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Sumário

Introdução 3
Objetivo da Sonda Nasogástrica 4
Tipos de sonda 5
Material 7
Técnica 8
Comprovação do correto posicionamento 10
Como diminuir o desconforto na instalação? 11
Bibliografia 13

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Introdução

A Sonda Nasogátrica é um tubo de polivinil que quando prescrito, deve ser


tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada
à maneira com ficará instalada no paciente.

A sonda nasogástrica é um equipamento de uso médico de muita importância. Ela pode


servir tanto para alimentar pacientes que não conseguem realizar a deglutição como para
drenagem dos líquidos do estômago (em casos de intoxicação ou cirurgias, por
exemplo). O uso de sondas como alternativa de nutrição para aqueles pacientes que não
conseguem se alimentar sozinhos já é muito antigo. Diz-se que os egípcios já utilizavam
sondas retais para tal finalidade. Porém, com o passar dos anos, essa técnica foi
evoluindo e atualmente as sondas nasogástricas ou nasoenterais (do nariz até o duodeno)
são os tipos mais comuns.

A sonda é um equipamento que consiste basicamente em um tubo com duas aberturas


para comunicação entre o interior e o exterior do corpo do paciente. Os materiais
utilizados no procedimento de colocação de uma sonda nasogástrica são bastante
simples. Além da sonda, utilizam-se luvas, esparadrapo, seringa, gaze, estetoscópio e
um gel anestésico. É fundamental, assim como em qualquer procedimento médico ou
cirúrgico, o cuidado com a assepsia e a higiene.

Estima-se que aproximadamente 1 milhão de sondas nasogástricas (NG) são instaladas


anualmente em adultos e crianças nos Estados Unidos.

No Brasil não se dispõe de tais dados, mas acredita-se que este procedimento seja
comum na maior parte das instituições prestadoras de serviços de assistência à saúde.

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Objetivo da Sonda Nasogástrica

A maneira como ela estará instalada determinará seu objetivo. Pode ser aberta ou
fechada.

Sonda Nasogátrica Aberta:

Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico, a saber:

 esverdeado: Bile
 borra de café: bile + sangue
 sanguinolenta vivo
 sanguinolento escuro
 amarelado

Podemos exemplificar cirurgias onde no pós operatório se deseja o repouso do sistema


digestivo e também em casos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa
ser removido rapidamente.

Sonda Nasogástrica Fechada

Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode
utilizar a boca no processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós-
cirúrgico.

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Tipos de sonda

Enfatizaremos as mais utilizadas que são as sondas nasogástricas, sendo as mais


utilizadas para descompressão, aspiração e irrigação (lavagem): Levin, gástrica simples
e outras; para administração de alimentos e medicamentos: Levin, nutriflex, Dobhoff e
para controle de sangramento de varizes esofageanas: Sengstaken-Blakemore.

Sonda de Levin

Possui uma luz única, manufaturada com plástico ou borracha, com aberturas
localizadas próxima à ponta; as marcas circulares contidas em pontos específicos da
sonda servem como guia para sua inserção.

Sonda gástrica simples

É uma sonda naso-gástrica radiopaca de plástico claro, dotada de duas luzes, usada para
descomprimir o estômago e mantê-lo vazio.

Sonda de Dobhoff

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Sonda utilizada com freqüência para alimentação enteral, sendo que como característica
possui uma ponta pesada e flexível.

Sonda Nutriflex

Possui 76 cm de comprimento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar a inserção.

Sonda de Sengstaken-Blakemore

É uma sonda utilizada especificamente para o tratamento de sangramentos de varizes


esofageanas, possuindo três luzes com dois balões, sendo uma luz para insuflar o balão
gástrico e outra para o balão esofageano.

Sonda de moss

Nasoesofagiana, 90cm de comprimento e luz tríplice.

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Material

Bandeja contendo:

 Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16,
18 (adulto)
 Esparadrapo
 Xilocaína gel
 Gaze
 Par de luvas
 Seringa de 20cc
 Estetoscópio
 Copo com água
 Toalha de rosto de uso pessoal

Caso a Sonda Nasogástrica seja aberta adicione:

 Extensão
 Saco coletor.

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Técnica

 Explicar a procedimento ao paciente;


 Colocá-lo em posição de Fowler;
 Colocar a toalha sob o pescoço;
 Calçar as luvas;
 Abrir a sonda;
 Medir o comprimento da sonda: da asa do nariz, ao lóbulo da orelha e para baixo
até a ponta do apêndice xifóide.
 Marcar o local com o esparadrapo;
 Passar xilocaína gel aproximadamente uns 10 cm;
 Introduzir a sonda s por uma das narinas;
 Flexionar o pescoço aproximando ao tórax, pedindo ao paciente para realizar
movimentos de deglutição;
 Introduzir a sonda até o ponto do esparadrapo;

Observações

Se a sonda for permanecer aberta, conectá-la ao frasco coletor e posicionar este em


nível inferior ao paciente para drenagem por gravidade.

É importante que, diariamente, seja realizada a limpeza das narinas e a troca da fixação
para evitar a formação de lesões na região

Antes de iniciar a dieta, realizar o teste da ausculta e o da aspiração de suco gástrico


para confirmar o correto posicionamento da sonda

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Antes e após o término da administração da dieta ou de medicamentos, lavar a sonda
com 20 mL de água potável

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Comprovação do correto posicionamento

Teste da audição: colocar o diafragma do estetoscópio na altura do estômago do


paciente e injetar rapidamente 20 cc de ar pela sonda, sendo que o correto é a audição
do ruído característico.

Aspiração do conteúdo: aspirar com uma seringa o conteúdo gástrico e determinar do


seu pH. O pH do conteúdo gástrico é ácido (aproximadamente 3), do aspirado intestinal
é pouco menos ácido (aproximadamente 6,5) e do aspirado respiratório é alcalino (7 ou
mais); também está confirmado o correto posicionamento, se com a aspiração
verificarmos restos alimentares.

Teste do borbulhamento: colocar a extremidade da sonda em um copo com água, sendo


que se ocorrer borbulha, é sinal que está na traquéia.

Verificação de sinais: Importância para sinais como tosse, cianose e dispnéia.

Obs. Algumas literaturas questionam o "teste do copo" tendo em vista a existências de


falsos positivos sem contar a efetividade dos dois testes anteriores.

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Como diminuir o desconforto na instalação?

Vários são os procedimentos para instalação de sondas NG . No entanto em um destes


passos, ou seja, a introdução da sonda, percebe-se um desconforto por parte dos
pacientes, que resulta as vezes em vômitos e até recusa do procedimento. Este fato é
confirmado por estudos onde constataram que a inserção de sonda nasogástrica foi o
procedimento mais doloroso identificado por pacientes e médicos. A dor referida, na
população estudada, foi pior do que a sentida em drenagem de abscesso, redução de
fratura e cateterização uretral.

Comumente utiliza-se anestésico em forma de gel para facilitar a introdução de sondas,


no entanto quando se trata de sondas NG o único objetivo é facilitar o deslizamento da
sonda pela narina, uma vez que o anestésico é passado ao redor da sonda no momento
da introdução e não previamente na narina, sendo assim, insuficiente o tempo de contato
para que haja anestesia local. Desta forma fica evidente que o desconforto ocorrerá.

Para diminuir o desconforto e trauma na inserção de sondas NG outras alternativas são


propostas e implementadas. A inalação de lidocaína por meio de nebulização, spray e
respiração intermitente com pressão positiva através de nebulização pela boca, tem
demonstrado redução significativa da dor associada a instalação de sonda nasogástrica.

Em 2004 randomizou-se 50 pacientes adultos em dois grupos iguais que necessitavam


de sondas NG em duas unidade de emergência. O grupo experimental (N=29) recebeu 4
ml de lidocaína 10% (400mg de lidocaína) introduzido pelo nariz e faringe por meio de
uma máscara de nebulização com fluxo de oxigênio de 6L/min. Os pacientes foram
orientados a respirarem pela boca e nariz durante a nebulização. O grupo placebo
(N=21) recebeu nebulização de solução salina. Vasoconstritores não foram usados. As
enfermeiras da unidade instalaram sondas nasogástricas número 18F (5,94mm) usando
gel lubrificante a base de água. O desconforto dos pacientes foi mensurado através de
uma escala visual analógica de 100mm onde em uma extremidade havia a marca de
nenhum desconforto e na outra extremida- de desconforto máximo que os mesmos
sentiram durante o procedimento, sendo a dificuldade de inserção da sonda avaliada
pelas enfermeiras usando escala tipo Likert de 5 pontos, caracterizando a dificuldade em
mínima, leve (menos difícil do que o usual), moderada (dificuldade habitual),
substancial (maior dificuldade do que o habitual) e extrema. Houve uma diferença
clínica e estatisticamente significante no desconforto dos pacientes associado com a
passagem da sonda nasogástrica entre o grupo experimental e placebo (média do escore
da escala 37.7 x 59.3 mm, respectivamente; 95% de intervalo de confiança). Não houve
diferença na dificuldade da instalação da sonda entre os dois grupos. No entanto,
epistaxe ocorreu mais freqüentemente no grupo experimental (17% versus 0%, 95 CI).

Este estudo mostrou, dentre outros citados pelos autores, que a lidocaína nebulizada
para o nariz e faringe por meio de nebulização diminuí o desconforto decorrente da

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inserção de sonda nasogástrica e deve ser considerado antes de implementar o
procedimento.

Se a incidência de epistaxe no grupo experimental é causada pela lesão na mucosa


anestesiada, e nesse caso, se isso pode ser reduzido com vasoconstrictores, permanece
sem resposta e requer pesquisas afim de obte-las.

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Bibliografia

Unamuno MRDL, Marchini JS. Sonda nasogástrica/nasoentérica: cuidados na


instalação, na administração da dieta e prevenção de complicações

Apostila do curso Técnico de enfermagem escola El Shaday

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