disciplina

1.1 Ementa
Fundamentos de Economia. Conceitos macro e microeconômicos. Mensuração da
atividade econômica. A moeda e o sistema financeiro. Inflação e índice de preços.
Balanço de Pagamentos. Oferta e demanda. Análise de cenários. A economia e o
empreendedorismo moderno.

1.2 Carga horária


24 horas/aula

1.3 Objetivos
- Identificar os fatores que afetam o comportamento dos consumidores
- Investigar os determinantes dos custos médios e dos custos marginais
- Identificar e analisar as estruturas de mercado nas quais se inserem as empresas
- Conhecer os principais elementos que compõem as finanças do Estado
- Analisar o papel da moeda e a função do sistema bancário no financiamento do
setor privado e do setor público
- Entender o fenômeno da inflação, examinar seus efeitos e analisar as políticas de
estabilização.
- Apresentar os principais conceitos que compõem o referencial teórico das finanças
internacionais

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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1.4 Conteúdo programático

Teoria do Consumidor - Utilidade, demanda


- Elasticidade-preço; elasticidade-renda
- Oferta
-Equilíbrio de mercado
Teoria da Produção - Produtividade

-Custo médio e custo marginal


- Economias de escala
Estruturas de mercado - Concorrência Perfeita
- Monopólio
- Oligopólio
- Concorrência monopolística
Finanças Públicas - Orçamento Público
- Dívida pública
- Política Fiscal
Moedas e Bancos - Moeda: histórico
- O papel do sistema bancário
- O Efeito multiplicador
- Política monetária
Inflação - Teorias sobre a inflação
- Políticas de estabilização
- Sistema de metas de inflação
Finanças Internacionais - Balanço de pagamentos
- Sistemas monetários
- Regimes cambiais

1.5 Metodologia
Aulas expositivas com uso de recursos áudio-visuais.

1.6 Critérios de avaliação


Prova escrita (individual) a ser realizada após o término do curso

1.7 Bibliografia
1. BESANKO, David, BRAEUTIGAM,Ronald R. Microeconomia-Uma abordagem
Completa.Rio de Janeiro:Livros Técnicos e Científicos Editora S.A , 2004.

2. BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 3ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

3- KENNEDY, Peter E. Economia em contexto. São Paulo: Saraiva, 2004.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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4. MILES, David e SCOTT, Andrew. Macroeconomia - Compreendendo a riqueza das


nações. São Paulo:Saraiva, 2005.

5. MANKIW, N.G. Introdução à Economia- Princípios de Micro e Macroeconomia .Rio


de Janeiro: Elsevier, 2001.

6. PINHO, Benevides, SANDOVAL DE VASCONCELOS, Marco Antonio (orgs) Manual


de Economia. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

7. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 1997.

8. STIGLITZ, J. , Walsh, Carl. Introdução à Macroeconomia. Rio de Janeiro: Ed.


Campus, 2003

9.VASCONCELLOS, Marco Antonio S. de ,GARCIA,.Manuel Enriquez. Fundamentos


de Economia. São Paulo: Saraiva, 1998.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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Curriculum vitae do professor


Mauro Rochlin é Doutor em Economia (UFRJ), Mestre em Relações
Internacionais (PUC-RJ) e Bacharel em Ciências Econômicas (UFRJ). Atuou como
Diretor Financeiro em empresas privadas nos setores têxtil-vestuário, de
publicidade e de produção áudio-visual. Foi Economista-Senior do Grupo de
Pesquisa em Cadeias Produtivas e Complexos Industriais, do Instituto de Economia
da UFRJ (até 2006), Pesquisador do Instituto de Economia Aplicada (até 2009) e
Diretor de Desenvolvimento e Integração da Universidade Candido Mendes (até
2009). Atualmente é Diretor Financeiro de Empresa Privada e professor da FGV, do
IBMEC-RJ e da PUC-RJ.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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2. Dez conceitos básicos1

A Economia é o estudo da forma pela qual a sociedade emprega recursos


escassos com o propósito de maximizar os seus benefícios. O modo pelo qual a
sociedade se organiza para produzir pode ser visto como um “sistema econômico”.
Em se tratando de uma empresa, de um país, ou do mundo inteiro, um sistema
econômico pode ser definido como a interação de um grupo de pessoas com a
finalidade de garantir a sua própria sobrevivência.

Mankiw, ganhador do Prêmio Nobel, propõe como ponto de partida do estudo da


Economia a apresentação de 10 (dez) conceitos que ajudariam a entender as
principais questões que envolvem este instigante campo de investigação.

-#1: As pessoas devem escolher entre alternativas


mutuamente excludentes (tradeoffs)

A idéia aqui é de que para obtermos algo que desejamos, devemos abdicar de
outra coisa que também almejamos. Considere um médico que deve decidir como
empregar um recurso escasso – o seu tempo. Caso ele se decida a clinicar, por
exemplo, estará abrindo mão de realizar outra atividade. Cada hora de trabalho
implica em abrir mão de tempo para a realização de outras atividades.

Do ponto de vista coletivo, um tradeoff relevante é aquele antepõe eficiência e


eqüidade. Eficiência significa obter o maior retorno possível por conta do emprego
de recursos limitados. Eqüidade implica numa justa distribuição dos benefícios
gerados pelo emprego de recursos. Como muitas vezes o emprego de soluções
eficientes não implica necessariamente numa distribuição eqüânime dos resultados
da adoção dessas alternativas, a escolha entre eficiência e equidade se constitui em
um trade off relevante.

Assim, as opções que fazemos, individualmente ou em sociedade, implicam em


escolher entre diferentes alternativas. Reconhecer que as escolhas também
implicam em renúncias é importante porque as pessoas só tomam decisões
racionais se tiverem pleno conhecimento das opções disponíveis.

1
A idéia de que a Economia teria 10 conceitos básicos não é uma noção que a
literatura econômica consagre. Porém, Mankiw (2001), se utiliza de uma série de
10 conceitos, apresentados a seguir, que oferecem uma esclarecedora introdução
ao estudo da Economia.

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-#2: O custo de algo é equivalente ao custo do que


se renuncia para obtê-lo.
Esse princípio surge como decorrência lógica do primeiro princípio. O médico do
exemplo anterior se encontra frente à seguinte alternativa: caso ele se decida a
atender pacientes no seu consultório, será remunerado por isso. Porém, caso ele se
decida, alternativamente, a participar de atividades de lazer, estará abrindo mão do
rendimento que obteria clinicando. Para o médico, o custo do investimento em lazer
equivale a remuneração ao qual ele renunciou para poder se dedicar a outra
atividade.

Desse modo, podemos definir como custo de oportunidade, o preço da


renúncia de um bem de modo a se obter um outro bem.

-#3: As pessoas racionais pensam na margem

Considere que, no Brasil, a taxa de inflação dos últimos 12 meses tenha sido de
4%. Porém, considere que a inflação seja ascendente e que no último mês a taxa
tenha atingido 2%. Você acha relevante considerar apenas a taxa acumulada, ou a
média mensal do último ano? Parece um tanto ingênuo pensar na média ou na
acumulação quando a variação na margem é muito diversa.

Os economistas adotam a expressão “alterações marginais” para indicar


pequenos ajustes incrementais em uma dada situação. O que esta em pauta aí são
as mais recentes alterações ocorridas. Racionar ‘na margem’ significa verificar o
que ocorreu por último.

-#4: As pessoas reagem a incentivos


Comparar a relação custo-benefício de uma dada iniciativa é um procedimento
que as pessoas adotam frente ao processo de tomada de decisão. Quando o custo
ou o benefício de uma dada iniciativa se altera, o comportamento das pessoas pode
mudar. Se o preço da tarifa de taxi aumenta, por exemplo, as pessoas consideram
o uso de transportes alternativos, como o metrô ou o ônibus, porque o custo de
andar de taxi está maior. Isto é, as pessoas reagem a incentivos.

Quando os formuladores de políticas públicas não consideram como suas


decisões impactam os incentivos, acabam produzindo resultados não-desejados.
Considere, por exemplo, que o prefeito de uma cidade turística, preocupado em
aumentar a arrecadação municipal, decida aumentar as taxas cobradas dos
proprietários de postos de gasolina. Caso os postos de gasolina decidam aumentar
os preços dos combustíveis em reação ao novo custo, o efeito pode ser uma
diminuição do fluxo de turistas motorizados. Com isso, a receita municipal
proveniente dos impostos cobrados sobre serviços de hospedagem pode diminuir,
cancelando o ganho da nova taxa.

Assim, ao se analisar qualquer política é necessário levar em conta não só os


efeitos diretos, mas também os impactos indiretos decorrentes da aplicação de
incentivos. Se a política modificar os incentivos, as pessoas reagirão, alterando seu
comportamento.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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-#5: O comércio pode beneficiar a todos


A primeira vista, o comércio é uma atividade econômica que pressupõe
ganhadores e perdedores. Empresas competem com empresas na conquista de
consumidores (e, assim, pressionam os preços), consumidores competem com
consumidores na busca por produtos (e, assim, pressionam os preços) e
trabalhadores competem com trabalhadores na procura por emprego (e, assim,
pressionam os salários) e assim por diante. Entretanto, visto no conjunto, o
comércio não se assemelha, necessariamente, a um jogo do tipo ganha-ou-perde.
Na verdade, o comércio pode melhorar a situação de todos

Apesar da competição entre os agentes econômicos, ninguém estaria melhor


caso se isolasse. Se o fizesse teria que produzir todos os bens necessários a sua
própria existência. Por outro lado, graças ao comércio, cada agente pode se
especializar na atividade em que é mais capaz, e utilizar o produto do seu trabalho
para trocar bens. O comércio possibilita aos agentes comprar uma variedade maior
de produtos e fazê-lo a um custo menor do que se produzissem isoladamente. Isso
ocorre porque os agentes podem se especializar nas atividades as quais usufruem
de maior aptidão, se beneficiando, assim, com a troca.

Os países também podem se beneficiar do comércio. Se especializando na


produção de bens na qual a sua produtividade é maior, os países obtêm vantagens
ao comercializar esses bens com outros países. Isso é o que se chama de
vantagens comparativas.

-#6: O mercado tem sido, em geral, uma forma


mais eficiente de organização da produção

A queda do comunismo na União Soviética e na Europa Oriental e a guinada


econômica da China deixaram para trás as experiências de planificação econômica.
Nos países comunistas o governo definia metas de produção e preços a partir de
decisões administrativas. Esses países adotavam a premissa de que o planejamento
centralizado da economia era a forma mais eficaz de produzir bens e gerar bem-
estar econômico.

Em uma economia de mercado as decisões relativas a alocação de recursos são


tomadas por milhões de famílias e empresas isoladamente. As empresas decidem o
que produzir, visando maximizar seus lucros. As famílias decidem o que consumir,
visando maximizar seu orçamento. Essas empresas e famílias interagem no
mercado, buscando alcançar seus objetivos. Os preços orientam a tomada de
decisões.

A idéia subjacente é a de que os agentes reagem aos preços, ajustando


continuamente as suas decisões de produção e consumo. Aumentos de preços
incentivam a produção e desestimulam o consumo. Reduções de preços incentivam
o consumo e desestimulam a produção. De forma muito simplificada, essa é a
dinâmica que explica o comportamento dos agentes interagindo no mercado.

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Apesar de o mercado ser um mecanismo através do qual os agentes econômicos


buscam o interesse próprio, esse sistema tem sido relativamente bem sucedido em
promover o crescimento econômico e o bem estar social.

-#7: A atuação do governo pode corrigir problemas


do mercado

Por vezes o mercado por si só não consegue empregar recursos de forma


eficiente. O conceito de falha de mercado se refere a esse tipo de situação.
Quando isso ocorre, sustentam alguns economistas, os governos deveriam intervir
na economia de modo a corrigir os problemas que impedem o mercado de
promover a eficiência e eqüidade.

Os economistas identificam duas causas principais para a ocorrência de falhas


de mercado. Em primeiro lugar, a presença de externalidades. O termo serve
para designar o impacto das ações de alguém sobre o bem-estar dos demais (ou
dos que estão próximos). Um exemplo muito utilizado é o da poluição. Se uma
siderúrgica não arca com todo o custo da poluição que gera, estará transferindo o
custo dos efeitos da poluição para terceiros. Neste caso, o governo pode corrigir
essa externalidade através da imposição de normas mais rígidas de controle
ambiental.

Mankiw (2001: 11) também cita como causa de falha de mercado o poder de
mercado das empresas. Poder de mercado é o conceito que designa a capacidade
de um agente econômico de influenciar de forma indevida os preços de mercado. O
monopólio da oferta de um bem essencial, por exemplo, confere ao monopolista
poder de mercado. Nesse caso, a regulamentação do preço do bem pode aumentar
a eficiência econômica, como veremos adiante.

-#8: O crescimento da renda média de um país


depende de sua capacidade de produzir bens e
serviços

Como é sabido, a renda média do americano é muito superior ao do brasileiro.


Este, por sua vez, tem uma renda média superior ao do indiano. As diferenças na
renda média geralmente se traduzem em indicadores de bem-estar social.
Indivíduos de países com rendas mais altas têm, em média, mais anos de estudo,
melhores padrões nutricionais e maior expectativa de vida do que indivíduos de
países com menores rendas.

A explicação para essas diferenças de renda entre países reside em diferenças


na produtividade dos países. Produtividade é um conceito que indica a quantidade
de bens e serviços produzida por hora de trabalho. Quanto maior for a
produtividade de um país, maior será a sua renda média. Assim, a taxa de
crescimento da produtividade em um país define a taxa de crescimento da renda
média.

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-#9: A emissão imoderada de moeda provoca


aumentos nos preços

Alguns países passaram por processos inflacionários que fizeram com que os
preços se multiplicassem várias vezes em um curto período de tempo. A Alemanha
da década de 20 e o Brasil da década de 80 são exemplos disso. Em ambos os
casos, o período de alta inflação coincidiu com uma fase de baixo crescimento
econômico. Como a inflação implica em vários custos, a estabilidade de preços é
um importante objetivo de política econômica.

A inflação é um processo de aumento generalizado e persistente de preços. Se


alguns poucos bens sofrem aumentos de preços, isso não significa,
necessariamente, que o índice geral de preços – o medidor de inflação – irá subir.
O índice de inflação traduz uma média de aumentos de preços, com base em uma
hipotética cesta de bens e serviços. Portanto, para que haja inflação é necessário
que os aumentos de preços sejam disseminados para toda a economia e que esses
aumentos se mantenham de forma mais permanente.

Qual a causa da inflação? Que fator(es) podem gerar os problemas apontados?


A resposta a essa pergunta tem gerado grandes controvérsias entre os
economistas. Enquanto alguns apontam a emissão exagerada de moeda como a
causa fundamental, outros apontam, por vezes, pressões de demanda ou de custos
como a origem do processo. Entretanto, evidências empíricas têm apontado para
uma forte correlação entre o crescimento excessivo da oferta de moeda e a
emergência de processos inflacionários

Mankiw (2001:14) registra que na Alemanha da década de 1920, quando os


preços, em média, triplicavam a cada três meses, a quantidade de moeda também
triplicava nesse período. A história econômica recente dos EUA também corrobora o
argumento que associa emissão de moeda e inflação. Ela mostra que um período
de inflação mais alta, como a década de 70, coincidiu com uma maior oferta de
moeda e que um período de inflação mais baixa, como a década de 90, está
associado com um menor crescimento da quantidade de moeda.

-#10: A política econômica deve escolher entre


uma das duas alternativas de curto prazo: inflação ou
desemprego.

Se a inflação é causada pelo crescimento da oferta de moeda, por que os


governos têm dificuldade em resolver o problema? Os economistas apontam para o
fato de que o combate à inflação parece estar associado a um aumento temporário
no desemprego. A curva de Phillips é o modelo que os economistas utilizam para
descrever esse tradeoff entre inflação e desemprego.

A idéia subjacente ao modelo é que as políticas de combate à inflação, ao


reduzirem a oferta de moeda na economia, geram uma diminuição no consumo de

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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bens, fazendo com que as empresas diminuam a produção. Essa retração, por sua
vez, leva as empresas a demitir trabalhadores, causando desemprego. Sendo
assim, o combate à inflação não pode ser feito de forma indolor. O governo teria
que fazer uma difícil escolha entre ser mais leniente com a alta de preços,
poupando o trabalhador ou, alternativamente, ser mais duro no enfrentamento da
alta de preço, sacrificando o emprego.

Como o governo pode lidar com esse problema através de instrumentos de forte
impacto sócio-econômico – aumentando ou diminuindo o nível de impostos,
aumentando ou diminuindo o seu montante de gastos, expandindo ou contraindo a
política monetária – a maneira de utilizá-los desperta acirrados debates.

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3. Teoria do Consumidor

3.1 Conceito
Os fundamentos da análise da demanda têm por base o conceito subjetivo de
utilidade. O conceito utilidade, em economia, designa o grau de satisfação que o
consumidor atribui aos bens e serviços que podem ser adquiridos no mercado.
Utilidade, portanto, é um atributo que os bens econômicos possuem de satisfazer o
consumidor.

A origem do conceito reside nos trabalhos seminais de Jevons e Walras, cuja


Teoria do Valor-Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma a partir da
sua demanda. Isto é, o valor de um bem é determinado a partir da satisfação que
esse bem representa para o consumidor. O estudo da demanda, objeto desta
seção, baseia-se nessa teoria.

A teoria utilitarista considera que a utilidade total de um bem tende a aumentar


a medida que aumenta a quantidade consumida desse bem. Entretanto, a utilidade
marginal - que é a satisfação que o consumidor obtém ao adquirir uma unidade
adicional de um bem - é decrescente uma vez que a satisfação do consumidor
decresce a medida que ele adquire unidades adicionais do bem.

O exemplo clássico que ilustra o conceito é o chamado paradoxo da água e do


diamante. Por que a água, um bem essencial, é tão barata, e o diamante, um bem
supérfluo, é tão caro? A resposta é que a água tem elevada utilidade total, mas
reduzida utilidade marginal (por ser abundante), e o diamante, por ser escasso,
tem elevada utilidade marginal e total.

3.2 Lei da Demanda


A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado
bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em um determinado período
de tempo.

A demanda por um bem não depende só do preço do bem, mas também de


outras variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço dos
outros bens, a renda do consumidor e os gostos e preferências do consumidor. A
hipótese coeteris paribus é o recurso que se utiliza para se estudar a influência
dessas variáveis, ou seja, considera-se que enquanto uma variável atua, as demais
permanecem constantes.

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3.2.1 Relação entre quantidade demandada e preço do bem

Há uma relação inversa entre o preço do bem e a quantidade demandada,


coeteris paribus. Isso porque, quando o preço de um bem cai, este fica mais barato
em relação a seus concorrentes, fazendo com que os consumidores fiquem mais
propensos a adquirí-lo. Essa relação pode ser observada a partir da construção da
curva de procura do bem. A curva de procura abaixo mostra a relação entre a
procura de um bem e o preço desse mesmo bem.

Matematicamente, a relação pode ser descrita pela chamada função demanda:

Qd = f(P); onde:

Qd = quantidade procurada de um determinado bem ou serviço, por período de


tempo;
P = preço do bem ou serviço.

A expressão acima significa que a quantidade demandada é uma função f do


preço P.

3.2.2 Elasticidade-preço da demanda

É a forma com que se expressa, em economia, a sensibilidade da demanda a


variações nos preços. Em outras palavras, é a variação percentual na quantidade
procurada de um bem X, em resposta a uma variação percentual em seu preço,
coeteris paribus.
-Demanda elástica: caso em que a variação percentual da quantidade
demandada é maior do que a variação percentual do preço.
-Demanda inelástica: caso em que a variação percentual no preço acarreta uma
variação percentual relativamente menor na quantidade procurada.

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3.3 Oferta de mercado


A oferta pode ser definida como a quantidade de um bem ou serviço que os
produtores desejam vender por unidade de tempo. Do mesmo modo que a
demanda, a oferta depende de vários fatores, além do preço do produto. Dentre
eles, citamos: os demais preços, o preço dos fatores de produção e a tecnologia.

A chamada Lei Geral da Oferta mostra que há uma relação direta entre
quantidade ofertada e o nível de preços, coeteris paribus. Seguindo a lei, podemos
indicar uma escala de oferta de um bem X. Ou seja, dada uma série de preços,
quais seriam as quantidades ofertadas a cada preço:

Preço Quantidade ofertada


1,00 1.000
3,00 5.000
6,00 9.000
8,00 11.000
10,00 13.000

A escala também pode ser expressa graficamente como a seguir:

Matematicamente, a função da oferta pode ser expressa da seguinte forma:

Qo = f(P); onde:

Qo = quantidade ofertada de um bem ou serviço, por período de tempo;


P = preço do bem ou serviço

A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem é


devido ao fato de que, coeteris paribus, um aumento no preço do bem incentiva as
empresas a aumentar sua produção, de modo a aumentar sua receita.

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3.4 Equilíbrio de mercado


A interseção das curvas de oferta e de demanda determina o preço e a
quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço no mercado. Ou seja, na interseção
das duas curvas temos o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos
produtores e dos consumidores simultaneamente

Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela indicada pelo ponto de


equilíbrio E, ocorrerá uma situação que pode ser descrita como escassez de oferta
ou excesso de demanda. Nesse caso, as quantidades ofertadas serão inferiores as
quantidades procuradas. Isso acarretará uma competição dos consumidores pelos
produtos, o que provocará uma elevação dos preços. Esse movimento vai se
estender até que o equilíbrio seja restabelecido.

De forma análoga, se a quantidade ofertada se situar acima do ponto de


equilíbrio, haverá uma situação de excesso de oferta. Isso acarretará a formação de
estoques não-planejados por parte dos produtores, que reagirão diminuindo preços.
Também nesse caso o movimento nos preços se estenderá até que o equilíbrio seja
restabelecido.

Assim, não havendo impedimentos para a livre movimentação dos preços,


haverá uma tendência natural para que o sistema volte ao ponto de equilíbrio. No
entanto, para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do
governo nem de setores com poder de mercado, que geralmente dificultam o livre
movimento das forças de mercado.

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4. Teoria da Produção

4.1 Conceitos básicos

4.1.1 Produção

É o processo de transformação dos fatores de produção utilizados pela empresa


em produtos a serem comercializados no mercado. Nesse processo são combinados
diferentes fatores de produção de modo a se produzir o bem ou produto final. As
formas através das quais as empresas combinam os fatores constituem os
chamados métodos de produção.
A escolha de um dado método de produção vai depender de sua eficiência. Um
método é tecnicamente eficiente se, comparado a outros métodos, utiliza menor
quantidade de fatores para produzir uma quantidade equivalente do produto.

4.1.2 Função de Produção

A função de produção identifica a forma de resolver os problemas técnicos da


produção, por meio da apresentação das combinações de fatores que podem ser
utilizados para o desenvolvimento do processo produtivo. Ela pode ser conceituada
como a relação que mostra a quantidade obtida do produto, a partir da quantidade
utilizada dos fatores de produção.

È importante sublinhar que, a função de produção assim definida admite sempre


que o empresário esteja utilizando a maneira mais eficiente de combinar os fatores
e, conseqüentemente, obterá maior quantidade produzida do produto. Ou seja, a
questão da melhor técnica passa ao largo do debate econômico, supondo-se já
resolvida pela área de engenharia.

A função de produção pode ser expressa analiticamente da seguinte maneira:

q = f {x1, x2, x3,..., xn}


Onde:
q é a quantidade produzida do bem ou serviço, num determinado período de
tempo; x1, x2, x3,..., xn, identificam as quantidades utilizados de diversos fatores
de produção; f indica que q é uma função da quantidade de insumos utilizados

Fatores Fixos e Fatores Variáveis de Produção - Curto prazo e Longo prazo

Análise de Ambiente Macro-Econômico


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- Fatores variáveis- São aqueles cujas quantidades utilizadas variam a medida


que a quantidade produzida varia. Exemplos: matérias-primas e mão-de-obra

- Fatores fixos- São aqueles cujas quantidades não variam quando a produção
varia. Exemplo: o tamanho (a planta industrial) da empresa.

-Curto Prazo- É definido como o período de tempo em que ao menos um fator


se mantém fixo.

-Longo prazo- É o período de tempo em que todos os fatores podem sofrer


variação.

4.2 Análise de curto prazo


Suponhamos uma função de produção simplificada, com apenas dois fatores
(um fixo e um variável):
q = f (N, K)
onde:
q=quantidade;
N = mão-de-obra (fator variável)
K = capital fixo (fator fixo)
Nesse caso, para que a quantidade produzida possa variar, é necessário que
haja variação na quantidade utilizada do fator variável. Assim, a função de
produção pode ser expressa como:

q = f (N)
Assim observada, a função de produção ajuda a entender alguns conceitos
básicos da Teoria da Produção aplicáveis a análise da firma. São eles:

-Produto Total: É a quantidade do produto obtida a partir da utilização do fator


variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores.

-Produtividade média do fator: É o resultado do quociente da quantidade total


produzida pela quantidade utilizada do fator.

-Produtividade marginal do fator: É a relação entre as variações do produto


total e as variações da quantidade utilizada do fator.

4.3 A análise de longo prazo


A análise de longo prazo pressupõe que todos os fatores de produção são
variáveis. Assim, a possibilidade de que o tamanho da empresa também possa
variar, dá origem ao conceito de economia de escala

Análise de Ambiente Macro-Econômico


17

4.3.1 Economia de escala ou rendimento de escala

O conceito de economia de escala diz respeito à queda do custo total médio em


resposta a um aumento da produção. Pode-se apontar como causa geradora das
economias de escala a maior especialização no trabalho quando a empresa cresce.
O caso da fábrica de alfinetes apontado por Adam Smith é o exemplo clássico de
como a especialização gera rendimentos de escala

As economias de escala ocorrem quando a variação na quantidade do produto


total é mais do que proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de
produção. Por exemplo, elevando-se a utilização dos fatores em 20%, a produção
total aumenta 30%.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


18

5. Estruturas de mercado

A Teoria Neoclássica supõe que o mercado tende a encontrar o equilíbrio. Essa


suposição traz implícita a noção de que os mercados são competitivos, não havendo
interferências que impeçam a livre movimentação de preços. Entretanto, formas
diversas dos ambientes de competição são encontradas no mercado.

Este capítulo discute as formas que o mercado pode assumir com vistas à
organização da concorrência. Essas formas ou estruturas de mercado dependem
basicamente de três fatores:

a) Do número de empresas que participam do mercado


b) Do tipo de produto (similares ou diferenciados)
c) Da existência de barreiras à entrada no mercado

Apresentaremos, a seguir, as estruturas de mercado que a teoria tem focalizado


como objeto de análise.

5.1 Concorrência Pura ou Perfeita


É o tipo de estrutura em que um número muito grande de empresas atua, de tal
maneira que a oferta encontra-se muito pulverizada e que, por isso, nenhuma
empresa isoladamente consegue modificar os níveis de oferta e,
conseqüentemente, o preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado devem prevalecer, ainda, as seguintes premissas:

-Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas


empresas concorrentes;
-É livre a entrada de empresas no mercado
-Há pleno conhecimento das informações relativas ao mercado (nível de oferta,
preços, etc)
Uma característica fundamental dessa estrutura é que, no longo prazo, não
existem lucros extraordinários (em que as receitas superam os custos), mas apenas
os chamados lucros normais, que correspondem ao custo de oportunidade do
emprego do capital.
Em concorrência perfeita, como há pleno conhecimento de informações, e como
não existem bloqueios à entrada de concorrentes, se existirem lucros
extraordinários, isso atrairá novas empresas para o mercado. Com o aumento do
número de empresas, haverá um aumento na oferta de mercado, o que fará os

Análise de Ambiente Macro-Econômico


19

preços recuarem. Dessa forma, será restabelecida a situação de lucro normal,


cessando a entrada de novas empresas no mercado.

Esquema de empresa em concorrência perfeita


receita receita custo
quantidade total custo total lucro marginal marginal
0 0 3 -3 6 2
1 6 5 1 6 3
2 12 8 4 6 4
3 18 12 6 6 5
4 24 17 7 6 6
5 30 23 7 6 7
6 36 30 6 6 8
7 42 38 4 6 9
8 48 47 1 6

Curva de uma empresa em concorrência perfeita

Análise de Ambiente Macro-Econômico


20

5.2 Monopólio
É a estrutura de mercado onde apenas uma empresa detém a totalidade da
oferta de mercado. Neste caso, portanto, não há concorrência. O produto da
empresa monopolista não se defronta com produtos substitutos-próximos. Assim,
ou os consumidores aceitam as condições impostas pelo produtor ou deixam de
consumir o produto.

Como o monopolista não enfrenta a concorrência de outras empresas, podendo


regular a oferta total de mercado, ele tem grande influência sobre o preço. Ou seja,
esse poder de mercado – a capacidade de determinar o nível de oferta total – lhe
garante lucros extra-normais.

Para que o monopolista permaneça com a exclusividade da oferta de mercado,


é necessário que haja barreiras intransponíveis à entrada de potenciais
concorrentes. As principais fontes de barreiras à entrada são as seguintes:

-Monopólio natural: ocorre quando o mercado, por suas próprias características,


impõe a instalação de grandes unidades produtivas, que operam com elevadíssimas
economias de escala. Nessa situação a empresa pode operar com preços
relativamente baixos, inviabilizando a entrada de concorrentes. Exemplo: empresa
fornecedora de água encanada; empresa fornecedora de gás encanado.
-Patentes ou legislação restritiva: restrições decorrentes de legislação estabelecem
fortes bloqueios à entrada de novos participantes. Exemplo: patentes farmacêuticas
-Controle de fonte de matéria-prima: a empresa detém o fornecimento exclusivo da
matéria-prima necessária a produção.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


21

5.2.1 Discriminação de preços

O monopolista usufrui do poder de marcar preços diferentes em diferentes


segmentos de mercado. Aproveitando-se do fato de ser o único ofertante, o
monopolista pode verificar aqueles segmentos de mercado em que a elasticidade –
preço da demanda é menor, para então ali praticar preços mais elevados. .

5.3 Oligopólio
É a estrutura em que um número reduzido de empresas detém parcela
expressiva da oferta de mercado.
O setor produtivo brasileiro é altamente oligopolizado, havendo vários exemplos
de grupos nacionais e estrangeiros que dominam indústrias inteiras. Os setores
automobilístico, químico, farmacêutico, de papel e celulose, de bebidas, de
cigarros, siderúrgico, bancário, de transporte aéreo e rodoviário, e vários outros,
compõem a lista de exemplos

Análise de Ambiente Macro-Econômico


22

A existência de economias de escala é um dos principais fatores que possibilita


a formação de oligopólios. As empresas oligopolistas, por regularem a oferta de
mercado, têm expressivo poder de mercado, conseguindo interferir na formação de
preços. Como a curva de demanda do oligopólio é negativamente inclinada, as
empresas podem restringir a oferta de mercado, de modo a aumentar seus preços.

Esquema de um duopólio sem coordenação


Quantidade Preço (R$) Lucro (R$)
0 120 0
10 110 1100
20 100 2000
30 90 2700
40 80 3200
50 70 3500
60 60 3600
70 50 3500
80 40 3200
90 30 2700
100 20 2000
110 10 1100
120 0 0

5.3.1 Coordenação de preços

As empresas oligopolistas buscam, por vezes, coordenar suas estratégias de


modo a conseguir exercer maior influência sobre os preços. Apesar da legislação
dos países coibir esse tipo de coordenação, as empresas se utilizam de métodos
tácitos de coordenação. A coordenação, se bem sucedida, pode garantir a obtenção
de lucros de monopólio para o conjunto das empresas.

A coordenação de preços pode ser feita de forma explícita ou de forma tácita. O


cartel dos produtores de petróleo, por exemplo, por ser um instituto supra-
nacional, constituído por governos nacionais, não enfrenta restrições de ordem
legal. Já a atuação de empresas com vistas à formação de cartéis é, regra geral,
considerada prática ilegal pela legislação dos países.

A literatura econômica considera que a coordenação de preços implícita ou


tácita é prática não incomum das empresas oligopolistas. As principais estratégias
de coordenação tácita são as seguintes:

-Liderança de preços: a empresa líder adota um preço que garante lucros extra-
normais e este preço é seguido pelas demais
-Liderança barométrica: a empresa com os custos médios mais “representativos do
conjunto das empresas do setor define o preço a ser praticado pelo oligopólio.
-Mark-up padrão: as empresas utilizam um mesmo fator multiplicador dos custos
para definir seus preços.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


23

Na verdade, em oligopólio, mesmo sem coordenação, as empresas podem


praticar preços que lhes garantam lucros extraordinários, pois as barreiras à
entrada limitam a concorrência.

Alguns fatores, além da legislação, podem dificultar a coordenação das


empresas oligopolísticas. São eles:

- Heterogeneidade de produtos
- Grande número de concorrentes
- Estruturas de custos
- Mudanças nas condições de mercado (necessidade de “aprendizagem” do
preço comum)
- Encomendas maciças e infreqüentes
- Baixa concentração

Nessa estrutura de mercado, existem fortes barreiras à entrada de novas


empresas. As empresas estabelecidas se utilizam de várias estratégias de forma a
evitar a entrada de novos concorrentes. Uma estratégia muito comum é a prática
do chamado preço-limite. Através da prática de um preço que não representa um
atrativo para os concorrentes, por só maximizar os lucros do produtor no longo
prazo, os oligopolistas mantêm eventuais concorrentes afastados.

Por fim, é importante ressaltar que a concorrência via preços é muito reduzida
em oligopólio. As empresas oligopolistas evitam se confrontar em batalhas de
preço, preferindo preservar suas margens de lucro. Os embates se concentram na
esfera da publicidade.

5.3.2 Barreiras à entrada

a) Barreiras estruturais:
Podemos distinguir 5 elementos presentes na estrutura da indústria que
podem se constituir em fontes de barreiras à entrada. São elas:

1-Vantagens absolutas de custo


2-Preferências do consumidor
3-Economias de escala
4-Altos investimentos requeridos
5-Presença de custos irrecuperáveis (aumento da capacidade instalada e
publicidade)

b) Barreiras estratégicas

Podemos apontar, basicamente, duas modalidades de estratégias que as


empresas podem adotar de modo a afastar a presença de concorrentes:

Análise de Ambiente Macro-Econômico


24

1-Estratégia do preço-limite

A estratégia do preço-limite se constitui em uma prática comercial da


empresa e está respaldada em vantagens de custos. Através da prática de um
preço que não representa um atrativo para os concorrentes, por só maximizar os
lucros do produtor no longo prazo, os oligopolistas mantêm eventuais concorrentes
afastados.

2) Investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) como barreira estratégica

As empresas também podem intensificar seus investimentos na área de


Pesquisa e Desenvolvimento de modo a estabelecer uma vantagem sobre seus
concorrentes. O investimento pode resultar na criação de uma vantagem
tecnológica em relação à seus concorrentes. A vantagem pode se configurar tanto
em termos de custos (processo) como em termos de diferenciação (produto)

5.4 Concorrência monopolística


Concorrência monopolística é um conceito que, a primeira vista, parece ser um
paradoxo. Concorrência, de um lado, e monopólio, de outro, sugerem ambientes
empresariais diametralmente opostos. Entretanto, sendo a diferenciação de
produtos o conceito central dessa estrutura, fica mais fácil se entender a dinâmica
de funcionamento da mesma.

Trata-se de uma estrutura com um número relativamente elevado de empresas.


Nessa situação, o poder de mercado do produtor fica comprometido pela presença
de produtos que são substitutos-próximos Contudo, como os produtores ofertam
um produto que embute a diferenciação, a curva de demanda dos seus produtos é
negativamente inclinada.

A diferenciação de produto, que confere algum poder de mercado ao produtor,


não se revela somente através de características funcionais do bem. Aspectos tais
como: marca, embalagem e conceituação do produto também são relevantes como
atributos concorrenciais.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


25

6. Economia do Setor Público

6.1 Orçamento Público

O orçamento público é o instrumento legal e a ferramenta operacional que


serve ao planejamento e execução das Finanças Públicas. Ele consiste na estimativa
das receitas públicas e na fixação das despesas públicas.

6.2 Resultado Fiscal


- Resultado Primário: É a diferença entre a receita apurada e a despesa
incorrida, excluindo-se as despesas financeiras. Diz-se superávit primário ou fiscal,
quando a receita excede a despesa. Quando a despesa é maior do que a receita
registra-se um déficit primário ou fiscal. Não se inclui no Resultado Fiscal o valor
relativo aos juros pagos pelo governo por conta do serviço da dívida pública. .

– Resultado Nominal: Compreende o Resultado Fiscal e o valor dos juros


da dívida pública. É o resultado mais abrangente das contas do governo. Pode ser
expresso por um superávit ou por um déficit nominal.

6.3 Financiamento do Setor Público


O pagamento do déficit público pode ser viabilizado através do recurso à
duas fontes de financiamento: a emissão de moeda e a contratação de dívida
pública. Ou seja, o governo pode cobrir seus déficits orçamentários a partir da
colocação de moeda no mercado ou a partir da venda de títulos públicos para
investidores.

6.3.1 Emissão monetária

- Criação de moeda com aumento do meio circulante. O aumento do estoque de


moeda em proporção maior do que o aumento da quantidade de bens e serviços é
causa da inflação.

6.3.2 Emissão de títulos públicos

- Venda de títulos da dívida pública interna no mercado financeiro. Um título


público é um compromisso financeiro assumido pelo Estado. É o instrumento
através qual o Estado se compromete a resgatar o compromisso financeiro nele

Análise de Ambiente Macro-Econômico


26

indicado, respeitando o valor, a forma de reajuste desse valor e o prazo de


pagamento nele determinado. A venda de títulos públicos é feita através de leilões
públicos, conforme indicado abaixo.
- Leilão de títulos públicos

i) Mercado primário
- Mercado que funciona sob a forma de leilão, no qual os títulos públicos são
negociados pela primeira vez. No leilão primário apenas o Banco Central atua,
oferecendo títulos públicos que são vendidos pela primeira vez aos eventuais
interessados. É a chamada emissão primária de títulos públicos.

ii) Mercado aberto


- Mercado que funciona sob a forma de leilão, no qual os títulos públicos, já
emitidos anteriormente, são vendidos e comprados por diferentes agentes
econômicos. É a principal instância de negociação de títulos, regulando a oferta de
moeda na economia e definindo a taxa de juros de curto prazo.
- Operações overnight
- São operações de compra e venda de títulos públicos, financiados
diariamente por instituições financeiras compradoras dos títulos.
- Modalidades de títulos: por tipo de reajuste
– Títulos com reajuste pré-fixado: títulos cujas taxas de juros são
fixadas por ocasião da emissão.

– Títulos com reajuste pós-fixado: títulos cujo reajuste depende da


variação de outro indicador.

6.4 Dívida Pública Interna


- É o estoque de títulos públicos domésticos em mãos do mercado.
-Rolagem da dívida
É a venda primária de títulos públicos realizada com o objetivo de financiar o
pagamento de títulos a vencer.
- Serviço da dívida:
É o montante de juros pagos pelo Estado por conta da aplicação de uma
taxa de juros ao estoque da dívida pública.

6.5 Política fiscal


A política fiscal é a política através da qual o governo define uma dada
estratégia em termos de alocação de recursos públicos. A política fiscal diz respeito
tanto à relação quantitativa entre despesas e receitas públicas como ao
direcionamento que o gasto público deve ter. Por exemplo, se, e em quanto, o
gasto público deve exceder a receita (ou o inverso), e que setores, programas e
projetos devem receber recursos orçamentários.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


27

Atualmente, no Brasil, o governo está comprometido (voluntariamente) com


uma política fiscal de obtenção de superávits primários. Ou seja, o governo busca,
através da condução de sua política fiscal, obter receitas fiscais em proporção maior
do que o seu gasto fiscal, resultado esse que exclui os pagamentos dos juros da
dívida pública. O objetivo é gerar uma “poupança” suficiente para reduzir a relação
dívida pública / PIB, e assim diminuir a percepção de risco do mercado em relação
ao pagamento da dívida.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


28

7. Moedas e Bancos

7.1 Moeda

7.1.1 Histórico

A divisão do trabalho acompanhada da troca de mercadorias é um aspecto


central da vida em sociedade. A troca possibilita aos indivíduos obter bens que
eventualmente não produzem, abrindo espaço à especialização. Graças à
especialização, aumenta a produtividade e a eficiência econômica e, em decorrência
disso, maiores níveis de bem estar são alcançados. A moeda é um bem que
possibilita a troca, dispensando a presença de outros bens. A moeda, portanto, é
um elemento que favorece o aumento do bem estar. Ao potencializar a troca,
possibilitando a especialização, a moeda impulsiona a eficiência, gerando bem estar

Sal, conchas, metais nobres, entre outros bens, já fizeram, em épocas


passadas, o papel de moeda. Durabilidade, divisibilidade, portabilidade,
homogeneidade e fácil reconhecimento são atributos que moldaram a aceitação de
diferentes moedas.

O ouro, a prata e outros metais, por apresentarem essas qualidades, são


elementos que, ao longo da história, se destacaram fazendo o papel de moeda.
Recibos de depósito feitos em ouro no Tesouro, por sua intensa circulação, também
se prestaram ao uso como moeda. Esses recibos, cujo lastro era o metal precioso
que ele representava, é o precursor das notas de dinheiro, tal qual hoje as
conhecemos.

O dinheiro atualmente não possui lastro em metais preciosos. A moeda,


hoje, tem valor devido às suas características fiduciárias. É a confiabilidade de
quem as emite que lhes empresta valor.

7.1.2 Funções da moeda

Uma “boa” moeda é aquela que desempenha a contento três funções: meio
de troca, unidade de conta e reserva de valor. Quanto melhor o desempenho
dessas funções, maior é a aceitação da moeda

Análise de Ambiente Macro-Econômico


29

7.2 Bancos

7.2.1 Sistema bancário

Os bancos são instituições que, basicamente, captam depósitos do público e


emprestam fundos para indivíduos e empresas. Eles são os intermediários
financeiros entre os agentes superavitários e os agentes deficitários.
O sistema bancário é constituído pelo conjunto das instituições financeiras
que operam a captação e o empréstimo de fundos financeiros. Ele funciona de
modo que essas instituições também trocam fundos entre si. Este mercado – o
chamado mercado interbancário – estabelece diariamente o custo do dinheiro – o
valor da taxa de juros – a partir da oscilação nos movimentos de oferta e
demanda por moeda. Em vista disso, os bancos só aceitam captar recursos
pagando taxas abaixo daquelas praticada no mercado interbancário. Da mesma
forma, os bancos buscam aplicar fundos recebendo uma taxa de remuneração
superior aquela praticada no mercado interbancário. Sendo assim, a taxa de juros
do mercado interbancário tende a ser a taxa de juros básica da economia.

7.2.2 Efeito multiplicador

Os bancos, ao captarem recursos do público e emprestarem esses recursos à


terceiros, multiplicam o total de moeda da economia. Isso porque a atividade
bancária faz operar o seguinte mecanismo: os bancos, após reservarem parte dos
valores captados do público – o chamado encaixe bancário -, emprestam aos
demandantes de crédito os recursos depositados. O público, por sua vez, utiliza
apenas parte dos recursos recebidos, retornando a outra parte aos bancos. Isso é
feito sob a forma de novos depósitos. Na sequência, esses depósitos, por se
constituírem em uma nova captação, são emprestados ao público, que, mais uma
vez, deposita parte desses empréstimos nos bancos. Assim, a atividade bancária,
ao disponibilizar, através do crédito, recursos financeiros para o público, multiplica
a quantidade de moeda emitida pelo governo, fazendo aumentar a oferta de moeda
na economia.
Matematicamente, podemos descrever o efeito multiplicador da seguinte forma:
EF = 1/r; onde;
EF = Efeito multiplicador
R = taxa de encaixe

7.3 Política monetária


Ao regular a quantidade de moeda na economia, o Banco Central impacta
diretamente a demanda agregada, afetando os preços. A política monetária dispõe,
basicamente, de três instrumentos para regular a taxa de juros da economia. São
eles:

Análise de Ambiente Macro-Econômico


30

7.3.1 Open Market

O open market, ou o chamado mercado aberto, é a instância do mercado


financeiro onde são negociados os títulos da dívida pública. Se o governo buscar
aumentar a quantidade de moeda na economia, ele irá recomprar seus próprios
títulos, expandindo, assim, o meio circulante. Caso ele se decida a reduzir a oferta
de moeda na economia, ele irá vender títulos representativos da sua dívida,
enxugando a liquidez do mercado de moeda. Esses movimentos de compra e venda
de títulos, portanto, regulam a quantidade de moeda na economia, impactando a
taxa de juros.

7.3.2 Encaixe compulsório

O encaixe compulsório é a parcela dos depósitos bancários que os bancos


têm que obrigatoriamente recolher aos cofres do Banco Central. Como visto
anteriormente, o encaixe, ao estabelecer a proporção dos depósitos que pode ser
utilizada para empréstimos, define a magnitude do efeito multiplicador. Dessa
forma, o encaixe afeta diretamente a oferta de moeda, impactando a taxa de juros.

7.3.3 Taxa de redesconto

A taxa de redesconto é a taxa cobrada dos bancos por conta do uso de


recursos do Banco Central quando estes não conseguem cumprir o encaixe
compulsório. A taxa de redesconto normalmente é uma taxa punitiva de modo que
os bancos evitem utilizar esse mecanismo ao invés de recorrerem ao mercado
interbancário.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


31

8. Inflação

Inflação é a alta contínua e generalizada dos preços. Na Alemanha, em


janeiro de 1921, um jornal custava alguns poucos marcos. Menos de dois anos
depois, o mesmo jornal custava algumas dezenas de milhões de marcos. Todos os
demais preços da economia haviam aumentado da mesma forma. O episódio é um
dos mais espetaculares exemplos históricos de inflação, um aumento no nível geral
de preços na economia.
O que provoca a inflação? Nos casos de inflação persistente, a causa é quase
sempre a mesma: o aumento na oferta de moeda. Quando um governo emite
moeda de forma imoderada, seu valor cai. Na Alemanha da década de 1920, a alta
de preços acompanhou o aumento na emissão de moeda. Nos EUA da década de
1990, uma taxa de inflação relativamente mais baixa esteve associada a um
crescimento lento da quantidade de moeda.
Para efeito da compreensão do fenômeno inflacionário, é importante
distinguir entre o aumento generalizado e persistente do nível de preços e uma
mudança de preços relativos. No segundo caso, alguns preços sobem ao mesmo
tempo em que alguns preços caem, sem haver necessariamente mudanças nos
níveis de preços. Ocorre, portanto, uma variação relativa de preços, o que é
bastante diferente de inflação.

8.1 Teorias
A inflação é um fenômeno cuja explicação implicou a formulação de
diferentes teorias. Apontamos, em seguida, algumas delas:

a) A inflação como fenômeno monetário.


A chamada Teoria Quantitativa da Moeda descreve a inflação como um
fenômeno meramente monetário. Para a teoria, a relação entre os preços e a
quantidade de moeda pode ser descrita a partir da equação:

MV = PT, onde;

M = Estoque de moeda,
V = Velocidade-renda de circulação da moeda,
P = Nível de preços,
T = Quantidade de bens e serviços,

Assim, havendo aumento do estoque de moeda (emissão monetária) em


proporção maior do que o aumento na quantidade produzida de bens e serviços, e

Análise de Ambiente Macro-Econômico


32

mantida inalterada a velocidade-renda de circulação da moeda, haverá,


necessariamente, aumento do nível de preços.

b) A visão estruturalista
A visão estruturalista entende que a inflação é um fenômeno que reflete
condições estruturais da economia. Assim, problemas relacionados à hiatos de
produto, conflitos distributivos e distorções nos preços relativos seriam
responsáveis pela eclosão de processos inflacionários.

c) Inflação de demanda
A emergência de um processo de alta de preços como resultado de um
descasamento entre oferta e demanda dá origem a essa teoria. A noção aqui é de
que a demanda, premida por um fator exógeno – por exemplo, um aumento de
renda determinado institucionalmente -, pode superar a oferta, pressionando os
preços.
A alta do salário mínimo por ocasião da decretação do Plano Cruzado, por
exemplo, pode ser apontada como um dos fatores responsáveis pelo excessivo
aquecimento da demanda à época, o que pressionou os preços, contribuindo para o
fracasso do congelamento de preços.

d) Inflação de custos
A ocorrência de um choque de custos – um aumento abrupto nos preços de
um insumo (o petróleo, por exemplo) que tenha importância estratégica na
formação dos demais preços da economia – pode desencadear uma alta de preços,
culminando na eclosão de um processo inflacionário.

Exemplos de choques de custos, as altas expressivas no preço do petróleo,


em 1973 e em 1979, provocaram aumento da inflação em vários países.

e) Inflação inercial
A presença de mecanismos de indexação de preços e salários na economia é
vista como um fator que pode replicar uma alta de preços ocorrida no passado.
Assim, mecanismos de reajustes automáticos de preços podem se constituir em
fatores reprodutores da alta de preços, contribuindo para a persistência (e
aceleração) do processo inflacionário.

O reajuste mensal de salários, mecanismo em vigor até a instituição do


Plano Real, pode ser apontado como exemplo de dispositivo que replicava a alta de
preços ocorrida no passado, e que contribuía para a manutenção da inflação.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


33

7.2 Políticas de estabilização

7.2.1 Ortodoxas

As políticas ortodoxas de combate à inflação visam, basicamente, atuar


sobre o chamado hiato do produto. A estratégia visa provocar uma recessão na
atividade econômica de modo a que o nível da demanda agregada evolua, ao
menos temporariamente, abaixo do nível da oferta agregada. Busca-se, assim,
reduzir a pressão da demanda sobre os preços. Um dos principais instrumentos
utilizados para isso é a regulação da taxa de juros. Através da fixação de uma taxa
de juros elevada, a autoridade monetária procura desestimular o consumo,
desencorajando assim aumentos de preços.
A condução da política monetária no Brasil no período imediatamente
posterior à implantação do Plano Real é um exemplo de política ortodoxa de
estabilização. Nos meses posteriores a edição do plano, a taxa de juros foi mantida
em níveis muito elevados (em torno de 20% ao ano), buscando-se inibir o
consumo. O objetivo era barrar movimentos de altas de preços, evitando a volta da
inflação.

7.2.2 Heterodoxas

As políticas heterodoxas têm como foco principal eliminar o componente


inercial da inflação. Essas políticas se utilizam basicamente de mecanismos de
desindexação compulsória (como o congelamento de preços) de modo a promover
a eliminação da inércia inflacionária. Outros instrumentos, como tablitas, bloqueio
de ativos financeiros e reformas monetárias também são utilizados.

O Plano Cruzado, cujo arcabouço de medidas incluía o congelamento de


preços e o uso de uma tablita, é um exemplo de política heterodoxa de
estabilização.

7.3 Sistema de metas de inflação


O regime de metas de inflação é a estratégia atualmente estabelecida pelo
governo de modo a manter uma política de permanente combate à inflação. Pelo
seu papel central na condução da política econômica nos últimos dez anos, vejamos
mais detidamente os fundamentos que sustentam o arcabouço do regime de metas
de inflação.
O modus operandi do regime se caracteriza, basicamente, pela presença de
três elementos.
1) O regime de IT (inflation targeting) é um modelo de política
macroeconômica em que a autoridade monetária reconhece que a estabilidade de
preços é o principal objetivo de longo prazo da política monetária. Anúncios
públicos de metas de inflação são divulgados, servindo como principais referências
de condução dessa política.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


34

Credibilidade, flexibilidade e legitimidade são atributos que devem,


necessariamente, estar presentes na estruturação do regime de IT. A credibilidade
é um atributo essencial, pois a estrutura do regime deve sinalizar confiança para os
agentes econômicos, pois, não havendo confiança, os agentes não considerarão as
metas na composição das suas expectativas, o que poderá comprometer o alcance
das metas. A flexibilidade é imprescindível, pois a estrutura do regime deve
permitir à política monetária uma ação preventiva, e, assim, evitar choques não
previstos. Havendo rigidez na política, choques adversos não poderão ser
considerados na formulação das metas. Por fim, a legitimidade é necessária, pois
ela é capaz de fazer com que a política monetária possa ser mantida mesmo diante
de eventuais pressões contrárias.

2) No regime de IT, o principal instrumento da política macroeconômica é a


política monetária. A política fiscal não é reputada como um instrumento
macroeconômico eficiente, pois a política monetária é vista como a política
dominante, conduzindo a uma subordinação da política fiscal.

3) A política monetária deve ser conduzida por um banco central


independente. Através de uma operacionalização independente da política
monetária evitam-se as chamadas inconsistências intertemporais.

Com relação à estrutura operacional do regime de IT, também há


importantes aspectos a considerar. Primeiramente, sobressai a questão da definição
das metas de inflação. A autoridade monetária deve estabelecer uma meta pontual,
ou um intervalo de valores, e definir um período de tempo durante o qual a meta
deve ser alcançada.

Em segundo lugar, o horizonte da meta deve, necessariamente,


corresponder ao horizonte de controle da política monetária. Por isso deve ser
levado em consideração o hiato temporal entre a tomada de decisão e a geração de
efeitos da política.

O terceiro aspecto a considerar é que a escolha de uma faixa, ao invés de


um ponto, para as metas, proporciona maior flexibilidade, tanto em termos de
estabilidade do produto como em termos de acomodação frente à grandes
flutuações do câmbio.

Um quarto aspecto diz respeito ao fato de que o regime também pede a


definição de um modelo que forneça informações sobre a inflação futura, isto é, a
previsão da inflação é uma peça importante na engrenagem do regime.

Essa discussão remete à outro importante aspecto operacional, e que se


refere à questão das leis monetárias. De acordo com a regra de Taylor, os bancos
centrais devem “sobre-reagir” à eventuais sinais de desvio da inflação com relação
às metas propostas. Segundo a regra, os bancos centrais devem reagir a um
aumento da inflação esperada através de um aumento na taxa de juros nominal em
proporção superior ao aumento da inflação esperada. A expectativa é de isso
provoque um avanço na taxa de juros real, ajudando a debelar a inflação.
A taxa de juros é vista, portanto, como o principal instrumento de política
monetária. É através da regulação da taxa de juros que a autoridade monetária
consegue impactar a demanda agregada, buscando, assim, afetar o movimento dos
preços.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


35

9. Finanças Internacionais

9.1 Balanço de Pagamentos


O balanço de pagamento é a ferramenta que contabiliza as operações de
entrada e saída de divisas de um país em relação ao resto do mundo. O balanço é
constituído de quatro grandes contas: balança comercial, balança de serviços,
transferências unilaterais e movimento de capital ou conta de capital.

9.1.1 Balança comercial

A Balança Comercial é o instrumento de registro das operações de importação e de


exportação de mercadorias de um país, por período de tempo. Ela indica os valores
relativos as transações comerciais entre o país e o exterior. Superávits comerciais
indicam que as exportações superam as importações. Déficits comerciais indicam
que a importações superam as exportações.

9.1.2 Balança de serviços

A Balança de Serviços compreende um conjunto de contas que não se referem ao


trânsito de mercadorias, mas, basicamente, a contas de natureza financeira. As
principais contas são da Balança de Serviços são: transportes, seguros, viagens
internacionais, royalties (como pagamento pelo uso de marcas e patentes),
despesas administrativas, aluguel, projetos, rendas de capitais (juros, lucros e
dividendos).

A legislação brasileira, acompanhando uma tendência internacional, permite que as


empresas instaladas no Brasil que possuem matriz no exterior façam transferências
de lucros, quando dispõem de capital fechado, e dividendos, quando operam com
capital aberto (Silva, 2002). Essa regra tem por objetivo estimular a atração de
capitais para investimentos produtivos no Brasil.

A conta “juros” refere-se à parcela de juros que incide sobre o estoque de


empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, menos os juros recebidos por
empréstimos e financiamentos realizados no exterior. No caso do Brasil, esta conta,
tem apresentado uma tradição de resultados negativos, assim como todas as
demais contas de serviço (Silva, 2002).

Análise de Ambiente Macro-Econômico


36

9.1.3 Transferências unilaterais

Na conta Transferências Unilaterais são registradas todas as transferências que não


envolvem contrapartida de mercadorias ou serviço, como, por exemplo, remessas
de emigrantes, bolsas de estudos pagas para estudantes que realizam cursos no
exterior, doações a organizações e despesas do governo com embaixadas no
exterior.

9.1.4 Conta de capital

Na Conta de Capital, onde são registrados os investimentos de longo prazo ou


capital de risco, empréstimos, financiamentos e amortizações recebidas, menos os
valores enviados ao exterior em operações da mesma natureza das supracitadas.

A obtenção de superávit na conta de capital deve ser analisada com atenção, dado
que no futuro os recursos recebidos terão que ser devolvidos (caso dos
empréstimos e financiamentos), ou parcialmente repatriado (caso dos
investimentos onde ocorre a possibilidade de remessa de lucros e dividendos à
matriz no exterior).
A conta de capital registra as operações anuais. O estoque de dívida acumulada de
exercícios anteriores, quando existente, recebe registro na autoridade monetária. É
sobre este estoque que incidem os juros pagos na conta “renda de capitais” do
balanço de serviços.

9.2 Sistemas monetários internacionais

9.2.1 Padrão-ouro

Na sua forma ortodoxa, o padrão ouro consiste no estabelecimento, pelo


Banco Central, de uma relação fixa entre a quantidade de ouro em mãos do
governo e o valor de moeda em circulação. O modelo mais usado na descrição do
mecanismo do padrão ouro ainda é o modelo de fluxo de moedas metálicas, de D.
Hume (séc. XVIII). O modelo se baseia em um sistema onde circulariam apenas
moedas de ouro. Sob tal sistema, superávits e déficits nos balanços de pagamentos
(BP) implicariam na transferência de moedas entre os países, impactando os preços
internos e conduzindo a um reequilíbrio do BP.

No sistema de padrão ouro em que circulasse papel-moeda, os fluxos de


ouro também financiariam os desequilíbrios nos BPs de cada país. Se houvesse
déficit no BP de um país, este deveria exportar ouro. Se um país tivesse superávit
no seu BP, ele deveria importar ouro.A importação de ouro levaria o país a expandir
a sua base monetária, acarretando um aumento de preços e uma perda de
competitividade de seus produtos, o que o tornaria deficitário. Analogamente, a
exportação de ouro levaria o país a contrair sua base monetária, acarretando uma
baixa nos seus preços e um aumento na competitividade dos seus produtos, o que
o tornaria superavitário

Análise de Ambiente Macro-Econômico


37

9.2.2 Padrão-dólar

O padrão-dólar viria a substituir o padrão-ouro a partir do estabelecimento


do Acordo de Bretton Woods (1944). O novo padrão consistia na fixação do valor do
dólar em US$ 35 a onça-troy de ouro. As demais regras seriam as seguintes:

- Paridade fixa das demais moedas em relação ao dólar: poderia haver variação de
até +/- 1% em relação ao dólar
- Variação cambial até 10%: deveriam ser previamente comunicadas ao FMI
- Variação cambial > 10%: deveriam ser previamente autorizadas pelo FMI

9.2.3 O sistema de taxas flutuantes

A partir dos persistentes déficits comerciais dos EUA, na década de 1960, e


com a eclosão da crise do petróleo, em 1973, o dólar passou a sofrer forte pressão
vendedora nos mercados cambiais. Movimentos especulativos levaram a uma
desvalorização da moeda norte-americana em 1973/1974, de cerca de 10%. Em
vista de um quadro de volatilidade que ameaçava as reservas norte-americanas de
ouro, o governo norte-americano decidiu, em 1973, suspender a conversibilidade
do dólar. A partir daquela data, a cotação das moedas dependeria de um sistema
de taxas flutuantes, isto é, as forças de mercado passariam a definir livremente a
cotação das taxas de câmbio dos países.
A despeito de uma maior liberdade monetária, a livre flutuação das taxas de
câmbio passou a gerar um aumento na volatilidade dos ativos negociados
internacionalmente. Essa maior volatilidade ampliou o risco embutido nas
transações que incluíam compromissos cambiais, elevando o grau de incerteza dos
agentes econômicos – países e empresas – envolvidos em transações
internacionais. Maior incerteza e maior risco se constituíram, assim, nas principais
conseqüências do novo regime cambial

9.3 Os regimes cambiais


A taxa cambial pode ser determinada, basicamente, de duas maneiras. A
primeira delas consiste na adoção de um regime de câmbio fixo, no qual o banco
central mantém a taxa do câmbio em um patamar previamente definido. Isso é
conseguido por meio da administração das reservas internacionais. O governo
utiliza divisas para estabelecer a cotação escolhida. A segunda maneira consiste na
adoção de um regime de câmbio flutuante, caso em que o mercado determina a
taxa de câmbio, através da oferta e demanda por divisas. Regimes intermediários
combinam elementos dos dois casos extremos.

9.3.1 A classificação dos regimes cambiais segundo o FMI

Abaixo estão descritos os principais regimes cambiais, apresentados de


acordo com a classificação do FMI, em ordem decrescente de rigidez monetária.

9.3.1.1 União monetária


As uniões monetárias são as formações de blocos que utilizam a mesma
moeda como meio de pagamento, unidade de medida e reserva de valor, mantendo

Análise de Ambiente Macro-Econômico


38

uma autoridade monetária centralizada, um banco central regional, como é o caso


da União Européia.

9.3.1.2 Dolarização
A dolarização ocorre quando os residentes de um país utilizam de forma
extensiva o dólar em detrimento da moeda nacional. A dolarização pode ser
dividida em extra-oficial, em que os indivíduos mantêm depósitos bancários ou
títulos em moeda estrangeira para proteger-se das oscilações da moeda doméstica;
em dolarização semi-oficial na qual há duas moedas de curso legal dentro do país;
e em dolarização oficial na qual o governo adota a moeda estrangeira (dólar) como
moeda oficial e de curso legal.

9.3.1.3 Currency Board


O arranjo do tipo currency board é um compromisso para ofertar ou
demandar moeda a uma taxa de câmbio fixa. Isso acarreta que as reservas
monetárias devem ser iguais ao total de moeda em circulação na economia. Sob
esse regime, a política monetária é inteiramente subordinada ao regime de taxa de
câmbio; e os aumentos ou reduções na oferta de moeda são determinados pelo
câmbio estrangeiro. O compromisso do arranjo cambial de currency board deve ser
crível, pois o país deve ser capaz de converter a moeda doméstica na moeda
externa, devendo submeter a sua política monetária à quantidade de reservas
internacionais que o país possui.

9.3.1.4 Fixo convencional


Neste caso, o Banco Central vende e compra moeda estrangeira, de forma a
manter uma dada taxa de câmbio. A taxa a ser mantida deve ser aquela anunciada pelo
próprio Banco Central. Neste sistema o banco central se compromete a ofertar moeda
ao nível que assegure que a taxa de câmbio de equilíbrio se igualará à taxa de câmbio
anunciada. Isso significa que a oferta de moeda se ajustará automaticamente, ao nível
necessário que garanta o equilíbrio. Por causa disso diz se que a política monetária
torna-se passiva.

9.3.1.5 Bandas cambiais


O regime de bandas cambiais é caracterizado como um regime de
ancoragem, dotado de uma faixa de variação cambial estreita. As bandas são
ajustáveis, porém as autoridades só podem intervir na taxa de câmbio dentro de
uma faixa de variação muito pequena. Um exemplo desse regime é o sistema que
foi adotado no âmbito do Acordo de Bretton-Woods, que vigorou de 1944 a 1973.
Neste o regime cambial as taxas de câmbio eram fixas, porém com uma faixa de
variação de mais ou menos 1%, até 1971, e mais ou menos 2,25% até 1973.

9.3.1.6 Flutuação Administrada


Este tipo de regime é também conhecido como flutuação suja. Podemos
dizer que esse regime foi adotado pelos países industrializado a partir da dissolução
do Sistema Monetário de Bretton Woods. Neste regime as autoridades
governamentais podem intervir para prevenir agudas flutuações de curto prazo.
Ocorrem intervenções no mercado cambial de forma esporádica e não anunciada.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


39

9.3.1.7 Flutuação pura


O regime de taxas de câmbio flutuantes é aquele que não utiliza nenhuma
política cambial. A defesa desse regime é influenciada por Milton Friedman,
segundo o qual, dada a intensidade de mudanças nas transações internacionais,
tanto por meio de choques reais como nominais, é fundamental a adoção de
regimes de taxas de câmbio flexíveis. A liberdade cambial permitiria ao mercado
traduzir, através dos sinais emitidos pelos preços, as reais condições de oferta e
demanda. Decorrência disso é a ausência do governo do mercado cambial.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


40

AnálisedoAmbiente
Macroeconômico
Prof.MauroRochlin,D.Sc.

Currículoresumidodoprofessor
• MauroRochlinéDoutoremEconomiapelaUFRJ,
MestreemRelaçõesInternacionaispelaPUCͲRJe
BacharelemEconomiapelaUFRJ.FoiPesquisador
doIPEA,até2008,eDiretordaUniversidade
CandidoMendes,até2009.AtualmenteéDiretorde
empresaprivadaeprofessordaFGV,daPUCͲRJedo
IBMECͲRJ.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


41

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#1:Aspessoasdevemescolherentrealternativas
mutuamenteexcludentes(tradeoffs)

• Aidéiaaquiédequeparaobtermosalgoque
desejamos,devemosabdicardeoutracoisaque
tambémalmejamos
• Dopontodevistacoletivo,umtradeoffrelevanteé
aqueleantepõeeficiênciaeeqüidade
• 1BaseadoemMankiw(2005)

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#2:Ocustodealgoéequivalenteao
custodoqueserenunciaparaobtêͲlo.

• Podemosdefinircomocustode
oportunidade,opreçodarenúnciadeum
bemdemodoaseobterumoutrobem.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


42

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#3:Aspessoasracionaispensamnamargem

• Oseconomistasadotamaexpressão“alteraçõesmarginais”
paraindicarpequenosajustesincrementaisemumadada
situação.Oqueestaempautaaísãoasmaisrecentes
alteraçõesocorridas

• Aspessoastomamdecisõesconsiderandoo tradeͲoffentre
customarginaleganhomarginal(exemplo:customarginalde
umaviagem)

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#4:Aspessoasreagemaincentivos

• ComparararelaçãocustoͲbenefíciodeumadada
iniciativaéumprocedimentoqueaspessoasadotam
frenteaoprocessodetomadadedecisão.

Ex:Aumentodepreçodecombustíveisemcidade
turísticaeefeitodeletériosobreaarrecadação

Análise de Ambiente Macro-Econômico


43

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#5:Ocomérciopodebeneficiaratodos

• “Trocasvoluntárias”eganhosdecomércio

• LeidasVantagensComparativas

• CríticasàLVC

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#6:Omercadotemsido,emgeral,umaaforma
maiseficazdeorganizaçãodaprodução

• Emumaeconomiademercadoasdecisõesrelativasa
alocaçãoderecursossãotomadaspormilhõesdefamíliase
empresasisoladamente.Asempresasdecidemoque
produzir,visandomaximizarseuslucros.Asfamíliasdecidem
oqueconsumir,visandomaximizarseuorçamento.Essas
empresasefamíliasinteragemnomercado,buscando
alcançarseusobjetivos.Ospreçosorientamatomadade
decisões.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


44

1ͲDezconceitosbásicos1

• Aidéiasubjacenteéadequeosagentesreagemaos
preços,ajustandocontinuamenteassuasdecisões
deproduçãoeconsumo.Aumentosdepreços
incentivamaproduçãoedesestimulamoconsumo.
Reduçõesdepreçosincentivamoconsumoe
desestimulamaprodução.Deformamuito
simplificada,essaéadinâmicaqueexplicao
comportamentodosagentesinteragindonomercado

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#7:Aatuaçãodogovernopodecorrigirproblemas
domercado
• Porvezesomercadoporsisónãoconsegue
empregarrecursosdeformaeficiente.Oconceitode
falhademercado serefereaessetipodesituação.
Quandoissoocorre,sustentamalgunseconomistas,
osgovernosdeveriamintervirnaeconomiademodo
acorrigirosproblemasqueimpedemomercadode
promoveraeficiênciaeeqüidade.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


45

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#7:Aatuaçãodogovernopodecorrigir
problemasdomercado

• Oseconomistasidentificamduascausas
principaisparaaocorrênciadefalhasde
mercado:externalidadesepoderde
mercado

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#8:Ocrescimentodarendamédiadeum
paísdependedesuacapacidadedeproduzir
benseserviços

• Aexplicaçãoparaasdiferençasderendaentre
paísesresideemdiferençasnaprodutividadedos
países.Produtividadeéumconceitoqueindicaa
quantidadedebenseserviçosproduzidaporhora
detrabalho.Quantomaiorforaprodutividadede
umpaís,maiorseráasuarendamédia.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


46

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#9:Aemissãoimoderadademoeda
podeprovocaraumentosnospreços

• Ahistóriadospaísesrevelaumaestreita
correlaçãoentreoaumentonaquantidadede
moedaeoaumentonospreços

1ͲDezconceitosbásicos1

• Qualacausadainflação?Quefator(es)
podemgerarosproblemasapontados?A
respostaaessaperguntatemgeradograndes
controvérsiasentreoseconomistas.Enquanto
algunsapontamaemissãoexageradade
moedacomoacausafundamental,outros
apontam,porvezes,pressõesdedemandaou
decustoscomoaorigemdoprocesso.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


47

1ͲDezconceitosbásicos1

• Ͳ#10:Apolíticaeconômicadeveescolher
entreumadasduasalternativasdecurto
prazo:inflaçãooudesemprego.

• Oseconomistasapontamparaofatodequeo
combateàinflaçãopareceestarassociadoaum
aumentotemporárionodesemprego.Acurvade
Phillipséomodeloqueoseconomistasutilizam
paradescreveressetradeoffentreinflaçãoe
desemprego.

2 TeoriadoConsumidor
• 2.1 Conceito

• Osfundamentosdaanálisedademandatêmpor
baseoconceitodeutilidade.Oconceito
utilidade,emeconomia,designaograude
satisfaçãoqueoconsumidoratribuiaosbense
serviçosquepodemseradquiridosnomercado.
Utilidade,portanto,éumatributoqueosbens
econômicospossuemdesatisfazeroconsumidor.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


48

2 TeoriadoConsumidor

Ovalordeumbemseformaapartirdasua
demanda(eoferta).Istoé,ovalordeumbem
édeterminadoapartirdasatisfaçãoqueesse
bemrepresentaparaoconsumidor.Oestudo
dademanda,objetodestaseção,baseiaͲse
nessateor

2 TeoriadoConsumidor
• 2.2 LeidaDemanda

• Ademanda ouprocura podeserdefinida


comoaquantidadedeumdeterminadobem
ouserviçoqueosconsumidoresdesejam
adquiriremumdeterminadoperíodode
tempo.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


49

2 TeoriadoConsumidor
• 2.2.1 Relaçãoentrequantidade
demandadaepreçodobem

• Háumarelaçãoinversaentreopreçodobemeaquantidade
demandada,coeterisparibus.Issoporque,quandoopreçode
umbemcai,esteficamaisbaratoemrelaçãoaseus
concorrentes,fazendocomqueosconsumidoresfiquemmais
propensosaadquiríͲlo.

• Acurvadeprocuramostraarelaçãoentreaprocuradeum
bemeopreçodessemesmobem.

2 TeoriadoConsumidor
• 2.2.2 ElasticidadeͲpreçodademanda

• Éaformacomqueseexpressa,emeconomia,a
sensibilidadedademandaavariaçõesnospreços.Em
outraspalavras,éavariaçãopercentualna
quantidadeprocuradadeumbemX,emrespostaa
umavariaçãopercentualemseupreço,coeteris
paribus.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


50

2 TeoriadoConsumidor
• ͲDemandaelástica:casoemqueavariação
percentualdaquantidadedemandadaémaior
doqueavariaçãopercentualdopreço.

• ͲDemandainelástica:casoemqueavariação
percentualnopreçoacarretaumavariação
percentualrelativamentemenorna
quantidadeprocurada.

2 TeoriadoConsumidor
• 2.3 Ͳ Ofertademercado

• Aoferta podeserdefinidacomoaquantidadedeum
bemouserviçoqueosprodutoresdesejamvender
porunidadedetempo.Domesmomodoquea
demanda,aofertadependedeváriosfatores,além
dopreçodoproduto.Dentreeles,citamos:os
demaispreços,opreçodosfatoresdeproduçãoea
tecnologia.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


51

2 TeoriadoConsumidor

• AchamadaLeiGeraldaOferta mostraqueháuma
relaçãodiretaentrequantidadeofertadaeonívelde
preços,coeterisparibus .

• Arelaçãodiretaentreaquantidadeofertadadeum
bemeopreçodessebemédevidoaofatodeque,
coeterisparibus,umaumentonopreçodobem
incentivaasempresasaaumentarsuaprodução,de
modoaaumentarsuareceita.

2 TeoriadoConsumidor
• 2.4 Ͳ Equilíbriodemercado

• Ainterseçãodascurvasdeofertaededemanda
determinaopreçoeaquantidadedeequilíbriode
umbemouserviçonomercado.Ouseja,na
interseçãodasduascurvastemosopreçoea
quantidadequeatendemàsaspiraçõesdos
produtoresedosconsumidoressimultaneamente

Análise de Ambiente Macro-Econômico


52

2 TeoriadoConsumidor
• Seaquantidadeofertadaseencontrarabaixo
daquelaindicadapelopontodeequilíbrioE,
ocorreráumasituaçãoquepodeserdescrita
comoescassezdeofertaouexcessode
demanda.

• Seaquantidadeofertadasesituaracimado
pontodeequilíbrio,haveráumasituaçãode
excessodeoferta

3Teoriadaprodução
• 3.1 Conceitosbásicos

• 3.1.1 Produção

• Éoprocessodetransformaçãodosfatoresde
produção utilizadospelaempresaemprodutos a
seremcomercializadosnomercado.Nesseprocesso
sãocombinadosdiferentesfatoresdeproduçãode
modoaseproduzirobem ouprodutofinal..

Análise de Ambiente Macro-Econômico


53

3Teoriadaprodução

• 3.1.2 FunçãodeProdução

• Elapodeserconceituadacomoarelaçãoque
mostraaquantidadeobtidadoprodutoa
partirdaquantidadeutilizadadosfatoresde
produção.

3Teoriadaprodução

• FatoresFixoseFatoresVariáveisdeProduçãoͲ Curto
prazoeLongoprazo

• Ͳ FatoresvariáveisͲ Sãoaquelescujasquantidades
utilizadasvariamamedidaqueaquantidadeproduzidavaria.
Exemplo:mãoͲdeͲobra

• Ͳ FatoresfixosͲ Sãoaquelescujasquantidadesnãovariam
quandoaproduçãovaria.Exemplo:otamanho(aplanta
industrial)daempresa.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


54

3Teoriadaprodução

• ͲCurtoPrazoͲ Édefinidocomooperíodode
tempoemqueaomenosumfatorsemantém
fixo.

• ͲLongoprazoͲ Éoperíododetempoemque
todososfatorespodemsofrervariação.

3Teoriadaprodução

• 3.2 Ͳ Análisedecurtoprazo

• Suponhamosumafunçãodeproduçãosimplificada,
comapenasdoisfatores(umfixoeumvariável):
• q=f(N,K)
• onde:
• q=quantidade;
• N =mãoͲdeͲobra(fatorvariável)
• K =capitalfixo(fatorfixo)

Análise de Ambiente Macro-Econômico


55

3Teoriadaprodução

• Nessecaso,paraqueaquantidadeproduzida
possavariar,énecessárioquehajavariaçãona
quantidadeutilizadadofatorvariável.Assim,a
funçãodeproduçãopodeserexpressacomo:

• q=f(N)

3Teoriadaprodução

• Assimobservada,afunçãodeproduçãoajuda
aentenderalgunsconceitosbásicosdaTeoria
daProduçãoaplicáveisaanálisedafirma.São
eles:

aͲProdutoTotal:Éaquantidadedoproduto
obtidaapartirdautilizaçãodofatorvariável,
mantendoͲsefixaaquantidadedosdemais
fatores.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


56

3Teoriadaprodução

bͲ Produtividademédiadofator:Éoresultadodo
quocientedaquantidadetotalproduzidapela
quantidadeutilizadadofator.

cͲ Produtividademarginaldofator:Éarelação
entreasvariaçõesdoprodutototaleasvariaçõesda
quantidadeutilizadadofator.

3Teoriadaprodução

• 3.3Ͳ Aanálisedelongoprazo

• Aanálisedelongoprazopressupõequetodos
osfatoresdeproduçãosãovariáveis.Assim,a
possibilidadedequeotamanhodaempresa
tambémpossavariar,dáorigemaoconceito
de“economiadeescala”

Análise de Ambiente Macro-Econômico


57

3Teoriadaprodução

• 3.3.1 Economiadeescalaourendimento
deescala

• Oconceitodeeconomiadeescaladizrespeitoàquedado
custototalmédioemrespostaaumaumentodaprodução.

• PodeͲseapontarcomocausageradoradaseconomiasde
escalaamaiorespecializaçãonotrabalhoquandoaempresa
cresce.

• OcasodafábricadealfinetesapontadoporAdamSmithéo
exemploclássicodecomoaespecializaçãogerarendimentos
deescala

3Teoriadaprodução

• Aseconomiasdeescalaocorremquandoa
variaçãonaquantidadedoprodutototalé
maisdoqueproporcionalàvariaçãoda
quantidadeutilizadadosfatoresdeprodução.
Porexemplo,elevandoͲseautilizaçãodos
fatoresem20%,aproduçãototalaumenta
30%.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


58

Umaabordagemalternativa:ateoriaevolucionista

Ͳ Ainovaçãocomoprincipalelementodinâmicona
transformaçãodoambienteconcorrencial

Ͳ Capacidadeinovativaecapacidadeadaptativa
dependemdeinvestimentosemP&D
(conhecimentopúblicocomoexternalidadee,
conseqüentemente,comofatorpromotorderendimentos
crescentesdeescala)

Ͳ Paradigmatecnológicoedesenvolvimentoeconômico:
desafioseoportunidades

4.1 ConcorrênciaPuraouPerfeita
• Éotipodeestruturaemqueumnúmero
muitograndedeempresasatua,detal
maneiraqueaofertaencontraͲsemuito
pulverizada,eque,porisso,nenhuma
empresaisoladamenteconseguemodificaros
níveisdeofertae,conseqüentemente,opreço
deequilíbrio

Análise de Ambiente Macro-Econômico


59

4.1 ConcorrênciaPuraouPerfeita
Nessetipodemercadodevemprevalecer,ainda,asseguintes
premissas:

ͲProdutoshomogêneos:nãoexistediferenciaçãoentreprodutos
ofertadospelasempresasconcorrentes;

ͲÉlivreaentradadeempresasnomercado(nãohábarreirasà
entrada);

ͲHáplenoconhecimentodasinformaçõesrelativasaomercado
(níveldeoferta,preços)

4.2 Ͳ Monopólio

• Éaestruturademercadoondeapenasuma
empresadetématotalidadedaofertade
mercado.Nestecaso,portanto,nãohá
concorrência.Oprodutodaempresa
monopolistanãosedefrontacomprodutos
substitutospróximos.Assim,ouos
consumidoresaceitamascondiçõesimpostas
peloprodutoroudeixamdeconsumiro
produto.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


60

4.2 Ͳ Monopólio

• Comoomonopolistanãoenfrentaa
concorrênciadeoutrasempresas,podendo
regularaofertatotaldemercado,eletem
grandeinfluênciasobreopreço.Acapacidade
degerarlucrosextrasdecorredopoderde
mercadoqueaempresadetém

4.2 Monopólio

Fontesdemonopólios:

Ͳ Monopóliosnaturais;
Ͳ Patenteoulegislaçãorestritiva;
Ͳ ControledefontedematériaͲprima

Análise de Ambiente Macro-Econômico


61

4.3 Oligopólio
• Éaestruturaemqueumnúmeroreduzidode
empresasdetémparcelaexpressivadaofertade
mercado.

• Aexistênciadeeconomiasdeescalaéumdos
principaisfatoresquepossibilitaaformaçãode
oligopólios.

• Asempresasoligopolistas,porregularemaoferta,
têmexpressivopoderdemercado,conseguindo
interferirnaformaçãodepreços

4.3 Oligopólio
• Esquemadeumduopóliosemcoordenação

Análise de Ambiente Macro-Econômico


62

4.3 Oligopólio
• 4.3.1 Coordenação de preços

• Osmodelosdecoordenaçãovisam,essencialmente,
determinaropreçoasercobradodemodoamaximizaro
lucroconjunto.

• Apercepçãodequeatuandodeformacoordenada,aoinvés
decompetindoentresi,asfirmaspodemalcançarníveismais
altosdelucratividade(lucrosdemonopólio)embasaa
propostadecoordenação.

4.3 Oligopólio
• CoordenaçãodePreços:

Explícita Cartel
Conluio

Tácita Liderançadepreços

Análise de Ambiente Macro-Econômico


63

4.3 Oligopólio
• Formasdeliderançadepreços:

Ͳ EmpresaͲlíder:aempresalíderadotaumpreçoquegarante
lucrosextraͲnormaiseestepreçoéseguidopelasdemais

Ͳ Liderançabarométrica:aempresacomoscustosmédiosmais
“representativos”doconjuntodasempresasdosetordefineo
preçoaserpraticadopelooligopólio.

Ͳ MarkͲuppadrão:asempresasaplicamummesmofator
multiplicadorsobreoscustosparadefinirseuspreços.

4.4 Concorrênciamonopolística
• Conceitocentral:diferenciaçãodeproduto
(entendidonosentidoamplo:marca,
embalagem,conceito)

• Nessasituação,opoderdemercadodo
produtorficacomprometidopelapresençade
produtosquesãosubstitutospróximos

Análise de Ambiente Macro-Econômico


64

4.4 Concorrênciamonopolística
• MenorelasticidadeͲpreçodademandados
produtosdiferenciadosconferepoderde
mercadoàsempresas

• Relativafacilidadedeentradanomercado

MacroeconomiaͲ Introdução
• PIB– oqueé

• PIBreal=PIBnominal/índicedepreços

• ComponentesdoPIB(óticadademanda):
• Y=C+I+G+(X– M)

Análise de Ambiente Macro-Econômico


65

MacroeconomiaͲ Introdução
• PIB:éovalordemercadodetodososbense
serviçosfinaisproduzidosnopaís,numcertoperíodo
detempo.

• RIB:éosomatórioderemuneraçãodosfatoresde
produção(m/o,terra,capitaletecnologia)utilizados
noprocessoprodutivo.

• PIB=RIB

MacroeconomiaͲ Introdução

• Maddisoneas ano Diferença


diferençasnarendaper
capitaaolongoda
história. 1000 1 : 1,3

1850 1:3

2000 1 : 200

Análise de Ambiente Macro-Econômico


66

MacroeconomiaͲ Introdução

PIB– ranking2010(Fonte:FMI)
País 2009 2010
United States 14119,05 14624,184
China 4984,731 5745,133
Japan 5068,894 5390,897
Germany 3338,675 3305,898
France 2656,378 2555,439
United Kingdom 2178,856 2258,565
Italy 2118,264 2036,687
Brazil 1574,039 2023,528
Russia 1231,892 1476,912
India 1236,943 1430,02

MacroeconomiaͲ Introdução
• PIB– Ranking2011(fonte:FMI)(valoresemUS$)

EUA15.064
China6.988
Japão5.855
Alemanha3.628
França2.808
Brasil2.517
Inglaterra2.480
Itália2.245
Rússia1.884
Ïndia1.843

Análise de Ambiente Macro-Econômico


67

MacroeconomiaͲ Intreodução

PIB2013FonteFMI
United States 16.799,70
China 9.181,38
Japan 4.901,53
Germany 3.635,96
France 2.737,36
United Kingdom 2.535,76
Brazil 2.242,85
Russia 2.118,01
Italy 2.071,96
India 1.870,65

Análise de Ambiente Macro-Econômico


68

Contexto Internacional
Os 10 que mais cresceram
PIB 1995 - 2013
País Média anual

China 9,7
Índia 6,8
Cingapura 5,5
Peru 5,0
Malásia 5,0
Chile 4,6
Indonésia 4,3
Taiwan 4,2
Argentina 3,6
Colômbia 3,4
Fonte: FMI

MacroeconomiaͲ Introdução

• Principaisobjetivosdodesempenho
econômico:

• Ͳ Crescimentoeconômicorápido(epleno
emprego)

• Ͳ Inflaçãobaixa

Análise de Ambiente Macro-Econômico


69

MacroeconomiaͲ Introdução

• Principaisinstrumentosdepolítica
macroeconômica(ou,comointervirnonível
deatividadeeconômica)

• Ͳ Políticafiscal

• Ͳ Políticamonetária

• Ͳ Políticacambial

OfertadeMoeda PolíticaMonetária
NegociaçãodeTítulosPúblicos
Depósito/encaixecompulsório
Redesconto
TaxadeJuros
TaxaSelic

Renda CONSUMO
PIB
Expectativa INVESTIMENTO

BALANÇACOMERCIAL INFLAÇÃO
Outros

PolíticaFiscal PolíticaCambial
Gastolíquidodo RelaçãodePreços
governo ProdNacionaisximport
Txrealdecâmbio

PIB=Consumo+Investimentoprodutivo+GastoGoverno(custeio+invest)+(Exportação– Importação)

Análise de Ambiente Macro-Econômico


70

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.1. OrçamentoPúblico
• Oorçamentopúblicoéoinstrumentolegal
eaferramentaoperacional queserveao
planejamentoeexecuçãodasFinanças
Públicas.Eleconsistenaestimativadas
receitaspúblicasenafixaçãodasdespesas
públicas.

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.2 ResultadoFiscal

• Ͳ ResultadoPrimário:

Éadiferençaentreareceitaapuradaeadespesaincorrida,
excluindoͲseasdespesasfinanceiras.DizͲsesuperávit
primáriooufiscal,quandoareceitaexcedeadespesa.
QuandoadespesaémaiordoqueareceitaregistraͲseum
déficitprimáriooufiscal.NãoseincluinoResultadoFiscalo
valorrelativoaosjurospagospelogovernoporcontado
serviçodadívidapública..

Análise de Ambiente Macro-Econômico


71

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.2 ResultadoFiscal

• – ResultadoNominal:

CompreendeoResultadoFiscaleovalordos
jurosdadívidapública.Éoresultadomais
abrangentedascontasdogoverno.Podeser
expressoporumsuperávitouporumdéficit
nominal.

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.3 Financiamento do Setor Público

• 5.3.1 Emissãomonetária

• Ͳ Criaçãodemoedacomaumentodomeio
circulante.Oaumentodoestoquedemoedaem
proporçãomaiordoqueoaumentodaquantidade
debenseserviçosécausadainflação.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


72

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.3.2 Emissãodetítulospúblicos

• Ͳ Vendadetítulosdadívidapúblicainternano
mercadofinanceiro.Umtítulopúblicoéum
compromissofinanceiroassumidopeloEstado.Éo
instrumentoatravésqualoEstadosecomprometea
resgatarocompromissofinanceironeleindicado,
respeitandoovalor,aformadereajustedessevalore
oprazodepagamentoneledeterminado.Avendade
títulospúblicoséfeitaatravésdeleilõespúblicos,
conformeindicadoabaixo.

5 EconomiadoSetorPúblico
• Ͳ Leilãodetítulospúblicos

• i)Mercadoprimário

• Ͳ Mercadoquefuncionasobaformadeleilão,no
qualostítulospúblicossãonegociadospelaprimeira
vez.NoleilãoprimárioapenasoBancoCentralatua,
oferecendotítulospúblicosquesãovendidospela
primeiravezaoseventuaisinteressados.Éa
chamadaemissãoprimáriadetítulospúblicos.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


73

5 EconomiadoSetorPúblico
• ii)Mercadoaberto

• Ͳ Mercadoquefuncionasobaformadeleilão,no
qualostítulospúblicos,jáemitidosanteriormente,
sãovendidosecompradospordiferentesagentes
econômicos.Éaprincipalinstânciadenegociaçãode
títulos,regulandoaofertademoedanaeconomiae
definindoataxadejurosdecurtoprazo.

5 EconomiadoSetorPúblico
• Ͳ Modalidadesdetítulos:portipodereajuste

• – TítuloscomreajustepréͲfixado:títuloscujastaxas
dejurossãofixadasporocasiãodaemissão.

• – TítuloscomreajustepósͲfixado:títuloscujo
reajustedependedavariaçãodeoutroindicador.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


74

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.4 DívidaPúblicaInterna
Ͳ Éoestoquedetítulospúblicosdomésticosemmãosdo
mercado.

• ͲRolagemdadívida
• Éavendaprimáriadetítulospúblicosrealizadacomo
objetivodefinanciaropagamentodetítulosavencer.

• Ͳ Serviçodadívida:
• ÉomontantedejurospagospeloEstadoporcontada
aplicaçãodeumataxadejurosaoestoquedadívidapública.

5 EconomiadoSetorPúblico
• 5.5 Políticafiscal

• Apolíticafiscaléapolíticaatravésdaqualo
governodefineumadadaestratégiaemtermosde
alocaçãoderecursospúblicos.Apolíticafiscaldiz
respeitotantoàrelaçãoquantitativaentredespesas
ereceitaspúblicascomoaodirecionamentoqueo
gastopúblicodeveter.Porexemplo,se,eemquanto,
ogastopúblicodeveexcederareceita(ouoinverso),
equesetores,programaseprojetosdevemreceber
recursosorçamentários.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


75

5 EconomiadoSetorPúblico
• Atualmente,noBrasil,ogovernoestácomprometido
(voluntariamente)comumapolíticafiscalde
obtençãodesuperávitsprimários.Ouseja,ogoverno
busca,atravésdaconduçãodesuapolíticafiscal,
obterreceitasfiscaisemproporçãomaiordoqueo
seugastofiscal,resultadoessequeexcluios
pagamentosdosjurosdadívidapública.Oobjetivoé
geraruma“poupança”suficienteparareduzira
relaçãodívidapública/PIB,eassimdiminuira
percepçãoderiscodomercadoemrelaçãoao
pagamentodadívida

5 EconomiadoSetorPúblico
• Políticafiscal

• Ͳ Oimpactodeumapolíticaexpansionistaedeumapolítica
contracionistasobreoníveldeatividadeeconômicaesobreo
níveldepreços

• DiscutirapolíticafiscaldosPIGSeseusdesdobramentosem
termosdeendividamentoexterno.

• DiscutirapolíticafiscaldoBrasildiantedacrisede2008.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


76

6– MoedaseBancos
• 6.1 Moeda

• 6.1.1 Histórico

• Sal,conchas,metaisnobres,entreoutrosbens,já
fizeram,emépocaspassadas,opapeldemoeda.
Durabilidade,divisibilidade,portabilidade,
homogeneidadeefácilreconhecimentosão
atributosquemoldaramaaceitaçãodediferentes
moedas.

6– MoedaseBancos

• Oouro,aprataeoutrosmetais,porapresentarem
essasqualidades,sãoelementosque,aolongoda
história,sedestacaramfazendoopapeldemoeda.
RecibosdedepósitofeitosemouronoTesouro,por
suaintensacirculação,tambémseprestaramao
usocomomoeda.Essesrecibos,cujolastroerao
metalpreciosoqueelerepresentava,éoprecursor
dasnotasdedinheiro,talqualhojeasconhecemos

Análise de Ambiente Macro-Econômico


77

6– MoedaseBancos

• 6.1.2 Funçõesdamoeda

– Uma“boa”moedaéaquelaquedesempenhaa
contentotrêsfunções:meiodetroca,unidadede
contaereservadevalor.Quantomelhoro
desempenhodessasfunções,maioréaaceitação
damoeda

6– MoedaseBancos

• Osistemabancárioéconstituídopeloconjuntodas
instituiçõesfinanceirasqueoperamacaptaçãoeo
empréstimodefundosfinanceiros.Elefuncionade
modoqueessasinstituiçõestambémtrocamfundos
entresi.Estemercado– ochamadomercado
interbancário– estabelecediariamenteocustodo
dinheiro– ovalordataxadejuros – apartirda
oscilaçãonosmovimentosdeofertaedemandapor
moeda

Análise de Ambiente Macro-Econômico


78

6– MoedaseBancos

• 6.2.2 Efeitomultiplicador
• Osbancos,aocaptaremrecursosdo
públicoeemprestaremessesrecursosà
terceiros,multiplicamototaldemoedada
economia.

• Vejamoscomoissoocorre...

6– MoedaseBancos

• Matematicamente,podemosdescrevero
efeitomultiplicadordaseguinteforma:

• EF=1/r;onde;

• EF=Efeitomultiplicador
• r=taxadeencaixe

Análise de Ambiente Macro-Econômico


79

6– MoedaseBancos

• 6.3 Políticamonetária

• Aoregularaquantidadedemoedana
economia,oBancoCentralimpacta
diretamenteademandaagregada,afetando
ospreços.Apolíticamonetáriadispõe,
basicamente,detrêsinstrumentospara
regularataxadejurosdaeconomia.Sãoeles:

6– MoedaseBancos

• 6.3.1 OpenMarket
• Oopenmarket,ouochamadomercadoaberto,éa
instânciadomercadofinanceiroondesãonegociadosos
títulosdadívidapública.Seogovernobuscaraumentara
quantidadedemoedanaeconomia,eleirárecomprarseus
própriostítulos,expandindo,assim,omeiocirculante.Caso
elesedecidaareduziraofertademoedanaeconomia,eleirá
vendertítulosrepresentativosdasuadívida,enxugandoa
liquidezdomercadodemoeda.Essesmovimentosdecompra
evendadetítulos,portanto,regulamaquantidadedemoeda
naeconomia,impactandoataxadejuros.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


80

6– MoedaseBancos

• 6.3.2 Encaixecompulsório

• Oencaixecompulsórioéaparceladosdepósitos
bancáriosqueosbancostêmqueobrigatoriamente
recolheraoscofresdoBancoCentral.Comovisto
anteriormente,oencaixe,aoestabelecera
proporçãodosdepósitosquepodeserutilizadapara
empréstimos,defineamagnitudedoefeito
multiplicador.Dessaforma,oencaixeafeta
diretamenteaofertademoeda,impactandoataxa
dejuros

6– MoedaseBancos

• 6.3.3 Taxaderedesconto

• Ataxaderedescontoéataxacobradados
bancosporcontadousoderecursosdoBanco
Centralquandoestesnãoconseguemcumpriro
encaixecompulsório.Ataxaderedesconto
normalmenteéumataxapunitivademodoqueos
bancosevitemutilizaressemecanismoaoinvésde
recorreremaomercadointerbancário

Análise de Ambiente Macro-Econômico


81

6– MoedaseBancos

• Políticamonetária:

• RefereͲseaocontroleexercidopeloBCsobreaoferta
(quantidade)ecusto(taxadejuros)damoeda,demodoa
influenciaroníveldeatividadeeconômicaeoníveldepreços.

• Discutiroefeitodeumapolítica‘frouxa’edepolíticarestritiva
sobreoempregoesobreoníveldepreços.

• DiscutirapolíticamonetárianorteͲamericanadiantedacrise
de2008

7Ͳ Inflação
• 7.1– Teorias

• Oquemedeumíndicedeinflação?

• Ainflaçãoéumfenômenocujaexplicação
implicouaformulaçãodediferentesteorias.
Apontamos,emseguida,algumasdelas:

Análise de Ambiente Macro-Econômico


82

7Ͳ Inflação

• a)Ainflaçãocomofenômenomonetário.

• AchamadaTeoriaQuantitativadaMoeda
descreveainflaçãocomoumfenômenomeramente
monetário.Paraateoria,arelaçãoentreospreçose
aquantidadedemoedapodeserdescritaapartirda
equação:

• MV=PT,

7Ͳ Inflação

• b)Avisãoestruturalista

• Avisãoestruturalistaentendequeainflaçãoé
umfenômenoquerefletecondiçõesestruturaisda
economia.Assim,problemasrelacionadosàhiatos
deproduto,conflitosdistributivosedistorçõesnos
preçosrelativosseriamresponsáveispelaeclosãode
processosinflacionários

Análise de Ambiente Macro-Econômico


83

7Ͳ Inflação

• c)Inflaçãodedemanda

• Aemergênciadeumprocessodealtadepreços
comoresultadodeumdescasamentoentreofertae
demandadáorigemaessateoria.Anoçãoaquiéde
queademanda,premidaporumfatorexógeno– por
exemplo,umaumentoderendadeterminado
institucionalmenteͲ,podesuperaraoferta,
pressionandoospreços.

7Ͳ Inflação

• d)Inflaçãodecustos

• Aocorrênciadeumchoquedecustos– umaumento
abruptonospreçosdeuminsumo(opetróleo,porexemplo)
quetenhaimportânciaestratégicanaformaçãodosdemais
preçosdaeconomia– podedesencadearumaaltadepreços,
culminandonaeclosãodeumprocessoinflacionário.
• Exemplosdechoquesdecustos,asaltasexpressivasno
preçodopetróleo,em1973eem1979,provocaramaumento
dainflaçãoemváriospaíses.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


84

7Ͳ Inflação

• e)Inflaçãoinercial

• Apresençademecanismosdeindexaçãode
preçosesaláriosnaeconomiaévistacomoumfator
quepodereplicarumaaltadepreçosocorridano
passado.Assim,mecanismosdereajustes
automáticosdepreçospodemseconstituirem
fatoresreprodutoresdaaltadepreços,contribuindo
paraapersistência(eaceleração)doprocesso
inflacionário.

7Ͳ Inflação

• 7.2 Osistemademetasdeinflação

• Oregimedemetasdeinflaçãoéaestratégia
atualmenteestabelecidapelogovernodemodoa
manterumapolíticadepermanentecombateà
inflação.Peloseupapelcentralnaconduçãoda
políticaeconômicanosúltimosdezanos,vejamos
maisdetidamenteosfundamentosquesustentamo
arcabouçodoregimedemetasdeinflação.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


85

7Ͳ Inflação

• OobjetivodapolíticaantiͲinflacionáriaé
impedirquehajaumexcessivoaquecimento
dademandaagregada.BuscaͲ seevitarque
estavariávelsupereaproduçãopotencialda
economiaecomissoprovoqueinflação.

7Ͳ Inflação

• Índicesmaisutilizados:

• IPCA
• IPCAͲ15
• IGPͲM
• IPC
• INPC

• Núcleodoíndicedeinflação

Análise de Ambiente Macro-Econômico


86

8 FinançasInternacionais
• 8.1Ͳ BalançodePagamento

• Obalançodepagamentoéaferramentaque
contabilizaasoperaçõesdeentradaesaídade
divisasdeumpaísemrelaçãoaorestodomundo.O
balançoéconstituídodequatrograndescontas:
balançacomercial,balançadeserviços,
transferênciasunilateraisemovimentodecapitalou
contadecapital.

• (INDICARESQUEMASINTÉTICO)
• (Indicarbalançadetransaçõescorrentes)

8 FinançasInternacionais
• 8.1.1Balançacomercial

• ABalançaComercialéoinstrumentoderegistrodas
operaçõesdeimportaçãoedeexportaçãode
mercadoriasdeumpaís,porperíododetempo.Ela
indicaosvaloresrelativosastransaçõescomerciais
entreopaíseoexterior.Superávitscomerciais
indicamqueasexportaçõessuperamas
importações.Déficitscomerciaisindicamquea
importaçõessuperamasexportações.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


87

8 FinançasInternacionais
8.1.2Balançadeserviços

• ABalançadeServiçoscompreendeumconjuntode
contasquenãosereferemaotrânsitode
mercadorias,mas,basicamente,acontasdenatureza
financeira.AsprincipaiscontassãodaBalançade
Serviçossão:transportes,seguros,viagens
internacionais,royalties(comopagamentopelouso
demarcasepatentes),despesasadministrativas,
aluguel,projetos,rendasdecapitais(juros,lucrose
dividendos).

8 FinançasInternacionais
• 8.1.3Transferênciasunilaterais

• NacontaTransferênciasUnilateraissãoregistradas
todasastransferênciasquenãoenvolvem
contrapartidademercadoriasouserviço,como,por
exemplo,remessasdeemigrantes,bolsasdeestudos
pagasparaestudantesquerealizamcursosno
exterior,doaçõesaorganizaçõesedespesasdo
governocomembaixadasnoexterior.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


88

8 FinançasInternacionais
• 8.1.4Ͳ Contadecapital

• NaContadeCapitalsãoregistradosinvestimentosdelongoprazo,
empréstimos,financiamentoseamortizaçõesrecebidas,descontadosos
valoresenviadosaoexterioremoperaçõesdemesmanaturezadas
supracitadas.

• Osrecursosrecebidosporestecanaltemqueserdevolvidos(casodos
empréstimosefinanciamentos),ouparcialmenterepatriados(casodos
investimentos).

• Sobreoestoquedeempréstimosincidemjurosquesãopagosnaconta
“rendadecapitais”dobalançodeserviços.

• Quantoaoestoquedeinvestimentos,háapossibilidadederemessade
lucrosedividendosàmatriz

8 FinançasInternacionais
• Bonussoberano

• Risco–país

• Dívidaexternasoberana

• Reservascambiais

• FundoSoberano

Análise de Ambiente Macro-Econômico


89

8 FinançasInternacionais
8.2 Os regimes cambiais

Ͳ Ataxadecâmbioédeterminada,
basicamentededuasmaneiras:regimede
câmbiofixoeregimedecâmbio
flutuante.Asdemaisformasconsistemem
regimesintermediários.

8 FinançasInternacionais
• 8.2.1 Fixoconvencional

• Nestecaso,oBancoCentralvendeecompramoeda
estrangeira,deformaamanterumadadataxadecâmbio.A
taxaasermantidadeveseraquelaanunciadapelopróprio
BancoCentral.Nestesistemaobancocentralsecompromete
aofertarmoedaaonívelqueassegurequeataxadecâmbio
deequilíbrioseigualaráàtaxadecâmbioanunciada.Isso
significaqueaofertademoedaseajustaráautomaticamente,
aonívelnecessárioquegarantaoequilíbrio.Porcausadisso
dizsequeapolíticamonetáriatornaͲsepassiva.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


90

8 FinançasInternacionais
• 8.2.2Ͳ Bandascambiais

• Oregimedebandascambiaisécaracterizado
comoumregimedeancoragem,dotadode
umafaixadevariaçãocambialestreita.As
bandassãoajustáveis,porémasautoridades
sópodemintervirnataxadecâmbiodentro
deumafaixadevariaçãomuitopequena.

8 FinançasInternacionais
• 8.2.3 Flutuação Administrada

• Estetipoderegimeétambémconhecidocomo
flutuaçãosuja.Podemosdizerqueesseregimefoi
adotadopelospaísesindustrializadoapartirda
dissoluçãodoSistemaMonetáriodeBrettonWoods.
Nesteregimeasautoridadesgovernamentaispodem
intervirparapreveniragudasflutuaçõesdecurto
prazo.Ocorremintervençõesnomercadocambialde
formaesporádicaenãoanunciada.

Análise de Ambiente Macro-Econômico


91

8 FinançasInternacionais
• 8.2.4 Flutuaçãopura

• Oregimedetaxasdecâmbioflutuanteséaquelequenão
utilizanenhumapolíticacambial.Adefesadesseregimeé
influenciadaporMiltonFriedman,segundooqual,dadaa
intensidadedemudançasnastransaçõesinternacionais,tanto
pormeiodechoquesreaiscomonominais,éfundamentala
adoçãoderegimesdetaxasdecâmbioflexíveis.Aliberdade
cambialpermitiriaaomercadotraduzir,atravésdossinais
emitidospelospreços,asreaiscondiçõesdeofertae
demanda.Decorrênciadissoéaausênciadogovernodo
mercadocambial.

8 FinançasInternacionais
• Políticacambial

• ͲSerefereaousodemecanismosdecontroledataxa
decâmbio

• Efeitosda(des)valorizaçãodamoedanacionalsobre
ascontasexternasdopaísesobreainflação.

• A“guerracambial”:dólareyuandesvalorizadosX
realeeurovalorizados

Análise de Ambiente Macro-Econômico


Prof. Mauro Rochlin
Economia - Exercícios

1- Qual o efeito esperado da venda de títulos públicos sobre o nível de consumo, sobre a
inflação e sobre o nível de emprego? Justifique.

2- Se a taxa de câmbio sofrer uma desvalorização (do real), qual o efeito esperado
sobre as exportações? Justifique a resposta

3- Qual o impacto de uma elevação na taxa de encaixe (depósito) compulsório sobre o


nível de consumo da economia? Justifique a resposta.

4 - Elasticidade-preço da demanda é a forma com que se expressa, em economia, a


sensibilidade da demanda a variações nos preços. Se a demanda de um produto é dita
inelástica, o que ocorre com a quantidade demandada quando há um aumento de preços.
Forneça um exemplo hipotético que ilustre o conceito.

5- O conceito de economia de escala diz respeito a:


¾ a)Um aumento no custo total em função de um aumento na produção
¾ b)Uma redução no custo total em função de uma redução na produção
¾ c)Uma redução no custo médio em função de um aumento na escala de produção
¾ d)Uma redução no custo médio em função de uma redução na produção
¾ e)Um aumento no custo médio em função de um aumento na escala de produção

6- A estrutura de mercado do tipo Concorrência Perfeita pode ser caracterizado por:


¾ a)Oferta pulverizada, produto homogêneo e lucros normais
¾ b)Oferta concentrada, produto homogêneo e lucros normais
¾ c)Oferta concentrada, produto diferenciado, lucros extraordinários
¾ d)Oferta pulverizada, produto diferenciado, lucros normais
¾ e)Oferta pulverizada, produto homogêneo, lucros extraordinários

7 - Uma estrutura de mercado do tipo Oligopólio pode ser caracterizada por:


¾ a)Oferta pulverizada, produto homogêneo e lucros normais
¾ b)Oferta concentrada, produto homogêneo ou diferenciado e lucros normais
¾ c)Oferta concentrada, produto homogêneo ou diferenciado e lucros
extraordinários
¾ d)Oferta pulverizada, produto diferenciado, lucros normais
¾ e)Oferta pulverizada, produto homogêneo, lucros extraordinários

8 - Sob um regime de monopólio, porque é possível para o ofertante obter ‘lucros


extraordinários’?

9- O Banco Central dispõe de três instrumentos de política monetária. São eles:


¾ a)Negociação de títulos públicos, taxa de redesconto e controle cambial
¾ b)Negociação de títulos públicos, taxa de redesconto e encaixe compulsório
¾ c)Negociação de títulos públicos, controle cambial e taxa de redesconto
¾ d)Taxa de redesconto, controle cambial e encaixe compulsório
¾ e)Controle cambial, negociação de títulos públicos e encaixe compulsório

10- A inflação é um fenômeno que apresenta várias interpretações. Dentre as


afirmativas abaixo, qual a que não representa uma dessas interpretações?
¾ a)A inflação é um fenômeno monetário
¾ b)A causa da inflação pode ser um choque de demanda
¾ c)A causa da inflação pode ser um choque de oferta
¾ d)A inflação pode ser sustentada por mecanismos de indexação
¾ e)A inflação é decorrente do “poder de mercado” de monopólios e oligopólios.

11 - O Balanço de Pagamentos encontra-se em equilíbrio (entrada de divisas é igual a


saída de divisas) quando:
¾ a)O saldo da Balança Comercial é positivo
¾ b)O saldo da Conta de Capital é zero
¾ c)O somatório de todas as contas é próximo de zero
¾ d)O saldo da Balança Comercial é igual ao saldo da Balança de Serviços
¾ e)O saldo da Conta de Capital é zero

12 -O regime de câmbio de livre flutuação pura é caracterizado por:


¾ a) Taxa de câmbio fixa e ausência do Banco Central no mercado cambial
¾ b) Taxa de câmbio flutuante e participação do Banco Central no mercado
cambial
¾ c) Taxa de câmbio fixa e participação do Banco Central no mercado cambial
¾ d) Taxa de câmbio flutuante e ausência do Banco Central no mercado cambial
¾ e) Nenhuma das respostas anteriores

13- O regime de câmbio fixo é caracterizado por:


¾ a. Taxa de câmbio fixa e ausência do Banco Central no mercado cambial
¾ b. Taxa de câmbio flutuante e participação do Banco Central no mercado
cambial
¾ c. Taxa de câmbio flutuante e ausência do Banco Central no mercado cambial
¾ d. Taxa de câmbio fixa e participação do Banco Central no mercado cambial

14- Uma redução na taxa de encaixe (depósito) compulsório dos bancos junto ao Banco
Central provoca que tipo de variação na taxa de juros? Por que?

15- Caso o superávit fiscal seja igual a despesa financeira do governo qual o resultado
nominal esperado? Justifique

16- No contexto do “regime de metas de inflação” o Banco Central tem papel


estratégico. Esclareça a função do BC.

17- Caso ocorra uma desvalorização da moeda nacional, qual o impacto esperado sobre
os índices de preços? Justifique.
MBA:
Disciplina:
Docente:
Período de realização da disciplina:

1. Portfólio de desempenho acadêmico

1.1 Registre abaixo os principais conceitos (palavras-chave) que dão suporte ao


conteúdo desta disciplina:

1.2 Registre abaixo as principais ideias (frases curtas) que formam o conteúdo
fundamental desta disciplina:

1.3 Comparando o conteúdo aprendido com a realidade empresarial que você


conhece, registre abaixo os principais problemas científicos e/ou empresariais
(questões significativas, exatas, curtas) que você percebe:
2. Portfólio de desempenho pessoal/profissional

Considerando os conteúdos aprendidos e os problemas detectados a partir do estudo


destes conteúdos, destaque:

2.1 O que você pode fazer a partir de amanhã para melhorar seu desempenho
pessoal/ profissional:

2.2 O que você deve deixar de fazer para melhorar seu desempenho pessoal/
profissional:

2.3 O que existe de rotina no seu cotidiano e que pode ser mudado para aperfeiçoar
sua prática profissional:

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