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Seminário Extensão rural

Boa tarde aos colegas, boa tarde a professora Maria Lúcia. Eu me chamo Fernando
Martins e é um prazer ser integrante da primeira equipe a apresentar, juntamente com
Alysson Átila e Manoel Carlos. Hoje vamos abordar a história da extensão rural no
Brasil.
Bom, a extensão rural é um serviço de educação não formal, de caráter continuado,
dentro do meio rural. Então o que é educação não formal, é aquela onde não todas as
exigências de carga horária, avaliações, de encontros com o professor, realizado nem
sempre em um local especifico como a escola, podendo se dar na casa do produtor, ao
livre, de baixo de uma arvore ou outros locais. Sendo um trabalho continuo que vá
gerar uma relação de confiança entre o agricultor e o técnico responsável, não sendo
apenas uma visita uma vez no ano, deve ser continuo...
A extensão rural vai promover processos de gestão, produção, beneficiamento e
comercialização das atividades e dos serviços agropecuários, inclusive das atividades
agroextrativistas, florestais, artesanais, agroecológicas e sustentáveis, sempre com
empatia, considerando os saberes dos indivíduos, sua subjetividade e cultura.
O objetivo da extensão rural atualmente no Brasil é melhorar a renda e a qualidade de
vida das famílias rurais, então hoje a extensão rural não é mais aquela em que nós
vamos lá apenas resolver um problema pontual, fazer uma adubação, um tratamento
de um animal, recomendações de agrotóxicos, não deve ser um trabalho continuo,
com o objetivo final de aumentar a renda do produtor através das nossas técnicas
aprendidas e a qualidade de vida das famílias, que abrange vários aspectos. As
ferramentas utilizadas são o aperfeiçoamento dos sistemas de produção, de
mecanismo de acesso a recursos (linhas de credito), serviço e renda, de forma
sustentável, essa nova extensão rural sempre tem em vista a produção de forma
sustentável.
Feito esse apanhado, a extensão rural nasce com a ideia de estender algo, que seria o
conhecimento, de algum lugar (centro do saber, que são as universidades, Institutos
federais, Embrapa, escolas agrícolas) até outro lugar que são os agricultores, visando o
desenvolvimento da agricultura. Porém companheiros, ela nasce como um sistema
unilateral de transmissão de conhecimentos utilizado pela extensão rural difusionista, o
que é esse processo unilateral, é uma via de mão única, apenas vai o conhecimento,
sem considerar o que esse conhecimento está causando na vida do produtor, se ele
teve sucesso, se não está tendo sucesso, quais suas dificuldades. Já na nova
extensão rural o trabalho do extensionista se torna mais complexo, levando em
consideração uma série de técnicas não só em relação a produção, mas englobando a
gestão, organização social, construção de mercados, meio ambiente, cooperativismo,
crédito, o extensionista deve saber como funciona e como acessar as diversas
modalidades de credito rural. Não é simplesmente chegar e fazer uma recomendação.
Na década de 70 tiveram alguns marcos históricos, como a criação da Embrapa,
Emater e Embrater. Ainda em 70, iniciou o processo de exclusão da maioria das
famílias rurais, propondo o trabalho com grandes e médios produtores, incentivando
tecnologias e para os pequenos produtores de baixa renda foi disposto apenas um
trabalho de cunho social e assistencialista, eles ficavam dependentes desse
assistencialismo sem condições de empreender e prosperar em suas propriedades.
Nessa mesma década consolidou-se o modelo de agricultura da revolução verde, onde
foram estimulados o uso intensivo de agrotóxicos, mecanização, fertilizantes
industrializados e sustentado pelo credito rural e pela geração de tecnologias nas
universidades e EMBRAPA.
Na década de 80 já se percebia os efeitos negativos do modelo difusionista que eram
exclusão social, crise na agricultura familiar, problemas ambientais, gerando o
movimento “Repensar da extensão rural”, com uma proposta menos excludente, mais
democrática, participativa e educacional. Com isso a EMBRATER optou por apoiar um
modelo de desenvolvimento rural ecologicamente correto (praticas conservacionistas),
economicamente viável (gerar lucros) e socialmente justo (abranger todos os
produtores, principalmente os pequenos). Ela estimulou nas ações voltadas
prioritariamente para os pequenos produtores e assentados rurais.
Na década de 90, ocorreu na criação do programa nacional de fortalecimento da
agricultura familiar (PRONAF) que representou um grande avanço na extensão rural,
havendo um maior reconhecimento da categoria política e social “agricultor familiar”.
Como por exemplo linhas de credito próprias, juros com taxas diferenciadas,
amortização longas.
A partir dos anos 2000, foi aprovada a política nacional de assistência técnica e
extensão rural para a agricultura familiar, que fortaleceu mais ainda o agricultor familiar.
A partir dos anos 2000 a extensão rural pode ser chamada de construtivista-
agroecológica, onde a principal meta é o trabalho com base em metodologias
participativas, valorização dos saberes dos agricultores e como modelo de agricultura
agroecológica.

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