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Guia completo

para adequação ao Bloco K


Entenda o que é, para que serve, como se adequar e veja que há um
lado positivo no bloco que trata da produção industrial no Sped Fiscal.
Índice
Afinal, o que é o Bloco K? 04
Processos necessários para sua indústria se adequar ao Bloco K 15
O lado bom do Bloco K: aumente sua produtividade e melhore sua gestão 28
Bônus: como calcular o impacto da produtividade no lucro de uma indústria. 33

Guia completo para adequação ao Bloco K 2


Introdução Com o objetivo de desmistificar o Bloco K e auxiliar
empresários e contadores, a Nomus e a Mastermaq
prepararam este eBook com todas as informações
O Bloco K é um assunto que assusta empresários e fundamentais para auxiliar você a se situar e avaliar
contadores que possuem ou trabalham em indústrias. sua indústria em relação às novas exigências do
Por se tratar de uma questão complexa e importante, Bloco K.
o Bloco K rapidamente ganhou grande atenção do
setor industrial e seus envolvidos, como você pode No final, você perceberá que o Bloco K possui um lado
verificar abaixo, no gráfico de pesquisas pelo termo positivo e que, ao adequar sua indústria às novas
“Bloco K” no Google: exigências fiscais, será possível aumentar seu lucro e
reduzir seus custos.
Crescente volume de pesquisas no Google pela
palavra “Bloco K”: A primeira etapa é entender o que é, depois o que
fazer e, então, como tirar vantagem disso.

Boa leitura!

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Tire suas dúvidas fundamentais

Afinal, o que é Bloco K?


Afinal, o que é o Bloco K?
O Bloco K é a versão digital do livro de registro de controle de produção e
estoque, ou seja, é parte integrante do SPED.

Todas as empresas industriais ou equiparadas à indústria, enquadradas no


lucro presumido ou lucro real, precisarão entregar o Bloco K.

O que é o SPED?
SPED é a sigla para Sistema Público de Escrituração Digital e consiste na
modernização do cumprimento das obrigações transmitidas pelos
contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores.

O SPED é composto por cinco grandes subprojetos

• NF-e – nota fiscal eletrônica;


• CT-e – conhecimento de transporte eletrônico;
• EFD – escrituração fiscal digital;
• ECD – escrituração contábil digital;
• NFS-e – nota fiscal de serviços eletrônica.

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O que é a EFD? Como é um arquivo EFD?

É um arquivo com layout definido pela Receita


A EFD é composta por um conjunto de blocos de
Federal, agrupado em blocos de informações com
informações que contêm a escrituração fiscal digital. É
diferentes datas de obrigatoriedade, conforme abaixo:
nesse projeto do SPED em que o Bloco K se encontra.

• Bloco C – documentos fiscais I – mercadorias


A EFD agora é obrigatória? (ICMS/IPI), obrigatório desde janeiro de 2012;
• Bloco D – documentos fiscais II – serviços (ICMS),
A escrituração fiscal sempre foi obrigatória, porém, obrigatório desde janeiro de 2012;
agora, exige-se que ela seja transmitida para a Receita • Bloco E – apuração do ICMS e do IPI, obrigatório
Federal na forma digital. desde janeiro de 2012;
• Bloco G – controle de crédito de ICMS do ativo
permanente (CIAP), obrigatório desde janeiro de
Com que frequência a Receita 2011;
Federal exige a transmissão da • Bloco H – inventário físico, obrigatório desde
janeiro de 2012 em SP;
EFD? • Bloco K – livro de registro de controle da
produção e do estoque, obrigatório a partir de
Antes do Sped, a transmissão era feita através de um janeiro de 2017 (ou 2018 ou 2019, dependendo da
processo manual e a apresentação era anual. sua indústria);
Atualmente, o processo é digital e a frequência de
apresentação é de, pelo menos, uma vez por mês. No
futuro, o processo continuará sendo digital, mas a
apresentação deverá ser em tempo real.

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O Bloco K é a parte da EFD que
trata da produção?
Sim, o Bloco K é o livro de registro de controle de produção e estoque na
versão digital.

A Receita Federal tem como objetivo acabar com a sonegação, portanto,


todas as variações de consumo e diferenças de inventários atrairão
fiscalizações, o que poderá gerar multas e outras sanções.

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Qual é o prazo para entrega do
Bloco K?
Todas as indústrias, exceto as enquadradas no simples nacional, deverão
seguir os novos prazos determinados pela Receita Federal:

• Janeiro de 2017 – para as indústrias que faturaram mais de R$ 300 milhões


por ano;
• Janeiro de 2018 – para as indústrias com faturamento anual superior a
R$ 78 milhões;
• Janeiro de 2019 – para as demais indústrias.

Os novos prazos deram à grande maioria das indústrias dois anos extras para
a etapa de preparação. Ainda assim, o ideal é começar o quanto antes para
não ser pego de surpresa.

Confira abaixo um artigo completo sobre a alteração dos prazos e a sua


importância:

Bloco K do SPED Fiscal: ainda extremamente importante, mas um pouco


menos urgente

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Quais informações referentes ao
processo produtivo são
requeridas no Bloco K?
• A quantidade produzida.
• A quantidade de materiais consumida.
• A quantidade produzida em terceiros.
• A quantidade de materiais consumida na produção em terceiros.
• Todas as movimentações internas de estoque que não estejam
diretamente relacionadas à produção.
• A posição de estoque de todos os seus produtos acabados, semiacabados
e matérias primas, separando:

1. Materiais de propriedade da empresa e em seu poder.


2. Materiais de propriedade da empresa e em poder de
terceiros.
3. Materiais de propriedade de terceiros em poder da empresa.

• A lista de materiais padrão de todos os produtos fabricados na produção


própria e em terceiros.

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Quais são os principais Registro K200: estoque escriturado
registros relacionados Apresenta o saldo em estoque no final do período de

ao Bloco K?
apuração (equivalente ao último dia do mês) por
produto, separando produtos de propriedade da
empresa em seu poder, produto de propriedade da
empresa em poder de terceiros, e produtos de
Assim como os demais blocos da EFD, o Bloco K é
propriedade de terceiros em poder da empresa.
composto por diversos registros, sendo que alguns
merecem destaque:
Registro K220: movimentações
Registro 0200: tabela de internas entre mercadorias
identificação do item
Apresenta todas as movimentações internas entre
mercadorias no período que não se enquadram nas
Apresenta o cadastro de todos os produtos e serviços
movimentações de produção efetuada pela empresa
da empresa, incluindo produtos acabados,
(K230), movimentações de consumo de material na
semiacabados, matérias primas, embalagens,
produção efetuada pela empresa (K235),
subprodutos, entre outros.
movimentações de produção efetuada por terceiros
(K250), movimentações de consumo de material na
Registro 0210: consumo específico produção efetuada por terceiros (K255).

padronizado

Apresenta a lista de materiais padrão de todos os


produtos acabados e semiacabados da empresa.

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Registro K230: itens produzidos
Apresenta toda a produção efetuada pela empresa no período, incluindo a
informação da ordem de produção, produto da ordem de produção, e
quantidade produzida.

Registro K235: insumos consumidos


Apresenta todos os insumos requisitados para a fabricação dos itens
produzidos informados no K230, incluindo a quantidade requisitada de cada
material.

Registro K250: industrialização efetuada por


terceiros – itens produzidos
Apresenta toda a produção efetuada por terceiros no período, incluindo a
informação do produto e quantidade produzida.

Registro K255: industrialização em terceiros –


insumos consumidos
Apresenta todos os insumos consumidos para a fabricação dos itens
produzidos informados no K250, incluindo a quantidade consumida de cada
material.

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Com a implantação do Bloco K, o
Fisco terá controle total sobre a
apuração do estoque da minha
empresa?
Sim, para o Fisco, com a implantação do Bloco K, a cada mês, e para cada
produto da sua empresa, a equação abaixo deve ser validada:

Estoque final = (Estoque inicial) + (Entradas por Documentos Fiscais) +


(Produção Própria K230) + (Produção em Terceiros K250) + (Movimentação
interna K220) – (Saídas por Documentos Fiscais) – (Consumo na Produção
Própria K235) – (Consumo na Produção em Terceiros K255) – (Movimentação
interna K220).

Todas as informações previstas nesta equação fazem parte do SPED Fiscal


ICMS/IPI. Portanto, se fisicamente a sua empresa fizer qualquer
movimentação de estoque, e essa movimentação de estoque não for
escriturada no SPED Fiscal ICMS/IPI, o estoque físico do seu produto não
estará alinhado com o estoque informado para o Fisco no SPED Fiscal
ICMS/IPI.

Por essa razão, com a implantação do Bloco K, será fundamental que


todas as indústrias controlem seus estoques com excelência.
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E agora, o que a minha indústria
deve fazer?
Primeiramente, é necessário analisar e planejar detalhadamente a
adequação dos seus processos de gestão da produção às exigências do Fisco,
seguindo os passos abaixo:

1. Estudar todos os requisitos do Bloco K;


2. Mapear cada detalhe dos processos de industrialização, terceirização e
estocagem;
3. Avaliar o software que irá adotar para atender às exigências;
4. Contratar uma empresa especializada para ajudar a sua empresa a
entender essas novas exigências e se preparar para o Bloco K;
5. Preparar e treinar sua equipe interna na operação e nos registros de
informações;
6. Fazer testes para confirmar se as informações coletadas no sistema
correspondem à realidade;
7. Entregar o Bloco K a partir de janeiro de 2017 (ou 2018 ou 2019,
dependendo da sua indústria).

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Quanto tempo será necessário para a minha
indústria se adequar à nova obrigação?

Esta pergunta não pode ser respondida de uma maneira genérica, pois
depende muito do grau de maturidade de gestão dos processos industriais e
também de sua aderência às exigências da Receita Federal. A equipe da
Nomus estima que as indústrias podem levar de 3 a 9 meses para se adequar.

Para ter uma ideia melhor em qual situação sua indústria se encontra para
entregar o Bloco K, a Nomus criou uma ferramenta capaz de gerar um
diagnóstico gratuito do Bloco K.

De quem é a responsabilidade pela geração e


transmissão das informações do Bloco K?

Da sua indústria, que deverá recorrer ao apoio de um contador ou de


escritório de contabilidade especializado no segmento industrial e de um
fornecedor de um sistema de gestão (software ERP com PCP) que atenda ao
Bloco K.

Atenção: o contador sozinho não será capaz de entregar o Bloco K para sua
indústria. Portanto, é importante que você entenda as demandas e processos
necessários.

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Passo a passo para se adequar

Processos necessários para


sua indústria se adequar ao
Bloco K
Processos necessários para sua
indústria se adequar ao Bloco K
Para atender às novas demandas fiscais, sua indústria precisa entregar as
informações corretas da maneira exigida pela Receita Federal. Entretanto,
essas informações não podem ser preenchidas em um formulário, pois elas
são consequência de uma série de processos (ou sequência de atividades)
que são necessários para preencher corretamente o arquivo no layout
especificado na EFD.

A seguir estão 11 processos necessários para uma indústria se adequar ao


Bloco K.

Após estudá-los, você vai perceber que é simplesmente impossível entregar


o Bloco K sem ter seus processos ajustados às exigências, uma vez que as
informações serão cruzadas e desvios serão detectados pelo sistema da
Receita Federal. Confira os processos a seguir:

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1. Cadastro de produtos
O cadastro de produtos correto é o que permite a você manter a precisão
no controle do seu estoque. Se cadastrar errado os seus produtos, como
quantificá-los? Ou pior, e se cadastrá-lo duas vezes? Por isso, capriche no
cadastro de produtos, para que seja 100% confiável.

Por exemplo, se houver um mesmo produto com 2 códigos diferentes no


sistema, as entradas ou saídas serão feitas por diferentes códigos, tornando
impossível ter precisão no controle de estoque.

Cada produto precisa ser cadastrado de acordo com 1 dos 12 tipos


especificados no registro 0200 do SPED, um registro fora do Bloco K, mas
essencial para a entrega do mesmo. Esses tipos incluem Mercadoria para
Revenda, Matéria-Prima, Embalagem, Produto em Processo, Produto
Acabado, Subproduto, Produto Intermediário, Material de Uso e Consumo,
Ativo Imobilizado, Serviços, Outros insumos, Outras.

Uma dúvida comum no cadastro de produtos é quando um mesmo produto


tem mais de uma finalidade dentro da indústria. Por exemplo, em uma
indústria de embalagens plásticas, a bobina de sacos plásticos produzida em
uma extrusora pode ser vendida para outra indústria ou utilizada como
insumo para a fabricação dos sacos plásticos. Como cadastrar essa bobina?
Utilizar 1 ou 2 códigos? Em casos como este, você deverá cadastrar apenas
um produto e utilizar o tipo mais relevante.

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2. Cadastro de O 0210 é conhecido, em sistemas de gestão, como
lista de material, bill of materials (BOM), ficha técnica,

consumo específico lista técnica, entre outros nomes. Cada produto no


registro 0200 só pode ter um registro 0210 associado a
ele. Caso você tenha mais de uma receita para o
Este talvez seja um dos temas mais polêmicos do mesmo produto, você precisará fazer uma
Bloco K, pois o registro 0210 trata do consumo movimentação interna no K220, como veremos
específico padronizado, que representa os adiante.
ingredientes da “receita do bolo”. Assim como o 0200,
esse registro não está dentro do Bloco K, mas é É fundamental que o consumo específico seja preciso,
fundamental para os demais registros e cruzamento tanto nos materiais quanto nas quantidades
de dados que o sistema da receita fará a partir do necessárias, e que as perdas padrão sejam definidas.
Bloco K. Isto porque ele determinará se a quantidade de
matéria prima que você comprou está condizente com
O consumo específico padronizado é polêmico, pois a quantidade de produto acabado que você vendeu.
muitos dizem que o segredo industrial está nos Um ponto interessante é que o SPED criará
ingredientes da receita do bolo. A Receita Federal e as benchmarks com os consumos de todas as indústrias
Receitas Estaduais argumentam que elas têm direito a com a mesma atividade econômica e pegará quem
obter essa informação e que tudo que é enviado para o tiver intenção de sonegar e informar uma quantidade
SPED tem garantido o sigilo fiscal. Além disso, no maior de material ou de perda no 0210.
registro 0210 você não precisará informar os
processos industriais da sua receita, como, por
exemplo, equipamentos utilizados, tempos e outras
características do processamento, como velocidade,
temperatura etc.

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3. Registro de entradas e saídas
O registro de entradas e saídas de estoque são movimentações básicas
que devem estar integradas às emissões de notas fiscais de entrada e de
saída. Numa indústria, entra matéria prima e sai produto acabado, diferente
de um comércio, em que o mesmo produto que entra é o que sai.

Caso você compre de um fornecedor que não seja obrigado a emitir NF-e,
como um produtor rural, ou se você obtiver parte de seus materiais a partir
da extração da natureza, para ter o estoque preciso você precisará registrar
essas entradas no seu sistema.

Sem realizar esses registros, nem adianta pensar no Bloco K, pois eles são
fundamentais para manter o estoque redondo e preencher corretamente o
registro K200, que é o estoque escriturado.

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4. Separação de estoques por
CNPJ
Processo crucial para empresas que trabalham com ou para terceiros; ou que
têm mais de 1 CNPJ no mesmo endereço físico. Os estoques precisam ficar
organizados separadamente por CNPJ e por endereço físico no seu sistema
de gestão, sejam eles de sua propriedade, de terceiros ou de um grupo de
empresas em um mesmo endereço.

Existem registros específicos no Bloco K que tratam a terceirização: o


K250 para a produção em terceiros e o K255 para o consumo na produção em
terceiros. Você precisará saber quais são os materiais em estoque da sua
empresa em poder de terceiros e os estoques de terceiros em poder da sua
empresa.

Caso você tenha um grupo de empresas localizadas no mesmo endereço


físico e com a gestão centralizada, o material comprado por um CNPJ não
poderá ser utilizado na ordem de produção (OP) de outro CNPJ sem que seja
feito um registro fiscal desta movimentação. A prática de uma empresa de
abrir outro CNPJ para não estourar o limite do Simples ou do Lucro
Presumido precisará ser revista, pois é impossível entregar o Bloco K se você
misturar os estoques de diferentes CNPJs.

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5. Criação de Ordens de
Produção (OP)
As ordens de produção (OPs) são uma declaração do que a sua indústria
produz. Em um sistema informatizado, as OPs podem ajudar muito a
organização da indústria, podendo até serem geradas automaticamente com
conceitos de MRP. Se você começar a gerar ordens de produção na sua
indústria, tenho certeza que perceberá diversos ganhos, como melhor
controle de custos e movimentação mais precisa de materiais, inclusive com
a rastreabilidade dos materiais que foram utilizados na produção.

Ao entregar o Bloco K, no registro K230 você deve informar o código da


OP, datas inicial e final, o código do produto fabricado e a quantidade
produzida. A data final pode ficar em branco caso a OP não tenha sido
concluída dentro do mês da entrega do Bloco K.

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6. Registro da quantidade
consumida
Ao longo da produção, os insumos consumidos devem ser registrados com
precisão. Em sistemas de gestão, esse registro dos insumos é conhecido
como requisição de materiais pela produção. No Bloco K, esse é o registro
K235, vinculado a uma produção registrada no K230.

Para aumentar a precisão no controle do estoque, dependendo do produto,


são recomendadas balanças integradas ao sistema informatizado de gestão.
Um outro aspecto fundamental para um controle preciso de estoque, é o
momento em que a movimentação é registrada: a recomendação é que a
quantidade consumida seja informada na hora em que o insumo sair do
almoxarifado, ou seja, em tempo real.

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7. Registro da quantidade
produzida
Ao final da produção você deve informar a quantidade produzida com
precisão. Esse é o mesmo registro K230, mencionado no processo anterior de
criar ordem de produção. Entretanto, acreditamos que , como processo de
negócio, isso mereça um destaque e fique separado da criação da OP: um
processo é criar a OP e outro é registrar a quantidade produzida.

Em um sistema de gestão com PCP, esse registro é conhecido como Reporte


da Produção. Ele pode ser facilitado e estar atrelado à quantidade planejada
na criação da OP, ou até mesmo vinculado à quantidade de material
consumida. Novamente, dependendo do produto, é recomendada a
utilização de balanças de precisão integradas ao sistema de gestão.

Assim como no registro da quantidade consumida, a quantidade produzida


deve ser informada no momento em que a OP é concluída, ou
parcialmente concluída. No momento em que o produto acabado ou
decorrente de outras produções entrar no estoque ou almoxarifado, a
quantidade produzida deve ser informada com precisão e em tempo real.

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8. Registro de outras produções
Além das OPs dos produtos acabados, você deverá informar outras
produções em OPs específicas.

Um exemplo interessante é o registro da produção do produto


semiacabado, chamado pelo SPED de produto em processo, em geral
produzido e armazenado para agilizar o atendimento ao cliente ou para
organizar melhor a produção. Um exemplo interessante de produto
semiacabado em uma indústria de alimentos congelados é a produção da
massa e do recheio de um determinado produto, como um salgadinho, por
exemplo.

Outro exemplo é o coproduto, conceito utilizado em diversos sistemas de


gestão e não declarado no SPED como um tipo de produto, Ele pode ser um
produto acabado ou um produto em processo gerado em uma OP de outro
produto. Por exemplo, uma indústria metalúrgica utiliza como insumo uma
barra de 600 mm de comprimento e precisa de 150 mm para determinada
produção – durante o processo é gerada uma barra de 450 mm que pode ser
considerada como um coproduto.

Não podemos deixar de mencionar, ainda, o subproduto, produto com


valor econômico gerado durante a produção do produto principal, mas
que não faz parte do CNAE principal. Um exemplo muito interessante aqui
são as aparas geradas na produção de embalagens plásticas. Essas aparas
podem ser revendidas ou até mesmo reutilizadas no processo, e precisam ter
suas produções registradas.

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9. Registro da quantidade
produzida
O controle de estoque confiável é a quantidade de itens informada no
sistema de gestão, que deve preencher o registro K200 – estoque
escriturado. Essa quantidade deve ser igual ou de um valor muito próximo da
quantidade real. Para que não aconteçam erros, as movimentações devem
ser precisas e atualizadas em tempo real. E lembre-se: faça inventários
periódicos para corrigir desvios.

Nunca é demais lembrar que a equação do estoque é muito simples e pode


ser feita utilizando os registros do Bloco K: Estoque final = (Estoque inicial)
+ (Entradas por Documentos Fiscais) + (Produção Própria K230) +
(Produção em Terceiros K250) + (Movimentação interna K220) – (Saídas
por Documentos Fiscais) – (Consumo na Produção Própria K235) –
(Consumo na Produção em Terceiros K255) – (Movimentação interna
K220).

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10. Registro de • A criação de um produto configurado de acordo
movimentações com a demanda do cliente e que deve ter um
código único no registro 0200 para fins de
internas faturamento, mas que internamente precisa ter um
código para cada configuração possível, uma vez
que cada uma tem um consumo específico no
Movimentações internas são a transformação de um registro 0210, como, por exemplo, na fabricação de
produto com código no registro 0200 em outro móveis sob medida;
registro 0200 e que não se enquadram nas • A criação de produtos com o conceito de grade,
movimentações de produção efetuada pela empresa muito comum na indústria de confecção, em que
(K230), movimentações de consumo de material na um único código de produto tem diferentes cores e
produção efetuada pela empresa (K235), tamanhos. Cada combinação de cor e tamanho
movimentações de produção efetuada por terceiros deve ter um registro 0200, que deve ser
(K250), movimentações de consumo de material na transformado em um único registro 0200 da
produção efetuada por terceiros (K255). Alguns “referência” para qual é emitida a nota fiscal de
exemplos de movimentação interna são: venda;
• Um produto com registro 0200 que pode ter mais
• A reclassificação de um produto em outro código de uma receita e apresentar o mesmo aspecto,
em função do cliente a que se destina, muito precisará de um código no registro 0200 para cada
comum nos casos em que o cliente determina ao receita possível, além de uma movimentação
fornecedor qual deve ser o código do produto na interna para ser codificado com o código do
NF-e; produto que é vendido. Um exemplo interessante
são as embalagens plásticas, que podem ter
diversas combinações de polímeros para gerar o
mesmo produto acabado.

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11. Utilização de sistema com
PCP
É fundamental a utilização de um sistema de gestão informatizado com
PCP que integre todos os processos e gere o arquivo do Bloco K do SPED
Fiscal no layout especificado pela Receita Federal.

Além desta integração, um bom sistema gera os arquivos a serem entregues


à receita no layout correto, acelerando o processo. São tantas informações
cruzadas que é praticamente impossível entregar o Bloco K sem um sistema
adequado.

Como descobrir o atual estado da gestão da minha


indústria para entregar o Bloco K?

A Nomus criou um diagnóstico expresso, onde você preenche de forma fácil


qual é a atual situação da gestão da sua indústria e, então, recebe
gratuitamente uma orientação com a forma correta para adequar seus
processos. O preenchimento deste diagnóstico é altamente recomendado.
Confira:

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Guia completo para adequação ao Bloco K 27


Como usar o Bloco K a seu favor

O lado bom do Bloco K:


aumente sua produtividade
e melhore sua gestão
O lado bom do Bloco K: aumente
sua produtividade e melhore sua
gestão
Como a maioria das coisas, as novas exigências do Bloco K têm seu lado
positivo. Ao melhorar seus processos produtivos para atender às novas
demandas, você conseguirá explorar ainda mais o potencial da sua fábrica e
organizá-la de forma muito mais eficaz. Dessa maneira, você conseguirá
aumentar sua produtividade e melhorar sua gestão, o que gera uma redução
de custos e o consequente aumento do lucro.

Guia completo para adequação ao Bloco K 29


Vantagens de investir em
produtividade para uma indústria
A produtividade é um dos assuntos mais em alta no atual cenário
competitivo das indústrias brasileiras, já que, melhorando seu desempenho,
você consegue ter mais resultados com a mesma capacidade.

O desafio constante das pequenas indústrias

Uma das características mais marcantes das pequenas indústrias é a


necessidade constante de gerar lucro e apresentar resultados no final do
mês. Diferente das grandes empresas, que possuem uma margem maior
para períodos de crise, a pequena indústria precisa “matar um leão por dia”,
sempre apresentando resultados positivos. É muito difícil encontrarmos
pequenas indústrias que tenham uma margem de lucro muito expressiva,
exceto as que estão trabalhando com alguma tecnologia de ponta ou casos
similares.

Justamente por este desafio constante, os empresários que empreendem em


pequenas indústrias têm que se desdobrar para conseguir atingir seus
objetivos básicos, como ter uma empresa saudável, sustentável e com uma
margem de lucro condizente com o risco que eles estão assumindo.

Guia completo para adequação ao Bloco K 30


A alta produtividade é a única
saída concreta para pequenas
indústrias
Para você alcançar um nível de lucratividade que atenda suas expectativas e
consolide a empresa no mercado, há duas saídas: aumentar os preços
praticados pela sua indústria ou elevar a eficiência produtiva da sua
empresa.

Como você já deve saber, o caminho do aumento do preço raramente está


disponível, já que a concorrência está cada vez mais acirrada e a crise
diminuiu o poder de compra de empresas e consumidores. Sendo assim, o
empresário gestor de uma pequena indústria de manufatura só tem uma
saída: aumentar sua produtividade e gerar mais resultados com a mesma
capacidade.

Caso você pense em aumentar a capacidade da sua indústria para aumentar


sua margem de lucro enquanto ainda aumenta o seu tamanho, essa pode ser
uma saída perigosa se não for bem estruturada. Como o Pedro Parreiras
escreveu no artigo em que discute a diferença entre investir para aumentar a
capacidade ou em gestão para melhorar a utilização da capacidade, o
investimento em novas máquinas e o crescimento desestruturado pode ser
prejudicial para a indústria, já que aumenta o capital investido sem
necessariamente aumentar a produção caso não sejam observados os
gargalos e os fluxos de produção.

Guia completo para adequação ao Bloco K 31


Como aumentar a produtividade
de uma pequena indústria?
Para atingir o objetivo de aumentar a eficiência produtiva da sua fábrica e
começar a gerar mais resultados com a mesma capacidade, ou ainda manter
os mesmos resultados com uma capacidade menor, você tem três opções:

• A primeira opção é estudar sobre conceitos e boas práticas com conteúdos


como os apresentados aqui no Blog Industrial Nomus.
• A segunda é contratar uma consultoria de gestão ou um software de
gestão, como os oferecidos pela Nomus.
• A terceira requer um investimento um pouco maior e é complementar as
duas primeiras: contratar um profissional capaz de otimizar sua produção,
como um engenheiro de produção.

Guia completo para adequação ao Bloco K 32


Bônus:

Como calcular o impacto da


produtividade no lucro de
uma indústria.
Bônus: como calcular o impacto
da produtividade no lucro de
uma indústria.
Agora que você já sabe os motivos pelos quais é importante focar na
produtividade da sua indústria, tenho um bônus adicional para ajudar sua
análise.

Criamos a planilha: “Impacto da produtividade no seu lucro”, com o objetivo


de demostrar o impacto da variação da produtividade no seu lucro.
Na planilha, através de variações dos custos fixo, custos variáveis, ajustes de
capacidade e variação de produtividade, você pode simular o impacto da
produtividade no resultado da sua empresa. Além disso, você também pode
utilizá-la para selecionar os produtos mais rentáveis.

> PLANILHA GRATUITA IMPACTO DA PRODUTIVIDADE NO LUCRO DE


UMA INDÚSTRIA<

Guia completo para adequação ao Bloco K 34


Calculando a produtividade da
sua indústria
Os processos produtivos das indústrias de bens e serviços em geral são
constituídos das seguintes etapas:

• Fatores de produção (recursos, inputs);


• Processamento;
• Saída de produtos ou serviços (outputs).

Com o intuito de mensurar a eficácia da etapa de processamento das


indústrias, surgiu a necessidade de calcular a produtividade. Isso pode ser
feito através da divisão dos “outputs” (saída de produtos e serviços) sobre
“inputs” (fatores de produção). Com o valor encontrado, é possível visualizar
a relação da quantidade produzida por fator de produção utilizado.

Outra medida interessante nas indústrias para tomadas de decisões, é a


divisão do ganho (margem de contribuição) sobre o fator limitante da
produção (hora produtiva, matéria-prima escassa, entre outros). O valor
encontrado possibilita verificar o quanto se está ganhando para cada unidade
do fator limitante da produção utilizado.

Guia completo para adequação ao Bloco K 35


O que fazer para ser Ao resolver as causas da perda de produtividade, o
processo produtivo melhorará, o que impactará no

mais produtivo? aumento da receita bruta, como, também, no


aumento do ganho (margem de contribuição). Desta
forma, o resultado será um lucro maior!
Para ser produtiva, a indústria pode seguir os
seguintes caminhos: Visto que os custos diretos são proporcionais ao
volume de produção, eles também aumentarão,
entretanto, proporcionalmente ao aumento do
1. Produzir mais e vender mais com volume de produção. Já os custos fixos permanecerão
os mesmos recursos inalterados caso não haja demissões, investimentos
na produção ou modificação de outros custos fixos.

Para produzir mais e vender mais com a utilização dos


mesmos recursos, é importante que o gestor
identifique as causas das perdas de produtividade e
atue sobre elas. Estas causas podem ser, por exemplo:

• Máquinas paradas
• Falta de matéria-prima em estoques
• Qualidade ruim dos produtos fabricados
(retrabalho)
• Entre outros, dependendo do seu negócio.

Guia completo para adequação ao Bloco K 36


2. Manter o volume de produção e vendas com a
utilização de menos recursos

Outra maneira de ser mais produtivo é reduzir os custos fixos de produção.


Estes custos fixos, em geral, podem ser:

• Gastos com energia elétrica


• Custos de pessoal
• Entre outros, dependendo do seu negócio.

Ao reduzir os custos fixos e manter o volume de produção e vendas


constantes, o ganho (margem de contribuição) se manterá inalterado, pois
os custos variáveis não irão se alterar (produção constate), entretanto, como
haverá redução dos custos fixos, o resultado da empresa melhorará, pois o
valor subtraído do ganho para chegar ao resultado será menor. O resultado
será um lucro maior!

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