Você está na página 1de 20

Desafios contemporâneos

Lara Campos
Comunicação

01 Laureate- International Universities


Sumário
CAPÍTULO 2 - Leitura e interpretação de textos no meio acadêmico e profissional..................05

Introdução.....................................................................................................................05

2.1 A função social da leitura..........................................................................................05

2.1.1 Definição de leitura..........................................................................................05

2.1.2 O processo da leitura e a visão de mundo..........................................................07

2.1.3 Conhecimento e ampliação de nossa visão de mundo.............................................. 08

2.2 Coerência, coesão textual e construção de sentido............................................................ 09

2.2.1 Coerência e coesão............................................................................................... 09

2.3 aspectos gerais da interpretação do texto.......................................................................... 11

2.3.1. Os elementos essenciais de um texto...................................................................... 11

2.3.2 Os elementos estruturais de um texto...................................................................... 12

2.4 Técnicas de interpretação de textos do meio acadêmico e profissional................................. 14

2.4.1 Estratégias de leitura.............................................................................................. 14

2.4.2 A técnica de sublinhar............................................................................................ 14

2.4.3 A técnica de elaboração de mapas mentais............................................................. 15

2.4.4 A técnica da anotação referente ao texto lido........................................................... 18

2.4.5 A técnica do fichamento......................................................................................... 18

2.4.6 Leitura inspecional: um atalho para leitura de textos acadêmicos em provas ou avaliações... 18

Síntese...........................................................................................................................19

Referências Bibliográficas.................................................................................................20

03
Capítulo 2
Leitura e interpretação de textos
no meio acadêmico e profissional

Introdução
Você tem o hábito de ler? Saiba que ler possibilita que o ser humano amplie sua visão de mun-
do, dialogue com o autor sobre as suas experiências e amplie o seu senso crítico. No contexto
acadêmico, permite que o estudante alcance diferentes perspectivas sobre determinado tema e
fundamente melhor o seu projeto científico, bem como possibilita a este ter maior amplitude em
sua área de conhecimento ou na prática futura de sua profissão. Neste capítulo, investigaremos
a função social da leitura, compreendendo que o ser humano é impactado pelo modo como lê
e atua no mundo a partir de suas leituras e perspectivas. Veremos como utilizar mecanismos de
coerência e coesão na produção oral e escrita de diferentes gêneros.

Você observará os aspectos gerais da interpretação de textos, compreendendo os procedimen-


tos linguísticos, considerando as estratégias argumentativas e pragmáticas na construção do
sentido – coesão, coerência, progressão temática etc. Abordaremos também algumas técnicas
de compreensão de textos, identificando as principais estratégias de leitura e desenvolvendo a
capacidade de compreensão de textos variados através da identificação dos recursos formadores
das diferentes modalidades de discurso.

Tenha um bom estudo!

2.1 A função social da leitura


Neste tópico, vamos compreender melhor a função social da leitura, a sua definição e como ela
interfere na construção da subjetividade e na visão de mundo do indivíduo, apresentando alguns
exemplos ilustrativos.

2.1.1 Definição de leitura


Você sabe avaliar o seu potencial comunicativo? Você se considera uma pessoa carismática?
Você acha que tem conteúdo? Você se sente seguro ao falar sobre determinado assunto? Quanta
importância você dá para isto? O autor Bender (2009), em seu livro Personal Branding, diz que
há uma clara diferença entre profissionais medianos e as “estrelas” em termos de comunicação:

As estrelas passam o dia todo cavando oportunidades de ir mais à frente, aprender um pouco
mais, exercitar um pouco mais, crescer um pouco mais. São inconformadas com o ritmo
das coisas. Investem o tempo no aproveitamento dos espaços deixados pela concorrência.
(BENDER, 2009, p. 17).

É preciso investir tempo para aprimorar a competência comunicativa. Como você investe seu
tempo para o aprimoramento da sua comunicação? Bender (2009) cita uma estratégia bastante
conhecida para se obter mais conhecimento e consequentemente um maior vocabulário. Essa
estratégia é a leitura. A média calculada pelo especialista é de que uma pessoa tem condições
de ler até 36 livros por ano. Vamos pensar em livros com, em média, 200 páginas. A maioria
das pessoas leva em média três a quatro minutos para ler uma página – uma boa média para
estudantes e profissionais. Pense no poder que isso representa para a sua marca pessoal.

05
Comunicação

NÓS QUEREMOS SABER!


Quantos livros você acredita que o brasileiro lê por ano? Em uma pesquisa realizada
em 2014 pelo Ibope, foi relatado que o brasileiro lê em média quatro livros por ano e
completa a leitura em apenas 2,1 desses livros. Além disso, 50% dos entrevistados se
definiram como não leitores. A média, se comparada a outros países, é muito baixa.
Quantos livros você pretender ler neste ano?

Visto que o nosso tema é leitura, vamos começar pela definição. O que é ler? Ao contrário do
que se acredita, leitura não é apenas uma decodificação de palavras. A leitura é interpretação,
compreensão, deduções, inferências, transformação de significados. A leitura é o desenvolvimen-
to de capacidade de raciocínio e criticidade. Todo indivíduo que lê deveria atuar como o que
se chama de “leitor crítico e criativo”, ou seja, aquele capaz de participar do texto, apontando
soluções aos problemas apresentados.

De acordo com Solé (1998, p. 22), a leitura é também a “[...] interação entre o leitor e o texto;
neste processo tenta-se satisfazer [obter uma informação pertinente para] os objetivos que guiam
sua leitura”. A interpretação que nós fazemos dos textos lidos depende em grande parte do ob-
jetivo da nossa leitura. Ou seja, ainda que o conteúdo de um texto permaneça invariável, é pos-
sível que dois leitores com finalidades diferentes extraiam informação distinta a partir dele – essa
informação deve ser considerada quando se trata de ensinar as crianças a ler e a compreender.

Grande parte das escolas brasileiras não têm desenvolvido um trabalho sistemático de leitura
com a preocupação de se formar leitores, pois o livro é compreendido como um divulgador de
informações e como um instrumento necessário ao cumprimento de tarefas escolares, através
de exercícios, privilegiando-se a memorização e a repetição do já ensinado. (SOUZA, 1993,
p. 20).

Para Bakhtin (2003, p. 271), o ato de ler é parte de um processo dialógico, ou seja, o leitor é
participante ativo, de “compreensão ativa e responsiva” (pois dialoga com o texto), devendo ser
capaz de interpretar, discutir ideias e se posicionar perante o que lê.

Para Freire (1985, p. 11-12):

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem
dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a
percepção das relações entre texto e contexto.

Nas avaliações acadêmicas, por exemplo, é requerido do aluno um “olhar crítico” ou “consciente
dialogicamente” para a leitura. Espera-se que ele faça considerações a respeito do texto, que
concorde ou discorde, ou seja, que se coloque ativamente perante o texto. A leitura não é uma
ação passiva. Trata-se de interação e participação. “Ler é, na sua essência, olhar uma coisa e
ver outra” (LEFFA, 1996, p. 10).

NÃO DEIXE DE VER...


Assista ao documentário A palavra conta, um curta-metragem produzido por Duto Sper-
ry e Leo Gambera, parceria entre o Movimento por um Brasil literário e a produtora
Java 2G, com o apoio do Instituto C&A. O filme mostra, por meio de depoimentos,
a influência da literatura na vida de brasileiros de diferentes regiões. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=TlOwKhIma5s>.

06 Laureate- International Universities


2.1.2 O processo da leitura e a visão de mundo
De um modo geral, o processo da leitura se inicia na decodificação das palavras, que por sua vez
permite a intelecção, ou seja, a percepção e a compreensão do que está sendo dito, até chegar
à fase de interpretação, que é uma extensão da visão de mundo do leitor.

Como você já deve ter visto, os modelos mentais são tudo aquilo que acumulamos no decorrer
da nossa vida e que faz sentido para nós. É como se cada pessoa enxergasse a vida com um par
de óculos, cada qual com um grau diferente nas lentes. E isso impacta diretamente no modo de
ler do indivíduo, de interpretar aquilo que ele lê. Mais adiante falaremos de algumas técnicas que
nos ajudarão na interpretação de textos.

Após interpretar o texto de maneira a fazer sentido para o mundo dele, o leitor passará para a
fase da aplicação do conteúdo da sua leitura, levando para o seu contexto aquilo que compre-
endeu em forma de aprendizado.

Figura 1 – O processo da leitura.


Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

Para que a leitura aconteça, é necessário que haja, obviamente, um texto. Em geral, achamos
que um texto pode ser materializado apenas através da linguagem verbal – um memorando, uma
dissertação, uma exposição oral, por exemplo. Mas um texto pode ser formado também pela
linguagem visual (através de imagens), como uma logomarca, um quadro e as placas de trânsito.

Figura 2 – Linguagem visual.


Fonte: Shutterstock, 2015.

07
Comunicação

Há também a possibilidade de se formar textos misturando linguagem verbal com linguagem não
verbal (como uma história em quadrinhos com diálogos ou sinais de trânsito); linguagem verbal
com linguagem musical (como em uma música); e linguagem verbal com linguagem visual (como
teatro ou cinema). Quando um indivíduo assiste a um filme, por exemplo, algo que mistura a
linguagem verbal e visual, ele interage de modo próprio, faz a sua interpretação e a sua “leitura”
de forma única, conforme o seu mapa mental, ou seja, o modo como enxerga o mundo.

2.1.3 Conhecimento e ampliação de nossa visão de mundo


A leitura traz conhecimentos de todos os tipos e amplia a nossa visão de mundo. Contudo, é pre-
ciso não se acomodar no ato de ler e ter sempre em mente um objetivo crítico ou uma utilidade
para a leitura. Rubem Alves (2004, p. 11) levanta uma questão sobre o leitor “erudito”, ou seja,
aquele que só lê e acaba se esquecendo do “ato de pensar”. Em uma época de sua vida, em que
era professor da Unicamp, Alves (2004) conta que foi chamado para presidir uma comissão en-
carregada de selecionar candidatos para o doutoramento e relata a “responsabilidade dolorida”
de ter de escolher em pouquíssimos minutos os candidatos que deveriam sair ou ficar. Então, ele
revela ter tido uma ideia que julgava ser “brilhante”, fazendo os candidatos falarem sobre aquilo
que eles simplesmente gostariam de falar. Ele conta:

Pois é claro! Não nos interessávamos por aquilo que ele havia memorizado nos livros. Muitos
idiotas têm boa memória. Interessávamo-nos por aquilo que ele pensava. Poderia falar sobre o
que quisesse, desde que fosse aquilo sobre que gostaria de falar. Procurávamos as ideias que
corriam no seu sangue! (ALVES, 2004, p. 10).

Alves (2004) conclui a história observando que nunca havia passado pela cabeça dos entrevis-
tados a hipótese de que alguém um dia se interessaria pelos seus pensamentos. Ele continua:

Uma candidata, inclusive, teve um surto e começa a “papaguear” o que havia lido nos livros,
quando foi interrompida pela banca: “- Eu já li esse livro. E você está repetindo direitinho o
que contém dentro dele. Nós queremos ouvir o que não sabemos. Conte-nos o que você está
pensando...”. E a candidata não conseguiu. [...] “Os eruditos só fazem uma coisa: passar as
páginas dos livros. E com isso perderam a capacidade de pensar por si mesmos.” (NIETZSCHE
apud ALVES, 2004, p. 19).

Para Alves (2004, p. 62), comentando ainda sobre a pertinência da leitura, “[...] muitas pessoas,
de tanto repetirem as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas
as tartarugas que possuem diplomas universitários”.

NÓS QUEREMOS SABER!


E você, caro aluno, consegue compreender a importância da leitura na sua vida? A
leitura deve ser vista não como uma obrigação ou como status. É preciso transformar
aquilo que é lido e criar um novo significado para o assunto. O leitor constrói também
o conteúdo a partir de sua própria percepção.

Ainda falando de Rubem Alves (2004), o professor conta ter aprendido, quando menino, que o
Brasil teria um futuro extraordinário por conta de suas riquezas naturais. Quanta inocência, ele
mesmo comenta! Seria o mesmo que dizer que alguém seria um Steve Jobs por ser dono de uma
loja de computadores.

Para citar um exemplo do impacto da leitura, a verdade é que nós, brasileiros, somos reco-
nhecidos pela nossa extensa criatividade, porém nos falta ainda incentivos quanto à inovação.
E inovação se trata de conhecimento. Você sabe dizer por que países desenvolvidos que não

08 Laureate- International Universities


possuem abundância em recursos naturais são desenvolvidos? Porque investem em educação,
ou seja, na capacidade de pensar. Como dizia Albert Einstein (apud Silva, 2014): “[...] educar
verdadeiramente não é ensinar fatos novos ou enumerar fórmulas prontas, mas sim, preparar a
mente para pensar.”

NÃO DEIXE DE VER...


O filme Sociedade dos poetas mortos (1989), um grande sucesso do cinema, ilustra
bem como a leitura pode ser motivadora da vida do indivíduo, ainda mais quando lhe
confere criticidade para ver o mundo.

2.2 Coerência, coesão textual e construção de


sentido
Agora que a importância da leitura faz sentido para você e que você sabe que “pensar” é o pro-
cesso mais importante no exercício na leitura, vamos conhecer dois elementos fundamentais na
construção de um texto de qualidade: a coesão e a coerência. Sem esses dois elementos, torna-
-se impossível um texto fazer sentido.

2.2.1 Coerência e coesão


A coesão trata da conexão apropriada entre as palavras e os parágrafos de forma que se crie um
significado harmonioso. A coesão está relacionada à superfície do texto, ou superfície textual.
Ora, portanto, tudo que está na superfície, não está na profundidade, certo? Na superfície do
texto estão os elementos de ligação ou coesivos (conjunções, pronomes, por exemplo).

Para Halliday e Hasan (1976 apud KOCK, 1996, p. 17), o termo coesão significa “[...] um
conceito semântico que se refere às relações de sentidos existente no interior do texto e o que
permite distinguir um texto de um não texto”. Contudo, a textualidade é assegurada não apenas
pelo ordenamento metódico das palavras, mas também pelos significados que possui na relação
de seus interlocutores, na prática social efetiva. Para exemplificar, o termo coesão é um “jargão”
comumente utilizado por técnicos de futebol. Quando se diz: “o nosso time está coeso”, quer se
dizer que as funções de cada membro do time estão devidamente interligadas, ou seja, que a
equipe trabalhou como uma engrenagem.

Mais um exemplo: imagine a construção de uma casa ou de um edifício. Impossível construí-los


somente com tijolos, certo? É necessário mais do que tijolos para que o edifício fique sólido. Você
precisa de concreto armado e argamassa. Esses dois elementos formam a estrutura e o fecha-
mento dos ambientes da sua obra. Nas construções de orações, um processo similar é aplicado:
é necessário que se tenha elementos coesivos (como a argamassa e o concreto armado) para
que tudo possa estar interligado.

Vejamos nesta frase um exemplo de falta de coesão textual: O avião decolou os passageiros dor-
miam. De uma forma geral, mal ou bem, conseguimos entender o que está escrito (há coerência),
porém, não há coesão textual. E por quê? Porque falta um elemento coesivo para dar um melhor
sentido ao texto. Neste caso, o elemento faltante é uma conjunção. Veja a mesma frase escrita
agora com a conjunção: O avião decolou enquanto os passageiros dormiam.

09
Comunicação

Veja mais alguns exemplos de conjunções: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, pois, por-
tanto, desse modo, nem, mas também, ainda que, mesmo que, quer dizer, isto é, aliás, além do
mais, além disso etc.

Mas a coesão textual vai além do uso de conjunções. Confira alguns destes elementos!

• Pronomes: a utilização dos pronomes ajuda a evitar repetição de palavras na mesma


sentença. Por exemplo: “O aluno passou na prova, pois ele se dedicou”; o pronome
ele substitui o substantivo aluno, evitando assim a repetição da palavra. São exemplos
de pronomes: meu, minha, seu, sua, nosso, aquele, isto, algum, nenhum, todos, alguém,
cujo, os quais, onde etc.

• Preposições: as preposições são elementos que estabelecem relações entre dois termos
ou mais em uma oração. Estas são algumas preposições: a, ante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre etc. Exemplo: “O pesquisador
aguardou com disposição para apresentar os seus resultados”.

A coerência trata do sentido, da compreensão ou da profundidade do texto. Ela trata da harmo-


nia das ideias de quem escreve, de forma que estas não se contradigam. Vejamos um exemplo:
Estava andando sozinho na rua e ouvi passos atrás de mim; assustado, nem olhei e saí correndo;
era um homem alto, estranho, tinha em suas mãos uma arma. Como o personagem no caso po-
deria descrever o sujeito se ele afirma que não o viu? Há falta de coerência nesse trecho.

Além de tratar do sentido e da profundidade, a coerência de um texto também depende muito


da circunstância, da situação ou do contexto em que se está sendo inserido (KOCH; TRAVAGLIA,
2004 apud GODOY, 2009, p. 94). A contextualização é um elemento importantíssimo para que
seu texto faça sentido.

Fique atento: ao ler ou redigir um texto, veja se você está sendo coerente com tudo que o está
exposto e se as ideias podem ser compreendidas com facilidade. Informe-se, inclusive, sobre os
textos relacionados ao seu texto, fazendo assim o uso do que chamamos de intertextualidade.

NÓS QUEREMOS SABER!


Você sabe o que é intertextualidade? Trata-se de uma criação de texto a partir de outro
preexistente, ou seja, como se houvesse um texto dentro de outro, em uma relação
dialógica. O termo foi concebido por Julia Kristeva em 1966, mas já recebeu novas
concepções desde então. A intertextualidade pode ocorrer de maneira implícita (sem
citação expressa da fonte) ou explícita (quando há citação da fonte do intertexto).

Em resumo, a coesão de um texto não garante sua lógica ou sua coerência; assim como um texto
coerente não garante a sua coesão. Coerência e coesão são processos relativamente diferentes,
mas fundamentais para a construção de uma obra de qualidade.

10 Laureate- International Universities


COESÃO
TEXTUAL
(superficialidade)

COERÊNCIA
TEXTUAL
(profundidade)

Figura 3 – Analogia com iceberg - coesão x coerência.


Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

2.3 Aspectos gerais da interpretação do texto


Veremos a seguir alguns aspectos essenciais no processo de interpretação de texto, usando
alguns exemplos para a sua melhor compreensão e verificando os elementos estruturadores do
texto. Vamos lá!

2.3.1 Os elementos essenciais de um texto


Muitas pessoas apresentam dificuldade de interpretação textual por achar que os textos são sem-
pre escritos com palavras “ao pé da letra”, ou seja, que apresentam sempre um sentido literal ou
denotativo. Em função disto, as interpretações textuais se tornam pobres ou deficitárias.

Ao dizermos, por exemplo, “O gato da minha irmã subiu no telhado, caiu e morreu”, estou atri-
buindo para a palavra “gato” um sentido denotativo, ou literal, ou seja, entende-se gato como
um animal. Mas, o “pulo do gato” na leitura e na boa interpretação do texto está em saber inter-
pretar a linguagem metafórica que o texto apresenta. A linguagem metafórica é a linguagem de
palavras de sentido figurado, ou conotativo.

Isto quer dizer que as palavras também se apresentam no texto em um sentido divergente
daquele que nos é comum ou familiar. Assim, se eu digo “O filho da minha vizinha é um
gato”, quero dizer que ele é bonito, e não um animal.

Vemos nessas duas frases referentes à palavra “gato” um exemplo de polissemia (poli = vários,
semia = significados), ou seja, a palavra “gato” apresenta mais de um significado, sendo este
segundo de sentido conotativo, ou figurado.

Leia o texto intitulado Pizzaria Senado, onde tudo acaba em pizza:

Em um canto de superquadra da Asa Norte de Brasília, existe uma pizzaria que tinha tudo
para ser mais uma na multidão de estabelecimentos comerciais. Modesta, espremida entre um
restaurante por quilo e uma loja de nutrição esportiva, fica a cerca de 500 metros do campus
da Universidade de Brasília (UnB) – mais adiante, aliás, um bar é conhecido pela aglomeração
dos universitários, clientes potenciais à procura de uma boa calabresa.
Mas voltemos à pizzaria, cercada pelo ambiente acadêmico de uma das principais universidades
do país – atmosfera que o ex-senador Darcy Ribeiro (1922-1997) tão bem conhecia. O saudoso

11
Comunicação

antropólogo só não poderia imaginar que, ali tão próximo ao palco de históricos levantes de
insurreição contra a ditadura, seria aberta uma pizzaria com um slogan que, embora clichê,
tão bem representa o espírito de indignação do brasileiro com a política: “Aqui tudo acaba em
pizza” [...]. (CONGRESSO EM FOCO, 2010).

Eis a pergunta: o texto infere que existe um sentido não literal para a expressão “acabou literal-
mente em pizza”? Você saberia dizer que sentido é esse? Você só poderá compreender o texto e
responder à questão se for capaz de pressupor o que significa “acabar em pizza” (que é referente
ao seu conhecimento de mundo) e também se for capaz de compreender o que significa sentido
“literal e não literal” (que se refere ao seu conhecimento da língua que está sendo falada).

2.3.2 Os elementos estruturais de um texto


Todo texto de qualidade é composto de três partes essenciais: introdução, desenvolvimento e
fechamento. Para Aristóteles (ANDRADE; HENRIQUES, 1994, p. 56), a parte da introdução “[...]
é o que não admite nada antes e pede alguma coisa para depois”. Uma boa introdução desper-
tará no leitor a vontade de continuar com a leitura. A introdução deve contar com elementos que
definam sobre o que se vai falar, ou seja, um breve resumo, uma pergunta ou reflexão instigante
que remeta o leitor a uma participação ativa na leitura.

A parte do desenvolvimento é o assunto em questão. Durante o desenvolvimento do texto, são


apresentados dados, fatos, histórias ou novas ideias. Aborda-se no desenvolvimento tudo aquilo
que precisa ser esclarecido sobre o tema escolhido.

E finalmente a parte do fechamento, que é o momento em que se conclui as ideias. Para Aris-
tóteles (ANDRADE; HENRIQUES, 1994, p. 57), o fechamento “[...] é o que pede alguma coisa
antes e nada depois.” A conclusão de um texto traz, em geral, um resumo das ideias previamente
desenvolvidas.

Além disso, são três também os elementos estruturais. Os elementos estruturais são os ingredien-
tes que dão sustentação aos textos. Quando se constrói um edifício, por exemplo, é essencial
que se faça uma fundação de estacas e vigas baldrames. As estacas e vigas serão a sustentação
do edifício. Podemos dizer que, para a construção de um bom texto, é necessário que ele seja
desenvolvido sob as regras do seguinte tripé: estrutura, conteúdo e expressão.

• Estrutura: a estrutura de um texto contempla mais três aspectos: a unidade, que


determina que a organização das ideias deve ser feita em função de um só tema (girar em
torno do núcleo temático); a organicidade, que determina que as três partes de um texto
(introdução, desenvolvimento e fechamento) devam ter lógica e coerência; e a forma,
que é o jeito ou a maneira de se apresentar um tema (nas formas descritiva, narrativa ou
dissertativa – e que abordaremos logo adiante).

• onteúdo: é o elemento que exige clareza de ideias e que estas devam ser pertinentes
C
ao tema escolhido. Por exemplo, se o tema em questão é sobre Física Nuclear, dificilmente
trataremos sobre Linguística no texto.

• xpressão: exige que o leitor/escritor domine o conjunto de palavras que constituem a


E
língua (o léxico, ou dicionário).

O elemento expressão exige mais alguns outros aspectos. A originalidade é uma competência
essencial para se dar um “toque” de modernidade ao texto. Por exemplo: evitar chavões (como
“sem sombra de dúvidas”), clichês (como “neste momento memorável”); saber usar da substitui-
ção de pronomes possessivos pelos pessoais (por exemplo, “a saudade doía sua alma” para “a
saudade doía-lhe a alma.”).

12 Laureate- International Universities


Já a correção, outra característica da expressão, é um elemento que não pode faltar e que trata
do uso correto das formas gramaticais, ortografia e acentuação.

A concisão é outro aspecto da expressão. Ser conciso é ser simples. A concisão consiste em
eliminar palavras ou expressões desnecessárias, evitando-se assim a prolixidade. Uma pessoa
prolixa é aquela que dá mil e uma voltas em torno do assunto até chegar onde pretende chegar.

Figura 4 – Elementos Estruturais do Texto.


Fonte: Elaborada pela autora, 2015.

CASO
Você sabia que quem lê mais tem um vocabulário muito mais rico? Isso interfere na comunicação
no meio corporativo. Imagine um gerente que precisa definir demandas com urgência e utiliza
diversos meios para se comunicar: e-mail, linguagem oral, quadro de recados etc. É preciso que
ele domine a norma padrão da língua para garantir a comunicação adequada. Para isso, uma
das soluções mais eficientes é a leitura.

Os sete erros mais comuns de português cometidos no ambiente corporativo poderiam ser evita-
dos pelo hábito de leitura. Entre os mais populares estão: trocar “em longo prazo” por “a longo
prazo”, usar “a nível de” ao invés de “em nível de”, “entrega a domicílio” ao invés de “entrega
em domicílio” etc. O mau uso da crase, por exemplo, que tem mais impacto na linguagem es-
crita, é um dos erros mais comuns. O seu uso pode ser amplamente compreendido através da
prática de leitura frequente.

13
Comunicação

2.4 Técnicas de interpretação de textos do meio


acadêmico e profissional
Agora, vamos identificar as principais estratégias de leitura, no intuito de melhorar a capacidade
de compreensão de textos variados através da identificação dos recursos formadores das diferen-
tes modalidades de discurso.

2.4.1 Estratégias de leitura


Afirmamos anteriormente que muita gente apresenta dificuldades de interpretação de texto por
achar que estes são sempre escritos ao pé da letra, ou seja, apresentam sempre um sentido lite-
ral. É importante dizer que, para o início de uma boa interpretação de texto, é preciso entender
que nem tudo é escrito no sentido literal da palavra e que precisamos primordialmente exercitar
nossa capacidade de abstração. Para o dicionário on-line Léxico (2015), a capacidade de abs-
tração é “[...] analisar, de modo observativo, um ou vários aspetos contidos num todo, bem como
estudar separadamente as suas peculiaridades ou características.”

Assim, podemos dizer que o leitor competente é aquele capaz de fazer uma relação entre o que
lê com imaginação e o que de fato é realidade. Conheceremos agora algumas técnicas que
ajudarão no processo de interpretação dos textos.

NÃO DEIXE DE LER...


Leia o material elaborado pelo Ministério da Educação e da Cultura (MEC), Técnicas
de leitura e estudos individuais, escrito por Ilane Ferreira Cavalcante. O material abor-
da outras técnicas de leitura que você poderá usar em seus estudos. Disponível em:
<http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_gest_neg/tec_leitura/061112_
tec_leit_a01.pdf>.

2.4.2 A técnica de sublinhar


É bastante comum no meio acadêmico que estudantes sejam solicitados a lerem determinado
livro e fazerem um resumo do que foi lido ou uma avaliação de compreensão da leitura. O que
ocorre é que muitos começam a ler o livro e, quando chega o dia da avaliação, já se esqueceram
de praticamente tudo o que leram, tirando em consequência notas baixíssimas.

Andrade e Henriques (1994) sugerem que a técnica de sublinhar o texto é bastante eficaz, não
só para uma melhor apreensão do conhecimento, mas também para uma melhor memorização,
revisão e preparação para se resumir um texto.

O ato de sublinhar implica em riscar ou grifar as ideias e, para isso, o leitor precisa saber quais
são as ideias primárias e quais são as ideias secundárias do texto.

Vejamos o passo a passo da técnica de sublinhar segundo Andrade e Henriques (1994).

• Faça uma leitura inspecional do texto. Como o nome sugere, trata-se de uma rápida
“inspeção” sobre o texto proposto. Faz-se uma leitura inspecional quando se tem por
objetivo principal a visão macro do texto. Esse tipo de leitura também pode ser útil
quando se tem pressa ou quando um prazo já está esgotado pois se trata de uma leitura

14 Laureate- International Universities


rápida, horizontal e muito dinâmica sugerindo que o leitor “passe os olhos” sobre o título,
subtítulos, parágrafos que introduzem o tema, outros sobre o desenvolvimento do tema e,
principalmente, sobre o último parágrafo, que trata da conclusão do tema.

• Esclareça todas as suas dúvidas referentes às palavras desconhecidas. Consulte no


dicionário as palavras desconhecidas para esclarecer o significado daquilo que você não
entende.

• Faça uma releitura do texto com o objetivo de identificar as ideias principais, sublinhando,
nesta etapa, palavras ou pequenas frases que você julga serem as mais importantes.
Quando o texto é impresso, você terá a opção de fazer vários apontamentos, colocar
asteriscos destacando os pontos críticos e até colar post-its coloridos.

• Leia o que foi sublinhado e se pergunte: isto faz sentido?


• Remonte o texto, escrevendo-o com suas próprias palavras, ou seja, elaborando um
resumo com base naquilo que foi sublinhado. Uma boa técnica é fazer um fichamento,
algo comum no meio acadêmico.

• Leia o seu resumo de forma crítica e analítica um ou dois dias antes da avaliação.

2.4.3 A técnica de elaboração de mapas mentais


A maioria das pessoas aprendeu a tomar nota das matérias escolares usando as linhas dos ca-
dernos, as palavras, o lápis preto e de maneira linear, sequencial e lógica. Para Buzan (2005,
p. 78), estas não são técnicas ruins e não formam um conjunto mais efetivo de ferramentas de
aprendizado, pois exercitam apenas a parte esquerda do cérebro. No hemisfério esquerdo do
cérebro, funcionam as ações analíticas, racionais, criteriosas, bem planejadas e organizadas.
Buzan (2005, p. 78) afirma que, infelizmente, “[...] fomos ensinados a usar apenas a metade do
robusto conjunto de ferramentas do cérebro. Fomos treinados a ser meio-inteligentes, literalmen-
te!”.

Em contrapartida, a técnica de elaboração de mapas mentais exercita também a outra metade do


cérebro: o hemisfério direito. Neste hemisfério, funcionam as ações de abstração, criatividade e
emoção. Na junção da atividade dos dois hemisférios está a receita para uma interpretação de
texto bem-sucedida.

Figura 5 – Hemisférios cerebrais e o seu funcionamento.


Fonte: Shutterstock, 2015 .

15
Comunicação

Para Buzan (2005), a elaboração de mapas mentais ajuda a organizar as nossas ideias, pois
a sua técnica se baseia em como o cérebro trabalha naturalmente. E como o cérebro trabalha
naturalmente? Fácil de exemplificar. Leia a palavra em negrito, feche os olhos e pense nessa
palavra por apenas 15 segundos:

BRINQUEDO

Agora responda: em que você pensou? Certamente, várias imagens de brinquedos lhe passaram
pela cabeça – talvez os seus favoritos de infância. Não importa. O que certamente não aconte-
ceu foi você ter visualizado a palavra brinquedo em forma de impressão preto e branca, certo?
Com certeza as imagens que lhe vieram à mente foram coloridas também. É assim que o cérebro
trabalha naturalmente, através de associação e imaginação. Nos processos de leitura, este é um
fator importante. É o que leva uma pessoa a imaginar a cena descrita em um romance literário,
por exemplo.

Ao elaborar os mapas mentais, você terá a sua “biblioteca mental” mais organizada do que
nunca, porque este sistema permite que você “enganche” uma ideia na outra em prateleiras co-
loridas de fácil identificação. Além disso, o mapa mental ajuda na concentração, memorização,
estimula a capacidade de abstração e ajuda a estudar ou ler com maior eficiência e rapidez.

Então, mãos à obra! Você só precisa de uma folha de papel em branco e canetas coloridas para
rabiscar o seu primeiro mapa mental. Conheça as principais dicas para a elaboração de mapas
mentais de Buzan (2005, p. 46-47).

• Sempre comece seu mapa mental com uma folha de papel em branco virada na horizontal
e, em seguida, utilize o centro da folha para escrever a ideia central do texto. Iniciando no
meio da folha, você dá ao cérebro liberdade de expandir as ideias em todas as direções.
Pergunte-se: qual é a ideia central deste texto? Anote-a em forma de figura ou palavra-
chave no centro da folha.

• Utilize figuras ou desenhos para retratar suas ideias centrais. Lembre-se sempre de que
no processo de aprendizagem uma imagem vale mais do que mil palavras. O desenho
mantém o cérebro mais interessado e mais focado e, como consequência, você terá
um cérebro menos disperso. Mas atenção: você não precisa ser um Pablo Picasso para
fazer seus desenhos. As imagens nos mapas mentais podem ser qualquer símbolo que
represente a ideia principal daquilo que você está lendo. Um rabisco simples já é o
suficiente.

• Use e abuse das cores. Como dito anteriormente, impossível o cérebro pensar “preto e
branco” A cor dá estímulo ao cérebro criativo. Ao criar um tema primário, por exemplo,
utilize a mesma cor para o tema secundário e até o final do raciocínio. Esta técnica fará
com que você memorize cada ideia em particular. Veja o exemplo a seguir.

16 Laureate- International Universities


Figura 6 – Exemplo de um mapa mental sobre a palavra “fruta”.
Fonte: Buzan, 2005, p. 65.

• Utilize ramificações, que são similares a “ganchos” que associam ou “engancham” uma
ideia na outra, fazendo com que você se lembre mais facilmente das coisas. Perceba na
ilustração anterior que os ramos são conectados a uma imagem ou a uma palavra-chave.
Ao contrário da linearidade, as linhas curvas estimulam o olhar, tornando o objeto de
aprendizado mais atrativo para o cérebro. Os ramos também ajudam você a separar as
ideias primárias das ideias secundárias.

Figura 7 – Exemplo de um mapa mental simples de engenharia sobre eletricidade.


Fonte: Elaborada pela autora, 2005.

• Use uma única palavra-chave por ideia. As palavras-chave são como multiplicadores de
ideias e incentivam o cérebro a ser mais flexível.

17
Comunicação

2.4.4 A técnica da anotação referente ao texto lido


Outra prática assertiva e que contribui para o entendimento e a memorização do texto lido é
fazer anotações rápidas, conforme o desenvolvimento da leitura, de modo pontual. Muitos aca-
dêmicos têm dificuldades na compreensão daquilo que leu ou mesmo em sua síntese. Escrever
à mão de modo resumido em um bloco, por exemplo, ajuda a fixar a leitura e a buscar as re-
ferências conforme necessita em seus estudos. É possível, nesta estratégia, inserir comentários
pessoais e ideias que teve ao ler o material.

2.4.5 A técnica do fichamento


O fichamento é uma técnica muito comum nas ciências humanas. Trata-se de fazer uma síntese
da ideia central de cada tópico do texto, inserindo a paginação de cada trecho em parênteses.
Assim, o leitor poderá consultar as partes que mais lhe interessam na íntegra, se assim precisar.
A estratégia é pertinente, pois assim como a anotação, faz com que o leitor escreva sobre o texto
lido, possibilitando um melhor entendimento e interação com as ideias.

2.4.6 Leitura inspecional: um atalho para leitura de textos acadêmicos em


provas ou avaliações
Uma grande parte dos alunos fracassa nas avaliações, por exemplo, por não saber ler ou inter-
pretar adequadamente o que o texto diz. Ler um enunciado antes de se partir para a resposta
é vital para um bom desempenho na avaliação. Como você pode perceber, a leitura e a boa
interpretação são fundamentais em praticamente tudo na contemporaneidade.

Aqui vão algumas dicas finais que podem ajudá-lo na leitura de textos.

• Leia as frases estruturais do texto com atenção. Nem sempre você precisará fazer uma
leitura analítica do texto inteiro para compreendê-lo. A leitura analítica sugere analisar, ler
criteriosamente com o objetivo de apreender mais conhecimento. Para Souza e Carvalho
(2007, p. 65) a leitura analítica é “[...] a leitura atenta, reflexiva, vertical, pausada com
possíveis releituras, que visa a apreender e criticar toda a montagem orgânica do texto,
sua coerência informativa e seu valor de opinião”.

• Pergunte-se: o que realmente se quer saber sobre este texto? A leitura inspecional é um
atalho e por isso economiza o tempo do leitor.

• Seja seletivo: em vez de ler uma palavra por vez, leia grupos de palavras, frases e até
linhas inteiras. Quando você aprende a digerir blocos de informação, sua velocidade de
leitura aumentará.

VOCÊ O CONHECE?
Paulo Freire foi um educador brasileiro de grande prestígio no Brasil e internacional-
mente. No cerne de sua pedagogia, estava a leitura e a escrita, em uma visão mais
ampla, que tivesse a ver com as expectativas individuais do aluno. Em sua obra A im-
portância do ato de ler (1988), coloca a leitura, não apenas das palavras escritas, mas
também do mundo que cerca o indivíduo, como de essencial importância no desenvol-
vimento do homem e da sociedade.

18 Laureate- International Universities


Síntese Síntese
• Neste capítulo, falamos sobre a importância da leitura em nosso crescimento e
desenvolvimento como indivíduos, e que ler é ampliar conhecimento e alcançar, assim,
uma melhor compreensão do mundo que nos cerca.

• Vimos que o processo da leitura é formado por quatro fases: decodificação, intelecção,
interpretação e aplicação.

• Compreendemos que o verdadeiro desafio da educação é preparar mentes para se pensar.


• Tratamos da coesão e da coerência como elementos essenciais para que se favoreça o
sentido e a qualidade na interpretação dos textos. Vimos que os termos são almas gêmeas,
mas que cada um conta com particularidades e significados diferentes: a coesão como
elemento da superficialidade do texto e a coerência como elemento da profundidade.

• Vimos também os aspectos gerais da interpretação de textos, abordando a conceituação


dos elementos estruturais e fundamentais para a sustentação de um texto.

• E ,finalmente, conhecemos várias técnicas que o ajudarão na leitura e interpretação:


sublinhar, elaborar modelos mentais e a leitura inspecional.

19
Referências Bibliográficas
ALVES, Rubem. Ao professor, com o meu carinho. Campinas: Versus, 2004.

______. Conversas sobre educação. Campinas: Verus, 2003.

ANDRADE, Maria M.; HENRIQUES, Antonio. Língua Portuguesa: noções básicas para cursos
superiores. São Paulo: Atlas, 1994.

A PALAVRA CONTA. Direção: Duto Sperry e Leo Gambera. Java 2G. DVD (30 min), 2010.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração. São Paulo: Cultrix, 2005.

CAVALCANTE, Ilane Ferreira. Técnicas de leitura e estudos individuais. Disponível em:


<http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_gest_neg/tec_leitura/061112_tec_leit_
a01.pdf>. Acesso em: 30 maio 2015.

DICIONÁRIO Léxico. Disponível em: <http://www.lexico.pt/abstrair/>. Acesso em: 30 maio


2015.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22. ed. São
Paulo: Cortez, 1988.

_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1985.

FREIRE, Paulo; FREIRE, Antonio F. Por uma pedagogia da pergunta. 7. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2011.

GODOY, A. C. S. Programa de nivelamento. Campinas: Átomo, 2009.

KOCK, Ingelore V. A coesão textual. São Paulo: Ática, 1996.

CONGRESSO em foco. Pizzaria Senado, onde tudo acaba em pizza. Manchetes. [2010]
Disponível em: <http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/manchetes-anteriores/pizzaria-se-
nado-onde-tudo-acaba-em-pizza/>. Acesso em: 18 jun. 2015.

KOFMAN, Fredy. Metamanagement: a nova consciência dos Negócios. São Paulo: Antaka-
rana, 2002.

SILVA, Thamires de Oliveira e. Alcoolismo entre os jovens: quando a diversão pode se tor-
nar um problema de saúde pública. Disponível em: <http://www.portalcae.com.br/?p=1805>.
Acesso em: 30 maio 2015.

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS. Direção Peter Weir. Produção: Steven Haft. Buena Vista
Home Entertainment; Tochstone Home Entertainment. DVD (129 min), Wisdescreen, son. color,
NTSC, 1989.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ARTMED, 1998.

SOUZA, L.M; CARVALHO, S.W. Compreensão e produção de textos. Rio de Janeiro: Vozes,
2007.

SOUZA, Maria Salete Daros de. A conquista do jovem leitor: uma proposta alternativa.
Florianópolis: UFSC, 1993.

Você também pode gostar