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PROPÓSITO
Compreender a importância do investimento em formas de energia renováveis para reduzir os
problemas ambientais causados pelo uso predominante de combustíveis fósseis.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
Reconhecer a evolução nas formas de aproveitamento energético
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Atualmente, fala-se muito sobre energia, mas você sabe como ela se tornou primordial para o
desenvolvimento de grandes civilizações?
Consegue imaginar como ocorreu a sua evolução para os diferentes tipos de energia existentes
atualmente?
Esses questionamentos serão respondidos ao longo do nosso estudo. Mas antes, precisamos
responder às seguintes perguntas:
O que é energia?
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Energia é a capacidade que os corpos têm para produzir trabalho, seja mecânico, por emissão
de luz, geração de calor, entre outros.
Energia elétrica
Energia mecânica
Energia química
Energia magnética
Energia nuclear
Energia térmica
Existe a possibilidade de transformação entre essas formas de energia, desde que o princípio
de conservação seja respeitado. Toda transformação química ou física, em um material ou
mistura de materiais, envolve energia. Logo, nos processos químicos, físicos ou biológicos, há
grande demanda de energia, distribuída nas várias etapas, desde a matéria-prima até o produto
final. Vejamos um exemplo:
CANA
BOMBEAMENTO
AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO
CENTRIFUGAÇÃO
CRISTALIZAÇÃO
FERMENTAÇÃO
DESTILAÇÃO
Todas essas etapas são executadas utilizando, direta ou indiretamente, a energia do vapor-
d’água gerado nas caldeiras, a partir da queima do bagaço de cana. Em outras palavras, a
água no estado líquido é vaporizada pelo calor da combustão do bagaço de cana, gerando
energia para que diferentes transformações ocorram.
Cada etapa do processo requer ou fornece energia na forma de trabalho ou calor. Logo, o
processo deve ser projetado e operado com base na lei de conservação de energia para que
haja consumo racional de energia, uma vez que o excedente pode ser transformado em energia
elétrica (termelétrica) e comercializado pelas indústrias.
TIPOS DE ENERGIA
A maioria das pessoas associa a palavra energia diretamente com a eletricidade. Essa associação
não está errada, mas existem diferentes formas de energia.
Imagem: Shutterstock.com
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Neste exato instante, por exemplo, seu corpo está queimando calorias para realizar as atividades
diárias.
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ATENÇÃO
Lembre-se que, no Sistema Internacional (SI), a unidade de energia é o Joule (J). No sistema
inglês, utiliza-se o BTU (British Thermal Unit).
Após conhecer vários tipos de energia, você percebeu que elas falam de trabalho e calor?
Esses dois conceitos são a base da transformação física ou química nos processos de geração de
energia, seja elétrica ou térmica.
CALOR (Q)
É comumente definido como a parte da energia total que escoa através de uma fronteira do
sistema, devido à diferença de temperatura potencial entre o sistema e a vizinhança ou entre
dois sistemas. A direção do fluxo de calor é sempre da maior para a menor temperatura.
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Uma vez que o calor está baseado na transferência de energia, ele não pode ser armazenado.
Além disso, é importante observar que:
O calor é positivo quando transferido para o sistema (Q>0).
O calor é negativo quando removido do sistema (Q<0).
TRABALHO (W)
É um termo largamente utilizado na vida cotidiana. É comum ouvirmos: “Vou trabalhar.”, mas
quando tratamos de energia, o significado é outro. Trabalho é uma forma de energia que
representa a transferência de energia entre o sistema e a vizinhança. Ou seja, é a energia
associada a mudanças de volume que um sistema experimenta como, por exemplo, um fluido
contido em recipiente de forma variável (pistão), conforme se observa a seguir.
Imagem: Wikipedia
O trabalho por unidade de tempo é chamado de potência. Além disso, é importante observar
que:
O trabalho é positivo quando a vizinhança realiza trabalho no sistema (W>0).
O trabalho é negativo quando o sistema realiza trabalho na vizinhança (W<0).
FONTES DE ENERGIA
Para produzir qualquer forma de energia, precisamos sempre de uma fonte de geração, a qual
pode ser classificada como primária ou secundária.
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CARVÃO MINERAL
O QUE É?
É um sólido negro formado, principalmente, por átomos de carbono. A sua estrutura química é
complexa, pois há muitos anéis de seis átomos, tanto de carbonos benzênicos como de carbonos
alifáticos.
ONDE ENCONTRAR?
Os Estados Unidos têm a maior reserva mundial desse material, com 250 bilhões de toneladas.
Outros depósitos de carvão de grande porte estão na Rússia, China, Índia e Austrália.
ONDE APLICAR?
A aplicação principal do carvão é como combustível, em particular, para gerar calor em usinas
termelétricas.
A reserva global de carvão é maior do que a de petróleo. Além disso, é possível liquidificar o
carvão, caso isso venha a ser economicamente interessante. Há vários tipos de carvão:
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ANTRACITE
É o tipo de carvão mais apreciado. É duro, de aspecto negro, brilhante e preferido para
aquecimento de interiores.
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GRAFITE
É outro tipo de carvão muito valioso. Não é utilizado como combustível, mas na fabricação de lápis
e como lubrificante e eletrodo.
O QUE É?
É o mais limpo dos combustíveis fósseis, pois apresenta baixa emissão de dióxido de enxofre
(SO2) e de resíduos do processo de sua combustão, o que reduz os impactos ambientais.
ONDE ENCONTRAR?
É possível encontrar gás natural embaixo de rochas isolantes, em profundidades variáveis. Os
depósitos de GN estão espalhados pelo planeta em um total estimado de 1,81 x 1014m3. Mais da
metade dessas reservas encontra-se em três países: Rússia, Irã e Catar.
ONDE APLICAR?
As aplicações do GN são diversas e vão desde o uso doméstico até a utilização em automóveis,
usinas termelétricas e diversas indústrias.
O componente principal do gás natural é o metano (CH4), que representa 70% ou mais de
PETRÓLEO
O QUE É?
ONDE ENCONTRAR?
As maiores reservas mundiais de petróleo estão assim distribuídas: Venezuela (18%); Arábia
Saudita (17%); Canadá (10%); Irã (9%); Iraque (9%); Rússia (6%); Kuwait (6%); Emirados Árabes
Unidos (6%); EUA (4%); Brasil (1%); outros países (25%).
ONDE APLICAR?
O petróleo pode gerar diversos produtos, como: gasolina, óleo diesel, fertilizantes, tintas,
borrachas, plástico, asfalto etc.
A indústria petroquímica utiliza como matéria-prima derivados do óleo cru, como eteno, buteno,
butano e benzeno, dando origem a inúmeros produtos, a exemplo de plásticos, fibras, borrachas,
entre outros.
VOCÊ SABE QUAL É
A ORIGEM DO PETRÓLEO?
O processo que explica a origem do petróleo contribui para o descobrimento de novas jazidas,
como também para maiores informações sobre sua composição química e propriedades. As
teorias mais aceitas sobre a origem do petróleo baseiam-se em uma série de fatos observados ao
longo de sua exploração e produção. Vejamos:
O petróleo costuma estar acumulado em regiões cujo subsolo é constituído por grande número de
rochas sedimentares, denominadas bacias sedimentares. Essas rochas, ao contrário das ígneas
e metamórficas, caracterizam-se por sua alta permeabilidade, possibilitando o armazenamento do
petróleo.
O petróleo é constituído, basicamente, por hidrocarbonetos, que são substâncias pouco comuns
em outros produtos minerais. Sua composição química varia bastante e sempre há algum acúmulo
de gás nos poços de petróleo.
Quase todos os petróleos conhecidos mostram atividade ótica, e a maioria é dextrogira. Conclui-
se, então, que sua origem é de organismos vivos, pois são opticamente ativos.
No petróleo bruto, estão presentes compostos que se decompõem a temperaturas elevadas, como
as porfirinas. Isso nos leva a acreditar que, durante o processo que origina o petróleo, a
temperatura não é elevada.
A composição química do petróleo pode variar de poço para poço de um mesmo campo produtor.
(FARAH, 2012)
CENTRAL TERMELÉTRICA
Até aqui falamos sobre a geração de energia elétrica mediante a queima de algum combustível
fóssil. No entanto, precisamos entender qual é o princípio aplicado na geração de energia
utilizando essa matéria-prima. Por isso, vamos conhecer como funciona uma central termelétrica.
A central termelétrica é uma usina que produz energia elétrica a partir do calor. Trata-se da
produção simultânea e sequencial de calor e trabalho por meio de uma única fonte energia,
visando atender às necessidades do processo produtivo de uma unidade.
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É importante ressaltar que existe a possibilidade do uso de combustíveis baratos como fonte de
energia. Dentre eles, podemos citar: resíduos industriais, carvão, lenha e bagaço de cana. Essa
possibilidade torna viável, do ponto de vista econômico, a construção de muitas instalações.
(BORGES NETO; CARVALHO, 2012).
Antes de falarmos sobre isso, é preciso saber que a matriz energética representa o conjunto de
fontes disponíveis em determinado local para suprir a necessidade (demanda) de energia.
Muitas pessoas confundem a matriz energética com a matriz elétrica, mas elas são diferentes.
A matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponíveis para movimentar
os carros, preparar a comida no fogão e gerar eletricidade.
A matriz elétrica é formada pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração de
energia elétrica. Dessa forma, podemos concluir que a matriz elétrica é parte da matriz
energética.
VÍDEO COM AVALIAÇÃO
Agora que você entendeu o que é a matriz energética, assista ao vídeo a seguir em que a
professora Luciana de Lima fala sobre a matriz energética brasileira.
A determinação do impacto ambiental difere bastante caso sejam usados combustíveis fósseis
ou nuclear. Vejamos a diferença:
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COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Os efeitos são, principalmente, a poluição térmica e atmosférica. Alguns produtos gasosos são
o óxido nítrico, o clorofluorcarbono e o ozônio.
COMBUSTÍVEL NUCLEAR
O principal se refere ao destino do material resultante do reator após o uso. Nos reatores em
operação, os elementos de combustível exauridos são armazenados, geralmente, em piscinas,
visando aguardar o decaimento dos isótopos de vida curta. De acordo com Borges Neto e
Carvalho (2012), esse armazenamento tem sido prolongado, fazendo com que o meio ambiente
contenha material radioativo por milhares de anos.
USINA NUCLEAR
O processo de geração de eletricidade a partir da energia nuclear tem como base a ocorrência de
uma fissão nuclear, ou seja, a divisão do núcleo de um átomo pesado, como o urânio-235, em dois
menores quando atingido por um nêutron. A continuação da divisão sucessiva de núcleos, com a
liberação de grande quantidade de calor, é denominada reação em cadeia.
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No reator de água fervente, o vapor gerado no vaso de pressão via fissão nuclear é direcionado
para as turbinas.
Com o vapor nas turbinas, a eletricidade é gerada como ocorre numa termelétrica convencional.
Após passar pelo condensador, a água é bombeada de volta para o vaso de pressão e o ciclo
reinicia.
Imagem: TodaMatéria
1. Vaso de pressão
2. Dutos de controle
3. Turbinas
4. Condensador
5. Gerador
ATENÇÃO
No reator via fissão nuclear não existe o gerador de vapor. (BORGES NETO; CARVALHO, 2012)
CENTRAIS HIDRELÉTRICAS
Você sabia que 73,8% da energia produzida no mundo é gerada a partir de fontes não
renováveis?
E que o uso desse tipo de energia gera uma quantidade excessiva de gases que favorecem
o agravamento do efeito estufa?
O relatório anual da REN 21 – Renewables Now do ano 2019 aponta que somente 26,2% da
energia produzida no mundo é gerada por fontes renováveis e, atualmente, 15,8% corresponde à
hidroeletricidade, conforme ilustra a figura a seguir:
REN 21
Os países que utilizam a hidreletricidade como base na geração elétrica com significância na
matriz elétrica são China, Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Japão e Índia. O Brasil é o segundo
país em termos de potência instalada (9%). Estamos falando de quase 100,3 GW no final de 2018
(REN21, 2019). A figura a seguir ilustra a capacidade global por países de hidreletricidade em
2018:
Dessa forma, uma central hidrelétrica gera eletricidade mediante o aproveitamento da energia
potencial na queda da água estocada numa represa, conforme demonstra a ilustração a seguir:
P = ΗTOT ⋅ G ⋅ Q ⋅ H
Em que:
ηTOT
g
= Aceleração da gravidade (9,8m/s2)
A produção de energia a partir das hidrelétricas tem chamado a atenção de entidades públicas e
privadas em relação à sua construção e implementação. Sobre o uso da água para a produção de
energia elétrica, podemos afirmar que:
A qualidade da água que é utilizada nas centrais hidrelétricas não é alterada.
É considerada energia limpa, pois a produção de resíduos não é significativa, com exceção de
grandes obras, o que gera emissão de gás metano devido à decomposição da vegetação.
Após conhecer as formas de energia, você deve ter percebido o quanto ela é importante, pois,
sem energia, não é possível se movimentar, crescer economicamente e muito menos desenvolver
tecnologias. A energia faz parte do nosso cotidiano em suas variadas formas, como eletricidade,
combustível, calor etc.
A maioria dos tipos de energia foi descoberta pelo ser humano mediante tentativa e erro na busca
de soluções para as problemáticas de determinado momento. Para conhecer melhor esse
processo, confira a seguir uma linha do tempo que mostra o desenvolvimento da energia pela
humanidade:
7000 A.C.
2000 A.C.
1 D.C.
Os chineses coletam e refinam petróleo de forma artesanal para fornecer iluminação.
200
Os europeus constroem rodas gigantes nos rios para utilizar a força motriz da água como fonte de
energia mecânica.
1000
1350
1600 – 1700
1700
A invenção da bomba para escoar água das minas intensificou a mineração de carvão. A
quantidade excessiva de reservatórios descobertos no leste da América do Norte começa a
substituir outros combustíveis como fonte de energia para a civilização.
1820
O cientista britânico Michael Faraday descobre a indução eletromagnética e cria o gerador elétrico.
1859
1860
O francês Auguste Mouchout, utilizando um espelho para refletir a luz do sol e fazer vapor,
constrói o primeiro termogerador de energia solar.
1882
Thomas Edison constrói as primeiras usinas geradoras em corrente contínua (CC) para o
atendimento de sistemas de iluminação.
1880-1890
Nikola Tesla inventa o sistema de corrente alternada (CA) de geração elétrica, implantado como
padrão no mundo.
1892
Ocorre o primeiro uso da energia geotérmica para aquecer prédios residenciais em Boise, Idaho,
EUA.
1927
A usina Serra Grande, em Alagoas, é a primeira do Brasil a produzir etanol.
1930
1931
A partir deste ano, um decreto obriga a mistura de álcool na gasolina comercializada no Brasil.
1950
1970
1975
1977
O cientista brasileiro Expedito Parente inventa e submete para patente o primeiro processo
industrial para a produção de biodiesel.
1978
1979
O acidente em Three Mile Island, na Pensilvânia, reduz o desenvolvimento da energia nuclear nos
Estados Unidos.
1980
Os cientistas começam a reunir evidências de que a queima de combustíveis fósseis pode causar
mudanças climáticas no planeta.
1989
Construção da primeira planta de escala industrial de biodiesel por uma empresa austríaca.
2000
Os produtores de energia empregam, cada vez mais, métodos não convencionais para chegar aos
reservatórios de petróleo. Além disso, há um incremento nos esforços de desenvolver fontes de
energia alternativa (eólica, solar e geotérmica).
2001
Alguns países, como parte de seu planejamento energético, começam a utilizar políticas
relacionadas à criação de departamentos de pesquisa voltados, exclusivamente, para energias
alternativas.
2002
2005
Inicia-se o uso de biodiesel no Brasil, com uma mistura facultativa de 2% no diesel, chamada de
B2.
2006
A energia eólica começa a utilizar outros métodos e designs mais eficientes, reduzindo assim a
contaminação pelo ruído aerodinâmico e tornando-se visualmente mais atrativa.
2008-2009
Espanha é reconhecida como o país com maior potência fotovoltaica instalada no mundo (2.708
MW).
2010
2012
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) A energia nuclear é uma fonte primária renovável, já que utiliza urânio como fonte de energia.
B) A termelétrica é uma fonte de energia não renovável por utilizar como matéria-prima o carvão
mineral, gerando gases de combustão.
C) No mundo, o consumo de energia por fontes não renováveis (combustíveis fósseis) é maior,
comparada com as fontes de energia renováveis.
B) O carvão foi primordial para a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX.
Quanto aos conceitos de fontes primárias de energias renováveis e não renováveis, qual
das seguintes afirmações está errada?
A energia nuclear não é renovável, já que não utiliza fontes primárias renováveis como o sol ou
vento. No entanto, é considerada limpa, pois não emite gases do efeito estufa. O ponto negativo é
o lixo nuclear, que precisa ser descartado com muito cuidado em locais isolados.
Em realidade, foram os persas no ano 1.000 d.C. que usaram o moinho de vento como fonte de
energia, os holandeses apenas aprimoraram a eficiência do moinho ao colocar seu eixo de
rotação na forma horizontal e adicionar quatro pás em 1350.
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
As formulações e reavaliações das políticas energéticas de cada país confrontam um novo
desafio: as possíveis matrizes energéticas devem retratar ações que diminuam a queima do
petróleo, gás natural, carvão e combustíveis de origem não renovável na busca de minimizar a
quantidade de dióxido de carbono lançada para a atmosfera. Surgiu, então, a necessidade de se
investir em energias renováveis.
Apresentaremos as principais fontes de energia limpa, que estão em ascensão e podem substituir
ou complementar as energias de origem fóssil. A matriz energética mundial está à procura da
diversidade de fontes, as quais se originam de biomassa, biocombustíveis ou energias renováveis
como a solar, geotérmica, eólica ou a combinação delas, que se chamam energias híbridas. Além
disso, temos ainda a tecnologia de geração de energia mediante células a combustível.
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SOLAR
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GEOTÉRMICA
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EÓLICA
Vamos começar por uma das fontes de geração de energia elétrica com maior ascensão nos
últimos 10 anos nas matrizes energéticas: os sistemas eólicos, que hoje representam 5,5% da
geração de energia elétrica no mundo de acordo com o relatório da REN 21 de 2019.
Uma das formas mais utilizadas na atualidade para o aproveitamento em grande escala da
energia eólica é a instalação de aerogeradores ou turbinas eólicas. Os principais fabricantes de
grandes aerogeradores estão localizados nos seguintes países:
Dinamarca
Estados Unidos
Alemanha
Holanda
Índia
Espanha
O Rio Grande do Norte é o estado com a maior produção na geração eólica brasileira,
alcançando 34,6% e superando o Ceará, pioneiro em 2017.
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A rotação terrestre, a diferença de temperatura e a pressão atmosférica influenciam a direção do
vento.
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A energia do vento depende de sua velocidade e, em menor medida, de sua densidade, a qual
diminui com a altitude. Próximo do solo, a velocidade é baixa, no entanto, aumenta rapidamente
com a altitude. Quanto maior rugosidade da superfície do terreno, mais facilmente o vento poderá
ser freado. Podemos concluir que o vento sopra com menor velocidade nas oscilações
terrestres e com maior velocidade sobre as montanhas. A figura a seguir apresenta o
comportamento do vento com relação à altura.
Para a compilação da informação eólica, deve ser instalado um equipamento para medir a
velocidade (anemômetro) e outro para a direção (cata-vento). Observe as imagens a seguir:
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ANEMÔMETRO
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CATA-VENTO
A altura padrão para colocar esses sensores é de 10m. Os dados coletados podem ser tabelados
de acordo com a Escala Beaufort, que define a velocidade do vento e sua denominação. Por
exemplo, a escala 5, ideal para projetos eólicos, representa uma velocidade de 8-10m/s.
Outra forma de expressar esses dados é por meio da rosa dos ventos, que ilustra a frequência
com que o vento sopra numa direção e velocidade determinada, conforme observado na figura a
seguir:
TURBINAS EÓLICAS
Os aerogeradores, ou as turbinas eólicas, podem ser classificados de acordo com a sua potência
nominal (pequeno, médio ou grande porte) ou pela orientação do eixo (vertical ou horizontal).
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Quais são as características de cada tipo de turbina eólica e as partes fundamentais dessa
estrutura?
IMPACTO VISUAL
Esse ponto de discussão pode ser subjetivo, já que o maior problema está no impacto
paisagístico. Um parque eólico com poucos aerogeradores pode ser atrativo para algumas
pessoas, no entanto, parques com alta concentração de aerogeradores são obrigados a diminuir
esse impacto ambiental.
IMPACTO SONORO
O barulho gerado pelos aerogeradores dos anos 1980 resumia-se a fatores mecânicos, mas,
atualmente, existem modelos que diminuíram esse impacto em 50%.
Esse impacto é considerado pequeno, se comparado ao produzido por mortes de causas naturais.
Um estudo espanhol demonstrou que as colisões de aves nos aerogeradores é de 0,1%. Estudos
similares, realizados na Dinamarca, concluíram que as aves se acostumaram rapidamente aos
aerogeradores e, portanto, desviam a sua trajetória de voo para evitá-los.
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Existem duas formas principais de transformar a radiação solar em outras formas de energia:
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ELETRICIDADE
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CALOR
GERAÇÃO TERMOSSOLAR
Os coletores solares de concentração, como o próprio nome indica, utilizam-se de dispositivos
que, ao receberem a radiação solar, tratam de desviar os raios incidentes, dirigindo-os para
um foco central a fim de elevar a temperatura. Um dos fenômenos mais comuns utilizados
nesses dispositivos é a reflexão por espelhos, que podem ser planos ou curvos. Vamos
conhecer os diferentes tipos de concentradores.
CONCENTRADOR CILINDRO-PARABÓLICO
É um concentrador de foco linear. Sua estrutura curva tem a geometria de uma calha
parabólica que concentra em seu foco, linearmente, os raios solares incidentes na superfície
espelhada, onde se encontra a tubulação absorvedora, conforme ilustra a figura a seguir.
O fluido que passa na tubulação é aquecido e transfere sua energia na forma de calor para gerar
vapor. Esse vapor movimenta as pás de uma turbina, gerando energia elétrica. Pode-se utilizar
somente o calor do fluido para aquecer sistemas residenciais. Observe esse processo na
ilustração a seguir.
CONCENTRADOR DISCO PARABÓLICO
A superfície espelhada tem a forma de uma calota parabólica e concentra os raios solares no
dispositivo absorvedor, que é posicionado em seu foco, conforme ilustra a figura a seguir.
São concentradores de grande porte, conhecidos como usinas solares, que podem ser
construídos com espelhos planos (refletores), dispostos ao redor de um dispositivo central de
absorção, de forma que os raios incidentes nos espelhos sejam refletidos e direcionados a um
absorvedor colocado no alto de uma torre, conforme apresentado na figura a seguir.
No caso dos coletores/concentradores de espelhos, que são dispositivos com maior tecnologia
agregada, muitas vezes são associados mecanismos que proporcionam movimento aos refletores
para acompanhar o deslocamento do Sol durante o dia, assim como em relação à declinação
geográfica durante o ano, o que otimiza sua eficiência de captação. Dessa maneira, é possível
obter temperaturas muito altas, tornando esses coletores verdadeiros fornos solares.
ENERGIA GEOTÉRMICA
A energia geotérmica deriva da diferença entre a temperatura da superfície da Terra e a do
seu interior, que varia de uma média de 15°C na superfície a 6000°C do núcleo interno. Essa
diferença de temperatura causa um fluxo contínuo de calor do interior para a superfície. A
temperatura da Terra geralmente aumenta cerca de 3°C a cada 100 metros.
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Embora em algumas áreas da crosta existam anomalias geotérmicas, fazendo com que a
temperatura aumente entre 100°C a 200°C por quilômetro, essas áreas são as que podem ser
mais bem exploradas do ponto de vista geotérmico. As profundidades dessas explorações
geralmente estão localizadas entre 300 e 2.000 metros. Atualmente, a energia geotérmica pode
ser usada de duas maneiras: diretamente, como calor, ou para produção de eletricidade.
As turbinas acionam geradores elétricos.
Para que esse processo ocorra, é necessário que a temperatura da água subterrânea esteja
acima de 150ºC. Se a tecnologia do ciclo binário for usada, a temperatura pode ser de 100ºC
(essa tecnologia consiste, basicamente, na água que dá calor a outro fluido que vaporiza a uma
temperatura mais baixa). Esses campos, que são usados para a produção de eletricidade, são
chamados de campos geotérmicos. A produção de calor a partir de energia geotérmica pode
ser obtida de duas maneiras diferentes:
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Atualmente, estão sendo pesquisados depósitos de rochas quentes secas que, diferentemente
dos demais, não possuem aquífero, havendo a necessidade de se injetar um líquido neles.
Espera-se que sejam muito eficazes para a produção de eletricidade.
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Aproveitando-se das oscilações de altura da maré. A água pode elevar ou abaixar um pistão
dentro de um cilindro, movendo, assim, um gerador elétrico.
SISTEMAS HÍBRIDOS
Um sistema de energia híbrida é aquele que usa mais de uma fonte renovável para produzir
energia. Em outras palavras, combina mais de uma fonte de energia, como a luz solar e o vento,
por exemplo. Nesse caso, com painéis solares e turbinas eólicas, a geração de energia é usada
durante o período de maior sol e ventos mais altos para manter o suprimento de eletricidade em
operação contínua.
No entanto, esses sistemas não são totalmente independentes da rede elétrica, pois possuem
baterias isoladas, que absorvem o excesso de energia e a economizam caso seja necessário em
algum momento. Eles também têm um grupo gerador, como uma forma de backup, ou podem ser
conectados diretamente à rede de consumo de eletricidade. Se a produção de energia não for
suficiente, a eletricidade pode ser usada para atender à necessidade.
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Esses sistemas de energia podem ser utilizados para diferentes funções, levando em
consideração a quantidade de energia que você deseja produzir e a quantidade de espaço
disponível para a instalação. Esse ponto é importante, porque é necessário instalar dois tipos de
geradores de energia, como um moinho e um painel solar, podendo integrar a infraestrutura de
comunicações, atividades pecuárias com alto consumo de energia continuamente, usos
industriais, eletrificação rural e, em menor grau, residências familiares. Vejamos alguns exemplos
de sistemas híbridos:
Como qualquer sistema, a geração de energia híbrida tem pontos positivos e negativos:
VANTAGENS
O uso de fontes renováveis, limpas e infinitas como matéria-prima;
Ao usar várias fontes energéticas, se uma delas falhar ou não puder ser usada (como em um
dia sem sol ou sem vento), a geração de energia não será completamente perdida. Caso
contrário, quando todas as fontes puderem ser usadas, será gerada uma energia extra, que
será armazenada nas baterias e usada conforme necessário;
Em alguns dias será impossível gerar energia por meio dessas fontes e será preciso recorrer
à rede elétrica tradicional.
Se não for gerada energia suficiente, as baterias não poderão ser carregadas no tempo
necessário para serem usadas posteriormente.
CÉLULA A COMBUSTÍVEL
Uma célula de combustível é um dispositivo eletroquímico que converte diretamente energia
química em eletricidade e calor. Consiste em dois eletrodos, o ânodo e o cátodo, separados
por um eletrólito.
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O combustível oxidado no ânodo libera elétrons que fluem para o cátodo através do circuito
externo.
O circuito é completado com o fluxo de íons no eletrólito, que também separa os dois fluxos de
gases, combustível e oxidante.
O calor gerado pode ser usado diretamente como subproduto no processador de combustível ou
para produzir residualmente mais eletricidade (reação reversa à eletrólise da água).
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(1)
Ânodo:
(2)
Cátodo:
(3)
Nessas reações, as células são empilhadas e conectadas em série ou em paralelo para fornecer a
tensão e a energia desejadas, razão pela qual também são conhecidas como células de
combustível. Os eletrodos usados e as condições operacionais das células determinarão o
eletrólito a ser utilizado. Existem, atualmente, vários tipos de células a combustível:
A ilustração a seguir mostra uma comparação entre os diferentes tipos de células a combustível:
HIDROGÊNIO
O hidrogênio, apesar de ser o elemento mais abundante do universo, não é uma fonte primária
de energia, pois geralmente está associado a outros elementos como a água, onde é encontrado
para formar uma molécula com oxigênio. Na verdade, o hidrogênio é um vetor de energia, isto é,
uma forma secundária energética que deve ser transformada a partir de outras fontes primárias.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) II e IV.
B) II.
C) I.
D) I, III e IV.
Em relação aos parâmetros que viabilizam a energia eólica, leia as afirmações a seguir:
Em geral, quanto mais acentuada a rugosidade do terreno, maior será a diminuição da velocidade
do vento. Dessa forma, a rugosidade do terreno, onde será feito o aproveitamento eólico, deve ser
baixa, para diminuir as menores taxas de velocidade do vento na altura do rotor. Baixas
rugosidades também são desejáveis no entorno do terreno e na direção principal do vento.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e
Desenvolvimento da ONU como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias
necessidades. Essa concepção baseia-se na ideia de que é possível conservar o capital natural e
cultural de um território sem comprometer seu desenvolvimento presente e futuro.
Manter o sistema de energia atual por um período de uma ou duas gerações é simplesmente
insustentável, uma vez que as reservas de combustível estão acabando, situação que pode trazer
riscos à paz mundial. Além disso, o uso de energias não renováveis contribui para diversos
problemas ambientais, como o agravamento do efeito estufa, a poluição local, a chuva ácida e o
desmatamento. Por isso, conhecer as formas de energia e os avanços no aproveitamento delas é
essencial para que possamos pensar em uma produção energética que atenda às necessidades
humanas sem prejudicar o meio em que vivemos.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BORGES NETO, M. R. Geração de Energia Elétrica - Fundamentos. Rio de Janeiro: Érica,
2012.
DINIZ, F. Energia eólica no Nordeste. In: Caderno Setorial ETENE. Ano 4, nº 66. Publicado em:
fev. 2019.
PHILIPPI JR, A.; REIS, L. B. Energia e sustentabilidade. 1. ed. São Paulo: Manole, 2016.
PINTO, M. Fundamentos de energia eólica. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2013.
EXPLORE+
Leia os textos a seguir:
Estudo preliminar de um projeto de parque eólico na região da fronteira oeste do Rio Grande do
Sul, de Luiza Ferreira da Costa Ramanauskas e Eberson José Thimmig Silveira.
Promessa de Pandora, dirigido por Stewart Brand, Gwyneth Cravens e Mark Lynas.
Sinopse: Ex-ativistas contra a energia nuclear e cientistas revolucionários dão testemunhos a favor
da tão malvista fonte de energia em um documentário provocativo.
CONTEUDISTA
Óscar Javier Celis Ariza
CURRÍCULO LATTES