Sumário 3

Capa
Av. Presidente Vargas, 409
13º andar - Centro Um olhar para o futuro
Rio de Janeiro
CEP 20071-003
Tel.: (21) 2514-5151
www.eletrobras.com

Presidente
José da Costa Carvalho Neto

Diretor de Administração
Miguel Colasuonno

Diretor de Distribuição
Marcos Aurélio Madureira da Silva

Diretor de Geração
Jorge Coelho - Eletrobras 16
Valter Luiz Cardeal de Souza

Diretor Financeiro e de Relações Geração

com Investidores
Armando Casado

18
Diretor de Transmissão
José Antonio Muniz Divulgação - Eletrobras Eletronuclear

Superintendente de Comunicação
Luiz Augusto P. A. Figueira
Transmissão
Assessoria de Comunicação e
Relacionamento com a Imprensa

20
Carla Castelo Branco
José Lins - Eletrobras Furnas

Edição
Renata Petrocelli
Distribuição
Coordenação de Reportagem
Ivson Alves

Reportagem
Paulo Ferreira Carlos Salomão 22
Paulo Marinho

Revisão
Márcia Flores
E mais...
04 Editorial 24 Internacional
Programação Visual
Bruna Vaz 05 Entrevista 26 Energia solar

Contato 08 Registros e Notas 27 História

pgc@eletrobras.com
10 Cultura 28 Sustentabilidade

12 Energia eólica 30 Eficiência energética

Capa 13 Gênero 31 Responsabilidade social

Sophia Marisol Camargo Coelho
Foto: Jorge Coelho / Eletrobras 14 Saúde 32 Artigo
4 Editorial
Para sermos mais fortes
Nada deve parecer impossível de mudar (Bertolt Brecht)
Jorge Coelho - Eletrobras
M
udar não é fácil. Amparados pela falsa
sensação de segurança que o já conhecido nos
proporciona, muitas vezes nos esquecemos de
que tudo muda, o tempo inteiro. E resistimos às mudanças,
mais uma vez esquecidos de que elas são, em muitos casos,
a única forma de seguir adiante.
Empresas • Eletrobras
O setor elétrico brasileiro vive um momento decisivo.
Com o plano apresentado pela Presidência da República
para a renovação das concessões de geração, transmissão
e distribuição que venceriam em 2015, enfrentaremos
redução nas tarifas já a partir de 2013. Fazer face à nova
realidade é um desafio significativo, como tantos outros
que vimos enfrentando nos últimos anos.
Tão importante quanto compreender a magnitude e os
impactos desta decisão é ter a clareza de que estamos
nos preparando para ela há muito tempo. Desde 2008, as
empresas Eletrobras passam por um profundo processo
de integração, buscando rentabilidade, competitividade e
atuação comparável às dos maiores players do setor elétrico
mundial. Com foco na sustentabilidade, redefinimos metas
e trabalhamos, hoje, com o objetivo de nos tornarmos o
maior sistema empresarial de energia limpa do mundo
até 2020. Estamos investindo na recuperação de nossas
empresas de distribuição, reduzindo um histórico de
prejuízos e transformando as perspectivas, para vislumbrar,
já a partir de 2015, um horizonte de resultados positivos.
Tudo isso mostra que temos força para enfrentar obstáculos.
Não há como negar que mais ajustes serão necessários.
Precisaremos reduzir custos, aumentar receitas e mudar
nosso funding para nos adequar e, sobretudo, manter nossos
investimentos, essenciais para que continuemos crescendo.
Até 2015, temos quase 12 GW previstos para entrar em
operação. Vamos continuar cumprindo nossa missão. Nos
próximos 50 anos, teremos, talvez, um sistema interligado
para a América Latina e o Caribe e colocaremos nosso pé
na África. Continuaremos produzindo energia limpa para o
desenvolvimento sustentável do Brasil. E nos lembraremos
deste momento não como uma ameaça, mas como uma
oportunidade de nos renovar para sermos ainda mais fortes.
José da Costa Carvalho Neto
Presidente da Eletrobras
 Entrevista 5

Renovar para crescer

Modernização prepara Eletrobras Furnas para novos tempos
no setor elétrico brasileiro
por Renata Petrocelli
Eletrobras

H
á um ano e meio na Eletrobras
Furnas, o presidente Flávio Decat tem
conduzido o processo de dinamização
da empresa para fazer frente a novos desafios.
Competitividade, otimização de processos
e visão empresarial são palavras-chave,
em sintonia com o momento de integração
que vivem as empresas Eletrobras desde o
início do Plano de Transformação, em 2008.
Alinhada ainda ao objetivo de transformar a
Eletrobras no maior sistema empresarial de
energia limpa até 2020, a empresa diversifica
sua matriz energética, com a entrada no
mercado de energia eólica. Em parceria com
a iniciativa privada, estão sendo investidos
R$ 1,7 bilhão na construção de 17 parques
eólicos na região Nordeste, que agregarão
502 MW de potência instalada à capacidade
geradora da Eletrobras Furnas. Responder
com eficiência ao crescimento do país é o
desafio que está na mente de Decat. “Queremos
garantir a confiabilidade do sistema e atender
ao aumento da demanda nas áreas de grande
concentração industrial e palco de próximos
eventos internacionais, como a Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, afirma.

Que avaliação você faz de seu período à frente da Divulgação - Eletrobras Furnas
Eletrobras Furnas até agora?
Estamos enfrentando os desafios de modernização
da empresa nesse novo modelo do setor elétrico, para
torná-la mais dinâmica e competitiva. Nesses 18 meses
à frente da Eletrobras Furnas, a geração da empresa foi
diversificada, com a entrada no mercado de energia eólica;
o organograma foi alterado, para otimizar processos e
eliminar estruturas duplicadas; uma nova diretoria com
foco em negócios foi criada; as diretorias de Engenharia e
Construção foram fundidas em uma Diretoria de Expansão,
para tocar as obras dos novos empreendimentos; metas de
recuperação econômica e um Plano Diretor foram definidos
em conjunto com a holding; estão sendo modernizados
os parques geradores e transmissores, com obras em
usinas e subestações. Em paralelo a tudo isso, acordos de
compartilhamento de conhecimento e tecnologia com
empresas internacionais estão sendo fechados, sempre
no campo das energias limpas e renováveis. Pendências
antigas, como a questão dos funcionários terceirizados, estão
sendo equacionadas e, com apoio do BID, uma empresa de
referência está sendo contratada para rever, sugerir novos
processos e preparar Furnas para o crescimento do país e
seus novos desafios.

Empresas • Eletrobras
Na sua opinião, quais são esses novos desafios nos
próximos anos?
O maior desafio é estruturar a empresa de forma ajustada
ao novo modelo do setor elétrico, com funcionalidade,
eficiência e lucratividade, garantir a manutenção da
nossa fatia no mercado de geração e transmissão, com
competência, e uma gestão de qualidade para os ativos
existentes. Em relação à expansão do sistema, precisamos
preparar a empresa para o aumento da demanda de
energia elétrica no Brasil, resultado do crescimento do
país e da entrada em cena de um enorme contingente de
brasileiros, até então excluídos do mercado consumidor, e
para a renovação das concessões de parte do seu parque
gerador e transmissor. Precisamos agregar valor ao serviço
prestado por Furnas, uma vez que a expertise da empresa na
construção e operação de usinas e sistemas de transmissão
é reconhecida internacionalmente. Para isso, foi criada
uma Diretoria de Novos Negócios, voltada para monitorar
e aproveitar as oportunidades que surgem para Furnas no
mercado nacional e internacional e fazer a gestão das 37
sociedades de propósito específico que temos em nosso
portfólio. E precisamos renovar nosso quadro funcional
com qualidade e retenção de conhecimento.
A empresa vem tentando se modernizar
administrativamente. Quais foram as maiores conquistas
neste campo e o que ainda falta alcançar?
Nossas maiores conquistas foram o Programa de
Readequação do Quadro Funcional (Preq) e o acordo que
vai realizar a substituição gradual dos terceirizados. Juntas,
essas duas vitórias vão permitir a renovação do nosso
quadro de colaboradores com retenção de conhecimento
e respeito por aqueles que ajudaram a construir a história
de Furnas. Outra grande conquista foi o apoio do BID
para a contratação de uma empresa de referência para
reformular a organização e a forma de trabalhar de Furnas,
priorizando a visão empresarial e a gestão por processos.
Em conjunto com o ajuste do organograma, a otimização
dos departamentos e a reformulação dos processos, estamos
preparando o terreno para o crescimento sustentável da
empresa.
Quais os principais empreendimentos, em geração e
transmissão, em que a Eletrobras Furnas está envolvida
no momento?
Furnas possui um complexo de 15 usinas hidrelétricas,
duas termelétricas, 20 mil km de linhas de transmissão
e 53 subestações, construídas com recursos próprios ou
Empresas • Eletrobras
em parceria com a iniciativa privada. De toda a energia
consumida no Brasil, mais de 40% passa por Furnas. No
segmento hídrico, a empresa segue seu plano de expansão
e está construindo quatro novas usinas hidrelétricas –
Santo Antônio (RO), Teles Pires (MT/PA), Simplício (RJ/MG)
e Batalha (GO/MG). Além disso, estão sendo construídos
17 parques eólicos no Norte e Nordeste, 28 linhas de
transmissão e 15 novas subestações. Nos próximos anos,
Furnas vai acrescentar, com investimentos próprios e em
parceria, 5.859 MW de capacidade instalada ao sistema
elétrico brasileiro – mais da metade dos 11.366 MW já
instalados. Os novos projetos levarão energia para mais de
18,6 milhões de brasileiros e, junto com a modernização
dos empreendimentos existentes, geram cerca de 131 mil
empregos.
Quais serão os principais investimentos nos próximos
meses?
Os maiores investimentos da empresa são as usinas, sejam
elas próprias ou em parceria, e os parques eólicos em
construção. A empresa, em parceria com a iniciativa privada,
investe R$ 1,7 bilhão na construção de 17 parques eólicos
no Nordeste do país. Juntas, as centrais geradoras somam
502 MW de potência instalada. Estamos investindo também
R$ 1,8 bilhão em reforço, modernização e revitalização do
nosso sistema de transmissão, para garantir a confiabilidade
do sistema e atender ao aumento da demanda nas áreas
de grande concentração industrial e palco de próximos
eventos internacionais, como a Copa do Mundo de 2014 e
as Olimpíadas de 2016.
Sobre a entrada da empresa no segmento de fontes eólicas,
como você avalia os investimentos já realizados?
Este ano, está prevista a entrada em operação de três
parques eólicos no Rio Grande do Norte (Rei dos Ventos 1,
Rei dos Ventos 3 e Miassaba 3), nos quais a empresa detém
24,5% de participação, marcando o início da geração de
energia de Furnas por meio da fonte eólica. Nosso foco está
na geração de energia limpa e renovável para a expansão
da matriz energética brasileira. Nossa estratégia é perseguir
novos negócios por meio de parcerias com outras empresas,
contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país.
Além dos investimentos em eólica, Furnas aplicará cerca de
R$ 20 milhões em projeto de Pesquisa e Desenvolvimento
para a inserção da geração solar fotovoltaica na matriz
energética brasileira, e está realizando estudos sobre a
implantação de usinas térmicas de biomassa no entorno
do lago de Furnas, em Minas Gerais.
 Jorge Coelho - Eletrobras
Flávio Decat e o presidente da Eletrobras, José da Costa, durante a Rio+20
A fonte hidrelétrica é a base do setor elétrico brasileiro,
mas, nos últimos anos, tem sofrido forte pressão no
âmbito do Judiciário, especialmente no que se refere à
concessão das licenças ambientais. Qual a solução para
este impasse?
A solução é o bom senso, a despolitização do debate. O setor
elétrico vive um dilema, ou melhor, um “trilema”. Estamos
colocando em campos opostos a segurança energética,
a equidade social e as restrições ambientais. A energia
hidrelétrica é uma riqueza nacional que precisamos
defender. Tenho certeza de que se mantivermos o debate
dos impactos da energia hidrelétrica e seus benefícios em
terreno técnico, vamos encontrar a melhor solução para
garantir a energia necessária para o crescimento do país.
Quais são suas expectativas para o futuro das empresas
Eletrobras?
As melhores. Acho que o Brasil está no caminho
correto, investindo em energia limpa e renovável com
responsabilidade socioembiental e modicidade tarifária.
Prova disso é nossa matriz energética, considerada a mais
limpa do mundo e invejada por muitos países muito mais
ricos que nós.
Levando-se em conta a visão da Eletrobras, de se tornar o
maior sistema empresarial de energia limpa do mundo
até 2020, qual a sua avaliação sobre o papel da Eletrobras
Furnas nesta missão?
Furnas vem cumprindo sua missão de inovar, ousar. Se a
criação de Furnas teve como objetivo suprir a demanda por
energia na época da industrialização, o trabalho que hoje
fazemos atende ao mesmo nobre objetivo: fornecer meios,
condições e oportunidades para garantir energia para o
Empresas • Eletrobras
desenvolvimento do Brasil. É compromisso fundamental
de Furnas garantir a expansão, na proporção do mercado
que hoje detemos. Por outro lado, de nada adianta garantir
a oferta de energia sem dar ao Brasil e aos brasileiros a
prestação de um serviço com a qualidade cada vez maior.
Furnas, por operar e manter a espinha dorsal do sistema
elétrico brasileiro, na região mais industrializada do
país, tem especial responsabilidade. Estamos investindo
fortemente em melhorias e na recuperação do sistema
atual, um dos maiores do mundo. Temos também pela
frente desafios de grande visibilidade internacional: a Copa
do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. O bom
desempenho do sistema elétrico brasileiro nessas ocasiões
certamente contribuirá para o reconhecimento cada vez
maior do Brasil no cenário internacional.
O que você pode adiantar em relação à busca da parceria
com os chineses?
Em setembro do ano passado, Furnas assinou com a Three
Gorges International, empresa chinesa responsável pela
construção da maior hidrelétrica do mundo – a UHE Três
Gargantas –, um memorando de entendimento para
avaliação conjunta de oportunidades de negócios em
geração de energia renovável na China, no Brasil e em todo o
mundo. Está em avaliação a participação em dois pequenos
parques onshore de cerca de 50MW cada, ambos na região
sudoeste da China, próximo à fronteira com o Vietnam e o
Laos. Além desses, as empresas avaliam o primeiro parque
offshore que a Three Gorges implementará na China:
um empreendimento de 200MW na costa leste do país.
No momento, Furnas está realizando estudos técnicos e
econômico-financeiros e, caso a participação nos parques
se mostre atrativa, a empresa pretende formar uma joint
venture com a Three Gorges para exploração dos parques.
A Eletrobras Furnas celebrou seus 55 anos. O que a data
representou para os empregados e de que forma você
avalia o percurso trilhado neste período?
A comemoração de 55 anos de Furnas foi um marco
de mudança e renovação na empresa. Precisamos nos
modernizar e ajustar a empresa ao novo modelo do setor
para enfrentar os desafios futuros. Todas essas medidas
citadas nas respostas anteriores estão tendo como objetivo
a recuperação dos valores empresariais, a recuperação da
força de trabalho e o incremento da transparência na gestão.
Muito trabalho já foi feito e muito ainda está por fazer, mas
podem ter certeza: Furnas estará entre as empresas mais
bem preparadas para os novos cenários do setor elétrico.
8 Registros e Notas

Jorge Coelho - Eletrobras Concurso de Monografias

Eletrobras 50 Anos
Seis colaboradores da Eletrobras foram premiados
no Concurso de Monografias Eletrobras 50 Anos,
parceria da empresa com o Centro Celso Furtado,
realizada com o objetivo de promover a produção
de conteúdo relevante e de qualidade sobre o
setor elétrico brasileiro. O concurso ofereceu
prêmios de R$ 7 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil aos três
primeiros colocados em cada uma das linhas
temáticas propostas: “As contribuições das empresas
Eletrobras para o desenvolvimento econômico,
ambiental, social e/ou tecnológico nacional, ao longo dos últimos 50 anos” e “Cenários, oportunidades e desafios para o
crescimento das empresas Eletrobras nos próximos anos”.

A entrega dos prêmios ocorreu durante o I Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, no qual o presidente José da
Costa falou sobre a integração energética da América do Sul. Ao final de sua palestra, o presidente agradeceu a parceria do
Centro Celso Furtado e do BNDES, anfitrião do evento. “Parabenizo o Centro Celso Furtado, o BNDES e todos os colaboradores
que vamos premiar agora. Todos podem contar com a Eletrobras como vetor de desenvolvimento econômico e social do
Brasil e da América Latina”, afirmou o presidente.
Jorge Coelho - Eletrobras

Comunicação premiada

Pelo segundo ano consecutivo, a Eletrobras foi eleita

uma das três empresas que melhor se comunicam
com os jornalistas no setor de energia, pela revista
“Negócios da Comunicação”. A premiação é resultado
de uma pesquisa que ouviu cerca de 25 mil jornalistas
de todo o país sobre empresas de 30 segmentos
da economia com melhor relacionamento com os
profissionais de imprensa. A entrega dos prêmios foi
realizada no dia 18 de setembro, em São Paulo. Durante
a cerimônia, o diretor-executivo da publicação, Audálio
Dantas, destacou o caráter inovador da premiação. “É
um prêmio diferente, porque não tem banca julgadora,
ou seja, não tem o que a gente chamaria de notáveis
do setor escolhendo. Quem escolhe são os próprios
jornalistas que convivem com essas pessoas, no dia a
dia de trabalho”, disse. Além da Eletrobras, empresas
como Petrobras, Camargo Corrêa, Alpargatas e Vale
também foram homenageadas.
Carla Castelo Branco, chefe da Assessoria de Comunicação (ao centro),
Ivson Alves e Thatiana Martins receberam o prêmio pela Eletrobras

Empresas • Eletrobras
 Presidenta se reúne com empresas Eletrobras
A presidenta da República, Dilma Rousseff, reforçou a
orientação de que todos os compromissos ambientais
em Belo Monte devem ser cumpridos rigorosamente
no prazo, sendo antecipados em tudo o que for possível.
A declaração ocorreu durante reunião realizada no
dia 16 de agosto, com o ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, e os presidentes das empresas Eletrobras,
para discutir o andamento das obras do PAC no setor
Programa Cultural das Empresas
Eletrobras 2013
Dando prosseguimento ao projeto de democratizar o
acesso à arte e incentivar a produção cultural brasileira, o
Programa Cultural das Empresas Eletrobras 2013 foi lançado
em setembro no Rio de Janeiro, com um investimento de
R$ 13, 3 milhões para os segmentos de teatro, audiovisual
e patrimônio imaterial.
“A Eletrobras sempre tem as portas abertas para os nossos
projetos, com editais muito bem pensados”, ressaltou o ator
Paulo Betti, presente no lançamento. “Acho maravilhoso que
a gente consiga fazer teatro no nosso país com o patrocínio
de uma empresa do nosso país. O patrocínio continuado da
Eletrobras é muito importante e espero que ele continue por
muito tempo”, declarou o ator Diogo Vilela.
Como em 2012, no novo edital serão apoiados projetos nas
áreas de produção de teatro adulto (inéditos); produção de
teatro infanto-juvenil (inéditos); circulação de espetáculos
teatrais (não inéditos); festivais de teatro; produção de
Empresas • Eletrobras
de energia elétrica. “A presidenta está satisfeita com o
andamento das obras e se mostrou otimista quanto ao
cumprimento do cronograma de Belo Monte”, afirmou
o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho
Neto. Outro ponto importante da pauta foi o início das
discussões para a adoção de um orçamento plurianual,
cujo objetivo é agilizar o desembolso dos investimentos
da Eletrobras.
Jorge Coelho - Eletrobras
Os atores Emílio Orciollo Neto e Rosamaria Murtinho prestigiaram o
lançamento do Programa Cultural das Empresas Eletrobras 2013
filmes de longa-metragem; festivais de cinema e fomento ao
patrimônio imaterial. Desde que o programa foi unificado
para todas as empresas Eletrobras, já foram investidos
R$ 50,3 milhões, montante que faz da Eletrobras uma das
maiores incentivadoras da cultura em nosso país.
O período de seleção começou no dia 3 de outubro e vai até
o dia 3 de dezembro de 2012. Os resultados serão divulgados
no dia 4 de dezembro de 2012, com contratações a partir de
10 de janeiro de 2013.
 10 Cultura
Divulgação

Quase Normal
A história se baseia em uma família
que convive com o transtorno do
humor bipolar de sua mãe. Entre os
altos e baixos dos afetos, das paixões
e das loucuras, eles lutam para se
manter unidos e seguir adiante.
Quase Normal é um musical-rock
emocionante, que mudou os rumos
da Broadway e já foi encenado em
mais de 12 países.

A Arte e a Maneira de Abordar seu Chefe para Pedir

um Aumento
Com direção de Guel Arraes e produção de Fernando Libonati, o monó-
logo é estrelado por Marco Nanini. A peça retrata a convivência num
ambiente empresarial e o modo de interação entre patrão e empregado,
Teatro

evidenciando o ridículo das ações e das expectativas.

Divulgação

Divulgação

Mitos
Mostra voltada ao público infanto-juvenil,
exibe representações dos principais mitos
greco-romanos mesclados aos de nossas
terras, em suas versões originais e apro-
priações literárias. Apresenta aspectos das
culturas popular e clássica, demonstrando
sua presença no cotidiano e seus desdo-
bramentos ao longo dos séculos. Como su-
Exposição

porte educativo, há ainda um almanaque

com todo o conteúdo da exposição.

Empresas • Eletrobras
 Portinari do Brasil
O documentário, que conta a vida e obra do artista plástico
Cândido Portinari, tem direção de Rozane Braga. Dando
ênfase ao lado social do pintor brasileiro, o projeto conta
com modernos recursos de computação gráfica que possi-
bilitam a reprodução animada de suas telas. “Portinari do
Brasil” terá distribuição gratuita em escolas, universidades
e bibliotecas do Rio de Janeiro.

Documentário
Divulgação Planeta Brasil Instrumental
Em sua estreia, o Planeta Instrumental apresentou, durante
três dias, o melhor da música instrumental contemporânea
brasileira. Dentre as atrações, marcaram presença a banda
mineira Dibigode (foto abaixo), o músico contrabaixista
Adriano Campagnani e o power trio de Cuiabá, Macaco
Bong. O evento faz parte do Festival Planeta Brasil, que
visa promover eventos culturais paralelos, como festivais
de mágica, esportes e eventos educacionais.

Tomas Artuzzi

Orquestra Ouro Preto

Criada por Rufo Herrera e Ronaldo Toffolo em 2000, a or-
questra Ouro Preto, que busca resgatar a música da cidade
mineira de mesmo nome, é formada por cerca de 20 músi-
cos. Indicada ao Grammy Latino em 2007, já participou de
festivais na Bolívia e Argentina e, recentemente, voltou da
Música

Inglaterra, onde realizou três concertos, em Liverpool, ho-

menageando a biografia musical dos Beatles. A Eletrobras
patrocina uma turnê da Orquestra, de agosto a dezembro
de 2012.

Empresas • Eletrobras
 12 Energia eólica
Hermínio Nunes - Eletrosul

Mais força aos ventos

Sistema de transmissão garantirá aproveitamento do potencial
eólico do Rio Grande do Sul
Por Ana Cristiny Tigrinho
Eletrobras Eletrosul

A
Eletrobras Eletrosul, em sociedade com a Compa- afirma o presidente da Eletrobras
nhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Eletrosul, Eurides Mescolotto.
Elétrica (CEEE-GT), vai investir cerca de R$ 700
milhões na construção de um sistema de transmissão que Obras antecipadas – No dia 24 de
aproveitará o potencial eólico do extremo sul do Rio Grande agosto, o diretor -geral da Agência
do Sul – região que está entre as melhores do país para a Nacional de Energia Elétrica (Ane-
geração por meio da energia dos ventos. Além de escoar el), Nelson Hübner, assinou com a
a energia dos complexos eólicos que serão implantados TSLE o contrato de concessão das
pela Eletrosul ao sul do litoral gaúcho, as novas instalações obras, que fizeram parte do lote A
integrarão a região ao Sistema Interligado Nacional (SIN). do leilão de transmissão da Aneel,
realizado em junho. O prazo pre-
Serão construídos aproximadamente 490 quilômetros de visto pela agência para conclusão
linhas de transmissão, que passarão por 20 municípios, e dos empreendimentos é de 24
três novas subestações, além da ampliação de uma unidade meses, mas a Eletrobras Eletrosul
já existente. As obras de transmissão complementam um tem a expectativa de concluir as
investimento maior da Eletrobras Eletrosul na região. A obras até o início do ano de 2014.
empresa destinará cerca de R$ 1,6 bilhão para implantar os “Queremos antecipar a entrega
complexos eólicos Geribatu e Chuí, localizados nos municí- do sistema de transmissão para
pios de Santa Vitória do Palmar e Chuí. Os empreendimentos compatibilizar com o cronograma
somam 402 megawatts de capacidade instalada – energia de conclusão de nossos complexos
capaz de atender ao consumo de mais de 2,5 milhões de eólicos, previsto para o primeiro
habitantes. trimestre de 2014”, justificou o
presidente Mescolotto, presente
Juntas, as obras vão gerar cerca de 2 mil empregos diretos e à assinatura do contrato.
reforçar o fornecimento energético do estado gaúcho. “Com
as obras, o Rio Grande do Sul ganhará maior autonomia Entre as obras, está a constru-
energética e diminuirá a importação de energia, principal- ção das subestações Povo Novo
mente durante o verão. Além disso, a região está em plena (525/230 kV), Marmeleiro (525
expansão econômica, o que demanda mais investimentos kV) e Santa Vitória do Palmar
em energia elétrica”, explica José Renato Vieira, diretor (525/138 kV); a ampliação da
técnico da Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE) – Subestação Nova Santa Rita; a ins-
empresa constituída pela Eletrosul (51%) e CEEE-GT (49%), talação das linhas de transmissão
responsável pela implantação do sistema de transmissão. Nova Santa Rita – Povo Novo, Povo
Novo – Marmeleiro, Marmeleiro
“Essa conexão viabiliza a expansão da geração eólica naque- – Santa Vitória do Palmar (todas
la região, que tem um potencial enorme a ser explorado. O em 525 kV); e o seccionamento
incremento na geração de energia e a integração com o SIN da linha Camaquã 3 – Quinta na
virão a favorecer o desenvolvimento econômico da região”, subestação Povo Novo (230 kV). 

Empresas • Eletrobras
 Gênero 13

Em prol da igualdade
Questões de gênero reúnem mulheres do setor elétrico em seminário e assembleia
na Eletrobras Chesf

M
ulheres do setor elétrico brasileiro e de outras
empresas públicas subordinadas ao Ministério
de Minas e Energia estiveram reunidas, em
agosto, na sede da Eletrobras Chesf, em Recife, para discutir
os avanços e os desafios femininos no mundo do trabalho.
Além da Eletrobras Chesf, as empresas Eletrobras Furnas,
Eletrosul, Eletronorte, Amazonas Energia, a Itaipu
Binacional e outras empresas públicas, como Petrobras,
Petrobras Distribuidora, Transpetro e CPRM (Serviço
Geológico do Brasil), participaram da XXV Assembleia Geral
Ordinária do Comitê para Questões de Gênero do MME
e Empresas Vinculadas e do seminário Mulher Gestora:
Desafios, Dificuldades e Modos de Superação.
A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas para
Promoção da Igualdade Racial, abriu o seminário, com a
conferência “Igualdade Racial é pra Valer”, destacando a
necessidade de as empresas se tornarem cada vez mais
transparentes e democráticas, refletindo em seus quadros
funcionais a diversidade brasileira. A ministra ressaltou
que a desigualdade racial “é o núcleo duro” da desigualdade
social do Brasil e que é preciso que a sociedade reconheça
que o racismo e o sexismo são estruturantes das relações
sociais no país.
para a valorização da ética em todas as relações e para a
valorização dos empregados.
Estatais à frente – Em vídeo gravado para o evento,
o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, frisou a
importância do Comitê Permanente para Questões de
Gênero do MME e Empresas Vinculadas e garantiu o apoio
para o trabalho desenvolvido pelas empresas em prol da
igualdade de gênero.
A coordenadora-geral do Comitê, Maria Gorett de Couto
Gomes, afirmou que o MME foi o primeiro ministério a criar
uma estrutura para desenvolver a temática no âmbito do
serviço público. Já a secretária de Articulação de Políticas e
Autonomia, da Secretaria de Políticas para Mulheres, Tatau
Godinho, ressaltou o pioneirismo das mulheres do MME,
na criação do comitê e no desenvolvimento de trabalhos
que, atualmente, representam um modelo inclusive para
o setor privado. “O setor público tem uma importância no
enfrentamento das desigualdades. As estatais, em geral, têm
sido precursoras na mudança de padrões e nossas empresas
têm esse papel de propor para a sociedade brasileira uma
mudança nas relações de trabalho”, disse.
S Silva - Chesf

A coordenadora do Comitê de Gênero e Raça da Eletrobras

Chesf, Ivana Rizvi, apresentou os avanços conquistados
e o empenho da direção da empresa com a promoção da
equidade. Atualmente, a participação das mulheres na
composição do quadro funcional é de 20,8%, e ainda há
baixa participação em cargos gerenciais.

Para reverter esse quadro, a empresa está promovendo

uma campanha de empoderamento das mulheres, que visa
vincular a imagem feminina a competências e valores do
cotidiano do trabalho. O presidente da Eletrobras Chesf,
João Bosco de Almeida, destaca a importância do trabalho
em torno da equidade de gênero, que está vinculado
ao Planejamento Estratégico da empresa, contribuindo A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas para Promoção da
Igualdade Racial, abriu o seminário

Empresas • Eletrobras
14 Saúde

Energia para a saúde

Referência na região de Angra dos Reis, Fundação Eletronuclear
de Assistência Médica investe para ampliar atendimento
Samuel Assunção - Eletronuclear

O Hospital de Praia Brava é a principal unidade de saúde da Feam

por Juliana Rezende

Eletrobras Eletronuclear

A
Fundação Eletronuclear de Assistência Médica
(Feam), que administra o Hospital de Praia
Brava (HPB), em Angra dos Reis (RJ), tem muito a
comemorar. O ano de 2012 está sendo de muito trabalho,
mas também de conquistas importantes para a saúde
na região do entorno da Central Nuclear. O destaque vai
para a inauguração, em outubro, do Centro de Tratamento
Intensivo (CTI) do HPB e para a elaboração do projeto
arquitetônico para a construção de um hospital totalmente
novo.
A Eletrobras Eletronuclear investe anualmente mais
de R$ 20 milhões na Fundação, que desenvolve ações
preventivas e trabalhos de assistência ambulatorial
e hospitalar, realizando anualmente mais de 100 mil
atendimentos (incluindo emergência, ambulatorial e
internação), entre pacientes do Sistema Único de Saúde
(SUS), convênios e particulares. A Feam também é
responsável pelo Ambulatório Médico de Itaorna (Amir),
pelo Ambulatório Médico de Mambucaba (AMM) e pelo
Centro de Medicina das Radiações Ionizantes (CMRI).
Papel fundamental na região – Os indicadores de
desempenho do primeiro semestre deste ano demonstram
a relevância da Fundação para a saúde dos municípios de
Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro. Há uma clara tendência
de crescimento de serviços como exames de laboratório,
internações, cirurgias, emergências e pronto-atendimentos.

Empresas • Eletrobras
O número de cirurgias realizadas até julho deste ano,
por exemplo, representa quase 70% do verificado no ano
passado. O mesmo acontece com as ultrassonografias. O
número de exames feitos no primeiro semestre de 2012 já
equivale a 75% do total realizado em 2011.
Dessa forma, o hospital é, hoje, peça fundamental do
sistema público-privado de saúde do município. Além de
ser responsável pelos atendimentos a acidentes em um
longo trecho da Rodovia BR-101, também dá suporte, com
atendimento médico e exames complementares, a grande
parte da população do distrito sanitário onde a unidade
está inserida.
“É um desafio grande, mas profundamente gratificante.
Nós nos desdobramos para atender com qualidade os
empregados da Eletrobras Eletronuclear e nossos clientes
do SUS, particulares e conveniados. Temos conseguindo
fazer isso de forma digna. Cuidar da saúde de tanta gente da
melhor forma possível é nossa grande recompensa”, afirma
Teresa Leite, diretora-superintendente da Feam.
A Fundação também teve que adequar seus serviços
para dar suporte aos cerca de 3,5 mil trabalhadores das
obras de Angra 3. Entendendo essa importância, ampliou
o atendimento em várias frentes. Na área de suporte a
grandes emergências, aumentou o número de socorristas
do HPB, para atender a possíveis acidentes na obra. E criou
também uma nova unidade no Parque Mambucaba, em
Angra – o Centro Médico Parque Mambucaba (CMPM)
–, que realiza duas atividades importantes: a medicina
ocupacional dos empregados ligados à construção de Angra
3 e o atendimento ambulatorial convencional.
Além disso, a recente realização de um concurso público
para formar cadastro de reserva para a entidade vai dará
suporte à ampliação dos serviços da Feam, na medida em
que o quadro funcional deverá crescer para se adequar às
novas atividades da entidade.
Inauguração de CTI – A implantação do Centro de
Tratamento Intensivo (CTI) no Hospital de Praia Brava é outro
projeto que vai aprimorar os serviços prestados pela Feam,
que já é referência no atendimento a politraumatizados
decorrentes de acidentes na rodovia Rio-Santos. O
CTI também será importante para a região devido ao
envelhecimento da população, que faz com que o número
de pacientes graves, com problemas cardiovasculares, seja
Empresas • Eletrobras
cada vez maior. A Unidade Intermediária (UI) do hospital
já vinha absorvendo essa demanda, mas, com o centro em
funcionamento, o atendimento será muito mais eficiente.
Segundo Teresa Leite, a construção do CTI era uma
necessidade técnica importante e a sua ausência, um
dos motivos para transferência de pacientes para outras
cidades. Além disso, a sua implementação autorizará a
Feam, através do HPB, a realizar procedimentos de maior
complexidade, que têm como requisito básico a existência
de leitos de CTI na unidade hospitalar.
Perspectivas para 2013 – A maior expectativa da Feam
é a possibilidade da construção de uma nova unidade
hospitalar, que permitirá ampliação na oferta de serviços e
na qualidade do atendimento médico. O novo hospital terá
80 leitos, 30 a mais do que o HPB disponibiliza hoje. Além
disso, é preciso ter outro hospital operacional no caso de
haver uma emergência nuclear com necessidade de evacuar
a população do entorno da Central Nuclear.
“Se pensarmos apenas na entrada em funcionamento
de Angra 3 com seus novos empregados e familiares
e os trabalhadores indiretos que serão agregados ao
empreendimento, vislumbramos uma grande necessidade
de, a médio prazo, ampliarmos, por exemplo, o número de
leitos privados, o que é muito difícil de ser implementado
onde está localizado, hoje, o hospital”, destaca Teresa,
acrescentando que as contratações relacionadas à usina
representarão um acréscimo de cerca de 600 famílias
diretamente ligadas à Eletrobras Eletronuclear.
Os recursos para a elaboração do projeto arquitetônico estão
em vias de liberação. Estima-se que o empreendimento
levará três anos para ser construído e deverá entrar em
operação junto com Angra 3, em 2016.
Samuel Assunção - Eletronuclear
O HPB também dispõe de um moderno bloco cirúrgico
16 Capa

Empresas • Eletrobras
 Jorge Coelho - Eletrobras

Um olhar para o futuro

Empresas Eletrobras se preparam para enfrentar novos desafios do setor
elétrico e continuar gerando energia limpa e renovável para o
desenvolvimento do país

por Ivson Alves e Fábio Lannes

Eletrobras

N
o momento em que celebra
50 anos de uma história de
grandes conquistas, a Eletrobras
se depara com a perspectiva de um novo
cenário no setor elétrico brasileiro. As
determinações da MP 579, assinada pela
presidente Dilma Rousseff no início de
setembro, lançam desafios enormes
para todas as empresas, e especialmente
para a Eletrobras, a maior do Brasil no
setor.
Ainda dependendo de regulamentação –
processo que estava sendo encaminhado
no período do fechamento desta edição
da revista Empresas Eletrobras –, a MP
579 chega quase ao final de um ano
que já tinha assegurado seu lugar na
história da Eletrobras. A celebração do
cinquentenário contou com diversas
homenagens à principal fonte de
energia da maior holding do setor
elétrico da América Latina: as pessoas
que constroem, dia a dia, este verdadeiro
patrimônio do Brasil.
Agora, cada uma dessas pessoas tem
uma nova missão: preparar a empresa
para fazer frente à nova realidade,
delineada pela MP 579. Nada, porém, que
atemorize a companhia. Preparando-se
para mudanças profundas, já apontadas
desde o começo da crise mundial, em
2008, a Eletrobras se encontra em
adiantado processo de adaptação a um
mundo competitivo, como nunca viveu
o setor elétrico do país. A transformação,
iniciada há quatro anos, não se restringiu
a mudanças internas, tornando-se
visíveis com ações como a mudança
na marca, em 2010, a forte presença
em leilões de geração e transmissão
e a decisão de tornar a distribuição,
efetivamente, uma área de negócios.
As páginas seguintes dão um panorama
do que a Eletrobras está preparando
para fazer frente aos novos desafios e
continuar suprindo o Brasil de energia
elétrica, garantindo para as novas
gerações um futuro sustentável.

Empresas • Eletrobras
 Divulgação - Eletrobras Eletronuclear

GERAÇÃO
Iluminando o Brasil
Empresas Eletrobras investem em empreendimentos que agregarão, até 2015,
mais 12GW à capacidade de geração do país

S
ão três os pilares que compõem o complexo processo
de levar energia aos lares e aos segmentos produtivos:
gerar, transmitir e distribuir. Deles, a geração talvez
seja aquele que exija mais planejamento – palavra-chave
quando a questão é adequar a produção às necessidades
futuras. Não é por outro motivo que a Eletrobras, nos últimos
anos, vem planejando cuidadosamente suas atividades.
Quem se debruça sobre o passado recente percebe que a
estratégia vem dando certo, já que a companhia voltou a
se estabelecer como o motor do desenvolvimento do setor
elétrico brasileiro, recuperando um papel que exerceu pela
maior parte dos seus 50 anos de existência, completados
este ano.
Líder em geração e com a meta de ser o maior grupo de
energia limpa do mundo em 2020, a Eletrobras encerrou
o ano passado em fase de alta. A empresa não só atingiu
80% de realização dos investimentos previstos para 2011,
mas recebeu autorização do governo para investir R$ 13
bilhões em 2012, o maior volume de sua história. A per-

Nauro Júnior - Eletrobras CGTEE

Engenheira Quimica Antonella Canarim verificando condições da água utilizada na usina de Candiota III (fase C), junto aos tanques de clarificação da água

Empresas • Eletrobras

Angra 3 – As obras devem estar concluídas até o final de 2015, agregando mais 1.405 MW de capacidade geradora à matriz brasileira
formance da geração em 2011 fala por si. Entraram em
operação comercial a hidrelétrica de Dardanelos, a fase C da
usina Candiota e as eólicas de Cerro Chato e Mangue Seco,
totalizando 726,2 MW, dos quais 571,24 MW pertencem às
empresas Eletrobras. Isso elevou a capacidade instalada da
companhia para 42.302 MW.
A sinergia entre o programa de expansão de geração hidre-
létrica e o desenvolvimento de fontes alternativas segue a
estratégia dos planos decenais projetados pela Empresa
de Pesquisa Energética (EPE). O caminho é aprovado pelo
presidente da Eletrobras, José da Costa. De acordo com ele,
ações nesse sentido incorporam aos planos de negócio da
companhia um desejo da sociedade brasileira. “A busca
por uma matriz mais limpa, em grande parte renovável,
com minimização dos danos ambientais e baixa emissão
de carbono, é uma bandeira da população, cada vez mais
consciente dos impactos causados ao planeta”, assinala.
Outro dado marcante do ano passado, e que aponta para o
futuro, foi o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte
e dos formidáveis 11.233 MW que ela vai gerar, nos meses
de maior produção, quando estiver em funcionamento.
O empreendimento está localizado no Pará e seu empre-
endedor, a Norte Energia S.A., conta com a presença da
Eletrobras, da Eletrobras Chesf e da Eletrobras Eletronorte
entre seus sócios.
Belo Monte, porém, está longe de ser o único projeto estra-
tégico da Eletrobras: estão em curso 20 empreendimentos,
Empresas • Eletrobras
Divulgação - Eletrobras Eletronuclear
com previsão para entrar em operação entre 2015 e 2020,
que agregarão cerca 22.700 MW ao Sistema Interligado Na-
cional (SIN), dos quais 11.718 MW pertencem às empresas
Eletrobras.
Dentre esses empreendimentos, merecem destaque as hi-
drelétricas do rio Madeira, em Rondônia – Santo Antônio
(3.150 MW), cuja primeira máquina entrou em operação em
março passado, e Jirau (3.750 MW), cuja entrada em opera-
ção está prevista para janeiro de 2013 –, e no rio Teles Pires,
em Mato Grosso – a usina de Teles Pires está prevista para
começar a gerar seus 1.820 MW em setembro de 2014. Outro
grande projeto é a usina nuclear Angra 3, cujas obras devem
estar terminadas em fins de 2015, gerando 1.405 MW.
Os olhos da Eletrobras, porém, estão voltados não só para
fontes já consagradas, como a hidrelétrica e a nuclear. As
empresas Eletrobras estão implantando oito projetos de
parques eólicos – sete no Nordeste e o Complexo de Livra-
mento, no Rio Grande do Sul –, com capacidade total de 535
MW e entrada em operação variando de dezembro de 2012
a agosto de 2013. E não pretendem ficar só nisso. “Estamos
estudando cerca de 5 mil MW em termos de energia eólica”,
diz o presidente José da Costa, que faz questão de lembrar
o começo o projeto-piloto Megawatt Solar, levado à frente
pela Eletrobras Eletrosul em sua sede, em Florianópolis, e
que vai gerar 1 MW. “Esse projeto e os das eólicas mostram
que a Eletrobras está mais do que preparada para o futuro
da energia, seja ele qual for”, afirma o executivo, confiante.
 José Lins - Eletrobras Furnas

TRANSMISSÃO
Desbravando caminhos
Novas linhas de transmissão abrem perspectiva de integração da região
amazônica com o Brasil e com o resto da América do Sul

L
ongos são os caminhos percorridos pela energia elétri-
ca das usinas onde é gerada até o interruptor de uma
residência ou a chave geral de uma fábrica. São cerca
de 100 mil quilômetros de linhas de transmissão, segundo
dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), que cortam
a maior parte do Brasil, formando o Sistema Interligado Na-
cional (SIN), cuja construção e manutenção são um triunfo
da engenharia brasileira, reconhecido em todo o mundo.
Nada menos de 54.109 km, 53% dessa malha gigantesca, são
mantidos pelas empresas Eletrobras e parceiros privados,
contando-se apenas as linhas de 230 kV ou mais (veja qua-
dro) e sem mencionar as subestações, cuja capacidade de
transformação beira os 180 mil MVA, dos cerca de 253 mil
MVA de todo o SIN. Assim, é muito provável que, quando
um brasileiro acende a luz de sua casa ou apartamento, ou
liga o computador no escritório ou a máquina na fábrica, só
possa fazê-lo porque a eletricidade que está demandando
chega, no momento exato em que é necessária, por meio de
uma LT do Sistema Eletrobras.
dessa malha. A companhia, por meio de suas subsidiárias,
participou, com sucesso, dos vários leilões de linhas de trans-
missão realizadas nos últimos anos pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). Hoje, a Eletrobras participa de
33 empreendimentos de transmissão, incluindo LTs e su-
bestações associadas, sendo 16 com participação integral
e 17 em parcerias, num total de 11.196 km. Esse portfólio
demandará um investimento de R$ 12,8 bilhões, garantindo
uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 1,2 bilhão.
Um dos maiores destaques dessa expansão é a implantação
do sistema de transmissão associado às usinas do Complexo
do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau, o chamado “Linhão
do Madeira”. Composto por dois circuitos, em corrente con-
tínua, de 2.375 quilômetros cada um, pela Subestação Cole-
tora Porto Velho, por estações retificadoras, em Porto Velho
(RO), e inversoras, localizadas em Araraquara, interior de São
Paulo, o sistema – uma obra que faz parte do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) - levará a energia gerada
pelas usinas para todo o Brasil por meio do SIN.

Os planos da Eletrobras até 2020, horizonte do planeja- Se, em termos de extensão, o “Linhão do Madeira” é a mais
mento estratégico da companhia, preveem a ampliação importante obra de transmissão em que as empresas Eletro-

Linhas de transmissão das empresas Eletrobras - Aproximadamente 53,1% das LT com tensão ≥ 230kV

Empresas • Eletrobras

Obras do Linhão Tucuruí - Macapá- Manaus – 1.820 quilômetros que garantirão a integração das capitais do Amazonas ao SIN
bras estão envolvidas, sob a perspectiva estratégica o título
vai para o chamado “Linhão Tucuruí-Macapá-Manaus”. Pre-
visto para interligar as capitais do Amazonas – e sua grande
base econômica, a Zona Franca – e do Amapá ao SIN, por
meio de usina de Tucuruí, o “Linhão”, de, aproximadamente,
1,8 mil quilômetros de extensão, não só garantirá o forne-
cimento de energia elétrica com uma qualidade melhor do
que a fornecida hoje, como terá enormes ganhos ambientais
– com a interligação ao SIN, as usinas termelétricas movi-
das a óleo e gás, que hoje abastecem esses mercados, serão
desativadas, ficando apenas como reserva.
O “Linhão de Tucuruí” foi dividido em três lotes. A Manaus
Transmissora de Energia – Sociedade de Propósito Específico
(SPE) que conta com a participação da Eletrobras Eletronorte
(30%), Eletrobras Chesf (19,5%) e Abengoa (50,5%) – constrói
o trecho C, entre Oriximiná e Lechuga, num total de 560
quilômetros de extensão, que demandará investimentos
da ordem R$ 1,4 bilhão, devendo estar concluído no pri-
meiro semestre de 2013. Além do lote de cuja construção
participam as subsidiárias da Eletrobras, mais dois estão
sendo implantados, ambos sob a responsabilidade da Isolux
Empresas • Eletrobras
Jorge Coelho - Eletrobras
Inginieria: o trecho A (de cerca de 525 Km) e o B (de, apro-
ximadamente, 710 Km).
Não só o Brasil será beneficiado com a implantação do
“Linhão de Tucuruí”. Graças a ele, abre-se a possibilidade
de interligar o sistema brasileiro ao da Venezuela, que hoje
já abastece Boa Vista por meio de uma LT de 230 kV, com
capacidade de transportar 200 MW, da hidrelétrica de Guri.
Essa interligação permitiria a ambos os países aproveitar a
complementaridade de seus sistemas hidrológicos – quan-
do os rios da Venezuela passam pelo período de seca, os
brasileiros estão na cheia, e vice-versa –, otimizando o uso
da fonte hídrica dos dois lados da fronteira, além de poder
agregar ainda os potenciais da Guiana e do Suriname.
O “Linhão de Tucuruí” permitiria também o aproveitamento
do potencial localizado em outro país – a Bolívia. Por meio
de uma ligação entre Manaus e Porto Velho, e da capital
de Rondônia com o país vizinho, seria possível aproveitar
a capacidade de geração que existe na parte boliviana do
rio Madeira, estendendo, assim, ainda mais, os caminhos
da energia elétrica a toda parte norte da América do Sul.

DISTRIBUIÇÃO
Enfrentando desafios
Plano de recuperação das distribuidoras da Eletrobras prevê reversão
de histórico de prejuízos a partir de 2015
N
o segmento de distribuição, a Eletrobras
estabeleceu como meta o final de 2014 para que as
seis distribuidoras (Eletrobras Amazonas Energia,
Eletrobras Distribuição Alagoas, Eletrobras Distribuição
Acre, Eletrobras Distribuição Piauí, Eletrobras Distribuição
Rondônia e Eletrobras Distribuição Roraima) passem a
contribuir para o resultado financeiro positivo da holding.
Desde 2008, quando a Eletrobras começou a gerir essas
empresas e a adequar seus processos ao modelo baseado na
gestão por resultado, o desafio das distribuidoras convergiu
para a obtenção sustentável de uma melhor qualidade
de fornecimento de energia, com diminuição dos custos
operacionais, das perdas de energia e da inadimplência
dos consumidores, ajuste de fluxo entre receitas e despesas
e consolidação de lucro. Para alcançar esses objetivos, a
Eletrobras prevê investir R$ 2 bilhões por ano, até 2014.
A redução de custos operacionais, focada na otimização
dos contratos de serviços e na utilização de mão de
obra própria, com metas de produtividade para cada
equipe de trabalho, está sendo realizada por um projeto
desenvolvido na Eletrobras Distribuição Alagoas para todas
as distribuidoras. A sinergia entre as áreas regulatória e
de contabilidade, faturamento, suprimentos de serviços e
materiais, tecnologia da informação e gestão de combate
às perdas permite que as empresas realizem, com menor
custo e maior padronização, tarefas até então executadas de
forma descentralizada. A gestão sobre itens como telefonia,
passagens, aluguéis e combustíveis também está sendo
realizada de forma sinérgica, com resultados positivos.
O comprometimento das empresas com as metas pode
ser aferido pela redução do indicador PMSO/ROL, que, no
período de janeiro a julho de 2012, passou de 43,6% para
Empresas • Eletrobras
Carlos Salomão
40,9% – a meta acordada com a holding é de 37,6% até final
de 2012.
Melhora de performance - A implantação do Projeto
Energia + tem contribuído para o crescente ganho na
performance das distribuidoras, nas áreas operacional,
financeira e de gestão. Com recursos totais de R$ 1.241,3
milhões, dos quais R$ 866,2 milhões financiados pelo
Banco Mundial, o projeto tem implantado um conjunto de
ações para a modernização do sistema integrado de gestão
das distribuidoras, para o aprimoramento dos serviços
e, consequentemente, para o fortalecimento da imagem
institucional da Eletrobras. Com o projeto, a Diretoria de
Distribuição pretende que os serviços atinjam níveis de
perdas e inadimplência menores que os estabelecidos
pelo órgão regulador, que obtenham custos iguais aos da
empresa de referência e lucro consolidado positivo, que
a qualidade no fornecimento de energia esteja dentro
das metas do órgão regulador e que o nível de satisfação
dos colaboradores e o atendimento ao cliente tenham
um substancial incremento, além da ampliação do nível
histórico de realizações dos investimentos.
Também estão previstas campanhas de comunicação
para conscientização da população e investimentos na
automação dos processos de medição de consumo de
energia: digitalização das unidades consumidoras e
substituição de medidores obsoletos e ramais de ligação.
Contra as perdas - Dentre os principais desafios das
distribuidoras, o que necessita de mais atenção é justamente
o combate às perdas de energia (técnicas e comerciais). Para
mitigar as ligações clandestinas diretas e as manipulações
dos medidores, responsáveis pelo maior impacto negativo
no indicador consolidado de perdas das concessionárias,
estão sendo investidos R$ 730 milhões, até 2014, em
blindagem da rede, e mais R$ 155 milhões, anualmente, em
fiscalização (mais de 300 mil foram realizadas em 2012).
Essas ações promoveram a redução de 2,5% no índice de
perdas somente nos oito primeiros meses de 2012, enquanto
em todo o ano de 2011, o decréscimo total foi de 0,88%. A
meta para 2014 é que o índice global de perdas atinja a
marca de 20% – atualmente, ela está em 31,82%.
Além da aplicação de recursos em fiscalizações, já está
em fase de implantação uma Infraestrutura de Medição
Avançada, com investimentos de R$ 680 milhões em um
período de quatro anos. Alicerçada em tecnologias de
última geração em telemetria e monitoramento remoto de
medição, esta infraestrutura permitirá às distribuidoras
maior inteligência no processo de monitoramento do
consumo de energia e de redução das perdas. Também faz
parte deste projeto a criação de um Centro de Medição para
migração de todos os dados, medidos em tempo real, por
um sistema MDM (Metering Data Management) - Gestão
de Dados da Medição, e analisados por um conjunto de
especialistas dedicados a esta atividade.
P&D como aliados - Uma ação pioneira no Brasil é o projeto
Parintins, que consiste na utilização de smart grids (redes
inteligentes), com automação da rede de distribuição de
energia elétrica e substituição dos medidores convencionais
por medidores inteligentes, que permitem monitorar o
consumo pela internet. Todo o fornecimento de energia
do município de Parintins (AM) está sendo modernizado e
automatizado para também possibilitar à concessionária
um acompanhamento, em tempo real, do desempenho de
seus equipamentos, permitindo verificar aquecimento ou
sobrecarga de transformadores, realizar monitoramento
mais preciso das perdas, identificando o local onde ocorreu
cada desvio, e melhorar a eficiência dos religadores.
O Projeto Parintins já instalou 3,5 mil medidores
inteligentes e, brevemente, com a substituição de mais
12 mil, irá atender a todas as unidades consumidoras do
município. Também serão instalados painéis fotovoltaicos
nos telhados de várias residências, iniciativa que deve
alterar o papel do consumidor comum, que, assim, poderá
também gerar energia para o sistema de distribuição da
concessionária. O projeto, que teve início em 2010, recebeu
R$ 21 milhões em investimentos das seis empresas de
distribuição da Eletrobras, por meio do programa de
Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética,
Empresas • Eletrobras
coordenado pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).
Além disso, está em fase de testes, nas ruas de Teresina
(PI), o transformador de distribuição que utiliza óleo
vegetal do coco de babaçu, desenvolvido pela Universidade
Federal do Piauí (UFPI), em parceria com a Eletrobras
Distribuição Piauí. O óleo tem a vantagem ambiental de
ser biodegradável e reciclável (podendo ser reutilizado
posteriormente para fazer sabão e biodiesel), a vantagem
econômica de apresentar custo duas vezes mais baixo que
o óleo mineral, a vantagem elétrica de possuir melhores
propriedades para isolamento elétrico, e a vantagem
química de possuir um ponto de fulgor mais alto, com
menor risco de explosão, além de não ser cancerígeno.
O projeto está em processo de registro de patente no
Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e será
apresentado no XX Seminário Nacional de Distribuição
de Energia Elétrica (Sendi), no final de outubro, no
Rio de Janeiro. A Eletrobras espera utilizar os novos
transformadores, em escala industrial, a partir de 2015.
Desde 2010, a Eletrobras realiza, de maneira unificada,
um processo seletivo de projetos de P&D para todas as
distribuidoras. No biênio 2012/2013, foram recebidos 161
projetos, num valor total de R$ 242,6 milhões. “Com o
ajuste da nossa gestão para um modelo mais competitivo,
focado na valorização do cumprimento de nossas metas,
com o incremento de projetos como o Energia +, com
investimentos contínuos em inovação, tecnologia e
em projetos de P&D, e com muito trabalho, temos a
expectativa de que as distribuidoras estejam alcançando,
em pouco tempo, o desempenho almejado pela Eletrobras”,
acrescenta o diretor de Distribuição da Eletrobras, Marcos
Aurélio Madureira.
Carlos Salomão
Subestação Renascença
 24 Internacional

Crescendo fora de casa

Eletrobras avança em sua internacionalização com novas empreitadas em
contexto de grande reflexão global sobre o futuro da energia

por Guilherme Navarro

Eletrobras

A
Eletrobras assinou, em junho, memorandos de
entendimento que vão permitir o avanço da pros-
pecção de investimentos no setor elétrico em países
da América Latina e da África. A empresa vai reforçar sua
participação no setor elétrico uruguaio e intensificar seus
estudos para a integração elétrica nas Américas do Sul e
Central. Também vai dar prosseguimento ao projeto Tuma-
rín, com primeira unidade geradora prometida para 2016.
No continente africano, vai começar a prospectar o mercado
nigeriano e reforçar sua participação em Moçambique.
Sempre tendo em vista as grandes reflexões que estão sendo
feitas globalmente sobre o futuro da energia e a necessidade
de difundir modelos “limpos” de desenvolvimento.
No Uruguai, a empresa está avaliando projetos de geração
eólica, objeto de memorando de entendimento assinado
com a estatal Administración Nacional de Usinas y Tras-
misiones Eléctricas (UTE). Entre as cláusulas do contrato,
está o comprometimento mútuo de estudar projetos até
300 MW. “A parceria UTE e Eletrobras vem se aprofundando
nos últimos anos e poderá se tornar uma referência para
a integração elétrica da America Latina”, afirma Sinval

Projetos em estudo pela Eletrobras nas Américas do Sul e Central e na África – Memorandos de entendimento apontam para o avanço da prospecção no exterior

Empresas • Eletrobras
 Jorge Coelho - Eletrobras
O ministro Edison Lobão (ao centro) e o presidente José da Costa com o
assessor da Presidência da Nicarágua, Paul Oquist, durante a Rio+20
Zaidan Gama, superintendente de Operações no Exterior
da Eletrobras.
Pensando neste plano de integração, a Eletrobras procurou
mais algumas alianças. A empresa fechou acordo com a
francesa EDF e a espanhola Endesa para intensificar estudos
para a interligação elétrica da América Latina, contemplan-
do a futura construção de linhas de transmissão no Arco
Virtual Sul (Brasil, Chile, Peru e Argentina) e Arco Norte
(Brasil, Guiana, Suriname e Guiana Francesa). “Estamos
procurando provocar um maior diálogo entre os diversos
agentes envolvidos nesses projetos”, esclarece Gama. “E,
também, reforçamos recentemente nossas intenções com
a Nicarágua. Tivemos um encontro com o assessor do presi-
dente da Nicarágua, Paul Oquist, e falamos sobre o projeto
Tumarín”, completa.
A primeira unidade geradora de Tumarín está prevista para
2016. O projeto vai suprir 30% da demanda da Nicarágua,
com uma capacidade de geração de 253 W. O governo
nicaraguense se fará presente por meio da Enel, que vai
deter 10% do negócio no início da operação comercial. Pela
parte brasileira, participará também a Queiroz Galvão. “No
momento, o projeto aguarda ajuste do contrato de EPC para
envio da documentação aos bancos e a aprovação da Lei
Especial Tumarín”, explica o superintendente. “O sonho
de ver as Américas integradas está caminhando. E, con-
comitantemente, está caminhando o sonho de aumentar
nossa presença na África, que se torna um continente mais
próximo do Brasil a cada ano”, ressalta.
A Eletrobras assinou um acordo com o governo nigeriano
que prevê possibilidade de participação da empresa em
projetos para o desenvolvimento inicial de até 10 mil MW
no país. Ainda não foram estipulados os custos, mas cada
Empresas • Eletrobras
uma das partes acordou que não haverá despesas comuns.
A parceria deve incluir um projeto green field (isto é, ini-
ciado do zero), um retrofit (reforma de uma construção já
existente) e/ou uma privatização.
A empresa também se reuniu com a sul-africana Eskom
para avançar na discussão de um acordo que permita a
análise conjunta de oportunidades de geração na África
do Sul. E recebeu a visita do ministro de Terras, Minas e
Energia da Libéria, Patrick Sendolo, que apresentou convite
da presidente Ellen Joson-Sirleaf para uma missão àquele
país com o objetivo de conhecer melhor o setor elétrico
liberiano. “A África é um continente que sabe das suas
carências e, por isso, tem procurado parceria com países
em desenvolvimento. É um continente que também tem
muito a crescer e que vai conseguir aproveitar e distribuir
melhor as suas riquezas se forem realizados investimentos
estruturantes”, afirma Gama.
O superintendente internacional ressalta que os novos
investimentos acontecem em consonância com o cenário
de crescente cooperação global para a produção de energia
limpa, fomentado por conferências recentes, como a Rio+20.
“A conferência foi um momento para a reflexão sobre o
projeto de desenvolvimento que queremos seguir. Foi uma
oportunidade para discutir os temas globais relacionados à
sustentabilidade e uma grande feira de negócios, que dava
a oportunidade de buscar essa aproximação com governos
e empresas de todo o mundo. Penso que aproveitamos as
oportunidades”, avalia.
Outras oportunidades de negócios foram destaque durante
a Rio+20. Os executivos da Eletrobras encontraram o presi-
dente da State Grid, Liu Zhenya, e o diretor executivo da em-
presa no Brasil, Hongxian Cai. Discutiram um alinhamento
estratégico que permita à Eletrobras e à State Grid realizar
intercâmbio de informações sobre mercados.
Outro mercado que voltou a ser sondado foi o nepalês, no
encontro com o primeiro-ministro Baburam Bhattarai,
com o objetivo de discutir a possibilidade de cooperação da
Eletrobras no atendimento ao mercado regional, incluindo
o indiano. “Estamos reforçando nossa presença, principal-
mente nas Américas e África, mas não podemos fechar os
olhos para o resto do mundo. Ainda mais em um momento
como este, em que vários países discutem e colocam na
mesa suas propostas para um futuro mais sustentável”,
ressalta Gama.
26 Energia solar
Investimento renovável
Eletrobras Cepel participa de implantação de planta-piloto em Pernambuco
por Eduardo T. Serra e Leonardo dos Santos Reis Vieira
Eletrobras Cepel
E
m b o ra a mat r i z e lé t r i c a b ra s i le i ra j á s e j a
predominantemente baseada em energias renováveis,
a geração de energia elétrica a partir da energia solar
com concentração (alta temperatura) vem despertando
interesse crescente no Brasil. Um dos principais motivos
são os elevados valores de irradiação solar direta incidente
na região do semiárido, comparáveis a áreas onde estão
sendo desenvolvidos projetos de geração de energia elétrica
utilizando tecnologia heliotérmica com concentração, como
Espanha, Estados Unidos, Argélia, Marrocos, Egito e Israel.
No Brasil, a região com maior potencial para a aplicação da
tecnologia heliotérmica de concentração é aquela delimitada
pelo semiárido climático, onde se verificam as melhores
condições de irradiação solar direta (até 2550 kWh/m2/
ano), decorrentes da baixa intensidade de nuvens e dos
baixos índices pluviométricos. Desde 2009, o Ministério
de Ciência e Tecnologia e o Ministério de Minas e Energia
estruturam um programa de P,D&I em energia solar de alta
temperatura. Nestas reuniões, foi proposta a construção de
uma planta-piloto, de modo a aumentar o conhecimento
Características do Projeto
Esquema da planta de geração termossolar com utilização de campo
heliostático de cilindros parabólicos
Empresas • Eletrobras
no Brasil e estudar tecnologias que possam vir a ter grande
potencial de aplicação no futuro. O projeto de uma planta
solar com concentração seria a primeira etapa para a futura
implantação de uma plataforma de pesquisa experimental
para o desenvolvimento da energia solar no Brasil.
Em 2010, o Eletrobras Cepel identificou a região do projeto
de irrigação Pontal Sul, próximo da cidade de Petrolina, como
a mais indicada para a implantação da planta-piloto. Foi
submetida então à Finep uma proposta para construção de
uma planta solar de cilindros parabólicos de 1 MW, com a
parceria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da
Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco
(Sectec). A opção pela tecnologia de cilindros parabólicos
deve-se ao fato de que ela se encontra em um estágio mais
avançado de amadurecimento e à existência de uma maior
quantidade de plantas com esta tecnologia em operação.
O projeto final foi aprovado pela Finep em agosto de 2012
e a empresa espanhola Solar Technology Advisors (STA) foi
contratada para a elaboração do projeto conceitual básico.
O projeto será conduzido em 36 meses e está orçado em
R$ 28,3 milhões, com a seguinte distribuição de fontes
de recursos:
- Recursos Finep: R$18 milhões
- Recursos Sectec (interveniente): R$ 5 milhões
- Contrapartidas não-financeiras do Eletrobras Cepel
(executor) e UFPE (co-executor): R$ 5,3 milhões

Revelando o passado
Descobertas arqueológicas na área de hidrelétricas e linhas de transmissão
comprovam a presença humana na Amazônia há pelo menos 13 mil anos
por Alexandre Accioly
Eletrobras Eletronorte
O
Estado de Rondônia guarda em seu subsolo um
dos maiores tesouros arqueológicos do país. Por
ter sofrido a influência de pelo menos seis das
dez línguas indígenas correlacionadas com a presença
humana na Amazônia e no Brasil, e agora, com a construção
das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio
Madeira, estudos arqueológicos vêm revelando traços
deixados pelo homem há até 13,8 mil anos.
Atualmente, qualquer empreendimento relacionado à
geração hidrelétrica, termelétrica, eólica ou a sistemas
de transmissão precisa inserir em seu licenciamento
ambiental os estudos de arqueologia preventiva. Apoiada
por instituições como o Smithsonian Institution – fundado
e administrado pelo governo dos Estados Unidos para fazer
a datação do material coletado em campo pela técnica do
Carbono-14 (14C) –, a Eletrobras Eletronorte realiza estudos
arqueológicos em seus empreendimentos desde a década de
1980, tendo acumulado rico acervo de peças e informações
científicas desde então. Trabalhos foram concluídos nas
usinas de Tucuruí, Balbina e Samuel e também em estudos
de inventário, como Cachoeira Porteira, no Rio Trombetas
(PA). Hoje, a empresa promove estudos de arqueologia em
diversas linhas de transmissão, em Sociedades de Propósito
Específico (SPEs) das quais é sócia, nas usinas hidrelétricas
Dardanelos, no Rio Aripuanã (MT), e Belo Monte, no Rio
Xingu (PA).
O arqueólogo Eurico Theofilo Miller, que trabalha na
empresa desde o final da década de 1980, fez descobertas
importantes sobre a migração do homem brasileiro,
estudando a região do Rio Jamari que seria alagada pelo
reservatório da hidrelétrica Samuel, em Rondônia. “Cavamos
em mais de 90 sítios que foram aldeias e conseguimos
resgatar uma grande coleção de cerâmicas, revelando uma
história de 9 mil anos”, destaca.
Empresas • Eletrobras
História 27
Divulgação
Eurico Theofilo Miller - Descobertas importantes desde a década de 1980
Em outras escavações feitas no percurso da linha de
transmissão Ji-Paraná/Rolim de Moura, ele e sua equipe
descobriram lascas de carvão relacionadas à presença
humana, datadas pelo Smithsonian Institution em 13,8 mil
anos, uma descoberta sem precedentes até então. Os estudos
realizados por Miller e suas equipes demonstram que o
movimento migratório de populações indígenas no Brasil
se deu tanto do interior para o litoral como ao contrário. Na
região amazônica foram descobertas, por exemplo, urnas
funerárias com as mesmas características das encontradas
no litoral brasileiro. E com até 5,1 mil anos de idade. “Mas
não encontramos essas características em nenhum outro
lugar da América do Sul ou do Pacífico, dando-nos a certeza
de que a cultura tupi-guarani é formativa de si mesma e
quebrando o paradigma de que o Pacífico foi o formador
de tudo”, afirma o arqueólogo.
Diretora da Scientia Consultoria Científica, empresa que
vem prestando consultoria à Eletrobras Eletronorte na
área de arqueologia, Solange Bezerra Caldarelli enaltece
o trabalho desenvolvido pelas concessionárias. “O setor
elétrico tem sido um bom parceiro para a geração e a
extroversão do conhecimento produzido pelas pesquisas
arqueológicas, em especial no século XXI, com gestores e
empreendedores mais abertos às questões ambientais e
culturais que se interrelacionam com a implantação desses
empreendimentos”, avalia.
28 Sustentabilidade

Uma tarefa para muitos

Itaipu lança sistema de gestão para se consolidar como referência
em práticas sustentáveis até 2020

por Romeu de Bruns, Stela Guimarães e Patrícia

Iunovich

O
ano de 2012 deverá entrar para a história da
Itaipu Binacional. Não só pelas marcas obtidas
na geração de energia – que sinalizam um novo
recorde mundial de produção, ao redor de 100 milhões de
gigawatts/hora anuais –, mas também porque a empresa
se lançou ao maior desafio desde a sua construção, que
pode ser resumido em sua visão de futuro: “Até 2020,
a Itaipu Binacional se consolidará como a geradora de
energia limpa e renovável com o melhor desempenho
operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do
mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável
e a integração regional”.
O diretor-geral brasileiro da binacional, Jorge Miguel
Samek, reconhece que o desafio não é pequeno.
Para dar conta das inúmeras implicações que a
sustentabilidade tem sobre todos os processos da
empresa, foi criado um novo sistema de gestão

Divulgação

Colaboradores da empresa estrelam a campanha de comunicação interna

Empresas • Eletrobras
empresarial, oficialmente lançado em junho, às vésperas
da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU)
sobre Desenvolvimento Sustentável – a Rio+20.
“É um sistema que está em construção e aperfeiçoamento
contínuo e que depende do envolvimento de todos os
colaboradores”, define Samek. “Queremos contribuir ainda
mais para o desenvolvimento da região, seja no campo das
novas tecnologias, do turismo ou do meio ambiente, mas
para isso precisamos também que nossos processos internos
sejam cada vez mais sustentáveis”.
O Sistema de Gestão da Sustentabilidade (SGS), como
foi batizado, define como sustentável o processo que
seja economicamente viável, socialmente responsável,
ambientalmente correto e culturalmente aceito. Por isso
mesmo, todo o sistema está estruturado em torno dessas
quatro dimensões da sustentabilidade (econômica, social,
ambiental e cultural), em formato de mandala, remetendo
à integração e à harmonia entre as áreas.
Trata-se de um modelo sui generis, especificamente criado
para a Itaipu. Para chegar à configuração dessa ferramenta
de gestão, foram necessários dois anos e o envolvimento
de cerca de 50 profissionais. “O SGS é justamente uma
ferramenta que permite ter uma radiografia da empresa
e colocar em prática a visão de futuro. Ele prevê maior
interação entre as áreas, para que todos os projetos, ações e
rotinas da empresa passem a ser sustentáveis. Isso permitirá
à Itaipu ir além dos níveis de excelência que já alcançou”,
prevê Herlon Almeida, coordenador do sistema.
Sustentabilidade na prática – Nos últimos anos, a Itaipu
implantou diversos programas e projetos ligados à
sustentabilidade, com foco na região de influência da usina
e de seu reservatório. Como o Cultivando Água Boa, que
está sendo estendido ao Paraguai e servindo como modelo
para ações similares em diversos países. O programa acaba
de obter a primeira colocação no ranking Benchmarking
Legítimos da Sustentabilidade – Os Melhores da Década,
entregue pela Mais Projetos Corporativos e pelo Instituto
Mais, referências no Brasil em gestão sustentável. Ao
Cultivando Água Boa se somam outras iniciativas bem-
sucedidas, como o projeto Veículo Elétrico e a Plataforma
Itaipu de Energias Renováveis.
Agora, com o novo sistema de gestão, a experiência
acumulada pelos técnicos da Itaipu nessas iniciativas
Empresas • Eletrobras
passa a ser aproveitada também em práticas internas.
O SGS prevê o desenvolvimento permanente dos
empregados e a institucionalização de medidas concretas
de sustentabilidade, que sirvam de inspiração dentro e fora
da usina: de edificações que preveem o uso sustentável da
água e formas alternativas de energia até posturas mais
rigorosas em relação ao uso do dinheiro público, como
a redução no número de viagens e maior utilização de
videoconferências, passando pela adoção de transporte
interno ambientalmente correto, fomento à carona
solidária, exigência de procedimentos sustentáveis de
fornecedores, entre outras.
Dois exemplos práticos da mudança no sistema de gestão
vêm da frota de veículos. Desde maio, a Binacional
repassou 1.734 pneus a uma instituição responsável pela
transformação desses produtos inservíveis em matéria-
prima. Triturada, a borracha dos pneus recolhidos volta
à indústria para ser usada na confecção de sapatos,
como substituta do carvão ou adicionada ao asfalto –
procedimento usado recentemente no recapeamento de
vias internas da usina.
Quanto ao lixo eletrônico, esse também ganhou um novo
destino, ambientalmente correto. A Binacional abriu
licitação para contratar uma empresa que dará novas
aplicações a 50 toneladas de resíduos eletroeletrônicos,
acumulados nos galpões dos almoxarifados depois de mais
de 30 anos de funcionamento da empresa. São carcaças de
equipamentos telefônicos e de informática, máquinas de
escrever, radiocomunicadores e até televisores antigos sem
condições de uso que, a partir dessa licitação, podem voltar
ao ciclo produtivo como matéria-prima.
A Diretoria Financeira está trabalhando em dois outros
projetos – o de Desenvolvimento de Fornecedores (para
que trabalhem alinhados com os conceitos e práticas de
sustentabilidade da Itaipu) e o Compras Verdes (que, além
da aquisição de produtos e serviços sustentáveis, busca
promover uma mudança nos hábitos de consumo da usina,
para que as compras sejam feitas de forma mais consciente).
O caminho para que essas transformações sejam
incorporadas às atividades diárias passa pelo diálogo e
pela consulta permanente aos empregados, fornecedores
e diferentes públicos. Os desdobramentos dessas medidas
serão sentidos não só dentro da empresa, mas por toda a
sociedade.
30 Eficiência energética
Brincando é que se aprende
Distribuidoras da Eletrobras promovem conscientização de forma
divertida e interativa
E
ducação para a cidadania e a sustentabilidade. É
assim que as empresas de distribuição da Eletrobras
pretendem trabalhar o conceito de eficiência
energética junto à população dos estados de Alagoas,
Piauí e Rondônia. Por meio de projetos educacionais, as
empresas têm como primeiro público-alvo professores e
estudantes da rede pública de ensino. É por meio deles
que se pretende replicar nos lares e na comunidade local
os conceitos a serem trabalhados em projetos como Luz do
Saber, em Alagoas, Multiplicar Energia, no Piauí, e Educação
Itinerante, em Rondônia.
Os projetos educacionais das três concessionárias baseiam-
se no conceito do Programa de Educação Ambiental
Procel nas Escolas “A Natureza da Paisagem”. “Nosso
objetivo é incentivar nos alunos do ensino fundamental
a mudança de hábitos e valores em relação à preservação
ambiental, formando novas gerações compromissadas com
Escola Municipal Ulisses Ferreira – A unidade móvel de ensino apresenta os conceitos de eficiência energética de modo prático, privilegiando a diversão
Empresas • Eletrobras
a sustentabilidade e disseminando a ideia do consumo
de energia elétrica responsável”, explica o diretor de
Assuntos Regulatórios e Projetos Especiais das empresas
de distribuição da Eletrobras, Nelisson Hoewell.
Em sua execução, os projetos têm o apoio de uma unidade
móvel de ensino que leva às escolas equipamentos
como vídeos em 3D, iluminação cênica, mesa de som
e experimentos com energia elétrica que garantem
interatividade e dinamismo. Todas as atividades usam
o conteúdo de meio ambiente existente nos ensinos
fundamental e médio, conforme previsto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Os professores indicados pela
diretoria das escolas participam de um treinamento que
os capacita a transmitir o conhecimento aos alunos. Após
a verificação dos resultados, os professores recebem os
certificados que os habilitam como multiplicadores das
ações de uso eficiente de energia elétrica.
Divulgação
 As atividades desenvolvidas privilegiam a aprendizagem por meio de brincadeiras e experiências práticas, facilitando a assimilação dos conhecimentos

Iniciado em agosto de 2010, o Educação Itinerante de
Rondônia teve investimento de cerca de R$ 1,8 milhão e
já atendeu 72 escolas, com participação de 70 mil alunos
e dois mil professores e profissionais de instituições de
ensino. Até julho de 2013, o programa atenderá mais 70
escolas estaduais e municipais, além de associações de
bairros, eventos sociais, ação global, feiras industriais e
agropecuárias.
diversos recursos, como maquete de casa energizada,
equipamentos que demonstram a transformação entre
os diferentes tipos de energia (sonora, luminosa, cinética,
calórica, mecânica), geradores de energia eólica e fotovoltaica,
mini-hidrelétrica, comparação de consumo entre lâmpadas
incandescentes, fluorescentes compactas e de LED, teste de
consumos para equipamentos eletrodomésticos e outros”,
enumera Hoewell.

Em Alagoas, o projeto Luz do Saber teve investimento de
aproximadamente R$ 780 mil, com duração de 12 meses,
atendendo 80 escolas, 400 professores e 10 mil alunos. Já
no Piauí, foi investido cerca de R$ 1,6 milhão, com visitas
previstas a 240 escolas, capacitação de 1,2 mil professores e
atendimento de 30 mil alunos, ao longo de 24 meses.
O grande destaque dos caminhões-escola é a interatividade.
“A interatividade é fator fundamental para que os alunos
aprendam brincando. Para isso, os projetos contam com
Hoewell acredita que os programas promoverão mudança
de hábitos para o combate ao desperdício de energia
junto às novas gerações. “O projeto aproxima a Eletrobras
das grandes comunidades de baixa renda e estudantil,
apresentando painéis, banners e totens com informações
institucionais sobre a empresa, sobre o panorama energético
nacional e estadual, a segurança no uso da eletricidade e a
prevenção de acidentes, além do cálculo sobre o consumo
de energia e de como usá-la de forma segura e eficiente”,
avalia Hoewell.

Boa Vista: Por atuar somente na capital do estado, os projetos estão sendo adaptados para implementação
diretamente junto às escolas, com realização de campanhas educacionais e distribuição de cartilhas.

Acre: A distribuidora estuda a implantação de projeto semelhante ao Educação Itinerante de Rondônia, com uso
de vans.

Amazonas: Devido à extensa área de concessão e à dificuldade de locomoção de caminhões ou vans por áreas
mais isoladas do estado, o projeto está sendo estruturado para atender a capital e, no interior, estuda-se uma opção
envolvendo o sistema de navegação.

Empresas • Eletrobras
 32 Responsabilidade social

Novos horizontes
Eletrobras CGTEE forma, em parceria com Escola Técnica Mesquita e prefeituras,
60 alunos em cursos técnicos

por Raquel Kothe

Eletrobras CGTEE

P
ara algumas pessoas, estudar é uma obrigação, um
fardo. Para outras, é uma forma de mudar de vida, dar
a volta por cima e conquistar novas oportunidades. O
testemunho de 60 jovens entre 16 e 24 anos, participantes
do Programa Jovem Aprendiz, realizado numa parceria
entre a Eletrobras CGTEE, a Escola Técnica Mesquita e as
prefeituras de Bagé e de Candiota, demonstra a importância
do investimento. São meninos e meninas, homens e
mulheres, alguns já pais e mães de família, em busca do
sonho da qualificação profissional e de uma vida mais
digna. Com mil horas/aula, divididas entre teoria e prática,
30 alunos de Candiota se preparam para ser auxiliares em
manutenção, com ênfase em Elétrica e Eletrônica, e 30
alunos de Bagé fazem o curso de Auxiliar Administrativo.
Chaiane da Fontoura Leite tem 23 anos e uma filhinha
de quatro. Quando não tem com quem deixar a filha, a
Brasil está precisando de mão de obra qualificada”, ressaltou.
A secretária de Educação de Bagé, Andréia Quadros Rosa,
deseja que o exemplo da Eletrobras CGTEE seja seguido
por outras empresas. “Nós estamos fazendo a diferença da
vida de 30 pessoas de Bagé e de suas famílias”, comemora,
também desejando que, para o próximo ano, sejam
aumentadas as vagas.
Para participar, os jovens devem estar estudando em escola
regular. Durante os 11 meses de aula, os estudantes têm
a carteira de trabalho assinada como “Jovem Aprendiz”.
Assim, recebem o pagamento de meio salário mínimo
regional por mês e direitos sociais como FGTS, previdência
social, 13º salário e férias.
Eletrobras CGTEE - Raquel Kothe

jovem vai à aula com a menina, que acompanha tudo no

colo da mãe, com os pequenos olhos atentos e quietinha,
para não atrapalhar o andamento das atividades. Gabriel
Alves Paz, 17 anos, conta que está aprendendo a ter mais
responsabilidade e até em casa notam a mudança.

Sônia Azambuja Rijo, 19 anos, aproveitou uma visita do

presidente da Eletrobras CGTEE, Sereno Chaise, à escola Neli
Betemps, de Candiota, para agradecer pela iniciativa e para
garantir que os jovens não decepcionarão. A diretora da
escola, Ana Jovelina Franco Hernandes, destacou aos jovens
a necessidade de darem o exemplo para que o projeto tenha
continuidade e até acréscimo no número de vagas.

O presidente Sereno acena com a possibilidade de aumentar

o investimento no programa, que vê como um modificador
na vida das pessoas. “A gente não percebe, mas hoje estamos
construindo o nosso futuro. Portanto, cada um de vocês é
responsável por semear o futuro e construir a sua história.
Aproveitem bem esta oportunidade de se qualificar, pois o Chaiane da Fontoura Leite leva a filha de quatro anos para as aulas

Empresas • Eletrobras
 Artigo 33

O programa Luz para Todos e a

redução das disparidades
regionais brasileiras

por Rudolph F. A. P. Teixeira

Eletrobras
Eletrobras - Jorge Coelho

D
esde 2003, o programa Luz para Todos (LPT),
operacionalizado pela Eletrobras, vem levando o
fornecimento de energia elétrica à parcela da po-
pulação brasileira localizada no meio rural que ainda não
tinha acesso a esse tipo de serviço. Em dezembro de 2010,
com 90% das metas cumpridas, o programa foi prorrogado
até 2011 e, posteriormente, até 31 de dezembro de 2014.

Utilizando o instrumental da análise exploratória de da-

dos espaciais (Aede), procurei analisar, na monografia “A
Importância da Eletrobras na Redução das Disparidades
Regionais Brasileiras através do Programa Luz para Todos”,
o impacto dos recursos investidos. Em outras palavras,
buscou-se investigar se a maior parte dos recursos oferta-
dos pela Eletrobras foi direcionada para estados “pobres”,
principalmente os localizados nas regiões Norte e Nordeste.

Intuitivamente, é possível entender que, caso se comprove

empiricamente que estados com baixa (elevada) renda
per capita se localizam próximos a estados que receberam
grandes (reduzidas) quantias da Eletrobras por intermédio
do LPT, aceita-se a hipótese proposta. Caso contrário, não.

É importante frisar que, em um estudo de Aede, a primeira

condição a ser satisfeita refere-se ao teste da hipótese nula,
em que os dados são distribuídos aleatoriamente no espaço,
o que significa que atributos de uma região não dependem O trabalho que deu origem a este artigo rendeu a Rudolph a premiação no
dos valores desse atributo em regiões vizinhas. Concurso de Monografias Eletrobras 50 Anos

Empresas • Eletrobras

Uma forma de calcular a autocorrelação espacial global
oriunda da relação entre os dados em diferentes regiões é
por intermédio do I de Moran. Os valores dessa estatística
variam entre –1 e +1, onde –1 representa um coeficiente de
correlação linear perfeitamente negativa e +1 representa
um coeficiente de correlação linear perfeitamente positiva.
Dessa forma, quanto mais próximo de +1 estiver o valor do
I de Moran, pode-se inferir que regiões que possuam um
valor elevado (baixo) para um determinado atributo tendem
a estar próximas de regiões com as mesmas características.
Por sua vez, quanto mais próximo de –1 estiver o valor do
I de Moran, compreende-se que regiões que possuem um
valor elevado (baixo) para um determinado atributo tendem
a estar próximas de regiões com características opostas.
Inicialmente, buscou-se verificar se os estados das regiões
Norte e Nordeste foram os que mais receberam recursos da
Eletrobras através do Programa LPT (análise univariada).
O valor do I de Moran foi baixo e não significativo (0,134),
indicando que, de maneira global, a Eletrobras distribuiu
Empresas • Eletrobras
os recursos de forma aleatória entre os estados brasileiros.
Este resultado é interessante, pois indica que, de maneira
geral, a Eletrobras não faz distinção entre as empresas de
energia elétrica que se localizam nos diferentes estados
brasileiros. Por sua vez, ao refinarmos a análise através do
mapa de clusters, pode-se verificar, como mostra a figura 1,
que o estado de Rondônia (cor vermelha) recebeu recursos
acima da média nacional, e seus vizinhos possuem a mesma
característica. Já os estados do Amazonas e de Goiás (cor
lilás) receberam recursos abaixo da média, enquanto seus
vizinhos receberam recursos acima da média.
Por fim, realizou-se uma análise bivariada, confrontan-
do os recursos do LPT com a renda per capita estadual.
Procurou-se, assim, verificar se estados com uma baixa
(alta) renda per capita possuíam como vizinhos estados
que receberam recursos acima (abaixo) da média do LPT.
Caso isso fosse verdade, a Eletrobras estaria cumprindo
sua função social de auxiliar na redução das disparidades
regionais brasileiras.
Para tanto, calculou-se o I de Moran, que apresentou o
valor de (-0,177). O sinal negativo indica que localidades
pobres tendem a ter como vizinhas regiões que receberam
montantes acima da média do programa LPT, assim como
o oposto também é verdadeiro. Contudo, o I de Moran não
se mostrou significante. Dessa maneira, como forma de
verificar se existiu algum padrão local significativo, foi
elaborado um mapa de clusters, representado pela figura 2.
O mapa de clusters indica que os estados de Goiás e Minas
Gerais (cor rosa) possuem elevada renda per capita, mas
são vizinhos de estados que receberam recursos abaixo
da média nacional do Programa LPT. Dessa forma, pode-se
afirmar que, em média, a Eletrobras destina uma menor
quantidade de recursos oriundos do programa LPT para os
estados mais ricos, que são os que menos necessitam, tendo
em vista seu maior grau de desenvolvimento econômico.
Como conclusão geral, é possível verificar que a Eletrobras
cumpre seu papel social, pois pelo menos alguns estados
das regiões Norte e Centro-Oeste tendem a receber recursos
acima da média do programa LPT, assim como alguns esta-
dos de elevada renda per capita tendem a receber recursos
abaixo da média do mesmo programa. Nesse sentido, ao
implementar com sucesso um dos maiores programas de
inclusão social do mundo, a Eletrobras mostra que é um
importante instrumento de políticas públicas para a so-
ciedade brasileira.
Empresas • Eletrobras
Empresas • Eletrobras