Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO ESGOTO SANITÁRIO
MEDIANEIRA
2004
MAURÍCIO AZEVEDO
MAURÍCIO CARVALHO DA SILVA
OSMAR INÁCIO TAUCHEST
Orientador Tecnologia
Eletromecânica : Prof. Amauri Massochin
Orientador Tecnologia
Ambiental : Prof. Laércio M. Frare
MEDIANEIRA
2004
ii
LISTA DE ASSINATURAS
__________________________________________
PROF. AMAURI MASSOCHIN
PROF. ORIENTADOR TECNOLGIA ELETROMECÂNICA
_________________________________________
PROF. LAÉRCIO MANTOVANI FRARE
PROF. ORIENTADOR TECNOLOGIA
AMBIENTAL
_______________________________________
PROF. EDILAR BENTO ANTONIOLLI
PROF. ELETROMECÂNICA (CONVIDADO)
__________________________________________
PROF. CARLOS ALBERTO JUCHEN
PROF. AMBIENTAL (CONVIDADO)
__________________________________________
PROF. Dr. JOSÉ AIRTON AZEVEDO DOS SANTOS
COORDERNADOR DE CURSO ELETROMECÂNICA
iii
OFERECIMENTO
Às nossas famílias.
À nossos amigos.
iv
“ Quando lhe disserem que algo em que
você acredita é impossível, tenha paciência.
Talvez ele não saiba de verdade que a vida é o
eterno ato de transformar o impossível em
realidade.”
( Roberto Shinyashiki )
v
AGRADECIMENTOS
À Deus.
Às nossas famílias.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................. 1
2 OBJETIVO....................................................................................... 3
CAPÍTULO 1 5
vii
1.2 FATORES IMPORTANTES NA DIGESTÃO ANAERÓBIA.........................17
1.2.1 FATORES AMBIENTAIS.................................................................. 17
1.2.1.1 TEMPERATURA.................................................................... 17
1.2.1.2 ALCALINIDADE E PH........................................................... 19
1.2.1.3 NUTRIENTES........................................................................ 19
1.2.2 OUTROS FATORES........................................................................ 17
1.2.2.1 IMPERMEABILIDADE DO AR.............................................. 20
1.2.2.2 CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO DE CARGAS TOXICAS. 21
1.2.2.3 TEOR DE ÁGUA.................................................................... 21
1.3 GÁSES EXALADOS EM RALF........................................................ 22
CAPÍTULO 2 25
2.1 MICRORGANISMOS ANAERÓBIO................................................. 25
2.2 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS............................................................ 31
2.3 ARMAZENAMENTO DO BIOGÁS................................................... 32
2.4 BIOTRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDÁRIAS E RESIDUOS......... 34
2.4.1 DEMANDA TEÓRICA DE OXIGÊNIO................................... 35
2.4.2 DEMANDA QUIMÍCA DE OXIGÊNIO.................................... 36
2.4.3 DEMANDA BIOQUIMICA DE OXIGÊNIO............................. 36
2.5 EFICIÊNCIA DA TRATAMENTO......................................................38
CAPÍTULO 3 42
3.1 DESCRIÇÃO DO SISTEMA EXISTENTE........................................ 42
3.2 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO........................ 44
3.2.1 CANAL DE ENTRADA........................................................... 44
3.2.2 GRADEAMENTO................................................................... 44
3.2.3 CALHA PARSCHAL...............................................................44
3.2.4 DESARENADOR................................................................... 44
3.2.5 RALF REATOR ANAERÓBIO............................................... 45
3.2.6 ELEVÁTÓRIA DE LODO....................................................... 45
viii
3.2.7 LEITOS DE SECAGEM......................................................... 45
3.2.8EMISSÃO FINAL................................................................... 45
CAPÍTULO 4 47
4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PRÁTICAS.................................. 47
4.1.1 PROJETO DE CAPTAÇÃO DO BIOGÁS.............................. 48
4.1.2 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DO BIOGÁS.....................51
4.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DO BIOGÁS....................... 52
4.1.4 CÁLCULO DE VAZÃO........................................................... 57
4.1.5 PROCEDIMENTO DE ÁNALISE CROMATOGRAFICA....... 58
4.1.5.1 RESUMO PROCEDIMENTO DA ANÁLISE
CROMATOGRÁFICA............................................ 60
4.1.6 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS................................................ 62
4.1.6.1 PROCESSO PARA REMOÇÃO
DO H2S............................................................. 63
4.1.6.2 FILTRO PARA REMOÇÃO H2S. .....................63
4.1.6.3 OPERAÇÃO DO FILTRO PARA H2S............... 64
4.2 CARGA ENERGÉTICA DO BIOGÁS............................................... 65
4.3 PROPRIEDADES GERAIS DO CH4.................................................65
4.4 MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA............................................. 70
4.5 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS............................... 71
4.5.1 GASÔMETRO........................................................................71
4.5.2 COMPRESSOR..................................................................... 72
4.5.3 ARMAZENAMENTO.............................................................. 72
4.5.4 MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA...................................73
4.5.5 GERADOR ELÉTRICO.......................................................... 74
5 CUSTO BENEFÍCIO.........................................................................75
5.1 GASOMETRO........................................................................75
5.2 FILTRO REMOÇÃO H2S....................................................... 75
5.3 COMPRESSOR..................................................................... 76
ix
5.4 ARMAZENAMENTO.............................................................. 76
5.5 MOTOR..................................................................................76
5.6 ALTERNADOR/GERADOR................................................... 76
6. CUSTO INSTALAÇÃO..................................................................... 77
7. CONCLUSÃO................................................................................... 79
8. BIBLIOGRAFIA.................................................................................
82
9. ANEXOS.......................................................................................... 83
x
ABREVIAÇÕES
xi
LISTA DE FIGURAS
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
LISTA GRÁFICOS.
xiv
RESUMO
• Ambientais;
• Externos.
Após foi executada a purificação do biogás, através de filtros para H2S e CO2.
Dimensionamento de equipamentos a serem utilizados em Planta Piloto para geração
de energia.
xv
ABSTRACT
The gas methane is an important power plant and one of the gases that
significantly contribute for the effect greenhouse. The description of the Biological
process where it tells the periods of the chemical reactions for the production of biogas.
All the important factors such as:
• Ambient;
• External.
After the purification of biogas was executed, through filters for H 2S and CO2.
Sizing of equipment to be used in Plant Pilot for energy generation.
xvi
6 INTRODUÇÃO
xvii
Com a evolução tecnológica do tratamento de esgoto em ambientes confinados e
controlados foram concebidos novos reatores com processo anaeróbio ( ausência de
oxigênio presente na forma molecular ), possibilitando estudos para aproveitamento do
biogás. Obtido a partir de um processo da degradação da matéria orgânica, gerado
nestes reatores, que apresenta elevada concentração de Metano (CH4).
A Estação de Tratamento de Esgoto Tipo RALF (Reator Anaeróbio de Lodo
Fluídizado ) ETE 03 Beira Rio da SANEPAR, localizada em Foz do Iguaçu, foi
escolhida por ter um volume de esgoto constante, é o processo de tratamento utilizado
é a digestão anaeróbia, tendo como principais produtos resultantes do tratamento:
Biogás (composto principalmente de metano);
Lodo.
xviii
1 OBJETIVOS
xix
Figura 1 - Localização ETE 03 Beira Rio Foz do Iguaçu.
FONTE: URFI.
xx
CAPÍTULO 1
xxi
Tabela 1 – Composição de urina e fezes humanas
COMPOSIÇÃO DE URINA E FEZES HUMANAS.
QUANTIDADE FEZES URINA
(Úmida) por pessoa, por dia 135 – 270 g 1,0 - 1,31 kg
(Sólidos secos) por pessoa, por dia 35 – 70 g 50 – 70 g
COMPOSIÇÃO APROXIMADA %
Umidade 66 – 80 93 – 96
Matéria orgânica 88 – 97 65 – 85
Nitrogênio 5,0 – 7,0 15 – 19
Fósforo ( P2 O5 ) 3,0 – 5,4 2,5 – 5,0
Potássio ( K2 O ) 1,0 – 2,5 3,0 – 4,5
Carbono 44 – 55 11 – 17
Cálcio 4,5 4,5 – 6,0
FONTE: H. B., GOTAAS, Composting: Sanitary Disposal and Reclamation of Organic
Wastes, World health Organization, 1956.
ÁGUAS RESIDUÁRIAS
99,9 % 0,1 %
ÁGUA SÓLIDOS
70 % 30 %
ORGÂNICOS INORGÂNICOS
FONTE: T.H.Y. TEBBUT, Principles of Water Quality Control, Pergamon, Oxford, 1970.
xxii
1.1.1 PROCESSO BIOLÓGICO ENVOLVIDO
A biodigestão é feita por bactérias que para sobreviverem usam como fonte de
alimento a matéria orgânica. O material vegetal é a melhor fonte de alimento para
animais e bactérias devido ao seu alto teor de carboidratos. Este pode ser utilizado
diretamente pelas bactérias mas o processo é mais rápido se as plantas forem
quebradas em pedaços menores por um animal cujo estômago reduz o tamanho do
material vegetal e o solubiliza. Os animais como o boi por exemplo, excreta uma grande
quantidade de matéria orgânica que não foi capaz de absorver ou não necessitou por
estar bem alimentado.
Os resíduos orgânicos mais convenientes para alimentar os biodigestores são as
fezes de animais como o esterco bovino, avícola e suíno. No caso de dejetos humanos
o processo pode ser aplicado, porém devido ao elevado teor de água (99%) ( figura 2 )
há necessidade de um tratamento prévio para produção de lodo, e este pode ser
utilizado no biodigestor.
Resíduos de fazenda consistem geralmente de dejetos de animais com umidade variando
entre 75% e 95% e alto teor de matéria orgânica, muito superior aos resíduos domésticos. A
diferença está na maneira de recolher estes dejetos, os resíduos animais são manipulados como
semi-sólidos enquanto que os domésticos são líquidos.
A tabela 2 apresenta a composição da fase sólida dos resíduos de uma pocilga e do esgoto
urbano.
xxiii
A matéria orgânica pode ser definida como tudo o que foi ou é vivo, vegetal,
animal ou bactérias. Constitui-se de diversos tipos de moléculas, compostas
principalmente de carbono, associado a outro elementos como hidrogênio, oxigênio e
nitrogênio. Embora essas moléculas possam diferir consideravelmente em função do
tipo de vida que as originaram, existem três tipos básicos de moléculas encontradas
em qualquer matéria orgânica:
xxiv
Quando as bactérias degradam moléculas complexas como a celulose, a primeira
etapa consiste em quebrar as ligações entre as unidades básicas. Isto é realizado pelas
enzimas, liberadas pelas bactérias especificamente para fazer esse desdobramento,
pois não são capazes de absorver grandes moléculas pelo organismo. De fato, animais
tem dificuldades em degradar celulose, necessitando de bactérias, que vivem em seu
sistema digestivos, para obter a glucose, um carboidrato que podem absorver.
Dessa forma, para as bactérias alimentarem-se de moléculas complexas, são
separadas em unidades mais simples, utilizando a energia contida em sua estrutura
partindo em fragmentos para construir suas próprias moléculas. Esta subsequente
degradação de quase todas unidades, sejam elas proteínas, carboidratos ou gorduras,
geralmente conduz à produção de ácido acético, que detém uma posição chave no
metabolismo da célula figura 4. Glucose é a partida para produzir acetato, um sal do
ácido acético, e dióxido de carbono, enquanto as gorduras são degradas pela simples
liberação de uma molécula de acetato a partir de sua longa cadeia. Existem diversos
processos bioquímicos para essas transformações, sendo usualmente acompanhadas
pela cessão de energia em forma útil a célula.
O processo de desdobramento da glucose pode ocorrer na ausência do ar e é
comum para muitas formas de bactérias, pôr exemplo, os fermentos, que transformam
a glucose em álcool e dióxido de carbono, nas demais bactérias, entretanto, o acetato
formado ainda pode ser degradado para liberar mais energia e dióxido de carbono. Este
processo requer oxigênio, e é neste ponto que podemos diferenciar as bactérias
aeróbias ( com oxigênio ) das anaeróbias ( sem oxigênio ). A maioria das bactérias
anaeróbias não podem fazer uso do acetato formado, pois não é capaz de usar o
oxigênio, expelindo o excesso de ácido acético no ambiente.
Existem algumas espécies que podem utilizar o acetato e converte-lo em
metano. Apesar de significar algum consumo de energia, a produção de metano, pela
bactéria metalogênica, ela encontra no acetato ou no dióxido de carbono dissolvido,
não apenas uma fonte de carbono, como também uma fonte potencialmente oxidante,
no lugar do oxigênio.
xxv
O oxigênio mata qualquer bactéria anaeróbia metanogênica. A figura 4 apresenta
a diferença entre a digestão da matéria orgânica por uma bactéria anaeróbia e por uma
bactéria aeróbia.
CRESCIMENTO E
MANUTENÇÃO DA
BACTERIA
ANAERÓBICA
PLANTAS ANIMAIS
COMBUSTÃO
CH + CO
MOLÉCULAS 4 2 CO + H O
2 2
BACTÉRIA
RESÍDUO ORGÂNICAS ACETATO
ORGÂNICO SIMPLES
CRESCIMENTO E CO + H O
2 2
MANUTENÇÃO DA
BACTÉRIA AERÓBICA
xxvi
1.1.2 PROCESSOS DE CONVERSÃO EM SISTEMAS ANAERÓBIOS.
METANOL CH + CO
4 2
FORMATO
COMPLEXOS
ETANOL H + CO CH
HIDROGÊNIO
2 2 4
2 PROPANOL ÁCETATO
BUTANOL BUTIRATO
CO
2 CH ÁCETATO CH
4 4
COMPOSTOS
GLICEROL
CH
LACTATO PROPRIONATO CO 4
2
SUCCINATO
xxvii
1.1.3 - HIDRÓLISE PERÍODO DE PRODUÇÃO INTENSIVA DE ÁCIDOS.
xxviii
1.1.4 - ACIDOGÊNESE PERIÓDO DE DIGESTÃO DE ÁCIDOS.
Neste processo temos algumas moléculas que são degradas diretamente nas
células das bactérias fermentativas e, após a acidogênese ( figura 6 ) excretadas
como substâncias orgânicas simples como ácidos graxos voláteis de cadeia curta
( AGV ), álcoois, ácido láctico e compostos minerais como CO2, H2, NH3, H2S etc. A
fermentação acidogênica é realizada por um grupo diversificado de bactérias, das quais
a maioria é anaeróbia obrigatória. Entretanto, algumas espécies são facultativas, e
podem metabolizar material orgânico por via oxidativa.
Isso é importante nos sistemas de tratamento anaeróbio de esgoto, porque o
oxigênio dissolvido, eventualmente presente poderia se tornar uma substancia tóxica
para as bactérias metanogênicas se não fosse removido pelas bactérias acidogênicas
facultativas.
Essas bactérias facultativas, podem atuar tanto em meio aeróbio como
anaeróbio. O oxigênio necessário para efetuar essas transformações é retirado dos
compostos que constituem o material orgânico, elas são importantes não apenas por
produzirem alimento para as bactérias anaeróbias, como também pôr eliminarem
quaisquer traços de oxigênio dissolvido que tenha permanecido no material orgânico.
Estas bactérias produtoras de ácidos transformam moléculas de proteínas,
gorduras e carboidratos em ácido orgânicos ( ácido láctico, ácido butílico ), etanol,
amônia, hidrogênio e dióxido de carbono e outros. após as bactérias terem consumido
todo o alimento possível da matéria orgânica, passam a consumir os produtos residuais
de suas próprias células, constituídas de proteínas e carboidratos.
Produção de pequenas quantidades de gás, CO2, nitrogênio e hidrogênio.
Produção de compostos da amônia e bicarbonatos.
Mau cheiro causado por H2S, indol e mercaptanas, grande parte dos sólidos
passa a sobrenadar ( 1 / 2 a 4 / 5 ). O PH se eleva até 6,6 ou mesmo 6,8 (Netto A. M.
J. GÁS DE ESGOTO1961).
xxix
Figura 6 - Seqüência de processos na digestão anaeróbia de macro moléculas
complexas (os números referem-se a porcentagens, expressas como DQO. )
39
21 40 HIDRÓLISE
5 34
66
34
ACIDOGÊNESE
46 15
5
ÁCIDOS
PIRUVATO OUTROS PROPIONATO
GRAXOS
1 9 23
11 ACETOGÊNESE
35 4 6 11
ACETATO HIDROGÊNIO
METANOGÊNESE
70 30
ACETRÓFICA HIDROGENOTRÓFICA
METANO
100 % D.Q.O.
xxx
1.1.5 - ACETOGÊNESE PERÍODO DE DIGESTÃO INTENSA OU DE
FERMENTAÇÃO ALCALINA.
CH3COO - H+ CH4 + CO
Metanogênese Hidrogenotrófica:
xxxi
As bactérias que produzem metano a partir de hidrogênio crescem mais
rapidamente que aquelas que usam ácido acético, de modo que as metanogênicas
acetrotróficas geralmente limitam a velocidade de transformação do material orgânico
complexo. proteínas, aminoácidos, celulose etc.
Esta fase limita a velocidade da cadeia de reações devido principalmente à
formação de microbolhas de metano e dióxido de carbono em torno da bactéria
metanogênica, isolando-a do contato direto com a mistura da digestão. Razão pela qual
a agitação do digestor a produzir gás, depende das diversas populações bacterianas e
a fatores não biológicos, com os quais os organismos estão ligados. A última etapa na
produção do biogás é a formação de metano ( figura 6 ).
As bactérias metanogênicas, as que formam o metano, transformam o
hidrogênio, o dióxido de carbono e o ácido acético em metano ( CH4 e CO2 ).
Digestão de materiais mais resistentes. Proteínas, aminoácidos, celulose, etc.,
são atacados ( além de outros compostos nitronegenosos). Produção de amonea, sais
de ácidos orgânicos e grandes volumes de gás principalmente o metano. Cheiro de
alcatrão, pequena ou nenhuma quantidade de sólidos sobrenadantes. O PH passa para
a zona alcalina: 6,9 a 7,4. Os lodos apresentam o efeito tampão, não se alterando o PH,
mesmo com a adição de volumes apreciáveis de ácidos ou alcalis ( lodo rico em flora e
enzimas ). O BDO é rapidamente reduzido(Netto A. M. J. GÁS DE ESGOTO1961).
As bactérias envolvidas na formação do biogás atuam de modo simbiótico. As
bactérias que produzem ácidos geram os produtos que serão consumidos pelas
bactérias metanogênicas. Sem esse consumo, o acúmulo excessivo de substâncias
tóxicas afetaria as bactérias produtoras de ácidos.
xxxii
FATORES IMPORTANTES NA DIGESTÃO ANAERÓBIA
1.2.1.1 TEMPERATURA
xxxiii
Com a faixa de temperatura variando, há a flutuação nos resultados do processo
final. Como a variação da produção do gás versus a temperatura conforme gráfico 1.
Para uma temperatura do digestor ( 20 a 25 ºC ) o tempo de retenção dos sólidos é
aproximadamente duas vezes mais. A qualidade do gás produzido pode ser um
parâmetro indicador do processo estabilizado favoravelmente. Também se pode obter
biogás com biodigestores trabalhando na faixa de 50 a 60 ºC ( bactérias termofílicas ).
O mais importante é que não deve haver variações bruscas de temperatura, pois,
do contrário, as bactérias não sobrevivem ,e portanto, a produção do biogás diminui
consideravelmente.
12
GÁS PRODUCTION ( L/DAY )
10
0
10 20 30 40 50 60 70
TEMPERATURE ( ºC )
xxxiv
1.2.1.2 ALCALINIDADE E PH
1.2.1.3 NUTRIENTES
xxxv
A matéria seca, também chamada de sólidos totais, compreende duas frações:
os sólidos fixos ou cinzas, correspondes a parte restante após a queima da matéria
orgânica, e os sólidos voláteis (fração queimada).
No processo de produção de biogás, somente uma fração dos sólidos voláteis é transformada em
biogás. Isto significa que o produto resultante da fermentação ainda contém matéria orgânica e
sólidos fixos.
Um ponto importante a se observar, para se conseguir uma fermentação intensa,
é o concorrente à relação C/N( Carbono/Nitrogênio ), respectivamente. Os vegetais têm
relativa estabilidade na quantidade de carbono que apresentam, isto é:
aproximadamente 46% do peso da matéria seca, mas uma variação muito intensa no
teor de nitrogênio, fazendo com que a relação C/N mude intensamente.
Além do carbono, as bactérias necessitam de nitrogênio para sintetizar as
proteínas, devendo existir nos biodigestores uma proporção correta entre o carbono e
nitrogênio. Se houver nitrogênio em excesso ele não será consumido e se acumulará
geralmente como amônia, que pode matar as bactérias. No caso de esterco de animal,
onde se tem excremento de animais e urina misturados, o teor de N é pôr volta de 2% e
a relação C/N é de 1/4. Caso o teor de amônia for muito elevado deve-se diluir o
material com água para que a concentração mantenha-se abaixo do limite tóxico.
Outros nutrientes ( tabela 3 )são necessários para que o digestor funcione bem.
São eles o fosfato, o cálcio, o magnésio, o potássio, o zinco e o ferro e algumas vezes o
cobalto.
1.2.2.1 IMPERMEABILIDADE AO AR
xxxvi
1.2.2.2 CAPACIDADE DE ASSIMILAÇÃO DE CARGAS
TOXICAS.
xxxvii
1.3 GASES EXALADOS EM REATORES ANAERÓBIOS
( RALF ).
METANO ( CH4 );
GÁS CARBÔNICO (CO2 );
GÁS AMONÍACO ( NH3 );
GÁS SULFÍDRICO ( H2S );
HIDROGÊNIO ( H2 );
NITROGÊNIO ( N2 ).
Porém, há muitos outros gases que também podem ser gerados nos processos
envolvidos. A figura 7 apresenta um esquema geral pertinente às etapas da degradação
em ambiente anaeróbio, destacando os principais gases gerados.
xxxviii
Figura 7 - Principais produtos gasosos gerados em reatores anaeróbios
FONTE: Adaptado de Cristensen, T.H. et al (1992).
MATÉRIA ORGÂNICA MATÉRIA ORGÂNICA
( DISSOLVIDA ) ( SUSPENSÃO )
HIDRÓLISE
MATÉRIA ORGÂNICA
DISSOLVIDA
SULFATOS
SO 2 - FERMENTAÇÃO
4
ÁCIDOS, ACETATO
REDUÇÃO DO ACETOGÊNESE
GRAXOS E
SULFATO
ALCOOIS
METANO
METANOGÊNESE
( CH4 )
(BACTÉRIAS
HIDROGENOTRÓFICAS )
xxxix
A produção de biogás, por pessoa atendida em uma ETE, pode variar
predominantemente, na faixa de 5 a 20 l/pessoa/dia, sendo que a participação de
metano, em volume, pode variar na faixa de 50 % a 70 %, na maior parte dos casos. O
restante é composto por CO2, NH3, nitrogênio, H2, nercaptanas, outros gases e vapor de
água. Na tabela 4 apresentamos algumas características desses gases.
xl
Capitulo 2
xli
Figura 8 - Esquema que representa o fluxo de carbono durante a decomposição
anaeróbia da matéria orgânica complexa a metano
FONTE: MICROBIOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL.
xlii
Tabela 6 - Exemplos de espécies de bactérias anaeróbias presentes nos
tratamentos de rejeitos por biodigestão anaeróbia.
xliii
Os intermediários metabólicos de um grupo de bactérias podem servir como
nutrientes ao crescimento de outras espécies. Assim, observa-se a ocorrência de várias
reações de degradação dos compostos orgânicos e a dependência das mesmas da
presença do hidrogênio formado no sistema.
xliv
Tabela 7. Exemplos de reações que ocorrem nos biodigestores anaeróbios, e as
energias livres destas reações sob condições padrão de ocorrência.
( G0 ) ( G1 )
REAÇÕES ( kcal/ ( kcal/
reação ) reação )
Conversão da glucose em metano e dióxido de
-96,5 -95,3
carbono C6H1206 + 3H2O ( 3CH4 + 3HCO3- + 3H+
Conversão da glucose em acetato e hidrogênio
-49,3 -76,1
C6H1206 + 4H2O( 2CH3COO - + 2HCO3- + 4H+ + 4H2
Metanogênese do acetato CH3COO- + H2O( CH4 +
-7,4 -5,9
HCO3 -
Metanogênese do hidrogênio e dióxido de carbono
-32,4 -7,6
4H2 + HCO3- + H+ (CH4 + 3H2O
Acetogênese do hidrogênio e dióxido de carbono
-25,0 -1,7
4H2 + 2HCO3- + H+ ( CH3COO- + 4H2O
Oxidação de aminoácido Leucina + 3H2O
+1,0 -14,2
( isovalerato + HCO3- + NH4+ + 2H2
Oxidação do butirato a acetato CH3CH2CH2COO- +
+11,5 -4,2
2H2O (2CH3COO- + H+ + 2H2
Oxidação dopropionato a acetato CH3 CH2COO- +
+18,2 -1,3
3H2O - ( CH3COO- + HCO3- + H++ 3H2
Oxidação do benzoato a acetato C7 H5 O2- + 7H2O
+21,4 -3,8
( 3CH3COO- + HCO3- + 3H+ + 3H2
Desalogenação redutiva H2 + CH3 Cl ( CH4 + H++
-39,1 -29,0
Cl- )
FONTE: ZINDER apud GLAZER & NIKAIDO (1995).
xlv
Os dados das variações de energia livre das reações mostrados na Tabela 7, e
associados à oxidação anaeróbia da glucose, ácidos orgânicos, aminoácidos e
benzoato pelas bactérias fermentativas e acetogênicas produtoras de hidrogênio,
indicam a necessidade de baixas pressões parciais de hidrogênio no sistema. A
metanogênese hidrogenotrófica e acetoclástica ocorre sob pressões parciais de
hidrogênio da ordem de 10-4 atm. Portanto, este é o teor de hidrogênio que permite a
ocorrência da maioria das reações para a metanogênese completa dos resíduos
(FORESTI, 1994).
xlvi
2.2 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS
Como o gás carbônico tem caráter ácido. Pode ser absorvido por soluções alcalinas, como
hidróxido de cálcio ou de sódio. Nestas reações são formados carbonetos e bicarbonatos de
diversas solubilidade, que devem ser removidos ou então impõem a troca da solução absorvente.
Para que se tenha uma idéia dos custos envolvidos, a absorção de 1 litro de gás carbônico requer
quase 2 litros de água de cal ou hidróxido de cálcio.
xlvii
2.3 ARMANEZAMENTO DO BIOGÁS DE ESGOTO.
xlviii
Vg = Vp – [ Tc Vp ] = Vp [ 24- Tc ] (1)
624
Com esta expressão, fica claro que menores tempos de consumo impõem gasômetros
maiores.
O armazenamento do biogás é feito essencialmente de três maneiras:
5. À baixa pressão;
6. À alta pressão;
7. Liqüefeito.
Por baixa pressão entende-se valores entre 100 e 300 mm de coluna d’ água, sendo 200
mm uma média muito comum. Nestes casos são adotados gasômetros com selo Hidráulico.
xlix
Figura 9 - Disposição do queimador do biogás em relação ao ETE.
FONTE : URFI.
l
Os sistemas biológicos de tratamento de resíduos deve atender alguns importantes
aspectos :
Podemos determinar que a DTO de uma solução glucose de 300 mg/l é: (192/180) x
300 = 321 mg/l.
li
Devido à complexidade da natureza das águas residuárias, a sua DTO não pode
ser calculada, mas na prática é determinada aproximadamente pela DEMANDA
QUIMICA DE OXIGÊNIO ( DQO ).
lii
A DBO ( TABELA 8 ) é geralmente, expressa em função de um tempo de cinco
dias e a uma temperatura de 20 ºC, isto é: a quantidade de oxigênio consumido na
oxidação da matéria orgânica mantida durante cinco dias, normalmente expressa em
DBO5.
liii
A composição da água residuária pode selecionar os grupos microbianos nos
processos de tratamento, além da disponibilidade ou não de oxigênio no sistema. A
constituição do esgoto sanitário, cujo os valores de DBO são menores, é cerca de 65%
proteínas, 25% carboidratos, 10% lipídeos e o restante corresponde a frações
inorgânicas como minerais e metais.
Para medir a eficiência ( GRÁFICO 2 ) os padrões exigidos pelo órgão ambiental para
os efluentes a serem lançados nos Rios Tipo Classe 2 são:
liv
Regime de Lançamento: Vazão máxima de até 1,50 vezes
a vazão media do período de
atividade diária;
5. Óleos e Graxas: Óleos minerais até 20 mg/l;
6. Óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/l;
7. Ausência de materiais flutuantes.
EFICIÊNCIA DA ETE 03
105
90
75
%
60
45
30
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 53,4 89,2 91,5 90,9 73 80,5 76,9 64,7 86 68,8 76 83,7
FONTE: URFI/DENIS
lv
Gráfico 3 - Demanda bioquímica de oxigênio DBO.
70
60
50
40
Mg/l
30
20
10
0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 54 20,6 15,8 12,1 40 30 60 55 31 35 60 32
atende a LA 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60
FONTE: URFI/DENIS
180
160
140
120
100
Mg/l
80
60
40
20
0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 101 59 51 18 127 86 121 120 90 79 157 108
atende a LA 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150 150
lvi
FONTE: URFI/DENIS
lvii
CAPITULO 3
lviii
lançado no corpo receptor ( Rio Paraná ) por um emissário( 8 ). Já a parte sólida é
aduzida através da elevatória ( 6 ) para os blocos de leito de secagem ( 7 ).
5 - REATOR
ECAGEM
OS D E S ANAÉROBIO
7 - LEIT DE LODO
FLUÍDIZADO
3 - CALHA
PARSCHAL
1 - CANAL
8 - EMISSÁRIO DE
FINAL ENTRADA
4
-D
ES
6 - ELEVATÓRIA AR
DE LODO EN 2 - GRADEAMENTO
AD
OR
lix
3.2 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO QUE
COMPÕE O ETE 03 BEIRA RIO.
3.2.2 Gradeamento:
Número de grades: 01
Espaçamento das barras: 20,40 mm
3.2.4 Desarenador:
Quantidade: 01
Tipo: Ciclônico
Diâmetro: 4,00m
Área Superficial: 12,57 m²
lx
3.2.5 Reator Anaeróbio de Lodo Fluídizado:
Quantidade: 01
Tipo: Cônico
Modelo: Modulo XVI, Padrão SANEPAR com decantador interno.
Volume Útil do Reator: 1.942 m³
Diâmetro à superfície 26,0 m
Diâmetro ao fundo 14,0 m
Altura útil 6,0 m
Remoção de DBO media: 87,50 %
lxi
Figura 11 - Panorâmica da unidade do ETE 03.
FONTE: URFI
lxii
Figura 12 - Corte lateral do ralf mostrando os tubos alimentadores.
FONTE: PROJETOS
CAPÍTULO 4
lxiii
atualmente é de 37 l/s média ano 2003, ( gráfico 4), o tempo de detenção sobe para 16
horas.
250
200
150
M³/hora
100
50
0
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03
ETE 03 - BEIRA RIO 141,23 162,40 139,2 147,56 148,98 171,64 161,50 210,00 205,00 195,99 215,50 231,10
lxiv
A derivação para medição/extração é composta pelas seguintes conexões:
3 Te ferro dúctil FFF DN 75 mm 01 unidade;
4 Registro gaveta de ferro fundido FF DN 75 mm 02 unidades;
5 Redução ferro galvanizado FF DN 75 x ¾” 01 unidade;
6 Adaptadores e tubos ¾ “ diversos.
FONTE : OS AUTORES
lxv
executamos leituras esporádicas com a intenção de detectar possíveis variações da
produção do biogás. Como a produção se mostrou estável e constante, executamos
leituras ( tabelas 10 A, 10 B e 10 C) para determinar a real vazão de produção do ETE
03 conforme procedimento de medição. Procurando com isso levantar uma curva da
produção de biogás ( gráfico 5 ).
Figura 14 - Instalação do Bolhometro para medição do biogás.
FONTE : OS AUTORES.
lxvi
4.1.2 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO DO BIOGÁS
lxvii
4.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE GÁS
lxviii
Figura 15 – Recipiente de plástico ( saco de coleta ) e coleta do biogás.
FONTE : OS AUTORES
lxix
Tabela 10 A - Leitura para dimensionamento da produção de biogás
do ETE 03.
FONTE: OS AUTORES.
lxx
Tabela 10B - Leitura para dimensionamento da produção de biogás
do ETE 03.
TABELA DE LEITURAS REALIZADAS NA EET 03 FOZ DO IGUAÇU
lxxi
FONTE: OS AUTORES.
FONTE : OS AUTORES.
lxxiii
fórmula(1) que poderá servir de referencia para futuros estudos e pesquisas na área de
conservação de energia. Com a normalização da vazão de biogás será possível
encontrar o valor da produção de um digestor em qualquer altitude.
Fórmula:
(P1 x V1) / T1 = (P2 x V2) / T2 (1)
Onde:
Condições padrão =1
V1= Volume normalizado;
P1=1atm;
T1=15ºC;
Condição de operação =2
V2= Vazão medida;
P2= Pressão no local em atm.;
T2= Temperatura ambiente no local em ºC.
Exemplo:
V1= V2 x P2 x T1
P1 T2
lxxiv
4.1.5 PROCEDIMENTO ANALISE CROMATOGRÁFICA
lxxv
Figura 17. A = ½ h·Wb. Cálculo da área de um pico cromatográfico por triangulação.
FONTE: VALENTE A. L. P.( in memoriam ), AUGUSTO F., RIEDO F. R. C. UNIVERSIDADE
lxxvi
8. Substituir os valores das concentrações nesta equação para obter áreas
interpoladas e calcular os resíduos.
lxxvii
FONTE: DEPARTAMENTO DE ENGª QUÍMICA BLOCO D-90 – U.E.M.
RESULTADO DA ANÁLISE DO BIOGÁS ETE 03 BEIRA RIO
Dia 05/nov
Temperatura 25ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 153.072,00 117.834,00 1.074,00 271.980,00
1 F*A 306.144,00 250.986,42 1.686,18 558.816,60
Porcentagem 54,78 44,91 0,30 100,00
Área 124.586,00 95.195,00 863,00 220.644,00
2 F*A 249.172,00 202.765,35 1.354,91 453.292,26
Porcentagem 54,97 44,73 0,30 100,00
Dia 05/nov
Temperatura 25ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 133.198,00 87.823,00 1.139,00 222.160,00
1,00 F*A 266.396,00 187.062,99 1.788,23 455.247,22
Porcentagem 58,52 41,09 0,39 100,00
Área 133.369,00 90.298,00 972,00 224.639,00
2,00 F*A 266.738,00 192.334,74 1.526,04 460.598,78
Porcentagem 57,91 41,76 0,33 100,00
Área 132.518,00 88.379,00 972,00 221.869,00
3,00 F*A 265.036,00 188.247,27 1.526,04 454.809,31
Porcentagem 58,27 41,39 0,34 100,00
Dia 30/out
Temperatura 35ºC
N2+O2 CH4 CO2
Injeção
Total
1º pico 2º pico 3º pico
Área 160.623,00 67.831,00 190,00 228.644,00
1 F*A 321.246,00 144.480,03 298,30 466.024,33
Porcentagem 68,93 31,00 0,06 100,00
Área 158.811,00 67.496,00 184,00 226.491,00
2 F*A 317.622,00 143.766,48 288,88 461.677,36
Porcentagem 68,80 31,14 0,06 100,00
OBSERVAÇÕES:
# Teve-se apenas três picos em todos as análises.
# Estes cálculos foram feitos considerando-se que o primeiro pico era N2 + O2,
o segundo CH4 e o terceiro CO2.
lxxviii
4.1.6 PURIFICAÇÃO DO BIOGÁS
Como o gás carbônico tem caráter ácido. Pode ser absorvido por soluções alcalinas, como
hidróxido de cálcio ou de sódio. Nestas reações são formados carbonetos e bicarbonatos de
diversas solubilidade, que devem ser removidos ou então impõem a troca da solução absorvente.
Para que se tenha uma idéia dos custos envolvidos, a absorção de 1 litro de gás carbônico requer
quase 2 litros de água de cal ou hidróxido de cálcio.
OBS: Como no nosso caso após a análise ter encontrado um coeficiente muito abaixo
do esperado, e conforme relato de outras fontes bibliográficas, com um valor pequeno não
interferirá na eficiência do motor não iremos fazer a remoção do CO2.
lxxix
4.1.6.1 PROCESSO PARA REMOÇÃO DO H2S – GÁS SULFÍDRICO
Para a construção do filtro foi utilizado um tubo, PP, PVC, DE FOFO, DN 150mm x
910 mm que recebeu flanges cegas nas suas extremidades, o mesmo tem uma
camada inicial preenchida pôr um frasco PET descartável de 2,5 litros, com 0,12 cm de
diâmetro para formar um vão livre de 0,15 cm de altura, garantido que o biogás possa
fluir pelo filtro. O restante 760mm é composto de palha de aço e limalha de ferro
conforme ( figura 18 ). Saída de superior de gás e saída inferior com a qual é purgada a
água formada pelo processo de limpeza.
lxxx
Figura 18 - Projeto do filtro para eliminar o H2S.
SAÍDA DE ÁGUA
lxxxi
4.2 CARGA ENERGÉTICA DO BIOGAS
Para que possa ser avaliada a importância da composição nas tabelas 12 e 13 são
apresentadas as propriedades do principal gás o metano. Destina-se essencialmente a finalidade
de suprimento energético, a partir de sua composição e dos poderes caloríficos dos componentes
pode ser determinado o poder calorifico global.
lxxxii
Tabela 12 - Propriedades fisiológicas dos principais constituintes do biogás.
Componentes Concentração Período de Efeitos
( % vol.) exposição (min)
CH4 50 - Asfixiante não toxico –
dor de cabeça
CO2 2 Asfixiante
3 Respiração acelerada,
Sonolência
4
6 30 dor de cabeça
30 30 asfixiante fatal
H2S 0,01 Superior a 60 Irritação olhos e mucosa
Dor de cabeça, vertigens;
Náuseas excitação,
0,02 60 insônia, inconsciência,
morte
0,05 30
0,1
FONTE: JEWELL, W. J. et alii.
lxxxiii
Tabela 14 - Propriedades dos principais gases constituintes do biogás.
GÁS
PROPRIEDADE UNID. METANO CO2 H2 S HIDROGENIO
PODER
Kcal/kg 11.953
CALORÍFICO 2.900
Kcal/Nm³ 8.567
INFERIOR
INTERVALO % volume 4,36 –
1 – 46 6 – 71
EXPLOSIVO do ar 15,53
DENSIDADE
- 0,53
RELATIVA AO AR
DENSIDADE
G/l 0,7167 1,98 1,54 0,09
(GÁS) A 0ºC 1 atm.
DENSIDADE
Kg/l 0,35
( LÍQUIDO )
EQUIVALÊNCIA L
541
GÁS-LÍQUIDO gás/liquido
TEMPERATURA
ºC -82,5 31,1 100,4 -239,9
CRITICA
PRESSÃO CRITICA Atm. 45,8 73 88,9 12,8
PRESSÃO DE
Atm. 340
LIQUEFAÇÃO
AR PARA
L/l 9,5
COMBUSTÃO
GRAVIDADE - 0,55 1,5 1,2 0,07
ESPECIFICA
( RELATIVA AO AR )
FONTE: JEWELL, W.J.et alii; SATHIANATHAN, M.A;
lxxxiv
Tabela 15 - Comparativa de carga energética e econômica entre o metano CH4
combustíveis convencionais.
PODER
EQUIVALÊNCIA
CALORÍFICO
COMBUSTÍVEL DENSIDADE A 1M3 DE CH4
INFERIOR KCAL/
(95% PUREZA)
KG
Gasolina 10600 0,735kg/l 0,61 l
Diesel 10000 0,830kg/l 0,55 l
Fuel oil 10500 0,880kg/l
Glp 10000 0,585kg/l 1,43 kg
Metano 11950 0,715kg/m3 1 m3
kWh 0,74 l
Metano (95%) 11350 0,775kg/m3 1m3
FONTE: NIELSEN J. M. UTILIZAÇÃO DO GÁS METANO PROVENIENTE DA PURIFICAÇÃO DO
GÁS DE ESGOTO –SANEPAR- 1983
lxxxv
Motor de 4 Tempos
5. Admissão;
◊ Compressão;
5 Explosão;
6 Descarga.
2º tempo: Compressão:
TC = (V + v)/v (3)
onde
TC: taxa de compressão
V: volume do cilindro = Pi x r2 X h, onde:
Pi: constante matemática, igual a 3,1416
r: raio do pistão (metade do diâmetro)
h: curso do pistão
V: volume da câmara de combustão
O motor deverá ser estacionário ciclo Otto que deverá acionar um gerador
Para a transformação em energia elétrica.
lxxxvi
A maioria dos automóveis utiliza um motor de combustão interna a gasolina. Na
câmara de combustão do motor, uma mistura de vapor de gasolina e ar é comprimida e
inflamada por uma centelha das velas.
Os gases produzidos se expandem realizando trabalho e, em seguida, são
eliminados pelo escapamento, completando um ciclo que se repete.
O motor ciclo Otto é constituído de quatro transformações, duas adiabáticas e
duas isométricas, alternadas. Nessas condições, os motores são classificados como de
quatro tempos.
A mistura de vapor de gasolina e ar entra em A (admissão) e é comprimida
adiabaticamente (compressão) até B. De B para C (ignição), o volume permanece
constante e a mistura é aquecida: a pressão e a temperatura aumentam devido à
centelha elétrica da vela que produz a ignição da mistura.
Em seguida, de C para D (expansão), os gases expandem-se adiabaticamente
realizando trabalho motor. Finalmente, de D para A (descarga), temos um resfriamento
a volume constante completando um ciclo.
No ciclo, V1 e V2 são, respectivamente, os volumes mínimo e máximo da mistura
no cilindro. A relação é chamada taxa de compressão e é da ordem de 8 para um motor
moderno de combustão interna.
Gráfico 7 - Funcionamento do motor 4 tempos.
lxxxvii
FONTE : FISICA MODERNA.
4.5.1 GASÔMETRO
Vg = Vp [ 24- Tc ] (2)
24
Vg = volume do gasômetro.
vp = volume médio da produção.
TC = tempo de consumo.
Vg = 1,67 x 24
Vg = 40,00 m³
Vg = 40,00 x 60%
Vg = 64,00 m³
Será adotado para reservação do biogás um gasômetro com um volume de 70,00 m³.
lxxxviii
4.5.2 COMPRESSOR
O compressor para 0,83 a 3,57 m³/min, pressão 7 a 12,3 Bar com um motor de
7,5cv.
O gás será aspirado do gasômetro e comprimido e após descarregado no
reservatório de media pressão que alimentará o motor.
4.5.3 ARMAZENAMENTO
lxxxix
MOTOR COMBUSTÃO INTERNA.
CV = KVA x 0,80
0,736 x η
CV = KW
0,70
CV = 20 29 CV
0,7
η= 0,70 % GERADOR
Desempenho de um motor de combustão interna ciclo Otto, operando com biogás natural.
Tese Souza J. Unioeste 2004. Como a analise nos apresentou um percentual de Metano de 39,7%
temos:
CVT = 29 x 1.3943
CVT = 40,43 CV
Portanto vamos utilizar um motor de 40 c.v.
xc
4.6 GERADOR ELÉTRICO
xci
Figura 20 - Planta piloto proposta para geração de energia elétrica
PLANTA PILOTO PROPOSTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
E.T.E. 03 - BEIRA RIO FOZ DO IGUAÇU
ARMAZENAMENTO
GERADOR MOTOR
EQUIPAMENTOS A SEREM
UTILIZADOS SE NECESSÁRIO
TOCHA
12 kgf/cm²
GASÔMETRO COMPRESSOR
FILTRO
H2S
ÁGUA
ÁGUA
DIGESTOR
P/
DRENAGEM
FONTE : OS AUTORES
5. CUSTO BENEFÍCIO
xcii
5.1 GASÔMETRO
Capacidade: 70 m³ N/dia;
Tipo: semi-esferica;
Material: Elastômero
Custo : R$ 5.850,00
O filtro para remoção foi utilizado material fornecido pela Sanepar com isso
reduzindo os custos para sua fabricação e instalação.
5.3 ** COMPRESSOR
xciii
5.4 ** ARMAZENAMENTO
Capacidade: 500litros/hora;
Tipo: esférico, vertical;
Material: Aço Carbono;
Custo : R$ 6.500,00
5.5 MOTOR
Potência: 40 c.v.;
Tipo: Estacionário;
Combustível: Gasolina/gás metano;
Custo : R$ 6.500,00.
Kit adaptação para gás: R$ 868,00.
5.6 ALTERNADOR/GERADOR
Capacidade: 20 KVA;
Custo : R$ 2.000,00
Equipamentos elétricos: R$ 2.450,00
6. CUSTO DA INSTALAÇÃO
xciv
** Compressor baixa pressão 7.568,00
xcv
A intenção é ligar um motor apropriado para geração de energia com biogás produzido
pela TRIGÁS ( figura 21 ) . O equipamento será ligado diretamente a rede de
energia fornecida pela Copel ( figura 22 ), com isso a cumutação será automática
uma vez que a sobra de energia gerada será enviada para a rede da Copel.
FONTE : WWW.TRIGÁS.COM.BR
FONTE : WWW.TRIGÁS.COM.BR
xcvi
7. CONCLUSÃO
xcvii
Este trabalho não pretendeu, nem poderia pretender, esgotar um assunto tão amplo e
dinâmico como o aproveitamento do biogás. Seu principal objetivo foi despertar o interesse e
mostrar o potencial, muitas vezes desperdiçado, de um projeto ainda pouco divulgado no Brasil.
evitou-se, ate aqui rechear o texto de citações, contudo foi indispensável a consulta a inúmeras
publicações e experiências praticas de projetos já aplicados com relação ao aproveitamento de
biogás.
xcviii
BIBLIOGRAFIA
xcix
Para quem tem interesse no artigo fica meu E-mail para contato
mauricioa@sanepar.com.br,
ou sobre geração de energia renovável.
Maurício Azevedo
Tecnólogo Eletromecânica.