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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

DISLEXIA
Nádia Maria de Moura Rodrigues Jorge
. (nmdmrj@gmail.com)

1 Resumo

Este artigo tem por finalidade refletir acerca da temática da dislexia, tendo em
vista os seus reflexos no ambiente escolar. A dislexia tem sido uma causa muito
frequente de baixo rendimento e insucesso escolar, fato esse, percebido ao observar
alunos com idade já avançada que não conseguem sair do 3º ano escolar, pois não
conseguem ler e escrever. Mediante a necessidade, de buscarmos um caminho para
sanar esse grande conflito, esta pesquisa, tem por objetivo, minimizar o sofrimento
desses alunos, elevar sua autoestima, seus baixos rendimentos e acabar com os
rótulos no ambiente escolar, buscando assim soluções e práticas pedagógicas,
auxiliando professores e pais na identificação da dislexia e no trabalho em conjunto.

Palavras-Chave: Dislexia, Dificuldade de aprendizagem, ambiente escolar.

2 Introdução

O presente trabalho de conclusão do Curso de Pós graduação em


neuropsicopedagogia, teve como metodologia o cunho qualitativo, será feito,
revisões bibliográficas, com objetivo de buscar informações em livros, artigos, sites
da internet e vídeos, aprofundando assim o tema. A pesquisa de cunho exploratório
trará a explicação dos fenômenos evidenciados pelos autores utilizados trarão uma
maior compreensão e clareza acerca da dislexia. O problema da dislexia pode ser
considerado como uma incapacidade de decodificar as palavras, apesar de ser o
distúrbio de maior incidência nas salas de aula, é observado que profissionais da
educação, têm pouco conhecimento sobre o assunto.

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3 Desenvolvimento

Dentre os vários aspectos que afetam os processos de aprendizagem, a


dislexia é um fenômeno que tem chamado a atenção no contexto educacional. O
conceito de dislexia é amplo e contempla ama série de distúrbios de linguagem:
problemas de leitura, em aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
Segundo Moojen diz que “uma escrita com erros é vista como sinal de baixa
escolaridade, de falta de inteligência e constitui-se em mais uma barreira à ascensão
social, gerando sérios problemas na autoestima do indivíduo”. Sendo assim, os que
possuem dificuldade de aprendizagem sofrem preconceitos no ambiente escolar
levando a uma baixa estima. Faz-se necessário um entendimento dos educadores
sobre a dislexia, Margaret Snowling em sua obra “Dislexia” define de forma objetiva
o assunto:
A dislexia é uma das diversas incapacidades distintas na aprendizagem. É
um distúrbio específico baseado na linguagem, de origem constitucional,
caracterizado por dificuldades na decodificação de palavras isoladas, que
geralmente refletem habilidades insuficientes de processamento
fonológico. Essas dificuldades na decodificação de palavras individuais
são frequentemente inesperadas em relação à idade ou a outras capacidades
cognitivas; elas não são resultantes de uma incapacidade de
desenvolvimento ou de um comprometimento sensorial. A dislexia se
manifesta por uma dificuldade variável em diferentes formas de
linguagem, incluindo, além de um problema na leitura, um problema
conspícuo na aquisição de proficiência na escrita e no soletrar. (p. 25)

A Contribuição de Snowling conforme a citação acima esclarece que a


manifestação da dificuldade da aprendizagem é combinada com outros distúrbios
psicológicos causando assim um baixo rendimento escolar, os educadores
necessitam ter maior observância na busca de análises estratégicas a serem
aplicadas e desenvolvidas para estes alunos.
Condernarin e Bloquest colaboram alertando sobre se diagnosticar um
indivíduo disléxico, sendo necessário levar em conta outros fatores que podem estar
envolvidos no prejuízo da leitura e da escrita, ocasionando sintomas que facilmente
poderão ser confundidos com a dislexia, como carência cultural, problemas

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emocionais, métodos de aprendizagem defeituosos, saúde deficiente, imaturidade
na iniciação da aprendizagem.
Cândido (2013, p. 13) diz que a:
[…] dislexia é um transtorno de aprendizagem que se caracteriza por dificuldades
em ler, interpretar e escrever. Sua causa tem sido pesquisada e várias teorias
tentam explicar o porquê da dislexia. Há uma forte tendência que relaciona a origem
à genética e a neurobiologia.
De acordo com Fonseca (2011) o conceito básico de dislexia expressa
“dificuldade da fala ou da dicção”. Do ponto de vista comportamental, a dislexia
distingue-se por dificuldades no reconhecimento correto de palavras e na
capacidade de decodificá-las.
Fonseca (2011) ainda enfatiza que na grande maioria das definições, o
critério da falta de habilidade no nível fonológico é constante, bem como a
dificuldade no reconhecimento de vocábulos. E, em todos os estudos verificados por
Fonseca (2011), ocorreu exclusão de fatores socioeconômicos e do fator
inteligência. Alguns chegam a afirmar que os disléxicos são na verdade, pessoas
muito talentosas, com habilidades básicas comuns que se não forem suprimidas
pela sociedade, resultarão em extraordinária criatividade.
Conforme Bee (1996, p. 117), a Dislexia é uma disfunção genética
caracterizada por uma falha no funcionamento do processamento da linguagem,
esse transtorno é um dos muitos distúrbios da aprendizagem identificados, em geral,
somente na idade escolar.
Santos & Marinho (2005) define a dislexia como transtorno da aprendizagem
que pode ser entendido como uma deficiência especial na aprendizagem. Referem-
se a uma alteração em um ou mais dos processos psicológicos básicos para a
compreensão ou o uso da linguagem escrita ou oral, que pode se manifestar como
uma falta de habilidade para escutar, pensar, ler, escrever, soletrar ou desempenhar
cálculos matemáticos.
De acordo com Ianhez e Nico (2003) a primeira definição do termo dislexia
(DIS=distúrbio; dificuldade + LEXIA= leitura (latim); linguagem (grego)) é do
neurologista americano Samuel T. Orton, em 1925. Segundo ele, dislexia é uma
dificuldade no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. Não é uma

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doença, mas um distúrbio, que se torna evidente na época da alfabetização, embora
alguns de seus sintomas já se manifestem antes dessa fase.
Para Consenza e Guerra tratam a dislexia como um distúrbio neurobiológico
caracterizado pela dificuldade no reconhecimento preciso ou fluente das palavras,
com dificuldade de soletrar e recodificar os sinais gráficos em sons. O problema
resulta de uma deficiência do componente fonológico da linguagem, que geralmente,
contrasta com demais habilidades cognitivas do indivíduo que tem inteligência
normal.
Segundo Davis (2004), a dislexia não é um resultado de uma lesão cerebral
ou nervosa, também não é causada por uma má formação do cérebro, do ouvido
interno ou do globo ocular, a dislexia é produto do pensamento e uma forma
especial de reagir ao sentimento de confusão.
A dislexia do desenvolvimento é definida pela Associação Brasileira de
Dislexia (ABD) como "um transtorno específico de aprendizagem, de origem
neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente
da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades
normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são
inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas 1 ". Consta no site 2
da ABD que a dislexia apresenta "sinais" já na fase pré-escolar, tais como:
"dispersão", "atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem", "dificuldade de
aprender rimas e canções", "fraco desenvolvimento da coordenação motora", entre
outros. Quanto à fase escolar, alguns sinais que podem ser observados são:
"dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita"; "desatenção e
dispersão"; "desorganização geral", "confusão para nomear direita e esquerda";
"dificuldade de copiar de livros e da lousa"; "pobre conhecimento de rima e
aliteração"; "vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou longas e
vagas"; "dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas", etc. (ABD).
O conceito atual proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) define
a dislexia com uma “dificuldade específica de leitura, não explicada por déficit de
inteligência, oportunidade de aprendizado, motivação geral ou acuidade sensorial
diminuída, seja visual ou auditiva”.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM
IV), a dislexia caracteriza-se por uma dificuldade específica do aprendizado da

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leitura e escrita em crianças com inteligência normal, sem distúrbios sensoriais e
motores.
Jesús Sánchez traz um esclarecimento das dificuldades e problemas com as
funções verbais, seja em sua forma oral ou escrita, que devem ser analisadas
separadas para o entendimento, para avaliação e intervenção em relação a cada
pessoa .
Neste contexto, compreende-se que a conceituação da dislexia é bastante
variável de acordo com vários autores a que apresentar o problema.
As teorias de base orgânica e neurológica da dislexia têm origem no final do
século XIX, quando o neuropatologista françês Dejerine (1891) encontrou em
autópsias de indivíduos que tinham perdido a capacidade para a leitura e a extensa,
uma lesão do lobo parietal inferior esquerdo, região conhecida com giro angular,
atribuindo-se a essa região a denominação ”centro da imagem óptica das palavras”.
O oftalmologista escocês James Hinshelwood e o médico inglês Pringle Morgan
(1896) notaram que certos sintomas da dislexia eram semelhantes aos
apresentados por indivíduos que tinham lesões cerebrais nestas áreas e
denominaram “ cegueira visual para as palavras” as falhas na decodificação da
leitura.
Mas foi somente em 1917 que foram encontradas anormalidades
neuropatológicas do lobo parietal em um paciente com alexia, e a confirmação em
autópsia foi somente feita em 1968.O neurologista americano Samuel Orton(1925)
propôs que a dislexia na verdade estaria relacionada à pobre lateralização das
funções hemisféricas, teoria que foi expandida somente muitos anos após os
trabalhos originais de Albert Galaburda e Norman Geshwind. A maior prevalência de
sinistralidade (canhotos) nos indivíduos com dislexia refletiria a assimetria atípica
funcional de amplas áreas cerebrais à linguagem.
As causas mais divulgadas da dislexia, são: alterações nos cromossomos 6 e
15, caracteriza-se como distúrbio, que também pode ser causado por ectópias
(células fora do lugar), displasia (células com funções diferentes ), displasia ectópica
e arquitetônica ( má formação no arranjo dos neurônios ).B- distúrbio hereditário e
incurável, sem ligação com causas intelectuais, emocionais nem culturais. Apresenta
alterações no lobo temporal direito que é maior do que o esquerdo, quando o normal
é inverso. Em consequência, há dificuldade de estabelecer relação correta entre

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letra e som, troca de letras, inversões, separações e junções de palavras, gerando a
necessidade de realfabetização.
Fatores orgânicos, como por exemplo, a anoxia perinatal, complicações gerais
durante a gestação e parto, que apresentam como sequelas, as dificuldades de
aprendizagem ( dislexia, discalculia, disgrafia etc.). Há quem defenda a tese de que
a dislexia é uma junção de todos estes fatores e há também a linha de raciocínio
que defende a dislexia como apenas uma consequência de problemas emocionais.
De certa forma, todas as colocações têm fundamento científico e estão corretas.
Exceto a causa psicológica que seria, isoladamente, muito simplista para definir um
distúrbio tão significativo de aprendizagem. Pode haver a causa psicológica, mas
sempre adicionada a outros fatores e nunca de forma isolada (OLIVIER, Lou de. A
Escola Produtiva. Pág. 11 São Paulo: Editora Scortecci 1999)
Dislexia vem do grego e significa “dificuldade com as palavras”. Existem dois
tipos principais: a dislexia do desenvolvimento, que é uma condição inata, que é o
foco nesse artigo, e a dislexia adquirida, quando a pessoa perde a habilidade de ler e
de escrever como resultado de uma lesão no cérebro ou de uma doença. Segundo
especialistas e consultores da Dyslexia International, a dislexia do desenvolvimento
(usualmente referida apenas como dislexia) é um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta a linguagem, sendo uma condição vitalícia e
frequentemente hereditária. Dela resultam persistentes problemas relacionados a:
leitura, soletração e escrita. Associa-se comumente a dificuldades com:
concentração, memória de curto prazo, organização e sequenciação (alfabeto, dias
da semana, meses…)
A dislexia não é causada por: baixas capacidades intelectuais, escolaridade
deficitária, estrutura familiar frágil e recusa em aprender. A dislexia também não é
causada por problemas na visão, audição ou coordenação motora. No entanto, em
alguns casos, esses problemas podem coexistir com a dislexia.
Pessoas com dislexia possuem problemas fundamentais ao relacionar
linguagem escrita com a linguagem falada. Essa dificuldade ocorre em diferentes
graus, sendo que, enquanto um aluno pode ter uma dislexia leve, outro poderá
apresentar um comprometimento mais severo. Além disso, a capacidade de
relacionar a linguagem escrita à falada depende do tipo de ortografia à qual o

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disléxico é exposto (mais ou menos transparente ou opaca; ex.: português, inglês,
respectivamente), ou do sistema (alfabético ou logográfico; ex.: português,
mandarim, respectivamente). A manifestação da dislexia é maior nas ortografias em
que a relação entre grafema e fonema (leitura) e entre fonema e grafema (escrita) é
muito irregular, as chamadas ortografias opacas (ex.: inglês e francês), em
comparação com as ortografias mais regulares, também chamadas de ortografias
transparentes (ex.: espanhol e italiano). Assim, podemos pensar a síndrome da
dislexia como um espectro com diferentes graus de comprometimento da leitura, que
dependem de fatores intrínsecos da criança e também de fatores culturais.
Segundo José Morais (1994), professor da Universidade Livre de Bruxelas,
Bélgica, as pessoas com dislexia não processam as palavras escritas de forma correta
e rápida o suficiente.
No entanto, há um lado positivo. Seja qual for a severidade das dificuldades
com a leitura e a escrita, crianças com dislexia frequentemente apresentam uma
capacidade de aprendizagem diferenciada que pode incluir: uma ótima habilidade
espacial, demonstrada, por exemplo, na construção de modelos sem o uso de
instruções, a habilidade de pensar profundamente sobre assuntos e fazer perguntas
pertinentes e sensatas, usando vocabulário avançado, consciência social bem
desenvolvida, habilidade de resolver problemas rapidamente; alto desempenho em
geometria, xadrez, jogos de baralho e de computador, bem como habilidades
tecnológicas superiores.
De acordo com o professor da Universidade de Oxford, Reino Unido, John
Stein (2008), é fato que “os disléxicos têm muitos talentos, mas a leitura e a escrita
não estão incluídas entre eles”.
A identificação precoce da dislexia é fundamental, para a viabilização de
meios de encaminhamento educacionais de intervenção, sendo necessário
implementar ações, formas diferentes de mediação pedagógica, que permitam às
crianças receberem os conteúdos de maneira adequada. Dessa forma: “Pode ser
que as condições mudem. Sem dúvida, o que antes era inabordável, por não ter
podido compreender ou não ter querido assimilar no ensino, será dado de outra
maneira”. (AJURIAGUERRA,1984, p.67).

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Sem a identificação precoce de seus professores, alunos com dislexia correm
o risco de passar por fracassos contínuos na escola. Os disléxicos perdem a
confiança e a motivação rapidamente quando percebem que seus colegas avançam
nos conteúdos e os deixam para trás. Os impactos em longo prazo dessa perda de
autoestima não devem ser substimados. Jovens com dislexia se sentem derrotados
pela escola e provavelmente não irão continuar os estudos, o que diminui as
chances de encontrarem um bom emprego futuramente. Em alguns casos, os
disléxicos tornam-se marginalizados, não conseguem integrar-se socialmente e
podem desenvolver comportamento antissocial. Algumas das consequências da
negligência na correta identificação e tratamento da dislexia são: evasão escolar,
baixo autoestima, baixo alcance ocupacional, transtornos de conduta e depressão
precoce. No Longa metragem “como estrelas na terra’ há um exemplo claro dessas
consequências, o filme relata a vida de um menino chamado Ishaan Awasthi que ao
se deparar com as dificuldades na escola, passou a ver a escola como um grande
martírio, seu pai batia nele todos os dias por achar que ele era negligente com os
estudos, por sua vez a mãe não conseguia compreender as escritas em seu
caderno, Ishaan na verdade sofre de dislexia, e é incompreendido pela família e
pela escola, sendo vítima de preconceito e bulling. Seu destino começa a mudar
quando o professor de artes Nikumbh consegue diagnosticar a razão da dificuldade
de aprendizagem do menino e se esforça para motivá-lo.
Diante disso podemos considerar o alto risco do desenvolvimento de uma
depressão infantil, caso essa criança não receba apoio emocional e familiar para o
enfrentamento de todos os sentimentos gerados pelo transtorno de aprendizagem.
Cruvinel e Boruchovitch dizem que dificuldades escolares com baixo rendimento
estão entre as primeiras causas de depressão na infância. No contexto escolar, os
baixos rendimentos seguidos de repetidos fracassos em tarefas escolares, além das
dificuldades no relacionamento com professores e colegas, podem desencadear
sintomas depressivos na criança.
A identificação precoce da dislexia é fundamental, para a viabilização de
meios de encaminhamento educacionais de intervenção, sendo necessário
implementar ações, formas diferentes de mediação pedagógica, que permitam às
crianças receberem os conteúdos de maneira adequada. Dessa forma: “Pode ser
que as condições mudem. Sem dúvida, o que antes era inabordável, por não ter

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podido compreender ou não ter querido assimilar no ensino, será dado de outra
maneira”. (AJURIAGUERRA,1984, p.67).
Os métodos de ensino usados com os disléxicos tendem a colocar ênfase sobre
a fonética, a maior área de dificuldades. Vários estudos demonstram que os
disléxicos podem fazer um progresso razoável, quando recebem uma instrução
sistemática. Destaca-se a aplicação do método sintético, que parte do elemento,
exatamente de correspondência fonemagrafema, para chegar a sílaba, depois a
palavra e por último a frase.(MUSZKAT; RIZZUTTI, 2012). Nesse sentido:

[...] dois métodos de alfabetização são especialmente indicados


para os indivíduos com dislexia: o Método Multissensorial é o
mais indicado para as crianças mais velhas, que já possuem
um histórico de fracasso escolar, o método fônico é indicado
para crianças mais jovens e deve ser introduzido logo no início
da alfabetização. (MUSZKAT; RIZZUTTI, 2012, p. 69).
).

Ainda, acerca do envolvimento dos alunos e da adaptação dos métodos


de ensino, Schlünzen afirma que:

Um dos grandes desafios de conceber um ensino de qualidade


é o professor descobrir como usar diferentes recursos
disponíveis na sociedade da informação e do conhecimento
atual, permitindo a transformação do aluno especial em agente
do seu próprio desenvolvimento intelectual, afetivo e social. O
papel do professor deve ser o de possibilitar essa nova
maneira de construir o conhecimento, reinterpretando o seu
papel e transformando-se em mediador. (2000, p. 25).

Portanto, pais e professores devem ter como objetivo principal a preservação


da autoestima da criança, uma vez que esse é o maior setor de vulnerabilidade das
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crianças disléxicas. As altas expectativas pelo rendimento escolar em sujeitos com
transtornos de aprendizagem, normalmente geram grande frustração nos
cuidadores, que acabam acusando essas crianças de falta de esforço, desmotivação
ou falta de capacidade intelectual, acarretando sentimento de incapacidade e menos
valia pelo esforço não reconhecido para manter-se no mesmo nível dos colegas.
Nesse sentido, é fundamental que pais, professores e, principalmente, a criança,
entendam a natureza do problema de leitura para que ela própria desenvolva uma
opinião positiva sobre si mesma: “todos os disléxicos de sucesso tiveram em comum
o amor e o apoio incansável.

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[...]
Ainda,

Ainda, acerca do envolvimento dos alunos e da adaptação dos métodos

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de ensino, Schlünzen afirma que:

Um dos grandes desafios de conceber um ensino de qualidade


é o professor descobrir como usar diferentes recursos
disponíveis na sociedade da informação e do conhecimento
atual, permitindo a transformação do aluno especial em agente
do seu próprio desenvolvimento intelectual, afetivo e social. O
papel do professor deve ser o de possibilitar essa nova
maneira de construir o conhecimento, reinterpretando o seu
papel e transformando-se em mediador. (2000, p. 25).
Essas

Pinheiro, Ângela Maria Vieira Dislexia : causas e consequências / Ângela Maria


Vieira Pinheiro, Leonor Scliar-Cabral. – Belo Horizonte : Editora UFMG, 2017.
65 p. : il. Material didático produzido pelo C

Sem a identificação precoce de seus professores, alunos com dislexia correm


o risco de passar por fracassos contínuos na escola. Os disléxicos perdem a
confiança e a motivação rapidamente quando percebem que seus colegas
avançam nos conteúdos e os deixam para trás. Os impactos em longo prazo
dessa perda de autoestima não devem ser subestimados. Jovens com dislexia
se sentem derrotados pela escola e provavelmente não irão continuar os
estudos, o que diminui as chances de encontrarem um bom emprego
futuramente. Em alguns casos, os disléxicos tornam-se marginalizados, não
conseguem integrar-se socialmente e podem desenvolver comportamento
antissocial. Veja algumas das consequências da negligência na correta
identificação e tratamento da dislexia

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Bibliografia

AJURIAGUERRA, J. de e colaboradores. A dislexia em questão: dificuldades e


fracassos na aprendizagem da língua escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1984.
CHIARA, I. D. et al. Normas de documentação aplicadas à área de Saúde. Rio de
Janeiro: Editora E-papers, 2008.
COSENZA, Ramon e GUERRA, Leonor. Neurociência e educação como o
cérebro aprendem. São Paulo: Artmed, 2011.
FONSECA, Vitor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem.  2a. ed. Porto
Alegre: Artes M´dicas, 1999.

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MOOJEN, Sônia Maria Pallaoro. A escrita ortográfica na escola e na clínica:
teoria, avaliação e tratamento. 2ª ed. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2011.
SAMPAIO, Simaia. Dificuldades de aprendizagem, A psicopedagogia na relação
sujeito, família e escola. 4ª. Ed. Wark editora, 2017.
SÁNCHEZ, Jesús-Nicasio Garcia. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção
Psicopedagógica. Artmed, Porto Alegre, 2004.
SNOWLING, Margaret J. Dislexia. 2ª ed. Livraria Santos Editora Ltda. São Paulo,
2004.
PAMPLONA, Bessa Paulo de. Distúrbios de aprendizagem. 4. Ed., Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2000.
BEE, H. A criança em desenvolvimento. 7ª ed., Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
MUSZKART, Mauro e RIZZUTTI, Sueli. O professor e a dislexia. São Paulo:
Cortez, editora 2012.—(Coleção educação & saúde ; v.8)
FRANK, Robert. A vida secreta da criança com dislexia. São Paulo – M.Books do
Brasil Editora Ltda.
OLIVER, Lou Anna. Dislexia, Dislexia Adquirida e Disgrafia. Rio de Janeiro:
editora Wak, 2019
PINHEIRO, Vieira Maria Ângela e CABRAL, Scliar Leonor . Belo Horizonte : Editora
UFMG, 2017. 65 p. : il.

Sites: Acesso:10/06/2019

< http://www.dislexia.com.br>.Acesso em 10 de jun.2019


<http://www.profala.com/artdislexia18.htm>. Acesso em: 14 de mar. 2019.
<http://www.clinicadedislexia.com>. Acesso em: 14 de mar.2019.
<http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T208833.pdf>. Acesso em:
09/06/2019.

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