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Planejamento da Articulação Brasileira de Indígenas Antropóloges e

Comitê de Antropólogxs Indígenas – ABIA – 2021-2022

A Articulação Brasileira de Indígenas Antropológes - ABIA surge como uma


ferramenta política dos/das antropólogos e antropólogas indígenas, que buscam em conjunto,
discutir as demandas específicas destes profissionais, que atuam em conjunto com seus
povos.

Nesse sentido, a ABIA é uma organização político-científica que atua diretamente


com os povos indígenas, na medida em que todos seus integrantes são indígenas das cinco
regiões brasileiras. A articulação é fruto do trabalho e mobilização de indígenas antropóloges
formados em diferentes níveis do ensino superior. Nesse sentido, a ABIA é um espaço de
compartilhamento e proposições pautando as nossas aspirações enquanto profissionais
comprometidos com as lutas dos povos indígenas. Ela nasce e se constitui com a finalidade
de congregar a expertise acadêmica e científica dos indígenas antropóloges com os
Movimentos Indígenas e os diferentes projetos de autodeterminação de territórios. Temos
como finalidade, a partir disso, consolidar a presença indígena na antropologia através da
divulgação científica do conhecimento oriundo de nossas produções acadêmicas,
potencializando os saberes, cultura e protagonismo, bem como a valorização e defesa de
ocuparmos e construirmos uma antropologia desde as diversas ciências indígenas.

Atualmente a ABIA não possui um espaço físico. Ela funciona por via de articulação
nas redes sociais e plataformas de comunicação nas quais seus integrantes conseguem
articular e planejar suas atividades anuais.

A ABIA atua diretamente com diversas frentes em defesa dos povos indígenas:
saúde, educação, artes, memórias, gênero e sexualidade, direito e territórios, etc. Todas as
suas frentes de atuação dizem respeito aos trabalhos de pesquisa que os próprios indígenas
executam em seus territórios.

Um dos pontos catalizadores da ABIA é o Comitê de Antropólogxs Indígenas da


Associação Brasileira de Antropologia formado no ano de 2020. Este comitê tem se tornado
uma extensão da ABIA em um espaço tão importante que é a ABA, na qual temos realizados
ações, não só neste comitê, mas em outros, tais como o Comitê Inserção Profissional do/a
Antropólogo/a, Comissão de Assuntos Indígenas – CAI, Comissão de Direitos Humanos,
Comitê Gênero e Sexualidade, entre outros.

O Comitê de Indígenas da ABA tem se preocupado em estar articulado com outros


comitês, indicando representantes com o objetivo de estarem tendo essa experiência sobre seu
funcionamento, discutindo suas agendas e assim inserir as pautas coletivas indígenas.
Neste sentido, os planejamentos da ABIA, isto é, o planejamento geral tem andado
em sintonia com a agenda do referido comitê, o que quer dizer que as ações serão
compartilhadas, ora somente ABIA, ora em conjunto com a ABA.

No dia 05 de março de 2021, nos reunimos com o coletivo da ABIA para a


proposição de atividades e ações para o ano de 2021-2022. Estas atividades estão previstas
para serem realizadas em conjunto com o comitê, logo, de antemão, gostaríamos de contar
com a atual Diretoria da Associação Brasileira de Antropologia - ABA.

1. Criação do site institucional da ABIA;


2. Oferta de um minicurso a ser realizado pel@s Indígenas Antropóloges . O objetivo do
minicurso é reunir professores indígenas para uma primeira experiência de magistério entre
pares. A realização com a ABA seria justamente para nos auxiliar na logística como também
na certificação. O curso ainda será montado, mas no geral terá como mote "Indígenas
antropologias " a partir de nossa epistemologia .
3. Criação e lançamento de uma edição de premiação nas Reuniões Brasileiras de Antropologia
para pesquisadores e pesquisadoras indígenas. A premiação homenageará o mestre indígena
em Antropologia Social do PPGAS/UFAM Ely Macuxi, vítima do covid-19. Trata-se da
manutenção da memória d@s indígenas que vieram a óbito no contexto da pandemia, além de
seus conhecimentos ancestrais que se foram. Tal premiação, a exemplo do Prêmio Lélia
Gonzáles, será em três modalidades: artigos, dissertações e teses de pesquisadores e
pesquisadoras indígenas.
4. ​Uma coletânea de livros de autoria indígena. A referida coletânea pretende reunir textos de
autoria indígena, construídos a partir de suas pesquisas nos Programas de Pós-Graduação em
Antropologia ou que dialoguem com a disciplina. Nesta coletânea, pretendemos reunir o que
existe de mais atual no que se refere ao campo dos estudos sobre povos indígenas, tais como
conflitos sociais, territórios e territorialidades, cosmologias e conhecimentos indígenas,
gênero e sexualidade, indígenas em contexto urbano, processos identitários, segurança
alimentar e alimentação, memória, racismo, entre outras temáticas trabalhadas por membros
da ABIA. Pretende-se reunir o máximo de textos que serão analisados e revisados por uma
equipe editorial que será criada por membros da ABIA. Esta coletânea deverá contar com
cerca de quatro volumes divididos conforme decisão da equipe editorial. O formato, a
princípio, será em ebook, com pretensões de serem impressos. Pensamos em trabalhar na
coletânea para ser lançada na 33ª Reunião Brasileira de Antropologia.
5. ​Mesas redondas a serem realizadas pelo TV ABA. Gostaríamos de contar com o apoio para
realizarmos mesas mensais ou de dois em dois meses na TV ABA. A lista de mesas ainda
está sendo construída.
6. Gostaríamos de solicitar espaços em outros comitês e comissões: comitê de Laudos
Antropológicos e um comitê que nos interessa, dado um dos pilares da nossa Inserção na
Antropologia , que é a Demarcação de todas as terras indígenas.
7. Continuar a discussão sobre os meios de filiação de indígenas da ABA. Discussões estas que
já se iniciaram como a isenção de anuidade ou maior desconto para indígenas e ainda em
relação a carta de recomendação, que esta carta seja feita por outro antropóloges indígena,
como mencionamos em reunião.

No mais, gostaríamos de agradecer e dizer que a ABIA está a cada dia se fortalecendo.

Atenciosamente,

Articulação Brasileira de Indígenas Antropóloges - ABIA

Comitê de Antropólogxs Indígenas

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