Aluízio Borém As variedades geneticamente mo- cessados e representa a principal fon-
Eng. Agrônomo, M.S., Ph.D. e Professor da Universidade Federal de Viçosa dificadas foram, pela primeira vez, te de óleo e de proteína para uso em borem@ufv.br comercialmente plantadas em 1994, rações destinadas à alimentação ani- com o lançamento do tomate Flavr mal. Savr, nos Estados Unidos. Desde en- Plantas daninhas constituem um tão, estas variedades vêm sendo culti- dos principais fatores limitantes na vadas em áreas crescentes em diver- produção agrícola desta cultura. Tipi- sos países, tanto nas Américas quanto camente, elas são controladas com na Europa, África e Oceania. A área uma combinação de práticas culturais cultivada com variedades transgênicas (aração e gradagem) e métodos quí- atingiu, em 2003, 67,8 milhões de micos. Dependendo das espécies da- hectares, envolvendo mais de 17 paí- ninhas prevalecentes, herbicidas, como ses e dezenas de espécies importan- trifuralina, metribuzim e outros, são tes na produção de víveres. Todos os aplicados. A soja RR, obtida via trans- grandes produtores e exportadores formação gênica, evento GTS 40-3-2, mundiais de alimentos já utilizam essa foi desenvolvida pela Monsanto para tecnologia. ser tolerante ao herbicida glifosato, A seguir são apresentadas, a título visando permitir seu uso no controle de ilustração, considerações sobre a das plantas daninhas. Essas variedades segurança ambiental de algumas vari- de soja possuem uma forma modifica- edades geneticamente modificadas e da da enzima EPSPS (5-enolpiruvil que são plantadas em vários países. As chiquimato-3-fosfato sintase) que per- considerações sobre a segurança ali- mite à planta sobreviver à aplicação mentar de algumas delas são discuti- do herbicida glifosato. O gene inserido das no livro Biotecnologia e Nutrição nessas variedades foi extraído da bac- (Costa e Borém, 2003). O leitor pode- téria natural do solo Agrobacterium rá encontrar na literatura especializa- tumefaciens estirpe CP4. da, bem como em sites das agências reguladoras dos organismos genetica- Resumo dos elementos mente modificados, dados específicos genéticos introduzidos referentes às demais análises de biossegurança realizadas com essas Gene: cp4 epsps (5-enolpiruvil variedades. chiquimato-3-fosfato sintase) de Agrobacterium sp. cepa CP4. Soja tolerante a Peptídeo de trânsito: ctp herbicida – Evento GTS 40-3-2 Promotor: E35S. Finalizador: nos 3’ A soja (Glycine max) é cultivada em mais de 80 países, gerando mais de Características da soja 162 milhões de toneladas métricas de grãos. O Brasil é o segundo maior Centro de origem: Sudeste da produtor e exportador dessa Ásia; espécies de soja silvestre são leguminosa. A soja é utilizada como endêmicas na China, na Coréia, no constituinte em muitos alimentos pro- Japão, em Taiwan; raramente exibe
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qualquer característica de dormência Japão, em Taiwan e na Rússia e não é neticamente modificada, evento GTS de sementes, não é forte competidor encontrada no meio ambiente no Bra- 40-3-2, não possui nenhum efeito ad- com outras espécies silvestres ou cul- sil. Dessa forma, a probabilidade de verso sobre organismos benéficos ou tivadas. transferência da característica tolerân- em organismos-não-alvo. Modo de reprodução: auto- cia ao glifosato da soja RR para seus fecundação. parentes ou para outras espécies, por Efeito sobre a biodiversidade fluxo gênico, é muito pequena. Características do A soja RR não possui nenhuma organismo doador Invasivilidade característica fenotípica nova que pro- moveria a extensão de seu plantio Agrobacterium tumefaciens é O gene cp4 epsps do evento GTS além das regiões geográficas onde uma bactéria nativa do solo que vem 40-3-2 não conferiu nenhuma vanta- atualmente se cultiva esta leguminosa. sendo largamente utilizada em trans- gem competitiva ou maior habilidade Como não há nenhum parente silves- formação gênica nos últimos 17 anos. de sobrevivência à soja na natureza, tre da soja no Brasil e esta não é uma É considerada segura para o homem e características típicas de espécies in- espécie invasiva e colonizadora, a ca- animais, não havendo nenhuma evi- vasoras e colonizadoras. A tolerância racterística tolerância ao glifosato se- dência ou relato de qualquer efeito ao glifosato só confere vantagem com- guramente não será transferida a ou- adverso por ela causado. petitiva às plantas submetidas a pul- tras espécies, modificando a verizações com esse herbicida. Adici- biodiversidade nativa presente no Considerações sobre onalmente, a soja cultivada não exibe Brasil. segurança ambiental nenhuma característica típica de espé- cies daninhas, como dormência de Milho resistente a lagartas – Testes em campo sementes, desuniformidade de Evento MON810 maturação, sistema de dispersão de A soja RR, evento GTS 40-3-2, foi sementes, hábito de crescimento O milho é cultivado comercial- testada nos Estados Unidos, no Cana- trepador, dentre outras. Conclui-se, mente em mais de 100 países. Os três dá, em Porto Rico, no México, na então, que a soja RR não possui poten- maiores produtores mundiais são Esta- Argentina, na Costa Rica, e em outros cial para invadir e, ou, colonizar dos Unidos, China e Brasil. O milho é países a partir do início da década de ecossistemas agrícolas ou silvestres, matéria-prima para a produção de 90. No Brasil, esses estudos iniciaram- portanto é considerada segura para o amido, cuja maioria é transformada em se a partir de 1997. Estudos agronômi- plantio comercial. adoçantes e produtos fermentados. cos de rendimento de grãos, adaptabi- Óleo de milho é extraído do germe lidade, estabilidade de comportamen- Efeitos adversos secundários dos grãos, sendo apenas pequena parte to, incluindo outras características agro- dos grãos inteiros utilizada diretamen- nômicas, foram conduzidos em dife- Dados de campo da soja RR, te na alimentação humana. Entretanto, rentes ambientes e anos de plantio. Os evento GTS 40-3-2, mostraram ausên- derivados dessa espécie estão na mesa dados coletados indicam que esta soja cia de efeitos adversos em organis- do brasileiro diariamente na forma de é tão segura para o plantio em escala mos-não-alvo, sugerindo que a prote- cereais (sucrilhos), pães, bolos e pro- comercial quanto as demais varieda- ína CP4 EPSPS modificada presente dutos indiretos, como laticínios, ovos des convencionais e que ela não ofe- nos tecidos da planta transgênica não etc. rece nenhum risco para o meio ambi- foi tóxica aos organismos benéficos As lagartas, da ordem dos ente ou para os sistemas agrícolas de encontrados na natureza. A proteína Lepidópteros, são as mais sérias pra- se tornar uma planta invasora. CP4 EPSPS não resultou em toxicidade gas da cultura do milho. O uso de alterada ou alergenicidade, como de- inseticidas químicos tem sido o méto- Taxa de fecundação cruzada monstrado em estudos com dose oral do mais comum de controle dessas aguda e crônica com ratos e outros pragas nas últimas décadas. Dois im- A introgressão do gene de tole- animais em laboratório (Costa e Borém, portantes aspectos do controle quími- rância ao glifosato da soja RR é extre- 2003). Adicionalmente, o fato de que co das lagartas têm estimulado os mamente improvável de acontecer, proteínas homólogas a EPSPS são cientistas a buscar formas alternativas uma vez que no Brasil e demais países onipresentes na natureza e comuns de controle: poluição ambiental de- da América nenhum parente da soja em plantas, fungos e alguns outros corrente dos inseticidas e seu elevado cultivada é encontrado, além de esta micróbios indica sua segurança para custo. espécie ser autógama, isto é, de organismos-não-alvo. A alta O evento MON810 foi desenvol- autofecundação, com taxa de fecun- especificidade dessa enzima para seu vido pela Monsanto, com a introdução dação cruzada em geral menor que 1% substrato torna improvável que a do gene cry1Ab proveniente da bac- (Borém, 2000; Sediyama et al., 1999). enzima introduzida metabolize outros téria do solo Bacillus thuringiensis A soja cultivada (Glycine max) substratos endógenos para produzir (Bt). Esse gene codifica para a produ- cruza naturalmente com a espécie compostos secundários tóxicos aos ção da proteína Cry1Ab, uma silvestre G. soja. Porém, esta só ocorre organismos benéficos. Todos os dados deltaendotoxina. MON810 produz essa naturalmente na China, na Coréia, no experimentais indicam que a soja ge- proteína em uma dose efetiva durante
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o ciclo da cultura, controlando algumas 30 minutos após sua liberação em taneamente e em proximidade física. lagartas-praga do milho. condições ambientais. O milho é sexu- Esse parente de milho é nativo da A deltaendotoxina Cry1Ab vem almente compatível com o teosinto e América Central e não é encontrado sendo amplamente usada na agricul- raramente com outras espécies do no Brasil. Tripsacum, outro gênero tura, inclusive por produtores orgâni- gênero Tripsacum. filogeneticamente relacionado a Zea, cos, como formulações comerciais. O contém 16 espécies, das quais 12 são uso de Bt para controle biológico das Características de organismo nativas do México e da Guatemala. pragas é um procedimento bem co- do doador nhecido e aceito por mais de 30 anos. Invasivilidade Adicionalmente, Bacillus thuringiensis Embora pragas-alvo, tipicamente é uma bactéria com disseminação na- lagartas, sejam suscetíveis a doses orais MON810 não confere nenhuma tural no ambiente e em alimentos e da proteína Bt, não há evidências de vantagem competitiva. Assim, é ex- completamente inócua aos mamífe- efeitos tóxicos a mamíferos ou pássa- tremamente improvável que o milho ros, inclusive ao homem. ros à dose de até 10µg proteína/g de ainda que modificado com este even- Desde 1997, o evento MON810 peso corporal. A proteína Bt tem sido to consiga se estabelecer em é adotado com sucesso nos Estados considerada um dos bioinseticidas mais ecossistemas silvestres, pois durante o Unidos, com a denominação YieldGard, seguros, tanto que é facultado aos seu processo de domesticação ele sem que qualquer efeito adverso te- agricultores orgânicos o seu uso no perdeu as características típicas de nha sido observado, enquanto a pro- controle de pragas. plantas invasoras e colonizadoras, tor- dutividade aumenta por volta de 10%. nando-se dependente do homem para Seu uso foi aprovado nos Estados Uni- Considerações sobre completar seu ciclo de vida no meio dos, na Europa, no Japão, no Canadá e segurança ambiental ambiente. Todas as evidências expe- em alguns outros países. Todos apro- rimentais indicam que o milho não vações sucederam a extensivos testes Testes em campo sobrevive como uma planta daninha, de biossegurança. pois é fraco competidor e possui dis- Avaliações em campo de produ- persão de semente muito limitada. Resumo dos elementos tividade, adaptabilidade, estabilidade genéticos introduzidos de comportamento, resistência ao Efeitos adversos secundários acamamento e outras características Gene: cry1Ab, que codifica para a agronômicas foram feitas em diferen- A história de uso e os dados de produção da proteína delta endotoxina tes ambientes e anos de plantio com o pesquisa reportados na literatura cien- Cry1Ab, de Bacillus thuringiensis milho Bt, evento MON810. Todos os tífica mostram que a proteína Bt não é subsp. Kurstaki. dados indicam que variedades conten- tóxica a humanos, outros vertebrados Promotor: E35S. do este evento são tão seguras para o e insetos benéficos. A parte ativa des- plantio comercial como as convencio- ta proteína expressa no milho MON810 Características do milho nais e que elas não oferecem riscos (Cry1Ab) é equivalente à proteína para o meio ambiente ou para os microbiana original, amplamente utili- O milho (Zea mays L.) é uma sistemas agrícolas. zada na agricultura nos últimos 30 gramínea monóica, isto é, tem órgãos Foi constatado nos experimentos anos. Esta proteína só é ativa contra masculino (pendão) e feminino (espi- conduzidos que o evento MON810 insetos lepidópteros (lagartas). ga) separados, porém na mesma plan- não alterou a produção, viabilidade e Linhagens e híbridos de milho ta. A inflorescência masculina (pendão) demais características do pólen. Foi que produzem a proteína Cry1Ab fo- localiza-se na parte terminal do colmo, também observado que a dispersão ram comparados em experimentos de enquanto as femininas (espigas), nas do pólen pelo vento e a taxa de campo aos seus análogos convencio- axilas foliares. A quantidade de pólen fecundação cruzada não foram altera- nais (isogênicos). Os dados mostram produzida é muito acima da necessi- das pela inserção do gene cry 1Ab. O que a população relativa de artrópodes dade da planta. Há estimativas de que, fluxo de genes entre variedades con- benéficos foi similar entre os materiais para cada óvulo que se desenvolve tendo o evento MON810 e outras geneticamente modificados e os con- em um grão, a planta produza de variedades deverá ser semelhante ao vencionais. Esses estudos de campo 9.000 a 50.000 grãos de pólen que já acontece naturalmente entre as mostraram que Cry1Ab não teve efei- (Weatherwax, 1955). Depreende-se variedades convencionais. No Brasil, to adverso direto ou indireto nas po- então que, se considerada a espiga onde não há nenhuma espécie silves- pulações artrópodes benéficas. Foram com média de 500 grãos, tem-se cerca tre sexualmente compatível com mi- realizados experimentos de alimenta- de 4,5 a 25 milhões de grãos de pólen lho, a probabilidade de fluxo gênico ção controlada e com várias espécies por planta (Eastham e Sweet, 2002). para outras espécies é extremamente de insetos-não-alvo, incluindo abelha Modo de reprodução: Tipica- remota. melífera, himenópteros benéficos, mente fecundação cruzada, com taxa O milho (Zea mays ssp. mays) é joaninhas, invertebrados aquáticos e de alogamia em torno de 95%, sendo sexualmente compatível e cruza livre- do solo, bem como minhocas. Em a dispersão do pólen feita pelo vento. mente com o teosinto (Zea mays ssp. todos os casos não houve nenhum A viabilidade do pólen é de cerca de mexicana) quando florescendo simul- efeito adverso sobre essas espécies
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estudadas. Em resumo, quando com- por Agrobacterium tumefaciens. Esse lhas. Espécies sexualmente compatí- parado com variedades convencionais processo resultou na introdução está- veis incluem G. hirsutum, G. de milho, o MON810 não apresentou vel de três genes no genoma da vari- barbadense e G. tomentosum. risco para organismos-não-alvo ou be- edade convencional Coker 312: cry1Ac, néficos, inclusive o homem. Portanto, o gene neomicina fosfotransferase tipo Características do organismo todos os dados experimentais indicam II (nptII) e o 3"(9)-O-aminoglicosídeo doador que o milho geneticamente modifica- adenililtransferase (aad). O gene do, evento MON810, é seguro sob o cry1Ac é derivado de Bacillus As características de Bacillus ponto de vista ambiental. thuringiensis (Bt), uma bactéria natu- thuringiensis subsp. Kurstaki foram ralmente encontrada no solo, que co- anteriormente descritas. Efeito sobre a biodiversidade difica para a produção da proteína Cry1Ac, de ação biocida sobre insetos Considerações sobre segurança O milho não possui nenhuma lepidópteros. Os genes nptII e aad são ambiental característica fenotípica nova que pro- derivados da bactéria Escherichia coli moveria a extensão de seu plantio e codificam para a produção das pro- Testes em campo além das regiões geográficas onde teínas NPTII e AAD, respectivamente, atualmente é cultivado. Como não há conferindo resistência a antibióticos O Algodão Bollgard® evento 531 nenhum parente silvestre desta durante as fases iniciais do processo vem sendo testado em campo desde leguminosa no Brasil e como esta não de transformação do algodão. A prote- 1992 e foi aprovado para produção é uma espécie invasiva ou colonizado- ína NPTII confere resistência aos anti- comercial nos Estados Unidos em 1996. ra, a característica resistência a lagartas bióticos aminoglicosilados canamicina Posteriormente, o produto passou a seguramente não será transferida a e neomicina, funcionando como ser comercializado na Argentina, na outras espécies, modificando a marcador de seleção de células vege- Austrália, na África do Sul, na China, na biodiversidade nativa. tais transformadas. A proteína AAD Índia, no México e na Indonésia. No confere resistência aos antibióticos Brasil, testes em campo foram inicia- Outras considerações espectinomicina e estreptomicina, fun- dos durante as safras de 1997/1998 e cionando como marcador para a sele- de 1999/2000, com a autorização da Para se prolongar a efetividade da ção de células bacterianas transforma- Comissão Técnica Nacional de toxina Bt no milho e nas formulações das. Somente os genes cry1Ac e nptII Biossegurança (CTNBio). Com exce- comerciais, recomenda-se a são expressos no algodão GM. O gene ção da tolerância a insetos-alvo, que implementação de Programas de Ma- aad é controlado por um promotor resulta da expressão do gene cry1Ac, nejo da Resistência (PRM). Esses pro- bacteriano e a proteína AAD não é os testes em campo e a experiência gramas foram estabelecidos nos paí- detectada no tecido do Algodão em produção comercial indicam que ses que já cultivam variedades que Bollgard® evento 531. as características fenotípicas e agronô- produzem Bt em seus tecidos, inclusi- micas do Algodão Bollgard® evento ve o milho MON810, e requerem que Resumo dos elementos 531 são equivalentes às de variedades produtores plantem determinada área genéticos introduzidos de algodão convencional em comér- com variedades convencionais, faixas cio. de escape ou refúgio, para reduzir a Genes: cry1Ac, Cry1Ac Estudos foram realizados em la- pressão de seleção de insetos resisten- deltaendotoxina (B. thuringiensis boratório e em campo para a caracte- tes à proteína Bt. Detalhes específi- subsp. kurstaki (Btk)); neo, neomicina rização do Algodão Bollgard® evento cos e exigências dos programas PMR fosfotransferase II (E. coli K12); e aad, 531 e para a determinação da seguran- são discutidos no capítulo 10 deste 3"(9)-O-aminoglicosídeo adenilil- ça ambiental e alimentar do produto. livro. transferase. Os estudos basearam-se no conceito Promotores: E35S, nopalina de “familiaridade” acoplado ao concei- Algodão resistente a lagartas – sintase (nos) de A. tumefaciens e to de “equivalência substancial” e vi- Evento 531 promotor bacteriano. saram determinar se a nova planta e Finalizador: 3' poli A da seus produtos apresentam um risco A Monsanto desenvolveu uma subunidade alfa do gene beta- novo ou maior do que variedades variedade de algodão geneticamente conglicinina da soja. convencionais para o meio ambiente modificado tolerante às principais pra- ou para consumo como alimento para gas da ordem Lepidóptera no Brasil, Características do algodão seres humanos e, ou, animais. Os estu- como o curuquerê (Alabama dos partiram dos conhecimentos so- argillacea), a lagarta-rosada Centro de origem: Meso-ameri- bre a biologia da planta e as práticas (Pectinophora gossypiella) e a lagar- cana (Peru, Equador e Bolívia). agrícolas utilizadas no cultivo do algo- ta-da-maçã (Heliothis virescens). O dão, sobre a origem dos genes inseri- algodão geneticamente modificado, Modo de reprodução: Geral- dos, a função e a segurança das novas referido como Algodão Bollgard® even- mente autógama, com freqüente proteínas produzidas e sobre a com- to 531, foi obtido por meio do sistema alogamia, especialmente na presença posição nutricional da planta, entre de transformação de plantas mediado de insetos polinizadores, como abe- outros aspectos.
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Os estudos de caracterização de- alimento e, ou, ração são equivalentes trará para o Brasil também podem ser terminaram o DNA inserido, o nível de às frações das variedades comerciais significativos. Caso tivesse sido adota- expressão dos genes inseridos, o de algodão convencional. Na verifica- da em 50% da área total cultivada do fenótipo e o desempenho agronômi- ção da equivalência nutricional e quanto Brasil em 2000/2001, estima-se que co da planta. Os parâmetros analisados à composicional do Algodão Bollgard® tivesse havido redução de aproxima- não indicam nenhum efeito não-inten- evento 531 em relação às variedades damente 1 milhão de litros de insetici- cional resultante da modificação gené- convencionais, utilizou-se a compara- da e significativa elevação na produti- tica, a qual é herdada pelas gerações ção de 67 componentes do caroço de vidade. subseqüentes, sem alterações. algodão e do óleo. As análises incluí- A avaliação da segurança ram a determinação dos níveis de Outras considerações ambiental do Algodão Bollgard® even- proteína, gordura, umidade, calorias, to 531 mostrou a segurança da planta minerais, aminoácidos, ácidos graxos O Algodão Bollgard® evento 531 e das novas proteínas produzidas para ciclopropenóides e gossipol. oferecerá aos produtores brasileiros organismos-não-alvo e para o meio Em adição aos estudos uma nova opção para o manejo da ambiente. A proteína Cry1Ac, produ- composicionais, a salubridade do caro- cultura. Os resultados dos estudos de zida no Algodão Bollgard® evento ço do Algodão Bollgard® evento 531 caracterização e de segurança 531, vem sendo utilizada com segu- foi demonstrada por meio de estudos ambiental e alimentar claramente indi- rança como princípio ativo de formu- de alimentação com ratos, vacas leitei- cam que este Algodão GM é equiva- lações microbianas já comercializadas ras, peixes e aves submetidos a dietas lente e tão seguro para o meio ambi- no Brasil e em vários países há mais de que continham o caroço do algodão ente, os organismos-não-alvo, no uso 40 anos. A proteína é segura para a geneticamente modificado e o do al- em ração animal e no consumo huma- fauna e para organismos benéficos, godão convencional. Esses estudos não no, quanto as variedades convencio- degradando-se rapidamente no solo. mostraram nenhuma diferença signifi- nais atualmente disponíveis no merca- Não foram encontrados efeitos adver- cativa entre os animais alimentados do. As experiências bem-sucedidas sos desta variedade GM ou das prote- com o caroço do algodão GM e os com o uso do Algodão Bollgard® even- ínas Cry1Ac e NPTII sobre o meio alimentados com o caroço de algodão to 531 desde o início de sua ambiente. O potencial de cruzamento convencional. comercialização, em 1996, nos EUA, e com espécies silvestres presentes no Os principais benefícios observa- posteriormente em outros países, con- Brasil é possível pela existência de dos com o cultivo comercial desta firmam a segurança do produto. Sua organismos compatíveis, mas impro- variedade GM, desde a sua utilização em plantios comerciais re- vável nas áreas de plantio comercial. A comercialização inicial nos EUA e em duz drasticamente a aplicação de capacidade invasiva dos genes cry1Ac outros países, são: melhor controle de pesticidas convencionais nas lavouras e nptII por meio de transferência pragas-alvo, redução do uso de inseti- e agrega benefícios econômicos, gênica para organismos não relaciona- cidas, aumento no rendimento, redu- ambientais, bem como à saúde huma- dos praticamente inexiste. ção dos custos de produção, melhor na. A adoção dessa tecnologia trará Por meio dos estudos de avalia- rentabilidade e menor risco para o maior competitividade global para a ção da segurança alimentar do Algo- produtor. A introdução dessa tecnologia indústria algodoeira do Brasil e agrega- dão Bollgard® evento 531, demons- nos Estados Unidos entre 1996 e 1999 rá benefícios diretos e indiretos seme- trou-se que as novas proteínas produ- levou à redução no uso de ingredien- lhantes para o produtor e para o meio zidas pela planta são seguras para a tes ativos de inseticidas de aproxi- ambiente. alimentação humana e para a produ- madamente 1,2 milhão de quilos. Os ção de ração animal. As proteínas produtores obtiveram aumento de 118 Milho tolerante ao glifosato – Cry1Ac e NPTII encontram-se no caro- milhões de quilos de algodão na pro- Evento NK603 ço do Algodão Bollgard® evento 531, dução anual, o que resultou em apro- mas, após o processamento das fibras ximadamente US$99 milhões adicio- A Monsanto desenvolveu o milho e do caroço, elas não são detectadas. nais na receita líquida em 1999. A NK603 com a característica de tolerân- Entretanto, caso fossem consumidas, redução do uso de inseticidas também cia ao glifosato, que é o ingrediente essas proteínas não despertariam ne- está associada a uma série de benefí- ativo dos herbicidas Roundup®. O nhuma preocupação com a saúde cios secundários, como o aumento das NK603 produz proteínas CP4 5- humana e animal. O modo de ação populações de insetos benéficos e de enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase delas, a especificidade, o histórico de animais silvestres, a diminuição da (CP4 EPSPS) tolerantes ao glifosato. O uso e exposição, a rápida degradação lixiviação potencial de inseticidas e controle de plantas daninhas que é no sistema digestivo, a ausência de maior segurança para os funcionários realizado pelo glifosato ocorre pela similaridades com proteínas tóxicas ou da propriedade, devido à menor ex- inibição da enzima EPSPS, produzida alérgicas, assim como a ausência de posição potencial. Benefícios seme- naturalmente pela planta. Essa enzima toxicidade oral aguda em camundon- lhantes vêm sendo observados em catalisa uma etapa crítica na via meta- gos, mostraram a sua segurança para o outros países onde essa tecnologia já bólica do ácido chiquímico para a consumo humano e animal. A compo- foi aprovada para uso comercial. biossíntese de aminoácidos aromáti- sição, o valor nutricional e a salubrida- Simulações indicam que os bene- cos em plantas e microrganismos. As de das frações da planta utilizada como fícios potenciais que esta tecnologia proteínas CP4 EPSPS possuem baixa
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afinidade com o glifosato, se compara- sência de características que façam de produtividade; redução de custos, da com a proteína EPSPS selvagem. com que se torne uma planta daninha, pela diminuição do uso de produtos Assim, quando o milho NK603, que o desenvolvimento e o desempenho herbicidas e do número de aplicações produz as proteínas CP4 EPSPS, é agronômico são fatores que compro- necessárias para o controle efetivo das tratado com glifosato, as plantas conti- vam essa segurança ambiental. Adici- plantas daninhas; adequação e nuam se desenvolvendo normalmen- onalmente, as observações da segu- encorajamento para a adoção de siste- te. A ação contínua da enzima CP4 rança do produto utilizado como ali- mas conservacionistas de cultivo, como EPSPS tolerante ao glifosato catalisa a mento/ração, desde a liberação co- o plantio direto; melhoria da qualidade síntese dos aminoácidos aromáticos mercial do milho NK603 nos Estados da água em fontes vulneráveis, por necessários ao desenvolvimento nor- Unidos em 2000, e no Canadá e outros reduzir a aplicação de herbicidas que mal das plantas. A via biossintética de países, em 2001, substanciam as afir- são lixiviados; segurança alimentar e aminoácidos aromáticos não é encon- mativas acima. ambiental equivalente à do milho con- trada em animais, o que explica a A segurança alimentar do milho vencional, sendo tão nutritivo quanto atividade seletiva desse herbicida em NK603 foi estabelecida com base em este, o que foi demonstrado por meio plantas, contribuindo para a baixa avaliações da atividade da proteína de diversos estudos específicos com a toxicidade a mamíferos. Dois cassetes CP4 EPSPS e sua homologia com as proteína CP4 EPSPS, análises dos nutri- para expressão do gene cp4 epsps proteínas EPSPS presentes em amplo entes-chave, da equivalência foram introduzidos no genoma do milho espectro de plantas utilizadas como nutricional, bem como avaliações por meio de um único inserto, produ- alimento. A baixa exposição a CP4 ambientais. zindo o milho NK603. O gene cp4 EPSPS na dieta, ou seja, baixa concen- epsps é derivado de uma bactéria tração no grão e na forragem; a rápida Milho resistente a lagartas comum de solo, a Agrobacterium sp. digestibilidade da proteína CP4 EPSPS; e tolerante a herbicida cepa CP4, que codifica para a produ- e a ausência de toxicidade ou – Evento Bt11 ção da proteína EPSPS, tolerante ao alergenicidade das proteínas EPSPS glifosato. em geral foram verificadas por meio As lagartas, pertecentes à família de estudos com as proteínas CP4 EPSPS dos Lepidópteros, são as mais sérias Resumo dos elementos produzidas em plantas. A equivalência pragas da cultura do milho. Além de- genéticos introduzidos entre o milho NK603 e o convencional las, as plantas daninhas, mesmo em foi demonstrada por meio de análises baixa densidade, podem reduzir a pro- Gene: cp4 epsps (5-enolpiruvil dos nutrientes-chave, incluindo prote- dutividade do milho de forma signifi- chiquimato-3-fosfato sintase) de ínas, lipídeos, carboidratos, umidade, cativa. O uso de agroquímicos tem Agrobacterium sp. cepa CP4. aminoácidos, ácidos graxos e minerais, sido o método mais comum de contro- Promotores: Intron P-ract1/ract1 em estudos realizados em vários ambi- le das lagartas e das plantas daninhas contendo actina 1 de arroz, CaMV 35S entes agrícolas, por exemplo no Brasil. nesta cultura. e HSP70 do milho. A equivalência nutricional entre a va- O milho Bt11 foi desenvolvido Finalizador: nos 3’ riedade NK603 e o milho convencio- pela Syngenta com o objetivo de ser nal foi confirmada mediante avaliação resistente às lagartas pela produção de Características do milho do desempenho alimentar em estu- uma proteína inseticida. Esse evento e modo de reprodução dos com frangos de corte, ratos, vacas foi obtido com a introdução do gene leiteiras, suínos e gado de corte. Cry1Ab, à semelhança do milho Detalhes sobre as características No Brasil, os resultados de estu- MON810, apresentado anteriormen- desta gramínea, bem como seu modo dos de eficácia agronômica e tolerân- te. Além da resistência a lagartas, o de reprodução, foram anteriormente cia, assim como das avaliações agronô- evento Bt11 apresenta resistência ao descritos quando o evento MON810 micas, de descritores morfológicos, de glufosinato de amônio, o ingrediente foi abordado, neste capítulo. expressão da proteína CP4 EPSPS e de ativo dos herbicidas Liberty, Finale e composição (bromatologia) mostraram Basta. O milho Bt11 possui, portanto, Considerações sobre segurança que o NK603 é equivalente e tão o gene pat, isolado da bactéria ambiental seguro quanto o milho convencional Streptomyces viridochromogenes. Esse em termos de biossegurança alimen- gene codifica para a produção da Testes em campo tar e ambiental. enzima fosfinotricina N- acetiltransferase (PAT), a qual confere A segurança ambiental do milho Outras considerações tolerância ao glufosinato. A enzima NK603 mostrou-se ser equivalente à PAT do milho Bt11 converte L- do milho convencional, o que foi con- O milho NK603 tolerante ao fosfinotricina (PPT), o ingrediente ati- firmado em diversos estudos, realiza- glifosato, além de ser tão seguro quan- vo do glufosinato de amônio, para dos inclusive no Brasil. A estabilidade to o convencional, fornece aos agricul- uma forma inativa. Na ausência de genética da característica de tolerân- tores inúmeros benefícios, que inclu- PAT, a aplicação de glufosinato leva à cia ao glifosato, a ausência de efeitos em: sistema efetivo, flexível e simples redução na produção do aminoácido em organismos-não-alvo, o baixo po- para o controle de plantas daninhas na glutamina e ao aumento na produção tencial de transferência gênica, a au- cultura, com potencial para aumento de amônia nos tecidos da planta, resul-
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tando em sua morte. A enzima PAT rias linhagens e híbridos de milho em milho em uma espécie daninha ou não possui qualquer efeito tóxico. campo a partir de 1992 nos Estados com capacidade de invadir e colonizar Unidos, no Canadá, na Europa e tam- o meio ambiente. Resumo dos elementos bém no Brasil mais recentemente. Todos os dados experimentais genéticos introduzidos Esses experimentos compararam as indicam que o milho não sobrevive variedades Bt11 com outras isogênicas como uma planta daninha, pois é fraco Genes: pat, que codifica para a convencionais, e detectou-se que ca- competidor e possui dispersão de se- produção da enzima fosfinotricina racterísticas agronômicas, como vigor mente muito limitada, portanto não N-acetiltransferase (PAT), provenien- vegetativo, dias para a maturação, ren- oferece nenhum risco para o meio te de Streptomyces viridochromoge- dimento de grãos, peso e densidade ambiente. nes, e cry1Ab, que codifica para a de grãos, foram similares às das varie- produção da proteína delta endotoxi- dades não-transgênicas, indicando que Efeitos adversos secundários na de Bacillus thuringiensis subsp. no evento Bt11 não foram alteradas as kurstaki variedades para outras características Foi observado nos ensaios de cam- Promotor: CaMV 35S. além da resistência às pragas-alvo. O po e em laboratório que o milho Bt11 nível de expressão da enzima PAT nas não tem efeito adverso sobre organis- Características do milho e modo variedades Bt11 foi suficientemente mos benéficos para os ecossistemas de reprodução elevado para conferir tolerância ao agrícolas. A história de uso registrada herbicida glufosinato. Todos os dados na literatura científica mostra que a Detalhes sobre as características de campo mostram que o milho Bt11 proteína Bt não é tóxica a humanos, desta gramínea, bem como seu modo não possui nenhum potencial risco ao outros vertebrados e insetos benéfi- de reprodução, foram anteriormente ambiente. cos. Estudos de alimentação forçada descritos quando o evento MON810 em laboratório não mostraram nenhum foi abordado, neste capítulo. Taxa de fecundação cruzada efeito negativo no desenvolvimento de abelhas melíferas, joaninhas e ou- Características dos organismos Os dados de campo também indi- tros insetos-não-alvo. Em estudos com doadores caram que a produção, viabilidade, aves alimentadas com milho Bt11 tam- dispersão do pólen e taxa de fecunda- bém não se verificou nenhum efeito Streptomyces viridochromogenes ção cruzada permanecem inalteradas adverso. com a modificação genética Bt11. Em resumo, foi determinado que É uma bactéria nativa do solo. Dessa forma, o fluxo gênico entre o milho Bt11 não apresenta risco para Suas cadeias de esporos são variedades Bt11 e outras variedades o meio ambiente e para a saúde huma- espiraladas, com coloração azul ou convencionais será semelhante ao que na. Seu efeito é específico para algu- verde, dependendo do pH do meio. S. naturalmente ocorre entre as cultiva- mas espécies de insetos-praga viridochromogenes exibe atividade das. No Brasil, onde há poucas espéci- lepidópteros. antimicrobiana devido à estreptomicina es aparentadas com o milho, a proba- produzida pela bactéria. Os dados re- bilidade de fluxo de gene para espé- Efeito sobre a biodiversidade portados na literatura indicam sua se- cies silvestres é extremamente remo- gurança para o homem, animais e ta. O milho Zea mays L. subsp. mays O milho Bt11 não possui nenhu- plantas. é sexualmente compatível com ou- ma característica fenotípica nova que tros membros do gênero Zea, e em fomentaria a extensão de seu plantio Bacillus thuringiensis subsp. menor grau com algumas espécies do além das regiões geográficas que atu- Kurstaki gênero Tripsacum. almente cultivam esta espécie. Como não há nenhum parente silvestre do Embora pragas-alvo, tipicamente Invasivilidade milho no Brasil e como esta não é uma lagartas, sejam susceptíveis a doses espécie invasiva ou colonizadora, a orais da proteína Bt, não há evidências Os genes pat e cry1Ab, do even- característica resistência a lagartas se- de efeitos tóxicos a mamíferos e pás- to Bt11, não conferiram nenhuma van- guramente não será transferida a ou- saros à dose de até 10 µg proteína/g tagem competitiva ou maior habilida- tras espécies, modificando a biodi- de peso corporal. A proteína Bt tem de de sobrevivência para o milho na versidade nativa. sido considerada um dos bioinseticidas natureza ou ao aparecimento de ca- mais seguros, tanto que é facultado racterísticas típicas de espécies inva- Outras considerações aos agricultores orgânicos o seu uso no soras e colonizadoras. A tolerância à controle de pragas. fosfinotricina só confere vantagem Para a sustentabilidade de uso da competitiva às plantas pulverizadas toxina Bt expressa no milho e nas Considerações sobre segurança com este herbicida. Adicionalmente, formulações comerciais desta mesma ambiental nenhuma vantagem competitiva foi toxina, recomenda-se a implementa- Testes em campo conferida pelo gene cry1Ab, além da ção de Programas de Manejo da Resis- resistência a lagartas-alvo. Essa resis- tência (PRM). Esses programas são O milho Bt11 foi testado em vá- tência não transforma, por si mesma, o obrigatórios nos países que já cultivam
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variedades Bt11 e requerem que pro- cionalmente utilizado. entre variedades não-transgênicas. No dutores plantem certa área com varie- Promotor: CaMV 35S Brasil, onde há poucas espécies filoge- dades convencionais, faixas de escape neticamente relacionadas ao milho no ou refúgio, para reduzir a pressão de Características do milho e meio ambiente, a probabilidade de seleção de insetos resistentes à prote- modo de reprodução fluxo gênico para outras espécies é ína Bt. Detalhes específicos e exigên- remota. cias dos programas PMR são discutidos Detalhes sobre as características no capítulo 10 deste livro. desta gramínea, bem como seu modo Invasivilidade É pouco provável que o milho de reprodução, foram anteriormente Bt11 resulte na eliminação do uso de descritos quando o evento MON810 O gene pat, do evento T25, não inseticidas químicos que são tradicio- foi abordado neste capítulo. conferiu nenhuma vantagem compe- nalmente aplicados nas lavouras de titiva ou maior habilidade de sobrevi- milho, pois estas variedades são resis- Características do vência à do milho na natureza ou o tentes apenas a algumas das pragas organismo doador aparecimento de características típi- desta espécie. Variedades de milho cas de espécies invasoras e coloniza- Bt11 podem, entretanto, contribuir para Streptomyces viridochromoge- doras. O fenótipo das plantas T25 a preservação do meio ambiente ao nes: É uma bactéria nativa do solo. permaneceu inalterado para todas as oferecer um método alternativo para Suas cadeias de esporos são espirala- características agronômicas, exceto o controle das lagartas do milho, redu- das, com coloração azul ou verde, para tolerância ao glufosinato de amô- zindo o uso de lagarticidas e os poten- dependendo do pH do meio. S. viri- nia. A tolerância a este herbicida só ciais efeitos adversos resultantes des- dochromogenes exibe atividade anti- confere vantagem competitiva às plan- ses inseticidas em insetos benéficos, microbiana, devido à estreptomicina tas pulverizadas com este produto, contribuindo para a segurança do tra- produzida pela bactéria. Os dados re- portanto dependente de práticas agro- balhador e evitando a contaminação portados na literatura indicam sua se- nômicas. Essa característica adicionada da água e do solo. gurança para o homem, animais e não transforma, por si mesmo, o milho plantas. em uma espécie daninha ou com Milho tolerante a capacidade de invadir e colonizar o herbicida – Evento T 25 Considerações sobre meio ambiente ou áreas não agricultá- segurança ambiental veis. O milho LibertyLink foi desenvol- Todos os dados experimentais vido pela AgrEvo (hoje Bayer Crop Testes em campo indicam que o milho não sobrevive Science) com o objetivo de possibilitar como uma planta daninha, pois é fraco o uso seletivo dos herbicidas cujo O evento T25 foi estudado em competidor e possui dispersão de se- ingrediente ativo é o glufosinato de campo a partir de 1992 em diferentes mente muito limitada, portanto não amônio, para o manejo de plantas países, inclusive no Brasil. Linhagens e oferece nenhum risco ambiental. daninhas. O gene pat, que confere híbridos de milho T25 foram extensi- este atributo foi clonado de um seg- vamente avaliados em laboratório, casa Efeitos adversos secundários mento específico do genoma da bac- de vegetação e no campo. Os experi- téria de solo Streptomyces viridochro- mentos compararam o milho T25 com Foi observado nos ensaios de cam- mogenes e codifica para a produção da outros milhos convencionais, quando po e em laboratório que o milho T25 enzima fosfinotricina-N-acetiltransfe- se determinaram características agro- não tem efeito adverso sobre organis- rase (PAT). Este produto encontra-se nômicas como produtividade, altura mos benéficos ou não-alvo nos aprovado na Europa, no Japão, nos de planta, data de florescimento, sus- ecossistemas agrícolas. A enzima PAT, Estados Unidos, na Argentina, e sua cetibilidade às doenças. Os dados ex- responsável pela tolerância ao comercialização ocorre nestes e em perimentais indicam que o milho T25 glufosinato de amônio, tem atividade outros países. é semelhante aos convencionais aná- enzimática substrato-específica, não logos para todas as características es- possui estabilidade térmica ou Resumo dos elementos genéti- tudadas. Esses dados também mos- proteolítica, típicas de compostos tó- cos introduzidos tram que este milho não possui ne- xicos, e não afeta o metabolismo da nhum potencial risco ao ambiente. planta. Outras espécies, como soja, Genes: pat, que codifica para a arroz, algodão, trigo, cevada, lentilhas, resistência ao herbicida fosfinotricina Taxa de fecundação cruzada ervilhas, linho e alfafa, foram modifica- N-acetiltransferase (PAT), e bla trun- das para também produzirem a enzima cado, que não codifica para a produ- A produção, viabilidade e disper- PAT, sem detecção de efeito adverso ção de b-lactamase. Cultivos de milho são de pólen pelo vento permanece- para o meio ambiente. derivado do Evento T25 podem ter ram inalteradas com a modificação Finalmente, após inúmeros tes- suas plantas daninhas manejadas com genética T25. Dessa forma, a freqüên- tes de biossegurança, foi determinado o herbicida biodegradável glufosinato cia de intercambio gênico entre varie- que o milho T25 não apresenta risco de amônio, sem entretanto restringir a dades T25 e outras convencionais para o meio ambiente nem para a opção de uso de qualquer outro tradi- deverá ser semelhante à observada saúde humana.
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