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19/03/2016 A 

Realidade do Tempo | Reasonable Faith

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A Realidade do Tempo

#383

A Realidade do Tempo
Dr. Craig,

Você tem desempenhado um papel vital no meu desenvolvimento de apologética, juntamente com
outros filósofos. Estou intrigado com o fato de que muitas coisas consideradas verdade, embora
examinar a sua legitimidade seja o trabalho da filosofia, assim eu preciso lhe perguntar: por que você
acredita no tempo em primeiro lugar? Não é [o tempo] apenas uma ideia em nossa mente que nos
ajuda a localizar um evento em relação à nossa experiência? Eu não envelheço por causa do tempo,
mas por causa do meu desenvolvimento biológico e realidade entrópica. Estes são componentes
físicos do universo que implicam espaço e massa em uma interação dinâmica. Além disso, os
elementos que moldam eventos já existem em nosso universo. Dizer que o tempo para x ainda não
chegou é estritamente dizer que as condições físicas para x ocorrer ainda não estão satisfeitas pelos
fatores que temos reunidos. Você pode me ajudar a identificar o que eu não estou vendo aqui, por
favor?

Guillermo

Nicarágua

Nicaragua

Que bom é receber uma pergunta de alguém com o mesmo nome que o meu! Por que eu acredito no
tempo? Em uma palavra, eu experimento o tempo, e eu não tenho um derrotador (defeater) da
veracidade dessa experiência.

No meu trabalho sobre Deus e o tempo, eu argumento com detalhe em favor da realidade do tempo
flexivo (tensed), o qual implica que o tempo é real. Eu não consigo pensar em qualquer outra crença
que temos que seja tão fundamental e tão poderosamente garantida como a crença de que o tempo é
real. Até mesmo a crença na existência do mundo externo dos objetos físicos não se pode comparar a
ela. Pois o mundo externo é apreendido como um mundo temporal, mas, além disso, apreendemos o
tempo na vida interior da mente ao experimentarmos uma sucessão temporal de estados de
consciência. Mesmo se eu fosse um Cérebro de Boltzmann com a ilusão de um mundo físico a minha
volta, a experiência do tempo permaneceria intacta para mim.

Então, eu tenho argumentado que a crença na realidade do tempo flexivo (tensed) temporal é uma
crença propriamente básica, fundamentada na nossa experiência temporal. Aqui está o argumento
como eu o formulei:

1. A crença na realidade objetiva da distinção entre passado, presente e futuro é propriamente básica.

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19/03/2016 A Realidade do Tempo | Reasonable Faith

2. Se a nossa crença na realidade objetiva da distinção entre passado, presente e futuro é propriamente
básica, então somos, a prima facie, justificados em manter essa crença.

3. Portanto, somos, a prima facie, justificados em manter a nossa crença na realidade objetiva da
distinção entre passado, presente e futuro.

Já que a premissa (2) é verdadeira pela definição de "crença propriamente básica", a premissa que
exige defesa é (1).

Eu ofereço vários argumentos em apoio a (1), apontando para dados como a nossa experiência da
presentidade de nossas experiências, nossas atitudes diferenciais em relação ao passado e futuro, e
nossa experiência de tornar­se temporal (temporal becoming). Estes exemplos mostram quão básica,
profundamente enraizada, firmemente defendida e universal é a nossa crença na realidade de tornar­se
temporal (temporal becoming). Em qualquer ponto de vista em que o tempo seja irreal, somos todos
irremediavelmente atolados em irracionalidade, prisioneiros em uma ilusão da qual somos impotentes
para nos libertar. Em contrapartida, se uma teoria flexiva (tensed) do tempo é correta, nossas
experiências e crenças são inteiramente racionais e adequadas. Portanto, na medida em que nós
pensamos que tais experiências são justificadas, devemos adotar uma teoria flexiva (tensed) do tempo.

Segue a partir do argumento acima que somos, prima facie, justificados em manter a nossa crença na
realidade objetiva da distinção entre passado, presente e futuro. Longe de ser controversa, tal
conclusão pode ser aceita até mesmo por um defensor de uma visão aflexiva (tenseless) do tempo. O
que ele vai argumentar é que a nossa justificativa prima facie é derrotada de alguma forma. Mas pelo
quê? Eu defendo que não existem invalidadores ou derrotadores (defeaters) de sucesso (incluindo o
famoso argumento de McTaggart para irrealidade do tempo) de tais experiências. (A propósito, quase
ninguém concorda com o argumento de McTaggart: teóricos do tempo flexiva e aflexiva apenas
criticam­no de maneiras diferentes.)

Você pergunta: "Não é [o tempo] apenas uma ideia em nossa mente que nos ajuda a localizar um
evento em relação à nossa experiência?" Eu não vejo nenhuma razão para pensar assim; mas mesmo
que fosse (como explicado acima) porque essa experiência é temporal, qualquer ideia que nos situe
em relaçãoàquela experiência vai nos dar uma localização temporal.

Você diz: "Eu não envelheço por causa do tempo, mas por causa do meu desenvolvimento biológico e
realidade entrópica". Bem, sim e não. O tempo não faz que seu corpo se degrade e envelheça nesse
sentido. Mas tudo no tempo está ficando mais velho no sentido de que tem existido por um período
temporal maior do que antes, independentemente de sua aparência física. Como Sydney Shoemaker
mostrou uma vez em um artigo famoso, até mesmo um universo congelado em imobilidade ainda
pode sofrer passagem temporal e assim envelhecer ao longo do tempo.

Você afirma, "os elementos que moldam eventos já existem em nosso universo. Dizer que o tempo
para x ainda não chegou é estritamente dizer que as condições físicas para x ocorrer ainda não estão
satisfeitas pelos fatores reunidos". Sua própria declaração implica a realidade do tempo flexiva
(tensed), pois isso está implícito ao dizer que as condições físicas para x AINDA não estão satisfeitas.
Isto é uma expressão temporal que serve para localizar os eventos físicos em relação ao presente. Da
mesma forma, a sua declaração de que os elementos que moldam eventos JÁ existem no universo!

Acho que o tempo é inevitável. O erro de muitos é igualar o tempo com alguma quantidade física, em
vez de considerá­lo uma realidade que tentamos medir por meio de mecanismos físicos (relógios).
Como John Lucas memoravelmente afirmou, o tempo é o que os relógios estão lá para contar. Isso
pode ser o que você não esteja vendo.

William Lane Craig

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