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Disciplina: Ciência Política Código: DIR 503

Departamento: DEPARTAMENTO DE DIREITO Unidade: EDTM


Docente: Ana Paula Santos Diniz (31991028120) 11/02/2021
1ª Atividade avaliativa Valor: 2,0 pontos
Prazo para envio: até às 18h do dia 11/02/2021 Enviar para: ana.diniz@ufop.edu.br
Individual. Consulta permitida. Citação obrigatória da fonte, sob pena de configurar plágio, o que
ensejará nota zero para toda a prova, ainda que o plágio esteja em uma única questão.
Critério de correção: alternativa correta e fundamentação correta, sendo 0,4 (quatro décimos) para cada
questão marcada e fundamentada corretamente.
Nome: Felipe Petri Correa da Silva matrícula: 16.2.3750

Marque a alternativa como verdadeira ou falsa e justifique fundamentadamente.

__F_O Estado Moderno é um modelo de uma estrutura administrativa, surgida, especificamente na Europa,
entre os séculos XIII e XVIII. Porém, pode-se identificar a ideia de Estado português desde o século XII,
de Estado inglês desde o século XIII, enquanto que, a Rússia, como estado moderno vai surgir no século
XX, com a Revolução de Outubro, também conhecida como Revolução Bolchevique ou Revolução
Vermelha.

O Estado moderno tem como base a concentração de poder entre o clero e a nobreza, uma estrutura
formada à partir do modelo feudal anterior. O erro na questão é atribuir à Revolução russa de 1917 a
origem desse Estado. O Estado moderno surge no Império Czarista Russo fundado por Pedro o Grande,
também com elementos feudais e instituições centralizadoras. A Revolução russa rompe com tais
instituições e, diferente dos casos Frances e Inglês, não possui vínculo ideológico com a burguesia.
Importante apontar que as Revoluções: Gloriosa (Inglaterra), Americana, Francesa também rompem com o
Estado centralizador e aristocrático, entretanto são revoluções de ascensão da Burguesia ao poder.

__F_Em que pese essas variações de data, o surgimento desse modelo de estado tem alguns pontos
comuns, que vão definir o estado moderno. Podemos dizer que são 3 as características principais desse
estado moderno: centralização do poder político; o surgimento da figura do príncipe; o surgimento da
impessoalidade no exercício do poder político.

Tal questão é falsa ao afirmar a impessoalidade no poder, pois é exatamente o caso oposto. Seja nas
Repúblicas aristocráticas italianas do medievo tardio, as quais o Príncipe é a personificação da aristocracia
local, (isso também é observados nos ducados e grão ducados à leste do Reno). Dois exemplos mais
clássicos são a monarquia dos Habsburgos na Espanha e no Sacro Império Romano Germânico e Louis
XIV na França ao afirmar: “O Estado sou eu”. De fato o rei, imperador ou príncipe é a representação em
carne daquela sociedade, tendo o aval divino para governar e transferir o poder total à seus descendentes.

_F__No entendimento do iluminista John Locke, que é um dos grandes primeiros pensadores do
liberalismo, o estado tem a função de garantir ao homem 3 direitos fundamentais: vida, liberdade e
propriedade, sendo a propriedade o que vai justificar o direito à propriedade privada. É no âmbito do estado
liberal que surge a ideia de estado de direito, com normas jurídicas determinando direitos e deveres. No
estado liberal, foram pensados aqueles direitos civis básicos, liberdades individuais, que chamamos de
direitos de 1ª dimensão. As Constituições do México, de 1917 e a da Alemanha, de 1919, são as primeiras
a dispor sobre esses direitos.
O erro se encontra ao final da questão, de fato, as primeiras constituições a respeitarem tais direitos
são: a Constituição Americana, escrita por volta de 1789, confere direitos iguais à liberdade, igualdade
perante a lei e o direito à propriedade privada, também ao voto, embora restrito à uma parcela pequena da
população; outro exemplo é a Carta dos Direitos do Homem do Cidadão , escrito no contexto da revolução
francesa por volta de 1791, garantia os mesmo direitos. O lema; “Liberdade, igualdade e fraternidade” são
inspirações liberais burguesas do Iluminismo. Outros dois exemplos que vale a pena serem citados são: o
Ato das Terras de 1800, votado pelo parlamento britânico, conferia a ao cidadão não nobre o direito a
propriedade da terra; e por fim o Ato abolicionista de 1833, este por sua vez proíbe a escravidão em todo o
território britânico. Estes documento são inspirações para a Declaração dos Direitos Humanos redigido em
1948 no pós guerra.

_V__Embora seja clássica a expressão “separação de poderes”, que alguns autores desvirtuaram para
“divisão de poderes”, é ponto pacífico que o poder do Estado é uno e indivisível. Quando se pretende
desconcentrar o poder, atribuindo o seu exercício a vários órgãos, a preocupação maior é a defesa da
liberdade dos indivíduos, pois, quanto maior for a concentração do poder, maior será o risco de um governo
ditatorial. No século XVII, vai surgir uma primeira sistematização doutrinária da separação de poderes,
com a obra de LOCKE. Com MONTESQUIEU, a teoria da separação de poderes é concebida como um
sistema em que se conjugam um Legislativo, um Executivo e um Judiciário, harmônicos e independentes
entre si.

A questão é verdadeira, o Estado é uníssono e possui o monopólio da violência em prol da proteção


da liberdade e garantia dos direitos do cidadão. A separação dos poderes tem como característica
despersonalizar o poder, de tal forma que a constituição está acima do chefe de Estado e este se vê
obrigado a respeitá-la sob ameaça de punição. O primeiro rei executado por descumprir a constituição foi
Carlos I da Inglaterra. A separação entre os poderes também visa combater, ou mesmo prevenir, abusos do
próprio Estado. Em constante vigilância, as instituições podem conter o avanço de quaisquer um dos três
poderes, prevenindo o autoritarismo. tal dispositivo ficou conhecido como Sistema de freios e contrapesos.

_F__Com a complexização e a globalização das relações sociais, o Estado passou a ser cada vez mais
solicitado a agir, ampliando sua esfera de ação e intensificando sua participação nas áreas tradicionais.
Tudo isso impôs a necessidade de uma legislação muito mais numerosa e mais técnica, incompatível com
os modelos da separação de poderes. Em consequência, buscam-se outras soluções que permitam aumentar
a eficiência do Estado mantendo a aparência da separação de poderes. Entre as tentativas feitas, duas
merecem destaque por sua amplitude e pelas consequências que acarretam: a delegação de poderes e a
transferência constitucional de competências.

A questão é falsa uma vez que não é o aumento da complexidade da sociedade o fator chave para a
delegação de poder, e sim a grande população dos países das eras moderna e contemporânea. Uma
democracia direta só é possível em cidades-estado pequenas, onde a população pode debater através da
retórica e tomar as decisões políticas voto a voto. Esta ágora grega não é possível em Estados com mais de
1 milhão de habitantes, ainda que nem todos sejam cidadãos de fato. A democracia representativa é um
modelo pragmático com fim em delegar as decisões administrativas e legislativas à um grupo menor de
representantes. Os Estados democráticos liberais pós primavera dos povos (1848) são em geral
representativos. O legislador, os chefes de Estado e de governo estão respaldados pelo voto popular, e tem
como limitador de seu poder a própria constituição do Estado ao qual ele faz parte.

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