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AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/RS = DIREITO CIVIL

AULA 11 – DIREITO DE FAMÍLIA


Prof. Lauro Escobar

Aula 11
Direito de Família

 Itens específicos do edital que serão abordados nesta aula 


DIREITO DE FAMÍLIA. Casamento: regime de bens; dissolução da sociedade
conjugal.

Subitens  1) Direito Matrimonial. Casamento: classificação, habilitação,


requisitos formais, impedimentos, forma e prova. Anulação e efeitos jurídicos.
Regimes de bens entre os cônjuges. Separação e Divórcio.

 Legislação a ser consultada  Emenda Constitucional n° 66/2010


(nova redação do §6°, art. 226, CF/88, que dispõe sobre a dissolubilidade do
casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial
por mais de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois anos).
Código Civil: Casamento (arts. 1.511 a 1.590). Lei n° 11.441/2007 (possibilita
a realização da separação consensual e divórcio consensual por via
administrativa).

Sumário
Conceito de Direito de Família....................................................................................03
Contéudo.........................................................................................................................04
DIREITO MATRIMONIAL.................................................................................................05
Casamento......................................................................................................................05
Impedimentos e causas suspensivas..............................................................11
Regime de bens.............................................................................................................17
Término da sociedade conjugal e do casamento.......................................26
Sistemas de nulidades.............................................................................................27
Separação judicial e divórcio. EC 66/2010..................................................32
RESUMO ESQUEMÁTICO DA AULA.............................................................................44
Bibliografia Básica..............................................................................................................47
EXERCÍCIOS COMENTADOS..........................................................................................48

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www.pontodosconcursos.com.br | Prof. LAURO ESCOBAR
Meus Amigos e Alunos
Iniciamos hoje mais uma etapa em nossos estudos. Marchamos para
a parte final de nosso curso. Recapitulando. Nas primeiras aulas falamos
sobre a Parte Geral do Código Civil. Passamos pelo Direito das Obrigações e os
Contratos. Depois o Direito das Coisas. Hoje veremos o Direito de Família. O
Direito de Família abrange o Direito Matrimonial, Convivencial, Parental e
Assistencial. No entanto, nosso edital se restringe apenas ao Direito
Matrimonial, ou seja ao casamento. Na próxima e derradeira aula, falaremos
sobre o Direito das Sucessões. Essa é a nossa penúltima aula. Portanto,
recebam todos, antecipadamente, um grande abraço, como se eu estivesse aí
com vocês. Desejo tudo de bom para vocês. Muitas ALEGRIAS e SUCESSO
nesta empreitada que vocês se propuseram, com muita tranquilidade e paz
durante os estudos e na hora da realização das provas que virão.

Inicialmente, antes de começar esta aula propriamente dita, gostaria


de dar alguns avisos importantes: o Direito de Família (assim como o Direito
das Sucessões, que veremos na próxima aula) mudou muito do Código Civil
anterior para o atual. Muita coisa, mas muita coisa mesmo, mudou. Talvez seja
o capítulo que mais tenha sofrido alterações. E continua sofrendo... como é o
caso da adoção e a da emenda do divórcio. Como veremos durante a aula,
há quem entenda que não existe mais a separação (seja judicial, seja
extrajudicial). Mas se observarmos, os editais atuais, veremos que muitos
deles ainda mencionam a expressão “separação judicial”. Portanto, neste
momento, para fins de concurso, ainda é interessante falar na separação.
Outra coisa. Apesar desta aula ser considerada “leve”, por tratar de
um tema que sentimos de perto e estarmos diante de casos que vivenciamos
em nosso dia-a-dia, nunca é demais lembrar que este é um curso preparatório
para concursos. Assim, não devemos nos perder em detalhes, em episódios
que podem ocorrer em nossas vidas e em casos particulares, mas que não
trazem nenhuma repercussão para a nossa prova. O importante agora é
conhecer os institutos e suas peculiaridades.
Finalizando: cuidado a querer completar seus estudos por algum livro
antigo... ou fazer algum exercício antigo... muitos estão superados. No entanto
esta aula está totalmente atualizada, inclusive quanto aos exercícios, que são
periodicamente revisados.

Comecemos então...
DIREITO DE FAMÍLIA: CONCEITO E INTRODUÇÃO.

Direito de Família é o complexo de normas de ordem pública (que


são normas impositivas, não podem ser revogadas por uma simples convenção
entre particulares), que regulam a celebração do casamento, sua validade, seus
efeitos, relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, união estável,
dissolução, relação entre pais e filhos, vínculo de parentesco e os institutos
complementares da tutela, curatela e ausência.
Para o Estado esta parte do Direito Civil apresenta grande importância,
pois se conseguirmos organizar bem uma família, consequentemente teremos
condições de ter uma sociedade também organizada, já que a família é a base
de uma sociedade. Trata-se, portanto, de direito personalíssimo, sendo
intransferível, irrenunciável e que não se transmite por herança.
Até pouco tempo atrás utilizava-se a expressão família. Atualmente é
preferível usar a expressão “entidade familiar”, que é mais abrangente,
devendo-se entender como sendo toda e qualquer espécie de união capaz
de acolher as afeições dos seres humanos.
A doutrina divide a entidade familiar em: a) explícitas: casamento, união
estável, família monoparental (formada por um dos pais e os filhos; situações
dos viúvos, pais/mães solteiros ou divorciados, biológicos ou não, etc.); b)
implícitas: são aquelas que não possuem previsão constitucional/legal, mas
que existem na realidade social e reclamam idêntica proteção das explícitas,
como as uniões homoafetivas, famílias recompostas (ex.: um casal se une por
meio de uma união estável, cada um trazendo filhos de relacionamentos
anteriores e possuindo também filhos comuns), família solidária (membros de
núcleos familiares menores se unem para formar uma família maior, composta
de irmãos, tios e sobrinhos, etc.).
Só para dar um exemplo, que aprofundaremos mais adiante, o Supremo
Tribuna Federal, pela ADI 4277, reconheceu a união homoafetiva, formada
por pessoas do mesmo sexo, aplicando-lhes a regra da união estável.

 Seja a lei, seja por decisões judiciais, há uma tendência de expansão


do que se considera como entidade familiar, posto que isso já ocorre na vida
prática. Se estiverem presentes os requisitos da afetividade, estabilidade e
ostensividade, haverá a proteção legal da entidade familiar, tutelando-se os
efeitos jurídicos pelo Direito de Família (e não mais pelo Direito da
Obrigações como era feito até pouco tempo atrás). Portanto, a atual
Constituição suprimiu a chamada cláusula de exclusão, que apenas admitia a
constituição de uma família pelo casamento, adotando agora um conceito
aberto, abrangente e de inclusão, de pluralismo de entidades familiares.
O pensamento atual é de que as formas de constituição de família não é
taxativa, pois não é a lei que escolhe o modo de se constituir uma família, mas
sim as próprias pessoas. Existe uma “dinâmica familiar”, ainda que não se
enquadre especificamente à hipótese de casamento e união estável entre um
homem e uma mulher como previsto constitucionalmente. Vigora atualmente
um sistema em que as decisões devem ser tomadas de comum acordo
entre marido e mulher (ou entre os conviventes). Observem, também, que não
se usa mais a expressão “pátrio poder”, mas sim poder familiar. E
principalmente, não se faz mais distinção entre filho matrimonial, não-
matrimonial ou adotivo, conforme veremos adiante de forma mais profunda
adiante.
ESTADO DE FAMÍLIA
É a posição e a qualidade que uma pessoa ocupa na entidade familiar.
Características
 Intransferível: não se transfere por ato jurídico (nem em vida e nem na
morte).
 Irrenunciável: o estado depende exclusivamente da posição familiar que
ocupa, independentemente da vontade da própria pessoa.
 Imprescritível: por ser personalíssimo, não prescreve.
 Universal: compreende todas as relações jurídicas que envolvem a
família.
 Indivisível: o mesmo estado familiar é ostentado em relações com a
família e com terceiros (Ex.: uma pessoa solteira é assim considerada
dentro e fora da família; a pessoa casada também assim é considerada
tanto para a família, como para a sociedade em geral, etc.).
 Correlatividade: ou seja, trata-se de um direito recíproco (Ex.: tio e
sobrinho; avô e neto, etc.).
Bem, iniciando a aula, vamos fornecer um “esqueleto” do que iremos
desenvolver durante esta aula.

CONTEÚDO DA AULA SOBRE DIREITO DE FAMÍLIA


1) Direito Matrimonial
2) Direito Convivencial
3) Direito Parental
 Filiação
 Adoção
 Poder Familiar
 Alimentos
 Relações de Parentesco
4) Direito Assistencial  Guarda
 Tutela
 Curatela
 Ausência
Como disse no início da aula, nosso
Matrimonial. Portanto, vamos a ele.

edital ficou restrito ao Direito

EITO MATRIMONIAL
DIREITO
MATRIMONIAL
O casamento é um direito fundamental que está previsto na Declaração
Universal dos Direito Humanos. Trata-se não apenas da formalização ou
legalização da união sexual, mas a conjunção de matéria e espírito entre dois
seres de sexo diferente para atingirem a plenitude do desenvolvimento de sua
personalidade, através do companheirismo e do amor (cf. Domingos Sávio
Brandão Lima). Cada cônjuge reconhece e pratica a necessidade de vida em
comum para ajudar-se mutuamente, suportar o peso da vida, compartilhar o
mesmo destino e perpetuar sua espécie.
O art. 226, capu da Constituição Federal afirma que a família,
t
base da sociedade, tem especial proteção do Estado. E a própria
Constituição de 1988 reconhece expressamente três modelos de entidades
familiares:
a) Casamento (art. 226, §1° e §2°, CF/88)  conjunto de pessoas unidas
pelo casamento (cônjuges e filhos).
b) União estável
(art. 226, §3°, CF/88)  trata-se da chamada entidade
familiar.
c) Famílias monoparentais (art. 226, §4°, CF/88)  conjunto de pessoas
formado por um só dos pais e sua prole (descendentes), também chamadas
de famílias unilineares.
CASAMENTO
É a união legal, o vínculo jurídico, entre homem e mulher que visa o
auxílio mútuo, material e espiritual, criando a família legítima. Trata-se de um
negócio jurídico gerador de direitos e deveres entre o homem e a mulher como
veremos adiante. É vinculado a normas de ordem pública e a observância das
formalidades legais. Trata-se de um ato complexo (depende de celebração e
inúmeras formalidades que veremos, previstas na lei, como o processo de
habilitação, publicidade, etc.), intuitu personae, dissolúvel, realizado entre
pessoas de sexo diferente exigindo a livre manifestação de vontade. É um ato
privativo do representante do Estado (juiz de casamento), sendo que a falta de
competência da autoridade celebrante pode ser causa de anulação, conforme
veremos adiante (art. 1.550, VI, CC).
O casamento civil no Brasil somente foi criado pelo Decreto n° 181, de 24
de janeiro de 1.890, isto com o advento da República e separação entre o
Estado e a Igreja (anteriormente existia apenas o casamento religioso).
NATUREZA JURÍDICA
A doutrina diverge sobre a natureza jurídica do casamento.
a) Teoria Contratualista: trata-se de um contrato civil, regido pelas normas
comuns a todos os contratos, aperfeiçoando-se com algumas regras específicas,
em relação à capacidade das partes (nubentes), impedimentos para realização
do ato, vícios de consentimento, teoria das nulidades, etc.
b) Teoria Institucionalista: o casamento é uma instituição social, refletindo
uma situação jurídica que surge da vontade dos contraentes, mas cujas normas,
efeitos e forma encontram-se pré-estabelecidos em lei.
c) Teoria Eclética: autores mais modernos têm unido as duas outras correntes
afirmando que o casamento é um ato complexo: trata-se de contrato
específico do direito de família (na formação), mas de natureza
institucional (uma vez que inicialmente depende da livre manifestação dos
contraentes, mas que se completa com a celebração, que é um ato privativo do
representante do Estado, conferindo direitos e deveres fixados em lei).
CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO
1. Finalidade. Dentre os principais fins do casamento, temos:
a) Instituição da família matrimonial.
b) Satisfação do desejo sexual: integração fisiopsíquica.
c) Legalização das relações sexuais (ligado também ao dever de
fidelidade) ou do estado de fato.
d) Procriação (não é essencial), proteção e educação dos filhos.
e) Prestação de auxílio mútuo.
f) Estabelecimento de deveres entre os cônjuges.
2. Direitos e Deveres de ambos os consortes (art. 1.566, CC)
a) Fidelidade recíproca.
b) Vida em comum, no domicílio conjugal: lembrando que a coabitação
pode ser relativa; o que caracteriza o abandono é a intenção de não mais
retornar ao lar. E não um afastamento temporário por motivo de serviço.
c) Mútua assistência (material, moral e espiritual), respeito e consideração.
d) Proteção da prole: sustento, guarda e educação dos filhos.
3. Igualdade de Direitos e Deveres. Os direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (art.
226, 5°, CF). O art. 1.511, CC prevê que: “O casamento estabelece comunhão
plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”.
a) ambos podem exercer a direção da sociedade conjugal, fixando o
domicílio, representando a família, etc.
b) qualquer um pode adotar, se quiser, o sobrenome do consorte – bem
como conservar seu nome de solteiro, consignando-se na certidão de
casamento.
c) ambos devem proteger o consorte física e moralmente.
d) ambos devem colaborar nos encargos da família.
e) ambos podem exercer livremente profissão lucrativa.
4. Proibições. Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização (escrita e
expressa) do outro, exceto no regime da separação total de bens (art. 1.647,
CC):
a) Alienar, hipotecar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ou direitos
reais sobre imóveis alheios – trata-se de falta de legitimação (e não de
incapacidade); concedida a anuência o cônjuge fica legitimado a praticar
tais atos.
b) Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens e direitos.
c) Prestar fiança ou aval: procura-se evitar o comprometimento dos bens
do casal.
d) Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens ou rendimentos
comuns ou dos que possam integrar futura meação.
Observação: quando um dos cônjuges nega a outorga sem que haja um justo
motivo, o Juiz pode suprir esta outorga. O mesmo ocorre quando não for
possível para um cônjuge conceder a outorga (Ex.: doença). No entanto se um
cônjuge vender o bem sem a outorga do outro e sem que haja suprimento do
Juiz, a venda é anulável (prazo para anulação: até dois anos depois de
terminada a sociedade conjugal).
5. Princípios do Casamento
a) Livre união incondicional dos futuros cônjuges.
b) Monogamia (união exclusiva): só se permite casar validamente uma
vez; para contrair novo casamento, é necessário dissolver o anterior.
c) Solenidade do ato nupcial: presença de normas de ordem pública,
sendo que sua inobservância impede a sua celebração e até mesmo a
declaração de invalidade.

Observação: Constituição
a união entre homem e mulher, reconhecida pela
estável como entidade familiar pode ser chamada de família natural
(art. 226, §3°). Quando formada somente por um dos pais e seus filhos,
denomina-se família monoparental ou unilinear (art. 226, §4°).
6. Condições legais. Há duas espécies: de existência do casamento e de sua
validade. Vejamos:
a) Existência jurídica do casamento: no Brasil exige-se a diversidade de
sexos, além da celebração na forma da lei (não há casamento por
instrumento particular) e do consentimento (não há casamento na ausência
absoluta de consenso). Havendo transgressões a estas exigências mínimas,
o casamento é considerado inexistente; ou seja, simplesmente não houve
matrimônio algum.
b) Validade do ato nupcial: exige-se a aptidão física (puberdade,
potência, sanidade) e intelectual (grau de maturidade e consentimento
íntegro). Veremos isso com mais detalhes adiante.

ESPONSAIS (ou promessa de casamento)


O termo provém de sponsalia (Direito Romano), relativo à promessa que o
sponsor (promitente – esposo) faz à sponsa (prometida esposa). Trata-se de

um compromisso de casamento entre duas pessoas desimpedidas, de sexo
diferente, para melhor se conhecerem e aquilatar suas afinidades e gostos. É o
que conhecemos por “noivado”. Não há qualquer obrigação legal de se
cumprirem os esponsais, até porque é impossível obrigar alguém a declarar
sua vontade de contrair núpcias, pois o consentimento livre é requisito
essencial do casamento. No entanto o não cumprimento pode acarretar
responsabilidade extracontratual, dando lugar a ação de indenização por ruptura
injustificada. O dano pode ser patrimonial (Ex.: prejuízo com gastos do preparo
de documentos, cerimônia, festa, viagem de núpcias, etc.) ou moral (Ex.: noiva
abandonada no altar com declarações ofensivas, obrigada a demitir-se do
emprego, etc.). Conheço um caso em que a noiva recusou uma promoção, que
implicaria em mudança de residência para o exterior somente porque iria se
casar em data próxima. O casamento acabou não se realizando por rompimento
de seu noivo. A noiva ingressou com ação e ganhou uma boa indenização. Além
disso, pode haver a obrigação de devolver determinados bens (Ex.: presentes
de casamento, jóias, cartas, fotografias, etc.). No entanto devemos ter em
mente que na realidade um casamento deve ter suas bases na afetividade,
sem qualquer conotação de ganho ou vantagem.

FORMALIDADES PARA O CASAMENTO


O casamento é cercado de um ritual, exigindo diversas formalidades. O
primeiro passo é requerer a instauração do processo de habilitação no
Cartório de Registro Civil para constatar a existência ou não de impedimentos
matrimonias e dar publicidade ao ato. Trata-se de uma atitude preventiva, a fim
de se evitar que pessoas impedidas se casem. A habilitação será feita
pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério
Público. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a
habilitação será submetida ao Juiz.
Os proclamas (edital que comunica ao público em geral a intenção dos
noivos de contrair núpcias) são afixados nos Cartórios de ambos os nubentes.
Decorridos 15 dias, o oficial entrega aos nubentes uma certidão de que estão
habilitados a se casar dentro de 90 dias, sob pena de decadência. Se não
houver casamento neste prazo, deve-se renovar todo o processo de habilitação.
Em casos excepcionais pode haver dispensa da publicação (art. 1.527, parágrafo
único, CC). Exemplos: grave enfermidade, parto iminente, viagem inadiável,
etc. Na verdade é o Juiz quem irá apreciar o “motivo urgente”.
Capacidade para o Casamento: Idade Núbil
Capacidade nupcial é a aptidão para casar; é a autoridade conferida pela
lei para quem deseja casar. Fica evidente que a capacidade para o casamento
não se confunde com a capacidade civil. Dispõe o art. 1.517. CC que tanto o
homem como a mulher atingem a idade núbil aos 16 anos. Todavia os
menores púberes (maiores de 16 e menores de 18 anos), para casar, devem ser
autorizados por seus pais ou representantes legais. Caso os pais não
consintam com o casamento ou em havendo divergência entre eles, quando a
razão para a denegação for injusta, poderá a autorização ser suprida pelo Juiz
(art. 1.631, parágrafo único, CC). Dispõe o art. 1518, CC que até a celebração
do casamento os pais, tutores e curadores podem revogar a autorização.
Pergunto: Há alguma exceção à regra da capacidade matrimonial? Uma pessoa
pode se casar antes dos 16 anos? Sim!! Mas é bom que se diga que são
hipóteses excepcionais! A regra é que não pode! Vejamos. O art. 1.520, CC
permite a autorização judicial do casamento do menor que ainda não atingiu
a idade núbil em caso de gravidez ou para evitar o cumprimento de
condenação criminal.
Quanto à hipótese de gravidez, entendo que não há problema algum.
Tenho certeza que muitos de vocês já ouviram falar de algum caso de uma
adolescente que se casou antes dos 16 anos porque estava grávida. Mas quanto
à segunda hipótese (evitar cumprimento de pena), há um problema técnico.
Esse dispositivo estava de acordo com o art. 107 do Código Penal, que previa,
em seu inciso VII, que nos crimes contra os costumes (ex.: estupro), se a
ofendida se casasse com o ofensor seria extinta a punibilidade deste. Ou seja, o
Código Penal previa que se o homem se casasse com a ofendida, “o dano estaria
reparado” e assim extinguia-se a sua punibilidade. Na prática isto significava
que o processo criminal seria arquivado sem uma decisão de mérito. No
entanto a Lei n° 11.106/05 revogou esse dispositivo penal. Não existe mais
esta forma de extinção de punibilidade. Assim, mesmo que haja o casamento
da menor (de
16 anos) com o ofensor, não se extingue mais a sua punibilidade; ou seja, o
processo criminal continua seus trâmites normais. Portanto perdeu-se a
finalidade do dispositivo no Direito Civil, uma vez que não mais existe a hipótese
correlata no Direito Penal.
Casamento Religioso com Efeitos Civis
A Constituição Federal estatui (art. 226, §§ 1° e 2°) que o casamento é
civil e gratuita a sua celebração, sendo que o religioso tem efeito civil. Melhor
explicando. O art. 1.515, CC determina que o casamento religioso, que atender
às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este,
produzindo efeitos a partir da data da celebração.
Pode ser feito de dois modos:
A) Habilitação prévia: os nubentes se apresentam previamente ao oficial do
registro civil, que fornece aos noivos uma certidão válida por 90 dias para se
casaram perante o ministro religioso. Após isso devem retornar e registrar o
casamento religioso realizado.
B) Habilitação posterior: após o casamento religioso os nubentes apresentam
prova do ato religioso, além de todos os documentos exigidos no art. 1.525, CC,
sendo que uma vez inscrito retroagirá seus efeitos à data da realização da
cerimônia. Neste caso o registro funciona como uma convalidação.
Em qualquer das hipóteses exige-se o processo de habilitação.
Também é necessário que a cerimônia seja realizada por ministro de confissão
religiosa oficialmente reconhecida (caso contrário a situação será de apenas
uma união estável). Na prática isto não é utilizado. Exigem-se tantas
formalidades para esta conversão, que fica mais fácil casar com as formalidades
legais. Até porque a lei não dispensa os trâmites cartorários que antecedem a
cerimônia nupcial; o que pode ser dispensada é a celebração das duas
cerimônias (civil e religiosa).
Documentos Necessários para o Casamento
O requerimento de habilitação do casamento será preenchido de próprio
punho por ambos os nubentes ou por terceiro (um procurador ou mandatário,
com poderes específicos para o ato), dirigido ao oficial do Registro Civil,
devendo ser instruído com os seguintes documentos:
 Certidão de Nascimento (recente): com ela é que se prova a idade núbil
(data e local de nascimento), filiação (comprovando parentesco e
obstando eventuais infrações impeditivas), etc. Trata-se de um
pressuposto de validade para o ato.
 Memorial: trata-se da identificação dos nubentes, com declaração do
estado civil, domicílio e residência atual dos nubentes e dos pais – define
a competência para o casamento e os locais onde serão publicados os
editais.
 Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem (ambos os
pais, tutor ou curador) ou suprimento judicial. Neste caso o
procedimento é o previsto para a jurisdição voluntária (arts. 1.103 e
seguintes do Código de Processo Civil). O termo jurisdição voluntária é
usado para indicar quando não há uma disputa entre as partes, porém a
intervenção do Juiz é necessária, exercendo-se a jurisdição no sentido de
simples administração (contrapõe-se com a jurisdição contenciosa,
caracterizada pela disputa entre duas ou mais partes, que pleiteiam
providências opostas ao Juiz). Na aula 01 (Pessoa Naturais –
Interdição) fizemos um “quadrinho comparativo”. Na dúvida, releiam. O
suprimento judicial também é chamado, por alguns autores de
suplementação da idade núbil.
 Declaração de duas pessoas maiores (parentes ou estranhos), que
atestem conhecer os nubentes e afirmem não existir impedimento que os
iniba de casar (são as testemunhas).
 Certidão de óbito do cônjuge falecido, da anulação do casamento anterior
ou do registro de sentença de divórcio. Evita-se com isso, o risco de
eventual casamento de pessoas já são casadas.

IMPEDIMENTOS E CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO


Pode ocorrer que uma pessoa tenha capacidade para o casamento, mas
seja impedida de se casar. Portanto, os chamados impedimentos matrimoniais
se diferem da incapacidade matrimonial (art. 1.517 a 1.520, CC), que é dirigida
à vontade e à idade núbil. Ex.: dois irmãos estão impedidos de se casar entre
si em razão do laço de parentesco; porém eles têm capacidade para contrair
núpcias com outra pessoa. Assim, além da capacidade, outros requisitos devem
ser observados (decorrem da lei) para a validade e regularidade do casamento.
O Código Civil estabelece duas classes de impedimentos ao casamento:
A) Impedimentos Absolutamente Dirimentes (também chamados de
impedimentos propriamente ditos ou impedimentos públicos). Eles estão
previstos nos arts. 1.521 e 1.522, CC. Impedem a realização do
casamento. Se, por um acaso, o casamento for celebrado nessas
condições, ele será considerado inválido (casamento nulo: art. 1.548, II,
CC), não sendo possível a sua ratificação ou convalidação. Os impedimentos
dizem respeito à pessoa, ou seja, a lei obsta o casamento entre determinadas
pessoas.
B) Causas Suspensivas (anteriormente chamados de impedimentos
impedientes). Estão previstas nos arts. 1.523 e 1.524, CC – Impedem a
realização do casamento, mas se o casamento porventura ocorrer, o mesmo
será considerado válido. No entanto os cônjuges sofrerão algumas sanções
indiretas, como veremos adiante. Na verdade estas hipóteses apenas
suspendem a capacidade nupcial (daí o nome: causas suspensivas); cessado
o impedimento, pode haver casamento normalmente.

Observação. O atual Código não trata mais dos impedimentos


relativamente dirimentes, preferindo discipliná-los agora como causas de
invalidade do casamento, conforme veremos no item “sistema de nulidades
do casamento”.

A) IMPEDIMENTOS DIRIMENTES ABSOLUTOS (OU PÚBLICOS)


Estão previstos
taxativamente no art. 1.521, I a VII, CC. São
circunstâncias de fato ou de direito que proíbem o casamento e acarretam, caso
desrespeitados, a nulidade do casamento (art. 1.548, caput e inciso II, CC).
Podem ser classificados em:
1. Impedimentos em razão de Parentesco (art. 1.521, I a V, CC)
a) Consanguinidade
b) Afinidade
c) Adoção
2. Impedimento em razão de Vínculo (art. 1.521, VI, CC)
3. Impedimento em razão de Crime (art. 1.521, VII, CC)
Vamos agora analisar cada uma dessas hipóteses.

1. Impedimentos Resultantes de Parentesco (art. 1.521, I a V, CC)


a) Consanguinidade. Estão proibidos de se casar:
 Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural (Ex.:
pai com filha, na linha matrimonial ou extramatrimonial) ou civil
(adoção) – inciso I. Evitam a constituição de relações incestuosas, por
questões morais e biológicas. Não há limite de graus para a existência
deste impedimento. Lembrando que parentesco civil é o decorrente de
adoção.
 Os irmãos, bilaterais (germanos) ou unilaterais (mesmo pai 
consanguíneos; mesma mãe  uterinos) e os demais colaterais, até o
terceiro grau, inclusive. Ainda na aula de hoje (Direito Parental) e
também na próxima (Direito das Sucessões) veremos o quadro
completo dos colaterais. Adiantando um pouco a matéria: colaterais são
parentes que descendentes de um tronco comum, sem descenderem
uns dos outros. Exemplos: irmãos (segundo grau), tios e sobrinhos
(terceiro grau), primos (quarto grau), etc.
Observação: há divergência doutrinária quanto à possibilidade do
casamento de colaterais em terceiro grau (ex.: tio e sobrinha ou tia e
sobrinho), conhecido como casamento avuncular. Isso porque o
Decreto-Lei n° 3.200/41 e a Lei n° 5.891/73 permitiriam tal casamento,
desde que precedido de exame médico. No entanto alguns autores
entendem que o Código Civil, por ser lei mais nova, revogou tais
dispositivos (bem mais antigos), impedindo o casamento. No entanto, foi
aprovado o Enunciado n° 98 da I Jornada de Direito Civil do CJF, que
estabelece: “O inciso IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser
interpretado à luz do Decreto-Lei n° 3.200/41 no que se refere à
possibilidade de casamento entre colaterais de 3° grau”. Até porque esses
casamentos foram aceitos durante muito tempo na nossa sociedade e
nnoossssaa
voltar atrás seria um
m retrocesso que ocasionaria, ssem dúvida nenhuma, o
surgimento de relações
ções à margem do direito, tidas como ilegais, mas
cocommoo
formadas de fato. No entanto, em relação aos primos não há qualquer
dúvida: eles podem se casar, pois são colaterais de 4° grau, não havendo
proibição legal alguma em relação a eles.
b) Afinidade. Estão proibidos de se casar:
 Os afins em linha reta. A afinidade é o vínculo que se estabelece entre
um cônjuge ou companheiro e alguns parentes do outro. Uma vez
estabelecida a afinidade em linha reta (ex.: sogro e nora, sogra e
genro, padrasto ou madrasta com enteada ou enteado) não se
extingue nem mesmo pela dissolução do casamento ou união estável
que a originou. Logo, é proibido o casamento do sogro com a viúva de
seu filho. Não há limites de graus na linha reta. Na linha colateral não
há qualquer impedimento, permitindo-se o casamento de uma pessoa
com seu ex-cunhado.
c) Adoção. Estão proibidos de se casar:
 O adotante com adotada – inciso I.
 O adotante com quem foi o cônjuge do adotado e o adotado com quem
foi o cônjuge do adotante – inciso III.
 O adotado com outro filho (natural ou adotado) do adotante (pois neste
caso eles passariam a ser considerados como irmãos) – inciso V.
2. Impedimentos em razão de Vínculo (art. 1.521, VI, CC)
 As pessoas casadas – proibindo, assim a bigamia (ou até a poligamia) e
prestigiando a monogamia – inciso VI. Não há proibição em se tratando
de casamento religioso não inscrito no Registro Civil. A existência de
casamento no exterior, ainda que não registrado no Brasil, é motivo
para gerar impedimento (jurisprudência STJ – RDR 24/266).
3. Impedimento em razão de Crime (art. 1.521, VII, CC)
 O cônjuge sobrevivente com o condenado como delinquente no
homicídio ou tentativa de homicídio, contra o seu consorte - inciso VII.
Trata-se da conivência moral com o crime. Não há necessidade de
cumplicidade entre o delinquente e o cônjuge sobrevivente. No entanto
deve haver a condenação criminal. Se houver absolvição ou extinção de
punibilidade (Ex.: prescrição), não haverá o impedimento. Só há
impedimento no homicídio doloso, pois no culposo não houve intenção
de matar um para casar com o outro.

O casamento realizado em qualquer das hipóteses acima o


torna nulo (art. 1.548, CC).

Os impedimentos matrimoniais podem ser alegados por qualquer pessoa


maior e capaz, até o momento da celebração do casamento. Deve haver
declaração escrita com provas do fato alegado (art. 1.523, CC). Se o juiz ou o
oficial de registro tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será
obrigado a declará-lo. Em qualquer caso, os nubentes podem fazer prova
contrária e promover ações cíveis e criminais contra o oponente de má-fé (art.
1.530, parágrafo único, CC). Após o casamento, a alegação deve ser feita por
meio de ação de nulidade de casamento, a ser promovida por qualquer
interessado ou pelo Ministério Público.

B) CAUSAS SUSPENSIVAS (arts. 1.523/1.524, CC)


Anteriormente também eram usados os termos “impedimentos
impedientes” ou “impedimentos proibitivos”. Como estes itens não são tratados
como impedimentos (pois não proíbem de forma definitiva o casamento),
modernamente usa-se apenas o termo “causas suspensivas”. Podemos
conceituá-las como sendo as circunstâncias que obstam à realização do
casamento até que sejam tomadas certas providências, ou até que se cumpra
determinado prazo, ou que acarretam a imposição do regime de separação de
bens. A infração a esse dispositivo não desfaz o casamento (não é caso de
anulação ou nulidade). Apenas, pela irregularidade, sofrem os nubentes
certas sanções previstas em lei. Esses impedimentos são estabelecidos no
interesse dos filhos do casamento anterior; no intuito de se evitar a confusão de
sangue e/ou do patrimônio dos filhos com o da nova sociedade conjugal. São
eles (art. 1.523, CC):
 O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros (a não
ser que prove a inexistência de prejuízo para os herdeiros) - evita
confusão do patrimônio do bínubo – inciso I.
Neste caso há dupla sanção: a) imposição de regime de separação
obrigatória de bens (art. 1.641, I, CC); b) hipoteca legal de seus imóveis em
favor dos filhos (art. 1.489, II, CC).
 A viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução
da sociedade conjugal, salvo se antes de findo esse prazo der à luz
algum filho ou provar a inexistência de gravidez (costumamos dizer em
latim: cessante causa, tollitur effectus), sob pena de casar sob regime
da separação obrigatória de bens – inciso II e parágrafo único. Evita
dúvida sobre a paternidade de filhos (chamamos de turbatio sanguinis -
confusão sanguínea).
 O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
partilha dos bens do casal, sob pena de imposição do regime de
separação de bens – inciso III. Evita a confusão dos patrimônios. A
sanção é a separação obrigatória de bens, exceto se for provado que
não houve prejuízo para o outro cônjuge.
 O tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados, ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, se não
estiverem saldadas as respectivas contas (inciso IV). Trata-se de
impedimento destinado a afastar a coação moral que possa ser exercida
por pessoa que tem ascendência e autoridade sobre o ânimo do
incapaz, resultando em um casamento por interesse. A sanção é a
separação obrigatória de bens, exceto se for provado que não houve
prejuízo para o tutelado ou curatelado.

Observações
1) Como vimos, nas hipóteses previstas nos incisos I, III e IV é permitido aos
nubentes solicitar ao Juiz que não sejam aplicadas as causas suspensivas, desde
que provada a inexistência de prejuízo (art. 1.523, parágrafo único, CC), ou
seja, desde que provada a inexistência ou impossibilidade de confusão
patrimonial ou de filiação.
2) Por interessar exclusivamente à família, as causas suspensivas só poderão
ser suscitadas pelos (art. 1.524, CC): a) ascendentes e descendentes (em linha
reta), consanguíneos ou afins; b) colaterais em segundo grau (irmãos ou
concunhados).
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
Celebra-se o casamento perante o juiz de casamentos, com toda a
publicidade, de portas abertas. Também é valida a celebração realizada perante
ministro de qualquer confissão religiosa que não contrarie a ordem pública ou os
bons costumes. Os nubentes, munidos da certidão de habilitação devem entrar
em contato com a autoridade que presidirá a cerimônia, requerendo a
designação do dia (qualquer dia, inclusive domingo e feriado), hora (dia ou
noite) e local da celebração (art. 1.533, CC). A lei exige a presença de duas
testemunhas que podem ser parentes ou não dos noivos. Se for em casa
particular ou se um dos nubentes não souber ou não puder escrever, o número
de testemunhas sobe para quatro (art. 1.534, CC). O presidente do ato, ouvindo
dos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea
vontade, declarará efetuado o casamento nos seguintes termos: “De acordo
com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim de vos receberdes
por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados”. Estes termos
sacramentais estão previstos no art. 1.535, CC. Logo depois do casamento
será lavrado o respectivo assento no livro de registro.
É interessante acrescentar que a celebração será imediatamente suspensa
se um dos contraentes: recusar a solene afirmação de sua vontade; declarar
que sua manifestação não é livre e espontânea; manifestar-se arrependido. Se
houver a suspensão não é possível a retratação do arrependimento no mesmo
dia. Ainda que seja por pura “brincadeira” (de mau gosto, diga-se de
passagem), suspende-se a celebração para o dia seguinte (art. 1.538, CC).

CASAMENTO POR PROCURAÇÃO (art. 1.542, CC)


Embora seja imprescindível a presença real e simultânea dos contraentes,
o Código Civil permite o casamento por procuração, desde que um dos
nubentes não possa estar presente. A procuração deve ser por instrumento
público, com poderes especiais para contrair casamento, mencionando o
regime de bens. Se ambos não puderem comparecer, deverão nomear
procuradores diversos. O prazo do mandato não poderá exceder a 90 dias. A
procuração pode ser revogada a qualquer tempo antes da celebração do
casamento, mas também será exigido o instrumento público para a revogação
(princípio da atração das formas – a mesma forma exigida para o ato deverá ser
usada para a revogação).
PROVAS DO CASAMENTO
Prova-se o casamento no Brasil pela sua
certidão do registro civil
(prova direta específica), segundo o art. 1.543, CC.
Sendo justificada a perda ou a falta de certidão, o casamento é provado
por qualquer outra espécie de prova lícita. É a chamada posse de estado de
casados:, que um meio de prova indireto. É indispensável a demonstração
da impossibilidade de se obter a prova específica pela perda ou falta do registro.
CASAMENTO NUNCUPATIVO (ou in extremis vitae momentis, ou in articulo
mortis)
Nuncupativo (do latim nuncupare, ou seja, dizer de viva voz), ocorre
quando um dos contraentes nubentes se encontra em iminente risco de vida ou
à beira da morte (art. 1.540, CC), não estando presente a autoridade
competente para presidir o ato. Por esse motivo, dispensam-se as
formalidades legais do ato (processo de habilitação, proclamas e até mesmo a
presença da autoridade competente, pois os contraentes não a localizaram).
Basta que os contraentes manifestem o propósito de se casar e, de viva voz,
recebam um ao outro por marido e mulher. É necessária a presença de seis
testemunhas sem parentesco (na linha reta e colateral até 2° grau) e posterior
habilitação e homologação judicial. Após a morte do enfermo devem comparecer
diante da autoridade judicial competente, declarando por termo que foram
convocadas pela pessoa que corria perigo de morte, mas estava consciente da
sua vontade e que os contraentes, de forma livre e espontânea, aceitaram o
casamento. Se a pessoa convalescer, basta que ratifique o casamento na
presença da autoridade competente (não é necessário um novo casamento). Se
não for ratificado o casamento não terá valor algum.

REGIME PATRIMONIAL DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES


Um casamento resulta em comunidade de vidas, em uma sociedade
conjugal. Por ser uma “sociedade” há regras disciplinadoras das relações
econômicas das pessoas envolvidas. Daí a importância da escolha do regime de
bens. Seu objetivo é disciplinar o patrimônio dos cônjuges antes e na vigência
do casamento, de acordo com a sua vontade, mas dentro dos limites legais.
Trata-se do conjunto de normas que regem as relações patrimoniais
entre marido e mulher na constância do casamento, quer entre marido e
mulher, quer perante terceiros. Em síntese, é o estatuto patrimonial dos
cônjuges. Como regra os cônjuges têm liberdade para escolher qual o regime de
bens vigorará entre eles desde que não desrespeite a lei. Na habilitação de
casamento, os nubentes podem optar por um dos regimes previstos em lei, que
começa a vigorar na data da celebração do casamento.
PRINCÍPIOS
a) Variedade de Regime de Bens. Tem por objetivo colocar à
disposição dos interessados regimes de bens, oferecendo quatro espécies de
regimes: comunhão universal, comunhão parcial (ou regime legal), separação e
participação final dos aquestos (que substituiu o regime dotal). Lembrando que
em algumas situações a lei impõe o regime de bens. Portanto faz-se a distinção
entre separação total de bens convencional e a separação total de bens legal.
Além disso, os contraentes podem combinar as regras do regimes entre si,
criando um sistema misto. Analisaremos, logo adiante, cada um destes regimes
que pode ser adotado pelos cônjuges.
b) Liberdade dos Pactos Antenupciais. Pacto antenupcial é um
contrato solene, realizado antes do casamento, por meio do qual os nubentes
escolhem o regime de bens que vigorará durante o matrimônio. Tem o objetivo
de dar aos nubentes a opção de “estipular, quanto a seus bens, o que lhes
aprouver”, desde que seja antes da celebração do casamento (art. 1.639, CC) e
não contrarie a lei. Os nubentes podem estipular cláusulas, atinentes às relações
econômicas, desde que respeitados os princípios da ordem pública; devem ser
feitos por escritura pública e deve ser seguido ao casamento (art. 1.653, CC).
Resumindo: é nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura
pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Se os nubentes nada convencionarem ou sendo nula a convenção,
vigorará o regime da comunhão parcial (regime legal – art. 1.640, CC). Se
optarem por qualquer outro regime, será obrigatório o pacto antenupcial por
escritura pública. O pacto só produz efeitos a partir do casamento. Para que
produza efeitos perante terceiros é necessário o registro no Cartório de Registro
de Imóveis do domicílio do casal. O pacto antenupcial não admite cláusula que
desrespeite disposição absoluta de lei (art. 1.655, CC), sendo nula eventual
disposição que prejudique eventuais direitos conjugais (ex.: cláusula que
dispense o cônjuge do dever de fidelidade) ou paternos (ex.: cláusula que prive
um dos cônjuges do poder familiar). Por tal motivo se costuma dizer que o
princípio da livre estipulação não é absoluto, admitindo algumas restrições.
Ainda sobre este tema a doutrina afirma que há a possibilidade do futuro
casal criar o seu próprio regime de bens, híbrido e distinto dos regimes
disciplinados pelo Código. Assim, nosso sistema faculta que o casal gere um
regime de bens exclusivo, que pode ser misto e combinado, desde que
observadas as situações previstas no art. 1.641, CC.
c) Mutabilidade Justificada do Regime Adotado. Atualmente a lei
permite a mutabilidade do regime adotado, desde que haja autorização judicial,
atendendo a pedido motivado de ambos os cônjuges, após apuração de
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros (art.
1.639, §2°, CC). Portanto, a alteração do regime não pode ser obtida
unilateralmente, nem em um processo litigioso, promovido por apenas um
cônjuge. Alguns autores entendem que a exigência de expor os motivos do
pedido de alteração do regime e comprovar a veracidade das razões estaria em
desacordo com a lei; seria contra o princípio não-intervencionista, pois trata-se
de assunto íntimo e privado que somente diz respeito ao casal (ferem as
garantias constitucionais da personalidade, da intimidade e da privacidade –
art. 5°, inciso X, CF/88). No entanto trata-se de uma corrente doutrinária (na
qual me filio), mas que não deve ser aceita em um concurso público.
Outro problema: pessoas que contraíram núpcias antes do atual Código
poderão alterar seu regime de bens (o Código anterior não previa tal
possibilidade) ou esta regra aplica-se apenas aos casamentos contraídos após a
vigência do atual Código Civil? Há duas correntes doutrinárias sobre o tema. No
entanto entendo que a tendência é permitir esta prerrogativa em ambas as
situações, até mesmo em homenagem ao princípio constitucional da igualdade.
Aguardemos as decisões definitivas sobre o tema em nosso direito vivo.

Resumindo os requisitos: a) pedido formulado por ambos os cônjuges; b)


autorização judicial; c) razões relevantes; d) ressalva dos direitos de terceiros.
Disposições Gerais
O art. 226, §5° da Constituição Federal consagrou a isonomia entre os
cônjuges. Atualmente o sustento da família é da responsabilidade da entidade
conjugal. Os arts 1.642 e 1.643, CC estabelecem quais os atos que podem ser
praticados livremente pelo marido ou pela mulher, qualquer que seja o regime
de bens.
Por outro lado o art. 1.647, CC estabelece quais os atos que o cônjuge não
pode praticar sem a autorização do outro (salvo na separação absoluta de
bens). Trata-se de falta de legitimação da pessoa casada para realizar
determinados negócios:
 alienar (vender, doar, etc.) ou gravar de ônus real (hipotecar, constituir
usufruto, etc.) os bens imóveis;
 pleitear como autor ou réu acerca desses bens ou direitos;
 prestar fiança ou aval;
 fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que
possam integrar futura meação.

Essa limitação tem o fim de evitar o comprometimento dos bens do casal.


A autorização do cônjuge pode ser suprida judicialmente quando negada sem
justo motivo por um dos cônjuges, ou quando for impossível sua concessão. A
falta de autorização, não suprida pelo Juiz, quando necessária, tornará anulável
o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear a anulação até 02 anos depois
de terminada a sociedade conjugal.

CLASSIFICAÇÃO DOS REGIMES


Antes de analisarmos as espécies de regimes de bens, vamos fazer uma
pequena classificação. Os regimes podem ser divididos em:
1. Regimes Legais: são os impostos pela lei.
a) Comunhão Parcial de Bens (arts. 1.640 e
1.658 até 1.666, CC):
fixado diante do silêncio das partes (embora possa ser também escolhido
pelos cônjuges).
b) Separação Obrigatória de Bens (arts. 1.641, I a III, 1.667 até
1.671, CC): fixado pela lei, pois se encaixa em uma situação em que
não é dada aos contraentes a opção de escolha.
2. Regimes Convencionais: vigoram por livre escolha dos nubentes, com
obrigatoriedade do pacto antenupcial.
a) Comunhão Universal de Bens (arts. 1.667 até 1.671, CC).
b) Separação Parcial de Bens (arts. 1.640 e 1.658 até 1.666, CC).
c) Participação Final nos Aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC).

Vejamos agora cada um dos regimes patrimoniais de bens de forma


pormenorizada.

A) REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL (LEGAL OU LIMITADA). Arts.


1.658 a 1.666, CC.
O regime legal da comunhão parcial de bens é também chamado de
comunhão de aquestos. Aquestos são os bens adquiridos a título oneroso
pelos cônjuges na constância do casamento. Este regime é o que vigora no
silêncio das partes (que não realizaram o pacto antenupcial) ou no caso de
nulidade do pacto antenupcial (neste caso o regime da comunhão parcial
também é chamado de supletivo).
Compreende, em princípio, três patrimônios distintos: um só do marido
antes do casamento; outro só da mulher antes do casamento e um terceiro de
ambos, adquiridos a título oneroso durante o casamento. A administração
destes cabe a qualquer um dos cônjuges (art. 1.663, CC).
Após o casamento, os bens adquiridos se comunicam entre os cônjuges.
Também se comunicam as benfeitorias realizadas em bens particulares de cada
cônjuge. Exemplo: marido tinha uma casa; após o casamento reformou esta
casa, construindo piscina, garagem, etc. Também se comunicam os frutos
percebidos na constância do casamento, mesmo que o bem seja particular.
Exemplo: esposa possui uma casa que está alugada; após o casamento os
valores dos aluguéis se comunicam entre os cônjuges. Presumem-se (presunção
relativa, pois permite prova em contrário) que os bens móveis foram adquiridos
na constância do casamento, se não se provar que o foram em data anterior
(art. 1.662, CC).
No entanto, ficam excluídos da comunhão de bens que cada cônjuge
possuía antes de casar, bem como os que vierem depois, por doação ou
sucessão (e os sub-rogados em seu lugar). Exemplo: Duas pessoas se casam
sob o regime da comunhão parcial. Eles nada tinham antes de se casar. Após
alguns anos, o pai da mulher, muito rico, falece. Os bens que ela receberá pela
herança (sucessão) serão somente dela, não se comunicando ao marido. Se os
bens possuídos antes do casamento pertencem a um dos cônjuges, é óbvio que
não se comunicam os adquiridos com o produto da venda deles (chamamos isso
de sub-rogação). Também não se comunicam os bens de uso pessoal, os
instrumentos de profissão e os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge.
Por outro lado cada consorte responde pelos próprios débitos anteriores ao
casamento. Exemplo: antes do casamento o marido praticou um ato ilícito
qualquer. Após isso ele se casa. Na constância do casamento ele é condenado a
reparar o dano. Ele deve fazer isso com o patrimônio que tinha antes do
casamento. O patrimônio adquirido pelo casal, em tese, não responderá pela
dívida. Se um cônjuge ganhar na loteria, apesar de não ter sido adquirido a
título oneroso (trata-se de um fato eventual), haverá a comunicação entre
ambos. Da mesma forma, as doações e a herança em favor de ambos os
cônjuges (Ex.: pai da noiva doa uma casa para ambos).
Uma última observação, apenas para reforçar o que já ficou consignado
mais acima. Digamos que uma mulher seja proprietária de um bem imóvel e se
case pelo regime da comunhão parcial. Passados alguns anos ela deseja vender
este imóvel particular. Indaga-se: ela necessita da outorga marital para esta
venda? Resposta: embora o bem seja somente dela, ela necessitará desta
outorga nos termos do art. 1.647, CC que trata sobre as disposições gerais dos
regimes de bens entre os cônjuges. No entanto se o marido não puder ou não
quiser fornecer sem um motivo plausível, o juiz pode suprir tal outorga, nos
termos do art. 1.648, CC.

B) REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL. Arts. 1.667 a 1.671, CC.


Neste regime os nubentes podem estipular a comunicação de todos os
seus bens, presentes ou futuros, adquiridos antes ou depois do casamento,
ainda que adquiridos em nome de um só deles, bem como as dívidas posteriores
ao casamento. Em princípio só há um patrimônio. Instaura-se o estado de
indivisão, passando a ter cada cônjuge o direito à metade ideal do patrimônio
comum, constituindo uma só massa. Os noivos devem celebrar pacto
antenupcial para adotar este regime matrimonial.

Antes da partilha não se fala em meação, mas de parte ideal.


ha não se fala em meação, dee
O art. 1.668, CC enumera os bens que ficam excluídos da comunhão,
mesmo que universal. Exemplo: os bens doados ou legados com cláusula de
incomunicabilidade, dívidas anteriores ao casamento (exceto aquelas contraídas
para os preparativos do casamento e os reverteram para ambos após o
casamento), os bens de uso pessoal, os livros e os instrumentos de trabalho, os
proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge, etc.

C) REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS. Arts.


1.672/1.686, CC.
Trata-se de uma nova espécie de regime de bens, estabelecido pelo atual
Código Civil. É próprio para cônjuges que exercem atividades empresariais
distintas, para que possam ter maior liberdade de alienação de seus pertences
dando maior agilidade a seus negócios. Os noivos devem celebrar pacto
antenupcial. Costuma-se dizer que é um regime híbrido, ou seja, um misto de
dois regimes: durante a constância do casamento vigoram as regras
semelhantes ao regime da separação total de bens; dissolvida a sociedade
conjugal, em tese, vigoram as regras da comunhão parcial.
Nesse regime há formação de massa de bens particulares incomunicáveis
durante o casamento, mas que se tornam comuns quando da dissolução do
matrimônio.
Há dois patrimônios:
a) Inicial – Trata-se do conjunto de bens que cada cônjuge possuía
antes de se casar e os que foram por ele adquiridos, a qualquer título,
durante o
casamento. A administração dos bens é exclusiva de cada cônjuge, podendo
aliená-los livremente se forem móveis (art. 1.673, parágrafo único, CC). Em se
tratando de bens imóveis um não poderá sem a autorização do outro realizar os
atos previstos no art. 1.647, CC (alienar, hipotecar, prestar fiança, etc.). No
entanto, no pacto antenupcial pode-se convencionar a livre disposição
também dos bens imóveis, desde que particulares (art. 1.656, CC).
Observem que na constância do casamento há apenas uma expectativa de
eventual e futuro direito à meação.
b) Final – Com a dissolução da sociedade conjugal apura-se o montante
dos aquestos (já vimos que aquestos são os bens adquiridos a título oneroso
pelos cônjuges na constância do casamento), excluindo-se da soma o
patrimônio próprio (Ex.: bens anteriores ao casamento e os sub-rogados em seu
lugar, obtidos por herança, legado ou doação, etc.), efetuando-se a partilha e
conferindo a cada consorte, metade dos bens amealhados pelo casal. Se os bens
forem adquiridos pelo trabalho conjunto, cada um dos cônjuges terá direito a
uma quota igual no condomínio. Acrescente-se que neste regime, se houver o
evento “morte”, o cônjuge sobrevivente, além da meação terá direito à herança.
Este tema será analisado com maior profundidade na próxima aula. O direito à
meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime
matrimonial (art 1.682, CC).
Participação final nos Aquestos X Comunhão Parcial
Na comunhão parcial comunicam-se todos os bens adquiridos
onerosamente durante o casamento. Na participação, em princípio, não há
comunicação dos bens durante o casamento (salvo se forem advindos do
trabalho comum). Isso só ocorre após a dissolução da sociedade conjugal.

D) REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS. Arts. 1.687/1.688, CC.


Por esse regime cada consorte conserva, com exclusividade, o domínio,
posse e administração de seus bens, presentes e futuros, havendo
incomunicabilidade dos mesmos, não só dos que cada um possuía ao se casar,
mas também dos que vierem a adquirir na constância do casamento. Não se
comunicam, outrossim, os débitos anteriores ou posteriores ao casamento.
Existem dois patrimônios distintos: o do marido e o da mulher.
Qualquer um dos cônjuges tem patrimônio próprio e pode, sem
autorização do outro, livremente administrar, alienar ou gravar seus bens,
sejam eles móveis ou imóveis. Além disso, pode pleitear como autor ou réu
acerca de bens e direitos imobiliários, prestar fiança ou aval e fazer doações.
Trata-se de uma liberdade inerente ao próprio estilo de vida em comum, sem a
ligação patrimonial, não havendo sentido permanecer a necessidade de
autorização do outro cônjuge para atos que não seriam de sua competência. No
entanto os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal, salvo
disposição diversa em pacto antenupcial, onde podem estabelecer a quota de
cada um. Podem até mesmo estabelecer a dispensa de um deles nas despesas
do casal e fixar regras sobre a administração dos bens.
Espécies
a) Convencional: os nubentes adotam, por convenção antenupcial;
podem estipular a comunicabilidade de alguns bens, normas sobre a
administração, colaboração da mulher, etc. Pode ser dividido em:
 Pura ou Absoluta – incomunicabilidade de todos os bens adquiridos
antes e depois do matrimônio, inclusive frutos e rendimentos.
 Limitada ou Relativa – incomunicabilidade dos bens, mas comunicam
os frutos e rendimentos futuros.
b) Legal (ou obrigatório): a lei impõe, por razões de ordem pública ou
como sanção, não havendo a comunhão de aquestos (art. 1.641, CC). Por ser
imposto pela lei não há necessidade de pacto antenupcial. São suas hipóteses:
 Pessoa que contraiu casamento com inobservância das causas de
suspensão (art. 1.523, CC).
 Pessoa (ambos os sexos) maior de 70 anos (redação dada pela Lei
no 12.344/10). Particularmente acho uma “bobagem” este
dispositivo. Trata-se de uma evidente capitis diminutio (esta
expressão é traduzido como “diminuição de autoridade”, geralmente
humilhante ou vexatória) imposta pelo Estado. O dispositivo, em
tese, visa impedir o famoso “golpe do baú”, ou seja, obstar o
casamento realizado exclusivamente por interesses econômicos
(Ex.: pessoa maior de 70 anos se casa com jovem de 30 anos). E
daí? Por que o Estado quer se intrometer nesta situação? As duas
pessoas são maiores, capazes, e têm maturidade suficiente para
entender o que estão fazendo. Entendo que se trata de uma norma
restritiva de direitos, ferindo a Constituição em relação à dignidade
da pessoa humana, intimidade e igualdade, presumindo, indevida e
indistintamente, a incapacidade das pessoas maiores de 70 anos. No
entanto, se cair algo na prova, coloquem como está na lei. No
entanto há uma mitigação na regra: se o casamento foi realizado
após uma união estável de mais de dez anos consecutivos ou da
qual tenham nascido filhos, não se aplica esta regra.
 Aquele que depender de suprimento judicial para casar. Mesmo
havendo a autorização do Juiz, a lei determina que o casamento
deva ser com separação de bens.

Observação: A jurisprudência tem admitido a comunicação dos bens


adquiridos na constância do casamento pelo esforço comum do casal,
comprovada a existência da sociedade de fato. Além disso, temos a Súmula 377
do Supremo Tribunal Federal – “No regime da separação legal de bens,
comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”. Atualmente esta
Súmula tem prevalecido apenas em relação aos bens adquiridos pelo esforço
comum dos cônjuges, na separação legal de bens. No entanto, em relação ao
regime da separação total convencional de bens este regime continua intocado,
pois ele foi escolhido de forma voluntária pelos nubentes, sendo de seu
interesse (e não imposto pelo Estado).
A Súmula, aparentemente estranha, foi editada para corrigir uma
injustiça. Exemplo clássico: Digamos que uma jovem de 15 anos, com pouco ou
nenhum recurso financeiro tenha engravidado. O Juiz permitiu o casamento,
mas com a ressalva da separação legal de bens. Passados muitos anos o casal,
com esforço comum, passou a adquirir vários bens. Mas, como geralmente
acontecia na ocasião, os bens eram colocados somente no nome do marido
(lembrem-se antigamente o divórcio não existia e que até antes da edição do
atual Código, o homem era o “chefe da sociedade conjugal”). Chegando ao fim
da vida a mulher está pobre, sem bem algum em seu nome; enquanto isso o
marido está “rico”, pois todos os bens foram colocados em seu nome. Se
houvesse divórcio, tudo ficaria com o marido (o casamento era por separação
total e tudo em seu nome). Assim, por vezes a mulher se submetia a caprichos
do marido, pela total dependência econômica. Com a Súmula, passou-se a
entender que mesmo no regime de separação legal de bens haveria a
comunicação dos bens adquiridos na constância do casamento. Portanto até
hoje a doutrina entende que no caso de separação legal (ou obrigatória) de bens
aplica-se o regime da comunhão parcial. Assim, comprovada a conjunção de
esforços para a aquisição de bens, estes devem ser partilhados quando da
dissolução do casamento.
Outra indagação: é possível a alteração do regime de bens no caso de
pessoas casadas sob o regime de separação legal de bens? Não há uma
resposta definitiva. Há quem entenda que é proibido. Pessoalmente entendo que
em algumas situações é possível. Ex.: pessoa se casou com autorização judicial,
pois ainda não tinha a chamada “idade núbil”. Passada esta idade, qual a
justificativa de impedir os cônjuges de alterar o regime de bens, anteriormente
imposto pela lei. Entendo que neste caso não haveria problema.
Obs.: Havendo a morte de um dos cônjuges, não haverá meação entre
eles. No entanto, se o regime for de separação convencional o cônjuge será
considerado herdeiro. Veremos esse tema melhor na próxima aula (Direito das
Sucessões).

DOAÇÕES ANTENUPCIAIS
Nossa lei admite as doações recíprocas, ou de um ao outro nubente, ou
mesmo por terceiro, feitas por pacto antenupcial, mediante escritura pública,
desde que não excedam à metade dos bens do doador, exceto nos casos de
separação obrigatória (arts. 546 e 1.668, IV, CC). A eficácia das doações
antenupciais subordina-se à realização de evento futuro e incerto (condição
suspensiva – casamento).
No entanto não pode haver doações entre cônjuges se: o regime for o da
separação obrigatória, o regime for o da comunhão universal (os bens já
integram o patrimônio comum) ou se a doação ferir a legítima dos herdeiros
necessários.

Observação: atualmente, em face da igualdade entre homem e mulher, não


se fala mais em bens reservados da mulher que seriam os adquiridos
exclusivamente com o produto de seu trabalho. Eles eram excluídos da
comunhão, independentemente do regime de bens adotado. O atual Código não
se refere mais a esses bens.
 Comunhão Parcial

 Comunhão Universal

REGIME 1) Convencional
a) Plena (total)
DE BENS  Separação b) Limitada (parcial)

2) Legal

 Participação Final nos Aquestos

TÉRMINO DA SOCIEDADE CONJUGAL E DO CASAMENTO


Observem, inicialmente, que há uma diferença sutil entre sociedade
conjugal e casamento.
Sociedade Conjugal é um instituto menor que o casamento, apontando
apenas o regime patrimonial de bens e os frutos civis do trabalho; é o complexo
de direitos e deveres dos cônjuges. As causas terminativas da sociedade
conjugal são (art. 1.571, CC):
 Morte (real ou presumida – art. 1.571, §1°, parte final, CC – na
dúvida, revejam aula sobre Pessoas) de um dos cônjuges.
 Nulidade ou Anulação do casamento.
 Separação Judicial (este instituto se tornou polêmico, após a
edição da EC n° 66/2010, conforme veremos adiante).
 Divórcio.
Já o Casamento (ou vínculo matrimonial) é um instituto mais amplo que
a sociedade conjugal, regulando a vida dos consortes, suas relações e
obrigações recíprocas (materiais e morais) e os deveres para com a família e a
prole. Sua dissolução apenas se dá com:
 Morte (real ou presumida) de um dos cônjuges.
 Nulidade ou Anulação do casamento.
 Divórcio.
CUIDADO!! Às vezes o examinador pode fazer perguntas parecidas. Vejam
como é sutil: a) Como se dissolve um casamento? Resposta: Pela nulidade ou
anulabilidade, morte ou divórcio! b) Como se dissolve um casamento válido?
Resposta: Pela morte e pelo divórcio! Ora, se o casamento é válido, não poderia
ser dissolvido por eventual nulidade ou anulabilidade!
SISTEMA DE NULIDADES DO CASAMENTO
O casamento realizado
zado comcom observância
observânciados
dosrequisi
requisitos
ttoosslegais
lleeggaaiiss
gera os
efeitos previstos na lei, que que geralmente
geralmentetambém
tambémsãosãooss os desejados pelos
contraentes. Porém, é possível
ssível que o casamento possua algum
algumm vício de maior
vvíícciioo ou
ddee
menor gravidade, capaz dede gerar a nulidade
gerar a absoluta do matrimônio, ou
possibilitar a declaração dee sua anulabilidade.
Como já vimos, são três
os elementos indispensáveis para a
existência do casamento:
Diversidade de sexos (um homem e uma mulher).
Consentimento de ambos os nubentes (art. 1.538, CC).
Celebração por autoridade competente.
Ausente um desses elementos o casamento não existe juridicamente
(casamento inexististe), não resultando efeitos. Segundo a doutrina, nestes
casos, o casamento sequer é nulo, pois não chegou a existir. Se o fato alegado
depender de provas, será necessário um processo judicial para declarar o
casamento inexistente.
Por outro lado temos as invalidades matrimoniais. O termo
“invalidade” abrange a nulidade e a anulabilidade do casamento. O
casamento existe. Mas
pode ser considerado nulo ou anulável, dependendo da hipótese. Veremos
melhor mais abaixo que quando um casamento se realiza com infração de
impedimento imposto pela ordem pública, em virtude de sua ameaça à
estrutura da sociedade ou pelo fato de ferir os princípios básicos em que ela se
assenta, o
casamento será nulo. Já em outros casos a infração se revela mais branda e
não atenta contra a ordem pública, e neste caso o legislador apenas
disponibiliza aos interessados, a possibilidade de anulação do matrimônio.
Assim, verificamos que o sistema de nulidades adotado no direito familiar,
embora não adote na íntegra os princípios e critérios do regime de
nulidades dos negócios jurídicos, também distingue os atos em nulos ou
anuláveis. A declaração de nulidade do casamento torna-o sem validade desde o
instante de sua celebração, tendo, portanto, o efeito ex tunc, não produzindo os
efeitos civis do matrimônio perante os contraentes (salvo nos casos de boa-fé
dos nubentes). Já a declaração de anulação do matrimônio tem efeito ex nunc,
ou seja, mesmo anulado produz efeitos até a data da declaração da anulação,
salvo algumas exceções previstas. Vejamos.

São peculiaridades de uma invalidade do casamento:


a) O casamento só será nulo se houver previsão legal expressa determinando
a nulidade.
b) A nulidade só pode ser reconhecida por meio de ação própria, julgada
por Juiz de Direito. Neste caso não se exige mais a presença do curador do
vínculo; por se tratar de ação de estado a revelia não induz presunção de
veracidade; não há mais o reexame necessário da sentença que anula o
casamento.
c) O casamento, mesmo considerado nulo, em algumas circunstâncias pode
gerar efeitos (ao contrário do que acontece com os atos jurídicos em geral
em que o ato nulo não gera qualquer efeito). Exemplos: reconhecimento dos
filhos advindos do casamento, independentemente de boa ou má-fé dos pais;
retorno dos bens que se haviam comunicado pelo casamento ao antigo
proprietário (especialmente na comunhão universal de bens); devolução das
doações propter nuptias (em razão do casamento), etc.
O casamento possui normas próprias em relação às nulidades,
diferenciando-se quanto a elas, dos demais negócios jurídicos. Desta forma,
como já dissemos, não se pode aplicar ao casamento o regramento total das
invalidades em geral do negócio jurídico. Não podemos tratar o casamento como
sendo um mero contrato de locação ou de compra e venda. Mesmo para aqueles
que o consideram como um contrato, reconhecem o aspecto institucional do
matrimônio, uma vez que é celebrado por um representante do Estado e gera
efeitos determinados pela lei (ao contrário de um contrato, cujos efeitos são os
desejados pelas partes). Vejamos, resumidamente, os principais motivos para
não se tratar o casamento exatamente como um negócio jurídico comum:
a) ainda que o casamento seja nulo, pode acarretar efeitos (ex.: filiação).
b) a nulidade absoluta não pode ser declarada de ofício pelo juiz.
c) permite-se que, além dos interessados, também que terceiros promovam a
ação de anulação do casamento.

Vejamos agora os defeitos que um casamento pode ter e quais são os


seus efeitos:
A) CASAMENTO NULO
(ou nulidade absoluta)  decorre de vício essencial.
Embora costumamos dizer que um ato nulo não gera efeito algum, o mesmo
não se pode dizer do casamento. Assim, mesmo um casamento nulo pode
gerar efeitos, tais como: comprovação de filiação, manutenção do
impedimento por afinidade, alimentos provisionais, enquanto se aguarda a
decisão judicial, etc.
A ação de nulidade pode ser promovida por qualquer interessado ou pelo
Ministério Público (art. 1549, CC). O casamento nulo não pode ser ratificado
(isso porque não se pode ratificar um ato nulo). A ação para o reconhecimento
de nulidade absoluta de um casamento é imprescritível. A sentença que
reconhece a nulidade absoluta tem cunho declaratório e seus efeitos
retroagem à data da celebração (ex tunc), resguardados os direitos de
terceiros de boa-fé. Finalmente, mesmo declarado nulo, é causa suspensiva
para que a mulher contraia novo casamento nos 300 dias subsequentes ao
término da coabitação (art. 1.523, II, CC).
É nulo o casamento contraído (art. 1.548, CC):
Pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da
vida civil (ainda não tenha sofrido processo de interdição).
Por infração de impedimento absolutamente dirimente: art. 1.521,
I a VII, CC, já analisados. Ex.: ascendentes com descendentes, irmãos
entre si, sogro e nora, pessoas que já são casadas, etc.

B) CASAMENTO ANULÁVEL (ou nulidade relativa)  decorre de vícios que


podem determinar a ineficácia do ato, mas que poderão ser eliminados,
restabelecendo a sua normalidade. Também pode ser convalidado caso a
anulação não seja requerida dentro do prazo previsto em lei. O casamento
anulado produz efeitos ex nunc (ou seja, os efeitos não retroagem), não
apagando os efeitos já produzidos. Possuem legitimidade para propor ação de
anulação: o próprio menor, no prazo decadencial de 180 dias contados a partir
do momento em que perfez a idade; seus representantes legais ou seus
ascendentes, no mesmo prazo, contado da celebração do casamento.
É anulável o casamento (art. 1.550, CC):
De quem não completou a idade mínima para o casamento (16
anos para homens e mulheres: idade núbil). Vamos supor que uma
adolescente com 15 anos se casou com um rapaz de 17 anos. É lógico
que na prática eu nunca vi isto acontecer, pois os cartórios são
minuciosos quanto à idade. Mas em um concurso tudo pode cair.
Devemos tomar muito cuidado com esta hipótese. Lembrem-se que os
atos em geral praticados pelo menor de 16 anos são considerados nulos.
Mas se um menor de 15 conseguiu se casar seu casamento é anulável. E
mais: depois de completar os 16 anos o menor poderá confirmar seu
casamento, com a autorização de seus representantes legais ou
suprimento judicial. Se for requerida a anulação do casamento o prazo
decadencial para tanto é de 180 dias contados: a) da data do casamento
para os ascendentes e representantes legais; b) da data em que
completou os 16 anos para o menor. É interessante acrescentar que por
defeito de idade não se anulará o casamento de que resultou
gravidez, mesmo que a criança não venha a nascer (art. 1.551, CC).
Vamos supor que no exemplo acima os menores se casaram, pois a
jovem estava grávida. Neste caso, apesar do vício, não poderá ser
requerida a anulação do casamento. Lembrem-se também: os menores
de 16 anos poderão casar, dependendo de autorização judicial, quando
resultar de gravidez ou para evitar imposição ou cumprimento de pena
criminal para o outro consorte, maior de idade (neste caso, como já
salientamos, para alguns autores, esta hipótese está eliminada, tendo-se
em vista a alteração havida no Código Penal). Na hipótese de suprimento
judicial, ordena-se o regime da separação obrigatória (ou legal) de bens.
Do menor em idade núbil (de 16 a 18 anos), quando não
autorizado por seu representante legal. Nesta hipótese, os jovens já
são maiores de 16 anos (diferente da situação anterior, pois pelo menos
um dos cônjuges sequer tinha 16 anos). Porém o casamento não foi
autorizado por seus representantes legais. No entanto, se o
representante do menor presenciou a celebração do casamento, ou se
manifestou de outro modo sua aprovação, não poderá requerer a
anulação. O prazo decadencial de 180 dias é contado: a) para o menor,
da data em que completou 18 anos; b) para os representantes legais da
data do casamento; c) para os seus herdeiros da data da morte.
Por vício de vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558, CC:
Erro Essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (arts. 1.556 e 1.557,
CC). Dois são os requisitos para se alegar o erro essencial: a) defeito
ignorado pelo outro cônjuge e já existente antes do casamento; b) a
descoberta posterior tornou insuportável a vida em comum para o
cônjuge enganado. Exemplos: identidade, honra, boa fama do outro
cônjuge (toxicômano, prostituição, gigolô, etc.); ignorância de crime
anterior ao casamento; desconhecimento de defeito físico ou psicológico
irremediável ou moléstia grave e transmissível, contágio ou herança
(esquizofrenia, epilepsia, sadismo, lepra, sífilis, AIDS, etc.). Não se
configura erro essencial (casos de jurisprudência) quando as questões
versarem sobre a fortuna, nacionalidade ou profissão. Também é causa
de anulação o desconhecimento sobre a impotência coeundi (ou
instrumental, ou seja, homem que não consegue manter uma relação
sexual – falta de ereção) ou outro defeito que se impossibilite a se levar
a efeito o “débito conjugal”. Lembrando que esterilidade (impotência
generandi para os homens, e a concipiendi para as mulheres), por si só,
não constitui causa para anulação. Somente o cônjuge enganado pode
requerer a anulação, no prazo de 03 (três) anos (art. 1.560, III, CC), a
partir da celebração do casamento (e não do momento em que soube do
erro). O erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do
casamento, que o cônjuge veio a conhecer depois da celebração.
Coação: o consentimento de qualquer um dos cônjuges foi obtido
mediante temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a
honra, tanto sua, como de sua família (art. 1.558, CC); deve incutir no
nubente real temor de dano (sério, grave e atual) contra si, sua família
ou seus bens. Não basta o simples temor reverencial (art. 153, CC).
Prazo de 04 (quatro) anos a partir da celebração do casamento (art.
1.560, IV, CC).
Do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o seu
consentimento (ex.: portador de doença mental): art. 1.550, IV, CC.
Prazo decadência de 180 dias: art. 1.560, I, CC. Obs. O pródigo pode se
casar porque não é incapaz de consentir sofrendo apenas restrições
patrimoniais.
Realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação
entre os cônjuges.
Casamento realizado perante autoridade incompetente. Trata-se
da incompetência em razão do lugar (ratione loci) onde se celebra o
casamento. A ação deve ser proposta no prazo de 02 (dois) anos a
contar da celebração do casamento. Lembrem-se que se a incompetência
for em razão da matéria (ratione materiae – celebrante não tem
competência para realizar o casamento), o matrimônio será considerado
inexistente. Subsiste o casamento celebrado por quem não tem
competência exigida na lei, mas exerce publicamente as funções de Juiz
de casamento e tiver registrado o ato no Registro Civil (art. 1.554, CC).

OBSERVAÇÕES
1) A diferença fundamental entre nulidade absoluta e nulidade
relativa do casamento reside no fato de que no primeiro caso há um interesse
social no desfazimento do matrimônio, por ter sido violado um preceito de
ordem pública, enquanto que a nulidade relativa visa proteger interesses
individuais, uma vez que se estas pessoas decidirem, podem manter o
matrimônio (basta não ingressar com a ação no momento correto), sendo o fato
indiferente para a sociedade.
2) Se a ação não for ajuizada dentro do prazo, em se tratando de nulidade
relativa, o casamento convalesce e não pode mais ser questionado
posteriormente. Isso não impede uma eventual e futura ação de divórcio. O que
não se pode mais é anular o casamento pelo decurso de prazo (decadencial).
3) Não se admite invocação do dolo para se anular um casamento. Isto
porque o art. 1.550, inciso III, CC prevê que um casamento somente pode ser
anulado por vício de vontade nos termos dos arts. 1.556 a 1.558, CC. Os dois
primeiros artigos se referem ao erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge.
E o último se refere à coação. Portanto, por exclusão, não se pode alegar dolo
para se anular um casamento. No entanto, observem que por outro lado não há
uma proibição expressa de se reconhecer o dolo no casamento. Isto se extrai
por dedução lógica. Por tal motivo, é possível que na prática algum Juiz
reconheça o dolo de um dos cônjuges para a anulação do casamento. Imaginem
a situação em que um homem se casa com sua namorada, pois ela diz que está
grávida. Depois do casamento, ele descobre que a namorada mentiu, pois não
estava grávida. Diante dessa situação entendo que seria possível a alegação do
dolo para anular o casamento (apesar da omissão da lei).
4) Os vícios relativos ao casamento (nulidade absoluta ou relativa) são
processados por ação sob o rito ordinário (mais solene e formal), a fim de
assegurar ampla defesa aos interesses dos requerentes, sendo necessária a
participação do Ministério Público (há interesses sociais envolvidos).

CASAMENTO PUTATIVO (art. 1.561, CC)


Etimologicamente, putativo provém do verbo latino putare, que significa
imaginar, presumir ser; putativo significa imaginário, fictício. Casamento
putativo é o casamento que, embora nulo ou anulável, foi contraído de
boa-fé por um ou ambos os cônjuges. Os nubentes acreditam que estão
presentes todos os pressupostos e requisitos necessários para se casarem,
desconhecendo certo empecilho que invalidaria o matrimônio. Trata-se de uma
falsa percepção da realidade. Ex.: dois irmãos se casam sem que saibam do
vínculo que têm. A boa-fé se presume até prova em contrário; o ônus da
prova incumbe a quem o alegar.
O momento em que se apura a boa-fé é o da celebração do casamento,
sendo irrelevante se foi descoberto posteriormente. Na sentença em que
proclama a invalidade do casamento (efeito ex nunc), o Juiz declara a
putatividade de ofício ou a requerimento das partes. Os efeitos do casamento
putativo são todos os de um casamento válido para o cônjuge de boa-fé,
até o dia em que é proferida a sentença anulatória. Produzem-se todos os
efeitos do regime de bens, operando-se a dissolução da eventual comunhão
pelas mesmas regras de um divórcio. Em relação aos filhos, mesmo que
nenhum dos cônjuges esteja de boa-fé ao contrair o matrimônio, os efeitos civis
aproveitarão aos filhos comuns, sendo considerados legítimos. Se só um dos
cônjuges estava de boa-fé, os efeitos do matrimônio só a ele aproveitam (e aos
filhos), perdendo o outro todas as vantagens havidas do cônjuge inocente.

MEUS AMIGOS E ALUNOS


Agora vamos entrar em um momento crítico da aula, pois
falaremos sobre separação e divórcio.
Bem... como vocês já devem saber, em julho de 2010 entrou em vigor a
famosa Emenda Constitucional n° 66 de 13/07/2010, que alterou o §6°
do
art. 226 da CF/88, dispondo sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo
divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais
de um ano ou de comprovada separação de fato por mais de dois anos.
Vejamos o texto que vigorava anteriormente:

“Art. 226. A família, base


se da sociedade, tem especial proteção
o do Estado.
ddoo
proteçã (...)
§6° O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia
pprréévviiaa
separação
após sseeppaarraaççã
m ano nos casos expressos em lei, ou comprovada
judicial por mais de um ommpprro
c
separação de fato por mais de dois anos”. ovvaaddaa
anos”
Vejamos agora o novo texto:
“§6° O casamento civil
ivil pode ser dissolvido pelo divórcio
o (NR).”
diss
A promulgação desta emenda trouxe muita polêmica. Há inúmeras
teorias a repeito. Há quem entenda, inclusive, que a Emenda é
inconstitucional... Vamos nos centrar nos principais pontos:
A) A emenda possui aplicabilidade imediata? Ou necessita de uma lei que a
regulamente?
B) Caso tenha aplicabilidade imediata, alterou ou revogou normas
infraconstitucionais?
Pessoalmente entendo que a emenda possui aplicação imediata.
Portanto, qualquer pessoa pode requerer seu divórcio, sem que tenha
passado antes pela separação judicial e independentemente de prazo. É
assim que tem se posicionado a doutrina majoritária.
Já no tocante à revogação de normas infraconstitucionais, a doutrina está
muito dividida. Há fortíssimas bases para sustentar pelos menos duas teorias...
Portanto, para concursos, ainda é cedo cair questões no sentido de que a norma
infraconstitucional foi revogada. Explico.
Para alguns autores (citamos como exemplo Maria Berenice Dias, Divórcio
Já Comentários à Emenda Constitucional n° 66/2010 – Ed. Revista dos

Tribunais, 2010, pág. 137/138) atualmente “a única forma de pôr fim ao
casamento é por meio do divórcio. O instituto da separação
simplesmente desapareceu do sistema jurídico pátrio. Não pode ser
buscado nem consensualmente, nem em sede administrativa, via procedimento
de jurisdição voluntária. (...) A nova ordem constitucional veio para atender ao
anseio de todos e espancar definitivamente a identificação da causa da falência
do casamento para a sua dissolução. Este certamente foi o grande mérito da
reforma: banir a perseguição de culpados pelo fim do amor. (...) O instituto da
culpa no âmbito do Direito das Famílias persiste tão só em duas hipóteses: nas
ações de anulação de casamento, como forma de preservar a boa-fé dos
cônjuges; e na quantificação do valor dos alimentos, que se limita ao
indispensável para garantir a sobrevivência, quando fixado a favor de quem
deu causa à situação de necessidade. Mas em nenhuma dessas hipóteses se
cogita da culpa pelo desenlace do matrimônio.” Para esta corrente, estão
revogados inúmeros dispositivos do Código Civil, da Lei de Introdução, do
Código de Processo Civil, da Lei de Alimentos, da Lei de Registros Públicos, da
Lei de Divórcio, do Estatuto da Criança e do Adolescente, etc. Para não nos
alongarmos
muito, citamos, exemplificativamente, a revogação dos arts. 1.571/1.574,
1.577/1.578, 1.580, 1.702 e 1.704, todos do Código Civil.
No entanto para outros autores (citamos como exemplo Regina Beatriz
Tavares da Silva – A Emenda Constitucional do Divórcio - Ed. Saraiva, 2010,
pág. 107/109). “Desse modo não há como aceitar que um cônjuge traído,
agredido física e/ou moralmente, desrespeitado, em suma, em seus direitos
mais relevantes, que são os direitos da personalidade à honra, à integridade
física e à vida, possa ser obrigado a pagar pensão alimentício plena, que e
embasa em suas possibilidades, para coibir as necessidades físicas e intelectuais
de que praticou essas graves violações aos deveres do casamento. (...) Conclui-
se que a legislação infraconstitucional há de ser interpretada de forma a eliminar
a separação de direito e de fato, exclusivamente, como requisito prévio do
divórcio, desonerando aquele que pode optar por divorciar-se diretamente. (...)
Desse modo, permanece a separação, judicial e extrajudicial, para quem
a preferir, por respeito aos direitos fundamentais previstos na Constituição
Federal. Reitere-se, que esta espécie dissolutória não colide com a emenda
constitucional do divórcio”.
Assim, tendo-se em vista a clara divisão na doutrina e levando-se em
consideração que não houve qualquer revogação expressa da legislação
infraconstitucional, é interessante continuar falando sobre a separação judicial e
o divórcio da forma que eram antes da promulgação da Emenda.
Agora, uma observação
ação importante sobre esse assu
assunto.
ntt No dia 30 de
janeiro de 2011 foi realizada
alizada a prova para Analista do STM (o edital foi
publicado após a emenda),
nda prova esta realizada pelo CESPE/UnB.
SPE/UnB E caiu a
seguinte questão:
No que se refere à Lei de Introdução ao Código Civil e ao Novo Código
Civil, julgue os itens a seguir.

109 O menor que for emancipado aos dezesseis anos de idade em razão de
casamento civil e que se separar judicialmente aos dezessete anos retornará ao
status de relativamente incapaz.

Resposta
109) Errado. Observem inicialmente que a questão afirma que o menor foi
emancipado pelo casamento e antes de fazer 18 anos se “separou
judicialmente”. Ou seja, o examinador parte da premissa que ainda é
possível a separação judicial. A afirmativa está errada, pois após a
celebração de um casamento, se um dos cônjuges for menor, será considerado
emancipado. Até mesmo o divórcio e a anulação do casamento, ocorrida após a
celebração do casamento não implicam no retorno à incapacidade. O que então
dizer da separação judicial, que nem extingue a relação matrimonial?

Portanto, acho muito importante tratar destes temas em aula... Ao


menos por ora. É provável que mais cedo ou mais tarde, haja uma legislação
complementar... Passemos agora a tratar destes temas da forma tradicional,
reiterando, que a separação se trata de uma opção das pessoas, pois a emenda
deixou claro não ser mais preciso esperar a separação, nem de prazo para
requerer o divórcio.

SEPARAÇÃO JUDICIAL
A separação judicial é uma das causa de dissolução da sociedade
conjugal, não rompendo o vínculo matrimonial (os consortes ainda não
podem se casar novamente). Trata-se de uma medida preparatória para o
divórcio. A lei determina (art. 1.576, CC) que a separação põe fim aos deveres
conjugais (coabitação, fidelidade recíproca, etc.) e ao regime de bens. Cessa,
também o direito sucessório entre os cônjuges. No entanto ainda permanecem
dois deveres: a) mútua assistência (motivo pelo qual é possível, mesmo após a
separação que um cônjuge venha a exigir alimentos do outro – art. 1.704, CC);
b) sustento, guarda e educação dos filhos. A ação judicial cabe somente aos
cônjuges (ou seja, a ação é personalíssima), havendo intervenção do
Ministério Público que atua na hipótese como fiscal da lei. No caso de
incapacidade de um dos cônjuges será ele representado pelo curador, pelo
ascendente ou pelo irmão. Se um deles morrer no curso do processo, a ação
será extinta, sem resolução de mérito, pois no caso o direito é intransmissível. A
realização da partilha não é obrigatória neste momento, podendo ser deixada
para ser feita posteriormente. O art. 1.581, CC permite que até o divórcio possa
ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens do casal (neste sentido
também é o teor da Súmula 197 do STF).
São espécies de Separação Judicial:
A) CONSENSUAL (ou amigável)  art. 1.574, CC
É a feita com acordo (mútuo consentimento) entre as partes. Só pode ser
requerida após 01 (um) ano de casamento. O pedido é apresentado por
ambos os cônjuges (os dois devem assinar a petição inicial) e indicará, sem
fazer referência à causa da separação, a relação dos bens do casal e a
respectiva partilha, o acordo relativo à guarda e à manutenção dos filhos
menores e a pensão alimentícia. Para a propositura da ação exige-se a
apresentação dos documentos arrolados no art. 1.121 do Código de Processo
Civil. A petição deve esclarecer, ainda, se a mulher voltará a usar o nome de
solteira. No silêncio interpreta-se que optou por conservá-lo. É procedimento
típico de jurisdição voluntária (não há um conflito entre as partes, pois ambos
os cônjuges buscam a mesma solução = a separação; cabe ao Juiz apenas
homologar o pedido, fiscalizando a regularidade do ajuste de vontades operado
entre os consortes).
O Juiz ouve os cônjuges e tenta uma conciliação. Não sendo possível
serão tomadas por termo as declarações dos separandos. Ouve-se o Ministério
Público e o Juiz homologa o acordo. Se houver alguma hesitação por parte de
um dos cônjuges o Juiz pode marcar outra audiência, no prazo de 15 a 30 dias
para que ratifiquem o pedido. A separação consensual só terá eficácia jurídica
com a homologação judicial. Uma vez transitada em julgado a sentença
homologatória, não se admite a retratação unilateral de nenhum dos cônjuges.
No entanto admite-se a propositura de ação para modificação das cláusulas do
acordo, em especial com relação à guarda dos filhos e alimentos. A sentença
deve ser averbada no Registro Civil e no Registro de Imóveis (caso a partilha
abranja bens imóveis).
CONSENSUAL VIA ADMINISTRATIVA
Atualmente a
Lei n° 11.441/07 (que, em relação ao Direito de Família,
alterou o Código de Processo Civil, acrescentando-lhe o art. 1.124-A) possibilita
a realização da separação consensual e do divórcio consensual, direto ou
por conversão (além dos processos de inventário e partilha, que veremos na
próxima aula) por via administrativa (ou extrajudicial), realizada em Cartório
de Notas, a escolha dos interessados (não se aplicam as regras de
competências). Requisitos essenciais:
 ambos os cônjuges sejam capazes.
 não haja filhos menores ou incapazes.
 sejam respeitados os prazos legais (separação consensual após um
ano de casamento; divórcio direto após dois anos de comprovada
separação de fato).
Trata-se de uma
faculdade introduzida pela lei, ou seja, mesmo que
presentes todos os requisitos as partes ainda podem optar pela via judicial. Visa
uma menor intervenção do Estado na vida privada das pessoas. Baseia-se no
princípio de que se não há intervenção judicial para contrair o matrimônio, não
haveria necessidade para descasar em hipóteses em que não envolvem
interesse público. Assim, se o casal não possuir filhos menores ou incapazes,
podem comparecer em um tabelionato, acompanhados de advogado (um
para ambos ou cada um com o seu, dependendo do grau de confiança recíproca
– a qualificação e assinatura devem constar do ato notarial) e realizar o ato por
escritura pública. Neste ato constarão as seguintes disposições:
 separação de corpos.
 descrição e eventual partilha dos bens comuns.
 pagamento ou não de alimentos, valor e a forma que serão pagos.
 acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou
à manutenção do nome adotado quando do casamento.
 nome do advogado e registro na OAB.
A escritura não depende de homologação judicial, constituindo-se em
título hábil para constar a separação no Registro de Pessoas Naturais e a
partilha de bens no Registro de Imóveis. Dispensa-se a tentativa de
reconciliação, bem como a menção dos motivos e das circunstâncias que
redundaram na separação ou no divórcio.
A mencionada escritura deverá ser lavrada em um Cartório de Notas,
sendo que este não precisa estar situado na mesma cidade do casal (da mesma
forma que a escritura pública de alienação de um imóvel). Entende-se que as
escrituras poderão ser feitas “em diligência”, ou seja, o tabelião se dirige até o
escritório do advogado ou à casa das partes, se elas se sentirem constrangidas
em comparecer ao cartório. Porém esta escritura somente deverá ser averbada
no mesmo cartório de Registro Civil onde se realizou o casamento. Se houver
bens imóveis a partilha deverá ser averbada também do Registro de Imóveis.
Acrescento que em cada uma destas localidades (Cartório de Notas, Registro
Civil, Registro de Imóveis) irá se pagar emolumentos. Portanto mesmo realizado
de forma administrativa, a separação e o divórcio não sairão tão baratos como
se pensa. Além disso, ainda há o pagamento dos honorários do advogado.

B) CONTENCIOSA (litigiosa ou não consensual)  art. 1.572, CC


Ocorre quando um dos cônjuges ingressa com ação contra o outro
(portanto não pode ser feita mediante escritura pública, pois não houve
consenso entre os cônjuges). Não há prazo para ingressar com tal ação (ao
contrário da consensual), portanto pode-se ingressar até mesmo alguns dias
depois da celebração do casamento. Embora a ação se inicie litigiosa, a qualquer
tempo os cônjuges podem requerer a conversão em separação consensual (art.
1.123, CPC).
Há três hipóteses de separação litigiosa:
1) Separação Litigiosa como Sanção (ou culposa)  Um cônjuge
imputa ao outro conduta desonrosa ou violação dos deveres do casamento.
Exemplos: adultério, tentativa de homicídio, sevícias (maus tratos corporais),
abandono voluntário do lar, alcoolismo, condenação por crime infamante,
vadiagem, uso de entorpecentes, vício de jogo, injúria grave, etc. A lei não
prevê todos os casos, deixando ao critério Juiz a análise de outras hipóteses.
Além disso, é necessário que a falta de um dos cônjuges tenha tornado a vida
em comum insuportável. A ação pode ser proposta a qualquer tempo.
O fato de um cônjuge ser considerado culpado pela ruptura da sociedade
conjugal já não traz tanta repercussão. A atual legislação minorou os efeitos da
culpa:
a) o cônjuge culpado não perde o direito aos alimentos; estes apenas
ficam limitados ao mínimo essencial (art. 1.694, §2°, CC), com base no princípio
da dignidade da pessoa humana, previsto na Constituição. No entanto o cônjuge
inocente terá direito aos alimentos.
b) em relação ao nome, o cônjuge somente o perderá na hipótese de
requerimento expresso do cônjuge inocente e mesmo assim, se não acarretar
prejuízo para sua identificação (art. 1.578, CC).
c) em relação à guarda dos filhos menores, não há previsão expressa da
lei; portanto não há a perda automática, sendo que os mesmos ficarão com
aquele que revelar melhores condições para exercê-la (art. 1.584, CC), podendo
ser o próprio cônjuge culpado.

Observações
 Como é a única hipótese em que se discute culpa, é também, a única
que admite reconvenção.
 Este tipo de separação com base na culpa, embora expressa na lei e
aceita pelos Juízes, vem sendo questionada pela doutrina, uma vez que a
conduta isolada de um dos cônjuges não é suficiente para se concluir de
quem foi a culpa na separação; geralmente os fatos ocorrem em
ambiente fechado, vivenciados apenas pelos cônjuges e difíceis de serem
provados. Ademais é contrário ao princípio da dignidade da pessoa
humana por exigir que os separandos exponham num processo judicial
toda a intimidade e privacidade do ambiente familiar.
 Embora o adultério (que exige a real consumação da conjunção carnal)
não seja mais considerado como crime, a sua prática ainda é causa de
separação judicial, pois foi transgredido o dever de fidelidade. A
jurisprudência vem entendendo que também se aplica este o tipo de
separação quando um dos cônjuges participa, por meio de programa de
computador, de envolvimentos extraconjugais, geradores de laços
afetivo-eróticos, embora apenas virtuais. Mesmo que juridicamente não
se configure um adultério (pois não há um contato físico), a chamada
“infidelidade virtual” pode se configurar como uma infração
matrimonial (pois se trata de uma conduta desonrosa).

2) Separação Litigiosa como Falência  Deve-se provar a ruptura da


vida em comum por mais de um ano (art. 1.572, §1°, CC) e a impossibilidade
de reconciliação, qualquer que seja o motivo. A prova a ser feita é apenas a de
que o casal encontra-se há mais de um ano separado de fato,
independentemente de culpa (não se discute “de quem foi a culpa”). Exige-se a
simples constatação de uma causa objetiva: o fracasso do casamento e
impossibilidade de sua reconstituição. Trata-se do término da affectio maritalis,
ou seja, o fim do vínculo afetivo que mantém unido o casal.

3) Separação Litigiosa como Remédio  Ocorre quando um dos


cônjuges requer separação, pois o outro está acometido de grave doença mental
de cura improvável (art. 1.572, §2°, CC). A doença se manifestou após o
casamento e tem duração superior a dois anos. Em regra os filhos ficam com o
requerente e este fica com a obrigação de pagar alimentos ao cônjuge doente; o
requerente perde o direito da meação dos bens remanescentes trazidos pelo
outro cônjuge ao casamento. Esse tipo de separação também sofre muitas
críticas da doutrina por ser considerada uma afronta ao princípio da dignidade
humana, ao dever da mútua assistência e ao companheirismo. No entanto está
prevista na lei e é aceita por nossos Tribunais.

Efeitos da Separação Judicial


A) Pessoais: termina com os deveres recíprocos de fidelidade e
coabitação (art. 1.576, CC).
B) Patrimoniais: põe fim ao regime patrimonial de bens; substitui o
dever de sustento pela obrigação de alimentar (dependendo do caso e
respondem até mesmo os herdeiros na força de seus respectivos quinhões – art.
1.997, CC) e extingue o direito sucessório entre os consortes (art. 1.830, CC).
Em qualquer das três hipóteses acima (sanção, falência ou remédio) a
ação deve ser proposta, como regra, no domicílio da mulher. A separação
judicial também acarreta na separação de corpos e na partilha dos bens.
Embora a partilha não seja obrigatória nesta fase (art. 1.581, CC), é
recomendável que se faça o quanto antes.
A separação de corpos (afastamento temporário da morada conjugal)
pode ser determinada como medida cautelar. A medida pode ser preparatória ou
incidental e não se examinam as causas da futura separação judicial.
SEPARAÇÃO JUDICIAL
1) Consensual Sanção
b) Separação Falência
c) Separação Remédio
a) Separação
2) Contenciosa

Observação: Após a separação, sociedade conjugal poderá ser


a
restabelecida, a qualquer tempo, nos termos e regime em que fora
constituída, mediante simples requerimento, assinado por ambos os cônjuges,
dirigidos ao Juiz da causa (art. 1.577, CC). O ato de restabelecimento da
sociedade conjugal deverá ser averbado no Registro Civil. A reconciliação em
nada irá prejudicar os direitos de terceiros, adquiridos durante o estado de
separado, qualquer que seja o regime de bens. O restabelecimento da
sociedade conjugal também
poderá ser feito por escritura pública, ainda que a separação tenha sido
judicial. No entanto, neste caso não poderá ser restabelecido com modificações.

DIVÓRCIO
O divórcio foi introduzido no Brasil pela Emenda Constitucional n° 09, em
1977. Antes disso havia somente o “desquite” que rompia apenas a sociedade
conjugal, porém não liberava os cônjuges para contrair novas núpcias. Até
então o casamento era indissolúvel. Logo a seguir a Lei n° 6.515/77 passou a
regular o tema.
Podemos conceituar o divórcio como sendo a dissolução do casamento
válido, mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a contraírem novas
núpcias. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens
(art. 1.581, CC e Súmula 197 STF). O divórcio dissolve definitivamente o
vínculo matrimonial. Não se discute mais as causas que conduziram o casal ao
divórcio; para obtê-lo basta a comprovação do lapso temporal. O Ministério
Público será necessariamente ouvido, pois se trata de uma ação de estado. Pode
ser requerido de forma direta ou indireta:

A) DIVÓRCIO INDIRETO (ou conversão em divórcio): art. 1.580 e §1°, CC.


Surge como uma forma de resolver uma situação de fato, refletida numa
separação judicial. Ou seja, uma separação judicial pode ser convertida em
divórcio, após transcurso de mais de 01 (um) ano, a requerimento de um dos
cônjuges (litigioso) ou dos dois em conjunto (consensual). O prazo de um ano
pode ser contado da decisão que tiver concedido a separação cautelar de corpos
ou determinado a separação. Neste aspecto, entendo que o dispositivo que
exige prazo para a conversão do divórcio está revogado por força da
Emenda Constitucional n° 66/2010.
Na conversão, o nome dos cônjuges pode ser alterado, salvo evidente
prejuízo para a sua identificação, manifesta distinção entre seu nome de família
e o dos filhos ou grave dano, reconhecido por sentença judicial. Embora haja
uma tendência dos cônjuges em se manter as cláusulas convencionadas na
separação, nada proíbe que elas sejam modificadas, especialmente no tocante a
alimentos, guarda de filhos menores, visitas, etc.

B) DIVÓRCIO DIRETO (art. 1.580, §2°, CC)


Pelo Código Civil o casal que estiver separado, de fato, por mais de 02
(dois) anos consecutivos, poderá o divórcio ser requerido diretamente, sem
necessidade de prévio processo de separação judicial. No entanto, como já foi
dito, atualmente não é mais necessário esperar este lapso tempo para se
requerer o divórcio, em face da Emenda n° 66/2010.

O divórcio dissolve o vínculo conjugal, o casamento. Após o


divórcio, somente um novo casamento poderá unir novamente o
casal.

Observação. Nossa atual legislação não estabelece uma limitação de vezes


que uma pessoa pode se divorciar. Anteriormente o art. 38 da Lei n° 6.515/77
previa a possibilidade de apenas um pedido. No entanto ele foi revogado pela
Lei n° 7.841/89.

1) Conversão
DIVÓRCIO
2) Direto

O vínculo matrimonial desconstitui-se pela sentença transitada em


julgado. No entanto a sentença definitiva do divórcio produzirá efeitos depois
de registrada no Registro Público.
A exemplo da separação judicial é atualmente também é possível o
divórcio consensual (por conversão ou direto) pela via administrativa. Em se
tratando de divórcio direto, além da declaração dos cônjuges do tempo em
que estão separados de fato, é necessário o depoimento de duas testemunhas
para comprovar o período de separação de fato. Elas também devem assinar a
escritura de divórcio. O divórcio por conversão ainda é mais simples, pois as
cláusulas do ajuste em tese já foram pactuadas no ato da separação. Os
requisitos são os mesmo da separação consensual administrativa.
Efeitos
Mesmo com o divórcio, ambos os pais continuam com a obrigação de
educação, guarda e sustento dos filhos. Também pode continuar a obrigação
alimentar devida ao ex-cônjuge necessitado. Todavia extingue-se essa
obrigação caso o necessitado venha a contrair nova união. Quanto ao nome,
falaremos a seguir.

NOME
Atualmente tanto o homem como a mulher podem acrescer ao seu o
sobrenome (ou patronímico) do outro (art. 1.565, §1°, CC). Após o casamento
não há mais que se falar em nome do marido ou nome da esposa, mas sim no
nome da família. A partir do momento em que um dos cônjuges passa a usar o
sobrenome do outro, este passa a integrar a sua personalidade.
Estabelece o art. 1.571, §2°, CC que dissolvido o casamento pelo divórcio
(direto ou por conversão), o cônjuge poderá manter o nome de casado.
Completa o art. 1.578, CC que o cônjuge considerado culpado na ação de
separação judicial só perderá o direito de usar o sobrenome do outro, desde que
isso seja expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não
acarretar:
 Grave prejuízo para sua identificação. Ex.: pessoa muito conhecida nos
meios artísticos ou políticos pelo patronímico que adquiriu com o
casamento.
 Manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da
união dissolvida. Ex.: se o filho havido no casamento não possui o
sobrenome da mulher é assegurado a ela o direito de continuar usando
este sobrenome, pois a sua retirada causaria manifesta distinção entre o
seu apelido de família e o do filho.
 Dano grave reconhecido em decisão judicial.

Observação: o cônjuge inocente poderá renunciar ao uso do sobrenome do


outro. Nos demais casos haverá a opção pela conservação ou não do nome de
casado.

PROTEÇÃO AOS FILHOS – GUARDA


Com a dissolução da sociedade conjugal há a separação física do casal.
Por isso deve-se resolver a questão da guarda dos filhos menores e dos
maiores incapazes que o casal tiver. Em virtude da Lei n° 11.698/08, a
guarda poderá ser:
a) Unilateral: atribuída a um dos genitores ou a alguém que o substitua,
em caráter exclusivo, o encargo físico de cuidado aos filhos. A guarda unilateral
é atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la
(princípio da prevalência dos interesses do menor: art. 1.584, CC), levando-se
em conta: a) afeto nas relações com o genitor e o grupo familiar; b) saúde e
segurança; c) educação. Resta ao outro cônjuge apenas o direito de visita em
dias e horários determinados, por acordo entre as partes ou sentença judicial
e
o dever de prestar alimentos, sejam eles in natura ou in pecúnia. Em algumas
hipóteses o Juiz, verificando que o filho não deva permanecer com os pais,
defere a guarda à pessoa que revele compatibilidade, levando em conta o grau
de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. Este tipo de guarda não
prevê a cisão ou diminuição dos atributos advindos do poder familiar, eis que
ambos os pais continuam responsáveis pelos filhos. A própria Lei diz isso ao
estabelecer que “a guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos” (art. 1.583, §3°, Código Civil).
b) Alternada: caracteriza-se pelo exercício exclusivo e alternado da
guarda, segundo um período de tempo pré-determinado, que tanto pode ser
anual, semestral, mensal, findo o qual os papéis dos detentores se invertem,
alternadamente. De certo modo, a guarda alternada é também unilateral porque
só um dos pais num curto espaço de tempo detém a guarda.
b) Compartilhada (em conjunto): responsabilidade conjunta e exercício
de direitos e deveres dos pais que não vivam sob o mesmo teto (poder familiar).
Ambos os pais participam da convivência, educação e demais deveres,
mantendo-se dois lares para os filhos, que pode ser de forma concomitante ou
alternada. Não confundir com a guarda partilhada, onde apenas um dos pais
exerce a guarda.
A guarda (unilateral ou compartilhada) pode ser (art. 1.584, CC):
 requerida por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em
ação autônoma de separação, divórcio, dissolução de união estável ou
em medida cautelar (separação de corpos)
 decretada pelo Juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou
em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste como o
pai ou a mãe.
Em princípio respeita-se
ta a vontade dos cônjuges. Não havendo
hav consenso
entre as partes, a guarda dos filhos deverá ser atribuída, se mpprree
sempre queqquuee
possível, a
guarda compartilhada.

Observação: O Superior
rior Tribunal de Justiça tem entendido
enten diiddoo
como
ccoommoo
correta a
decisão que estabelece a guarda compartilhada mesmo ssem emmo ooconsenso dos
pais., baseado no princípio
pio do melhor interesse da crian
criança,
ça presente no art.
227, CF/88.
Lembrando que o exercício
xercício da guarda não tem mais relação
elação direta com a
eventual declaração de culpa de um cônjuge pela dissoluçãoução da sociedade
conjugal. Não é razoável que uma criança fique privada da guarda materna ou
gguuaarrddaa
to de terem sido consideradas cul paaddooss nnaa
paterna somente pelo fato de terem sido consideradas culpados na dissolução
da sociedade conjugal. A culpa decorre do comportamento
comportam ennttoo conjugal em
relação ao outro cônjuge uge e não em relação à crianç criança.
a O foco deve ser
sempre do melhor para criança, que é que
a criança, o destinatário do be mmdojjuurrííddiiccoo
é o destinatário bem jurídico
tutelado. E é nesse sentido
rudência:
a jurisprudência:
“O cônjuge responsável pela separação pode ficar com a guarda do filho
menor, em se tratando de solução que melhor atenda ao interesse da criança.
Há permissão legal para que se regule por maneira diferente a situação do
menor com os pais. Em casos tais, justifica-se e se recomenda que prevaleça o
interesse do menor” (Superior Tribunal de Justiça, Recurso Especial no 37051/SP
– 3a Turma – Relator Ministro Nilson Naves).

Meus Amigos e Alunos. Fechamos mais um importante item no estudo do


Direito Civil, qual seja, o Direito de Família, em especial o Direito
Matrimonial. Vamos agora ao nosso resumo da aula de hoje. Lembrem-se
que este tema sofreu e ainda vem sofrendo muitas alterações.

Resumo
sssu Esquemático da Aula
uum
CONCEITO.
Complexo de normas de ordem pública que regulam a celebração do
casamento, sua validade, seus efeitos, relações pessoais e econômicas da sociedade
conjugal, união estável entre homem e mulher, dissolução, relação entre pais e filhos,
vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela, curatela e ausência. A
Constituição Federal reconhece três modalidades de entidades familiares (art. 226): a)
casamento; b) união estável; c) família monoparental. O rol não é taxativo.
Obs.: O STF, pela ADI 4277 reconhece a união homoafetiva, formada por pessoas do
mesmo sexo, aplicando-se a regras da união estável.

CONTEÚDO DO DIREITO DE FAMÍLIA


Direito Matrimonial.
União Estável (concubinato puro).
Direito Parental.
Direito Assistencial.

DIREITO MATRIMONIAL

1. Esponsais: promessa de casamento não vinculativa – indenização.


2. Casamento:
Fins
Princípios
Efeitos jurídicos
Deveres de ambos os cônjuges (art. 1.566, CC)
Proibições
3. Idade Núbil: 16 anos para ambos os cônjuges. Entre 16 e 18 anos é necessária a
autorização dos pais. O art. 1.520, CC autoriza o casamento de menor de 16 anos
em caso de gravidez.
4. Impedimentos e Causas Suspensivas
a) Impedimentos dirimentes absolutos (ou públicos): 1.521 CC.
 Impedimentos de Parentesco (consanguinidade, afinidade, adoção).
 Impedimento de Vínculo (pessoas casadas).
 Impedimento de Crime (homicídio ou tentativa de homicídio).
b) Causas Suspensivas ou Impedimentos Impedientes: art. 1.523, CC.
5. Invalidade do casamento
a) Nulidade (arts. 1.548 e 1.449, CC). Podem ser promovidas a qualquer tempo
e por qualquer interessado, inclusive pelo Ministério Público, se: a) contraído
pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; b)
contraído por infringência de impedimento.
b) Anulabilidade (arts. 1.550, CC). Infração mais branda, não atenta contra a
ordem pública, mas fere o interesse de pessoas que a lei visa proteger. Só pode ser
alegada pelos interessados, havendo prazo decadencial para tanto (art. 1.560,
CC). É anulável o casamento: a) de quem não completou a idade mínima para
casar; b) do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante
legal; c) por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; d) do incapaz
de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; e) realizado
pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; f) por incompetência da
autoridade celebrante.
6. Casamento por procuração: admissível.
7. Casamento putativo: embora nulo ou anulável, foi contraído de boa-fé por um ou
ambos os cônjuges.
8. Casamento nuncupativo: nubente à beira da morte.
REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES
É o estatuto que regula os interesses patrimoniais dos cônjuges durante
matrimônio, quer entre marido e mulher, quer perante terceiros.
1. Princípios
A) Variedade de regime de bens: a lei oferece quatro espécies de regimes:
comunhão universal, comunhão parcial, separação e participação final dos aquestos.
Podem também combinar estas formas, criando um sistema misto, desde que não seja
incompatível com os princípios e normas de ordem pública que caracterizam o Direito
de Família.
B) Liberdade dos pactos antenupciais: Pacto antenupcial é um contrato solene,
realizado antes do casamento, por meio do qual os nubentes escolhem o regime de
bens que vigorará durante o matrimônio. Os nubentes podem estipular cláusulas,
atinentes às relações econômicas, desde que respeitados os princípios da ordem
pública; devem ser feitos por escritura pública (sob pena de nulidade) e seguido do
casamento (sob pena de ineficácia). Se os nubentes nada convencionarem ou sendo
nula a convenção, vigorará o regime da comunhão parcial (art. 1.640, CC). Se
optarem por qualquer outro regime, será obrigatório o pacto antenupcial por escritura
pública, sob pena de nulidade.
C) Possibilidade de alterar o regime adotado: atualmente a lei permite a
mutabilidade do regime adotado, desde que haja (art. 1.639, §2°, CC): a) pedido
motivado formulado por ambos os cônjuges; b) autorização judicial (jurisdição
voluntária); c) apuração da procedência das razões invocadas; d) ressalvados os
direitos de terceiros.
2. Espécies
A) Regime da Comunhão Parcial (ou limitada – arts. 1.658/1.666, CC): é o
que vigora no silêncio das partes ou nulidade do pacto antenupcial. Compreende, em
princípio, três patrimônios distintos: um só do marido; outro só da mulher e um
terceiro de ambos, adquiridos a título oneroso durante o casamento. Após o
casamento, os bens adquiridos se comunicam. Ficam excluídos da comunhão de bens
que cada cônjuge possuía antes de casar, bem como os que vierem depois, por
doação ou sucessão (e os sub-rogados em seu lugar). Por outro lado cada consorte
responde pelos próprios débitos anteriores ao casamento.
B) Regime da Comunhão Universal (arts. 1.667/1.671, CC): é aquele em que
todos os bens dos cônjuges, presentes ou futuros, adquiridos antes ou depois do
casamento (ainda que em nome de um só deles), tornam-se comuns, constituindo
uma só massa, tendo cada cônjuge o direito à metade ideal do patrimônio comum
(são meeiros), havendo comunicação do ativo e do passivo. Em princípio só há um só
patrimônio, instaurando-se o estado de indivisão. É necessário o pacto antenupcial.
C) Regime da Participação Final nos Aquestos (arts. 1.672/1.686, CC): é
um misto de dois regimes: durante a constância do casamento vigoram as regras
semelhantes ao regime da separação total de bens; dissolvida a sociedade conjugal,
em tese, vigoram as regras da comunhão parcial (cada cônjuge é credor da metade do
que o outro adquiriu onerosamente na constância do casamento. Aquestos são os
bens adquiridos a título oneroso pelos cônjuges na constância do casamento. Há dois
patrimônios: a) INICIAL – conjunto de bens que cada cônjuge possuía antes de se
casar e os que foram por ele adquiridos, a qualquer título, durante o casamento. A
administração dos bens é exclusiva de cada cônjuge, podendo aliená-los livremente se
forem móveis. Em se tratando de bens imóveis um não poderá sem a autorização do
outro realizar os atos previstos no art. 1.647, CC (alienar, hipotecar, prestar fiança,
etc.) No entanto, no pacto antenupcial pode-se convencionar a livre disposição dos
bens imóveis, desde que particulares. b) FINAL – com a dissolução da sociedade
conjugal apura-se o montante dos aquestos, excluindo-se da soma o patrimônio
próprio (ex.: bens anteriores ao casamento e os sub-rogados em seu lugar, obtidos
por herança, legado ou doação, etc.), efetuando-se a partilha e conferindo a cada
consorte, metade dos bens amealhados pelo casal. Se os bens forem adquiridos pelo
trabalho conjunto, cada um dos cônjuges terá direito a uma quota igual no
condomínio. Como se percebe, trata-se mais de uma compensação dos bens
adquiridos e não propriamente de uma divisão.
D) Regime da Separação de Bens (arts. 1.687/1.688, CC): cada cônjuge
conserva, com exclusividade, o domínio, posse e administração de seus bens,
presentes e futuros, havendo incomunicabilidade dos mesmos, não só dos que cada
um possuía ao se casar, mas também dos que vierem a adquirir na constância do
casamento. Mantém-se a responsabilidade pelos débitos anteriores e posteriores ao
casamento. Existem dois patrimônios distintos: o do marido e o da mulher. Qualquer
dos consortes poderá, sem autorização do outro, prestar fiança ou aval e fazer
doação, etc. Espécies: a) Convencional: os nubentes adotam por convenção
antenupcial; podem estipular a comunicabilidade de alguns bens, normas sobre a
administração, colaboração da mulher, etc.; b) Legal: a lei impõe, por razões de
ordem pública ou como sanção, não havendo comunhão de aquestos (art. 1.641, CC),
nem necessidade de pacto (ex.: pessoas maiores de 70 anos – redação dada pela Lei
n° 12.344/10) ou que contraiu casamento com inobservância das causas de
suspensão, etc.
TÉRMINO DA SOCIEDADE CONJUGAL
Morte (real ou presumida).
Nulidade ou anulação.
Separação judicial (consensual ou litigiosa). Espécies: sanção, falência ou remédio.
Divórcio (direto ou conversão).
Obs.: a Emenda Constitucional 66/2010 suprimiu a separação judicial como requisito
para o divórcio. Não há mais prazo mínimo para a efetivação do divórcio e nem se
discute mais a culpa.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

Para a elaboração desta aula foram consultadas as seguintes obras:


DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito Civil Brasileiro. Editora Saraiva.
FARIAS, Cristiano Chaves de e ROSENVALD, Nelson – Curso de Direito
Civil. Editora JusPODIVM.
GAGLIANO, Pablo Stolze e PAMPLONA, Rodolfo Filho –
Novo Curso de
Direito Civil. Editora Saraiva.
GOMES, Orlando – Direito Civil. Editora Forense.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro. Editora Saraiva.
MAXIMILIANO, Carlos – Hermenêutica e Aplicação do Direito. Editora
Freitas Bastos.
MONTEIRO, Washington de Barros – Curso de Direito Civil. Editora Saraiva.
NERY, Nelson Jr. e Rosa Maria de Andrade – Código Civil Comentado.
Editora Revista dos Tribunais.
PEREIRA, Caio Mário da Silva – Instituições de Direito Civil. Editora
Forense.
RODRIGUES, Silvio – Direito Civil. Editora Saraiva.
SERPA LOPES, Miguel Maria de – Curso de Direito Civil. Editora Freitas
Bastos.
SILVA, De Plácido e – Vocabulário Jurídico. Editora Forense.
VENOSA, Silvio de Salvo – Direito Civil. Editora Atlas.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1) (FCC – MPE/AP – Analista Ministerial – 2012) Ana Carolina e José
Augusto casaram-se no dia 30 de Junho de 2012 na Igreja Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro uma vez que são católicos e pretendiam trocar seus votos
de união e fidelidade perante Autoridade Religiosa. No dia 04 de Julho de
2012, eles registraram o respectivo casamento religioso no registro
próprio
objetivando a sua equiparação ao casamento civil. De acordo com o Código
Civil brasileiro, neste caso, o respectivo casamento religioso produzirá
efeitos a partir
(A) da data do registro.
(B) da data de sua celebração.
(C) do dia seguinte ao registro do referido casamento.
(D) do dia seguinte da data de sua celebração.
(E) do primeiro dia útil posterior a data do registro.
COMENTÁRIOS. Segundo o art. 1.515, CC, o casamento religioso, que atender
às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este,
desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de
sua celebração. Gabarito: “B”.

2) (FCC – MPE/AL – Promotor de Justiça – 2012) Considere as


seguintes assertivas sobre o casamento, de acordo com o Código Civil
brasileiro:
I. Não podem casar os irmãos, unilaterais ou bilaterais e demais colaterais,
até o terceiro grau, inclusive.
II. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do
casamento, por qualquer pessoa capaz.
III.O certificado de habilitação concedido pelo oficial de registro terá
eficácia de 120 dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
Está CORRETO o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.
COMENTÁRIOS. O item I está correto, pois segundo o art. 1.521, CC, não
podem casar: I. os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural
ou civil; II. os afins em linha reta; III. o adotante com quem foi cônjuge do
adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV. os irmãos, unilaterais ou
bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V. o adotado com o
filho do adotante; VI. as pessoas casadas; VII. o cônjuge sobrevivente com o
condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. O
item II está correto, pois nos termos do art. 1.522, CC que os impedimentos
podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer
pessoa capaz. Acrescenta o parágrafo único que se o juiz, ou o oficial de
registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado
a declará-lo. O item III está errado, pois segundo prevê o art. 1.532, CC, a
eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi
extraído o certificado. Gabarito: “B” (estão corretos os itens I e II).

3) (FCC – TJ/PE – Juiz de Direito – 2013) São impedidos de casar


(A) os parentes colaterais até o quarto grau.
(B) os afins em linha reta e em linha colateral.
(C) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi
do adotante.
(D) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha
dos bens do casal.
(E) o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não
estiverem saldadas as respectivas contas.
COMENTÁRIOS. Na questão anterior vimos a relação completa dos
impedimentos matrimoniais, previstos no art. 1.521, CC. Desta relação,
somente o item adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com
quem o foi do adotante. Está expressamente previsto (inciso III). Gabarito:
“C”.

4) (FCC – Defensoria Pública/RS – Analista Processual – 2013) É


anulável o casamento:
(A) do incapaz, mesmo que seu responsável tenha assistido ao ato.
(B) em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os
cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e
iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
(C) contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os
atos da vida civil.
(D) quando um dos cônjuges quebrar o dever de fidelidade.
(E) entre os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o
terceiro grau inclusive.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois se o representante do incapaz o
assistiu no ato, o casamento é válido. A letra “c” está errada, pois nesta
situação o casamento será nulo nos termos do art. 1.548, I, CC. A letra “d” está
errada, pois a fidelidade recíproca, embora seja um dever de ambos os
cônjuges, não é causa de anulação do casamento. A letra “e” está errada, pois
também é caso de nulidade absoluta (arts. 1.548, II c.c. 1.521, IV, CC). A letra
“b” é a única que se encaixa na situação de anulação prevista no art. 1.550, CC:
É anulável o casamento: I. de quem não completou a idade mínima para casar;
II. do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante
legal; III. por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; IV. do
incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; V.
realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da
revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; VI.
por incompetência da autoridade celebrante. Esta situação é completada pelo
art. 1.558, CC que estabelece: É anulável o casamento em virtude de coação,
quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado
mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e
a honra, sua ou de seus familiares. Gabarito: “B”.

5) (MPE/PE – Escola Superior do Ministério Público – Estágio em


Direito – 2013) O Código Civil pátrio inicia o Livro IV enunciando, no art.
1.511, que “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”. Sobre o tema, aponte a
opção CORRETA:
(A) o registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos
exigidos para o casamento civil.
(B) a habilitação para o casamento e o registro não serão isentos de selos,
emolumentos e custas, mas a primeira certidão poderá ser isenta para as
pessoas cuja pobreza for declarada.
(C) o casamento se realiza em um único ato, representado pela manifestação
da anuência dos nubentes à união.
(D) para o casamento de menores de dezoito anos, porém maiores de
dezesseis, exige-se a autorização de seus representantes legais, sendo possível
a revogação desta a qualquer tempo.
(E) não é admissível pela lei, o casamento entre os colaterais até o quarto
grau.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta. O art. 1.515, CC estabelece que o
casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio,
produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. Completa o art. 1.516, CC
afirmando que o registro do casamento religioso submete-se aos mesmos
requisitos exigidos para o casamento civil. A letra “b” está errada, pois
estabelece o art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão
serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for
declarada, sob as penas da lei. A letra “c” está errada. Nos termos do art.
1.514, CC o casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o
juiz os declara casados. A letra “d” está errada. De fato, para o casamento de
menores de dezoito anos, porém maiores de dezesseis, exige-se a autorização
de seus representantes legais (art. 1.517, CC). No entanto a revogação desta só
pode se dar até a celebração do casamento (art. 1.518, CC). A letra “e” está
errada, pois a proibição é de casamento entre colaterais até o terceiro grau (art.
1.521, IV, CC). Gabarito: “B”.
6) (MPE/PE – Escola Superior do Ministério Público – Estágio em
Direito – 2013) Acerca da disciplina do casamento, é CORRETO afirmar
que:
(A) considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge a ignorância,
anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
(B) extingue-se em 180 (cento e oitenta) dias o direito de anular o casamento
dos menores de 16 (dezesseis) anos, contado o prazo para o menor, do dia da
celebração do casamento.
(C) a separação judicial é uma das formas de dissolução do vínculo conjugal.
(D) o divórcio só pode ser concedido se houver prévia partilha de bens.
(E) a celebração do casamento exige a presença física dos contraentes, não
sendo possível que se realize por meio de instrumento de procuração.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta. O art. 1.557, CC estabelece as
hipóteses de erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge. Uma dessas
hipóteses (inciso IV) é a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental
grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge
enganado. A letra “b” está errada. Estabelece o art. 1.555, CC que o casamento
do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal,
só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por
iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de
seus herdeiros necessários. §1° O prazo estabelecido neste artigo será contado
do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento,
no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. A letra “c” está errada. A
separação é uma das formas de dissolução da sociedade conjugal (art. 1.571,
CC), mas não do vínculo conjugal (ou seja, do casamento). A letra “d” está
errada, pois nos termos do art. 1.581, CC, o divórcio pode ser concedido sem
que haja prévia partilha de bens. A letra “e” está errada, pois estabelece o art.
1.542, CC que o casamento pode celebrar-se mediante procuração, por
instrumento público, com poderes especiais. Gabarito: “A”.

7) (FCC – DPE/AM – Defensor Público – 2013) A união estável


(A) equipara-se, para todos os fins, ao casamento civil, inclusive no que toca à
prova.
(B) pode ser constituída entre pessoas casadas, desde que separadas
judicialmente ou de fato.
(C) demanda diversidade de gêneros, de acordo com recente entendimento do
Supremo Tribunal Federal.
(D) será regida, em seus aspectos patrimoniais, pelo regime da separação
obrigatória, salvo disposição contrária em contrato firmado pelos
companheiros.
(E) se dissolvida, não autoriza os companheiros a pedirem alimentos.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, principalmente no tocante à prova. O
matrimônio é ato formal
al e solene,
solene, comprovado através da
comprovado atravéss ddaacertidão de
casamento. Segundo o art. 1.543, CC, em relação ao casamento, caso celebrado
no Brasil prova-se pela certidão do registro. Já a união estável estável trata
trata-se de
convivência informal e, para
ara aa sua
sua comprovação,
comprovação,imprescin
imprescindível
díívveello oo
atendimento dos requisitos legais no
ontados apontados no do
art. 1.723 art.CC
1.723 do CC (É
(É rreeccoonnhheecci
reconhecida como estável entre o homem e a mul heerr,,
entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua
tínua e duradoura e estabelecida com ccoomm o objetivo
oo de
constituição de família). Assim, enquanto a existência do casamento ccaassaammeennt
civil é
provada mediante a apresentação
sentação de certidão de cas casamento, o, a união estável é
reconhecida através de sentença judicial oouu contrato.
ou
Além disso, o casamento traz consigo alguns efeitos não observados o bbsseerrvvaaddoos
na união
estável, como a mudança a no estado civil. A letra “b” está correta, pois prevê o
art. 1.723, §1°, CC: A união estável não se constituirá se ocorrerem os
impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso
de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. A letra “c” está
uição Federal exija a d
errada. Embora Constituição diversidade de sexos para a
configuração da união estável
ável (art. 226, §3°: Para efeito da proteção do Estado,
é reconhecida a união estável entre oo homem homem ee aa mulher
mu llhh como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casa casamento),
meennttoo)),,
o Supremo
oo
Tribunal Federal, no julgamento
mento da ADI n° 4277 e da ADPF n° nn°°132,
113322,,
reconheceu
as uniões estáveis formadas as por pessoas
pessoas do mesmo sexo (união homoafetiva). A
letra “d” está errada, pois nos termos do art. 1.725, CC, na união estável, salvo
contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no
que couber, o regime da comunhão parcial de bens. Finalmente a letra “e” está
errada. Nada obsta que e mesmo após a dissolução da união estável os
uunniiããoo
companheiros prestem alimentos
limentos uns aos outros, desde que ue caracterizadas a
dependência econômica, a necessidade do alimentando e a aa possibilidade do
orre dos deveres de solidariedade e mmútútuaua
alimentante. Tal fato decorre mútua assistência,
que permeiam as relações es familiares, bem como em razão do ddooart.
aarrtt..
1.694, CC
companhe iirro Sobre o tema:
possibilitar o pedido de pensão alimentícia entre companheiros.
“Fundamentado princípio da
no princípio da solidariedade
solidariedade familiar,
fammiilliiaarr,,
o oo
dever
de prestar alimentos entree cônjuges
cônjuges ee companheiros
companheiros reveste-se
revees de caráter
assistencial, em razão do vínculo conjugal ou de união estável el que um dia uniu o
ompimento do convívio, encontrando-se
casal, não obstante o rompimento do subjacente o
stência”. (REsp 995.538/AC, STJ). Gabarito: “B”.
dever legal de mútua assistência”.

8) (VUNESP – TJ/RJ – Juiz de Direito – 2013) Sobre a união estável, é


CORRETO afirmar que
(A) na hipótese de falecimento, o companheiro sobrevivente terá direito à
herança, inclusive sobre os bens que o falecido tiver recebido por doação.
(B) não pode ser reconhecida caso um dos conviventes seja casado ainda que
esteja separado de fato.
(C) pode ser reconhecida nos casos das relações entre a adotada com o filho
do adotante.
(D) se houver contrato escrito dispondo de outro modo, não se aplicará às
relações patrimoniais o regime da comunhão parcial de bens.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada. A questão deixa claro que a doação
foi constituída na constância
ia do casamento
do casamento ememfavor
favordodo ccôônnjjuuggee
cônjuge falecido,
enquadrando-se no art. 1.659,
1.659, I,
I, CC, sendo excluída da ccomunhão.
oommuunnhhããoo.
Todavia,
atentem para o seguinte: caso
: caso a adoação
doaçãoseja
sejaadquirida
adquiridaem
emffa
favor de ambos os
cônjuges (e não em favor or de apenas um deles) entraria si sim
mmnannaa
comunhão. A
letra “b” está errada, pois
s pode ser reconhecida nos casos das daassrelações entre a
adotada com o filho do adotante.
dotante. Art. 1.723, CC: É reconhecidacida como entidade
entidade
familiar a união estável entre
ntre o homem e a mulher, configu
configurada
raaddaana convivência
nnaa
oura e estabelecida com o objetiv
pública, contínua e duradoura objetivoo de
ddee
constituição de
vel não se constituirá se ocorrerem os
família. §1° A união estável ossimpedimentos do
do a incidência do inciso VI no casoo de pessoa casada
art. 1.521, não se aplicando
se achar separada de fato o ou judicialmente. Art. 1.521, CC: Não podem casar:
V. o adotado com o filho do adotante (letra “c”); VI. as pessoas casadas (letra
“b”, nesse caso excepcionada pelo dispositivo anterior). A letra “d” está correta
nos termos do art. 1.725, CC: Na união estável, salvo contrato ato escrito entre os
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que ccouber,
oouubbeerr,,
o regime
oo da
comunhão parcial de bens. s. Gabarito: “D”.

9) (FCC –
Câmara Municipal de São Paulo – Procurador Legislativo –
2014) Maria e José viveram juntos por oito anos. Não tiveram filhos.
Separaram-se e Maria, objetivando meação dos bens que José levou para o
convívio, propõe ação declaratória de reconhecimento de união estável,
cumulada com a partilha de tais bens. José contesta alegando que, como ele era
casado, embora separado de fato de seu cônjuge, e não tiveram filhos, não
haveria como configurar-se união estável, por impedimento matrimonial; além
disso, os bens seriam somente dele, José, por terem sido adquiridos antes da
alegada união estável. Ao examinar a questão, o juiz da causa
(A) não admitirá a união estável, pela existência de impedimento matrimonial a
impedir a conversão em casamento; também não destinará qualquer bem a
Maria, por serem de exclusiva propriedade de José.
(B) não admitirá a união estável, pela inexistência de filhos e pela ocorrência
de impedimento matrimonial, mas determinará indenização a Maria pela
caracterização de concubinato.
(C) admitirá a união estável por ser irrelevante a ausência de filhos e suficiente
a separação de fato para sua constituição, destinando metade dos bens para
Maria, já que, por analogia, o regime de bens na união estável equipara-se à
comunhão total de bens.
(D) admitirá a união estável, porque a ausência de filhos é irrelevante e a
separação de fato já permite sua constituição; quanto aos bens, determinará
que são apenas de José, porque só se comunicariam aqueles adquiridos na
constância da união estável, à qual se aplicam, nas relações patrimoniais, no
que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
(E) não admitirá a união estável, pela existência de impedimento matrimonial,
uma vez que é preciso estarem presentes todos os requisitos para conversão
da convivência em casamento; no entanto, destinará metade dos bens para
Maria, como indenização moral pelos oito anos de convívio.
COMENTÁRIOS.
O juiz inicialmente irá reconhecer a união estável. Segundo o
art. 1.723, CC, é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o
homem e a mulher, configurada na convivência pública, continua e duradoura e
estabelecida com o objetivo de constituição de família. §1° A união estável não
se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a
incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou
judicialmente (que é a hipótese da questão). Assim, atualmente é possível que
pessoas casadas possam constituir união estável desde que estejam separadas
de fato ou judicialmente e haja entre elas a convivência pública, contínua e
duradoura com o fim de constituir família. Essa situação não deve ser
confundida com a figura do “concubinato-amante”, prevista no art. 1.727, CC
(nesse caso não haver a união estável). Quanto aos bens, o juiz decidirá que
eles pertencem somente a José. Isso porque na ausência de contrato escrito, o
regime de bens da união estável será o da comunhão parcial de bens, que
estabelece: Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens
que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos
artigos seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I. os bens que cada
cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do
casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar. Gabarito:
“D”.

10) (FCC – DPE/AM – Defensor Público – 2013) O divórcio


(A) não pode ser concedido sem prévia partilha dos bens.
(B) demanda prévia separação judicial, há pelo menos um ano, ou de fato,
há pelo menos dois.
(C) só pode ser requerido se comprovada culpa de um dos cônjuges.
(D) pode dar ensejo à obrigação de prestar alimentos, a qual não se extingue
com novo casamento do alimentante.
(E) não importa restrição aos direitos e deveres decorrentes do poder familiar,
salvo na hipótese de casamento de qualquer dos pais.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois o divórcio pode ser concedido sem
prévia partilha dos bens (art. 1.581, CC). A letra “b” está errada, pois
atualmente, com a vigência da Emenda Constitucional n° 66/2010, alterando a
redação do §6°, do art. 226, CF/88, não é mais necessária a prévia separação
para se requerer o divórcio. A letra “c” está errada, pois para se requerer o
divórcio não é necessária a prova de culpa de um dos cônjuges. A letra “d” está
correta, pois o divórcio do alimentante não extingue eventual obrigação de
continuar prestando alimentos ao ex-cônjuge (art. 1.709, CC). A letra “e” está
errada, pois nos termos do art. 1.632, CC, a separação judicial, o divórcio e a
dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão
quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os
segundos. Portanto, não há a ressalva de novo casamento dos pais. Gabarito:
“D”.

11) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. Em relação ao
divórcio, é CORRETO afirmar que:
I. Para concessão do divórcio é necessário a separação prévia.
II. É possível o divórcio sem a partilha dos bens.
III. No divórcio, o cônjuge que acrescentou o sobrenome do outro é
obrigado a retirar.
IV. Após o divórcio, a pessoa volta ao estado civil de solteiro.
Assinale a CORRETA:
(A)estão corretas as assertivas I, III e IV.
(B) estão corretas as assertivas I e III.
(C) apenas a assertiva II está correta.
(D) estão corretas as assertivas I, II e III.
COMENTÁRIOS.
A afirmativa I está errada, pois atualmente, após a vigência
da Emenda Constitucional n° 66/2010, que alterou a redação do §6° do art.
226, CF/88, não é mais necessária a previa separação judicial para a concessão
do divórcio. A afirmativa II está correta, pois o divórcio pode ser concedido sem
prévia partilha dos bens nos termos do art. 1.581, CC. A assertiva III está
errada, pois prevê o §2° do art. 1.571, CC que dissolvido o casamento pelo
divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado;
salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
A assertiva IV está errada. O estado civil é estabelecido de acordo com o estado
ou não de casado do indivíduo, e sofre alterações conforme o vínculo conjugal
termina ou dissolve-se. Segundo a Desembargadora do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul, Maria Berenice Dias, “solteiro é quem nunca se casou;
casado é aquele que contraiu núpcias e se mantém na relação marital; separado
judicialmente é a pessoa cujo vínculo do casamento se sustenta apesar de a
sociedade conjugal estar rompida por decisão judicial; o divorciado teve o
vínculo conjugal dissolvido, e o viúvo perdeu a condição de casado em
decorrência do falecimento do cônjuge”. Portanto a pessoa não volta a ser
solteira. Gabarito: “C” (apenas a assertiva II está correta).

12) (FCC – MPE/MA


– Analista Ministerial – Direito – 2013) Mauro e
Marina namoram há cerca de cinco anos e pretendem casar-se em
breve. Para tanto, após o noivado, o casal está tomando as providências
necessárias preconizadas pelo Código Civil brasileiro para formalização
do ato. Neste caso,
(A) se Mauro for divorciado, o casamento com Marina não deverá ser realizado
enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal.
(B) a habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil,
com a audiência do Ministério Público, sendo necessária a homologação
judicial.
(C) após a extração do certificado de habilitação pelo oficial do registro, a
eficácia da habilitação será de 120 dias, a contar da data em que foi extraído o
certificado.
(D) o registro do casamento religioso não se submete aos mesmos requisitos
exigidos para o casamento civil.
(E) o casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento
público ou particular, com poderes especiais.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta. O art. 1.523, CC estabelece o rol das
causas suspensivas para a realização do casamento. Ou seja, os nubentes
não devem se casar até que sejam tomadas certas providências ou
cumpram-se determinados prazos. A infração a esse dispositivo não desfaz o
casamento (não é caso de anulação ou nulidade). No entanto, pela
irregularidade, sofrem os nubentes certas sanções previstas em lei. São eles:
a) O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer
inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros (a não ser que prove
a inexistência de prejuízo para os herdeiros); b) a viúva, ou a mulher cujo
casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do
começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal, salvo se antes de
findo esse prazo der à luz algum filho ou provar a inexistência de gravidez; c) o
divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos
bens do casal, sob pena de imposição do regime de separação de bens (evita a
confusão dos patrimônios; neste caso a sanção é a separação obrigatória de
bens, exceto se for provado que não houve prejuízo para o outro cônjuge); d) o
tutor ou curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados, ou
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, se não estiverem saldadas as
respectivas contas. A letra “b” está errada, pois de acordo com a nova
redação do art. 1.526, CC (Lei n°
12.133/09), a habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro
Civil, com a audiência do Ministério Público. Parágrafo único. Caso haja
impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será
submetida ao juiz. Portanto não se exige mais a homologação judicial, salvo os
casos previstos expressamente na lei. A letra “c” está errada, pois prevê o art.
1.532, CC que a eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data
em que foi extraído o certificado. A letra “d” está errada, pois determina o art.
1.516, CC que o registro do casamento religioso submete-se aos mesmos
requisitos exigidos para o casamento civil. Finalmente também está errada a
letra “e”, pois somente se admite o casamento por procuração de for por
instrumento público, de acordo com o art. 1.542, CC (e desde que haja poderes
especiais para tanto). Gabarito: “A”.

13) (FCC – MPE/MA – Analista Ministerial – Direito – 2013) Joaquim e


Maria são casados há 3 anos e residem juntos na cidade de São Luís. Maria
engravida neste ano de 2013. No curso da gravidez Joaquim descobre que Maria
é adúltera e mantinha um relacionamento extraconjugal há um ano com Pedro,
o vizinho do andar de baixo. Neste caso, é CORRETO afirmar que
(A) a prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção não
ilide a presunção de paternidade, prevalecendo a paternidade socioafetiva em
relação à biológica.
(B) Joaquim tem o direito de contestar a paternidade do futuro filho, devendo
observar o prazo prescricional de 3 anos após o nascimento.
(C) basta a confissão de Maria de que o futuro filho não é de Joaquim para
exclusão da paternidade.
(D) no caso de contestação da paternidade do futuro filho de Maria, falecendo
Joaquim, os seus eventuais herdeiros não poderão prosseguir na ação.
(E) não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a
presunção legal da paternidade.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois segundo o art. 1.599, CC, a prova
da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção
da paternidade. A letra “b” está errada, pois de acordo com o art. 1.601, CC,
cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua
mulher, sendo tal ação imprescritível. A letra “c” está errada, pois o art. 1.602,
CC determina que não basta a confissão materna para excluir a paternidade. A
letra “d” está errada, pois de acordo com o parágrafo único do art. 1.601, CC,
contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na
ação. A letra “e” está correta nos exatos termos do art. 1.600, CC. Gabarito:
“E”.

14) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Assinale a alternativa CORRETA:
(A) o maior de 70 anos não pode casar.
(B) para o casamento de menores de 16 anos, basta a autorização de ambos
os pais.
(C) o menor de 18 anos que já tenha sido emancipado por seus pais através de
escritura pública pode celebrar casamento independentemente da autorização
de seus pais.
(D) após o divórcio decretado, é possível o casamento um dos ascendentes do
ex-cônjuge.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois o maior de 70 anos pode se
casar, a ressalva que se faz é em relação ao regime de bem do casal, que deve
ser o da separação legal, nos termos do art. 1.641, CC. A letra “b” está errada,
pois a autorização dos pais é para os menores de 18, porém maiores de 16
anos. Observem que a questão fala em menores de 16 anos. Para estes
somente com autorização judicial e mesmo assim em casos excepcionais. A letra
“c” está certa, pois se o menor foi emancipado, pode praticar todos os atos da
vida civil, inclusive casar. A letra “d” está errada, pois como costumo dizer
“sogra é para sempre”. Este vínculo não se desfaz nem com a morte ou divórcio.
Trata-se de um impedimento matrimonial previsto no art. 1.521, II, CC.
Gabarito: “C”.

15) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Em relação ao registro de filhos, analise as assertivas em conformidade
com o disposto no Código Civil.
I. A lei presume que os filhos de mulheres casadas há mais de 180 dias são
do marido, sendo dispensável a presença do pai no dia do registro.
II. Para registrar o filho nascido após a morte do marido, será necessária
a concordância dos herdeiros, não recaindo nenhum tipo de presunção.
III. O reconhecimento voluntário do filho pode ser tanto direto no registro,
como em escritura pública apartada.
IV. O reconhecimento voluntário do filho pode ser anterior ao seu
nascimento, e é por natureza irretratável.
Assinale a alternativa correta:
(A) são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(B) são verdadeiras apenas as assertivas I e II.
(C) todas as assertivas são verdadeiras.
(D) são verdadeiras apenas as assertivas I, III e IV.
COMENTÁRIOS. O item I está correto nos termos do art. 1.597, I, CC. O item
II está errado, pois o art. 1.597, II, CC prescreve que presumem-se
concebidos na constância do casamento os filhos nascidos nos trezentos dias
subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação
judicial, nulidade e
anulação do casamento. O item III está certo. Prevê o art. 1.609, CC: O
reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I. no registro do nascimento; II. por escritura pública ou escrito particular, a ser
arquivado em cartório; III. por testamento, ainda que incidentalmente
manifestado; IV. por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Finalmente o item IV está certo nos termos do parágrafo único do art. 1.609,
CC: O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao
seu falecimento, se ele deixar descendentes. Além disso, prevê o art. 1.610, CC
que o reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em
testamento. Gabarito: “D” (itens I, III e IV estão corretos).

16) (VUNESP – Advogado da Companhia Energética de São Paulo – CESP


– 2013) Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz,
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime de
(A) comunhão universal.
(B) participação final nos aquestos.
(C) comunhão parcial.
(D) sociedade de fato.
(E) união estável.
COMENTÁRIOS. Dispõe o art. 1.640, CC: Não havendo convenção,onvenção, ouou sendo
sendo
ela nula ou ineficaz, vigorará,
rará, quanto
quanto aos
aos bens
bens entre
entre os
os cônjuges,
cô njjuuggeo regime da
comunhão parcial. Lembrando
rando que em relação à união es estável,
táávv não havendo
nenhuma estipulação de contratual sobre as relações patrim
patrimoniais, também será
onniiaaiiss,,
adotado o regime de comunhão do art.
munhão parcial de bens, no termos dodo 1.725, CC.
aarrtt..
Gabarito: “C”.
17) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
O casamento e a união estável são regidos por regime de bens,
previstos no Código Civil. Com base nisso, analise as assertivas abaixo:
I. Para que seja válido, o contrato de união estável deve ser feito sob a
forma de escritura pública.
II. No contrato de união estável, o regime de bens deve ser
obrigatoriamente o de comunhão parcial.
III. Para que seja válido, pacto antenupcial do casamento deve ser feito sob
a forma de escritura pública.
IV. O pacto antenupcial é sempre necessário, ainda que o regime de bens
seja o da comunhão parcial.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A)são verdadeiras apenas as assertivas I, III e IV.
(B) são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(C) são verdadeiras apenas as assertivas II e III.
(D) é verdadeira apenas a assertiva III.
COMENTÁRIOS. O item I está errado, pois segundo o art. 1.723, CC, é
possível fazer o contrato de união estável sob a forma de escritura púbica,
porém isso não é indispensável, pois basta a convivência pública contínua e
duradoura. O item II está errado, pois estabelece o art. 1.725, CC que na
união
estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Portanto, na falta de estipulação, o regime será o da comunhão parcial, mas
nada impede a escolha de outro regime desde que feito por escrito. O item III
está correto, nos termos do parágrafo único do art. 1.640, CC. Finalmente o
item IV está errado, pois se o regime escolhido for o da comunhão parcial é
desnecessário o pacto antenupcial. Gabarito: “D” (somente o item III está
correto).

18) (COPESE/UFT – DPE/TO – Analista em Gestão – Ciências Jurídicas –


2013) Nos termos do Código Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) é anulável o casamento contraído por infringência dos impedimentos
matrimoniais.
(B) excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não
alcançou a idade núbil, em caso de gravidez.
(C) compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores
ou a alguém que o substitua e, por guarda compartilhada a responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob
o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.
(D) presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos havidos, a
qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois afiram é o casamento é anulável
se contraído por infringência dos impedimentos matrimoniais. Na realidade,,
segundo o art. 1.548, II, CC, é nulo o casamento contraído: (...) II. por
infringência de impedimento. Lembrando que os impedimentos matrimoniais
estão dispostos no art. 1.521, CC. A letra “b” está correta nos termos do art.
1.520, CC: Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não
alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de
pena criminal ou em caso de gravidez. A letra “c” está correta nos termos do
art. 1.583, §1°, CC: Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só
dos genitores ou a alguém que o substitua. A letra “d” está correta, nos termos
do art. 1.597, IV, CC: Presumem-se concebidos na constância do casamento os
filhos: (...) havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga. Gabarito: “A”.

19) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2013) Assinale a alternativa CORRETA:
(A) na união estável não é possível a escolha do regime de bens, devendo
sempre ser no regime de comunhão parcial.
(B) os divorciados que ainda não fizeram a partilha dos bens do casamento
anterior não poderão realizar pacto antenupcial, sendo obrigados a casar no
regime da separação legal.
(C) a alteração dos regimes de bens é possível durante o casamento, mediante
elaboração de nova escritura de pacto antenupcial.
(D) no regime de comunhão parcial não se comunicam os bens recebidos por
herança, e nem os frutos destes percebidos durante o casamento.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois prevê o art. 1.725, CC: Na união
estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. A letra “b”
está correta nos termos do art. 1.523, CC arrola as hipóteses de causas
suspensivas em relação ao casamento. Desta forma, estabelece o art. 1.523,
CC. Não devem casar: I. o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,
enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros
(...). Por sua vez, estabelece o art. 1.641, CC que: É obrigatório o regime da
separação de bens no casamento: I. das pessoas que o contraírem com
inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento. A letra “c”
está errada, pois segundo o art. 1.639, §2°, CC: É admissível alteração do
regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os
cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos
de terceiros. A letra “d” está errada, pois estabelece o art. 1.660, V, CC. Entram
na comunhão: (...) V. os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada
cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de
cessar a comunhão. Gabarito: “B”.

20) (DPE/DF – Estágio para Defensoria Pública do Distrito Federal –


2013) São espécies de regime de bens admitidos no Código Civil
Brasileiro, exceto.
(A) comunhão parcial.
(B) comunhão universal.
(C) divisão unilateral.
(D) participação final nos aquestos.
(E) separação de bens.
COMENTÁRIOS. O Código Civil estabelece como regime de bens: a)
comunhão parcial; comunhão universal; participação final nos aquestos e
separação de bens. Portanto, a única opção que não encontra respaldo na lei é a
“divisão unilateral”. Gabarito: “C”.

21) (FMP – MPE/AC – Analista Processual – 2013) Sobre o regime de


bens entre os cônjuges, analise as seguintes assertivas.
I. É admissível a alteração do regime de bens mediante disposição de ambos
os cônjuges, após a celebração do casamento, desde que realizada por
escritura pública.
II. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento celebrado
entre nubentes menores de 18 anos, em razão da necessidade, para tanto,
de autorização dos pais.
III. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis,
desde que particulares.
IV. No regime legal ou supletivo (art. 1.640, CC), excluem-se da
comunhão as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes.
Quais são CORRETAS?
(A) apenas I e II.
(B) apenas I e III.
(C) apenas II e III.
(D) apenas III e IV.
(E) apenas II, III e IV.
COMENTÁRIOS. O item I está errado, pois o art. 1.639, §2° possibilita a
alteração do regime de bens nos seguintes termos: É admissível alteração do
regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os
cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos
de terceiros. O item II está errado. O art. 1.641, CC estabelece as hipóteses em
que é obrigatório o regime de separação de bens no casamento. E em nenhuma
delas há menção à hipótese “menores de 18 anos”. O item III está correto, pois
se trata do texto literal do art. 1.656, CC. O item IV está correto. O art. 1.660,
CC arrola quais os bens que entram na comunhão e o art. 1.659, CC arrola os
que são excluídos da comunhão, sendo que as pensões, meios-soldos,
montepios e outras rendas semelhantes estão previstas no inciso VII deste
dispositivo. Gabarito “D” (estão corretos os itens III e IV).

22) (FCC –
Câmara Municipal de São Paulo – Procurador Legislativo –
2014) Em relação ao regime de bens entre cônjuges:
(A) no pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aquestos, poder-se-á convencionar a livre dos bens imóveis, desde
disposição que particulares.
(B) não havendo convenção antenupcial, ou sendo ela nula ou ineficaz,
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão
universal.
(C) o pacto antenupcial pode ser feito por escritura pública ou por instrumento
particular, neste caso desde que registrado em livro próprio, no Registro
Imobiliário do domicilio dos cônjuges.
(D) é anulável a convenção ou cláusula de pacto antenupcial que contravenha
disposição absoluta de lei.
(E) por serem atos formais e solenes, em nenhuma hipótese será permitida a
realização de pactos antenupciais por menores.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta, de acordo com o art. 1.656, CC. A
letra “b” está errada, pois dispõe o art. 1.640, CC: Não havendo convenção, ou
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o
regime da comunhão parcial. A letra “c” está errada, pois determina o art.
1.653, CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e
ineficaz se não lhe seguir o casamento. A letra “d” está errada, pois segundo o
ar. 1.655, CC, é nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição
absoluta de lei. Finalmente a letra “e” também está errada, pois prescreve o art.
1.654, CC: A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica
condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de
regime obrigatório de separação de bens. Gabarito: “A”.

23) (FCC – TJ/CE –


seguir: Juiz de Direito – 2014) Analise as assertivas a
I. O pacto antenupcial não terá efeito perante terceiros senão depois de
registrado em livro especial pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio
dos cônjuges.
II. É inalterável o regime de bens do casamento, ainda que mediante
autorização judicial.
III.No regime da comunhão universal de bens só não se comunicam aqueles
herdados ou recebidos por doação com cláusula de incomunicabilidade.
IV. No regime da comunhão parcial de bens não se comunicam as obrigações
provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal.
V. No regime de separação de bens, ambos os cônjuges são obrigados a
contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu
trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto
antenupcial.
Sobre o regime de bens do casamento, é CORRETO o que se afirma
APENAS em
(A) III, IV e V.
(B) I, III e V.
(C) I, IV e V.
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV.
COMENTÁRIOS. O item I está correto nos termos do art. 1.657, CC. O item II
está errado, pois o art. 1.639, §2°, CC possibilita a alteração do regime de bens
do casamento, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os
cônjuges, apurada as razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. O
item III está errado, pois o art. 1.668, CC estabelece uma série de situações
que são excluídas da comunhão universal, sendo que o apontado no item é
apenas uma delas. O item IV está correto nos termos do art. 1.659, IV, CC. O
item V está certo, nos termos do art. 1.688, CC. Gabarito: “C” (estão corretos
os itens I, IV e V).

24) (IESES – TJ/RO –


Em relação ao divórcio Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
I. O divórcio pode ser realizado mediante escritura pública, ainda que o casal
tenha filhos menores.
II. Para concessão do divórcio, é necessário que haja a prévia separação do
casal.
III. A partilha de bens é indispensável para realização do divórcio.
IV. Caso haja estipulação de pensão alimentícia entre cônjuges, o divórcio
não poderá ser realizado via extrajudicial, dependendo de homologação
judicial.
Assinale a alternativa correta:
(A)nenhuma das assertivas é verdadeira.
(B) apenas a assertiva III é verdadeira.
(C) são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(D) todas as assertivas são verdadeiras.
COMENTÁRIOS. O item I está errado, pois somente se o casal não tiver filhos
menores ou incapazes o divórcio poderá ser feito por escritura pública (art.
1.124-A). O item II está errado, pois a Emenda Constitucional n° 66/2010,
dando nova redação ao §6° do art. 226, CF/88, suprimiu o requisito de prévia
separação judicial para se requerer o divórcio. O item III está errado, pois o
divórcio pode ser realizado sem que haja partilha de bens, no termos do art.
1.581, CC. Finalmente o item IV está errado, nos termos do art. 1.124-A, CC: A
separação consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou
incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão
ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à
descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à
manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. Gabarito: “A”
(todos os itens estão errados).
25) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
Assinale a alternativa CORRETA:
(A)o casamento civil pode ser celebrado por autoridade religiosa.
(B) a celebração do casamento civil é gratuita apenas para os que declararem
a pobreza, sob as penas da lei.
(C) o casamento celebrado em iminente risco de vida poderá ser celebrado na
presença de seis testemunhas, que deverão em 10 dias comparecer no cartório
de registro civil para que seja realizado o seu registro.
(D) o casamento civil somente poderá ser celebrado em prédio particular se
houver justificativa.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está correta, pois o art. 1.515, CC prevê que o
casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio,
produzindo efeitos a partir da data de sua celebração. A letra “b” está errada,
pois nos termos do art. 1.512, CC, o casamento é civil e gratuita a sua
celebração. Não há ressalvas. No entanto pode ocorrer uma pequena confusão,
pois o parágrafo único deste dispositivo prevê que a habilitação para o
casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos
e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei. A
letra “c” está errada. De fato, prevê o art. 1.540, CC Quando algum dos
contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da
autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o
casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os
nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo
grau. No entanto, determina o art. 1.541, CC que, realizado o casamento,
devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima
(e não no cartório de registro civil), dentro em dez dias (...). A letra “d” está
errada. A lei não faz a ressalva “se houver justificativa” para que o casamento
civil seja celebrado em prédio particular. Segundo o art. 1.534, CC, a solenidade
realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas,
presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou,
querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício
público ou particular. §1° Quando o casamento for em edifício particular, ficará
este de portas abertas durante o ato. Gabarito “A”.

26) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Assinale a alternativa CORRETA:
(A) o reconhecimento de filho feito por escritura pública pode ser revogado a
qualquer tempo, desde que o registro civil ainda não tenha sido feito.
(B) a lei presume que os filhos de mulheres casadas são do marido, podendo o
nome do pai/marido ser registrado apenas com a apresentação da certidão de
casamento, mesmo sem a sua presença no ato.
(C) se a mulher ficar viúva durante a gestação, terá que realizar exame de
DNA após o nascimento do filho para provar que é de seu marido.
(D) os filhos havidos de relações extraconjugais somente podem ser
reconhecidos se houver a concordância do cônjuge traído.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois nos termos do art. 1.609, CC, o
reconhecimento de filhos é irrevogável, seja qual for a forma pela qual foi feita.
Completa o art. 1.610, CC que o reconhecimento não pode ser revogado, nem
mesmo quando feito em testamento. A letra “b” está correta. Se os pais da
criança forem casados, a declaração para o registro pode ser feita apenas por
um dos genitores. A maternidade é sempre certa, enquanto a paternidade
decorre de ato reconhecimento ou da presunção legal relativa de paternidade
pelo casamento (180 dias após o casamento e até 300 dias após a dissolução da
sociedade conjugal). A letra “c” está errada, pois não é necessário realizar
exame de DNA, uma vez que o art. 1.597, II, prevê que presumem-se
concebidos na constância do casamento os filhos (...) II. nascidos nos trezentos
dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação
judicial, nulidade e anulação do casamento. A letra “d” está errada, pois a
concordância ou não do “cônjuge traído” em nada altera a vontade do pai em
reconhecer filho havido em relação extraconjugal. Gabarito “B”.

27) (FCC – TJ/PE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2013)


No regime de comunhão o parcial
(A) entram na comunhão o os bens adquiridos por fato even
eventual,
ttuuaall,,
com ou sem o
concurso do trabalho ou despesa anterior, bem como as b eennffeeiittoorriiaas
benfeitorias em bens
particulares de cada cônjuge.
juge.
(B) excluem-se da comunhão
unhão os bens adquiridos na const
constância
ânncciiaa
do casamento
ddoo
por título oneroso, se a aquisição se deu em nome de um dos
dosscônjuges.
(C) são comunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma
uummaa
causa anterior
ao casamento.
(D) a anuência de ambosos os cônjuges é desnecessária pa
para
rraa
osooss
atos, a título
gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens co
comuns.
muun
(E) a administração e aadisposição
di dos bens constitutivos
vos do
do patrimônio
patrimônio
particular competem a ambos os cônjuges, salvo convençã
convençãooodiversa
ddiivveerrssaa
em pacto
antenupcial.
COMENTÁRIOS. Segundo o art. 1.660, CC: Entram na comunhão: I. os bens
adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em
nome de um dos cônjuges; II. os bens adquiridos por fato o eventual,
eventual, com ou
sem o concurso do trabalho
alho ou despesa
despesa anterior,
anterior,III. os bens adquiridos por
doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV. benfeitorias em
bens particulares de cadada cônjuge; V. os frutos dos bens comuns, ou dos
particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão. Gabarito: “A”.

28) (FCC – TJ/PE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2013)


Em relação ao casamento,
nto, é CORRETO afirmar:
(A) não pode casar o divorciado,
divorciado, enquanto
enquanto não
não houver
houver ssido
iiddoo
homologada ou
decidida a partilha dosbens
bensdodocasal,
casal,podendo
podendoooato
atoser
ser annuullaaddoo
anulado por seu ex-
cônjuge.
(B) o casamento religioso,o, que
queatender
atenderàs às
exigências
exigências
da lei
da ppaarraa
lei para aaa
validade
do casamento civil, equipara-se
a a este, desde que registrado
no registro
no próprio,
registro
próprio, data a partir da duzirá
qual produzirá
efeitos. efeitos.
(C) os impedimentos matrimoniais
atrimoniais podem se
ser opostos, até
é cinco dias após a
publicação dos proclamas,
s, por qualquer pessoa capaz.
(D) é defeso a qualquerr pessoa, de direito público ou prprivado,
iivvaaddoo,,
interferir na
comunhão de vida instituída
uída pela família por meio do casamento.
casameenn
(E) é nulo o casamento realizado
real por vício da vontade, se houve por parte de
um dos nubentes, ao consentir,
nsentir, erro essencial quanto à pessoa doddoo
pessooaa outro.
COMENTÁRIOS. A letra “a” está errada, pois segundo o art. 1.523, III, CC, não
devem casar: o divorciado, enquantonão
o, enquanto nãohouver
houversido
sido homologada
ogada ouou decidida
decidida a
a partilha dos bens do al casal
(causa
(causa
de suspensão
de suspensão e nãoede não
i mppeeddiimmeenntt
de impedimento) A
letra “b” está errada, pois
evê prevê
o art. o1.515,
art. 1.515,
CC queCCoquecasam
o casamento
eennttoo religioso,
que atender às exigênciasleidapara a validade
lei para do casamento
a validade do casamentocciivviill,,
civil, equipara-
se a este, desde que registrado
do no registro
no registro
próprio,
próprio,
produzindo
produzindo eeffeei
efeitos a partir
da data de sua celebração. A letra “c” está errada nos termos do art. 1.522, CC:
Os impedimentos podemopostos, ser opostos, até o momento ação da docelebração
casamento do
casamento, por qualquer pessoa capaz. A letra “d” está correta,
z. A letra “d” está correta, pois tra tt pois trata-se de
transcrição literal do art.A1.513, CC.
letra “e” A letra
está “e”pois
errada, estáprevê
errada, pois prevê o art.
o aarrtt..
1.556, CC que o casamento uladopode
(massernãoanulado
é nulo) (mas nãodée nulo)
por vício por vício de
vvoonnttaaddee,,
vontade, se houve por parte de um
entes, ao c dos nubentes, ao consentir, erro essencial
quanto à pessoa do
quanto à pessoa do outro. Gabarito: “D”.
29) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –
2013) Assinale a CORRETA:
(A)quando a separação do casal foi feita através da via judicial, não é possível o
divórcio através de escritura pública, mesmo se consensual e sem filhos
menores.
(B) o casamento civil pode ser celebrado através de procuração, pública ou
particular, com poderes especiais e com validade de 90 dias.
(C) não é possível anular o casamento por motivo de idade se deste resultou
gravidez.
(D) não é permitido no direito brasileiro o casamento entre primos, mas estes
podem viver em união estável.
COMENTÁRIOS. A letra "a" está errada. A Lei n° 11.441/07 deu competência
ao tabelionato de notas para realização de separação consensual e divórcio
consensual, quando não existirem filhos comuns incapazes, inserindo o artigo
1.124-A no Código de Processo Civil Brasileiro. A opção do divórcio pela via
extrajudicial (em cartório) poderá ser realizada mesmo quando o processo já
está em curso, mediante desistência, e também quando a separação foi judicial
e busca-se a conversão em divórcio. A letra "b" está errada. De fato um
casamento pode ser celebrado por procuração com poderes especiais, cuja
eficácia não pode ultrapassar 90 dias. No entanto esta procuração somente pode
ser pública. Art. 1.542, CC: O casamento pode celebrar-se mediante
procuração, por instrumento público, com poderes especiais. §3° A eficácia do
mandato não ultrapassará noventa dias. A letra “c” está correta nos termos do
art. 1.551, CC: Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que
resultou gravidez. A letra "d" está errada, pois não é proibido o casamento em
primos. Os primos são parentes colaterais em quarto grau e o art. 1.521, CC
somente proíbe o casamento de irmãos e colaterais até o terceiro grau: "Não
podem casar: (...) IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais,
até o terceiro grau inclusive". Gabarito: “C”.

30) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2013) Quanto ao casamento e a sociedade conjugal é CORRETO afirmar,
EXCETO:
(A) o casamento é dissolvido apenas pelo divórcio.
(B) a anulação do casamento põe fim à sociedade conjugal.
(C) o término da sociedade conjugal não permite que o cônjuge contraia novas
núpcias.
(D) a separação judicial põe fim à sociedade conjugal, mas não ao casamento.
COMENTÁRIOS. Observem que o examinador deseja a alternativa errada, pois
colocou no cabeçalho a expressão “exceto”. A letra “a” está errada (e por isso é
a que deve ser assinalada). Isso porque o casamento se dissolve, além do
divórcio, também pela sua nulidade ou anulação, ou pela morte de um dos
cônjuges. Tomar cuidado com duas “pegadinhas”. A primeira é não confundir
casamento (vínculo matrimonial) com sociedade conjugal. Nesse último caso
devemos aplicar o art. 1.571, CC: A sociedade conjugal termina: I. pela morte
de um dos cônjuges; II. pela nulidade ou anulação do casamento; III. pela
separação judicial; IV. pelo divórcio. A segunda é que às vezes o examinador
coloca s seguinte expressão: “o casamento válido se dissolve (...)”. Neste caso
fique apenas com as hipóteses morte e divórcio, nos termos do art. 1.571, §1°,
CC: O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo
divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao
ausente. Isso porque, se o casamento é válido, não pode ser dissolvido pela
nulidade ou anulação. A letra “b” está correta, pois a anulação do casamento é
umas das hipóteses arroladas no art. 1.571, CC, já mencionado acima. A letra
“c” está correta, pois um novo casamento somente pode ser contraído se
ocorreu o divórcio ou morte de um dos cônjuges. Em algumas hipóteses de
término da sociedade conjugal a pessoa continua casada, como por exemplo, a
separação judicial. Como o art. 1.521, VI, CC determina que “não podem se
casar as pessoas casadas”, conclui-se que nem todos os casos de término da
sociedade conjugal permite um novo casamento, pois não foi dissolvido o
casamento anterior. A letra “d” está correta. Como já analisado acima, a
separação judicial põe fim à sociedade conjugal, mas não ao casamento.
Gabarito: “A”.

QUESTÕES MAIS ANTIGAS


ANTIGAS.01 (FCC – Assessor Jurídico do Tribunal de Justiça do Piauí –
2010) Douglas casado com Joana, sofreu acidente automobilístico e
faleceu. Após cinco meses, Joana conheceu André, com quem pretende
se casar em dois meses, ou seja, sete meses após o falecimento de
Douglas. Neste caso, Joana
(A) poderá se casar com André tendo em vista que a causa suspensiva do
matrimônio cessou três meses após o começo da viuvez.
(B) poderá se casar com André tendo em vista que o impedimento legal cessou
seis meses após o começo da viuvez.
(C) poderá se casar com André tendo em vista que para o caso em tela não há
causa suspensiva ou impeditiva de matrimônio.
(D) não poderá se casar com André até doze meses depois do começo da
viuvez, tratando-se de causa suspensiva prevista no Código Civil brasileiro.
(E) não poderá se casar com André até dez meses depois do começo da viuvez,
tratando-se de causa suspensiva prevista no Código Civil brasileiro.
COMENTÁRIOS. As causas suspensivas do casamento estão previstas nos arts.
1.523 e 1.524, CC. Elas impedem a realização do casamento, mas se o
casamento porventura ocorrer, o mesmo será considerado válido, mas com
algumas sanções. Estas hipóteses apenas suspendem a capacidade nupcial (daí
o nome: causas suspensivas), por isso, cessado o impedimento, pode haver
casamento normalmente. Nos termos do art. 1.523, II, CC, não devem casar
a viúva (ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido
anulado),
até dez meses depois do começo da viuvez (ou da dissolução da sociedade
conjugal). Gabarito: “E”.

ANTIGAS.02 (FCC – DPE/SP – Defensor Público – 2007) Considere as


afirmações:
I. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem
ao casal, na constância do casamento, com algumas exceções, entre elas os
bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos
cônjuges em sub-rogação dos bens particulares.
II. No regime de participação final nos aquestos, os bens adquiridos em
nome próprio, na vigência da sociedade conjugal, sujeitam-se à
compensação e não à divisão.
III. A liberdade é total para as disposições quanto ao regime de bens do
Código Civil atual, podendo os nubentes escolher um dos contidos no Código
ou criar novas formas e não há exceções a esta regra.
IV. O entendimento jurisprudencial dominante é no sentido de que a
separação de fato não é suficiente para romper o estado condominial, entre
os cônjuges, no que se refere aos bens e dívidas, persistindo a comunhão,
especialmente no regime de comunhão universal.
Somente estão CORRETAS as afirmações:
(A) I, II, e III.
(B) I, II e IV.
(C) II e III.
(D) I e II.
(E) I, III e IV.
COMENTÁRIOS. A assertiva I está correta. Trata-se da aplicação dos arts.
1.658 e 1.659, II, CC. A assertiva II também está correta. Se analisarmos os
arts. 1.672 e 1674, CC, chegaremos à conclusão de que neste regime haverá
uma compensação em relação aos bens adquiridos na constância do casamento.
A assertiva III está errada. De fato, o art. 1.639, CC estabelece que é lícito aos
nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o
que lhes aprouver. Podem até criar um regime de bens exclusivo, híbrido (misto
e cominado) e distinto dos regimes disciplinados no Código. No entanto não se
pode inserir cláusulas contrariando a lei. Como exemplo, citamos o art. 1.641,
CC que determina que é obrigatório o regime da separação de bens no
casamento em diversas hipóteses (ex.: pessoas maiores de 70 anos). Portanto
não há uma liberdade total para as disposições referentes ao regime de bens. A
assertiva IV diz respeito à jurisprudência. A doutrina majoritária também tem
esse entendimento. Segundo a corrente dominante, a separação de fato é
suficiente para romper o estado condominial, entre os cônjuges, no que se
refere aos bens e dívidas. Portanto, os bens adquiridos pelos ‘cônjuges’ quando
estão separados de fato não se comunicariam (RT-TJ/SP – 114:102). Tanto é
assim que o art. 1.723, §2°, CC, combinado com o art. 1.521, VI, CC, permite a
união estável de pessoa casada, desde que separada de fato (ou judicialmente).
Gabarito: “D”.

LISTA DE EXERCÍCIOS SEM COMENTÁRIOS


Somente Questões Mais Atuais
1) (FCC – MPE/AP – Analista Ministerial – 2012) Ana Carolina e José
Augusto casaram-se no dia 30 de Junho de 2012 na Igreja Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro uma vez que são católicos e pretendiam trocar seus votos de
união e fidelidade perante Autoridade Religiosa. No dia 04 de Julho de 2012,
eles registraram o respectivo casamento religioso no registro próprio
objetivando a sua equiparação ao casamento civil. De acordo com o Código
Civil brasileiro, neste caso, o respectivo casamento religioso produzirá
efeitos a partir
(A)da data do registro.
(B) da data de sua celebração.
(C) do dia seguinte ao registro do referido casamento.
(D) do dia seguinte da data de sua celebração.
(E) do primeiro dia útil posterior a data do registro.

2) (FCC – MPE/AL – Promotor de Justiça – 2012) Considere as


seguintes assertivas sobre o casamento, de acordo com o Código Civil
brasileiro:
I. Não podem casar os irmãos, unilaterais ou bilaterais e demais colaterais,
até o terceiro grau, inclusive.
II. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do
casamento, por qualquer pessoa capaz.
III.O certificado de habilitação concedido pelo oficial de registro terá
eficácia de 120 dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
Está CORRETO o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.

3) (FCC – TJ/PE – Juiz de Direito – 2013) São impedidos de casar


(A)os parentes colaterais até o quarto grau.
(B) os afins em linha reta e em linha colateral.
(C) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi
do adotante.
(D) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha
dos bens do casal.
(E) o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não
estiverem saldadas as respectivas contas.

4) (FCC –
Defensoria Pública/RS – Analista Processual – 2013) É
anulável o casamento:
(A)do incapaz, mesmo que seu responsável tenha assistido ao ato.
(B) em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os
cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e
iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
(C) contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os
atos da vida civil.
(D) quando um dos cônjuges quebrar o dever de fidelidade.
(E) entre os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o
terceiro grau inclusive.

5) (MPE/PE – Escola Superior do Ministério Público – Estágio em


Direito – 2013) O Código Civil pátrio inicia o Livro IV enunciando, no art.
1.511, que “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base
na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”. Sobre o tema, aponte
a opção CORRETA:
(A) o registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos
exigidos para o casamento civil.
(B) a habilitação para o casamento e o registro não serão isentos de selos,
emolumentos e custas, mas a primeira certidão poderá ser isenta para as
pessoas cuja pobreza for declarada.
(C) o casamento se realiza em um único ato, representado pela manifestação
da anuência dos nubentes à união.
(D) para o casamento de menores de dezoito anos, porém maiores de
dezesseis, exige-se a autorização de seus representantes legais, sendo possível
a revogação desta a qualquer tempo.
(E) não é admissível pela lei, o casamento entre os colaterais até o quarto
grau.

6) (MPE/PE – Escola Superior do Ministério Público – Estágio em


Direito – 2013) Acerca da disciplina do casamento, é CORRETO afirmar
que:
(A) considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge a ignorância,
anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
(B) extingue-se em 180 (cento e oitenta) dias o direito de anular o
casamento dos menores de 16 (dezesseis) anos, contado o prazo para o menor,
do dia da celebração do casamento.
(C) a separação judicial é uma das formas de dissolução do vínculo conjugal.
(D) o divórcio só pode ser concedido se houver prévia partilha de bens.
(E) a celebração do casamento exige a presença física dos contraentes, não
sendo possível que se realize por meio de instrumento de procuração.

7) (FCC – DPE/AM – Defensor Público – 2013) A união estável


(A) equipara-se, para todos os fins, ao casamento civil, inclusive no que toca à
prova.
(B) pode ser constituída entre pessoas casadas, desde que separadas
judicialmente ou de fato.
(C) demanda diversidade de gêneros, de acordo com recente entendimento do
Supremo Tribunal Federal.
(D) será regida, em seus aspectos patrimoniais, pelo regime da separação
obrigatória, salvo disposição contrária em contrato firmado pelos
companheiros.
(E) se dissolvida, não autoriza os companheiros a pedirem alimentos.

8) (VUNESP – TJ/RJ – Juiz de Direito – 2013) Sobre a união estável, é


CORRETO afirmar que
(A)na hipótese de falecimento, o companheiro sobrevivente terá direito à
herança, inclusive sobre os bens que o falecido tiver recebido por doação.
(B) não pode ser reconhecida caso um dos conviventes seja casado ainda
que esteja separado de fato.
(C) pode ser reconhecida nos casos das relações entre a adotada com o
filho do adotante.
(D) se houver contrato escrito dispondo de outro modo, não se aplicará às
relações patrimoniais o regime da comunhão parcial de bens.

9) (FCC –
Câmara Municipal de São Paulo – Procurador Legislativo –
2014) Maria e José viveram juntos por oito anos. Não tiveram filhos.
Separaram-se e Maria, objetivando meação dos bens que José levou para o
convívio, propõe ação declaratória de reconhecimento de união estável,
cumulada com a partilha de tais bens. José contesta alegando que, como ele era
casado, embora separado de fato de seu cônjuge, e não tiveram filhos, não
haveria como configurar-se união estável, por impedimento matrimonial; além
disso, os bens seriam somente dele, José, por terem sido adquiridos antes da
alegada união estável. Ao examinar a questão, o juiz da causa
(A) não admitirá a união estável, pela existência de impedimento matrimonial a
impedir a conversão em casamento; também não destinará qualquer bem a
Maria, por serem de exclusiva propriedade de José.
(B) não admitirá a união estável, pela inexistência de filhos e pela ocorrência
de impedimento matrimonial, mas determinará indenização a Maria pela
caracterização de concubinato.
(C) admitirá a união estável por ser irrelevante a ausência de filhos e
suficiente a separação de fato para sua constituição, destinando metade dos
bens para Maria, já que, por analogia, o regime de bens na união estável
equipara-se à comunhão total de bens.
(D) admitirá a união estável, porque a ausência de filhos é irrelevante e a
separação de fato já permite sua constituição; quanto aos bens, determinará
que são apenas de José, porque só se comunicariam aqueles adquiridos na
constância da união estável, à qual se aplicam, nas relações patrimoniais, no
que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
(E) não admitirá a união estável, pela existência de impedimento matrimonial,
uma vez que é preciso estarem presentes todos os requisitos para conversão
da convivência em casamento; no entanto, destinará metade dos bens para
Maria, como indenização moral pelos oito anos de convívio.

10) (FCC – DPE/AM – Defensor Público – 2013) O divórcio


(A) não pode ser concedido sem prévia partilha dos bens.
(B) demanda prévia separação judicial, há pelo menos um ano, ou de fato, há
pelo menos dois.
(C) só pode ser requerido se comprovada culpa de um dos cônjuges.
(D) pode dar ensejo à obrigação de prestar alimentos, a qual não se extingue
com novo casamento do alimentante.
(E) não importa restrição aos direitos e deveres decorrentes do poder familiar,
salvo na hipótese de casamento de qualquer dos pais.
11) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. Em relação ao
divórcio, é CORRETO afirmar que:
I. Para concessão do divórcio é necessário a separação prévia.
II. É possível o divórcio sem a partilha dos bens.
III. No divórcio, o cônjuge que acrescentou o sobrenome do outro é
obrigado a retirar.
IV. Após o divórcio, a pessoa volta ao estado civil de solteiro.
Assinale a CORRETA:
(A) estão corretas as assertivas I, III e IV.
(B) estão corretas as assertivas I e III.
(C) apenas a assertiva II está correta.
(D) estão corretas as assertivas I, II e III.

12) (FCC – MPE/MA – Analista Ministerial – Direito – 2013) Mauro e


Marina namoram há cerca de cinco anos e pretendem casar-se em breve. Para
tanto, após o noivado, o casal está tomando as providências necessárias
preconizadas pelo Código Civil brasileiro para formalização do ato. Neste caso,
(A) se Mauro for divorciado, o casamento com Marina não deverá ser realizado
enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do
casal.
(B) a habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil,
com a audiência do Ministério Público, sendo necessária a homologação
judicial.
(C) após a extração do certificado de habilitação pelo oficial do registro, a
eficácia da habilitação será de 120 dias, a contar da data em que foi extraído o
certificado.
(D) o registro do casamento religioso não se submete aos mesmos requisitos
exigidos para o casamento civil.
(E) o casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento
público ou particular, com poderes especiais.

13) (FCC – MPE/MA –


Analista Ministerial – Direito – 2013) Joaquim e
Maria são casados há 3 anos e residem juntos na cidade de São Luís. Maria
engravida neste ano de 2013. No curso da gravidez Joaquim descobre que Maria
é adúltera e mantinha um relacionamento extraconjugal há um ano com Pedro,
o vizinho do andar de baixo. Neste caso, é CORRETO afirmar que
(A) a prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção não
ilide a presunção de paternidade, prevalecendo a paternidade socioafetiva em
relação à biológica.
(B) Joaquim tem o direito de contestar a paternidade do futuro filho, devendo
observar o prazo prescricional de 3 anos após o nascimento.
(C) basta a confissão de Maria de que o futuro filho não é de Joaquim para
exclusão da paternidade.
(D) no caso de contestação da paternidade do futuro filho de Maria, falecendo
Joaquim, os seus eventuais herdeiros não poderão prosseguir na ação.
(E) não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a
presunção legal da paternidade.

14) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Assinale a alternativa CORRETA:
(A) o maior de 70 anos não pode casar.
(B) para o casamento de menores de 16 anos, basta a autorização de ambos
os pais.
(C) o menor de 18 anos que já tenha sido emancipado por seus pais através de
escritura pública pode celebrar casamento independentemente da autorização
de seus pais.
(D) após o divórcio decretado, é possível o casamento um dos ascendentes do
ex-cônjuge.

15) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Em relação ao registro de filhos, analise as assertivas em conformidade
com o disposto no Código Civil.
I. A lei presume que os filhos de mulheres casadas há mais de 180 dias são
do marido, sendo dispensável a presença do pai no dia do registro.
II. Para registrar o filho nascido após a morte do marido, será necessária a
concordância dos herdeiros, não recaindo nenhum tipo de presunção.
III. O reconhecimento voluntário do filho pode ser tanto direto no registro,
como em escritura pública apartada.
IV. O reconhecimento voluntário do filho pode ser anterior ao seu
nascimento, e é por natureza irretratável.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A)são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(B) são verdadeiras apenas as assertivas I e II.
(C) todas as assertivas são verdadeiras.
(D) são verdadeiras apenas as assertivas I, III e IV.

16) (VUNESP – Advogado da Companhia Energética de São Paulo – CESP


– 2013) Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz,
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime de
(A)comunhão universal.
(B) participação final nos aquestos.
(C) comunhão parcial.
(D) sociedade de fato.
(E) união estável.
17) (IESES – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
O casamento e a união estável são regidos por regime de bens,
previstos no Código Civil. Com base nisso, analise as assertivas abaixo:
I. Para que seja válido, o contrato de união estável deve ser feito sob a
forma de escritura pública.
II. No contrato de união estável, o regime de bens deve ser
obrigatoriamente o de comunhão parcial.
III. Para que seja válido, pacto antenupcial do casamento deve ser feito sob
a forma de escritura pública.
IV. O pacto antenupcial é sempre necessário, ainda que o regime de bens
seja o da comunhão parcial.
Assinale a alternativa correta:
(A)são verdadeiras apenas as assertivas I, III e IV.
(B) são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(C) são verdadeiras apenas as assertivas II e III.
(D) é verdadeira apenas a assertiva III.

18) (COPESE/UFT – DPE/TO – Analista em Gestão – Ciências Jurídicas –


2013) Nos termos do Código Civil, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) é anulável o casamento contraído por infringência dos impedimentos
matrimoniais.
(B) excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não
alcançou a idade núbil, em caso de gravidez.
(C) compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores
ou a alguém que o substitua e, por guarda compartilhada a responsabilização
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob
o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns.

(D) presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos havidos, a


qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga.

19) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2013) Assinale a alternativa CORRETA:
(A) na união estável não é possível a escolha do regime de bens, devendo
sempre ser no regime de comunhão parcial.
(B) os divorciados que ainda não fizeram a partilha dos bens do casamento
anterior não poderão realizar pacto antenupcial, sendo obrigados a casar no
regime da separação legal.
(C) a alteração dos regimes de bens é possível durante o casamento, mediante
elaboração de nova escritura de pacto antenupcial.
(D) no regime de comunhão parcial não se comunicam os bens recebidos por
herança, e nem os frutos destes percebidos durante o casamento.
20) (DPE/DF – Estágio para Defensoria Pública do Distrito Federal –
2013) São espécies de regime de bens admitidos no Código Civil
Brasileiro, EXCETO.
(A) comunhão parcial.
(B) comunhão universal.
(C) divisão unilateral.
(D) participação final nos aquestos.
(E) separação de bens.

21) (FMP – MPE/AC – Analista Processual – 2013) Sobre o regime de


bens entre os cônjuges, analise as seguintes assertivas.
I. É admissível a alteração do regime de bens mediante disposição de ambos
os cônjuges, após a celebração do casamento, desde que realizada por
escritura pública.
II. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento celebrado
entre nubentes menores de 18 anos, em razão da necessidade, para tanto,
de autorização dos pais.
III. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis,
desde que particulares.
IV. No regime legal ou supletivo (art. 1.640, CC), excluem-se da
comunhão as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas
semelhantes.
Quais são CORRETAS?
(A) apenas I e II.
(B) apenas I e III.
(C) apenas II e III.
(D) apenas III e IV.
(E) apenas II, III e IV.

22) (FCC – Câmara Municipal de São Paulo – Procurador Legislativo –


2014) Em relação ao regime de bens entre cônjuges:
(A)no pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos
aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis,
desde que particulares.
(B) não havendo convenção antenupcial, ou sendo ela nula ou ineficaz,
vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão
universal.
(C) o pacto antenupcial pode ser feito por escritura pública ou por instrumento
particular, neste caso desde que registrado em livro próprio, no Registro
Imobiliário do domicilio dos cônjuges.
(D) é anulável a convenção ou cláusula de pacto antenupcial que contravenha
disposição absoluta de lei.
(E) por serem atos formais e solenes, em nenhuma hipótese será permitida a
realização de pactos antenupciais por menores.

23) (FCC – TJ/CE –


seguir: Juiz de Direito – 2014) Analise as assertivas a
I. O pacto antenupcial não terá efeito perante terceiros senão depois de
registrado em livro especial pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio
dos cônjuges.
II. É inalterável o regime de bens do casamento, ainda que mediante
autorização judicial.
III. No regime da comunhão universal de bens só não se comunicam aqueles
herdados ou recebidos por doação com cláusula de incomunicabilidade.
IV. No regime da comunhão parcial de bens não se comunicam as obrigações
provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal.
V. No regime de separação de bens, ambos os cônjuges são obrigados a
contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu
trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto
antenupcial.
Sobre o regime de bens do casamento, é CORRETO o que se afirma
APENAS em
(A) III, IV e V.
(B) I, III e V.
(C) I, IV e V.
(D) I, II e III.
(E) II, III e IV.

24) (IESES – TJ/RO –


Em relação ao divórcio Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
I. O divórcio pode ser realizado mediante escritura pública, ainda que o casal
tenha filhos menores.
II. Para concessão do divórcio, é necessário que haja a prévia separação do
casal.
III. A partilha de bens é indispensável para realização do divórcio.
IV. Caso haja estipulação de pensão alimentícia entre cônjuges, o divórcio
não poderá ser realizado via extrajudicial, dependendo de homologação
judicial.
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) nenhuma das assertivas é verdadeira.
(B) apenas a assertiva III é verdadeira.
(C) são verdadeiras apenas as assertivas III e IV.
(D) todas as assertivas são verdadeiras.
25) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)
Assinale a alternativa CORRETA:
(A)o casamento civil pode ser celebrado por autoridade religiosa.
(B) a celebração do casamento civil é gratuita apenas para os que
declararem a pobreza, sob as penas da lei.
(C) o casamento celebrado em iminente risco de vida poderá ser celebrado na
presença de seis testemunhas, que deverão em 10 dias comparecer no cartório
de registro civil para que seja realizado o seu registro.
(D) o casamento civil somente poderá ser celebrado em prédio particular se
houver justificativa.

26) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e Registros – 2012)


Assinale a alternativa CORRETA:
(A) o reconhecimento de filho feito por escritura pública pode ser revogado a
qualquer tempo, desde que o registro civil ainda não tenha sido feito.
(B) a lei presume que os filhos de mulheres casadas são do marido, podendo o
nome do pai/marido ser registrado apenas com a apresentação da certidão de
casamento, mesmo sem a sua presença no ato.
(C) se a mulher ficar viúva durante a gestação, terá que realizar exame de
DNA após o nascimento do filho para provar que é de seu marido.
(D) os filhos havidos de relações extraconjugais somente podem ser
reconhecidos se houver a concordância do cônjuge traído.

27) (FCC – TJ/PE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2013)


No regime de comunhão o parcial
(A) entram na comunhão o os
os bens adquiridos
adquiridospor
porfato
fatoeven
eventual, comccoomm
ttuuaall,, ou sem o
concurso do trabalho oudespesa
despesaanterior,
anterior,bem
bemcomo
comoasasb eennffeeiittoorriiaas
benfeitorias em bens
particulares de cada cônjuge.
juge.
(B) excluem-se da comunhão
unhão os bens
bens adquiridos
adquiridosna
naconst
constância
ânncciiaa
do casamento
ddoo
por título oneroso, se a aquisição
aquisiçãose
sedeu
deuem
emnome
nomededeumum dos cônjuges.
doss
(C) são comunicáveis os bens
bens cuja
cujaaquisição
aquisiçãotiver
tiverpor
portítulo
títulouummaa
uma causa anterior
ao casamento.
(D) a anuência de ambosos os cônjuges é desnecessária pa
para
rraa
osooss
atos, a título
cess
gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bensmuns.
comuns.
(E) a administração e aa disposição
disposição dos
dos bens
bens constituti
constitutivos
vvoossdoddoo
patrimônio
particular competem ambos
a ambosos cônjuges, salvosalvo
os cônjuges, convençã oo ddiivveerrssaa
convenção diversa em
pacto antenupcial.

28) (FCC – TJ/PE – Titular de Serviços de Notas e de Registros – 2013)


nto, é CORRETO afirmar:
Em relação ao casamento,
(A) não pode casar o divorciado,
divorciado, enquanto
enquantonão
nãohouver
houvers iiddoo
sido homologada ou
decidida a partilha dosbens
bensdodocasal,
casal,podendo
podendoo oato
atoser
serannuullaaddoo
anulado por seu ex-
cônjuge.
(B) o casamento religioso,
o, que
queatender
atender às
às ex
exigências da leipara
paraaavalidade
validade do
do
a
casamento civil, equipara-se a este, desde que registradono noregistro
registro próprio,
próprio,
duzirá efeitos.
data a partir da qual produzirá efeitos.
(C) os impedimentos matrimoniais
atrimoniais podem
podemser
ser opostos,
opostos,ataté
é cciinnccoo
cinco dias após a
publicação dos proclamas,
s, por qualquer pessoa capaz.
(D) é defeso a qualquer
r pessoa,
pessoa, de
de direito
direitopúblico
públicoou
ouprprivado,
iivvaaddoo,,
interferir na
uída pela
comunhão de vida instituída família
pela porpor
família meio do do
meio casam eenn
casamento.
(E) é nulo o casamento realizado por vício da vontade, se houve
hhoouuvvee
por parte
ppoorr
de
nsentir, erro essencial quanto à pessoa
um dos nubentes, ao consentir, pessooaa
doddoo
outro.

29) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2013) Assinale a CORRETA:
(A)quando a separação do casal foi feita através da via judicial, não é possível o
divórcio através de escritura pública, mesmo se consensual e sem filhos
menores.
(B) o casamento civil pode ser celebrado através de procuração, pública ou
particular, com poderes especiais e com validade de 90 dias.
(C) não é possível anular o casamento por motivo de idade se deste resultou
gravidez.
(D) não é permitido no direito brasileiro o casamento entre primos, mas estes
podem viver em união estável.

30) (IESES – TJ/RN – Titular de Serviços de Notas e de Registros –


2013) Quanto ao casamento e a sociedade conjugal é correto afirmar,
EXCETO:
(A)o casamento é dissolvido apenas pelo divórcio.
(B) a anulação do casamento põe fim à sociedade conjugal.
(C) o término da sociedade conjugal não permite que o cônjuge contraia novas
núpcias.
(D) a separação judicial põe fim à sociedade conjugal, mas não ao casamento.
GABARITO “SECO”
(Mais Atuais)

01) B 11) C 21) D


02) B 12) A 22) A
03) C 13) E 23) C
04) B 14) C 24) A
05) B 15) D 25) A
06) A 16) C 26) B
07) B 17) D 27) A
08) D 18) A 28) D
09) D 19) B 29) C
10) D 20) C 30) A

GABARITO “SECO”
(Mais Antigas)

ANTIGAS.01) E
ANTIGAS.02) D

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