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DIREITO ELEITORAL PROF.

GUSTAVO FERREIRA GOMES


FACULDADE DE DIREITO DE MACEIÓ – FADIMA CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE
MACEIÓ

APOSTILA 001
DIREITO ELEITORAL:
“Estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o
funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a
precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental”.1
Fávila Ribeiro.

“Ramo do Direito Público que trata dos institutos relacionados com os


direitos políticos e das eleições, em toda as suas fases, como forma de
escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado”.2 JJ
Cândido.

FONTES:
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (CR)
No presente momento, destacar-se-á os artigos mais importantes e o que
cada um regulamenta, oportunamente fazer-se-á menção expressa àqueles
que foram pertinentes a este Curso. Vide tabela:

ARTIGO(S) TÓPICO REGULAMENTADO


12 Nacionalidade
14 a 16 Direitos Políticos
17 Partidos Políticos
44 a 46 Composição do Congresso Nacional
54 a 56 Normas eleitorais relativas aos Deputados e aos
Senadores
76 a 83 Normas eleitorais relativas ao Presidente e Vice-
Presidente da República
118 a 121 Justiça Eleitoral

LEIS COMPLEMENTARES (LC)


As Leis Complementares mais relevantes no campo do Direito Eleitoral são: a
LC n.º 78/93 – que fixa o número de Deputados Federais; a LC n.º 64/90 –
que trata das condições de Inelegibilidade, além de regulamentar algumas
das principais Ações Eleitorais; e a LC n.º 81/94 – que alterou a LC n.º 64/90,
elevando de três para oito anos o prazo de inelegibilidade dos parlamentares
que perderam o mandato por quebra e/ou falta de decoro.

LEIS ORDINÁRIAS
CÓDIGO ELEITORAL/CE (Lei 4737/65) – Norma legal eleitoral mais antiga
ainda em vigor, anteriormente regia todos os mecanismos das Eleições,
hoje, em evidente desuso, perde dia após dia a sua importância. No entanto
ainda é utilizado em algumas relevantes questões referentes ao processo
eleitoral em todos os seus aspectos (judicial, criminal e administrativo). Já
existem anteprojetos para de um Novo Código Eleitoral, mas todos com
tramitação muito lenta no Congresso Nacional.

LEI DO TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO DE ELEITORES (Lei 6091/74) – Regula o


fornecimento gratuito do transporte para os eleitores residentes nas zonas

1
IN DIREITO ELEITORAL, 5a. ed., Rio de Janeiro/RJ: Forense, 1999, p 04.
2
IN DIREITO ELEITORAL BRASILEIRO, 11a. ed., Bauru/SP: EDIPRO, 2004, p 23.

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rurais, nos dias de eleição; além disto, cuida, em seus artigos finais, do prazo
que o eleitor tem para apresentar, depois das eleições (dia de votação), sua
justificativa por não ter comparecido para votar.

LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS/LPP (Lei 9096/95) – Regulamenta a formação,


estruturação e extinção dos Partidos Políticos, ou seja, nas devidas
proporções, é a “Lei das Sociedades Anônimas” das organizações partidárias
brasileiras.

LEI ELEITORAL/LE (Lei 9504/97) – Norma que regula o Processo Eletivo, da


escolha dos candidatos à posse dos mesmos, passando por aspectos
administrativos e judiciais, tanto no campo processual quanto no material –
destaca-se que desde 1998, as eleições brasileiras processaram-se sob sua
égide. Esta é, sem sombra de dúvida, a norma principal do atual Processo
Eletivo, somente sofrendo “concorrência” das Resoluções do TSE – ressalta-
se que a maioria delas tão-somente repete ou esclarece os artigos
insculpidos na Lei em questão.

OBS¹: Consoante o art. 16 da CR, toda a lei que alterar o processo


eleitoral/eletivo terá vigência imediata, mas ela deverá ser promulgada ou
modificada 01 (um) ano antes das eleições (dia de votação) para que possa
ter eficácia/efetividade naquela eleição.

OBS²: As leis ora indicadas são as principais normas de natureza


eminentemente eleitoral no Ordenamento Pátrio em plena vigência, mas
dada à natureza abrangente do Direito Eleitoral existem outras normas
eleitorais, sem olvidar aquelas que são aplicadas subsidiariamente como, por
exemplo: Código de Processo Civil, Código de Processo Penal, Código Penal,
Lei dos Juizados Especiais, Lei dos Juizados Federais etc.

RESOLUÇÕES (INSTRUÇÕES NORMATIVAS) DO TSE


A melhor conceituação, na opinião deste professor, de Resolução é que esta
seria a interpretação posta a termo de uma norma por órgão, judicial ou
administrativo, responsável pela aplicação da mesma nos casos concretos,
após deliberação sobre questões ou dúvidas decorrentes da análise de seu
texto.

As Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são dotadas de força de


lei ordinária – poder coercitivo – em decorrência de determinação implícita
contida tanto no parágrafo único do art. 1º quanto no inciso IX do art. 23,
ambos do Código Eleitoral. Destaca-se que tal determinação encontra-se
reiterada no art. 105, caput da Lei Eleitoral.

Destaca-se que as Resoluções do TSE, em que pese terem força de lei e


serem aplicadas nas Eleições, não são leis propriamente ditas, por isto não
são afetadas pela anterioridade de 01 (um) ano constitucionalmente prevista
para as Leis Eleitorais.

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Importante baixar direto do sítio do TSE (www.tse.jus.br), para quem vai


atuar como advogado militante e/ou for ser estudioso do Direito Eleitoral,
nos anos em que há Eleições, as Resoluções aprovadas pelo mesmo.

JURISPRUDÊNCIA
Também é fonte do Direito Eleitoral, além da Legislação supracitada, a
Jurisprudência; bastante valoriza nos últimos tempos, por causa da
importância cada vez maior que a atividade jurisdicional vem adquirido no
Brasil – extraindo do Ordenamento em vigor novos(as) Direitos e Obrigações,
tal possui uma característica peculiar no âmbito da Justiça Eleitoral: tanto
pode ser contenciosa quanto consultiva.

Tal caráter consultivo da Jurisprudência advém, como bem explica FÁVILA


RIBEIRO, da possibilidade dos partidos políticos e das autoridades públicas
realizaram perguntas sobre situações hipotéticas à Justiça Eleitoral (mais
precisamente Tribunal Superior Eleitoral e Tribunais Regionais Eleitorais),
sendo que as respostas a tais consultas podem ser aplicadas nos casos
concretos.

JJ CÂNDIDO faz dura crítica à Jurisprudência Consultiva – decorrente do


processo denominado de Consulta – por considerar desnecessária, em
termos práticos, para os Partidos Políticos e candidatos a sua existência; se
um ato é lícito posso praticá-lo sem consultar ninguém, se é ilícito da mesma
forma estou impedido de executá-lo, e, por fim, se houver dúvida quanto a
licitude do mesmo devo esperar que a Jurisprudência Contenciosa resolva os
eventuais casos concretos que venham a acontecer.

Não obstante a opinião de tão nobre Doutrinador, este Professor vê como


salutar a existência das Consultas na Justiça Eleitoral considerando-as como
forma eficaz de solução prévia de conflitos, equiparando-as, mutatis
mutandis, ao JUS RESPONDENDI dos jurisconsultos romanos e, em termos
mais modernos, a instituição do CONSTRUCTION estadunidense.

OBS: Com base na obra de saudoso doutrinador Miguel Reale, “Filosofia do


Direito”, a partir desta apostila, este professor deixou de considerar como
fonte do direito a Doutrina, afinal desta não se emana o direito, mas sem
esquecer a relevância desta para explicar as fontes acima citadas e ajudar
no entendimento da disciplina ora ministrada.

3/3

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