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Lara Campos
Comunicação
Introdução.....................................................................................................................05
2.4.6 Leitura inspecional: um atalho para leitura de textos acadêmicos em provas ou avaliações... 18
Síntese...........................................................................................................................19
Referências Bibliográficas.................................................................................................20
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Capítulo 2
Leitura e interpretação de textos
no meio acadêmico e profissional
Introdução
Você tem o hábito de ler? Saiba que ler possibilita que o ser humano amplie sua visão de mun-
do, dialogue com o autor sobre as suas experiências e amplie o seu senso crítico. No contexto
acadêmico, permite que o estudante alcance diferentes perspectivas sobre determinado tema e
fundamente melhor o seu projeto científico, bem como possibilita a este ter maior amplitude em
sua área de conhecimento ou na prática futura de sua profissão. Neste capítulo, investigaremos
a função social da leitura, compreendendo que o ser humano é impactado pelo modo como lê
e atua no mundo a partir de suas leituras e perspectivas. Veremos como utilizar mecanismos de
coerência e coesão na produção oral e escrita de diferentes gêneros.
As estrelas passam o dia todo cavando oportunidades de ir mais à frente, aprender um pouco
mais, exercitar um pouco mais, crescer um pouco mais. São inconformadas com o ritmo
das coisas. Investem o tempo no aproveitamento dos espaços deixados pela concorrência.
(BENDER, 2009, p. 17).
É preciso investir tempo para aprimorar a competência comunicativa. Como você investe seu
tempo para o aprimoramento da sua comunicação? Bender (2009) cita uma estratégia bastante
conhecida para se obter mais conhecimento e consequentemente um maior vocabulário. Essa
estratégia é a leitura. A média calculada pelo especialista é de que uma pessoa tem condições
de ler até 36 livros por ano. Vamos pensar em livros com, em média, 200 páginas. A maioria
das pessoas leva em média três a quatro minutos para ler uma página – uma boa média para
estudantes e profissionais. Pense no poder que isso representa para a sua marca pessoal.
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Comunicação
Visto que o nosso tema é leitura, vamos começar pela definição. O que é ler? Ao contrário do
que se acredita, leitura não é apenas uma decodificação de palavras. A leitura é interpretação,
compreensão, deduções, inferências, transformação de significados. A leitura é o desenvolvimen-
to de capacidade de raciocínio e criticidade. Todo indivíduo que lê deveria atuar como o que
se chama de “leitor crítico e criativo”, ou seja, aquele capaz de participar do texto, apontando
soluções aos problemas apresentados.
De acordo com Solé (1998, p. 22), a leitura é também a “[...] interação entre o leitor e o texto;
neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os objetivos que guiam
sua leitura”. A interpretação que nós fazemos dos textos lidos depende em grande parte do ob-
jetivo da nossa leitura. Ou seja, ainda que o conteúdo de um texto permaneça invariável, é pos-
sível que dois leitores com finalidades diferentes extraiam informação distinta a partir dele – essa
informação deve ser considerada quando se trata de ensinar as crianças a ler e a compreender.
Grande parte das escolas brasileiras não têm desenvolvido um trabalho sistemático de leitura
com a preocupação de se formar leitores, pois o livro é compreendido como um divulgador de
informações e como um instrumento necessário ao cumprimento de tarefas escolares, através
de exercícios, privilegiando-se a memorização e a repetição do já ensinado. (SOUZA, 1993,
p. 20).
Para Bakhtin (2003, p. 271), o ato de ler é parte de um processo dialógico, ou seja, o leitor é
participante ativo, de “compreensão ativa e responsiva” (pois dialoga com o texto), devendo ser
capaz de interpretar, discutir ideias e se posicionar perante o que lê.
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem
dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a
percepção das relações entre texto e contexto.
Nas avaliações acadêmicas, por exemplo, é requerido do aluno um “olhar crítico” ou “consciente
dialogicamente” para a leitura. Espera-se que ele faça considerações a respeito do texto, que
concorde ou discorde, ou seja, que se coloque ativamente perante o texto. A leitura não é uma
ação passiva. Trata-se de interação e participação. “Ler é, na sua essência, olhar uma coisa e
ver outra” (LEFFA, 1996, p. 10).
Como você já deve ter visto, os modelos mentais são tudo aquilo que acumulamos no decorrer
da nossa vida e que faz sentido para nós. É como se cada pessoa enxergasse a vida com um par
de óculos, cada qual com um grau diferente nas lentes. E isso impacta diretamente no modo de
ler do indivíduo, de interpretar aquilo que ele lê. Mais adiante falaremos de algumas técnicas que
nos ajudarão na interpretação de textos.
Após interpretar o texto de maneira a fazer sentido para o mundo dele, o leitor passará para a
fase da aplicação do conteúdo da sua leitura, levando para o seu contexto aquilo que compre-
endeu em forma de aprendizado.
Para que a leitura aconteça, é necessário que haja, obviamente, um texto. Em geral, achamos
que um texto pode ser materializado apenas através da linguagem verbal – um memorando, uma
dissertação, uma exposição oral, por exemplo. Mas um texto pode ser formado também pela
linguagem visual (através de imagens), como uma logomarca, um quadro e as placas de trânsito.
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Há também a possibilidade de se formar textos misturando linguagem verbal com linguagem não
verbal (como uma história em quadrinhos com diálogos ou sinais de trânsito); linguagem verbal
com linguagem musical (como em uma música); e linguagem verbal com linguagem visual (como
teatro ou cinema). Quando um indivíduo assiste a um filme, por exemplo, algo que mistura a
linguagem verbal e visual, ele interage de modo próprio, faz a sua interpretação e a sua “leitura”
de forma única, conforme o seu mapa mental, ou seja, o modo como enxerga o mundo.
Pois é claro! Não nos interessávamos por aquilo que ele havia memorizado nos livros. Muitos
idiotas têm boa memória. Interessávamo-nos por aquilo que ele pensava. Poderia falar sobre o
que quisesse, desde que fosse aquilo sobre que gostaria de falar. Procurávamos as ideias que
corriam no seu sangue! (ALVES, 2004, p. 10).
Alves (2004) conclui a história observando que nunca havia passado pela cabeça dos entrevis-
tados a hipótese de que alguém um dia se interessaria pelos seus pensamentos. Ele continua:
Uma candidata, inclusive, teve um surto e começa a “papaguear” o que havia lido nos livros,
quando foi interrompida pela banca: “- Eu já li esse livro. E você está repetindo direitinho o
que contém dentro dele. Nós queremos ouvir o que não sabemos. Conte-nos o que você está
pensando...”. E a candidata não conseguiu. [...] “Os eruditos só fazem uma coisa: passar as
páginas dos livros. E com isso perderam a capacidade de pensar por si mesmos.” (NIETZSCHE
apud ALVES, 2004, p. 19).
Para Alves (2004, p. 62), comentando ainda sobre a pertinência da leitura, “[...] muitas pessoas,
de tanto repetirem as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas
as tartarugas que possuem diplomas universitários”.
Ainda falando de Rubem Alves (2004), o professor conta ter aprendido, quando menino, que o
Brasil teria um futuro extraordinário por conta de suas riquezas naturais. Quanta inocência, ele
mesmo comenta! Seria o mesmo que dizer que alguém seria um Steve Jobs por ser dono de uma
loja de computadores.
Para citar um exemplo do impacto da leitura, a verdade é que nós, brasileiros, somos reco-
nhecidos pela nossa extensa criatividade, porém nos falta ainda incentivos quanto à inovação.
E inovação se trata de conhecimento. Você sabe dizer por que países desenvolvidos que não
Para Halliday e Hasan (1976 apud KOCK, 1996, p. 17), o termo coesão significa “[...] um
conceito semântico que se refere às relações de sentidos existente no interior do texto e o que
permite distinguir um texto de um não texto”. Contudo, a textualidade é assegurada não apenas
pelo ordenamento metódico das palavras, mas também pelos significados que possui na relação
de seus interlocutores, na prática social efetiva. Para exemplificar, o termo coesão é um “jargão”
comumente utilizado por técnicos de futebol. Quando se diz: “o nosso time está coeso”, quer se
dizer que as funções de cada membro do time estão devidamente interligadas, ou seja, que a
equipe trabalhou como uma engrenagem.
Vejamos nesta frase um exemplo de falta de coesão textual: O avião decolou os passageiros dor-
miam. De uma forma geral, mal ou bem, conseguimos entender o que está escrito (há coerência),
porém, não há coesão textual. E por quê? Porque falta um elemento coesivo para dar um melhor
sentido ao texto. Neste caso, o elemento faltante é uma conjunção. Veja a mesma frase escrita
agora com a conjunção: O avião decolou enquanto os passageiros dormiam.
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Veja mais alguns exemplos de conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, pois, por-
tanto, desse modo, nem, mas também, ainda que, mesmo que, quer dizer, isto é, aliás, além do
mais, além disso etc.
Mas a coesão textual vai além do uso de conjunções. Confira alguns destes elementos!
• Preposições: as preposições são elementos que estabelecem relações entre dois termos
ou mais em uma oração. Estas são algumas preposições: a, ante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre etc. Exemplo: “O pesquisador
aguardou com disposição para apresentar os seus resultados”.
Fique atento: ao ler ou redigir um texto, veja se você está sendo coerente com tudo que o está
exposto e se as ideias podem ser compreendidas com facilidade. Informe-se, inclusive, sobre os
textos relacionados ao seu texto, fazendo assim o uso do que chamamos de intertextualidade.
Em resumo, a coesão de um texto não garante sua lógica ou sua coerência; assim como um texto
coerente não garante a sua coesão. Coerência e coesão são processos relativamente diferentes,
mas fundamentais para a construção de uma obra de qualidade.
COERÊNCIA
TEXTUAL
(profundidade)
Ao dizermos, por exemplo, “O gato da minha irmã subiu no telhado, caiu e morreu”, estou atri-
buindo para a palavra “gato” um sentido denotativo, ou literal, ou seja, entende-se gato como
um animal. Mas, o “pulo do gato” na leitura e na boa interpretação do texto está em saber inter-
pretar a linguagem metafórica que o texto apresenta. A linguagem metafórica é a linguagem de
palavras de sentido figurado, ou conotativo.
Isto quer dizer que as palavras também se apresentam no texto em um sentido divergente
daquele que nos é comum ou familiar. Assim, se eu digo “O filho da minha vizinha é um
gato”, quero dizer que ele é bonito, e não um animal.
Vemos nessas duas frases referentes à palavra “gato” um exemplo de polissemia (poli = vários,
semia = significados), ou seja, a palavra “gato” apresenta mais de um significado, sendo este
segundo de sentido conotativo, ou figurado.
Em um canto de superquadra da Asa Norte de Brasília, existe uma pizzaria que tinha tudo
para ser mais uma na multidão de estabelecimentos comerciais. Modesta, espremida entre um
restaurante por quilo e uma loja de nutrição esportiva, fica a cerca de 500 metros do campus
da Universidade de Brasília (UnB) – mais adiante, aliás, um bar é conhecido pela aglomeração
dos universitários, clientes potenciais à procura de uma boa calabresa.
Mas voltemos à pizzaria, cercada pelo ambiente acadêmico de uma das principais universidades
do país – atmosfera que o ex-senador Darcy Ribeiro (1922-1997) tão bem conhecia. O saudoso
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antropólogo só não poderia imaginar que, ali tão próximo ao palco de históricos levantes de
insurreição contra a ditadura, seria aberta uma pizzaria com um slogan que, embora clichê,
tão bem representa o espírito de indignação do brasileiro com a política: “Aqui tudo acaba em
pizza” [...]. (CONGRESSO EM FOCO, 2010).
Eis a pergunta: o texto infere que existe um sentido não literal para a expressão “acabou literal-
mente em pizza”? Você saberia dizer que sentido é esse? Você só poderá compreender o texto e
responder à questão se for capaz de pressupor o que significa “acabar em pizza” (que é referente
ao seu conhecimento de mundo) e também se for capaz de compreender o que significa sentido
“literal e não literal” (que se refere ao seu conhecimento da língua que está sendo falada).
E finalmente a parte do fechamento, que é o momento em que se conclui as ideias. Para Aris-
tóteles (ANDRADE; HENRIQUES, 1994, p. 57), o fechamento “[...] é o que pede alguma coisa
antes e nada depois.” A conclusão de um texto traz, em geral, um resumo das ideias previamente
desenvolvidas.
Além disso, são três também os elementos estruturais. Os elementos estruturais são os ingredien-
tes que dão sustentação aos textos. Quando se constrói um edifício, por exemplo, é essencial
que se faça uma fundação de estacas e vigas baldrames. As estacas e vigas serão a sustentação
do edifício. Podemos dizer que, para a construção de um bom texto, é necessário que ele seja
desenvolvido sob as regras do seguinte tripé: estrutura, conteúdo e expressão.
• onteúdo: é o elemento que exige clareza de ideias e que estas devam ser pertinentes
C
ao tema escolhido. Por exemplo, se o tema em questão é sobre Física Nuclear, dificilmente
trataremos sobre Linguística no texto.
O elemento expressão exige mais alguns outros aspectos. A originalidade é uma competência
essencial para se dar um “toque” de modernidade ao texto. Por exemplo: evitar chavões (como
“sem sombra de dúvidas”), clichês (como “neste momento memorável”); saber usar da substitui-
ção de pronomes possessivos pelos pessoais (por exemplo, “a saudade doía sua alma” para “a
saudade doía-lhe a alma.”).
A concisão é outro aspecto da expressão. Ser conciso é ser simples. A concisão consiste em
eliminar palavras ou expressões desnecessárias, evitando-se assim a prolixidade. Uma pessoa
prolixa é aquela que dá mil e uma voltas em torno do assunto até chegar onde pretende chegar.
CASO
Você sabia que quem lê mais tem um vocabulário muito mais rico? Isso interfere na comunicação
no meio corporativo. Imagine um gerente que precisa definir demandas com urgência e utiliza
diversos meios para se comunicar: e-mail, linguagem oral, quadro de recados etc. É preciso que
ele domine a norma padrão da língua para garantir a comunicação adequada. Para isso, uma
das soluções mais eficientes é a leitura.
Os sete erros mais comuns de português cometidos no ambiente corporativo poderiam ser evita-
dos pelo hábito de leitura. Entre os mais populares estão: trocar “em longo prazo” por “a longo
prazo”, usar “a nível de” ao invés de “em nível de”, “entrega a domicílio” ao invés de “entrega
em domicílio” etc. O mau uso da crase, por exemplo, que tem mais impacto na linguagem es-
crita, é um dos erros mais comuns. O seu uso pode ser amplamente compreendido através da
prática de leitura frequente.
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Assim, podemos dizer que o leitor competente é aquele capaz de fazer uma relação entre o que
lê com imaginação e o que de fato é realidade. Conheceremos agora algumas técnicas que
ajudarão no processo de interpretação dos textos.
Andrade e Henriques (1994) sugerem que a técnica de sublinhar o texto é bastante eficaz, não
só para uma melhor apreensão do conhecimento, mas também para uma melhor memorização,
revisão e preparação para se resumir um texto.
O ato de sublinhar implica em riscar ou grifar as ideias e, para isso, o leitor precisa saber quais
são as ideias primárias e quais são as ideias secundárias do texto.
• Faça uma leitura inspecional do texto. Como o nome sugere, trata-se de uma rápida
“inspeção” sobre o texto proposto. Faz-se uma leitura inspecional quando se tem por
objetivo principal a visão macro do texto. Esse tipo de leitura também pode ser útil
quando se tem pressa ou quando um prazo já está esgotado pois se trata de uma leitura
• Faça uma releitura do texto com o objetivo de identificar as ideias principais, sublinhando,
nesta etapa, palavras ou pequenas frases que você julga serem as mais importantes.
Quando o texto é impresso, você terá a opção de fazer vários apontamentos, colocar
asteriscos destacando os pontos críticos e até colar post-its coloridos.
• Leia o seu resumo de forma crítica e analítica um ou dois dias antes da avaliação.
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Para Buzan (2005), a elaboração de mapas mentais ajuda a organizar as nossas ideias, pois
a sua técnica se baseia em como o cérebro trabalha naturalmente. E como o cérebro trabalha
naturalmente? Fácil de exemplificar. Leia a palavra em negrito, feche os olhos e pense nessa
palavra por apenas 15 segundos:
BRINQUEDO
Agora responda: em que você pensou? Certamente, várias imagens de brinquedos lhe passaram
pela cabeça – talvez os seus favoritos de infância. Não importa. O que certamente não aconte-
ceu foi você ter visualizado a palavra brinquedo em forma de impressão preto e branca, certo?
Com certeza as imagens que lhe vieram à mente foram coloridas também. É assim que o cérebro
trabalha naturalmente, através de associação e imaginação. Nos processos de leitura, este é um
fator importante. É o que leva uma pessoa a imaginar a cena descrita em um romance literário,
por exemplo.
Ao elaborar os mapas mentais, você terá a sua “biblioteca mental” mais organizada do que
nunca, porque este sistema permite que você “enganche” uma ideia na outra em prateleiras co-
loridas de fácil identificação. Além disso, o mapa mental ajuda na concentração, memorização,
estimula a capacidade de abstração e ajuda a estudar ou ler com maior eficiência e rapidez.
Então, mãos à obra! Você só precisa de uma folha de papel em branco e canetas coloridas para
rabiscar o seu primeiro mapa mental. Conheça as principais dicas para a elaboração de mapas
mentais de Buzan (2005, p. 46-47).
• Sempre comece seu mapa mental com uma folha de papel em branco virada na horizontal
e, em seguida, utilize o centro da folha para escrever a ideia central do texto. Iniciando no
meio da folha, você dá ao cérebro liberdade de expandir as ideias em todas as direções.
Pergunte-se: qual é a ideia central deste texto? Anote-a em forma de figura ou palavra-
chave no centro da folha.
• Utilize figuras ou desenhos para retratar suas ideias centrais. Lembre-se sempre de que
no processo de aprendizagem uma imagem vale mais do que mil palavras. O desenho
mantém o cérebro mais interessado e mais focado e, como consequência, você terá
um cérebro menos disperso. Mas atenção: você não precisa ser um Pablo Picasso para
fazer seus desenhos. As imagens nos mapas mentais podem ser qualquer símbolo que
represente a ideia principal daquilo que você está lendo. Um rabisco simples já é o
suficiente.
• Use e abuse das cores. Como dito anteriormente, impossível o cérebro pensar “preto e
branco” A cor dá estímulo ao cérebro criativo. Ao criar um tema primário, por exemplo,
utilize a mesma cor para o tema secundário e até o final do raciocínio. Esta técnica fará
com que você memorize cada ideia em particular. Veja o exemplo a seguir.
• Utilize ramificações, que são similares a “ganchos” que associam ou “engancham” uma
ideia na outra, fazendo com que você se lembre mais facilmente das coisas. Perceba na
ilustração anterior que os ramos são conectados a uma imagem ou a uma palavra-chave.
Ao contrário da linearidade, as linhas curvas estimulam o olhar, tornando o objeto de
aprendizado mais atrativo para o cérebro. Os ramos também ajudam você a separar as
ideias primárias das ideias secundárias.
• Use uma única palavra-chave por ideia. As palavras-chave são como multiplicadores de
ideias e incentivam o cérebro a ser mais flexível.
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Aqui vão algumas dicas finais que podem ajudá-lo na leitura de textos.
• Leia as frases estruturais do texto com atenção. Nem sempre você precisará fazer uma
leitura analítica do texto inteiro para compreendê-lo. A leitura analítica sugere analisar, ler
criteriosamente com o objetivo de apreender mais conhecimento. Para Souza e Carvalho
(2007, p. 65) a leitura analítica é “[...] a leitura atenta, reflexiva, vertical, pausada com
possíveis releituras, que visa a apreender e criticar toda a montagem orgânica do texto,
sua coerência informativa e seu valor de opinião”.
• Pergunte-se: o que realmente se quer saber sobre este texto? A leitura inspecional é um
atalho e por isso economiza o tempo do leitor.
• Seja seletivo: em vez de ler uma palavra por vez, leia grupos de palavras, frases e até
linhas inteiras. Quando você aprende a digerir blocos de informação, sua velocidade de
leitura aumentará.
VOCÊ O CONHECE?
Paulo Freire foi um educador brasileiro de grande prestígio no Brasil e internacional-
mente. No cerne de sua pedagogia, estava a leitura e a escrita, em uma visão mais
ampla, que tivesse a ver com as expectativas individuais do aluno. Em sua obra A im-
portância do ato de ler (1988), coloca a leitura, não apenas das palavras escritas, mas
também do mundo que cerca o indivíduo, como de essencial importância no desenvol-
vimento do homem e da sociedade.
• Vimos que o processo da leitura é formado por quatro fases: decodificação, intelecção,
interpretação e aplicação.
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Referências Bibliográficas
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BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. São Paulo: Cultrix, 2005.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22. ed. São
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FREIRE, Paulo; FREIRE, Antonio F. Por uma pedagogia da pergunta. 7. ed. Rio de Janeiro:
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SOUZA, L.M; CARVALHO, S.W. Compreensão e produção de textos. Rio de Janeiro: Vozes,
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