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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E INFORMÁTICA

RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS
A resistência consiste em qualquer atitude intencional para desacreditar,
atrasar ou impedir a implantação de uma mudança no ambiente empresarial –
no nosso caso, geralmente mudanças trazidas pela implantação de novos
sistemas e processos; isso é extremamente comum no caso de implantação de
sistemas ERP.

No ambiente empresarial, são chamados “agentes de mudança” aqueles


responsáveis pela implantação dos sistemas/processos que mencionamos
acima; profissionais de nossa área quase sempre assumem essa função,
sendo importante por essa razão que estudemos o assunto.

Vários fatores podem gerar resistência a mudanças; dentre esses, são mais
comumente citados:

• Não percepção da necessidade de mudanças

• Características pessoais como idade e escolaridade

• Falta de confiança nas pessoas que estão conduzindo o processo de


mudanças

• O histórico da organização (pessoas atingidas por fracassos anteriores


na organização tornam-se cínicas e rebeldes em relação a mudanças)

• A desconfiança de que as mudanças possam afetar as condições de


vida e trabalho do indivíduo e de seu grupo, com perda de emprego
status, aumento do volume de trabalho etc.

• Inconformismo quanto a imposições

Prof. Dr. Vivaldo José Breternitz


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• Falta de participação no planejamento da mudança

• Recusa ao ônus da transição (não existe mudança sem trabalho e


sacrifício)

As pessoas podem mudar porque são educadas/estimuladas ou coagidas para


isso e podem também acomodar-se à mudança, habituando-se a um
comportamento rotineiro. Mas também podem reagir negativamente às
mudanças tentando obstruir de maneira velada ou aberta qualquer tentativa de
mudança dentro da empresa.

É comum que frente a


perspectivas de mudança, grande
parte do público interno ofereça
resistência, ainda que a mudança
traga a possibilidade de
progresso individual ou facilite o
trabalho de todos.

Em um trabalho clássico sobre o assunto, Kotter e Schlesinger indicam seis


estratégias para contornar a resistência à mudança:

• Comunicação e educação: a resistência à mudança pode ser superada


ou reduzida por meio da prévia comunicação às pessoas, para ajudá-las
a compreender a lógica e a necessidade da mudança

• Participação e envolvimento: antes que a mudança aconteça, as


pessoas precisam estar inseridas no processo (isso às vezes não é
possível, por exemplo, quando se sabe que a implantação de um
sistema, ainda distante, gerará muitas demissões)

Prof. Dr. Vivaldo José Breternitz


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• Facilitação e apoio: a resistência potencial pode ser contornada,


concedendo apoio no sentido de ajudar as pessoas a se ajustarem à
mudança (treinamento para novas funções, por exemplo)

• Negociação e acordo: outra maneira de lidar com a resistência é


oferecer algo de valor em troca da mudança (possibilidade de
transferências, por exemplo)

• Manipulação e cooptação: em muitas situações, pode-se lançar mão de


ações “secretas” para influenciar as pessoas, “ganhando-as” para a
mudança

• Coerção: a resistência pode ser tratada de forma coercitiva por meio da


ameaça explícita ou implícita (como perda do cargo, demissão,
transferência etc.)

Como quase sempre acontece ao se discutir Gestão de TI, não existe uma
“receita” para sanar tais problemas, uma vez que a resistência à mudança é um
dos possíveis comportamentos que indivíduos podem adotar como resultante
da sua percepção sobre a mudança, sendo necessária, sempre, a identificação
dos grupos e indivíduos que terão maior inclinação a resistir à mudança e das
razões desse comportamento, agindo-se a seguir sobre eles, trabalhando de
acordo com a propostas de Kotter e Schlesinger, acima mencionadas, por
exemplo.

O trabalho desses autores está em nossas bibliotecas: A escolha de


Estratégias para Mudanças (Coleção Harvard de Administração).

Para encerrar vale lembrar que enquanto agentes de mudanças, devemos


também procurar mudar constantemente, a nível pessoal: aprendendo mais,
abandonando preconceitos etc.

Prof. Dr. Vivaldo José Breternitz


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FACULDADE DE COMPUTAÇÃO E INFORMÁTICA

George Bernard Shaw, (foto ao lado, 1856-


1950), intelectual de espírito irreverente e
inconformista, um dos fundadores da London
School of Economics, um dos mais
prestigiosos centros de pesquisa acadêmica
do mundo, dizia que “progress is impossible
without change, and those who cannot
change their minds cannot change anything”.

Sugerimos o estudar o artigo “188


Reação....”, do início ao final do capítulo 2 e
as Conclusões, vendo um caso real de
implementação de ERP do ponto de vista da reação às mudanças.

Leiam também o artigo “Covid-19 enterra a resistência à economia digital” , que


está em
https://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActive
Template=site&UserActiveTemplate=mobile%252Csite&infoid=53718&sid=15;
para entrega, preparem um resumo deste artigo.

Prof. Dr. Vivaldo José Breternitz

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