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Introdução
A sociedade brasileira anseia por novos rumos e o mundo virtual com sua ampla forma
de inserção foi o meio utilizado para as informações chegarem de forma massiva a todas
as camadas da população. Por isso, temos em mente que a comunicação estratégica não
pode ser tratada apenas como propaganda, pois todas as atividades têm como objetivo a
informação e a sua influencia, contando que a informação já consiste em uma forma de
influenciar, uma vez que não existe informação neutra no sentido em que qualquer fato
terá impacto nas percepções e opiniões do eleitor, até manipular e enganar.
Aconteceu durante a II Guerra Mundial onde houve um grande desenvolvimento das
tecnologias discursivas com os seguintes objetivos: 1) objetivação técnica do discurso
como modalidade estratégica de mediação; 2) rapidez na circulação das mensagens
como estratégia instantânea da realização midiática da informação; 3) aproximação dos
espaços entre emissão e recepção. Desse modo, o discurso da mídia caracteriza-se: 1)
pela supremacia do jogo retórico, como estratégia de sedução; 2) circulação da
mensagem, suscetível a ser aceita pelos indivíduos. Portanto, no campo da política a
mídia torna as campanhas eleitorais um espetáculo sedutor, cuidadosamente encenado
pelos profissionais que trabalham com a informação (RODRIGUES, 2007)
Problema de Pesquisa
Como a influencia das redes sociais pode condicionar o comportamento dos eleitores e
ainda mais em tempos de pandemia em 2020, ano eleitoral, onde as pessoas que tem a
prerrogativa do voto facultativo não enxergam sentido em correr riscos para sua saúde
em ir até uma zona eleitoral para votar. Com este alto absenteísmo previsto nestas
eleições e o aumento do quociente eleitoral, uma grande modificação partidária tende a
acontecer. A informação sobre em quem votar chegará à palma de nossas mãos, em seu
telefone celular e se esta mensagem de forma personalizada atingir os valores e
princípios de quem recebe, a chance de tentar influenciar corações e mentes pode ser
definitiva. Desta forma, temos uma grande questão a desenvolver: Qual o poder de uma
comunicação estratégica bem direcionada, personalizada e segmentada pode influenciar
corações e mentes e fazer com que compartilhem e viralizem esta informação?
Na Obra “Os Engenheiros do Caos” de Giuliano Da Empoli, nosso objetivo será traçar
um paralelo sobre a forma de como as fake news e os algoritmos foram amplamente
utilizados para espalhar a raiva, o medo e influenciar o resultado das eleições.
Elaborando um raciocínio de como este movimento com espectro nacionalista e a
tendência a reduzir o regime democrático utilizando as redes sociais. Apresentando
exemplos demonstraremos como as redes sociais e principalmente os algoritmos do
Facebook e do Instagram foram utilizados para incentivar os movimentos conservadores
populistas, nacionalistas de direita e extrema direita, contestando a maneira
convencional de se fazer política desacreditando candidatos tradicionais e partidos
políticos oficialmente constituídos, o qual neste ponto se assemelha a obra “Como as
Democracias Morrem?”. Os autores dos Engenheiros do Caos, são estrategistas em
marketing digital e comunicação e ambos vem influenciando políticos que chegaram ao
poder como : Donald Trump, Boris Johnson, Matteo Salvini e Jair Bolsonaro . Um dos
métodos desenvolvidos é apresentação de uma figura fora da política (outsider) que se
apresenta como uma novidade para romper com tudo de existe. Um exemplo aconteceu
na Itália com Gianroberto Casaleggio que nos anos 2000, escalou um comediante para
ser o candidato do partido. Dizendo ser um não partido, se transformou no partido mais
importante do país, podemos utilizar como o exemplo a eleição ao governo do estado do
Rio de janeiro, o então candidato que fora eleito, Wilson Witzel em 2018, era uma
figura fora da política, um juiz que foi escolhido por um grupo de empresários para ser
o candidato do grupo. Witzel foi afastado do cargo em 2020, por problemas na área da
saúde em razão do combate a Covid-19.
Conhecendo o perfil dos usuários das redes sociais, tratando as ditas “big datas” que
analisavam os dados por uma comunicação estratégica no processo eleitoral
aperfeiçoaram os algoritmos com o objetivo de mapear o que pensam e o que desejam
através de seus perfis, pois só no Facebook são mais de três bilhões de usuários. Dentro
destas estratégias, o simples divulgar de fake news e teorias da conspiração para
conquistar visibilidade e votos para os avatares escolhidos.
Objetivo
A tese consiste em afirmar que aquilo que está em causa hoje em dia não é só uma
eleição no sentido tradicional do termo, como também um conflito de interpretações e
interesses. Para tal, realmente fazer frente a este conflito e poder sair vitorioso, o que
realmente irá significar para conquistar “os corações e as mentes” do eleitorado, a
comunicação estratégica via redes sociais ocupará um lugar primordial no planejamento
prosseguido como esforço fundamental para o sucesso da eleição.
Justificativa
A empresa Whatsapp sofreu uma enxurrada de críticas, pois tem sido o principal
disseminador de fake news e corre contra o tempo para mitigar os erros e preparou um
termo de cooperação técnica com o Tribunal Superior Eleitoral para a criação de canal
onde os eleitores podem tirar dúvidas e obterem informações sobre as regras de
utilização. Empresas de marketing especializadas neste tipo de serviço disparam
milhares mensagens em massa. Essa foi uma das estratégias utilizadas contra o PT em
2018 para tentar conter a campanha de Fernando Haddad no pleito para a disputa
presidencial por Jair Bolsonaro. Segundo a lei eleitoral estas empresas não têm
autorização para estes tipos de disparos, além de doações a partidos políticos, fato que
caracteriza abuso de poder econômico. A diferença da estratégia destas empresas é que
estes robôs simulam o envio de mensagens de forma individual, sem a necessidade de
usarem a linha de transmissão, burlando os filtros anti-spam, utilizando diversos
números de telefones. Uma destas empresas comercializa seus próprios bancos de
dados, o que configura crime eleitoral, pois segundo a lei de proteção de dados, deve
haver a autorização prévia para a recepção das mensagens. Este é um ponto importante
a ser abordado quando se fala em envio de mensagens e a lei do Marco Civil da Internet
que passou a regular o uso da ‘internet’ em nosso país, tem por objetivo identificar os
crimes no espaço virtual, reafirmar os direitos de neutralidade da rede, na defesa da
liberdade de expressão, da privacidade dos usuários e dos direitos humanos. Um dos
princípios da lei de proteção de dados é garantir a privacidade do cidadão, para impedir
que os dados sejam vendidos ou trocados com empresas terceiras e que tem uma
autorização prévia do cidadão que será informado no ato do cadastro. A Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais foi sancionada em 2018 e entrou em vigor em 2020 para
garantir e proteger a privacidade. Embora o então candidato Jair Bolsonaro afirmasse
que não pode controlar os empresários simpáticos a ele, fazem do simples conhecimento
do candidato sobre a máquina eleitoral de campanha no Whatsapp, com possível uso de
notícias falsas para prejudicar os concorrentes na disputa eleitoral, gerar ações contra
ele, inclusive cassação da chapa.
Metodologia
Nossa proposta será esclarecer o que está por trás desta pesquisa através do
questionamento da atuação de uma comunicação estratégica como se pode influenciar o
comportamento dos eleitores.
Cronograma
https://www.politize.com.br/comportamento-eleitoral-como-os-eleitores-decidem-seu-
voto/
https://outroladodanoticia.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Os-Engenheiros-do-
Caos-Giuliano-da-Empoli.pdf
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/539215/ALMEIDA_2016?
sequence=1&isAllowed=y
http://doxa.iesp.uerj.br/wp-content/uploads/2016/02/BORBA_2005.pdf
https://journals.openedition.org/cp/7438
https://nuso.org/articulo/como-redes-sociais-influenciam-eleicoes/
https://m.blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2020/08/02/o-mito-das-redes-sociais-nas-
eleicoes-2020/
https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2020/10/tse-firma-parceria-com-redes-
sociais-contra-fake-news-nas-eleicoes
https://www.brapci.inf.br/index.php/res/download/80092
https://www.academiadomarketing.com.br/marketing-politico-nas-midias-sociais/
https://www.editorajc.com.br/o-uso-das-redes-sociais-nas-eleicoes-e-nos-processos-
eleitorais-o-sistema-brasileiro/
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/09/03/como-whatsapp-se-prepara-
para-eleicao.htm
https://www.oitomeia.com.br/noticias/2018/10/20/__trashed-12/
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/32040/1/MarceloDiasDeSa.pdf
https://g1.globo.com/fato-ou-fake/noticia/2018/10/16/e-fake-que-haddad-criou-kit-gay-
para-criancas-de-seis-anos.ghtml
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/14012/1/Suzana%20de%20Andrade
%20Ferreira.pdf