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Os resultados reforçaram suas apreensões. Entre 2017 e novembro deste ano, caiu de
30% para 23% o total de empresas que implantaram alguns dispositivos da Indústria
4.0, apesar do maior conhecimento dos empresários sobre o assunto. Diminuiu também,
de 35% para 22%, a parcela que acredita que a 4.0 trará um progresso significativo para
sua firma e só 3% sente-se bem preparado para dar conta das inovações.
“No Brasil, provavelmente devido à crise e sua duração, as empresas estão muito
concentradas na sobrevivência financeira, mas o mundo digital avança em alta
velocidade e estamos ficando para trás. É preocupante, pois vamos nos distanciar dessas
plataformas digitais e também das empresas-âncora das cadeias de suprimento, onde
quem não está digitalizado fica fora. Se a Indústria 4.0 e a produtividade não
avançarem, as empresas brasileiras, inclusive as médias e pequenas, ficarão à margem
da cadeia de suprimentos desse mundo onde as novas tecnologias estão inseridas”,
alerta Roriz Coelho.
A escolha do modelo de incorporação rápida dos componentes da Indústria 4.0 por meio
de importações, advertem os autores do trabalho do Iedi, assegura ilhas de modernidade,
mas desperdiça oportunidades industriais e sua difusão pelo sistema produtivo. A opção
pelo modelo de produção nacional de soluções desta nova fase pode ampliar o
desenvolvimento tecnológico e as oportunidades, com difusão mais ampla do padrão.
“Apesar dos riscos que acompanham esta última opção, ela deveria estar no centro da
política industrial do País. A hesitação entre uma estratégia rápida de assimilação dos
componentes do modelo por meio de importações e uma de produção local estimulada
por políticas pode criar o pior das duas fórmulas.”