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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA


DO PARANÁ
UNIDADE DE MEDIANEIRA

COOGERAÇÃO DE ENERGIA UTILIZANDO O BIOGÁS

DO ESGOTO SANITÁRIO

MEDIANEIRA
2004
MAURÍCIO AZEVEDO
MAURÍCIO CARVALHO DA SILVA
OSMAR INÁCIO TAUCHEST

COOGERAÇÃO DE ENERGIA UTILIZANDO O BIOGÁS


DO ESGOTO SANITÁRIO REALIZADO NA
COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ - SANEPAR

Dissertação apresentada como requisito final à


obtenção da graduação do titulo de Tecnológo em
Eletromêcanica, ênfase em Operação e Manutenção
Industrial do Centro Federal de Educação Tecnológica
do Paraná, Unidade de Medianeira.

Orientador Tecnologia
Eletromecânica : Prof. Amauri Massochin

Orientador Tecnologia
Ambiental : Prof. Laércio M. Frare

MEDIANEIRA
2004

ii
LISTA DE ASSINATURAS

__________________________________________
PROF. AMAURI MASSOCHIN
PROF. ORIENTADOR TECNOLGIA ELETROMECÂNICA

_________________________________________
PROF. LAÉRCIO MANTOVANI FRARE
PROF. ORIENTADOR TECNOLOGIA
AMBIENTAL

_______________________________________
PROF. EDILAR BENTO ANTONIOLLI
PROF. ELETROMECÂNICA (CONVIDADO)

__________________________________________
PROF. CARLOS ALBERTO JUCHEN
PROF. AMBIENTAL (CONVIDADO)

__________________________________________
PROF. Dr. JOSÉ AIRTON AZEVEDO DOS SANTOS
COORDERNADOR DE CURSO ELETROMECÂNICA

iii
OFERECIMENTO

Às nossas famílias.
À nossos amigos.

iv
“ Quando lhe disserem que algo em que
você acredita é impossível, tenha paciência.
Talvez ele não saiba de verdade que a vida é o
eterno ato de transformar o impossível em
realidade.”

( Roberto Shinyashiki )

v
AGRADECIMENTOS

À Deus.

Às nossas famílias.

Aos professores Amauri Massochin e


Laércio M. Frare pelo apoio, incentivo,
orientação e ensinamentos na realização
deste trabalho.

A todos os professores pela dedicação,


apoio, incentivo e amizade.

À todas as pessoas que de alguma forma


contribuíram para a realização deste
trabalho.

vi
SUMÁRIO

LISTA DE ASSINATURAS.......................................................................... iii


OFERECIMENTO....................................................................................... iv
AGRADECIMENTOS.................................................................................. vi
SUMÁRIO................................................................................................... vii
ABREVIAÇÕES.......................................................................................... xi
LISTA DE FIGURAS................................................................................... xii
LISTA DE TABELAS.................................................................................. xiii
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................ xiv
RESUMO.................................................................................................... xv
ABSTRACT................................................................................................ xvi

1 INTRODUÇÃO................................................................................. 1
2 OBJETIVO....................................................................................... 3

CAPÍTULO 1 5

1.1 ÁGUA RESIDUÁRIAS...................................................................... 5


1.1.1 PROCESSO BIOLOGICO ENVOLVIDO............................... 7
1.1.2 PROCESSO DE CONVERSÃO EM SISTEMAS
ANAEROBIO..........................................................................11
1.1.3 HIDRÓLISE............................................................................12
1.1.4 ACIDOGÊNESE.....................................................................13
1.1.5 ACETÔGENESE....................................................................15
1.1.6 METANOGENESE.................................................................15

vii
1.2 FATORES IMPORTANTES NA DIGESTÃO ANAERÓBIA.........................17
1.2.1 FATORES AMBIENTAIS.................................................................. 17
1.2.1.1 TEMPERATURA.................................................................... 17
1.2.1.2 ALCALINIDADE E PH........................................................... 19
1.2.1.3 NUTRIENTES........................................................................ 19
1.2.2 OUTROS FATORES........................................................................ 17
1.2.2.1 IMPERMEABILIDADE DO AR.............................................. 20
1.2.2.2 CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO DE CARGAS TOXICAS. 21
1.2.2.3 TEOR DE ÁGUA.................................................................... 21
1.3 GÁSES EXALADOS EM RALF........................................................ 22

CAPÍTULO 2 25
2.1 MICRORGANISMOS ANAERÓBIO................................................. 25
2.2 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS............................................................ 31
2.3 ARMAZENAMENTO DO BIOGÁS................................................... 32
2.4 BIOTRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDÁRIAS E RESIDUOS......... 34
2.4.1 DEMANDA TEÓRICA DE OXIGÊNIO................................... 35
2.4.2 DEMANDA QUIMÍCA DE OXIGÊNIO.................................... 36
2.4.3 DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO............................. 36
2.5 EFICIÊNCIA DA TRATAMENTO......................................................38

CAPÍTULO 3 42
3.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE........................................ 42
3.2 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO........................ 44
3.2.1 CANAL DE ENTRADA........................................................... 44
3.2.2 GRADEAMENTO................................................................... 44
3.2.3 CALHA PARSCHAL...............................................................44
3.2.4 DESARENADOR................................................................... 44
3.2.5 RALF REATOR ANAERÓBIO............................................... 45
3.2.6 ELEVÁTÓRIA DE LODO....................................................... 45

viii
3.2.7 LEITOS DE SECAGEM......................................................... 45
3.2.8EMISSÃO FINAL................................................................... 45

CAPÍTULO 4 47
4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS.................................. 47
4.1.1 PROJETO DE CAPTAÇÃO DO BIOGÁS.............................. 48
4.1.2 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DO BIOGÁS.....................51
4.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DO BIOGÁS....................... 52
4.1.4 CÁLCULO DE VAZÃO........................................................... 57
4.1.5 PROCEDIMENTO DE ÁNALISE CROMATOGRAFICA....... 58
4.1.5.1 RESUMO PROCEDIMENTO DA ANÁLISE
CROMATOGRÁFICA............................................ 60
4.1.6 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS................................................ 62
4.1.6.1 PROCESSO PARA REMOÇÃO
DO H2S............................................................. 63
4.1.6.2 FILTRO PARA REMOÇÃO H2S. .....................63
4.1.6.3 OPERAÇÃO DO FILTRO PARA H2S............... 64
4.2 CARGA ENERGÉTICA DO BIOGÁS............................................... 65
4.3 PROPRIEDADES GERAIS DO CH4.................................................65
4.4 MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA............................................. 70
4.5 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS............................... 71
4.5.1 GASÔMETRO........................................................................71
4.5.2 COMPRESSOR..................................................................... 72
4.5.3 ARMAZENAMENTO.............................................................. 72
4.5.4 MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA...................................73
4.5.5 GERADOR ELÉTRICO.......................................................... 74
5 CUSTO BENEFÍCIO.........................................................................75
5.1 GASOMETRO........................................................................75
5.2 FILTRO REMOÇÃO H2S....................................................... 75
5.3 COMPRESSOR..................................................................... 76

ix
5.4 ARMAZENAMENTO.............................................................. 76
5.5 MOTOR..................................................................................76
5.6 ALTERNADOR/GERADOR................................................... 76
6. CUSTO INSTALAÇÃO..................................................................... 77
7. CONCLUSÃO................................................................................... 79
8. BIBLIOGRAFIA.................................................................................
82
9. ANEXOS.......................................................................................... 83

x
ABREVIAÇÕES

SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná


URFI Unidade Receita Foz do Iguaçu
SABESP Serviço Abastecimento de São Paulo
RALF Reator Anaeróbio de Lodo Fluídizado
ETE Estação de tratamento de Esgoto
DTO Demanda Teórica de Oxigênio
DQO Demanda Química de Oxigênio
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
PH Potencial Hidrogênio
CEFET Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná
UEM Universidade Estadual Maringá
CH4 Gás Metano
CO2 Dióxido de Carbono
H2 Gás Hidrogênio
H2S Gás Sulfídrico
AGV Ácidos Graxos Voláteis
C/N Carbono/Nitrogênio
CV Cavalo Vapor
M3 Metro Cúbico
hPa Hector Pascal
Nm³ Metros Cúbico Normal

xi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização ETE 03 Beira Rio Foz do Iguaçu. 04


Figura 2 - Composição das Águas Residuárias. 06
Figura 3 - Cadeia da glucose. 08
Figura 4 - Digestão Esquematica da Matéria Orgânica. 10
Figura 5 - Descrição detalhada da fase Metanogênica. 11
Figura 6 - Seqüência de processos na digestão Anaeróbia
de macro moléculas complexas. 14
Figura 7 - Principais produtos gasosos gerados em
reatores anaeróbios 23
Figura 8 - Esquema que representa o fluxo de carbono durante
a decomposição anaeróbia da matéria orgânica
complexa a metano. 26
Figura 9 - Disposição do queimador do biogás em relação ao ETE. 34
Figura 10 - Área da Estação Tratamento Esgoto ETE 03 Beira Rio. 43
Figura 11 - Panorâmica da Unidade do ETE 03. 46
Figura 12 - Corte lateral do RALF mostrando os tubos alimentadores. 46
Figura 13 – Derivação para medição extração do biogás. 49
Figura 14 - Instalação do Bolhômetro para medição do biogás. 50
Figura 15 – Recipiente de plástico ( saco de coleta ) e coleta do biogás. 53
Figura 16. Esquema de um cromatógrafo gasoso e de um
cromatograma obtido por cromatografia GASOSA. 59
Figura 17. A = ½ h·Wb. Cálculo da área de um pico cromatográfico
por triangulação. 59
Figura 18 - Projeto do filtro para eliminar o H2S. 64
FIgura 19 - Lavador de gás com água de cal para remoção do CO2. 66
Figura 20 - Planta piloto para geração de energia elétrica 74
Figura 21 - Equipamento fornecido pela TRIGÁS. 78
Figura 22 - Tipo da instalação do equipamento TRIERNET 78

xii
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Análises de fezes e de urina humana. 06


Tabela 2 – Composição Digestão esquemática de matéria orgânica. 07
Tabela 3 - Composição percentual de elementos nutrientes em
diferentes estercos animais. 21
Tabela 4 - Algumas características desses gases. 24
Tabela 5 - Bactérias produtoras de metano. 24
Tabela 6 - Exemplos de espécies de bactérias anaeróbias presentes
nos tratamentos de rejeitos por biodigestão anaeróbia. 27
Tabela 7- Exemplos de reações que ocorrem nos biodigestores
anaeróbios, e as energias livres destas reações
sob condições padrão de ocorrência e nos biodigestores. 29
Tabela 8 - Concentração em termos a de DBO5 e DQO. 37
Tabela 9 - Valores de DBO para diferentes tipos de águas residuárias. 37
Tabela 10 A - Leitura para dimensionamento da produção de
biogás do ETE 03. 54
Tabela 10 B - Leitura para dimensionamento da produção de
biogás do ETE 03. 55
Tabela 10 C - Leitura para dimensionamento da produção de
biogás do ETE 03. 56
Tabela 11 = Análise cromatográfica do biogás gerado no ETE. 61
Tabela 12 - Propriedades fisiológicas dos principais
constituintes do biogás. 66
Tabela 13 - Influência da composição do poder calorífico do biogás. 66
Tabela 14 - Propriedades dos principais gases constituintes do biogás. 67

Tabela 15 - Comparativa de carga energética e econômica entre o


metano CH4 combustíveis convencionais. 68

xiii
LISTA GRÁFICOS.

Gráfico 1 - Efeito da temperatura com a produção de gás. 18


Gráfico 2 - Eficiência do ETE 03 Beira Rio. 39
Gráfico 3 - Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO. 39
Gráfico 4 - Demanda Química de Oxigênio DQO. 40
Gráfico 5 – Vazão de entrada de esgoto media mensal
em 2003 do ETE 03. 47
Gráfico 6 - Medições realizadas no dia 11/11/03 do ETE 03 57
Gráfico 7 – Diagrama de funcionamento do motor ciclo Otto 70

xiv
RESUMO

O gás metano é uma importante fonte de energia e um dos gases que


contribuem significativamente para o efeito estufa. A descrição do processo Biológico
em que relata os períodos das reações químicas para a produção do biogás. Todos os
fatores importantes tais como:

• Ambientais;
• Externos.

Podem influenciar na operação normal de um digestor. Descrição das unidade


existente, cujo local foi desenvolvido o projeto:
Estudo para concepção e realização dos projetos:

• Projeto para medição captação do biogás;


• Medição da vazão do ETE 03;
• Coleta do biogás;
• Análise comatográfica do biogás.

Após foi executada a purificação do biogás, através de filtros para H2S e CO2.
Dimensionamento de equipamentos a serem utilizados em Planta Piloto para geração
de energia.

xv
ABSTRACT

The gas methane is an important power plant and one of the gases that
significantly contribute for the effect greenhouse. The description of the Biological
process where it tells the periods of the chemical reactions for the production of biogas.
All the important factors such as:

• Ambient;
• External.

They can influence in the normal operation of a digestor. Description of the


existing unit, whose place was developed the project: Study for conception and
accomplishment of the projects:

•Project for measurement captation of biogas;


• Measurement of the outflow of ETE 03;
• Collection of biogas; Cromatografic analysis of biogas.

After the purification of biogas was executed, through filters for H 2S and CO2.
Sizing of equipment to be used in Plant Pilot for energy generation.

xvi
6 INTRODUÇÃO

A deficiência no tratamento dos efluentes líquidos residenciais, mais conhecidos


como esgoto doméstico, é um problema que atinge todas as áreas do país. Mesmo nas
grandes cidades o esgoto que é coletado, e na maioria dos casos, não recebe nenhum
tipo de tratamento antes de ser despejado nos cursos de água. O tratamento é
composto por uma série de processos que têm como objetivo diminuir o potencial tóxico
do esgoto antes de retorná-lo ao meio ambiente. Os problemas ocasionados pela falta
de conscientização estão cada vez mais presentes na vida das pessoas e empresas.
Diante disso, há a necessidade urgente de se buscar formas alternativas de geração de
energia já que o nosso potencial hidráulico está se tornando um processo caro e de
difícil instalação devido aos impactos ambientais que acaba causando.
Sendo assim a produção de energia através do biogás vem ganhando força com
o passar do tempo, com a utilização do biogás para gerar energia é possível
economizar recursos ambientais não renováveis. Com isso resolvemos três problemas
ao mesmo tempo:
3 Deixa-se de jogar o metano na biosfera;
4 Reduz os poluentes de esgoto jogados nos efluentes (rios);
5 Contribui para a diminuição da crise energética.
A disposição de esgotos brutos no solo ou corpos receptores naturais, como
lagoas, rios e oceanos, dependendo da carga orgânica lançada provocam a total
degradação do ambiente ( solo, água, etc. ). Quando não há sobrecarga a própria
natureza se encarrega de decompor os contaminantes até alcançar um nível que não
cause problema ou alterações no eco sistema.
Com as estação de Tratamento de Esgoto, procura-se reduzir o tempo de detenção
hidráulica (tempo médio que o esgoto fica retido no Sistema) e aumentar a eficiência
das reações bioquímicas, de maneira que atinja um determinado nível de redução da
carga orgânica.

xvii
Com a evolução tecnológica do tratamento de esgoto em ambientes confinados e
controlados foram concebidos novos reatores com processo anaeróbio ( ausência de
oxigênio presente na forma molecular ), possibilitando estudos para aproveitamento do
biogás. Obtido a partir de um processo da degradação da matéria orgânica, gerado
nestes reatores, que apresenta elevada concentração de Metano (CH4).
A Estação de Tratamento de Esgoto Tipo RALF (Reator Anaeróbio de Lodo
Fluídizado ) ETE 03 Beira Rio da SANEPAR, localizada em Foz do Iguaçu, foi
escolhida por ter um volume de esgoto constante, é o processo de tratamento utilizado
é a digestão anaeróbia, tendo como principais produtos resultantes do tratamento:
 Biogás (composto principalmente de metano);
 Lodo.

O gás metano (CH4) quando liberado diretamente na atmosfera causa grande


impacto ambiental colaborando inclusive para o agravamento do efeito estufa, uma vez
que é 24 vezes mais impactante do que o dióxido de carbono (CO2). Atualmente, parte
do metano é injetado nos digestores para catalisar o processo e o restante é queimado
em flare, para reduzir os impactos da emissão dos gases. Uma alternativa é a
conversão do biogás em energia através da queima em motores para gerar energia
elétrica, e atualmente, surge a opção por microturbinas, uso doméstico e industrial.
Uma vez que o tratamento de esgoto é uma fonte inesgotável de metano.

xviii
1 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivos principais:

 A quantificação da produção do biogás da ETE 03 Beira Rio (Figura 1),


Foz do Iguaçu, e com os resultados da análise que compõe o gás através
de ensaios de cromatográfia, proceder a purificação do biogás executando
a limpeza, para eliminar os gases impuros, que o compõe, através de
filtros estrategicamente instalados. Utilizando o biogás para a produção de
energia elétrica através de gerador movido por motor de combustão
interna. Bem como o dimensionamento energético do ETE 03 Beira Rio e
equipamentos de geração fazendo o levantamento da viabilidade
econômica da produção de energia elétrica gerada através do
aproveitamento do biogás.

 Além disso, deve-se normalizar a vazão encontrada usando medições da


pressão atmosférica local, dimensionar os equipamentos que serão
utilizados para a conversão gás/energia elétrica e quais as melhores
opções para a utilização do gás, prováveis comparações de custos
financeiros do projeto de instalação.

 Definir qual a melhor opção para a geração de energia utilizando menor


custo de implantação e a máxima produção de energia.

 O aproveitamento energético de um resíduo do processo de tratamento


possibilitando a melhoria do desempenho global do mesmo, reduzindo a
emissão de gases de efeito estufa, colaborando para aumentar a
eficiência energética global da estação de tratamento e
consequentemente a viabilidade do saneamento básico no País.

xix
Figura 1 - Localização ETE 03 Beira Rio Foz do Iguaçu.

FONTE: URFI.

xx
CAPÍTULO 1

4. ÁGUAS RESIDUÁRIAS ( ESGOTO SANITÁRIO ).

As águas residuárias ( figura 2 ) compõem-se das águas servidas de uma


comunidade, que podem ser de origem puramente doméstica, das industrias ou de
atividades agrícolas.
Consideramos inicialmente, somente as águas residuárias das residências.
Estas são compostas pôr resíduos humanos ( fezes e urina ) ( tabela 1) e águas
servidas, que são as águas resultantes do asseio pessoal, lavagem de roupas e de
utensílios, bem como a preparação de comida. As águas residuárias recém produzidas,
apresentam-se como um liquido turvo, de coloração parda, com odor similar ao do
solo.
Contém sólidos de grandes dimensões em flutuação ou suspensão tais como:
6 Fezes;
• Trapos;
• Recipientes de plásticos
Sólidos em pequenas dimensões em suspensões tais como:
2 Fezes parcialmente desintegradas;
5 Papéis;
5. cascas.
• E sólidos muitos pequenos em suspensão coloidal ( não sedimentáveis ) bem
como poluentes em dissolução. Esteticamente são repugnantes em aparência
e extremamente perigosas em seu conteúdo, principalmente por causa do
número de organismos causadores de doenças ( patogênicos ) que
contém(SILVA A. S. TRATAMENTOS BIOLOGICOS DE ÁGUAS
RESIDUÁRIAS).

xxi
Tabela 1 – Composição de urina e fezes humanas
COMPOSIÇÃO DE URINA E FEZES HUMANAS.
QUANTIDADE FEZES URINA
(Úmida) por pessoa, por dia 135 – 270 g 1,0 - 1,31 kg
(Sólidos secos) por pessoa, por dia 35 – 70 g 50 – 70 g
COMPOSIÇÃO APROXIMADA %
Umidade 66 – 80 93 – 96
Matéria orgânica 88 – 97 65 – 85
Nitrogênio 5,0 – 7,0 15 – 19
Fósforo ( P2 O5 ) 3,0 – 5,4 2,5 – 5,0
Potássio ( K2 O ) 1,0 – 2,5 3,0 – 4,5
Carbono 44 – 55 11 – 17
Cálcio 4,5 4,5 – 6,0
FONTE: H. B., GOTAAS, Composting: Sanitary Disposal and Reclamation of Organic
Wastes, World health Organization, 1956.

Figura 2 – Composição das Águas Residuárias.

ÁGUAS RESIDUÁRIAS

99,9 % 0,1 %

ÁGUA SÓLIDOS

70 % 30 %

ORGÂNICOS INORGÂNICOS

PROTEÍNAS CARBOHIDRATOS GORDURAS AREIA SAIS METAIS

FONTE: T.H.Y. TEBBUT, Principles of Water Quality Control, Pergamon, Oxford, 1970.

xxii
1.1.1 PROCESSO BIOLÓGICO ENVOLVIDO

A biodigestão é feita por bactérias que para sobreviverem usam como fonte de
alimento a matéria orgânica. O material vegetal é a melhor fonte de alimento para
animais e bactérias devido ao seu alto teor de carboidratos. Este pode ser utilizado
diretamente pelas bactérias mas o processo é mais rápido se as plantas forem
quebradas em pedaços menores por um animal cujo estômago reduz o tamanho do
material vegetal e o solubiliza. Os animais como o boi por exemplo, excreta uma grande
quantidade de matéria orgânica que não foi capaz de absorver ou não necessitou por
estar bem alimentado.
Os resíduos orgânicos mais convenientes para alimentar os biodigestores são as
fezes de animais como o esterco bovino, avícola e suíno. No caso de dejetos humanos
o processo pode ser aplicado, porém devido ao elevado teor de água (99%) ( figura 2 )
há necessidade de um tratamento prévio para produção de lodo, e este pode ser
utilizado no biodigestor.
Resíduos de fazenda consistem geralmente de dejetos de animais com umidade variando
entre 75% e 95% e alto teor de matéria orgânica, muito superior aos resíduos domésticos. A
diferença está na maneira de recolher estes dejetos, os resíduos animais são manipulados como
semi-sólidos enquanto que os domésticos são líquidos.
A tabela 2 apresenta a composição da fase sólida dos resíduos de uma pocilga e do esgoto
urbano.

Tabela 2 – Composição Digestão esquemática de matéria orgânica.


Resíduo de Esgoto Urbano
Componentes
Pocilga ( % ) (%)
Carboidrato 54 34
Gordura 8 14
Proteína 21 19
Cinza (inorgânicas) 18 35
FONTE: NOGUEIRA H.A.L. BIODIGESTÃO pg 14.

xxiii
A matéria orgânica pode ser definida como tudo o que foi ou é vivo, vegetal,
animal ou bactérias. Constitui-se de diversos tipos de moléculas, compostas
principalmente de carbono, associado a outro elementos como hidrogênio, oxigênio e
nitrogênio. Embora essas moléculas possam diferir consideravelmente em função do
tipo de vida que as originaram, existem três tipos básicos de moléculas encontradas
em qualquer matéria orgânica:

1. PROTEÍNAS cuja característica maior é a presença de nitrogênio, e tem como papel


principal servirem de enzimas;

2. CABOIDRATOS são importantes para formarem as estruturas das células e


reservas energéticas;

3. GORDURAS cuja função primaria é armazenar energia.

Tanto as gorduras como os carboidratos podem ser considerados reservas


alimentares das células, seu combustível. Estas células naturais, na maioria, são
cadeias longas, repetindo uma unidade básica. Pôr exemplo, a celulose, um carboidrato
vegetal muito comum, consiste em muitas unidades de glucose. Outro carboidrato,
enfileiradas, formando uma longa corrente conforme a figura 3 indica.

Figura 3 - Cadeia da glucose

FONTE: SILVA P. dr. UNIVERSIDADE FERMANDO PESSOA ENG. QUIMICA.

xxiv
Quando as bactérias degradam moléculas complexas como a celulose, a primeira
etapa consiste em quebrar as ligações entre as unidades básicas. Isto é realizado pelas
enzimas, liberadas pelas bactérias especificamente para fazer esse desdobramento,
pois não são capazes de absorver grandes moléculas pelo organismo. De fato, animais
tem dificuldades em degradar celulose, necessitando de bactérias, que vivem em seu
sistema digestivos, para obter a glucose, um carboidrato que podem absorver.
Dessa forma, para as bactérias alimentarem-se de moléculas complexas, são
separadas em unidades mais simples, utilizando a energia contida em sua estrutura
partindo em fragmentos para construir suas próprias moléculas. Esta subsequente
degradação de quase todas unidades, sejam elas proteínas, carboidratos ou gorduras,
geralmente conduz à produção de ácido acético, que detém uma posição chave no
metabolismo da célula figura 4. Glucose é a partida para produzir acetato, um sal do
ácido acético, e dióxido de carbono, enquanto as gorduras são degradas pela simples
liberação de uma molécula de acetato a partir de sua longa cadeia. Existem diversos
processos bioquímicos para essas transformações, sendo usualmente acompanhadas
pela cessão de energia em forma útil a célula.
O processo de desdobramento da glucose pode ocorrer na ausência do ar e é
comum para muitas formas de bactérias, pôr exemplo, os fermentos, que transformam
a glucose em álcool e dióxido de carbono, nas demais bactérias, entretanto, o acetato
formado ainda pode ser degradado para liberar mais energia e dióxido de carbono. Este
processo requer oxigênio, e é neste ponto que podemos diferenciar as bactérias
aeróbias ( com oxigênio ) das anaeróbias ( sem oxigênio ). A maioria das bactérias
anaeróbias não podem fazer uso do acetato formado, pois não é capaz de usar o
oxigênio, expelindo o excesso de ácido acético no ambiente.
Existem algumas espécies que podem utilizar o acetato e converte-lo em
metano. Apesar de significar algum consumo de energia, a produção de metano, pela
bactéria metalogênica, ela encontra no acetato ou no dióxido de carbono dissolvido,
não apenas uma fonte de carbono, como também uma fonte potencialmente oxidante,
no lugar do oxigênio.

xxv
O oxigênio mata qualquer bactéria anaeróbia metanogênica. A figura 4 apresenta
a diferença entre a digestão da matéria orgânica por uma bactéria anaeróbia e por uma
bactéria aeróbia.

Figura 4 - Digestão esquemática da Matéria Orgânica.


FONTE: BIODIGESTÃO ALTERNATIVA ENERGÉTICA1ª EDIÇÃO PG 6.

CRESCIMENTO E
MANUTENÇÃO DA
BACTERIA
ANAERÓBICA
PLANTAS ANIMAIS
COMBUSTÃO
CH + CO
MOLÉCULAS 4 2 CO + H O
2 2
BACTÉRIA
RESÍDUO ORGÂNICAS ACETATO
ORGÂNICO SIMPLES

CRESCIMENTO E CO + H O
2 2
MANUTENÇÃO DA
BACTÉRIA AERÓBICA

xxvi
1.1.2 PROCESSOS DE CONVERSÃO EM SISTEMAS ANAERÓBIOS.

A digestão é um processo bioquímico complexo, composto por varias reações


seqüenciais, cada uma com sua população bacteriana específica, figura 5 mostra uma
representação esquemática de vários processos que ocorrem na digestão anaeróbia,
sugerido por vários autores (Kaspar & Wuhrmann, 1978; Gujer & Zehnder, 1983; Zinder
& Koch, 1984; entre outros ).
Para digestão anaeróbia de material orgânico complexo, como proteínas,
caboidratos e lipídios ( a maior parte da composição do material orgânico em águas
residuárias é formada por esses grupos ), podem-se distinguir quatro etapas diferentes
no processo global da conversão.
Como as bactérias anaeróbias podem obter apenas uma parcela de energia total
disponível na glucose, elas são menos eficientes que as aeróbias, que utilizam
praticamente toda a energia. Disso resulta geralmente um crescimento e multiplicação
menor das anaeróbias e uma menor quantidade de matéria celular produzida, para a
mesma quantidade de alimento.
Figura 5 - Descrição detalhada da fase metanogênica

METANOL CH + CO
4 2
FORMATO
COMPLEXOS

ETANOL H + CO CH
HIDROGÊNIO
2 2 4
2 PROPANOL ÁCETATO

BUTANOL BUTIRATO

CO
2 CH ÁCETATO CH
4 4
COMPOSTOS

GLICEROL
CH
LACTATO PROPRIONATO CO 4
2
SUCCINATO

FONTE : BIODIGESTÃO A ALTERNATIVA ENERGÉTICA, 1992, pg. 8

xxvii
1.1.3 - HIDRÓLISE PERÍODO DE PRODUÇÃO INTENSIVA DE ÁCIDOS.

Neste processo a matéria prima em forma sólida é fracionada pelo efeito de


enzimas extracelulares que irão promover a hidrólise das partículas e transformar as
moléculas maiores em moléculas menores e dissolvida na água circundante de modo a
ser utilizável pelas bactérias.
Inicia-se imediatamente com a “quebra” dos alimentos e compostos de mais fácil
decomposição:
◊ Composto nitrogenosos solúveis;
5 Amiláceos;
6 Gorduras.
Neste processo o material orgânico é convertido em moléculas menores pela
ação das chamadas exo-enzimas que excretadas pelas bactérias hidrolíticas e
fermentativas.
As primeiras transformam proteínas em peptídeos para formar aminoácidos, Os
carboidratos se transformam em açúcares solúveis, polissacarídeos em
monossacarídeos, e os lipídios em ácidos graxos de longa cadeia de carbono ( C15
a C17 ) e glicerina.
Depois, bactérias fermentativas transformam esses produtos em ácidos solúveis
(ácido propiônico e butírico, por exemplo), álcoois e outros compostos. Nessa etapa
também são formados dióxido de carbono ( CO2 ), gás hidrogênio ( H2 ) e ácido acético (
CH3COOH ).
Nesta fase ( figura 6 ) tem-se uma grande produção de CO2 e produtos como
H2S, ácidos orgânicos, bicarbonatos. PH na zona ácida : 5,1 a 6,8 ( às vezes até 4,7 )
(Netto A. M. J. GÁS DE ESGOTO1961) .
Em muitos casos, na prática a velocidade de hidrólise pode ser a etapa limitativa
para todo o processo da digestão anaeróbia, isto é a velocidade da conversão do
material orgânico complexo para biogás é limitada pela velocidade da hidrólise.

xxviii
1.1.4 - ACIDOGÊNESE PERIÓDO DE DIGESTÃO DE ÁCIDOS.
Neste processo temos algumas moléculas que são degradas diretamente nas
células das bactérias fermentativas e, após a acidogênese ( figura 6 ) excretadas
como substâncias orgânicas simples como ácidos graxos voláteis de cadeia curta
( AGV ), álcoois, ácido láctico e compostos minerais como CO2, H2, NH3, H2S etc. A
fermentação acidogênica é realizada por um grupo diversificado de bactérias, das quais
a maioria é anaeróbia obrigatória. Entretanto, algumas espécies são facultativas, e
podem metabolizar material orgânico por via oxidativa.
Isso é importante nos sistemas de tratamento anaeróbio de esgoto, porque o
oxigênio dissolvido, eventualmente presente poderia se tornar uma substancia tóxica
para as bactérias metanogênicas se não fosse removido pelas bactérias acidogênicas
facultativas.
Essas bactérias facultativas, podem atuar tanto em meio aeróbio como
anaeróbio. O oxigênio necessário para efetuar essas transformações é retirado dos
compostos que constituem o material orgânico, elas são importantes não apenas por
produzirem alimento para as bactérias anaeróbias, como também pôr eliminarem
quaisquer traços de oxigênio dissolvido que tenha permanecido no material orgânico.
Estas bactérias produtoras de ácidos transformam moléculas de proteínas,
gorduras e carboidratos em ácido orgânicos ( ácido láctico, ácido butílico ), etanol,
amônia, hidrogênio e dióxido de carbono e outros. após as bactérias terem consumido
todo o alimento possível da matéria orgânica, passam a consumir os produtos residuais
de suas próprias células, constituídas de proteínas e carboidratos.
Produção de pequenas quantidades de gás, CO2, nitrogênio e hidrogênio.
Produção de compostos da amônia e bicarbonatos.
Mau cheiro causado por H2S, indol e mercaptanas, grande parte dos sólidos
passa a sobrenadar ( 1 / 2 a 4 / 5 ). O PH se eleva até 6,6 ou mesmo 6,8 (Netto A. M.
J. GÁS DE ESGOTO1961).

xxix
Figura 6 - Seqüência de processos na digestão anaeróbia de macro moléculas
complexas (os números referem-se a porcentagens, expressas como DQO. )

MATERIAL ORGÂNICO EM SUSPENSÃO


PROTEÍNAS, CARBOIDRATOS, LIPÍDIOS

39
21 40 HIDRÓLISE
5 34

AMINOÁCIDOS, AÇUCARES ÁCIDOS GRAXOS

66
34
ACIDOGÊNESE

46 15
5

ÁCIDOS
PIRUVATO OUTROS PROPIONATO
GRAXOS

1 9 23
11 ACETOGÊNESE
35 4 6 11

ACETATO HIDROGÊNIO

METANOGÊNESE
70 30

ACETRÓFICA HIDROGENOTRÓFICA

METANO

100 % D.Q.O.

FONTE :TRATAMENTO DE ESGOTOS POR PROCESSO ANAERÓBIO E


DISPOSIÇÃO CONTROLADA NO SOLO 1999 PG34.

xxx
1.1.5 - ACETOGÊNESE PERÍODO DE DIGESTÃO INTENSA OU DE
FERMENTAÇÃO ALCALINA.

A acetogênese é a conversão dos produtos da acidogênese em compostos que


formam os substratos para a produção de metano: acetato, hidrogênio e dioxido de
carbono. Conforme indicado na figura 6, aproximadamente 70 % da DQO digerida é
convertida em ácido acético, enquanto o restante da DQO é concentrada no hidrogênio
formado.
Pela estequiometria, dependendo do estado de oxidação do material orgânico a
ser digerido, a formação de ácido acético pode ser acompanhada pelo surgimento de
dioxido de carbono ou hidrogênio. Entretanto, o dioxido de carbono também é gerado
na própria metanogênese. Na presença de dioxido de carbono e hidrogênio, um terceiro
processo da acetogênese pode se desenvolver: a Homoacetogênese, ou seja, a
redução de dioxido de carbono.

1.1.6 - METANOGÊNESE PERIODO DE DIGESTÃO INTENSA


OU DE FERMENTAÇÃO ALCALINA.

O metano é produzido pelas bactérias acetróficas, a partir da redução de ácido


acético, ou pelas hidrogenotróficas, apartir da redução do dioxido de carbono. Tem-se
as seguintes reações :

5. Metanogênese acetrófica ou acetoclástica

CH3COO - H+ CH4 + CO

 Metanogênese Hidrogenotrófica:

4H2 + HCO3 - + H+ CH4 + 2H2O

xxxi
As bactérias que produzem metano a partir de hidrogênio crescem mais
rapidamente que aquelas que usam ácido acético, de modo que as metanogênicas
acetrotróficas geralmente limitam a velocidade de transformação do material orgânico
complexo. proteínas, aminoácidos, celulose etc.
Esta fase limita a velocidade da cadeia de reações devido principalmente à
formação de microbolhas de metano e dióxido de carbono em torno da bactéria
metanogênica, isolando-a do contato direto com a mistura da digestão. Razão pela qual
a agitação do digestor a produzir gás, depende das diversas populações bacterianas e
a fatores não biológicos, com os quais os organismos estão ligados. A última etapa na
produção do biogás é a formação de metano ( figura 6 ).
As bactérias metanogênicas, as que formam o metano, transformam o
hidrogênio, o dióxido de carbono e o ácido acético em metano ( CH4 e CO2 ).
Digestão de materiais mais resistentes. Proteínas, aminoácidos, celulose, etc.,
são atacados ( além de outros compostos nitronegenosos). Produção de amonea, sais
de ácidos orgânicos e grandes volumes de gás principalmente o metano. Cheiro de
alcatrão, pequena ou nenhuma quantidade de sólidos sobrenadantes. O PH passa para
a zona alcalina: 6,9 a 7,4. Os lodos apresentam o efeito tampão, não se alterando o PH,
mesmo com a adição de volumes apreciáveis de ácidos ou alcalis ( lodo rico em flora e
enzimas ). O BDO é rapidamente reduzido(Netto A. M. J. GÁS DE ESGOTO1961).
As bactérias envolvidas na formação do biogás atuam de modo simbiótico. As
bactérias que produzem ácidos geram os produtos que serão consumidos pelas
bactérias metanogênicas. Sem esse consumo, o acúmulo excessivo de substâncias
tóxicas afetaria as bactérias produtoras de ácidos.

xxxii
FATORES IMPORTANTES NA DIGESTÃO ANAERÓBIA

Vários são os fatores que influenciam o desempenho da digestão anaeróbia de água


residuárias:

1.2.1 FATORES AMBIENTAIS:


◊ Temperatura;
3 Alcalinidade;
2 PH;
◊ Nutrientes;

1.2.2 OUTROS FATORES:


 Impermeabilidade do ar.
◊ Teor de água;
◊ Capacidade de assimilação de carga toxica;
◊ Transferência de massa;
1 Sobre carga hidráulica;
7 Atividade metanogênica.

1.2.1.1 TEMPERATURA

A temperatura é um dos fatores ambientais mais importantes na digestão


anaeróbia, uma vez que afeta os processos biológicos de diferentes maneiras. Dentre
os principais efeitos da temperatura incluem-se as alterações na velocidade do
metabolismo das bactérias, no equilíbrio iônico e na solubilidade dos substratos,
principalmente os lipídios. As bactérias produtoras do biogás, em especial as que
produzem metano, são muito sensíveis a alterações de temperatura. A faixa ideal para
a produção de biogás é de 35º a 45 ºC (bactérias mesofílicas).

xxxiii
Com a faixa de temperatura variando, há a flutuação nos resultados do processo
final. Como a variação da produção do gás versus a temperatura conforme gráfico 1.
Para uma temperatura do digestor ( 20 a 25 ºC ) o tempo de retenção dos sólidos é
aproximadamente duas vezes mais. A qualidade do gás produzido pode ser um
parâmetro indicador do processo estabilizado favoravelmente. Também se pode obter
biogás com biodigestores trabalhando na faixa de 50 a 60 ºC ( bactérias termofílicas ).
O mais importante é que não deve haver variações bruscas de temperatura, pois,
do contrário, as bactérias não sobrevivem ,e portanto, a produção do biogás diminui
consideravelmente.

Gráfico 1 - Efeito da temperatura com a produção de gás.

12
GÁS PRODUCTION ( L/DAY )

10

0
10 20 30 40 50 60 70

TEMPERATURE ( ºC )

FONTE: BIOGÁS PRODUCTION & UTILIZATION

xxxiv
1.2.1.2 ALCALINIDADE E PH

A acidez ou basicidade do meio é indicada pelo PH. A alcalinidade é uma medida


da quantidade de carbonato na solução ( proveniente do CO2 produzido durante a
digestão anaeróbia ).
A alcalinidade é importante, pois, conforme as bactérias produzem ácidos, o que
implica em uma diminuição do PH, o carbonato reage com esses ácidos, o que leva a
um controle da acidez do meio ( efeito tampão do carbonato ).
As bactérias que produzem o metano sobrevivem numa faixa estreita de PH (6,5
a 8,0). Assim, enquanto as bactérias produtoras de ácido ( estágio 1 e 2 da digestão
anaeróbia figura 6 ) produzem ácidos, as bactérias produtoras de metano consomem
esses ácidos, mantendo o meio neutro.
Quando as populações de bactérias formadoras de ácido e as formadoras de
metano estiverem equilibradas, o PH se estabiliza em torno de 7. Se o conteúdo dos
dejetos se torna ácido, o método mais comum para restaurar o PH ideal é interromper a
sua alimentação por alguns dias, com isto haverá mais tempo para que as bactérias
metanogênicas reduzam a concentração de ácidos voláteis. Em digestores de grande
porte não é possível a interrupção da alimentação e o aumento do PH se faz com
adição de hidróxido de cálcio.

1.2.1.3 NUTRIENTES

Os principais nutrientes dos microorganismos (bactérias) são carbono, nitrogênio


e sais orgânicos. Uma relação específica de carbono para nitrogênio deve ser mantida
entre 20:1 e 30:1. A principal fonte de nitrogênio são as dejeções humanas e de
animais, enquanto os polímeros presentes nos restos de culturas representam o
principal fornecedor de carbono.
A matéria orgânica é constituída de água e de matéria seca, ou seja , a parte que
resta após a secagem da água.

xxxv
A matéria seca, também chamada de sólidos totais, compreende duas frações:
os sólidos fixos ou cinzas, correspondes a parte restante após a queima da matéria
orgânica, e os sólidos voláteis (fração queimada).
No processo de produção de biogás, somente uma fração dos sólidos voláteis é transformada em
biogás. Isto significa que o produto resultante da fermentação ainda contém matéria orgânica e
sólidos fixos.
Um ponto importante a se observar, para se conseguir uma fermentação intensa,
é o concorrente à relação C/N( Carbono/Nitrogênio ), respectivamente. Os vegetais têm
relativa estabilidade na quantidade de carbono que apresentam, isto é:
aproximadamente 46% do peso da matéria seca, mas uma variação muito intensa no
teor de nitrogênio, fazendo com que a relação C/N mude intensamente.
Além do carbono, as bactérias necessitam de nitrogênio para sintetizar as
proteínas, devendo existir nos biodigestores uma proporção correta entre o carbono e
nitrogênio. Se houver nitrogênio em excesso ele não será consumido e se acumulará
geralmente como amônia, que pode matar as bactérias. No caso de esterco de animal,
onde se tem excremento de animais e urina misturados, o teor de N é pôr volta de 2% e
a relação C/N é de 1/4. Caso o teor de amônia for muito elevado deve-se diluir o
material com água para que a concentração mantenha-se abaixo do limite tóxico.
Outros nutrientes ( tabela 3 )são necessários para que o digestor funcione bem.
São eles o fosfato, o cálcio, o magnésio, o potássio, o zinco e o ferro e algumas vezes o
cobalto.

1.2.2.1 IMPERMEABILIDADE AO AR

As bactérias metanogênicas são essencialmente anaeróbias, portanto, o


biodigestor deve ser perfeitamente vedado. A decomposição de matéria orgânica na
presença de ar ( oxigênio ) irá produzir apenas dióxido de carbono ( CO2 ).

xxxvi
1.2.2.2 CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO DE CARGAS
TOXICAS.

De modo geral, os compostos que podem exercer influencia toxica sobre as


bactérias metanogênicas normalmente não se encontram no esgoto sanitário. Sulfeto
gerado no reator a partir da redução de sulfato ou da mineralização de proteínas, não
atinge uma concentração suficientemente alta para causar problemas de toxidade.
Somente a presença de oxigênio dissolvido pode constituir problema se o projeto do
reator for inadequado, permitindo intensa aeração do esgoto antes de sua entrada no
sistema de tratamento.
A amônia em excesso ( acima de 3000mg/L ) é tóxico assim como elevadas
concentrações de ácidos orgânicos voláteis ( até 2000 mg/L ), os detergentes sintéticos
em concentrações de até 15mg/l causam problemas no funcionamento de digestores.

1.2.2.3 TEOR DE ÁGUA

O teor de água dentro do biodigestor deve variar de 60 a 90% do peso do conteúdo


total para um bom funcionamento. No caso de dejetos humanos o processo pode ser
aplicado, no entanto tem um elevado teor de água ( 99% ), já os reatores são
desenvolvidos para trabalharem com esse teor de água.

Tabela 3 - Composição percentual de elementos nutrientes em diferentes estercos


animais.
Composição percentual (%)
ESTERCO N2 P2O5 K2O H2O ( % )
Bovino 0,60 0,15 0,45 86
Eqüino 0,70 0,35 0,55 78
Suíno 0,50 0,35 0,40 87
Ovino 0,95 0,35 1,00 68
Avícola 2,50 1,80 1,50 55
FONTE: NOGUEIRA H. A. L. BIODIGESTÃO CAP 3 PG 33.

xxxvii
1.3 GASES EXALADOS EM REATORES ANAERÓBIOS
( RALF ).

Os reatores anaeróbios, mediante as várias rotas metabólicas dos


microrganismos presentes, podem gerar diferentes gases, dependendo do substrato
que é submetido ao tratamento.
Os principais gases ( em termos de porcentagem na composição do biogás )
gerados nesses reatores são:

 METANO ( CH4 );
 GÁS CARBÔNICO (CO2 );
 GÁS AMONÍACO ( NH3 );
 GÁS SULFÍDRICO ( H2S );
 HIDROGÊNIO ( H2 );
 NITROGÊNIO ( N2 ).

Porém, há muitos outros gases que também podem ser gerados nos processos
envolvidos. A figura 7 apresenta um esquema geral pertinente às etapas da degradação
em ambiente anaeróbio, destacando os principais gases gerados.

xxxviii
Figura 7 - Principais produtos gasosos gerados em reatores anaeróbios
FONTE: Adaptado de Cristensen, T.H. et al (1992).
MATÉRIA ORGÂNICA MATÉRIA ORGÂNICA
( DISSOLVIDA ) ( SUSPENSÃO )

HIDRÓLISE

MATÉRIA ORGÂNICA
DISSOLVIDA

SULFATOS
SO 2 - FERMENTAÇÃO
4

ÁCIDOS, ACETATO
REDUÇÃO DO ACETOGÊNESE
GRAXOS E
SULFATO
ALCOOIS

GÁS DIÓXIDO DE METANOGÊNESE


SULFÍDRICO CARBONO HIDROGÊNIO ( BACTÉRIAS
( H2S ) ( CO2 ) ( H2 )
ACETOFÍLICAS )

METANO
METANOGÊNESE
( CH4 )
(BACTÉRIAS
HIDROGENOTRÓFICAS )

Evidentemente, além dessas conversões, ocorrem centenas de outras, que


podem gerar gases ou substancias voláteis, entre as quais se citam:
4 ETANOL;
5 PROPANOL;
6 BUTANOL;
7 ACETONA;
8 ÉTERES;
9 MERCAPTANAS;
10 COMPOSTOS COM RADICAL AROMÁTICO ETC.

xxxix
A produção de biogás, por pessoa atendida em uma ETE, pode variar
predominantemente, na faixa de 5 a 20 l/pessoa/dia, sendo que a participação de
metano, em volume, pode variar na faixa de 50 % a 70 %, na maior parte dos casos. O
restante é composto por CO2, NH3, nitrogênio, H2, nercaptanas, outros gases e vapor de
água. Na tabela 4 apresentamos algumas características desses gases.

Tabela 4 - Algumas características desses gases


Componente Massa molecular Densidade Solubilidade
G/mol Kg/Nm³ em
Água g/l
Metano 16,00 0,72 0,025/0,064
Gás amoníaco 17,00 0,77 520,00
Gás sulfídrico 34,10 0,80 4,19
Dióxido de carbono 44,00 1,98 1,69
Mercaptanas 48,11 a 62,13 0,84 a 0,87 < 50
FONTE: CHISTENSESN ( 1995 ). TRATAMENTO DE ESGOSTOS POR PROCESSO
ANAERÓBIO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA NO SOLO. pg. 252.

As 9 espécies conhecidas dessas bactérias estão indicadas na tabela 5 abaixo, do


trabalho de Barker.
Tabela 5 - Bactérias produtoras de metano
BACTÉTRIAS PRODUTORAS DO
SUSTRATO
METANO
METHANOBACTERUIUM
FORMIATO, CO, H2
FORMINICUM
METHANOBACTERUIUM ALCOOIS PRIMARIOS E
OMELIANAKILI SEGUNDARIOS, H2
METHANOBACTERUIUM
PROPIONATO
PROPIONICUM
METHANOBACTERUIUM SOHNGEII ACETATO E BUTIRATO
METHANOBACTERUIUM BUTIRATO, VALERATO E
SUBOXYDANS CAPROATO
METHANOCOCCUS MAZEI ACETATO, BUTIRATO
METHANOCOCCUS VANIELII FORMAITO, H2
METHANOSARCINA METHANICA ACETATO, BUTIRATO
METHANOSARCINA BARKERII METANOL, ACECATO, HCO
FONTE: NETTO A. M. J. D.A.E Nº 41, 1ª PARTE TESE, 1961 pg 24.

xl
Capitulo 2

2.1 MICRORGANISMOS ANAERÓBIOS

Nos processos anaeróbios ou, nos sistemas de biodigestão anaeróbia, a


degradação da matéria orgânica envolve a atuação de microrganismos procarióticos
anaeróbios facultativos e obrigatórios, cujas espécies pertencem ao grupo de bactérias
( tabela 5 ) hidrolíticas-fermentativas, acetogênicas produtoras de hidrogênio e
metanogênicas. A bioconversão da matéria orgânica poluente com produção de metano
requer a cooperação entre culturas bacterianas como ilustrado no esquema da Figura
8. Na atividade microbiana anaeróbia em biodigestores, como também em habitats
naturais com formação de metano (sedimentos aquáticos, sistema gastrointestinal de
animais superiores, pântanos, etc.), o que se observa é a ocorrência da oxidação de
compostos complexos, resultando nos precursores do metano, acetato e hidrogênio.

xli
Figura 8 - Esquema que representa o fluxo de carbono durante a decomposição
anaeróbia da matéria orgânica complexa a metano
FONTE: MICROBIOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL.

A natureza da gênese do metano em etapas, a partir de compostos orgânicos


complexos, mostra a importância das interações microbianas que buscam evitar o
acúmulo de ácidos orgânicos e álcoois no meio em fermentação. São vários os tipos de
bactérias que participam no processo, e alguns exemplos são mostrados na tabela 6.

xlii
Tabela 6 - Exemplos de espécies de bactérias anaeróbias presentes nos
tratamentos de rejeitos por biodigestão anaeróbia.

ETAPAS DA BIODIGESTÃO ESPECIES BACTERIANAS


ANAERÓBIAS
Clostrídios, Acetivibrio cellulolyticus,
Bacteroides succinogenes, Butyrivibrio
fibrisolvens, Eubacterium cellulosolvens,
Bacillus sp,
Hidrólise e acidogênese Selenomonas sp, Megasphaera sp,
Lachnospira multiparus, Peptococcus
anaerobicus, Bifidobacterium sp,
Staphylococcus sp

Syntrophomonas wolinii, S. wolfei,


Syntrophus buswellii, Clostridium
bryantii, Acetobacterium woddii, várias
Acetogênese
espécies de bactérias redutoras do íon
sulfato - Desulfovibrio sp,
Desulfotomaculum s
.Methanosarcina sp e Methanothrix sp
Metanogênese acetoclástica Methanobacterium sp,
Metanogênese hidrogenotrófica Methanobrevibacter sp,
Methanospirillum sp
FONTE: in ZEHNDER (1988).

Os organismos da biodigestão anaeróbia apresentam um elevado grau de


especialização metabólica.
A eficiência do processo anaeróbio depende, portanto, das interações positivas
entre as diversas espécies bacterianas, com diferentes capacidades degradativas.

xliii
Os intermediários metabólicos de um grupo de bactérias podem servir como
nutrientes ao crescimento de outras espécies. Assim, observa-se a ocorrência de várias
reações de degradação dos compostos orgânicos e a dependência das mesmas da
presença do hidrogênio formado no sistema.

A Tabela 7 apresenta a estequiometria de algumas reações da biodigestão


anaeróbia, e as variações de energia livre destas reações, sob condições padrão de
ocorrência e dentro dos biodigestores.
A remoção do hidrogênio nos sistemas anaeróbios é feita pela ação de bactérias
anaeróbias hidrogenotróficas, representadas por espécies de metanobactérias e de
redutoras do íon sulfato. A cooperação entre as bactérias produtoras e consumidoras
de hidrogênio, sob condições anaeróbias, é denominada "transferência de hidrogênio
entre espécies".

xliv
Tabela 7. Exemplos de reações que ocorrem nos biodigestores anaeróbios, e as
energias livres destas reações sob condições padrão de ocorrência.
( G0 ) ( G1 )
REAÇÕES ( kcal/ ( kcal/
reação ) reação )
 Conversão da glucose em metano e dióxido de
-96,5 -95,3
carbono C6H1206 + 3H2O ( 3CH4 + 3HCO3- + 3H+
 Conversão da glucose em acetato e hidrogênio
-49,3 -76,1
C6H1206 + 4H2O( 2CH3COO - + 2HCO3- + 4H+ + 4H2
 Metanogênese do acetato CH3COO- + H2O( CH4 +
-7,4 -5,9
HCO3 -
 Metanogênese do hidrogênio e dióxido de carbono
-32,4 -7,6
4H2 + HCO3- + H+ (CH4 + 3H2O
 Acetogênese do hidrogênio e dióxido de carbono
-25,0 -1,7
4H2 + 2HCO3- + H+ ( CH3COO- + 4H2O
 Oxidação de aminoácido Leucina + 3H2O
+1,0 -14,2
( isovalerato + HCO3- + NH4+ + 2H2
 Oxidação do butirato a acetato CH3CH2CH2COO- +
+11,5 -4,2
2H2O (2CH3COO- + H+ + 2H2
 Oxidação dopropionato a acetato CH3 CH2COO- +
+18,2 -1,3
3H2O - ( CH3COO- + HCO3- + H++ 3H2
 Oxidação do benzoato a acetato C7 H5 O2- + 7H2O
+21,4 -3,8
( 3CH3COO- + HCO3- + 3H+ + 3H2
 Desalogenação redutiva H2 + CH3 Cl ( CH4 + H++
-39,1 -29,0
Cl- )
FONTE: ZINDER apud GLAZER & NIKAIDO (1995).

Os cálculos de AG' foram realizados sob as condições "típicas" em um biodigestor


anaeróbio, 37ºC e PH 7,0. A concentração de produtos e reagentes foram as seguintes:
10 (molares para glucose, leucina, benzoato e cloreto de metila; 1 mmolar para acetato,
butirato, propionato e isovalerato; 20 mmolares para o íon bicarbonato e íon cloreto; 0,6
atm. para o metano;10-4 para o hidrogênio.

xlv
Os dados das variações de energia livre das reações mostrados na Tabela 7, e
associados à oxidação anaeróbia da glucose, ácidos orgânicos, aminoácidos e
benzoato pelas bactérias fermentativas e acetogênicas produtoras de hidrogênio,
indicam a necessidade de baixas pressões parciais de hidrogênio no sistema. A
metanogênese hidrogenotrófica e acetoclástica ocorre sob pressões parciais de
hidrogênio da ordem de 10-4 atm. Portanto, este é o teor de hidrogênio que permite a
ocorrência da maioria das reações para a metanogênese completa dos resíduos
(FORESTI, 1994).

Na prática, contudo, a natureza dos substratos orgânicos presentes nos resíduos


em um biodigestor é raramente tão bem definida ou, tão simples como a glucose. Além
disso, os reatores anaeróbios podem receber cargas orgânicas variáveis, e portanto,
quase sempre, os ácidos orgânicos estão presentes. Os sistemas de biodigestão
anaeróbia foram inicialmente adotados na estabilização da fração sólida dos esgotos
sanitários e de resíduos agrícolas. Esta escolha deveu-se às baixas velocidades de
degradação inerentes ao metabolismo anaeróbio (fermentação e respiração anaeróbia).
Por sua vez, os processos aeróbios sempre foram adequados para o tratamento
de resíduos líquidos com concentrações baixas de matéria orgânica, devido a demanda
artificial de oxigênio. Assim, surgiu a necessidade de sistemas que suportassem
concentrações elevadas de matéria orgânica poluente, e boas velocidades na
biodegradação.
A concepção dos reatores anaeróbios avançados iniciou como uma resposta à
necessidade de tratamento das águas residuárias com elevada Demanda Bioquímica
de Oxigênio DBO.
Na Europa, durante o início dos anos 80, a biodigestão anaeróbia tornou-se
então atraente, pois possibilitou o tratamento de diferentes tipos de águas residuárias
de origem industrial. Particularmente no Brasil, as pesquisas realizadas com bioreatores
como os filtros anaeróbios e o reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo,
permitiram a adoção com sucesso desses sistemas não somente para as águas
residuárias de origem industrial, como para os esgotos sanitários .

xlvi
2.2 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS

O biogás produzido em biodigestor é constituído por outros gases alem do


metano (CH4), que servirá como combustível para a produção de energia. Quanto mais
purificado o biogás melhor será sua eficiência de combustão, para isto é necessário
aplicar formas de retirada dos gases que diminuem a sua eficácia. No trabalho efetuado
foram aplicados filtro de gás sulfidrico (H2S) com a intenção de diminuir ou eliminar o
poder de corrosão do gás nos equipamentos de compressão e armazenamento, bem
como melhorar sua combustão.
Seguindo os conceitos de purificação de biogás do livro intitulado “Evaluation of
Systems for Purification of Fuel Gás from Anaerobic Digestion” cataloga muitos
processos destinados à remoção de H2S e do CO2 , elaboramos filtros para retirada do
gás sulfidrico e gás carbônico. Quando da seleção dos processos de purificação ou de
remoção do H2S e do CO2 para o obtenção do CH4 devemos levar em conta alguns
fatores:

6 Viabilidade técnica e econômica;


7 Mão de obra destinada à operação do processo;
8 Características físico-química do H2S e do CO2 .

Como o gás carbônico tem caráter ácido. Pode ser absorvido por soluções alcalinas, como
hidróxido de cálcio ou de sódio. Nestas reações são formados carbonetos e bicarbonatos de
diversas solubilidade, que devem ser removidos ou então impõem a troca da solução absorvente.
Para que se tenha uma idéia dos custos envolvidos, a absorção de 1 litro de gás carbônico requer
quase 2 litros de água de cal ou hidróxido de cálcio.

xlvii
2.3 ARMANEZAMENTO DO BIOGÁS DE ESGOTO.

O gás de esgoto produzido nos digestores anaeróbios é acumulado na cúpula


dos mesmos e daí é drenado para os queimadores de gás( figura 9 ) ou poderá ser
destinado a uma planta de purificação com vistas à obtenção do metano.
Obviamente surge a necessidade de se armazenar o gás de esgoto antes
mesmo de ser processado e uma vez obtido o metano, que este também seja
armazenado. Atualmente, graças à disponibilidade da tecnologia de materiais, existem
diversos tecidos plastificados e elastômeros à base de borracha, que permitem a
construção de gasômetros infláveis e de baixo custo, comparativo aos gasômetros e
vasos de pressão metálicos.
Enquanto a produção do biogás é praticamente constante, sua utilização varia com o
tempo. Isto impõe o armazenamento, que atua compensando as variações, quando a produção é
maior que o consumo, o excedente é guardado, mas quando a situação se inverte, o biogás que
falta é suprido pelo reservatório.
Quando do dimensionamento do reservatório deve-se levar em consideração:

6 Demanda diária de gás;


7 Curva de variação da demanda em função da hora do dia;
8 Taxa de produção de gás pelo digestor.

Recomenda-se que os reservatórios ou gasômetros, para biogás, tenham capacidade de


armazenar no mínimo a produção de 4 a 8 horas do biodigestor, assim é usual dimensionar o
gasômetro entre 1/3 e 1/6 da produção diária de biogás para biodigestores de grande capacidade
de produção. No entanto com biodigestores de pequena capacidade de produção aconselha-se a
dimensionar o gasômetro com uma capacidade maior, da ordem de 50% da produção diária, ou
até mais conforme a equação ( 1 ) que modela de forma simples a produção e o consumo de
biogás:

xlviii
Vg = Vp – [ Tc Vp ] = Vp [ 24- Tc ] (1)
624

Vg = volume recomendado para gasômetro, em m³;


Vp = produção diária de biogás, em m³;
Tc = tempo de consumo do biogás, em horas.

Com esta expressão, fica claro que menores tempos de consumo impõem gasômetros
maiores.
O armazenamento do biogás é feito essencialmente de três maneiras:

5. À baixa pressão;
6. À alta pressão;
7. Liqüefeito.

Por baixa pressão entende-se valores entre 100 e 300 mm de coluna d’ água, sendo 200
mm uma média muito comum. Nestes casos são adotados gasômetros com selo Hidráulico.

Por altas pressões só se justifica em grandes sistemas completos ( purificação do


biogás ). Suas vantagens são redução de volume do gasômetro e estabilidade da pressão de
fornecimento. Em compensação requerem construções robustas e dispendiosas, compressores
especiais para gases combustíveis com a pressão de trabalho variando de 25 a 200 atmosferas.

xlix
Figura 9 - Disposição do queimador do biogás em relação ao ETE.

FONTE : URFI.

2.4 BIOTRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS E RESÍDUOS


SÓLIDOS.

O tratamento biológico ou biotratamento de águas residuárias e resíduos sólidos


emprega a ação conjunta de espécies diferentes de microrganismos, em bioreatores,
que operados sob determinadas condições resulta na estabilização da matéria orgânica
poluente.

l
Os sistemas biológicos de tratamento de resíduos deve atender alguns importantes
aspectos :

5 Remoção da matéria orgânica, portanto redução da Demanda Bioquímica de


Oxigênio do resíduo a ser tratado ( tabela 8 );
6 Se possível, degradação de compostos químicos orgânicos de difícil degradação
(recalcitrantes);
7 Fornecimento de um efluente em condições que não afete o equilíbrio do sistema
receptor final (rios, lagos, etc.).

O volume de informações existentes sobre os aspectos básicos dos processos


de tratamento biológico de rejeitos, nos campos da engenharia e microbiologia,
possibilita a adoção de diferentes tipos de reatores, com elevado desempenho e
eficiência na redução da Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO.

2.4.1 DEMANDA TEÓRICA DE OXIGÊNIO - DTO

Esta é a quantidade teórica de oxigênio necessário para oxidar completamente a


matéria orgânica existente nas águas residuárias, produzindo o gás carbônico e água.
Assim, na equação de oxidação total da glucose, pôr exemplo:

C6 H12 O6 + 602 6CO2 + 6H2 O


180 192

Podemos determinar que a DTO de uma solução glucose de 300 mg/l é: (192/180) x
300 = 321 mg/l.

li
Devido à complexidade da natureza das águas residuárias, a sua DTO não pode
ser calculada, mas na prática é determinada aproximadamente pela DEMANDA
QUIMICA DE OXIGÊNIO ( DQO ).

2.4.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO - DQO

Esta demanda é determinada pela oxidação dos resíduos orgânicos em uma


solução de ácido bicromato em ebulição. Este processo oxida quase todos os
compostos orgânicos existentes na amostra analisada, liberando o gás carbônico e a
água, apresentando tal reação, geralmente, uma eficiência de mais de 95 % de
oxidação de todos os compostos orgânicos existentes na água.
A vantagem da determinação da DQO é que os resultados são obtidos
rapidamente ( cerca de 3 horas ) porém com a desvantagem de não especificar a
proporção da matéria orgânica existente na água ressudaria passível de ser oxidada
pôr bactérias, nem a velocidade com que uma bio-oxidação ocorre.

2.4.3 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO – DBO

Definição de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), segundo BRANCO & HESS


(1975) e GLAZER & NIKAIDO (1995).
A Demanda Bioquímica de Oxigênio, em termos práticos, é representada pela quantidade
de oxigênio consumida pela unidade de volume de um resíduo, em determinadas condições,
através da metabolização da matéria biodegradável por organismos vivos ou por suas enzimas. É,
portanto, um parâmetro de medida, que determina através de um bioensaio, a quantidade de
oxigênio dissolvido consumido por microrganismos aeróbios durante a metabolização da matéria
orgânica biodegradável.

lii
A DBO ( TABELA 8 ) é geralmente, expressa em função de um tempo de cinco
dias e a uma temperatura de 20 ºC, isto é: a quantidade de oxigênio consumido na
oxidação da matéria orgânica mantida durante cinco dias, normalmente expressa em
DBO5.

Tabela 8 - Concentração em termos a de DBO5 e DQO.


DB05 DQO
CONCENTRAÇÃO
( mg/l ) (mg/l)
Fraca 200 400
Média 350 700
Grande 500 1.000
Muito grande 750 1.500
FONTE: TRATAMENTOS BIOLÓGICOS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS, 1979.

A Tabela 9 fornece alguns exemplos de águas residuárias potencialmente tratáveis


por processos biológicos, bem como os valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio
dos rejeitos.

Tabela 9 -Valores de DBO para diferentes tipos de águas residuárias.


Águas residuárias DBO (mg/L)
Esgotos sanitários 200-600
Efluente de enlatados – alimentos 500-2.000
Efluente de cervejarias 500-2.000
Efluente de processamento de óleo – comestível 15.000-20.000
Efluente de destilaria de álcool (vinhaça) 15.000-20.000
Percolado de aterros sanitários (chorume) 15.000-20.000
Efluente de laticínios (sem recuperação de soro de leite) 30.000
Efluente de matadouros (sem recuperação de resíduos) 30.000
FONTE: BRANCO & HESS (1975 GLAZER & NIKAIDO (1995).

liii
A composição da água residuária pode selecionar os grupos microbianos nos
processos de tratamento, além da disponibilidade ou não de oxigênio no sistema. A
constituição do esgoto sanitário, cujo os valores de DBO são menores, é cerca de 65%
proteínas, 25% carboidratos, 10% lipídeos e o restante corresponde a frações
inorgânicas como minerais e metais.

Estas características possibilitam o desenvolvimento de diferentes heterótrofos


no meio, em sua maioria bactérias entéricas, o que é razoável frente ao nicho ecológico
formado nos reatores empregados no tratamento de esgotos sanitários.
Outros compostos orgânicos mais complexos, podem estar presentes no esgoto
sanitário em pequenas concentrações, o que resultaria na seleção de tipos microbianos
aptos a degradação de tais moléculas orgânicas.
Do mesmo modo, a presença de nitrogênio sob a forma amoniacal poderia
facilitar o crescimento de bactérias nitrificantes, e o produto metabólico, o nitrato,
certamente favoreceria o aparecimento de bactérias desnitrificantes.

2.5 EFICIÊNCIA DO TRATAMENTO

Para medir a eficiência ( GRÁFICO 2 ) os padrões exigidos pelo órgão ambiental para
os efluentes a serem lançados nos Rios Tipo Classe 2 são:

5 DBO: < 60 mg/l de O2;


6 DQO; <150 mg/l de O2;
1. PH: entre 5 e 9;
5. Temperatura: Inferior a 40ºC, sendo que a elevação
de temperatura não do Corpo receptor
Não deverá exceder a 3ºC;
5 Materiais Sedimentáveis: até 1,00 ml/l, em teste de uma hora em
cone Imhoff;

liv
Regime de Lançamento: Vazão máxima de até 1,50 vezes
a vazão media do período de
atividade diária;
5. Óleos e Graxas: Óleos minerais até 20 mg/l;
6. Óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/l;
7. Ausência de materiais flutuantes.

Os gráficos apresentados a seguir são referentes às analises de DQO, DBO e


Óleos e Graxas afluentes e efluentes do RALF

Gráfico 2 - Eficiência do ETE 03 Beira Rio.

EFICIÊNCIA DA ETE 03
105

90

75
%

60

45

30
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03

nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 53,4 89,2 91,5 90,9 73 80,5 76,9 64,7 86 68,8 76 83,7

FONTE: URFI/DENIS

lv
Gráfico 3 - Demanda bioquímica de oxigênio DBO.

DBO - DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO

70

60

50

40
Mg/l

30

20

10

0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03

nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 54 20,6 15,8 12,1 40 30 60 55 31 35 60 32
atende a LA 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

FONTE: URFI/DENIS

Gráfico 4 - Demanda química de oxigênio DQO.

DQO - DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO

180

160

140

120

100
Mg/l

80

60

40

20

0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03

nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 101 59 51 18 127 86 121 120 90 79 157 108
atende a LA 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150

lvi
FONTE: URFI/DENIS

O fluxo da água residuária na estação de tratamento é conduzido em etapas,


como descrito a seguir:
1) - [tratamento primário], remoção física de materiais grosseiros pela passagem
através de grades, sedimentação rápida de partículas no tanque de areia e
sedimentação mais lenta no decantador primário;
2) - [tratamento secundário], biodegradação aeróbia no tanque de aeração, da
matéria orgânica contida no sobrenadante originado no decantador primário
(oxidação biológica por Lodos Ativados), e biodegradação anaeróbia no
biodigestor anaeróbio das frações sólidas originadas nos decantadores
primário e secundário (Biodigestão Anaeróbia);
3) - [tratamento terciário], remoção de compostos inorgânicos e/ou
microrganismos patógenos por processos físico-químicos, com a finalidade
de produzir um efluente de qualidade adequada ao corpo d'água receptor.

O tratamento secundário engloba a atuação dos microrganismos na remoção dos


compostos orgânicos do meio, através dos metabolismos aeróbio nos processos por
lodo ativado, e anaeróbio, nos processos de biodigestão anaeróbia. Os agentes
biológicos mais importantes na degradação da matéria orgânica poluente são as
bactérias, que se desenvolvem no sistema mediante condições controladas de
operação dos reatores, bem como do tipo de água residuária a ser tratada.

lvii
CAPITULO 3

3.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DO SISTEMA EXISTENTE DA


ETE 03 BEIRA RIO ( FIGURA 10 ).

O esgoto bruto chega na área da ETE 03 e é encaminhado ao canal de entrada (


1 ), aonde o esgoto passa pelo gradeamento ( 2 ) através de um sistema de barras. A
finalidade do gradeamento é reter as partículas superiores a 20 mm e materiais
sólidos. A grade é de limpeza manual e com freqüência diária, ou conforme a
necessidade. Todo o material retirado do gradeamento é acondicionado em uma
caçamba e posteriormente enviado ao aterro sanitário.
Após o sistema de gradeamento o esgoto passa pelo desarenador ciclônico, ( 3 )
cuja função é a retirada de areia efetuada por um sistema de
air lift.
Com a remoção dos sólidos sedimentáveis, o esgoto passa pela Calha Parshal, ( 4 ) que
tem a finalidade de medir a vazão do esgoto, através da leitura do nível.
No RALF ( Reator Anaeróbio de Lodo Fluídizado ) ( 5 ) a partir do distribuidor
central é eqüitativamente conduzido ao fundo da estrutura através de tubos
alimentadores ( figura 12 ). A partir deste ponto o esgoto em fluxo ascendente entra em
contato com a manta de lodo previamente formado possibilitando que as bactérias
anaeróbias promovam a estabilização da matéria orgânica, produzindo água e o biogás
entre outras substancias.
Na parte superior do reator a parede defletora existente funciona como interface
da zona de digestão e de decantação.
Os gases produzidos ficam concentrados na parte superior do reator a partir da
tubulação especifica podem ser aproveitados ou descartados para a atmosfera. Após o
desprendimento das bolhas de gás gerado, a parte solida que se encontra agregada às
mesmas retornam ao manto de lodo, enquanto a parte liquida segue ao decantador
periférico, sendo vertida em uma canaleta através de vertedores triangulares, e é

lviii
lançado no corpo receptor ( Rio Paraná ) por um emissário( 8 ). Já a parte sólida é
aduzida através da elevatória ( 6 ) para os blocos de leito de secagem ( 7 ).

FIGURA 10. esquema genérico de uma estação de tratamento de esgotos sanitários,


em que observam-se os processos físicos de separação e biológicos de tratamento da
água residuária.

Figura 10 - Área da Estação Tratamento Esgoto ETE 03 Beira Rio.

5 - REATOR
ECAGEM
OS D E S ANAÉROBIO
7 - LEIT DE LODO
FLUÍDIZADO

3 - CALHA
PARSCHAL

1 - CANAL
8 - EMISSÁRIO DE
FINAL ENTRADA

4
-D
ES
6 - ELEVATÓRIA AR
DE LODO EN 2 - GRADEAMENTO
AD
OR

FONTE: ENGEVIX / URFI

lix
3.2 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO QUE
COMPÕE O ETE 03 BEIRA RIO.

3.2.1 Canal de entrada:


Largura: 0,90m
Extensão: 1,20m
Profundidade: 1,15m

3.2.2 Gradeamento:
Número de grades: 01
Espaçamento das barras: 20,40 mm

3.2.3 Calha Parschal:


Largura da garganta: 12”
Vazão Máxima: 455,60 l/s
Vazão Mínima: 3,11 l/s
Vazão de Projeto: 127,87 l/s
Vazão de Chegada: 36,33 l/s

3.2.4 Desarenador:
Quantidade: 01
Tipo: Ciclônico
Diâmetro: 4,00m
Área Superficial: 12,57 m²

lx
3.2.5 Reator Anaeróbio de Lodo Fluídizado:
Quantidade: 01
Tipo: Cônico
Modelo: Modulo XVI, Padrão SANEPAR com decantador interno.
Volume Útil do Reator: 1.942 m³
Diâmetro à superfície 26,0 m
Diâmetro ao fundo 14,0 m
Altura útil 6,0 m
Remoção de DBO media: 87,50 %

3.2.6 Elevatória de lodo:


Número de Bombas: 01
Modelo: ABS AFPV 50-404
Rotor: Ø = 186 mm
Potência: 2 c.v.
Vazão: 6,281 l/s
H: 9,00 m

3.2.7 Leitos de secagem:


Número de Módulos: 08
Largura: 6,00 m
Comprimento: 10,00 m

3.2.8 Emissário Final:


Diâmetro: 500 mm
Comprimento: 15,00 m

lxi
Figura 11 - Panorâmica da unidade do ETE 03.

FONTE: URFI

lxii
Figura 12 - Corte lateral do ralf mostrando os tubos alimentadores.
FONTE: PROJETOS

CAPÍTULO 4

4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS.

Para a definição do local a serem desenvolvidos os trabalhos de coogeração de


energia com o aproveitamento do biogás foi verificado a possibilidade do ETE 03
produzir biogás, com essa finalidade foi verificado o queimador de gás tipo flare, com o
qual deveria ficar acesso e manter a chama queimando por um determinado período
sem interrupções, situação esta confirmada pelos técnicos que diariamente fazem o
controle operacional do ETE. Teoricamente a vazão de entrada, sendo menor que a
projetada, garante que o tempo de retenção hidráulica seja maior que o previsto, com
isso colaborando para que a produção do biogás aumente.
O tempo de detenção hidráulica do fluxo de esgoto ( figura 12 ) foi projetado em
6 a 12 horas para uma vazão de 100 l/s, no entanto como a vazão de operação

lxiii
atualmente é de 37 l/s média ano 2003, ( gráfico 4), o tempo de detenção sobe para 16
horas.

Gráfico 4 – Vazão de entrada de esgoto (média mensal em 2003) do ETE 03.


FONTE: URFI / DENIS.

VAZÃO MÉDIA ETE 03

250

200

150
M³/hora

100

50

0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03

nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 141,23 162,40 139,2 147,56 148,98 171,64 161,50 210,00 205,00 195,99 215,50 231,10

4.1.1 PROJETO CAPTAÇÃO DO BIOGÁS

Após uma detalhada verificação na estrutura de concreto no Biodigestor para


detectar prováveis vazamentos ou fugas de biogás, concluímos que a estrutura estava
em perfeitas condições de vedação, e as inspeções não apresentavam sinais de fuga
de gás. Após estes cuidados começamos a dar inicio em nossas atividades na unidade
( figura 11 ):
 Primeiramente definir o local apropriado para a montagem do ponto medição/coleta
do biogás. Definindo deste local antes do queimador tipo flare ( figura 13).

6 Elaboração do projeto contendo as definições das modificações necessárias para


que não houvesse interferência no modo operacional diário do ETE ( figura 12 ), e
não causa-se perigo para os técnicos quando no manuseio ou manipulação do gás.

lxiv
A derivação para medição/extração é composta pelas seguintes conexões:
3 Te ferro dúctil FFF DN 75 mm 01 unidade;
4 Registro gaveta de ferro fundido FF DN 75 mm 02 unidades;
5 Redução ferro galvanizado FF DN 75 x ¾” 01 unidade;
6 Adaptadores e tubos ¾ “ diversos.

Figura 13 – Derivação para medição extração do biogás.


ETE 03.

FONTE : OS AUTORES

Com a conclusão das montagens procedemos a instalação do bolhometro


( figura 14 ), fornecido por empréstimo da instituição de ensino CEFET Medianeira,

lxv
executamos leituras esporádicas com a intenção de detectar possíveis variações da
produção do biogás. Como a produção se mostrou estável e constante, executamos
leituras ( tabelas 10 A, 10 B e 10 C) para determinar a real vazão de produção do ETE
03 conforme procedimento de medição. Procurando com isso levantar uma curva da
produção de biogás ( gráfico 5 ).
Figura 14 - Instalação do Bolhometro para medição do biogás.

FONTE : OS AUTORES.

lxvi
4.1.2 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DO BIOGÁS

 Para esse tipo de medição é necessário a utilização de um bolhometro que é


instalado na derivação extração/medição do biogás ( figura 14 );
 Preparar a solução de água com sabão líquido (detergente) em um recipiente
próprio;
6 Fazer uma marca visível no tubo cristal do bolhometro indicando o ponto de partida
da bolha;
 Estipular uma distância a ser percorrida pela bolha, e cuidando para que ela não
estoure e fazer nova marca, este ponto será considerado com ponto de chegada;
3 Com auxilio de uma trena medir esta distância do percurso da primeira marca (saída
) até a segunda marca de (chegada);
 Despeja-se a solução dentro do bolhometro;
2 Com auxilio de um cronômetro medir o tempo em que a bolha leva para percorrer
o espaço determinado;
6 As medições deverão ser executadas com o menor número de bolhas possíveis;
 A cada tomada de tempo também deverão ser coletadas medidas de temperatura,
através de um termômetro;
 Elaborar planilhas contendo todos os dados de campo (data, hora, temperatura,
medições);
5. De posse de todos os dados fazer uma análise.

lxvii
4.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE GÁS

Para quantificar as características do biogás produzido na ETE 03 de Foz do


Iguaçu foram coletados amostras de gás em “sacos” plástico e enviado à UEM –
Universidade Estadual de Maringá para ser feita análise cromatográfica ( tabela 11 ).
Os recipientes plásticos ( figura 15 ) foram elaborados com a orientação do
professor orientador da Tecnologia Ambiental e pela equipe que desenvolve o trabalho
de diplomação.
Os materiais para confecção dos recipientes são o seguinte:

5 Lâminas plásticas soldadas nas extremidades com solda eletrônica quente;


5. Bico de câmara para pneu de bicicleta com tampa.
6.0 Etiquetas adesivas para identificação;

Para a coleta do biogás, deverá ser introduzido o bico do recipiente plástico no


adaptador na derivação( figura 15 );
2 sucçionar o biogás para dentro do recipiente plástico ate enche-lo, ou que tenha
um volume que garanta repetir com segurança as analises do biogás, com
repetições.
1. identificar e catalogar, com a data, hora e local.

lxviii
Figura 15 – Recipiente de plástico ( saco de coleta ) e coleta do biogás.

FONTE : OS AUTORES

lxix
Tabela 10 A - Leitura para dimensionamento da produção de biogás
do ETE 03.

TABELA DE LEITURAS REALIZADAS NA EET 03 FOZ DO IGUAÇU

DN= 0,019 A=D²xPI() 0,019 A=d²x? 0,000361 0,001134115 0,000283529


4 5,835 15 1
Nº DE DIA TEMPO EXTENSÃO TEMP. Vazão NUMERO Pressão Vazão N
DIA/MES HORA DE
MEDIÇÕES SEMANA ( SEGUNDO ) ( METRO ) ( ºC ) ( L/h) BOLHAS atm ( M³/h)
01 11/nov TERÇA 8:00 2,97 0,70 26 721,71 3 9,365 2,43
02 11/nov TERÇA 8:01 2,47 0,70 28 578,54 2 9,365 1,81
03 11/nov TERÇA 8:04 8,19 0,70 28 610,68 7 9,365 1,91
04 11/nov TERÇA 8:05 3,06 0,70 28 700,48 3 9,365 2,19
05 11/nov TERÇA 8:14 1,66 0,70 33 430,42 1 9,365 1,14
06 11/nov TERÇA 8:15 5,48 0,70 33 651,91 5 9,365 1,73
07 11/nov TERÇA 8:17 2,50 0,70 33 571,59 2 9,365 1,52
08 11/nov TERÇA 8:19 3,87 0,70 33 738,49 4 9,365 1,96
09 11/nov TERÇA 8:20 1,41 0,70 33 506,73 1 9,365 1,34
10 11/nov TERÇA 8:21 3,94 0,70 33 544,03 3 9,365 1,44
11 11/nov TERÇA 8:22 4,25 0,70 33 504,35 3 9,365 1,34
12 11/nov TERÇA 8:23 3,40 0,70 33 840,58 4 9,365 2,23
13 11/nov TERÇA 8:30 10,69 0,70 33 66,84 1 9,365 0,18
14 11/nov TERÇA 8:31 3,32 0,70 33 645,63 3 9,365 1,71
15 11/nov TERÇA 8:32 4,09 0,70 33 698,77 4 9,365 1,85
16 11/nov TERÇA 8:33 4,40 0,70 33 649,54 4 9,365 1,72
17 11/nov TERÇA 8:37 9,22 0,70 33 542,46 7 9,365 1,44
18 11/nov TERÇA 8:44 3,53 0,70 33 607,22 3 9,365 1,61
19 11/nov TERÇA 8:45 8,37 0,70 33 597,54 7 9,365 1,58
20 11/nov TERÇA 8:47 5,00 0,70 33 714,49 5 9,365 1,90
21 11/nov TERÇA 8:49 7,72 0,70 33 647,86 7 9,365 1,72
22 11/nov TERÇA 8:51 6,68 0,70 33 641,76 6 9,365 1,70
23 11/nov TERÇA 8:52 8,86 0,70 33 645,14 8 9,365 1,71
24 11/nov TERÇA 8:55 2,97 0,70 32 481,14 2 9,365 1,32
25 11/nov TERÇA 8:56 3,99 0,70 32 537,21 3 9,365 1,47
26 11/nov TERÇA 9:03 1,54 0,70 32 463,96 1 9,365 1,27
27 11/nov TERÇA 9:05 3,94 0,70 32 544,03 3 9,365 1,49
28 11/nov TERÇA 9:06 3,31 0,70 32 647,58 3 9,365 1,77
29 11/nov TERÇA 9:07 6,29 0,70 32 567,96 5 9,365 1,55
30 11/nov TERÇA 9:09 4,09 0,70 32 698,77 4 9,365 1,91
31 11/nov TERÇA 9:12 3,78 0,70 32 567,06 3 9,365 1,55
32 11/nov TERÇA 9:13 3,40 0,70 32 630,43 3 9,365 1,72
33 11/nov TERÇA 09:16 4,06 0,70 32 703,93 4 9,365 1,93
34 11/nov TERÇA 09:17 4,78 0,70 32 448,43 3 9,365 1,23
35 11/nov TERÇA 09:18 5,91 0,70 32 604,48 5 9,365 1,65
36 11/nov TERÇA 09:19 3,94 0,70 32 544,03 3 9,365 1,49
37 11/nov TERÇA 09:20 4,69 0,70 32 609,38 4 9,365 1,67
38 11/nov TERÇA 9:40 3,94 0,70 26 544,03 3 9,365 1,83
39 11/nov TERÇA 9:41 7,38 0,70 28 677,70 7 9,365 2,12
40 11/nov TERÇA 9:42 2,75 0,70 28 519,63 2 9,365 1,62
41 11/nov TERÇA 9:45 3,47 0,70 28 411,81 2 9,365 1,29
42 11/nov TERÇA 9:46 3,19 0,70 33 671,94 3 9,365 1,78
43 11/nov TERÇA 9:50 6,00 0,70 33 714,49 6 9,365 1,90
44 11/nov TERÇA 9:51 1,75 0,70 33 408,28 1 9,365 1,08
45 11/nov TERÇA 9:55 4,47 0,70 33 639,37 4 9,365 1,70
46 11/nov TERÇA 9:56 3,28 0,70 33 653,50 3 9,365 1,73
47 11/nov TERÇA 9:58 4,27 0,70 33 669,31 4 9,365 1,78
48 11/nov TERÇA 9:59 8,97 0,70 33 557,57 7 9,365 1,48
49 11/nov TERÇA 10:00 5,97 0,70 33 598,40 5 9,365 1,59
50 11/nov TERÇA 10:01 5,87 0,70 33 608,60 5 9,365 1,61
51 11/nov TERÇA 10:02 7,66 0,70 33 746,21 8 9,365 1,98
52 11/nov TERÇA 10:03 3,28 0,70 33 871,33 4 9,365 2,31
53 11/nov TERÇA 10:04 3,72 0,70 33 768,27 4 9,365 2,04
54 11/nov TERÇA 10:12 4,85 0,70 33 589,27 4 9,365 1,56
55 11/nov TERÇA 10:13 5,91 0,70 33 483,58 4 9,365 1,28
56 11/nov TERÇA 10:15 5,65 0,70 33 505,84 4 9,365 1,34
57 11/nov TERÇA 10:16 8,28 0,70 33 604,04 7 9,365 1,60
58 11/nov TERÇA 10:17 2,39 0,70 33 597,90 2 9,365 1,59
59 11/nov TERÇA 10:19 7,95 0,70 33 718,99 8 9,365 1,91

FONTE: OS AUTORES.

lxx
Tabela 10B - Leitura para dimensionamento da produção de biogás
do ETE 03.
TABELA DE LEITURAS REALIZADAS NA EET 03 FOZ DO IGUAÇU

DN= 0,019 A=D²xPI() 0,019 A=d²x? 0,000361 0,001134115 0,000283529


4
Nº DE DIA TEMPO EXTENSÃO TEMP. Vazão NUMERO Pressão Vazão N
DIA/MES HORA DE
MEDIÇÕES SEMANA ( SEGUNDO ) ( METRO ) ( ºC ) ( L/h) BOLHAS atm ( M³/h)
60 11/nov TERÇA 10:25 1,97 0,70 33 725,37 2 9,365 1,92
61 11/nov TERÇA 10:26 2,31 0,70 33 618,61 2 9,365 1,64
62 11/nov TERÇA 10:27 3,69 0,70 33 580,89 3 9,365 1,54
63 11/nov TERÇA 10:28 2,03 0,70 33 703,93 2 9,365 1,87
64 11/nov TERÇA 10:32 2,25 0,70 33 635,10 2 9,365 1,68
65 11/nov TERÇA 10:37 4,25 0,70 33 672,46 4 9,365 1,78
66 11/nov TERÇA 10:41 6,35 0,70 33 675,11 6 9,365 1,79
67 11/nov TERÇA 10:42 4,91 0,70 33 727,59 5 9,365 1,93
68 11/nov TERÇA 10:43 2,94 0,70 33 729,07 3 9,365 1,93
69 11/nov TERÇA 10:44 8,07 0,70 33 708,29 8 9,365 1,88
70 11/nov TERÇA 10:46 2,25 0,70 33 635,10 2 9,365 1,68
71 11/nov TERÇA 10:50 7,22 0,70 33 692,72 7 9,365 1,84
72 11/nov TERÇA 10:52 7,28 0,70 33 687,01 7 9,365 1,82
73 11/nov TERÇA 10:56 3,34 0,70 33 641,76 3 9,365 1,70
74 11/nov TERÇA 10:57 2,50 0,70 33 571,59 2 9,365 1,52
75 11/nov TERÇA 11:00 5,31 0,70 33 672,78 5 9,365 1,78
76 11/nov TERÇA 11:01 3,09 0,70 33 693,68 3 9,365 1,84
77 11/nov TERÇA 11:05 2,09 0,70 33 683,72 2 9,365 1,81
78 11/nov TERÇA 11:07 9,84 0,70 33 580,89 8 9,365 1,54
79 11/nov TERÇA 11:10 3,40 0,70 33 630,43 3 9,365 1,67
80 11/nov TERÇA 11:14 9,15 0,70 33 702,78 9 9,365 1,86
81 11/nov TERÇA 11:15 3,79 0,70 33 565,56 3 9,365 1,50
82 11/nov TERÇA 11:16 1,81 0,70 33 394,75 1 9,365 1,05
83 11/nov TERÇA 11:17 2,12 0,70 33 674,05 2 9,365 1,79
84 11/nov TERÇA 11:19 9,00 0,70 33 714,49 9 9,365 1,90
85 11/nov TERÇA 11:29 5,68 0,70 33 754,75 6 9,365 2,00
86 11/nov TERÇA 11:34 3,29 0,70 33 651,51 3 9,365 1,73
87 11/nov TERÇA 13:55 4,22 0,70 33 677,24 4 9,365 1,80
88 11/nov TERÇA 13:59 2,93 0,70 33 487,71 2 9,365 1,29
89 11/nov TERÇA 14:00 1,35 0,70 33 529,25 1 9,365 1,40
90 11/nov TERÇA 14:17 7,35 0,70 33 680,47 7 9,365 1,80
91 11/nov TERÇA 14:18 3,93 0,70 33 727,22 4 9,365 1,93
92 11/nov TERÇA 14:25 2,82 0,70 33 506,73 2 9,365 1,34
93 11/nov TERÇA 14:26 2,30 0,70 33 621,30 2 9,365 1,65
94 11/nov TERÇA 14:30 2,78 0,70 33 514,02 2 9,365 1,36
95 11/nov TERÇA 14:31 3,21 0,70 33 667,75 3 9,365 1,77
96 11/nov TERÇA 14:32 3,03 0,70 33 707,42 3 9,365 1,88
97 11/nov TERÇA 14:33 3,03 0,70 33 707,42 3 9,365 1,88
98 11/nov TERÇA 14:35 3,13 0,70 33 684,82 3 9,365 1,82
99 11/nov TERÇA 14:36 6,03 0,70 35 710,94 6 9,365 1,78
100 11/nov TERÇA 14:37 2,50 0,70 35 571,59 2 9,365 1,43
101 11/nov TERÇA 14:38 3,47 0,70 35 617,72 3 9,365 1,54
102 11/nov TERÇA 14:39 2,02 0,70 35 707,42 2 9,365 1,77
103 11/nov TERÇA 14:41 3,72 0,70 35 960,34 5 9,365 2,40
104 11/nov TERÇA 14:42 2,56 0,70 35 837,30 3 9,365 2,09
105 11/nov TERÇA 14:43 1,44 0,70 35 496,18 1 9,365 1,24
106 11/nov TERÇA 14:44 3,36 0,70 35 637,94 3 9,365 1,60
107 11/nov TERÇA 14:46 1,59 0,70 35 449,37 1 9,365 1,12
108 11/nov TERÇA 14:47 1,50 0,70 35 476,33 1 9,365 1,19
109 11/nov TERÇA 14:50 2,63 0,70 35 815,01 3 9,365 2,04
110 11/nov TERÇA 14:53 3,15 0,70 35 680,47 3 9,365 1,70
111 11/nov TERÇA 14:54 2,84 0,70 35 754,75 3 9,365 1,89
112 11/nov TERÇA 14:55 1,34 0,70 35 533,20 1 9,365 1,33
113 11/nov TERÇA 14:56 3,50 0,70 35 612,42 3 9,365 1,53
114 11/nov TERÇA 14:58 2,85 0,70 35 501,40 2 9,365 1,25
115 11/nov TERÇA 15:01 3,68 0,70 35 970,78 5 9,365 2,43
116 11/nov TERÇA 15:02 1,72 0,70 35 415,40 1 9,365 1,04
117 11/nov TERÇA 15:10 1,97 0,70 35 362,69 1 9,365 0,91
118 11/nov TERÇA 15:12 4,34 0,70 35 658,52 4 9,365 1,65
119 11/nov TERÇA 15:13 3,37 0,70 35 636,05 3 9,365 1,59
120 11/nov TERÇA 15:14 3,81 0,70 35 562,59 3 9,365 1,41

lxxi
FONTE: OS AUTORES.

Tabela 10 C = Leitura para dimensionamento da produção de biogás


do ETE 03.

TABELA DE LEITURAS REALIZADAS NA EET 03 FOZ DO IGUAÇU

DN= 0,019 A=D²xPI() 0,019 A=d²x? 0,000361 0,001134115 0,000283529


4
Nº DE DIA TEMPO ( EXTENSÃO ( TEMPER Vazão ( NUMERO DE Pressão Vazão N
DIA/MES HORA ATURA
MEDIÇÕES SEMANA SEGUNDO ) METRO ) ( ºC ) L/h) BOLHAS atm ( M³/h)
121 11/nov TERÇA 15:27 1,12 0,70 35 637,94 1 9,365 1,60
122 11/nov TERÇA 15:33 4,46 0,70 35 640,80 4 9,365 1,60
123 11/nov TERÇA 15:36 4,48 0,70 35 637,94 4 9,365 1,60
124 11/nov TERÇA 15:37 5,28 0,70 35 676,60 5 9,365 1,69
125 11/nov TERÇA 15:39 3,22 0,70 35 665,68 3 9,365 1,66
126 11/nov TERÇA 15;41 1,94 0,70 35 736,59 2 9,365 1,84
127 11/nov TERÇA 15;44 4,78 0,70 35 597,90 4 9,365 1,50
128 11/nov TERÇA 15;45 1,53 0,70 35 466,99 1 9,365 1,17
129 11/nov TERÇA 15:47 1,85 0,70 35 772,42 2 9,365 1,93
130 11/nov TERÇA 15:51 1,25 0,70 35 1.143,19 2 9,365 2,86
131 11/nov TERÇA 15:53 5,28 0,70 35 676,60 5 9,365 1,69
132 11/nov TERÇA 15:54 4,48 0,70 35 637,94 4 9,365 1,60
133 11/nov TERÇA 15:55 4,25 0,70 35 672,46 4 9,365 1,68
134 11/nov TERÇA 15:56 1,57 0,70 35 910,18 2 9,365 2,28
135 11/nov TERÇA 15:59 3,53 0,70 35 607,22 3 9,365 1,52
136 11/nov TERÇA 16:00 2,66 0,70 36 537,21 2 9,365 1,31
137 11/nov TERÇA 16:01 3,28 0,70 36 653,50 3 9,365 1,59
138 11/nov TERÇA 16:02 1,84 0,70 36 776,62 2 9,365 1,89
139 11/nov TERÇA 16:03 5,12 0,70 36 697,75 5 9,365 1,70
140 11/nov TERÇA 16:04 3,19 0,70 36 671,94 3 9,365 1,63
141 11/nov TERÇA 17:50 8,65 0,70 26 578,20 7 9,365 1,95
142 11/nov TERÇA 17:51 4,31 0,70 28 663,10 4 9,365 2,07
143 11/nov TERÇA 17:52 1,75 0,70 28 408,28 1 9,365 1,28
144 11/nov TERÇA 17:54 3,38 0,70 28 634,16 3 9,365 1,98
145 11/nov TERÇA 17:55 1,22 0,70 33 585,65 1 9,365 1,55
146 11/nov TERÇA 17:56 1,62 0,70 33 441,04 1 9,365 1,17
147 11/nov TERÇA 17:57 3,15 0,70 33 680,47 3 9,365 1,80
148 11/nov TERÇA 17:58 2,56 0,70 33 558,20 2 9,365 1,48
149 11/nov TERÇA 17:59 5,91 0,70 33 604,48 5 9,365 1,60
150 11/nov TERÇA 18:00 0,84 0,70 40 850,59 1 9,365 1,86
151 11/nov TERÇA 18:01 3,50 0,70 33 816,56 4 9,365 2,17
152 11/nov TERÇA 18:02 4,41 0,70 33 648,07 4 9,365 1,72
153 11/nov TERÇA 18:05 2,66 0,70 33 805,82 3 9,365 2,14
154 11/nov TERÇA 18:06 1,34 0,70 33 533,20 1 9,365 1,41
155 11/nov TERÇA 18:07 4,34 0,70 33 658,52 4 9,365 1,75
156 11/nov TERÇA 18:08 5,44 0,70 33 656,70 5 9,365 1,74
157 11/nov TERÇA 18:09 1,38 0,70 33 517,75 1 9,365 1,37
158 11/nov TERÇA 18:10 3,19 0,70 33 671,94 3 9,365 1,78
159 11/nov TERÇA 18:11 2,34 0,70 33 610,68 2 9,365 1,62
160 11/nov TERÇA 18:12 1,53 0,70 33 466,99 1 9,365 1,24
161 11/nov TERÇA 18:16 1,84 0,70 33 388,31 1 9,365 1,03
162 11/nov TERÇA 18:18 1,25 0,70 33 571,59 1 9,365 1,52
163 11/nov TERÇA 18:19 1,78 0,70 33 401,40 1 9,365 1,06
164 11/nov TERÇA 18:20 3,09 0,70 32 693,68 3 9,365 1,90
165 11/nov TERÇA 18:21 1,50 0,70 32 476,33 1 9,365 1,30
166 11/nov TERÇA 18:23 4,22 0,70 32 677,24 4 9,365 1,85
167 11/nov TERÇA 18:24 3,94 0,70 32 544,03 3 9,365 1,49
168 11/nov TERÇA 18:25 1,81 0,70 32 789,49 2 9,365 2,16
169 11/nov TERÇA 18:26 3,03 0,70 32 707,42 3 9,365 1,93
170 11/nov TERÇA 18:27 3,97 0,70 32 539,92 3 9,365 1,48
171 11/nov TERÇA 18:29 2,41 0,70 32 889,41 3 9,365 2,43
172 11/nov TERÇA 18:30 3,97 0,70 32 359,95 2 9,365 0,98
173 11/nov TERÇA 18:31 3,82 0,70 32 561,12 3 9,365 1,53
174 11/nov TERÇA 18:32 2,38 0,70 32 600,41 2 9,365 1,64
175 11/nov TERÇA 18:34 5,25 0,70 32 544,38 4 9,365 1,49
176 11/nov TERÇA 18:35 2,28 0,70 32 626,75 2 9,365 1,71
177 11/nov TERÇA 18:36 4,41 lxxii
0,70 32 486,05 3 9,365 1,33
FONTE: OS AUTORES.

Gráfico 6 - Medições realizadas no dia 11/11/03 do ETE 03


VAZÃO ETE 03

FONTE : OS AUTORES.

4.1.4 CÁLCULO DA VAZÃO


9:54 12:18 14:42 17:06 19:30
O aeroporto internacional de Foz do Iguaçu localizado a 222,7165m de altitude conforme
HORA
anexo 1 registrou-se pressão atmosférica em média de 976,9 hPa, ( 9,641 atm. ) dados fornecidos
pela Aeronáutica anexo 2 .
Com a Estação de Tratamento de Esgoto, localizada na cidade de Foz do Iguaçu
a 134,799m de altitude tendo a pressão atmosférica local média calculada de 5,83atm.
Com estes valores podemos encontrar a normalização da Vazão do biogás através

lxxiii
fórmula(1) que poderá servir de referencia para futuros estudos e pesquisas na área de
conservação de energia. Com a normalização da vazão de biogás será possível
encontrar o valor da produção de um digestor em qualquer altitude.

Fórmula:
(P1 x V1) / T1 = (P2 x V2) / T2 (1)

Onde: 
Condições padrão =1
V1= Volume normalizado;
P1=1atm;
T1=15ºC;
Condição de operação =2
V2= Vazão medida;
P2= Pressão no local em atm.;
T2= Temperatura ambiente no local em ºC.
Exemplo:
V1= V2 x P2 x T1
P1 T2

V1= 0,36269 x 5,835 x 15


1 33
V1= 0,24778 Nm³/h
*Foram adotados o valor de temperatura de normalização de 15ºC segundo Azevedo
Netto prescreve no livro “Manual de Hidráulica” pg. 640.

lxxiv
4.1.5 PROCEDIMENTO ANALISE CROMATOGRÁFICA

A análise quantitativa em cromatografia é baseada em estabelecer o valor da


área da banda cromatográfica. Na cromatografia em coluna, isto é, gasosa ( CG ) e em
cromatografia líquida ( comumente de alta eficiência, CLAE) a banda é registrada como
um pico ( Figura 16 ) que, idealmente deve ter formato gaussiano.

Figura 16. Esquema de um Cromatógrafo gasoso e de um cromatograma obtido


por cromatografia gasosa.

FONTE: VALENTE A. L. P.( in memoriam ), AUGUSTO F., RIEDO F. R. C. UNIVERSIDADE


ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUIMICA.

Quando a banda cromatográfica é registrada na forma de pico, a sua área pode


ser calculada, como mostrado abaixo, como a área do triângulo isósceles que “engloba”
o pico cromatográfico ( Figura 17 ).

lxxv
Figura 17. A = ½ h·Wb. Cálculo da área de um pico cromatográfico por triangulação.
FONTE: VALENTE A. L. P.( in memoriam ), AUGUSTO F., RIEDO F. R. C. UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUIMICA.

4.1.5.1 RESUMO DO PROCEDIMENTO DA CROMATOGRAFIA.

Dispondo das áreas cromatográficas o que se faz é ( as etapas de 1 a 6


constituem o chamado Teste de Huber, baseado em medianas para rejeição de
anômalos ):
1. Dividir as áreas pelas correspondentes concentrações, para plotar um esboço
de curva de linearidade: A/C vs C.
2. Calcular a md das razões A/C.
3. Calcular as diferenças absolutas entre as A/C e md.
4. Obter a mediana mad dessas diferenças absolutas.
5. Calcular os IC = k • mad e estabelecer os limites superior e inferior ICS,I = md ± k •
md.

6. Rejeitar as A/C de valor acima ou abaixo dos ICS,I e, consequentemente, as


correspondentes áreas.
7. Aplicar a regressão linear às médias das áreas não rejeitadas e
concentrações para obter uma equação para a curva analítica.

lxxvi
8. Substituir os valores das concentrações nesta equação para obter áreas
interpoladas e calcular os resíduos.

Tabela 11 = Análise cromatográfica do biogás gerado no ETE.

lxxvii
FONTE: DEPARTAMENTO DE ENGª QUÍMICA BLOCO D-90 – U.E.M.
RESULTADO DA ANÁLISE DO BIOGÁS ETE 03 BEIRA RIO

Fat. de corr. ( F ): N2+O2 2,00


CH4 2,13
CO2 1,57
H2S 1,66

Dia 05/nov
Temperatura 25ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 153.072,00 117.834,00 1.074,00 271.980,00
1 F*A 306.144,00 250.986,42 1.686,18 558.816,60
Porcentagem 54,78 44,91 0,30 100,00
Área 124.586,00 95.195,00 863,00 220.644,00
2 F*A 249.172,00 202.765,35 1.354,91 453.292,26
Porcentagem 54,97 44,73 0,30 100,00

Dia 05/nov
Temperatura 25ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 133.198,00 87.823,00 1.139,00 222.160,00
1,00 F*A 266.396,00 187.062,99 1.788,23 455.247,22
Porcentagem 58,52 41,09 0,39 100,00
Área 133.369,00 90.298,00 972,00 224.639,00
2,00 F*A 266.738,00 192.334,74 1.526,04 460.598,78
Porcentagem 57,91 41,76 0,33 100,00
Área 132.518,00 88.379,00 972,00 221.869,00
3,00 F*A 265.036,00 188.247,27 1.526,04 454.809,31
Porcentagem 58,27 41,39 0,34 100,00

Dia 30/out
Temperatura 35ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 160.623,00 67.831,00 190,00 228.644,00
1 F*A 321.246,00 144.480,03 298,30 466.024,33
Porcentagem 68,93 31,00 0,06 100,00
Área 158.811,00 67.496,00 184,00 226.491,00
2 F*A 317.622,00 143.766,48 288,88 461.677,36
Porcentagem 68,80 31,14 0,06 100,00

OBSERVAÇÕES:
# Teve-se apenas três picos em todos as análises.

# Estes cálculos foram feitos considerando-se que o primeiro pico era N2 + O2,
o segundo CH4 e o terceiro CO2.

lxxviii
4.1.6 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS

O biogás produzido em biodigestor é constituído por outros gases alem do


metano (CH4), que servirá como combustível para a produção de energia. Quanto mais
purificado o biogás melhor será seu poder de combustão, para isto é necessário aplicar
formas de retirada dos gases que diminuem a sua eficácia. No trabalho efetuado foram
aplicados filtro de gás sulfidrico (H2S) com a intenção de diminuir ou eliminar o poder
de corrosão do gás nos equipamentos de compressão e armazenamento, bem como
melhorar sua combustão.
Seguindo os conceitos de purificação de biogás do livro intitulado “Evaluation of
Systems for Purification of Fuel Gas from Anaerobic Digestion” cataloga muitos
processos destinados à remoção de H2S e do CO2 , elaboramos filtros para retira o gás
sulfidrico e gás carbônico. Quando da seleção dos processos de purificação ou de
remoção do H2S e do CO2 para o obtenção do CH4 devemos levar em conta alguns
fatores:

9 Viabilidade técnica e econômica;


10 Mão de obra destinada à operação do processo;
11 Características físico-química do H2S e do CO2 .

Como o gás carbônico tem caráter ácido. Pode ser absorvido por soluções alcalinas, como
hidróxido de cálcio ou de sódio. Nestas reações são formados carbonetos e bicarbonatos de
diversas solubilidade, que devem ser removidos ou então impõem a troca da solução absorvente.
Para que se tenha uma idéia dos custos envolvidos, a absorção de 1 litro de gás carbônico requer
quase 2 litros de água de cal ou hidróxido de cálcio.
OBS: Como no nosso caso após a análise ter encontrado um coeficiente muito abaixo
do esperado, e conforme relato de outras fontes bibliográficas, com um valor pequeno não
interferirá na eficiência do motor não iremos fazer a remoção do CO2.

lxxix
4.1.6.1 PROCESSO PARA REMOÇÃO DO H2S – GÁS SULFÍDRICO

Esse processo, também conhecido como processo da esponja de ferro, é um dos


mais antigos métodos usados da remoção de compostos de enxofre de uma corrente
gasosa. É também um dos mais simples e o mais comumente usado nas plantas de
processo. Neste processo o H2S e removido complemente pela reação com o oxido de
ferro hidratado para formar Sulfeto Férrico.
A limalha de ferro deve ser regenerada periodicamente, ou continuamente
regenerado pela introdução de oxigênio atmosférico, o qual oxida o sulfeto férrico para
enxofre elementar e óxido férrico. No entanto o acúmulo de enxofre pode cobrir a
superfície do óxido e causar:
a) Perda da atividade da limalha;
b) Perda de carga excessiva, obstruindo a passagem do gás através de leito
filtrante.
Consequentemente o filtro deverá ser esvaziado e recarregado periodicamente. O
processo do óxido de ferro não remove agentes não oxidáveis como o dióxido de
carbono (CO2).

4.1.6.2 FILTRO PARA REMOÇÃO DO H2S

Para a construção do filtro foi utilizado um tubo, PP, PVC, DE FOFO, DN 150mm x
910 mm que recebeu flanges cegas nas suas extremidades, o mesmo tem uma
camada inicial preenchida pôr um frasco PET descartável de 2,5 litros, com 0,12 cm de
diâmetro para formar um vão livre de 0,15 cm de altura, garantido que o biogás possa
fluir pelo filtro. O restante 760mm é composto de palha de aço e limalha de ferro
conforme ( figura 18 ). Saída de superior de gás e saída inferior com a qual é purgada a
água formada pelo processo de limpeza.

lxxx
Figura 18 - Projeto do filtro para eliminar o H2S.

FILTRO PARA ELIMIAR H2S

SAÍDA DE GÁS LIMALHAS DE FERRO QUEIMADOR DE BIOGÁS

SAÍDA DE ÁGUA

FONTE: UTILIZAÇÃO DO GÁS METANO PROVENIENTE DA PURIFICAÇÃO DO GÁS DE


ESGOTO 1983.

4.1.6.3 OPERAÇÃO DO FILTRO PARA H2S

O biogás é introduzido na parte inferior do filtro para manter um fluxo


ascendente, com o qual em contato com a limalha e cavacos de ferro, sofrerá reação
química e após esta reação o gás é captado na parte superior estando livre de H2S
em sua composição.

lxxxi
4.2 CARGA ENERGÉTICA DO BIOGAS

Para que possa ser avaliada a importância da composição nas tabelas 12 e 13 são
apresentadas as propriedades do principal gás o metano. Destina-se essencialmente a finalidade
de suprimento energético, a partir de sua composição e dos poderes caloríficos dos componentes
pode ser determinado o poder calorifico global.

4.3 PROPRIEDADES GERAIS CH4 – METANO


5 Gás incolor, inodoro e sem sabor;
6 Inflamável;
7 Normalmente armazenado a altas pressões ( 3000 psi ) ou liqüefeito;
8 Pode ser armazenado através de zeolitos ( baixas a médias pressões);
9 Risco principal: fogo e alta pressão;
10 Não é tóxico;
11 Inflamável entre as concentrações de 5% a 15% ao ar;
12 Peso molecular: 16 ( 16,04 );
13 Densidade relativa: 0,5639 ( = 1 ) a 21 ºC;
14 Temperatura crítica -82,1 ºC;
15 Pressão crítica 47,34 kg/cm²;
16 Volume específico 1,48 m³/kg a 21 ºC;
17 Calor específico :
CP 0,5721 cal/gºC
CV 0,4032 cal/gºC
CP = 1,307
CV

6 Poder calorífico superior – 13.000 kcal/kg;


7 Poder calorífico inferior – 11.900 kcal/kg.

lxxxii
Tabela 12 - Propriedades fisiológicas dos principais constituintes do biogás.
Componentes Concentração Período de Efeitos
( % vol.) exposição (min)
CH4 50 - Asfixiante não toxico –
dor de cabeça
CO2 2 Asfixiante
3 Respiração acelerada,
Sonolência
4
6 30 dor de cabeça
30 30 asfixiante fatal
H2S 0,01 Superior a 60 Irritação olhos e mucosa
Dor de cabeça, vertigens;
Náuseas excitação,
0,02 60 insônia, inconsciência,
morte
0,05 30
0,1
FONTE: JEWELL, W. J. et alii.

Tabela 13 - Influencia da composição do poder calorifico do biogás


CH4 H2 CO2 Poder calorifico
% % % Kcal/m3
60 10 30 5374
50 10 40 4613
45 10 45 4094
40 10 50 3333
035 10 55 3240
FONTE: SATHIANATHAN, M. A. )

lxxxiii
Tabela 14 - Propriedades dos principais gases constituintes do biogás.

GÁS
PROPRIEDADE UNID. METANO CO2 H2 S HIDROGENIO
PODER
Kcal/kg 11.953
CALORÍFICO 2.900
Kcal/Nm³ 8.567
INFERIOR
INTERVALO % volume 4,36 –
1 – 46 6 – 71
EXPLOSIVO do ar 15,53
DENSIDADE
- 0,53
RELATIVA AO AR
DENSIDADE
G/l 0,7167 1,98 1,54 0,09
(GÁS) A 0ºC 1 atm.
DENSIDADE
Kg/l 0,35
( LÍQUIDO )
EQUIVALÊNCIA L
541
GÁS-LÍQUIDO gás/liquido
TEMPERATURA
ºC -82,5 31,1 100,4 -239,9
CRITICA
PRESSÃO CRITICA Atm. 45,8 73 88,9 12,8
PRESSÃO DE
Atm. 340
LIQUEFAÇÃO
AR PARA
L/l 9,5
COMBUSTÃO
GRAVIDADE - 0,55 1,5 1,2 0,07
ESPECIFICA
( RELATIVA AO AR )
FONTE: JEWELL, W.J.et alii; SATHIANATHAN, M.A;

lxxxiv
Tabela 15 - Comparativa de carga energética e econômica entre o metano CH4
combustíveis convencionais.
PODER
EQUIVALÊNCIA
CALORÍFICO
COMBUSTÍVEL DENSIDADE A 1M3 DE CH4
INFERIOR KCAL/
(95% PUREZA)
KG
Gasolina 10600 0,735kg/l 0,61 l
Diesel 10000 0,830kg/l 0,55 l
Fuel oil 10500 0,880kg/l
Glp 10000 0,585kg/l 1,43 kg
Metano 11950 0,715kg/m3 1 m3
kWh 0,74 l
Metano (95%) 11350 0,775kg/m3 1m3
FONTE: NIELSEN J. M. UTILIZAÇÃO DO GÁS METANO PROVENIENTE DA PURIFICAÇÃO DO
GÁS DE ESGOTO –SANEPAR- 1983

4.4 MOTOR COMBUSTÃO INTERNA.

Os motores do ciclo Otto usam como combustível gasolina, álcool ou uma


mistura dos dois. Os motores Otto, ademais, podem ser de 2 ou 4 tempos, além dos
motores rotativos Wankel. Em termos simples, o motor de combustão interna é
composto por um cilindro fechado na sua parte superior pelo cabeçote e na parte
inferior pelo cárter. Dentro desse cilindro sobe e desce o pistão, ligado pela biela ao
virabrequim.
O formato peculiar do virabrequim transforma em movimento rotativo o sobe e
desce do pistão no cilindro.

lxxxv
Motor de 4 Tempos

No cabeçote alojam-se as válvulas e a vela de ignição. As válvulas, uma de admissão e


outra de descarga, são acionadas pelo comando de válvulas, que é um eixo com ressaltos. Esses
ressaltos comprimem as válvulas contra as molas, criando uma abertura entre a válvula e o
cabeçote.
Depois que o ressalto se afasta da válvula, a mola torna a fecha-la. Em um motor a 4
tempos são necessárias 2 voltas completas do virabrequim para produzir 1 tempo de trabalho útil.
Os quatro tempos assim se resumem:

5. Admissão;
◊ Compressão;
5 Explosão;
6 Descarga.

2º tempo: Compressão:
TC = (V + v)/v (3)
onde
TC: taxa de compressão
V: volume do cilindro = Pi x r2 X h, onde:
Pi: constante matemática, igual a 3,1416
r: raio do pistão (metade do diâmetro)
h: curso do pistão
V: volume da câmara de combustão
O motor deverá ser estacionário ciclo Otto que deverá acionar um gerador
Para a transformação em energia elétrica.

lxxxvi
A maioria dos automóveis utiliza um motor de combustão interna a gasolina. Na
câmara de combustão do motor, uma mistura de vapor de gasolina e ar é comprimida e
inflamada por uma centelha das velas.
Os gases produzidos se expandem realizando trabalho e, em seguida, são
eliminados pelo escapamento, completando um ciclo que se repete.
O motor ciclo Otto é constituído de quatro transformações, duas adiabáticas e
duas isométricas, alternadas. Nessas condições, os motores são classificados como de
quatro tempos.
A mistura de vapor de gasolina e ar entra em A (admissão) e é comprimida
adiabaticamente (compressão) até B. De B para C (ignição), o volume permanece
constante e a mistura é aquecida: a pressão e a temperatura aumentam devido à
centelha elétrica da vela que produz a ignição da mistura.
Em seguida, de C para D (expansão), os gases expandem-se adiabaticamente
realizando trabalho motor. Finalmente, de D para A (descarga), temos um resfriamento
a volume constante completando um ciclo.
No ciclo, V1 e V2 são, respectivamente, os volumes mínimo e máximo da mistura
no cilindro. A relação é chamada taxa de compressão e é da ordem de 8 para um motor
moderno de combustão interna.
Gráfico 7 - Funcionamento do motor 4 tempos.

lxxxvii
FONTE : FISICA MODERNA.

4.5 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS A SEREM


UTILIZADOS:

4.5.1 GASÔMETRO

Gasômetro inflável para armazenamento a baixa pressão ( 1 a 10,2 bar ) para o


biogás em elastômero à base de borracha..

Vg = Vp [ 24- Tc ] (2)
24

Vg = volume do gasômetro.
vp = volume médio da produção.
TC = tempo de consumo.

A retenção do biogás será efetuada durante o período de 24 horas e ficará


armazenado dentro do gasômetro inflável. Recomenda-se adotar o coeficiente de 60%
de segurança.

Vg = 1,67 x 24

Vg = 40,00 m³
Vg = 40,00 x 60%
Vg = 64,00 m³

Será adotado para reservação do biogás um gasômetro com um volume de 70,00 m³.

lxxxviii
4.5.2 COMPRESSOR

O compressor para 0,83 a 3,57 m³/min, pressão 7 a 12,3 Bar com um motor de
7,5cv.
O gás será aspirado do gasômetro e comprimido e após descarregado no
reservatório de media pressão que alimentará o motor.

OBS: O compressor selecionado será utilizado para comprimir o biogás, caso o


motor a ser utilizado venha a apresentar baixo rendimento. Portanto manteremos
o compressor no dimensionamento e só será utilizado caso venha a ser
necessário.

4.5.3 ARMAZENAMENTO

O reservatório de armazenamento será construído em aço carbono com uma


capacidade de 500 litros/min, que suprirá as necessidades de combustível para o
acionamento do motor estacionário tipo ciclo Otto responsável pelo acionamento do
gerador.

OBS: O reservatório selecionado somente será utilizado para conter o


biogás, caso o motor a ser utilizado venha a apresentar baixo rendimento.
Portanto manteremos o reservatório no dimensionamento, que será utilizado caso
venha a ser necessário.

lxxxix
MOTOR COMBUSTÃO INTERNA.

O motor 1.8 tipo ciclo Otto 4 Tempos:


5 Potência 45 c.v.;
6 Combustível à Gasolina adaptado para trabalhar com biogás;
7 Rotação 3.600 rpm;
8 N.º cilindros 4;
Conforme dimensionamento abaixo:

CV = KVA x 0,80
0,736 x η
CV = KW
0,70
CV = 20 29 CV
0,7

η= 0,70 % GERADOR

Desempenho de um motor de combustão interna ciclo Otto, operando com biogás natural.
Tese Souza J. Unioeste 2004. Como a analise nos apresentou um percentual de Metano de 39,7%
temos:

CVT = 29 x 1.3943
CVT = 40,43 CV
Portanto vamos utilizar um motor de 40 c.v.

xc
4.6 GERADOR ELÉTRICO

A conversão do metano para a Gasolina ou Diesel (tabela 15) devemos levar em


conta para dimensionar o consumo do combustível para a transformação em energia
elétrica.
1 kwh 860 kcal
1 m³ 10KWh

11350 kcal/kg x 0775 kg/m³ = 8796 kcal/m³


Ou seja para cada 1 m³ de CH4 , é fornece energia equivalente a 10,22 kwh.
Com uma garantia de produção diária de 40,8 m³, mas com coeficiente de
40,43% de metano conforme análise ( tabela 11 ). Temos 16,50 m³ para geração de
energia convertendo 164,95 KW/diário. Para que o gerador tenha um funcionamento
por 10 horas, o mesmo será dimensionado para 20 kwh.
Com isso teremos uma margem de segurança de 20% no gerador.

xci
Figura 20 - Planta piloto proposta para geração de energia elétrica
PLANTA PILOTO PROPOSTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
E.T.E. 03 - BEIRA RIO FOZ DO IGUAÇU

ARMAZENAMENTO
GERADOR MOTOR

EQUIPAMENTOS A SEREM
UTILIZADOS SE NECESSÁRIO

TOCHA

12 kgf/cm²
GASÔMETRO COMPRESSOR

FILTRO
H2S
ÁGUA
ÁGUA
DIGESTOR
P/
DRENAGEM

FONTE : OS AUTORES
5. CUSTO BENEFÍCIO

No nosso estudo descartamos a remoção do CO2 porque na análise


cromatográfica ( tabela 11 ) apresentou um valor muito pequeno e conforme referencia
bibliográfica BIODIGESTÃO NOGUEIRA H. A. L. PG 86 “ para teores de co2 de até
45% não foi observada dificuldades, ou falha na operação dos motores. logo não
recomenda purificar o biogás para tais aplicações”.
Não podemos considerar o insumo energético necessário para processar a
purificação do gás de esgoto, porque no processo adotado não há consumo de energia
elétrica. Só podemos considerar apenas a energia elétrica consumida na umidade do
ETE 03, uma vez que não é usado produtos químicos, nem tampouco calor ou
qualquer outra forma de energia direta ou indiretamente.

xcii
5.1 GASÔMETRO

Capacidade: 70 m³ N/dia;
Tipo: semi-esferica;
Material: Elastômero
Custo : R$ 5.850,00

5.2 FILTRO PARA REMOÇÃO DO H2S

O filtro para remoção foi utilizado material fornecido pela Sanepar com isso
reduzindo os custos para sua fabricação e instalação.

5.3 ** COMPRESSOR

Capacidade: 0,83 a 3,57 m³/min,


Tipo: alternativo;
Pressão: 7 a 12,3 bar;
Potência: 7,5 c.v.
Custo : R$ 7.568,00

xciii
5.4 ** ARMAZENAMENTO

Capacidade: 500litros/hora;
Tipo: esférico, vertical;
Material: Aço Carbono;
Custo : R$ 6.500,00

5.5 MOTOR

Potência: 40 c.v.;
Tipo: Estacionário;
Combustível: Gasolina/gás metano;
Custo : R$ 6.500,00.
Kit adaptação para gás: R$ 868,00.

5.6 ALTERNADOR/GERADOR

Capacidade: 20 KVA;
Custo : R$ 2.000,00
Equipamentos elétricos: R$ 2.450,00

6. CUSTO DA INSTALAÇÃO

* Instalação física doação Sanepar 8.000,00


Instalação Elétrica 8.050,00
Gasômetro 5.850,00
Diversos 2.890,00

xciv
** Compressor baixa pressão 7.568,00

** Reservatório 500 litros 6.500,00


Motor com gerador 10.950,00
** Kit conversão motor 868,00
* Rede elétrica baixa tensão doação social 14.340,00
----------------
R$ 27.740,00
R$ 14.936,00
R$ 22.340,00

OBS: Caso haja necessidade de melhoria na eficiência do motor, para a


conversão de biogás em energia será necessário adicionar ao custo da planta os
equipamentos com ** Ou seja levar em consideração o acréscimo de R$
14.068,00.
Os materiais com * serão executados com doação, uma vez que o trabalho
visa uma ação social para as populações carentes próximas a instalação do
ETE03.

Para um custo de implantação de R$ 50.080,00 reais, e o consumo normal da


unidade é de 34 KW a 0,37210 com um custo de R$ 12,65 reais/mês. No entanto a
produção de 20 kwh teríamos uma produção de 4.800,00 KW/mês. O que nos daria R$
1.786,00 por mês, não fazendo a depreciação natural das instalações teríamos o
retorno em 28 meses. Como o excedente da energia vai ser distribuída para residências
próximas ao ETE 03 sem custo aos moradores, fazendo uma ação social tendo em
vista as dificuldades dos moradores por residirem num local desprovido de energia
elétrica a cobrança não teria sentido. O cálculo do consumo foi levado em base uma
média de 250 KW/mês para cada residência, o que daria para abastecer 15
residências em torno de 80 m².

xcv
A intenção é ligar um motor apropriado para geração de energia com biogás produzido
pela TRIGÁS ( figura 21 ) . O equipamento será ligado diretamente a rede de
energia fornecida pela Copel ( figura 22 ), com isso a cumutação será automática
uma vez que a sobra de energia gerada será enviada para a rede da Copel.

Figura 21 - Equipamento fornecido pela TRIGÁS.

FONTE : WWW.TRIGÁS.COM.BR

Figura 22 - Tipo da instalação do equipamento TRIERNET

FONTE : WWW.TRIGÁS.COM.BR

xcvi
7. CONCLUSÃO

O tratamento de águas residuárias é necessário e crescente em nosso país, além


de tratar a água que será jogada nos efluentes também diminui a carga poluídora dos
resíduos sólidos existente nos esgotos. O tratamento do esgoto gera ainda recursos que
podem ser aproveitados para a produção de energia, o biogás vem mostrando um
grande potencial em seu aproveitamento energético.
O biogás é o resultado da transformação de elementos químicos através de bactérias
anaeróbicas que liberam o gás metano, combustível para a produção de energia em motores de
combustão interna para geradores de energia elétrica e realizar trabalhos com outros
equipamentos.
Nesse trabalho apresentamos o aproveitamento do biogás produzido em uma estação de
tratamento de esgoto da SANEPAR, utilizando na produção de energia elétrica através de um
conjunto motogerador.
Para chegar as considerações finais foram realizadas várias etapas para levantar a viabilidade
do projeto. Dentro das etapas do estudo da viabilidade do projeto estão:
5 Confecção de equipamentos de derivação;
• Medição do biogás;
◊ Coleta do biogás;
◊ Purificação do biogás;
◊ Dimensionamento;
5 Estudo da viabilidade econômica;
◊ Levantamento da produção da produção do ETE 03 Berra Rio da cidade de Foz do Iguaçu.
Com alguns dados em mãos foi possível dimensionar a carga energética do biogás que será
aplicado no processo de obtenção de energia elétrica.
A produção de energia elétrica através do uso do gás gerado em biodigestores torna-se viável
ao longo do tempo, com a utilização de um recurso renovável e possível amortizar os custos da co-
geração com o passar do tempo e tornar a atividade bastante viável economicamente, bem como
colaborar com o desenvolvimento de novas tecnologia neste ramo.

xcvii
Este trabalho não pretendeu, nem poderia pretender, esgotar um assunto tão amplo e
dinâmico como o aproveitamento do biogás. Seu principal objetivo foi despertar o interesse e
mostrar o potencial, muitas vezes desperdiçado, de um projeto ainda pouco divulgado no Brasil.
evitou-se, ate aqui rechear o texto de citações, contudo foi indispensável a consulta a inúmeras
publicações e experiências praticas de projetos já aplicados com relação ao aproveitamento de
biogás.

xcviii
BIBLIOGRAFIA

TRATAMENTOS BIOLOGICOS DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS. Silva A. S. Mara D.


D.1979.
BIOGÁS PRODUCTION & UTILIZATION. Price C. E., Cheremisionoff N. P..
BIODIGESTÃO A ALTERNATIVA ENERGÉTICA. Nogueira H. A. L.– São Paulo:
Nobel 1986.
UTILIZAÇÃO DO GÁS METANO PROVENIENTE DA PURIFICAÇÃO DO GÁS DE
ESGOTO. Nielsen J. M. Sanepar Cia de Saneamento Paraná SANEPAR 1983.
MANUAL DE BIOGÁS. Parchen A. C. EMATER – Pr, DEPRO/CONER 1979.
PRODUÇÃO DE BIOGÁS. Craveiro M. A. IPT São Paulo 1982.
ENERGY ALTERNATIVE FUEL-NA INTRODUCTION. R.W.J. Yong Ministério da
Agricultura e Pesca NOVA Zelândia 1980 Tradução Eng. Celso Savelli Gomes 1982.
GÁS DE ESGOTO NETTO A. M. J. REVISTA D.A.E. DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E
ESGOTOS DE SÃO PAULO N.º 41 JUNHO 1961 ANO 22 SABESP 1ª
PARTE
GÁS DE ESGOTO NETTO A. M. J. REVISTA D.A.E. DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E
ESGOTOS DE SÃO PAULO N.º 42 SETEMBRO 1961 ANO 22 SABESP 2ª
PARTE
ESGOTO TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS POR PROCESSO
ANAERÓBIO E DISPOSIÇÃO CONTROLADA NO SOLO CAMPOS R. J. 1999 RIO DE
JANEIRO PROSAB EDITORA PAYM

xcix
Para quem tem interesse no artigo fica meu E-mail para contato
mauricioa@sanepar.com.br,
ou sobre geração de energia renovável.

Maurício Azevedo
Tecnólogo Eletromecânica.

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