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ÍNDICE
A PRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
AGRADECIMENTOS C APÍTULO 1 - A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA ...5
1.1 Perturbações na amplitude da tensão
1.2 Perturbações na freqüência do sinal
1.3 Desequilíbrios de tensão ou corrente em sistemas trifásicos
O Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre agradece ao Centro Espanhol de 1.4 As perturbações nas formas de ondas
Informações do Cobre (CEDIC) pela cessão da utilização do seu livro “La Amenaza
de Los Armónicos y Sus Soluciones” como base para esta publicação, assim como CAPÍTULO 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS . . . . . . . . . . . . 11
agradece aos engenheiros José Starosta e Paulo Barreto pela colaboração. 2.1 Definição
2.2 Ordem, freqüência e seqüência das harmônicas
O Procobre agradece também a todos os profissionais que participaram de suas 2.3 Espectro harmônico
palestras sobre Harmônicas, os quais muito contribuíram para o enriquecimento do 2.4 Taxa de distorção harmônica total (THD)
material ora publicado. 2.5 Fator de potência e cos ϕ
2.6 Fator de desclassificação (K)
2.7 Fator de crista (FC)
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2128 - conj. 1102 - CEP 01451-903 B IBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tel. / Fax: (11) 3816-6383 - São Paulo - SP - Brasil
internet: www.procobrebrasil.org e-mail: unicobre@procobrebrasil.org
68 2
H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
B IBLIOGRAFIA APRESENTAÇÃO
• Miguel, Angel Alberto Pérez e outros. “La amenaza de los armónicos y sus soluciones”. O motivo que leva o Procobre a disponibilizar esta publicação baseia-se na
Centro Espanol de Informacion del Cobre, Espanha (no Brasil, Procobre). 1999 evidência de que, nos últimos anos, vem crescendo vertiginosamente o emprego de
equipamentos eletroeletrônicos cada vez mais sofisticados, nas instalações
• Moreno, Hilton e Cotrim, Ademaro. “Qualidade de energia - Harmônicas”.
elétricas prediais, comerciais e industriais em geral. A presença desses equipamentos
Procobre Brasil. 1998
pode afetar a qualidade da energia, tornando a sua própria operação e a de outros
• “IEEE Std 519-1992 - IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic componentes inadequada, resultando em perdas de informações, funcionamentos
Control in Electrical Power Systems”. IEEE, 1992 incorretos, disparos indesejados, etc.
• “IEEE Std 1100-1999 - IEEE Recommended Practice for Powering and Grounding
O conhecimento do que são harmônicas, quais seus efeitos, como medi-las,
Electronic Equipment”. IEEE, 1999
quais as cargas que geram harmônicas e, finalmente, como conviver com elas são
• IEC 61000-3-2: Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 3-2: Limits - Limits for os principais tópicos desta publicação.
harmonic current emissions (equipment input current <= 16 A per phase)
O conjunto de informações disponibilizadas neste livro não pretende
• IEC 61000-3-4: Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 3-4: Limits - Limitation of
esgotar o assunto, mas sim, antes de tudo, pretende ser um fator motivador para
emission of harmonic currents in low-voltage power supply systems for equipment with
que os profissionais se aprofundem no tema. A linguagem adotada ao longo do
rated current greater than 16 A
texto busca, prioritariamente e sem prejuízo do rigor técnico que o assunto
merece, que se atinja uma plena compreensão dos conceitos, evitando, ao
máximo, o emprego de rebuscadas definições e equações matemáticas.
Com esta publicação, atualizada e ampliada, que substitui o primeiro
Manual sobre o tema editado em 1998, o Procobre reafirma a sua missão de ser um
agente difusor de informações técnicas onde o cobre está presente e que contribuem
para a elevação da qualidade e segurança das instalações elétricas em geral.
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C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
A) T RANSFORMADOR 3 A
DE SEPARAÇÃO PARA HARMÔNICA E SUAS MÚLTIPLAS
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A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
5 63
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA
Assim, um filtro ativo pode estar localizado: As sobretensões são, via de regra, geradas pela entrada em serviço de grupos
geradores, conexões e desconexões de certos elementos da instalação,
• Junto às cargas que geram grande quantidade de harmônicas,
comutações em bancos de capacitores, operação de retificadores controlados,
assegurando que a filtragem seja realizada localmente;
variadores de velocidade, lâmpadas de descarga, atuação de dispositivos de
• Junto aos quadros de distribuição, realizando uma compensação parcial proteção, descargas atmosféricas, etc. Os transformadores e motores suportam,
das harmônicas ou; geralmente, o impulso transitório, porém, dependendo da sua quantidade e
• Junto ao quadro geral da instalação, para prover uma compensação geral intensidade, a vida desses equipamentos pode ser seriamente comprometida.
das correntes harmônicas. Os equipamentos de eletrônica de potência, fontes de alimentação de
computadores ou retificadores podem ser danificados pelo excesso de tensão ou,
Idealmente, um filtro ativo deveria ser instalado no ponto de origem da
no caso de suportarem o impulso, pode ocorrer nos circuitos internos a perda
geração da harmônica, pois assim teríamos as seguintes vantagens:
de programas, dados ou destruição de discos rígidos. As placas de comunicação
• Não circulação de correntes harmônicas pela instalação elétrica, o que dos equipamentos também são muito sensíveis a esses transitórios.
pode afetar os demais componentes;
A flutuação de tensão caracteriza-se por uma série de variações na amplitude
• Redução das perdas por efeito Joule nos cabos, componentes em geral do sinal, periódicas ou aleatórias, numa faixa que, via de regra, situa-se em mais
e da carga no transformador ou gerador; ou menos 10% em torno do valor nominal. O efeito mais visível da flutuação é a
• Redução da seção dos condutores. variação da luminosidade das lâmpadas.
No entanto, o local ideal para a localização dos condicionadores ativos A cintilação (flicker) pode ser notada pela sensação visual de que a
deve ser identificado a partir de um levantamento completo dos níveis de luminosidade está variando no tempo.
poluição harmônica presentes na instalação e de um estudo técnico e econômico
A flutuação e a cintilação têm origem em cargas que apresentam variações
que considere a influência da presença ou não das harmônicas num dado trecho
rápidas no seu funcionamento, as quais se traduzem em quedas de tensão na
da instalação.
rede (flutuação) ao longo do tempo. Entre os equipamentos que mais provocam
Para se ter uma melhor idéia do funcionamento do filtro ativo de harmônicas, essas perturbações estão as máquinas de soldar por resistência, os motores
vamos observar a figura 32, onde são indicadas as formas de onda reais obtidas durante a partida, a conexão e desconexão de grandes cargas, as partidas de
em uma aplicação desse dispositivo. lâmpadas a descarga, os aparelhos eletrodomésticos com regulação automática
(de tempo, temperatura, etc.) e outros.
Quando a flutuação ocorre com uma forte queda de tensão, normalmente
chamada de subtensão, os transformadores e máquinas girantes sofrem
aquecimentos anormais devidos ao aumento da corrente provocado pelas cargas
de potência ou torque constantes. Esse efeito pode se agravar em instalações
elétricas sub-dimensionadas.
Como atualmente existem diversas tentativas de definições para as perturbações
de tensão, a figura 1 apresenta aquela adotada pela (ITIC) Information
Technology Industry Council, antes conhecida como CBEMA (Computer &
Business Equipment Manufacturers Association).
62 6
A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
7 61
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA
60 8
A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
9 59
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
B) F ILTRO PASSIVO LC
Essa solução consiste, geralmente, na inclusão de um filtro LC em paralelo
com a fonte poluidora. A figura 29 mostra uma ligação típica desse filtro, onde
também pode ser visto o emprego adicional de uma indutância (LF) para C APÍTULO 2
amortecimento das harmônicas, conforme explicado anteriormente. Nesse caso,
a indutância LP e a capacitância CP são escolhidas de modo que a impedância
do filtro seja zero para a freqüência que se deseja eliminar e seja muito pequena
para outras freqüências próximas dessa, ou seja:
CARACTERIZAÇÃO
DOS SINAIS HARMÔNICOS
LP x CP x ω = 1
2
LP x CP x (2 x π x 5 x 60) 2 = 1
LP x CP = 0,281 x 10 -6
58
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
11 57
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
56 12
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Figura 4 - A corrente no neutro é de terceira ordem com amplitude três vezes maior
do que a corrente de terceira ordem de cada uma das fases (supondo as
correntes fundamentais das fases de mesma amplitude = sistema equilibrado
na freqüência fundamental).
13 55
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
54 14
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
15 53
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
Os instrumentos especializados em medição e análise de harmônicas facilitam No Brasil, não há ainda valores normalizados para THD f nas instalações
a obtenção do fator K, evitando a realização dos cálculos anteriores. A figura 27 elétricas. Nesse caso, uma sugestão é adotar, por exemplo, os valores máximos
mostra a tela de um instrumento que indica o espectro harmônico de um sinal e expressos na norma IEEE 519-2 (ver item 6.3).
a indicação do valor K.
São definidos dois valores para THD, sendo um para tensão (THD U ) e outro
para corrente (THD I ), os quais indicam, respectivamente, o grau de distorção das
ondas de tensão e corrente, quando comparadas com as senóides puras.
É importante lembrar que a distorção de corrente, indicada pela THD I , é
provocada pela carga, ao passo que a distorção de tensão (THD U ) é produzida
pela fonte geradora como conseqüência da circulação de correntes distorcidas
pela instalação. Isso provoca uma espécie de “efeito de bola de neve” uma vez
que, se a tensão é deformada, as correntes nas cargas também se deformam e, se
as correntes se deformam, as tensões se deformam mais ainda e assim por diante
(lembre-se de que U = Z x I).
Para exemplificar, vamos determinar o valor de THDf para um sinal de corrente
que possua as seguintes características medidas em um dado ponto do circuito:
Da tabela 3, temos:
52 16
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
A
I pico FC
K= =
I rms 2 2
2
K= = 1,414
2
Figura 8 - Forma de onda e espectro de um sinal praticamente senoidal (THD f = 2,5%).
S nom 750
S max = = = 530 kVA
K 1,414
17 51
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
50 18
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Repare como a forma de onda da corrente é bastante distorcida (repleta de Com esse valor de p, a tabela 45 nos fornece um fator de correção
harmônicas). f = 0,86, sendo a escolha da seção com base na corrente de neutro, ou seja:
I pico FC
K= =
I rms 2 2
19 49
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
48 20
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Sinal 1 Sinal 2
Corrente de pico (A) 7,45 2,63
I N = 57 + 57 + 57 = 171 A
Note que esse valor é 35% (171/127) maior do que a corrente de fase e
55% (171/110) maior do que a corrente fundamental.
Vejamos como ficam os dimensionamentos dos condutores nesse caso,
mantendo as mesmas condições de instalação já descritas no exemplo anterior.
Figura 11 - Os sinais 1 e 2 têm o mesmo valor eficaz, mas apresentam
fatores de crista muito diferentes.
21 47
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
(mm ) 2 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores
(1)
carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados
(2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) C APÍTULO 3
COBRE
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75
1
9
11
9
10 11
9 9
10
11
14
10
12
11
13
10
12
13
15
11
14
15
18
12
15
A SPECTOSGERAIS SOBRE
1,5
2,5
14,5
19,5
13,5
18
14
18,5
13
17,5
17,5
24
15,5
21
16,5
23
15
20
19,5
27
17,5
24
22
29
18
24
MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
46
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Solução:
Aplicando-se diretamente a tabela 31 da NBR 5410/97 (ver tabela 6), método
de instalação B1, coluna de 2 condutores carregados (os fatores de correção por
agrupamento e temperatura são, nesse caso, iguais a 1), obtemos: S F = 50 mm 2.
23 45
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
44 24
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
25
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
Sinal
1 2 3
Erro (%) 0 9 26
Figura 15 - Sinais com diferentes graus de distorção e valores medidos pelos instrumentos.
A tabela 5 resume, para três tipos de sinais, os erros que se podem cometer
utilizando instrumentos de medição de valor médio (convencionais) e de valor
eficaz verdadeiro (true rms).
26
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
Instrumento
de valor eficaz Medida correta Medida correta Medida correta Z= 1 2 + 1 2 = 1,4 Ω
verdadeiro
I1 = 11,2A
U 1 = 1,4 . 11,2 = 16V
Z= 1 2 + 1 2 = 1,4 Ω
I1 = 10A
U 1 = 1,4 . 10 = 14 V
+
R XL3
Z= 1 2 + 3 2 = 3,2 Ω
I3 = 5A U 3 = 3,2 . 5 = 16 V
U TOTAL = 14 2 + 16 2 = 21 V
27 41
E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
• S EM H ARMÔNICAS
R XL1
R = 1Ω X L1 = 1Ω
P 1 = R . I 1 2 = 1 . 11,2 2 = 125W
Q 1 = X L1 . I 1 2 = 1 . 11,2 2 = 125VAr
I1 = 11,2A tg ϕ 1 = Q / P = 125 / 125 = 1
cos ϕ 1 = 0,71
• C OM 3ª H ARMÔNICA
C APÍTULO 4
R XL1
R = 1Ω X L1 = 1Ω CARGAS GERADORAS
P 1 = R . I 1 2 = 1 . 10 2 = 100 W
Q 1 = X L1 . I 1 2 = 1 . 10 2 = 100 VAr
DE HARMÔNICAS
tg ϕ 1 = Q / P = 100 / 100 = 1
I1 = 10A
cos ϕ 1 = 0,71
+
R XL3
R = 1Ω X L3 = 3Ω
P 3 = R . I 3 = 1 . 5 = 25 W
2 3
Q 3 = X L3 . I 3 2 = 3 . 5 3 = 75 VAr
I3 = 5A tg ϕ 3 = Q / P = 75 / 25 = 3
cos ϕ 3 = 0,32
40
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
Genericamente, são consideradas cargas lineares aquelas constituídas por Um capacitor em paralelo com uma indutância forma um circuito ressonante
resistências, indutâncias e capacitâncias, onde as formas de onda de tensão e capaz de amplificar os sinais de uma dada freqüência. Quando em uma instalação
corrente são sempre senoidais. elétrica instalamos um banco de capacitores, estamos formando um circuito
ressonante, uma vez que colocamos em paralelo os capacitores e a instalação
Por exemplo, se a carga é um motor de 1/6 de cv, rendimento de 80% e
elétrica, que é de natureza indutiva. Assim, certas harmônicas podem ser
fator de potência 0,85, a tensão e corrente possuem a forma de onda da figura 17.
amplificadas, provocando danos principalmente nos capacitores, levando-os à
queima ou explosões.
Dessa forma, antes de instalar um banco de capacitores, é fundamental que
sejam quantificadas as harmônicas presentes e tomadas as providências necessárias
para torná-las inofensivas aos capacitores.
Figura 17 - Consumo de um motor monofásico de 1/6 cv. Dentre os diversos efeitos provocados pela presença de harmônicas nas
instalações elétricas, dois serão detalhados a seguir, utilizando-se a
representação do circuito físico pelo seu equivalente elétrico. Como estamos
tratando de instalações elétricas de baixa tensão, consideraremos apenas as
4.2 C ARGAS NÃO LINEARES componentes de resistência e indutância do circuito. Os cálculos realizados
a seguir são muito simples e ao mesmo tempo bastante ilustrativos a respeito do
A eletrônica de potência disponibilizou para os escritórios e indústrias que ocorre numa instalação quando percorrida por correntes harmônicas.
diversos equipamentos capazes de controlar o produto final: iluminação Para simplificar os cálculos, consideraremos que o circuito do exemplo é
variável, velocidade ajustável, etc. poluído apenas por terceira harmônica. Vale lembrar que a resistência elétrica
Desse modo, aproximadamente 50% da energia elétrica passa por um (R) é pouco afetada pela freqüência (no exemplo, desprezaremos os efeitos pele
dispositivo de eletrônica de potência antes que seja finalmente utilizada. e proximidade), porém a reatância indutiva (X L ) varia diretamente com a
Essa eletrônica faz uso de diodos, transistores e tiristores, sendo que praticamente freqüência: X L = 2 π fL.
todos eles operam em modo de interrupção. Nos circuitos mostrados a seguir, R representa a resistência total de um
circuito desde a fonte até a carga, enquanto que X L1 e X L3 representam as
reatâncias indutivas totais do circuito nas freqüências de 60Hz e 180Hz,
respectivamente (fundamental e terceira harmônica). Observe que, para um
mesmo valor de L, temos X L3 = 3 X L1 uma vez que 180Hz = 3 x 60Hz.
29 39
E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Qualquer sinal de corrente ou de tensão, cuja forma de onda não seja Isso significa que funcionam essencialmente em dois estados:
senoidal, pode provocar danos na instalação elétrica em que está presente e/ou
em seus componentes e aparelhos a ela conectados.
Há vários efeitos provocados pelas harmônicas, sendo que alguns podem
ser notados visualmente, outros podem ser ouvidos, outros são registrados por
medidores de temperatura e ainda há os casos em que se necessitam utilizar
equipamentos especiais para detectá-los.
Os principais efeitos observados em instalações e componentes submetidos
à presença de harmônicas são: aquecimentos excessivos, disparos de dispositivos
de proteção, ressonância, vibrações e acoplamentos, aumento da queda de tensão e
redução do fator de potência da instalação, tensão elevada entre neutro e terra, etc.
Em conseqüência dos efeitos mencionados, podem haver problemas associados
ao funcionamento e desempenho de motores, fios e cabos, capacitores, computadores,
transformadores, etc.
38 30
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Ao resultar na circulação
de correntes não senoidais
pelo circuito, fala-se então
em distorção harmônica e
cargas não lineares
(figura 19).
C APÍTULO 5
E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS
DAS HARMÔNICAS
31
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
A) R ETIFICADOR CARREGADOR
B) VARIADOR DE VELOCIDADE
32
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Esse tipo de carga é o mais disseminado nas instalações elétricas em geral, uma A taxa de distorção global é de 58% devida, sobretudo, à presença
vez que qualquer equipamento eletrônico possui sua própria fonte de alimentação. marcante da 3ª harmônica (56%), com discreta presença (9%) das harmônicas
Tratam-se de fontes comutadas, de baixo custo, que integram computadores de ordem 5ª e 7ª.
pessoais, fotocopiadoras, impressoras, aparelhos de fax e secretárias eletrônicas,
centrais telefônicas, etc.
Nos locais onde há grandes concentrações desses equipamentos, como nos
edifícios comerciais e de escritórios, por exemplo, existe uma grande presença
de harmônicas que podem afetar severamente a operação e o desempenho das
instalações elétricas.
A figura 22 mostra um circuito típico de uma fonte monofásica, onde
prevalecem a 3ª harmônica com 78% e a 5ª com 44%, além da presença da
7ª e 9ª também. O destaque é para a taxa de distorção global de 93% e para
o elevado fator de crista (2,4).
Atenção especial deve ser dada à circulação de corrente de 3ª harmônica
e suas múltiplas pelo condutor neutro de circuitos 3F+N.
Figura 23 - Corrente absorvida e espectro harmônico para uma máquina de soldar típica.
33 35
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Esse tipo de carga é o mais disseminado nas instalações elétricas em geral, uma A taxa de distorção global é de 58% devida, sobretudo, à presença
vez que qualquer equipamento eletrônico possui sua própria fonte de alimentação. marcante da 3ª harmônica (56%), com discreta presença (9%) das harmônicas
Tratam-se de fontes comutadas, de baixo custo, que integram computadores de ordem 5ª e 7ª.
pessoais, fotocopiadoras, impressoras, aparelhos de fax e secretárias eletrônicas,
centrais telefônicas, etc.
Nos locais onde há grandes concentrações desses equipamentos, como nos
edifícios comerciais e de escritórios, por exemplo, existe uma grande presença
de harmônicas que podem afetar severamente a operação e o desempenho das
instalações elétricas.
A figura 22 mostra um circuito típico de uma fonte monofásica, onde
prevalecem a 3ª harmônica com 78% e a 5ª com 44%, além da presença da
7ª e 9ª também. O destaque é para a taxa de distorção global de 93% e para
o elevado fator de crista (2,4).
Atenção especial deve ser dada à circulação de corrente de 3ª harmônica
e suas múltiplas pelo condutor neutro de circuitos 3F+N.
Figura 23 - Corrente absorvida e espectro harmônico para uma máquina de soldar típica.
34 34
C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Ao resultar na circulação
de correntes não senoidais
pelo circuito, fala-se então
em distorção harmônica e
cargas não lineares
(figura 19).
C APÍTULO 5
E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS
DAS HARMÔNICAS
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E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS
Qualquer sinal de corrente ou de tensão, cuja forma de onda não seja Isso significa que funcionam essencialmente em dois estados:
senoidal, pode provocar danos na instalação elétrica em que está presente e/ou
em seus componentes e aparelhos a ela conectados.
Há vários efeitos provocados pelas harmônicas, sendo que alguns podem
ser notados visualmente, outros podem ser ouvidos, outros são registrados por
medidores de temperatura e ainda há os casos em que se necessitam utilizar
equipamentos especiais para detectá-los.
Os principais efeitos observados em instalações e componentes submetidos
à presença de harmônicas são: aquecimentos excessivos, disparos de dispositivos
de proteção, ressonância, vibrações e acoplamentos, aumento da queda de tensão e
redução do fator de potência da instalação, tensão elevada entre neutro e terra, etc.
Em conseqüência dos efeitos mencionados, podem haver problemas associados
ao funcionamento e desempenho de motores, fios e cabos, capacitores, computadores,
transformadores, etc.
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C ARGAS GERADORAS DE HARMÔNICAS E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
Genericamente, são consideradas cargas lineares aquelas constituídas por Um capacitor em paralelo com uma indutância forma um circuito ressonante
resistências, indutâncias e capacitâncias, onde as formas de onda de tensão e capaz de amplificar os sinais de uma dada freqüência. Quando em uma instalação
corrente são sempre senoidais. elétrica instalamos um banco de capacitores, estamos formando um circuito
ressonante, uma vez que colocamos em paralelo os capacitores e a instalação
Por exemplo, se a carga é um motor de 1/6 de cv, rendimento de 80% e
elétrica, que é de natureza indutiva. Assim, certas harmônicas podem ser
fator de potência 0,85, a tensão e corrente possuem a forma de onda da figura 17.
amplificadas, provocando danos principalmente nos capacitores, levando-os à
queima ou explosões.
Dessa forma, antes de instalar um banco de capacitores, é fundamental que
sejam quantificadas as harmônicas presentes e tomadas as providências necessárias
para torná-las inofensivas aos capacitores.
Figura 17 - Consumo de um motor monofásico de 1/6 cv. Dentre os diversos efeitos provocados pela presença de harmônicas nas
instalações elétricas, dois serão detalhados a seguir, utilizando-se a
representação do circuito físico pelo seu equivalente elétrico. Como estamos
tratando de instalações elétricas de baixa tensão, consideraremos apenas as
4.2 C ARGAS NÃO LINEARES componentes de resistência e indutância do circuito. Os cálculos realizados
a seguir são muito simples e ao mesmo tempo bastante ilustrativos a respeito do
A eletrônica de potência disponibilizou para os escritórios e indústrias que ocorre numa instalação quando percorrida por correntes harmônicas.
diversos equipamentos capazes de controlar o produto final: iluminação Para simplificar os cálculos, consideraremos que o circuito do exemplo é
variável, velocidade ajustável, etc. poluído apenas por terceira harmônica. Vale lembrar que a resistência elétrica
Desse modo, aproximadamente 50% da energia elétrica passa por um (R) é pouco afetada pela freqüência (no exemplo, desprezaremos os efeitos pele
dispositivo de eletrônica de potência antes que seja finalmente utilizada. e proximidade), porém a reatância indutiva (X L ) varia diretamente com a
Essa eletrônica faz uso de diodos, transistores e tiristores, sendo que praticamente freqüência: X L = 2 π fL.
todos eles operam em modo de interrupção. Nos circuitos mostrados a seguir, R representa a resistência total de um
circuito desde a fonte até a carga, enquanto que X L1 e X L3 representam as
reatâncias indutivas totais do circuito nas freqüências de 60Hz e 180Hz,
respectivamente (fundamental e terceira harmônica). Observe que, para um
mesmo valor de L, temos X L3 = 3 X L1 uma vez que 180Hz = 3 x 60Hz.
30 37
E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
• S EM H ARMÔNICAS
R XL1
R = 1Ω X L1 = 1Ω
P 1 = R . I 1 2 = 1 . 11,2 2 = 125W
Q 1 = X L1 . I 1 2 = 1 . 11,2 2 = 125VAr
I1 = 11,2A tg ϕ 1 = Q / P = 125 / 125 = 1
cos ϕ 1 = 0,71
• C OM 3ª H ARMÔNICA
C APÍTULO 4
R XL1
R = 1Ω X L1 = 1Ω CARGAS GERADORAS
P 1 = R . I 1 2 = 1 . 10 2 = 100 W
Q 1 = X L1 . I 1 2 = 1 . 10 2 = 100 VAr
DE HARMÔNICAS
tg ϕ 1 = Q / P = 100 / 100 = 1
I1 = 10A
cos ϕ 1 = 0,71
+
R XL3
R = 1Ω X L3 = 3Ω
P 3 = R . I 3 = 1 . 5 = 25 W
2 3
Q 3 = X L3 . I 3 2 = 3 . 5 3 = 75 VAr
I3 = 5A tg ϕ 3 = Q / P = 75 / 25 = 3
cos ϕ 3 = 0,32
38
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS E FEITOS E CONSEQÜÊNCIAS DAS HARMÔNICAS
Instrumento
de valor eficaz Medida correta Medida correta Medida correta Z= 1 2 + 1 2 = 1,4 Ω
verdadeiro
I1 = 11,2A
U 1 = 1,4 . 11,2 = 16V
Z= 1 2 + 1 2 = 1,4 Ω
I1 = 10A
U 1 = 1,4 . 10 = 14 V
+
R XL3
Z= 1 2 + 3 2 = 3,2 Ω
I3 = 5A U 3 = 3,2 . 5 = 16 V
U TOTAL = 14 2 + 16 2 = 21 V
28 39
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
26
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
41 25
A SPECTOS GERAIS SOBRE MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Solução:
Aplicando-se diretamente a tabela 31 da NBR 5410/97 (ver tabela 6), método
de instalação B1, coluna de 2 condutores carregados (os fatores de correção por
agrupamento e temperatura são, nesse caso, iguais a 1), obtemos: S F = 50 mm 2.
24 42
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
(mm ) 2 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3
condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores condutores
(1)
carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados carregados
(2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13) C APÍTULO 3
COBRE
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75
1
9
11
9
10 11
9 9
10
11
14
10
12
11
13
10
12
13
15
11
14
15
18
12
15
A SPECTOSGERAIS SOBRE
1,5
2,5
14,5
19,5
13,5
18
14
18,5
13
17,5
17,5
24
15,5
21
16,5
23
15
20
19,5
27
17,5
24
22
29
18
24
MEDIÇÕES DE HARMÔNICAS
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
43
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Sinal 1 Sinal 2
Corrente de pico (A) 7,45 2,63
I N = 57 + 57 + 57 = 171 A
Note que esse valor é 35% (171/127) maior do que a corrente de fase e
55% (171/110) maior do que a corrente fundamental.
Vejamos como ficam os dimensionamentos dos condutores nesse caso,
mantendo as mesmas condições de instalação já descritas no exemplo anterior.
Figura 11 - Os sinais 1 e 2 têm o mesmo valor eficaz, mas apresentam
fatores de crista muito diferentes.
22 44
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
45 21
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Repare como a forma de onda da corrente é bastante distorcida (repleta de Com esse valor de p, a tabela 45 nos fornece um fator de correção
harmônicas). f = 0,86, sendo a escolha da seção com base na corrente de neutro, ou seja:
I pico FC
K= =
I rms 2 2
20 46
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
47 19
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
A
I pico FC
K= =
I rms 2 2
2
K= = 1,414
2
Figura 8 - Forma de onda e espectro de um sinal praticamente senoidal (THD f = 2,5%).
S nom 750
S max = = = 530 kVA
K 1,414
18 48
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
Os instrumentos especializados em medição e análise de harmônicas facilitam No Brasil, não há ainda valores normalizados para THD f nas instalações
a obtenção do fator K, evitando a realização dos cálculos anteriores. A figura 27 elétricas. Nesse caso, uma sugestão é adotar, por exemplo, os valores máximos
mostra a tela de um instrumento que indica o espectro harmônico de um sinal e expressos na norma IEEE 519-2 (ver item 6.3).
a indicação do valor K.
São definidos dois valores para THD, sendo um para tensão (THD U ) e outro
para corrente (THD I ), os quais indicam, respectivamente, o grau de distorção das
ondas de tensão e corrente, quando comparadas com as senóides puras.
É importante lembrar que a distorção de corrente, indicada pela THD I , é
provocada pela carga, ao passo que a distorção de tensão (THD U ) é produzida
pela fonte geradora como conseqüência da circulação de correntes distorcidas
pela instalação. Isso provoca uma espécie de “efeito de bola de neve” uma vez
que, se a tensão é deformada, as correntes nas cargas também se deformam e, se
as correntes se deformam, as tensões se deformam mais ainda e assim por diante
(lembre-se de que U = Z x I).
Para exemplificar, vamos determinar o valor de THDf para um sinal de corrente
que possua as seguintes características medidas em um dado ponto do circuito:
Da tabela 3, temos:
49 17
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
16 50
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
51 15
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
Figura 4 - A corrente no neutro é de terceira ordem com amplitude três vezes maior
do que a corrente de terceira ordem de cada uma das fases (supondo as
correntes fundamentais das fases de mesma amplitude = sistema equilibrado
na freqüência fundamental).
14 52
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS
53 13
C ARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
12 54
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
B) F ILTRO PASSIVO LC
Essa solução consiste, geralmente, na inclusão de um filtro LC em paralelo
com a fonte poluidora. A figura 29 mostra uma ligação típica desse filtro, onde
também pode ser visto o emprego adicional de uma indutância (LF) para C APÍTULO 2
amortecimento das harmônicas, conforme explicado anteriormente. Nesse caso,
a indutância LP e a capacitância CP são escolhidas de modo que a impedância
do filtro seja zero para a freqüência que se deseja eliminar e seja muito pequena
para outras freqüências próximas dessa, ou seja:
CARACTERIZAÇÃO
DOS SINAIS HARMÔNICOS
LP x CP x ω = 1
2
LP x CP x (2 x π x 5 x 60) 2 = 1
LP x CP = 0,281 x 10 -6
55
A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
10 56
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA
57 9
A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
8 58
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA
Assim, um filtro ativo pode estar localizado: As sobretensões são, via de regra, geradas pela entrada em serviço de grupos
geradores, conexões e desconexões de certos elementos da instalação,
• Junto às cargas que geram grande quantidade de harmônicas,
comutações em bancos de capacitores, operação de retificadores controlados,
assegurando que a filtragem seja realizada localmente;
variadores de velocidade, lâmpadas de descarga, atuação de dispositivos de
• Junto aos quadros de distribuição, realizando uma compensação parcial proteção, descargas atmosféricas, etc. Os transformadores e motores suportam,
das harmônicas ou; geralmente, o impulso transitório, porém, dependendo da sua quantidade e
• Junto ao quadro geral da instalação, para prover uma compensação geral intensidade, a vida desses equipamentos pode ser seriamente comprometida.
das correntes harmônicas. Os equipamentos de eletrônica de potência, fontes de alimentação de
computadores ou retificadores podem ser danificados pelo excesso de tensão ou,
Idealmente, um filtro ativo deveria ser instalado no ponto de origem da
no caso de suportarem o impulso, pode ocorrer nos circuitos internos a perda
geração da harmônica, pois assim teríamos as seguintes vantagens:
de programas, dados ou destruição de discos rígidos. As placas de comunicação
• Não circulação de correntes harmônicas pela instalação elétrica, o que dos equipamentos também são muito sensíveis a esses transitórios.
pode afetar os demais componentes;
A flutuação de tensão caracteriza-se por uma série de variações na amplitude
• Redução das perdas por efeito Joule nos cabos, componentes em geral do sinal, periódicas ou aleatórias, numa faixa que, via de regra, situa-se em mais
e da carga no transformador ou gerador; ou menos 10% em torno do valor nominal. O efeito mais visível da flutuação é a
• Redução da seção dos condutores. variação da luminosidade das lâmpadas.
No entanto, o local ideal para a localização dos condicionadores ativos A cintilação (flicker) pode ser notada pela sensação visual de que a
deve ser identificado a partir de um levantamento completo dos níveis de luminosidade está variando no tempo.
poluição harmônica presentes na instalação e de um estudo técnico e econômico
A flutuação e a cintilação têm origem em cargas que apresentam variações
que considere a influência da presença ou não das harmônicas num dado trecho
rápidas no seu funcionamento, as quais se traduzem em quedas de tensão na
da instalação.
rede (flutuação) ao longo do tempo. Entre os equipamentos que mais provocam
Para se ter uma melhor idéia do funcionamento do filtro ativo de harmônicas, essas perturbações estão as máquinas de soldar por resistência, os motores
vamos observar a figura 32, onde são indicadas as formas de onda reais obtidas durante a partida, a conexão e desconexão de grandes cargas, as partidas de
em uma aplicação desse dispositivo. lâmpadas a descarga, os aparelhos eletrodomésticos com regulação automática
(de tempo, temperatura, etc.) e outros.
Quando a flutuação ocorre com uma forte queda de tensão, normalmente
chamada de subtensão, os transformadores e máquinas girantes sofrem
aquecimentos anormais devidos ao aumento da corrente provocado pelas cargas
de potência ou torque constantes. Esse efeito pode se agravar em instalações
elétricas sub-dimensionadas.
Como atualmente existem diversas tentativas de definições para as perturbações
de tensão, a figura 1 apresenta aquela adotada pela (ITIC) Information
Technology Industry Council, antes conhecida como CBEMA (Computer &
Business Equipment Manufacturers Association).
59 7
A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
6 60
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
A) T RANSFORMADOR 3 A
DE SEPARAÇÃO PARA HARMÔNICA E SUAS MÚLTIPLAS
61
C OMO LIDAR COM A PRESENÇA DAS HARMÔNICAS
62
H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
B IBLIOGRAFIA APRESENTAÇÃO
• Miguel, Angel Alberto Pérez e outros. “La amenaza de los armónicos y sus soluciones”. O motivo que leva o Procobre a disponibilizar esta publicação baseia-se na
Centro Espanol de Informacion del Cobre, Espanha (no Brasil, Procobre). 1999 evidência de que, nos últimos anos, vem crescendo vertiginosamente o emprego de
equipamentos eletroeletrônicos cada vez mais sofisticados, nas instalações
• Moreno, Hilton e Cotrim, Ademaro. “Qualidade de energia - Harmônicas”.
elétricas prediais, comerciais e industriais em geral. A presença desses equipamentos
Procobre Brasil. 1998
pode afetar a qualidade da energia, tornando a sua própria operação e a de outros
• “IEEE Std 519-1992 - IEEE Recommended Practices and Requirements for Harmonic componentes inadequada, resultando em perdas de informações, funcionamentos
Control in Electrical Power Systems”. IEEE, 1992 incorretos, disparos indesejados, etc.
• “IEEE Std 1100-1999 - IEEE Recommended Practice for Powering and Grounding
O conhecimento do que são harmônicas, quais seus efeitos, como medi-las,
Electronic Equipment”. IEEE, 1999
quais as cargas que geram harmônicas e, finalmente, como conviver com elas são
• IEC 61000-3-2: Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 3-2: Limits - Limits for os principais tópicos desta publicação.
harmonic current emissions (equipment input current <= 16 A per phase)
O conjunto de informações disponibilizadas neste livro não pretende
• IEC 61000-3-4: Electromagnetic compatibility (EMC) - Part 3-4: Limits - Limitation of
esgotar o assunto, mas sim, antes de tudo, pretende ser um fator motivador para
emission of harmonic currents in low-voltage power supply systems for equipment with
que os profissionais se aprofundem no tema. A linguagem adotada ao longo do
rated current greater than 16 A
texto busca, prioritariamente e sem prejuízo do rigor técnico que o assunto
merece, que se atinja uma plena compreensão dos conceitos, evitando, ao
máximo, o emprego de rebuscadas definições e equações matemáticas.
Com esta publicação, atualizada e ampliada, que substitui o primeiro
Manual sobre o tema editado em 1998, o Procobre reafirma a sua missão de ser um
agente difusor de informações técnicas onde o cobre está presente e que contribuem
para a elevação da qualidade e segurança das instalações elétricas em geral.
63 3
H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
AUTOR
HILTON MORENO
Engenheiro Eletricista - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Professor de Instalações Elétricas da Escola de Engenharia Mauá - SP
Membro do Comitê Brasileiro de Eletricidade da ABNT
Diretor Geral no Brasil da NEMA - National Electrical Manufacturers Association
Colaborador do Procobre
DIREITOS RESERVADOS
Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização
expressa do Instituto Brasileiro do Cobre.
64
H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS H ARMÔNICAS NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
ÍNDICE
A PRESENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
AGRADECIMENTOS C APÍTULO 1 - A SPECTOS GERAIS RELACIONADOS À QUALIDADE DE ENERGIA ...5
1.1 Perturbações na amplitude da tensão
1.2 Perturbações na freqüência do sinal
1.3 Desequilíbrios de tensão ou corrente em sistemas trifásicos
O Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre agradece ao Centro Espanhol de 1.4 As perturbações nas formas de ondas
Informações do Cobre (CEDIC) pela cessão da utilização do seu livro “La Amenaza
de Los Armónicos y Sus Soluciones” como base para esta publicação, assim como CAPÍTULO 2 - CARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS HARMÔNICOS . . . . . . . . . . . . 11
agradece aos engenheiros José Starosta e Paulo Barreto pela colaboração. 2.1 Definição
2.2 Ordem, freqüência e seqüência das harmônicas
O Procobre agradece também a todos os profissionais que participaram de suas 2.3 Espectro harmônico
palestras sobre Harmônicas, os quais muito contribuíram para o enriquecimento do 2.4 Taxa de distorção harmônica total (THD)
material ora publicado. 2.5 Fator de potência e cos ϕ
2.6 Fator de desclassificação (K)
2.7 Fator de crista (FC)
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2128 - conj. 1102 - CEP 01451-903 B IBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tel. / Fax: (11) 3816-6383 - São Paulo - SP - Brasil
internet: www.procobrebrasil.org e-mail: unicobre@procobrebrasil.org
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