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SECRETARIA-GERAL DA MESA
SECRETARIA DE TAQUIGRAFIA
como o 6º mais violento, tanto para a população em geral como para a faixa etária
dos mais jovens. Apenas El Salvador, Colômbia, Guatemala, Venezuela e Ilhas
Virgens convivem com situação de criminalidade mais acentuada que a nossa.
Ora, o atual Governo, o Governo Dilma, infelizmente, parece que
segue na mesma toada do seu antecessor no que diz respeito à falta de prioridade
no enfrentamento da violência. O orçamento federal mostra claramente o tamanho
da tesourada nos programas do Ministério da Justiça. Cerca de 20% dos recursos
destinados ao Ministério da Justiça foram ceifados nos cortes orçamentários,
atingindo programas importantes, como o Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania, o Pronasci, que era uma espécie de jóia da Coroa do Ministério da
Justiça. Outro programa que sofreu um grande abalo pelo corte orçamentário foi o
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, dirigido a crianças e adolescentes, e
também o Pró-Jovem.
Esses dois programas sofreram uma redução de cerca de 417 milhões
no Orçamento de 2011. Outro programa que sofreu cortes foi o Programa de
Atendimento Sócio-Educativo do Adolescente em Conflito com a Lei, que tem como
meta este ano criar 32 mil vagas em serviço de proteção aos jovens que cumprem
medidas sócio-educativas para evitar que eles venham a ser internados. Esse
Programa terá 34 milhões a menos que na peça orçamentária de 2010, caindo de
85 milhões para 51 milhões. O enfrentamento da violência sexual contra crianças e
adolescentes também sofreu restrições orçamentárias seriíssimas.
Infelizmente, o Brasil ocupa o 1º lugar na América Latina em crimes de
pedofilia cometidos pela internet. Cerca de 50% das vítimas são crianças entre 9 e
13 anos. Mesmo assim, a proposta orçamentária prevê 93 milhões para a política
em 2011, contra 101 milhões em 2010.
Costuma-se falar, Srª Presidente, dos 100 dias como um número
mágico, qual será o balanço do governo quanto atingirmos 100 dias? Cada
governante, penso eu, vive angustiado com essa marca, como se tivesse a
obrigação de apresentar uma grande vitória ao cabo de 100 dias de governo. Esse
número de 100 dias está associado à caminhada de Napoleão, quando fugiu da Ilha
de Elba e,marchando à velocidade de um raio, chegou a Paris e destronou o rei de
Bourbon, Carlos X.
Acontece que esses 100 dias, pouca gente se lembra, culminaram
com uma derrota e não com uma vitória – a derrota de Napoleão em Waterloo. Eu
não desejo que os 100 dias da Presidente Dilma terminem nem uma derrota nem
desejo que seja este o destino de seu Governo. Mas o meu receio é que ela esteja
perdendo tempo por falta de medidas concretas e objetivas. Se nós compulsarmos
a mensagem que a Presidente teve a deferência de ler perante o Congresso
Nacional e verificarmos ponto a ponto as suas prioridades ali elencadas, somos
obrigados de maneira acabrunhante a constatar que nenhum desses pontos
recebeu até agora a marca de uma ação decidida, firme, identificável; nenhum
deles. Nem mesmo a desoneração da folha de pagamentos, que, era de se
esperar, já fosse objeto, pelo menos de um esboço, até agora não chegou ao
Congresso.
Falou da reforma política e lavou as mãos sobre a reforma política. Na
área da segurança pública, a mesma coisa, foi anunciado como um dos pontos
fundamentais do seu programa de Governo. E a Presidente e o seu Ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmaram com muita ênfase, que o Governo
Federal deveria assumir a liderança e um grande papel de articulação do esforço